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Processos de
Brasagem e Solda
Branda
Elaborado por:
Eduardo C. Mota
Engª Processos – Alumínio Brasado
2ª Edição 2006
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................... 4
1. Definições............................................................................................................. 5
2.2 Consumíveis....................................................................................................... 12
3. Soldabrasagem ....................................................................................................25
9. Referências .......................................................................................................... 48
A brasagem pode ser feita em atmosfera ativa, inerte ou sob vácuo. O uso de
atmosferas protetoras elimina a necessidade de limpeza após a operação, para
eliminar da junta os materiais corrosivos dos fluxos.
Uma série de fatores devem ser considerados no projeto de uma junta brasada. O
primeiro é a composição e a resistência do metal de adição. Geralmente, a resistência
do metal de adição é menor do que do metal base, e então o projeto correto de uma
junta faz-se necessário para obtenção de uma resistência mecânica adequada. O
segundo ponto é a atração capilar, já mencionada anteriormente. Porque o processo
O terceiro fator é o fluxo de brasagem que deve ser apropriado ao tipo de metal de
adição que será usado na brasagem, evitando problemas de carbonização do metal
de adição ou cristalização do fluxo sob a área brasada. O quarto fator é o tipo de
exigência mecânica na junta brasada. Em geral, é preferido que qualquer tipo de
carga a ser aplicada na junta brasada seja transmitida como tensão de ruptura no
lugar uma força de tração. O quinto fator é a composição e a resistência mecânica do
metal base. Em geral, uma junta brasada conforme as recomendações mencionados
pode possuir uma resistência mecânica superior ao do metal de base isolado.
Figura 04: Vários tipos de juntas para brasagem. Teoricamente todas essas juntas podem ser
classificadas como juntas sobrepostas (lap joints)
O metal base tem um efeito primordial na resistência da junta. Um metal base com
alta resistência mecânica produz juntas com maior resistência das aquelas feitas com
metal base com resistência menor, ou seja, deve-se levar em conta para
determinação do ciclo de brasagem, pois um mau dimensionamento pode acarretar
em fragilização da junta brasada. Devem-se selecionar materiais que suportem o ciclo
de brasagem sem sofrer alterações significativas em suas respectivas estruturas,
pois, dependendo do processo de brasagem a ser empregado, o mesmo pode
danificar o metal base.
O metal de adição são ligas ou metais puros que penetram entre as superfícies a
serem unidas, sendo o elemento de junção das partes. A maioria dos metais de
adição não são ligas eutéticas, ou seja, não tem ponto de fusão definido como os
metais puros, mas sim um intervalo de fusão compreendido entre as temperaturas de
solidus e liquidus.
Quando as folgas são largas (acima de 0,15 mm) ou irregulares, ou seja, menos
adequadas para a brasagem, deve-se utilizar metal de adição com intervalo de fusão
maior, trabalhando no meio do mesmo, com a liga ainda “pastosa”, facilitando o
controle da fluidez e conseqüentemente o preenchimento da folga. Nesse caso, o
aquecimento é lento e a probabilidade de defeitos é maior.
Métodos de Aquecimento
2.1 Equipamentos
A válvula não detém chamas retrocedentes, pois seria destruída pelo calor da chama,
porém evita a entrada de acetileno na mangueira de oxigênio e vice-versa. As
2.2 Consumíveis
O acetileno é um gás inodoro e incolor quando puro, tem massa específica de 1,147
kg/m3 e é obtido industrialmente pela reação do carbeto de cálcio CaC2 com água. É
Atualmente na Modine Brasil utiliza-se, de modo geral, as ligas de solda prata, ligas
fosforosas (na verdade silfoscoper) e as ligas para soldabrasagem. Essas ligas serão
as discutidas neste material.
São ligas a base de prata e cobre podendo possuir outros elementos como zinco,
cádmio, estanho, níquel, silício, etc. Possibilitam a união da maioria dos metais
ferrosos e não-ferrosos, com exceção do alumínio, do magnésio e de metais com o
ponto de fusão inferior a 800°C.
Figura 11: - Brasagem de um intercambiador fornecido para MWM, utilizando solda prata como metal
de adição.
Fornecida na forma de vareta, vareta revestida com fluxo, lâmina, fio, pó, anel, verga,
arame tubular, pasta e formatos especiais sob consulta. Basicamente se divide em
dois tipos comumente utilizados, sem cádmio e com cádmio.
Figura 13: - Tabela com as ligas de solda prata sem cádmio (Cortesia Brastak)
Na brasagem por chama realizada na Modine Brasil utiliza-se as ligas com 25% de
teor de prata e com ausência do cádmio em sua composição, classificada pela DIN
EN 1044 AG 108 e, a liga com 35% de teor de prata e com cádmio em sua
composição química, classificada pela AWS A5.8 BAg-2.
Ligas Fosforosas
Não é indicada para a brasagem de ferro, níquel e aço, pois há formação de frágeis
camadas intermediárias não proporcionando uma resistência mecânica satisfatória.
Figura 15: - Brasagem da mangueira x tanque, utilizado na linha agrícola, utilizando solda silfoscoper
como metal de adição.
Os fluxos não devem ser utilizados para a limpeza das superfícies a serem brasadas
e, para que seja obtido um resultado satisfatório, necessita-se que tais superfícies
estejam previamente limpas, antes de aplicar o fluxo.
É importante lembrar que os fluxos dissolvem somente óxidos metálicos e não tem
ação nenhuma sobre resíduos orgânicos.
Figura 18: - Tabela com os principais fluxos e suas respectivas faixas de atuação (Cortesia Brastak)
Além dos fluxos pastosos existem os fluxos gasosos aplicados pela chama. Este
processo é comercialmente conhecido como Gasflux®, sendo que este processo
complementa um sistema de brasagem por chama convencional e baseia-se na
Tem aplicação em soldabrasagem com latão, brasagem com prata, silfoscoper, ligas
de zinco e níquel, a temperaturas acima de 600 ºC.
• A pressão da chama afasta, por vezes, o fluxo ainda não derretido do ponto a
ser brasado. Tem-se desta forma, superfícies com falta de fluxo e,
conseqüentemente, falta de proteção;
Gases Combustíveis
Figura 21: - Tabela com os principais gases e suas respectivas temperaturas na chama
Para a formação da poça de fusão, a ponta do cone interno é colocada de 1,5 a 3mm
da superfície da peça e mantida nesta posição até a fusão do metal de base. A chama
é posicionada formando um ângulo de 45 a 60 graus com a peça.
Vantagens Limitações
¾ A brasagem pode ser executada em todas as
posições;
9 Exige habilidade do soldador-brasador;
¾ Baixo custo;
9 Tem baixa deposição;
¾ Equipamento portátil;
9 Conduz a um superaquecimento;
¾ Não necessita de energia elétrica;
9 Apresenta riscos de acidentes com os
¾ Permite fácil controle da operação;
cilindros de gases.
¾ Pode ser empregado em praticamente todos
os metais;
¾ Fácil automação.
Possibilita a união de materiais dissimilares, como por exemplo: aços carbonos com
cobre e suas ligas, bronzes, latões, ferros fundidos e ligas de níquel.
Os metais de adição mais utilizados são: latão, e alpaca, com temperatura de trabalho
em torno de 900ºC.
Brasagem em forno;
Brasagem por imersão em banho de sal;
Brasagem a vácuo;
Brasagem por chama – sistema automático;
Brasagem por chama – maçarico.
Figura 25: - Reparo de um radiador de alumínio brasado, através do processo de brasagem por
chama
A maioria das ligas de alumínio podem ser brasadas. As ligas não tratáveis
termicamente com melhor desempenho na brasagem são: 1050, 1100, 3003, 3004 e
5005. As ligas da série 5XXX com teor de magnésio superior a 2% são difíceis de
brasar.
As ligas de fundição são muito mais difíceis de brasar, pois apresentam condições
ruins para molhagem (umectação) pelo metal de adição, e tendem a conter grandes
quantidades de gases e contaminantes, que se expandem durante a brasagem.
As ligas de adição para brasagem são basicamente ligas de alumínio e silício, com
composição eutética ou próximo dela, possuindo temperaturas de fusão abaixo
daquelas das ligas base a serem unidas. A liga de adição mais usual é a 4047, que
contém 12% de silício, e possui um intervalo de fusão entre 577 a 582ºC.
Figura 26: - Tabela com os metais de adição para brasagem em alumínio (Cortesia Alcan)
Neste tópico será abordado somente o processo de brasagem por chama, pois no
próximo item será detalhado o processo de brasagem por forno.
Portanto, em muitas aplicações, a brasagem por chama pode ser uma alternativa boa
para soldagem por fusão, especialmente em espessuras de até 3,00mm. A chama
normalmente empregada na brasagem do alumínio é a oxiacetilênica, embora outros
gases possam ser utilizados. A fim de distribuir melhor o calor, a chama redutora e
moderadamente branda é a que produz melhor resultado. Após o pré-aquecimento
Neste processo as peças são montadas com o metal de adição e o fluxo, e tanto
podem ser colocadas dentro de um forno (mais artesanal), quanto podem passar por
dentro de um forno através de uma esteira (mais produtivo).
Vários processos tem sido desenvolvidos para reduzir e eliminar o fluxo na brasagem
de componentes, especialmente o alumínio. Desenvolvimentos não cessam quanto
ao processo, metais de adição, equipamentos e outros itens envolvidos no processo.
Neste material focaremos, especificadamente, a brasagem de alumínio em forno com
atmosfera controlada e, do aço inoxidável, em forno a vácuo.
5.1 Fluxos
Os fluxos a base de cloretos atuam através do seu ingresso ao longo das trincas
existentes no óxido, as quais tornam-se mais abertas quando o alumínio é aquecido.
Num momento posterior, o fluxo penetra entre o metal e o óxido de modo a remover o
último e permite que ocorra a coalescência entre o metal de adição e o metal base.
Outro fator de vital importância no projeto da junta para se obter boa qualidade na
junção é a sua folga. Ela depende de vários fatores, incluindo o processo de
brasagem, a largura da sobreposição e a liga do metal de adição. Em geral folgas de
0,13 a 0,25mm podem ser usadas para todas as juntas, exceto as juntas sobrepostas
com mais de 6,3mm de sobreposição.
Figura 30: - Ilustração sobre o processo de brasagem, onde é mostrado o tubo (core), aleta (air
center) e o metal de adição (braze filler) [cortesia Seco Warwick]
Figura 31: - Blocos de resfriador de óleo saindo do desengraxe térmico e se dirigindo para a
fluxagem por imersão – no detalhe os dispositivos de brasagem
As partes a serem brasadas, assim como o material de adição, devem ser totalmente
limpos de modo a eliminar quaisquer vestígios de sujidade, resíduos de óleo e graxas
e outras impurezas, a fim de se obter juntas brasadas satisfatórias. As ligas não-
tratáveis termicamente (1001, 3003 e 3004), normalmente antes de serem brasadas
necessitam apenas de pré-tratamento de desengraxe. Entretanto, quando o metal
possui um filme de óxido espesso, como também no emprego de ligas tratáveis
termicamente, ambos requerem um tratamento químico após o desengraxe para
remoção do filme de óxido.
As ligas de adição para brasagem CAB são basicamente ligas de alumínio e silício,
com composição eutética ou próxima dela, possuindo temperaturas de fusão abaixo
daquelas ligas base a serem unidas. A liga de adição mais usual é a 4047, quem
contém 12% de silício e possui um intervalo de fusão de 577 a 582ºC.
As ligas de adição para brasagem são disponíveis em diversas formas, tais como:
arame, vareta, folha, pó metálico misturado com fluxo, pasta associada com fluxo e
chapa “CLAD” (chapa com recobrimento de metal de adição de um ou de dois lados).
As folhas de alumínio com CLAD consistem de duas camadas, a liga base e o CLAD.
O CLAD é uma camada fina de 5 a 10% da espessura total da folha e pode servir
para aumentar a resistência da superfície á corrosão ou como elemento de fusão na
brasagem de trocadores de calor. No ultimo caso o CLAD têm ponto de fusão mais
baixo que a liga base. Ao passar o trocador no forno de brasagem funde-se apenas o
CLAD, fazendo a ligação entre os diferentes elementos do trocador de calor
(cabeceiras, aletas, tubos, etc.).
Figura 32: - Tabela com ligas de adição para brasagem CAB (Cortesia Alcan)
Para realizar a brasagem com uma chapa CLAD basta unir mecanicamente os
componentes e elevar a temperatura até que se atinja a temperatura de fusão da liga
do CLAD que tem a função de metal de adição.
Carregamento do Forno
Figura 37: - Divisões presentes em um forno de atmosfera controlada (cortesia Seco Warwick)
5.7 Equipamentos
Basicamente os equipamentos para brasagem por atmosfera controlada são
constituídos de fornos contínuos para brasagem de trocadores de calor em alumínio,
com aquecimento a gás em atmosfera controlada de nitrogênio, velocidade de
operação compreendida entre 200 e 2000 mm/min e temperatura máxima de 650ºC,
constituído de mufla estanque construída em aço inoxidável e dotada de cortinas
metálicas em suas extremidades, sistema de pré-aquecimento, com duas zonas, e
câmara principal de brasagem, com três zonas de aquecimento, com termopares em
cada zona de aquecimento para controle da temperatura, com controlador lógico
programável (CLP).
Figura 39: - Forno de brasagem com atmosfera controlada - CAB (Cortesia da KDDI Corporation)
Este método é uma variação do método anterior, apenas ao invés de se ter uma
atmosfera controlada, tenta-se ter a ausência de uma atmosfera. Existem as variantes
de baixo vácuo e alto vácuo, sendo os primeiros recomendados para materiais que
são voláteis na temperatura de trabalho e o segundo para materiais que tenham
óxidos de difícil remoção.
Figura 44: - Resfriadores de óleo – tipo oil cooler brasados em forno a vácuo (Cortesia da Modine)
Na brasagem de oil cooler uma lâmina fina de cobre é posta entre as placas, agindo
como o metal de adição. Logo os conjuntos montados são postos no forno, onde o
mesmo atinge a temperatura de fusão do metal de adição (no caso do cobre, 1083ºC),
efetuando assim a brasagem.
Ar atmosférico
Forno de Brasagem Nitrogênio Vácuo
(aberto)
Manutenção do Forno
Corrosão por fluxo Fácil Problemas de vazamento
e Reparo
Método de
Convecção Convecção Radiação
Aquecimento
Qualidade da
Boa Excelente Boa
Brasagem
Alto consume de Fluxo é caro, mas usado Escala pequena para vários
Ponto Fraco
fluxo em menor quantidade. produtos
O chumbo já foi muito utilizado na composição dos metais de adição para solda
branda, porém vem sendo substituído progressivamente pelo cobre e pela prata,
devido ao fato do chumbo ser um metal altamente tóxico, não podendo ser utilizado
em componentes de indústrias alimentícias e de água potável, bem com quaisquer
outros que possam direta ou indiretamente entrar em contato com o organismo
humano. Sua utilização torna-se cada vez mais restrita, até mesmo em componentes
que não entram em contato com o organismo humano, uma vez que existem
alternativas equivalentes e sem riscos à saúde.
7.2 Fluxos
Assim como no processo de brasagem por chama, a soldagem branda requer o uso
de fluxo.
MODENESI, Prof. Paulo & MARQUES, Prof. Paulo Villani. Introdução aos
Processos de Soldagem. Departamento de Engenharia Metalúrgica – UFMG, Belo
Horizonte, 2000.