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artefíssil
ANDREAS HUYSSEN
Culturas do
passado-presente
modernismos, artes visuais,
políticas da memória
TRADUÇÃO
Vera Ribeiro
(OnTRAPonTO
© Andreas Huyssen, 2014
© William Kentridge com referência a suas imagens
© Nalini Malani com referência a suas imagens
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
ISBN 978-85-7866-098-7
Apresentação 11
Geografias do modernismo em
um mundo globalizante 19
Resistência à memória:
usos e abusos do esquecimento público 155
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r Guillermo Kuitca é um modernista posterior ao~ ernismo, sem ser pós-mo-
(fe;nista; um artist u onfia na intur~mo modo de c;ühêCêr o -mu~do
L_através_ d- forma estética estrnrnr~da É umpintor poste~io~ à -pintura, tradU=-
zindo explosões subjetivas neoexpressionistas e uma arte conceitual; é argentino
à maneira de Borges e do tango, mas sem estampar uma carteira de identidade
latino-americana; é um artista internacional que decidiu continuar a trabalhar
em sua cidade natal, Buenos Aires, em vez de levar uma vida de exílio nas me-
trópoles do norte em que seu trabalho fez sucesso. São contradições e mais
contradições, todas constitutivas de sua produção artística, sumamente versátil.
As múltiplas séries de pinturas, desenhos e objetos que ele produziu nas
últimas duas décadas e meia, e que o catapultaram à primeira fila de artistas
da América Latina, são instigantes pela intensidade serena de suas formas
I espaciais, suas cores vibrantes e seu uso deliberado e sugestivo da repetição e
I ,-Ia.,Para Kuitca, que evita exp icitamente arte polít~a pintura não é um
J
- mbo~a faça do espaço o objeto da pintura, ele não o faz de maneira mi-
mética, representando lugares concretos e visíveis, mas empregando represen::
" !açõe~ formalizadas do espaço: mapas, módulos, plantas baixas d;teatro-;-;u
~ de apartamentos, mapas urbanos e mapas rodoviários impressos em superfícies
t de colchões. A pintura como cartografia revela a ambição epistemológica do
seu trabalho, que almeja compreender nosso mundo, ao mapear sua realidade
fugidia. Os mapas representam poder, conquista e controle, bem como orien-
tação. O objetivo dos experimentos cartográficos de Kuitca, porém, é tudo,
menos contribuir para a linguagem do poder, tão central na criação de mapas.
(~ mapas, ao contrário, abrem espaços imagi~árlos, instauram uma espécie
\ de desvio da ideia aceita do mapa m vez de simplesmente oferecerem orienta-
ção, tendem a colocar o espectador num limbo espacial e temporal. Os mapas,
é claro, tinham sido um tema central nos textos de Borges, e há uma grande
40 Andreas Huyssen
afinidade eletiva entre ele e Kuitca. Os mapas e o mapeamento também tinham
surgido como um grande tema do discurso pós-modernista da década de 1980,
com sua afirmação exagerada de que o pós-modernismo privilegiava o espaço,
enquanto o modernismo privilegiava o tempo - um binário reducionista que a
obra de Kuitca mais contribui para questionar do que para confirmar.
-
do quadro, como se elas estivessem prestes a ser executadas. Todos os trabalhos
( dessa série exsu..Qamum senso de alienação, de deslugar, de imutabilidade.
Se a cama costuma- - --
ser percebida como lugar do nascimento, da sexualida-
de e da morte, essencial para qualquer concepção de intimidade e família, uma
interpretação psicanalítica pareceria sugerir-se. Nesse caso, Nadie olvida nada
poderia ser o diagrama de um espaço e um processo de memória e recalcamen-
to que é central para o inconsciente freudiano. Apesar de plausível, tal leitura
não basta. O ano dessa série e a "absorção absoluta" da qual ela emergiu são
significativos." Numa entrevista, Kuitca disse: "1982 foi um ano muito febril
na Argentina, com a ditadura entrando em colapso. A Guerra das Malvinas
introduziu a ação coletiva na cultura.I" Ação coletiva é algo que essa série de
pinturas não foi. Mas, e se a intensidade do momento histórico houver tido
algo a ver com a "concentração absoluta e compromisso absoluto" e com o
"momento quase milagroso" que assistiu ao nascimento da sériei"
Ninguém esquece nada: quem seria o "ninguém" do título? O que é o
nada? A que se refere o esquecimento? Fica claro gue essa série de pinturas é
!].arcada por uma resistência ao esquecimento. Não é de admirar que tenha
sido interpretada em relação ao terror perpetrado pela ditadura militar contra
sua população, de 1976 a 1983 - um tema central em muitas das principais ,
42 Andreas Huyssen
Ninguém esquece nada
I produções
-
artísticas da Argentina desde a década de 1980. Mas o enunciado
do título é uma simples declaração na negativa, e não uma exigência enfática,
como no relatório Nunca más, preparado pela comissão nacional de 1983 que
investigou os crimes do regime, depois de sua queda. Em sua continência lin-
guística e pictural, essa série ~ão seyr~ta para campanhas políticas nem para
j o discurso moralizante que viria a se tornar tão dominante na cultura interna-
cional da memorialização e do testemunho da década de 1990.
As cenas são rivadas: uma cama, figuras individuais. Mas, é claro, sabemos
co~o os espaços de intimidade resso~ nas ditadur;;'- reiteradamente invadi-
dos pela violência estatal. A ditadura anula a separação entre o público e o pri-
\ vado, quando as pessoas são arrancadas de suas camas e presas em suas casas,
~urante a madrugada) Vêm-nos à lembrança o quarto e as esculturas de móveis
de Doris Salcedo, mas, enquanto a violência é acentuada no trabalho dela com
peças de mobiliário (fragmentos de ossos incrustados, móveis violentamente
tirados uns nos outros), a série de Kuitca não fornece nenhuma pista desse tipo.
O nada capta a ausência, o vazio em que foram lançados os argentinos desapa-
recidosjÉscl implícita no- título, é claro, a ideia de que todos se lembram de
tudo. Mas tal afirmação é impossível, pois o que aconteceu com cada desapareci-
do no cativeiro não poderá ser lembrado enquanto permanecer não documenta-
do. De repente, há um significação adicional o fato de todas as figuras da série
• serem esquematicamente desenh-;da~e vistas de costa~. A ausência de rostos
.<..--- --- ---
aponta para o esvaziamento da individualidade pelo terrorismo de Estado E o
I
Em termos
-- --
experiência subietiva e a,
representação objetiva do terrorismo de Estado, Q espaço imaginário da me-
~ mória - e a memória é sempre imaginada, não real - é mais bem reservado.
ais imediatos, essa negação do eu e da subjetividade situa-se
~um-;-l ga linha de tradição que vai de Franz Kafka a Samuel Be~É UQ1
{ , A cama é um palco. Em sua supicie é poss~ ;raçar uma linha. A cam~ \"
/" torna-se um apartamento. A cama é uma cidade. Em última análise, a cama C~
_~j, o teatro. No começo, ela aparece num q~ grande, num espaço amplo, ~
~ com pequenos objetos. A cama torna-se um modo de dispor o espaço."
/
L
parte alguma é uma espécie de condenação à errânciaf
\
Dada a origem judaica
® Andreas Huyssen
de sua família, essa é uma clara referência a Ahasverus, o judeu errante. Seus
avós imigrantes vieram de Odessa, na Ucrânia, e a referência a Odessa aparece
várias vezes em seus primeiros quadros sobre o palco: ele incorpora uma foto
da famosa cena de O encouraçado Potemkin, de Eisenstein, na qual um carri-
nho de bebê rola escada abaixo. Essa referência evoca o tipo de violência polí-
tica - um dos temas do filme de Eisenstein - que forçara seus ancestrais ao
I exílio. É claro que seu comentário sobre o indivíduo condenado a ser errante o
!
recoloca imediatamente numa identidade, mas é a identidade de uma diáspora
na qual a segurança do lugar e o conforto da pertença são negados.
Ao mesmo tempo, sua fuga da identidade tem uma fonte mais contemporâ-
r nea nas revoltas políticas da Argentina. "A diáspora me parece uma imagem
perfeita do que conheço", observou ele à crítica Leah Ollmann. "Para mim, a
diáspora argentina foi muito mais importante que a judaica. Foram tempos
1 terríveis. Senti um ódio profundo da Argentina."? Apesar disso, ele permane-
ceu e continuou a trabalhar em Buenos Aires. Theodor Adorno definiu o exílio,
~ certa vez, dizendo que casa é o haver escapado uitca nunca foi para o exílio, - J
mas o projeto de sua pintura é fugir das fixações e determinações de lugar. As-
=- -
\ sim, ele encontra uma espécie de exílio imaginário em casa, enquanto seus
trabalhos são fisicamente exilados e encontram sua casa em galerias e museus
no exterior. Claramente, a predileção de Kuitca por um limbo espacial e tem-
poral, já muito pronunciada em suas primeiras grandes séries de quadros, não
é apenas uma idiossincrasia, mas uma rea ão consciente_à ex eriência históri- ,
(
'. ~o O paradoxo é que a ró ria dissolução do eSj:)açoe d~po, tão carac:.1
terística de sua obra, tem por base as experiências argentinas de imigração,
exílio político e desaparecimento. Não se escapa tão facilmente da identidade.
- O limbo espacial e a desorientação temporal são traços formais essenciais
'I dos escritos de Kafka e de Beckett, assim como da obra de Kuitca. E o que resta
de ois da evasão do lu ar é o es a o o es aço abstrato. "Meu jeito de conhecer
o mundo talvez resida nesse movimento em que o mundo é apagado."!' O apa-
gamento do mundo é algo que também vemos praticado nos escritos de Beckett e
de Kafka: o teatro progressivamente esvaziado de figuras, de enredo, de teatrali-
dade, do mundo, como em Beckett; a narrativa esvaziada de espaço definível, de
I heróis individualizados, de uma trama estável, como em Kafka. "O que você está
1 vendo?", pergunta Hamm em Fim de partida, de Beckett, quando manda Clov
, ( olhar pela janela. Clov responde: "Zero ... cadaverizado ... acabou tudo ... cinza ...
preto claro. ''1y'Ora, as imagens de teatros de Kuitca, centrais para seus trabalhos
do início da década de 1980 e, mais uma vez, da de 1990, não são cinzentas. São
explosivamente coloridas, a não ser pela última da série de 1995, que é um palco
azul-acinzentado e monocromático, cujo contorno mal chega a ser traçado - o
46 Andreas Huyssen
San Juan de Ia Cruz
evidente num trabalho dividido em seis fileiras horizontais de três quadros cada
uma, sendo a fileira superior e a inferior cortadas ao meio pela moldura, cada
uma contendo um pedaço de mapa. Obviamente, o formato ecoa a organização
espacial dos mapas panorâmicos ou dos detalhes de mapas em guias de estradas
ou cidades, nos quais cada quadro seria numerado, assim remetendo o leitor
a outro mapa detalhado. A mescla de escuridão e luz nos quadros individuais
assemelha-se à estrutura dos vitrais de catedrais da Idade Média, mas a densi-
dade das linhas que designam as ruas ou estradas lhes confere a aparência de
estilhaços de vidro que simplesmente ainda não caíram de sua moldura. Esse
trabalho de 1992, quinquagésimo aniversário da conferência de Wannsee em
l~ material apresentad ~ --
no tema arquitetônico desses módulos, através de transformações imaginativas
- Espinhos e ossos são recorrentes nos contornos das
plantas baixas, enquanto palavras emolduram o espaço de um apartamento
em Gimme shelter [Acolha-me], de 1992{Çomparadas a~s quadros de ~trq,~
do começo da década de 1980, as plantas baixas marcam mais um passo na I
48 Andreas Huyssen
I, __
Volta para casa
()~
Somente nos trabalhos a partir de 2002, mais ou menos, é que ele identifica
os teatros - quase todos, casas famosas -, o que sem dúvida aumenta a comer-
ciabilidade dessas pinturas. A denominação, nesse caso, caminha de mãos da-
das com a dissolução e fragmentação das imagens. Especialmente admirável é
uma série de trabalhos sobre teatros criada em 2005, em densas camadas de
diferentes materiais sobre papel, representando a Ópera de Paris em tons de
vermelho-escuro que sobem em zigue-zague, como se a casa estivesse pegando
fogo e ruindo sobre si mesma; os balcôes do Stage Theater de Nova York pin-
tados de preto acima da orquestra, esta em vermelho, desintegrando-se em um
sem-número de tirinhas de papel preto coladas no fundo de papel branco; e o
Festspielhaus de Bayreuth, que parece um núcleo brilhante de brasas em meio
a um fundo negro como piche. O tema da desintegração, da desarticulação, do
_desastre~e~a-se ~m todos os dez quadros da série~ a crescente obsessão
(
de Kuitca com Richard Wagner, principal objeto de suas pinturas de capas de
discos, de 2002, também retoma esse tema. Tudo isso sugere o fim do teatro,
em vez de sua glória. Mas que fim espetacular constitui!
E há ainda a sugestão de mais uma tese filosófi91 que emana da técnica de
. dissolver, embotar e apagar adotada por Kuitca/~as imagens arquitetõnicas
tiradas da Encyclopédie de Diderot, o mesmo efeito é obtido pela aplicação de
\
água e vapor a imagens manipulad~oshop e impressas em papelfotos-
r· -
~ sensível. Nessa série, datada de 2002, a dissolução e o apagamento têm uma
\ dimensão temporal muito acentuada. As imagens dão a impressão de haverem
, ficado em ruínas com o correr do tempo. O livro de Diderot representa o .!!U..::
@ Andreas Huyssen
} ~nis.tpo, o século das luzes. e a E~nç.'l-.9ue el~~mento~a modernidade.\
Assim, esses trabalhos podem apenas sugerir que o Iluminismo está desa are- )
cendo ie vista;0ütalvez façam a afirmação ainda"'mais incisiva de ..9~e~tr~i.:- \
ção iluminista está em ruínas, como se vê na destruição das próprias páginas da.
enciclopédia e das imagens arquitetônicas que elas representam. A obra, (~la::; I
, ro não dá respostas inequívocas a essas perguntas. Mas faz o espectador refle-
\_tir ~~rise de uma modernid-;d-;-e7clarecida ~undo contemporâneo. I
_ _ ,J_
, das plantas det;ssentos de teatro, os diagramas dessa série também são objets J.
-'
'" ~
~-~~~1~
Guillermo Kuitca: pintor do espaço @
The Tablada Suite VI
52 Andreas Huyssen
) ( dos e monocromáticos, dão uma sensação de fechamento, quase todos o fazem1
_emtermos de tristeza, desolação e consciência do fim inevitável da vida, não
em termos do poder do espaço institucional para subjugar e disciplinar: O ce-
mitério, aqui chamado La Tablada, é não apenas o início da série, mas também
seu fim, seu télos, lugar de outro tipo--- --
de apagamento do mundo. Também seria
..••..------
possível descrever a Tablada Suite como algo que oferece naturezas-n:ortas das I
lil'StltUições- uma nature morte que não é a primeira, mas a segunda natureza I
I
- da casa de espetáculos, tal como representada na série Puro Teatro ou nos
( trabalhos mais recentes em papel, a partir de 2005. Em Trauerspiel e Termi- •
" nal, contudo, o lugar é deslocado para o deslugar do aeroporto. Essas duas
inturas podem ser lidas como u réquiem para o teatro.
5~ Andreas Huyssen
mente instalada";" Isso realmente distingue as condições históricas da produ-
ção artística do início do século XX e seus mercados vorazes de produtos dos
mercados de cem anos antes. O livro d~lark, melancolicamente intitulado
Farewell to an Idea: Episades [rom a Hzstory af Madernism [Adeus a uma
ideia: episódios de uma história do modernismo], afg-ma que "o passado mo-
dernista já é uma ruína" não por havermos entrado numa era abençoada do
pós-moderno, mas porque a m~dernidad~ do futuro, para a gual o modernis-
mo olhava com esperança e exp;;Ztativa, finalmente chegou. E ele conclui: "Q
pós-modernismo confunde as ruínas dessas representações ameriore;f ...] com
á ruína a própria modernidade, sem ver que o que estamos vivendo é a vitó-
ria da rnodernidade. "20 De fato, a modernidade pode ter triunfado de manei-
ras imprevistas em nossas sociedades de consumo plenamente desenvolvidas,
dirigidas pelo capital empresarial e pela globalização financeira. Mas, se o
modeElismo é a nossa Antiguidade, como afirma Clark, am em eve ser os-
slvel continuar a tra a ar a partir as ruínas desse edifício tanto quanto fez
-----------
o próprio modernismo com a herança cultural de épocas anteriores.
--- -----
É nesse ponto que Kuitca entra em cena. Para ele, ~ na tradição do.)
(modernismo é r~sistir Se a pintura modernista? desde os impressionistas, pas-
sando por Cézanne, até os cubistas, os futuristas, os surrealistas e os expres-
sionistas abstratos, tornou-se ruinosa, essa própria condição de ruína é bri-
~------------~~
lhantemente articulada ~ pintura de Kuitca. É nesse -- ponto que ele, como----
pintor do espaço, revela-se também pintor do tempo. Com efeito, toda a sua
, I obra pode ser vista como<[ma reflexãOcontínua e uma exploração ambicios<!.J
tAa vid_após-morte do modernisI!!<2. no nosso mundo globalizante de capitalis-
mo consumista~ A obra de Kuitca não se situa, de modo algum na cQl!.enfD,
artística pós-moderna dominante nos nos2Qs dia~ Mas, ao nos lembrarmos de
que o próprio modernismo operou de maneiras assíncronas e assimétricas por
todo o globo, ~vez sua cQntinuação em Kuitca seja possível por estar sendo
articulada na periferia,Ámde é óbvio que a modernidade não triunfou como na
metró ole. Talvez a atração que a obra de Kuitca exerce sobre nós tenha algo
a ver com o fato de ela vir de uma distância considerável dessa modernidade
-- ---:----
triunfante, de um lugar que não teve de vivenciar os violentos ataques movi-
d-;;'spelo .mercado contra o modernismo clássico, tais como os testemunhamos
nos Estados Unidos, sob a rubrica de pós-modernismo. Kuitca ainda é um
I( pintor jovem, na casa dos qu% ta anos. A questão, é claro,~e!.por_ qua~-
, to tempo seu projeto pictural, arqueado entre representação e abstração, po-
I derá sustentar-se. Entrement~ são intenso;-iOs p~zeres esréncos e epistemo-
J lógicos que podemos extrair da apreciação de um corpo de obras de arte de
tamanha ambição intelectual e de execuçã o tão sensual.
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-;", •. ).:;y.
I Kathryn Hixson, "No Home at Ali: An Interview with Guillermo Kuitca", The New Art Examiner,
fevereiro de 2000, p. 42.
2 Tradução para o inglês de Sperone Westwater, fornecida pela galeria de Kuitca, para Graciela Spe-
ranza, "Dialogue with Guillermo Kuitca", de Sonia Becce (org.), Guillermo Kuitca: Obras 1982-
1998. Conversaciones con Graciela Speranza, Barcelona, Grupo Editorial Norma, 1998.
3 Adrian Dannatt, "Opera Works", The Art Neu/spaper n." 131, dezembro de 2002, p. 28.
4 Speranza, "Dialogue wirh Guillermo Kuitca".
5 Karen Wright, "Mapping Kuitca", in Guillermo Kuitca: Theater Collages, Zurique, Berlim e Nova
York, Ed. Scalo, 2005.
6 Speranza, "Dialogue with Guillermo Kuitca".
9 Leah Ollmann, "An Artist Finds His Place in the World", Los Angeles Times, Calendar, 11 de junho
de 1995, p. 55.
10 Lynne Cooke, "Iterations: Letters Between Lynne Cooke and Guillermo Kuitca", in Guillermo Kuit-
ca, Rio de Janeiro, Centro de Arte Helio Oiticica, 1999, p. 96.
15 Ibid., p. 13.
16 Ver Michel Foucault, Discipline and Punish: The Birth of the Prison, Nova York, Vintage/Random
House, 1979 r Vigiar e punir: nascimento da prisão, trad. Raquel Ramalhete, Petrópolis, RJ, Vozes,
21" ed., 1999].
17 Walter Benjamin, The Origin of German Tragic Drama, Londres, New Left Books, 1977 I Origem
do drama trágico alemão, edição e trad. João Barrento, Belo Horizonte, Autêntica, 2011].
18 Inés Katzenstein, "Some Thoughrs on Guillermo Kuitca in Buenos Aires", in Guillermo Kuitca:
Obras 1982/2002, catálogo de exposição, Madri, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia,
2003, p. 290 .
•• ( 19 T. J. Clark, Farewell to an Idea: Episodes [rom a History of Modernism, New Haven e Londres, Yale
University Press, p. 3.
20 lbid., p. 2-3.
56 Andreas Huyssen