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Resumo para P1 de Física Teórica 4

Natanael Matias Lobato,


HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl.
Fundamentos de física, volume 4: Óptica e Física Moderna.

Ondas Eletromagnéticas: Uma onda eletro- intensidade das ondas a uma distância r de uma fonte
magnética é formada por campos elétricos e magnéti- pontual de potência Ps é dada por:
cos variáveis. As várias frequências possíveis das ondas
Ps
eletromagnéticas constituem um espectro, do qual uma I=
4πr2
pequena parte constitui a luz visível. Uma onda eletro-
Pressão da Radiação: Quando uma superfí-
magnética que se propaga na direção do eixo x possui
cie intercepta uma onda eletromagnética, a onda exerce
um campo elétrico e um campo magnético cujos módu-
uma força e uma pressão sobre a superfície. Quando a
los dependem de x e t:
radiação é totalmente absorvida por uma superfície per-
E = Em sin(kx − ωt) pendicular à direção de propagação, a força é dada por:
B = Bm sin(kx − ωt) IA
F = (Absorção Total.)
c
~ e B.
em que Em e Bm são as amplitudes de E ~ O campo
em que I é a intensidade da radiação e A é a área da
elétrico induz o campo magnético, e vice-versa. A velo-
superfície. Quando a radiação é totalmente refletida, a
cidade de qualquer onda eletromagnética no vácuo é c,
força é dada por:
que pode ser escrita como:
E 1 2IA
c= =√ F = (Reflexão Total.)
B µ0 0 c

em que E e B são os módulos dos campos em um ins- A pressão de radiação (pr ) é a força por unidade de área.
tante qualquer. I
pr = (Absorção Total.)
Fluxo de Energia: A taxa por unidade de área c
com a qual a energia é transportada por uma onda ele- 2I
pr = (Reflexão Total.)
~ c
tromagnética é dada pelo vetor de Poynting (S):
O Princípio de Huygens: A propagação em
~= 1E
S ~ × B.
~
µ0 três dimensões de ondas como a luz pode ser mode-
lada, em muitos casos, com o auxílio do princípio de
~ (que é também a direção de propagação
A direção de S
Huygens, segundo o qual todos os pontos de uma frente
da onda e a direção do fluxo de energia) é perpendicular
de onda se comportam como fontes pontuais para ondas
~ e B.
às direções de E ~ A taxa média por unidade de área
secundárias. Depois de um intervalo de tempo t, a nova
com a qual a energia é transportada, Sméd , é chamada de
posição da frente de onda é dada por uma superfície tan-
intensidade da onda e representada pelo símbolo I:
gente às ondas secundárias.
1 2 Ē B̄ A lei da refração pode ser deduzida a partir do
I= E ou I = S̄ = .
cµ0 rms µ0
princípio de Huygens se supusermos que o índice de re-

em que Erms = Em / 2. Uma fonte pontual de on- fração de um meio é dado por n = c/v, em que v é a
das eletromagnéticas emite as ondas isotropicamente, velocidade da luz no meio e c é a velocidade de luz no
ou seja, com igual intensidade em todas as direções. A vácuo.
Comprimento de Onda e Índice de Refra- cuja intensidade I é dada por
ção: O comprimento de onda λn da luz em um meio
I = 4I0 cos2 12 φ
depende do índice de refração n do meio:

λ em que
λn =
n 2πd
φ= sin θ
λ
em que λ é o comprimento de onda da luz no vácuo. Por
causa dessa dependência, a diferença de fase entre duas O Interferômetro de Michelson: No inter-

ondas pode variar, se as ondas se propagarem em meios ferômetro de Michelson, uma onda luminosa é dividida

com diferentes índices de refração. em dois feixes que, depois de percorrerem caminhos di-

O Experimento de Young: No experimento ferentes, são recombinados para produzir uma figura de
de Young, a luz que passa por uma fenda em um ante- interferência. Quando a distância percorrida por um dos
paro incide em duas fendas em um segundo anteparo. feixes varia, é possível medir essa variação com grande
As ondas que passam pelas fendas do segundo anteparo precisão em termos de comprimentos de onda da luz,

se espalham na região do outro lado do anteparo e inter- bastando para isso contar o número de franjas de que se

ferem, produzindo uma figura de interferência em uma desloca a figura de interferência.

tela de observação. 2d
N=
A intensidade da luz em qualquer ponto da tela λ

de observação depende da diferença entre as distâncias em que N é o número de franjas deslocadas, d é o


percorridas pelos raios de luz entre as fendas e o ponto quanto o espelho foi deslocado, e λ é o comprimento
considerado. Se a diferença é um número inteiro de de onda da luz incidente.
comprimentos de onda, as ondas interferem construti- A modificação da figura de interferência tam-
vamente e a intensidade luminosa é máxima. Se a di- bém pode ser causada pela inserção de uma substância
ferença é um número ímpar de meios comprimentos de transparente no caminho de um dos raios. Assim, por
onda, as ondas interferem destrutivamente e a intensi- exemplo, se um bloco de material transparente, de es-
dade luminosa é mínima. Em termos matemáticos, as pessura L e índice de refração n, for colocado na frente
condições para que a intensidade luminosa seja máxima do espelho M1 , o número de comprimentos de onda per-
e mínima são: corridos dentro do material será
2Ln
Nm =
d sin(θ) = mλ, p/ m = 1, 2, ... λ
(Máximos, franjas claras.) O número de comprimentos de onda na mesma distância
d sin(θ) = (m + 21 )λ, p/ m = 1, 2, ... 2L antes de o bloco ser introduzido é
2L
(Minimos, franjas escuras.) Na =
λ
em que θ é o ângulo entre os raios luminosos e uma per- Assim, quando o bloco é introduzido, a luz que volta ao
pendicular à tela passando por um ponto equidistante espelho M1 sofre uma variação de fase adicional (em
das fendas e d é a distância entre as fendas. comprimentos de onda) dada por
Coerência: Para que duas ondas luminosas in- 2Ln 2L 2L
Nm − Na = − = (n − 1).
terfiram de modo perceptível, a diferença de fase entre λ λ λ
as ondas deve permanecer constante com o tempo, ou Difração: Quando uma onda encontra um obs-
seja, as ondas devem ser coerentes. Quando duas ondas táculo ou abertura de dimensões comparáveis ao com-
coerentes se combinam, a intensidade resultante pode primento de onda, a onda se espalha e sofre interferên-
ser calculada pelo método dos fasores. cia. Este fenômeno é chamado de difração.
Intensidade das Franjas de Interferência: Difração por uma Fenda: As ondas que atra-
No experimento de Young, duas ondas de intensidade vessam uma fenda estreita de largura a produzem, em
I0 produzem na tela de observação uma onda resultante uma tela de observação, uma figura de difração de uma
fenda que consiste em um máximo central e vários má- Dilatação do tempo: Quando dois eventos
ximos secundários, separados por mínimos situados em ocorrem no mesmo lugar em um referencial inercial, o
ângulos θ com o eixo central que satisfazem a relação intervalo de tempo ∆t0 entre os eventos, medidos com
um único relógio no lugar onde ocorrem, é o intervalo de
a sin θ = mλ, para m = 1, 2, .. (mínimos)
tempo próprio entre os eventos. Um observador situado
A intensidade da onda difratada para um ângulo θ qual- em outro referencial que está se movendo em relação
quer é dada por ao primeiro mede sempre um intervalo de tempo maior
 2 que o intervalo de tempo próprio. Se o observador está
sin α πa
I(θ) = Im , em que α = sin θ se movendo com velocidade relativa v, o intervalo de
α λ
tempo medido é
e Im é a intensidade no centro da figura de difração.
∆t0 ∆t0
Redes de Difração: A rede de difração é um ∆t = p =p = γ∆t0 .
1− (v/c)2 1 − β2
conjunto de fendas (ranhuras) que pode ser usado para
determinar as componentes de uma onda, separando e que corresponde à dilatação do tempo em que β é o
p
mostrando os máximos de difração associados a cada parâmetro de velocidade e γ = 1/ 1 − β 2 é o fator de
comprimento de onda da radiação incidente. A difração Lorentz. Uma consequência importante da dilatação do
por uma rede de N ranhuras produz máximos (linhas) tempo é o fato de que relógios em movimento atrasam
em ângulos θ tais que em relação a relógios em repouso.
Contração do comprimento: O comprimento
d sin θ = mλ, para m = 1, 2, .. (máximos) L0 de um corpo medido por um observador em um refe-
rencial inercial no qual o corpo se encontra em repouso
cuja meia largura é dada por
é chamado de comprimento próprio. Um observador em
λ
∆θml = . um referencial que está se movendo em relação ao refe-
N d cos θ
rencial no qual o corpo se encontra em repouso mede
Os Postulados: A teoria da relatividade restrita
sempre um comprimento menor (na direção do movi-
de Einstein se baseia em dois postulados:
mento) que o comprimento próprio. Se o observador
1. As leis das físicas são as mesmas em todos os re- está se movendo com velocidade relativa v, o compri-
ferenciais inerciais. Não existe um referencial ab- mento medido é
soluto. p L0
L = L0 1 − β2 = .
γ
2. A velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor
A Transformação de Lorentz: As equações
c em todas as direções e em todos os referenciais
da transformação de Lorentz relacionam as coordena-
inerciais.
das espaçotemporais de um evento em dois referenciais
A velocidade da luz no vácuo, c, é uma velo- inerciais, S e S 0 . Se S 0 está se movendo em relação a S
cidade limite que não pode ser excedida por nenhuma com velocidade v no sentido positivo dos eixos x e x0 ,
entidade capaz de transportar energia ou informação. as relações entre as coordenadas nos dois referenciais
Coordenadas de um Evento: Três coordena- são as seguintes:
das espaciais e uma coordenada temporal especificam
x0 = γ(x − vt),
um evento. A teoria da relatividade restrita se propõe a
y0 = y,
determinar as relações entre as coordenadas atribuídas
z0 = z,
a um mesmo evento por dois observadores que estão se
t0 = γ(t − vx/c2 ).
movendo com velocidade constante um em relação ao
outro. Relatividade das Velocidades: Se uma partí-
Eventos Simultâneos: Dois observadores situ- cula está se movendo com velocidade θ0 no sentido po-
ados em referenciais diferentes em geral não concordam sitivo do eixo x0 de um referencial inercial S 0 que está se
quanto à simultaneidade de dois eventos. movendo com velocidade v no sentido positivo do eixo
x de um segundo referencial inercial S 0 , a velocidade θ Efeito Doppler Transversal: Se o movimento
da partícula no referencial S é dada por relativo da fonte luminosa é perpendicular à reta que liga
0 a fonte ao detector, a frequência f medida pelo detector
u +v
u=
1 + u0 v/c2 é dada por
Efeito Doppler Relativístico: Se uma fonte p
que emite ondas luminosas está se movendo com ve- f = f0 1 − β2.
locidade constante em relação a um detector, o compri-
mento de onda medido no referencial da fonte é o com- Momento e Energia: As seguintes definições
primento de onda próprio λ0 . O comprimento de onda de momento linear p~, energia cinética K e energia total
λ medido pelo detector pode ser maior (apresentar um E de uma partícula de massa m são válidas para qual-
desvio para o vermelho), se a distância entre a fonte e o quer velocidade fisicamente possível:
detector estiver aumentando, ou menor (apresentar um
p~ = γm~v (momento)
desvio para o azul) se a distância entre a fonte e o de- 2 2
E = mc + K = γmc (energia total)
tector estiver diminuindo. Se a distância entre a fonte 2
K = mc (γ − 1) (energia cinética)
e o detector está aumentando, a relação entre o compri-
mento de onda medido e o comprimento de onda próprio em que γ é o fator de Lorentz e mc2 é a energia de re-
é dada por pouso da partícula. Essas equações levam às relações
s
1+β
λ = λ0 (Fonte e detector se afastando.) (pc)2 = K 2 + 2Kmc2
1−β
e
Em que v é a velocidade radial (componente da veloci-
E 2 = (pc)2 + (mc2 )2 .
dade na direção da reta que liga a fonte ao detector). Se
a distância está diminuindo, a equação é a mesma, com O valor de Q de uma reação química ou nuclear é o ne-
β substituído por −β. Para velocidades muito menores gativo da variação da energia de repouso do sistema:
que c, a velocidade radial é dada aproximadamente por
|∆λ| Q = Mi c2 − Mf c2 = −∆M c2
v= c
λ0
Em que ∆λ é o deslocamento Doppler do comprimento em que Mi é a massa total do sistema antes da reação e
de onda produzido pelo movimento. Mf é a massa total do sistema depois da reação.

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