Turma: __________
Ano: ____________
• SEMICONDUTORES
• DIODO RETIFICADOR Professor: GODOY
• DIODO ZENER
• TRANSISTOR BIPOLAR
• AMPLIFICADOR OPERACIONAL
120217
ELETRÔNICA ANALÓGICA I
1 Semicondutor
A eletrônica se desenvolveu espantosamente nas últimas décadas. A
cada dia, novos componentes são colocados no mercado, simplificando o
projeto e a construção de novos aparelhos, cada vez mais sofisticados. Um
dos fatos que contribuiu de forma marcante para esta evolução foi a
descoberta e a aplicação dos materiais semicondutores.
O primeiro componente fabricado com materiais semicondutores foi
o diodo semicondutor que é utilizado até hoje para o entendimento dos
circuitos retificadores, ou seja, aqueles que transformam CA em CC.
1.3 Dopagem
A dopagem é o processo químico que tem por finalidade introduzir
átomos estranhos (impureza) na estrutura cristalina de uma substância pura
como o germânio e o silício, por exemplo. Esses átomos estranhos a estrutura
cristalina são denominados impurezas. Esse elétron isolado tem a característica de se libertar facilmente do
A dopagem, que é realizada em laboratórios, introduz no interior da átomo e de vagar livremente dentro da estrutura do cristal, constituindo-se
estrutura de um cristal uma quantidade controlada de uma determinada um portador livre de carga elétrica.
impureza para transformar essa estrutura num condutor. A forma como o É importante notar que, embora o material tenha sido dopado, seu
cristal conduzirá a corrente elétrica e a sua condutibilidade dependem do tipo número total de elétrons e prótons é igual, de forma que o material continua
de impureza utilizado e da quantidade de impureza aplicada. eletricamente neutro.
Nesse cristal, a corrente elétrica é conduzida no seu interior por
1.4 Cristal N cargas negativas. Veja representação esquemática a seguir.
Quando o processo de dopagem introduz na estrutura cristalina uma Observe que o cristal N conduz a corrente elétrica
quantidade de átomos com mais de quatro elétrons na última camada, como independentemente da polaridade da bateria.
o fósforo (P), que é pentavalente, forma-se uma nova estrutura cristalina
denominada cristal N.
Dos cinco elétrons externos do fósforo, apenas quatro encontram um
par no cristal. Isso possibilita a formação covalente. O quinto elétron do
fósforo não forma ligação covalente porque não encontra, na estrutura, um
elétron que possibilite essa formação. No cristal semicondutor, cada átomo
de impureza fornece um elétron livre dentro da estrutura.
2 Diodo semicondutor
O diodo semicondutor é um componente que se comporta como
condutor ou isolante elétrico, dependendo da forma como a tensão é
aplicada aos seus terminais.
Uma das aplicações mais comuns do diodo é na transformação de
corrente alternada em corrente contínua como, por exemplo, nos
eliminadores de pilhas ou fonte CC.
A ilustração a seguir mostra o símbolo do diodo, de acordo com a
norma NBR 12526.
Observação
Não é possível medir a tensão da barreira de potencial utilizando um
voltímetro nos terminais de um diodo porque essa tensão existe apenas
dentro do componente.
O diodo continua neutro, uma vez que não foram acrescentados nem
retirados portadores dos cristais.
Nesta situação, os portadores livres de cada cristal são atraídos pelos • quando em condução (polarização direta) conduzisse a corrente elétrica
potenciais da bateria para as extremidades do diodo. Isso provoca um sem apresentar resistência, comportando-se como um interruptor
alargamento da região de depleção porque os portadores são afastados da fechado.
junção.
• quando em bloqueio (polarização inversa), ele se comportasse como um
isolante perfeito, ou um interruptor aberto, impedindo completamente a
passagem da corrente elétrica.
Todavia, devido às imperfeições do processo de purificação dos
cristais semicondutores para a fabricação dos componentes, essas
características de condução e bloqueio ficam distantes das ideais.
Na condução, dois fatores influenciam nessas características: a
barreira de potencial e a resistência interna.
A barreira de potencial, presente na junção dos cristais, faz com que
Como não existe fluxo de portadores através da junção, a polarização
o diodo entre em condução efetiva apenas a partir do momento em que a
inversa faz com que o diodo impeça a circulação de corrente no circuito
tensão da bateria atinge um valor maior que a tensão interna da barreira de
elétrico. Nesse caso, diz-se que o diodo está em bloqueio.
potencial.
A resistência interna faz com que o cristal dopado não seja um
condutor perfeito. O valor dessa resistência interna é geralmente menor que
1Ω nos diodos em condução.
Um circuito equivalente do diodo real em condução apresenta os
elementos que simbolizam a barreira de potencial e a resistência interna.
Na maioria dos casos em que o diodo é usado, as tensões e O circuito equivalente do diodo real em bloqueio apresenta esta
resistências externas do circuito são muito maiores que os valores internos do característica.
diodo (0,7V; 1Ω ). Assim, é possível considerar o diodo real igual ao diodo
ideal no que diz respeito à condução, sem provocar erros significativos.
No circuito a seguir, por exemplo, a tensão e a resistência externa ao
diodo são tão grandes se comparadas com os valores do diodo, que a
diferença entre eles se torna desprezível.
𝑉 49,3 𝑉 50
𝐼= = = 0,0328𝐴 𝐼= = = 0,0333𝐴
𝑅 1501 𝑅 1500
TIPO IF [A]
1N4001 1,0
MR504 3,0
3 Circuitos Retificadores
3.1 Retificação
Retificação é o processo de transformação de corrente alternada em
corrente contínua, de modo a permitir que equipamentos de corrente
contínua sejam alimentados por corrente alternada.
A retificação ocorre de duas formas: Durante o primeiro semiciclo, a tensão é positiva no ponto A e
1. Retificação de meia onda; negativa em B. Essa polaridade da tensão de entrada coloca o diodo em
2. Retificação de onda completa. condução e permite a circulação da corrente.
Observação
A queda de tensão (VD) é de 0,7 V em circuitos com diodos de silício e
0,3 V em circuitos com diodos de germânio.
Na maioria dos casos, essa queda de tensão pode ser desprezada
porque seu valor é muito pequeno em relação ao valor total do pico de
tensão sobre a carga. Ela só deve ser considerada quando é aplicado no
circuito retificador tensões de baixos valores, menores que 10 V.
Durante o segundo semiciclo, a tensão de entrada é negativa no
ponto A e positiva no ponto B. Nessa condição, o diodo está polarizado
inversamente, em bloqueio, impedindo a circulação da corrente.
Por isso, o valor da tensão CC aplicada sobre a carga fica muito abaixo
do valor efetivo da CA aplicada à entrada do circuito.
A tensão média na saída é dada pela equação:
𝐕𝐏 − 𝐕𝐃
𝐕𝐜𝐜 =
𝛑
√2
Simplificando os termos 𝜋
, obtém-se 0,45. Logo,
𝐕𝐂𝐂 = 𝐕𝐂𝐀 ∗ 𝟎, 𝟒𝟓 Esse valor é determinado a partir dos valores de tensão média e da
resistência de carga, ou seja,
Exemplo 𝐕𝐂𝐂
𝐈𝐂𝐂 =
𝐑𝐋
Observação
O cálculo da corrente média de saída determina os parâmetros para a
escolha do diodo que será utilizado no circuito.
3.6 Inconvenientes Por meio de um transformador com derivação central (C.T.) e dois diodos;
A retificação de meia-onda apresenta os seguintes inconvenientes: Por meio de quatro diodos ligados em ponte.
Tensão de saída pulsante;
3.8 Retificação de onda completa com transformador
A retificação de onda completa com transformador é o processo de
retificação realizado por meio de um circuito com dois diodos e um
transformador com derivação central (ou "center tap").
3.9 Funcionamento
Para explicar o funcionamento desse circuito, vamos considerar
separadamente cada semiciclo da tensão de entrada.
Inicialmente, considerando-se o terminal central do secundário do
transformador como referência, observa-se a formação de duas polaridades
opostas nas extremidades das bobinas.
Assim, o ponto D está negativo em relação ao ponto E. Nessa Durante todo semiciclo analisado, o diodo D2 permanece em
condição, o diodo D2 está polarizado diretamente e, portanto, em condução. condução e a tensão na carga acompanha a tensão da parte inferior do
Por outro lado, o ponto D está positivo em relação a C. Nessa secundário.
condição, o diodo D1 está polarizado inversamente, e, portanto, em corte.
A corrente que passa por D2 circula pela carga no mesmo sentido que
circulou no primeiro semiciclo.
2 ∗ 𝑉𝑃
𝑉𝐶𝐶 =
𝜋
2 ∗ 𝑉𝑃 Funcionamento
𝐼𝐶𝐶 =
𝑅𝐿 ∗ 𝜋
Considerando a tensão positiva (primeiro semiciclo) no terminal de
O valor eficaz é calculado por: entrada superior, teremos as seguintes condições de polarização dos diodos:
𝑉𝑃
𝑉𝑅𝑀𝑆 = D1 anodo positivo em relação ao catodo (polarização direta) - em
√2
condução;
3.11 Dimensionamento do diodo D2 catodo positivo em relação ao anodo (polarização inversa) - em
Para este circuito, o diodo deve ter no mínimo os seguintes limites: bloqueio;
D3 catodo negativo em relação ao anodo (polarização direta) - em
• VRMS > 2*VP condução;
• IAV > VP/(RL*π) metade da corrente na carga D4 anodo negativo em relação ao catodo (polarização inversa) - em
• VRMS > VP/√2 bloqueio.
• VCC > (2*VP)/π Eliminando-se os diodos em bloqueio, que não interferem no
funcionamento, verifica-se que D1 e D3 (em condução) fecham o circuito
3.12 Retificação de onda completa em ponte elétrico, aplicando a tensão do primeiro semiciclo sobre a carga.
A retificação de onda completa em ponte utiliza quatro diodos e
entrega à carga uma onda completa sem que seja necessário utilizar um
transformador de derivação central.
2 ∗ (𝑉𝑃 − 1,4)
𝑉𝐶𝐶 =
𝜋
• VRMS > VP
• IAV > VP/(RL*π)
• VRMS > VP/√2
• VCC > (2*VP)/π
Onde : retificação e a carga. Eles atuam sobre a tensão de saída dos circuitos
r : fator de ripple; VRMS: tensão alternada eficaz; VCC: tensão contínua. retificadores aproximando tanto quanto possível a sua forma de onda a uma
tensão contínua pura.
Para a retificação de meia-onda, o fator de ripple é:
r% = 120%
Quando o diodo pára de conduzir, o capacitor se descarrega em R1 de O funcionamento do circuito retificador de onda completa com filtro
acordo com a constante de tempo R1C. Veja gráfico a seguir: a capacitor é semelhante ao do retificador de meia onda. A forma de onda
obtida é a mostrada no gráfico a seguir.
td - tempo de descarga do capacitor na carga;
tc - tempo de carga do capacitor;
c - tempo de condução do diodo.
Observe que td (tempo de carga do capacitor) vai de t2 a t1 quando a
tensão no catodo do diodo tende a se tornar menor do que a tensão no
anodo. A partir desse instante, o diodo volta a ser diretamente polarizado e,
portanto, volta a conduzir, repetindo o processo.
suas armaduras. Por isso, para uma mesma carga e mesmo capacitor de
filtro, os circuitos de onda completa têm menor ondulação.
Observação
Onde: A tensão de ondulação na saída de uma fonte também é denominada
t1 = Tempo em que o capacitor sofre carga (sua tensão aumenta); de componente alternada.
t2 = Tempo em que o capacitor se descarrega parcialmente sobre a carga (sua
4.6 Determinação do capacitor de filtro
tensão diminui).
Devido a grande tolerância de valor dos capacitores eletrolíticos (até
A forma de onda da tensão de saída não chega a ser uma contínua
50%), pode-se formular uma equação simplificada para o cálculo do valor do
pura, apresentando uma variação entre um valor máximo e um mínimo, essa
capacitor. A equação é:
variação é denominada ondulação ou ripple.
𝑰𝑴Á𝑿
𝑪=𝑻∗
𝑽𝑶𝑵𝑫𝑷𝑷
Onde:
• C : capacitor de filtro em [F];
• T : período aproximado de descarga do capacitor:
o 0,0167 [s] para 60 Hz - meia onda;
o 0,0083 [s] para 60 Hz - onda completa;
• IMÁX é a corrente de carga máxima em [A];
• VONDPP é a tensão pico a pico de ondulação em [V].
A diferença de tensão entre o valor máximo e mínimo que a
ondulação atinge é denominada de tensão de ondulação de pico a pico,
representada por VONDPP.
Observação Onde:
Esta equação pode ser usada para cálculo de capacitores de filtros
para até 20% de ondulação de pico a pico (fator de ripple), sem introduzir um o VM Tensão Média na carga;
erro significativo. o VP Tensão de Pico;
o RL Resistência da carga;
Exemplo o f Frequência.
Determinar um capacitor para ser usado em uma fonte retificadora
4.8 Tensão de isolação
de meia onda para tensão de saída de 12 V, corrente de 150 mA com
Além da capacitância, deve-se determinar também a tensão de
ondulação de 2 VPP (ou 17%).
isolação do capacitor.
Essa tensão deve ser sempre superior ao maior valor de tensão sob a
𝐼𝑀Á𝑋 0,15
𝐶 =𝑇∗ = 0,0167 ∗ = 0,001252 𝐹 qual o capacitor irá realmente funcionar. Veja exemplo a seguir.
𝑉𝑂𝑁𝐷𝑃𝑃 2
Tensão de saída (sobre o capacitor) Tensão de isolação (capacitor utilizado)
12V 16V
C = 1252 µF ou C = 1500 µF
17V 25V
4.7 Cálculo aproximado do capacitor de filtro 28V 40V
• Retificador de Meia-onda:
𝑽𝑴
𝑪= 4.9 Corrente de Surto
𝟐 ∗ 𝑹𝑳 ∗ 𝒇 ∗ (𝑽𝑷 − 𝑽𝑴 )
Instantes antes de energizar o circuito retificador, o capacitor do filtro
Onde:
está descarregado. No momento em que o circuito é ligado, o capacitor se
o VM Tensão Média na carga; aproxima de um curto. Portanto, a corrente inicial circulando no capacitor
o VP Tensão de Pico; será muito alta. Este fluxo alto de corrente é chamado corrente de surto.
o RL Resistência da carga; Neste momento o único elemento que limita a carga é a resistência dos
o f Frequência. enrolamentos e a resistência interna dos diodos. O pior caso, é o capacitor
estar totalmente descarregado e o retificador ser ligado no instante em que a
• Retificador de Onda Completa: tensão da linha é máxima. Assim a corrente será:
𝑽𝑴
𝑪= 𝑉𝑀Á𝑋
𝟒 ∗ 𝑹𝑳 ∗ 𝒇 ∗ (𝑽𝑷 − 𝑽𝑴 ) 𝐼𝑆𝑈𝑅𝑇𝑂 =
𝑅𝐸𝑁𝑅𝑂𝐿𝐴𝑀𝐸𝑁𝑇𝑂 + 𝑅𝐷𝐼𝑂𝐷𝑂
Esta corrente diminui tão logo o capacitor vá se carregando. Em um continuamente até que a tensão sobre ele seja igual ao valor de pico ou VMÁX.
circuito retificador típico, a corrente de surto não é uma preocupação. Mas, Uma vez alcançado esse valor, a corrente deixa de fluir. Assim, ao ligar
quando a capacitância for muito maior do que 1000uF, a constante de tempo resistências de carga muito elevadas ao circuito, a tensão de saída será
se torna muito grande e pode levar vários ciclos para o capacitor se carregar aproximadamente VMÁX.
totalmente. Isto tanto pode danificar os diodos quanto o capacitor. Ao reduzir a resistência, a corrente que flui pela indutância aumenta.
Um modo de diminuir a corrente de surto é incluir um resistor entre Devido ao atraso apresentado pela indutância, essa corrente nunca se anula,
os diodos e o capacitor. Este resistor limita a corrente de surto porque ele é o que mantém os diodos sempre em condução. Veja gráficos a seguir.
somado ao enrolamento e à resistência interna dos diodos. A desvantagem
dele é, naturalmente, a diminuição da tensão de carga cc.
𝑳Ó𝑻𝑰𝑴𝑶 = 𝟐 ∗ 𝑳𝑪𝑹Í𝑻𝑰𝑪𝑶
2 ∗ 𝑉𝑀Á𝑋
L ≅ pequeno baixa
𝜋
𝑽𝑻𝑯 > 𝑽𝒁
5.4.2 Corrente Quiescente em RS (IRSQ) 5.4.5.1 Regulador com Fonte Fixa e Carga Fixa (FFCF)
𝑽𝑬 − 𝑽𝒁
𝑰𝑹𝑺𝑸 = 𝒐𝒖 𝑰𝑹𝑺𝑸 = 𝑰𝑹𝑳 + 𝑰𝒁
𝑹𝑺
𝑽𝒁 𝑃𝑍 0,5
𝑰𝑹𝑳𝑸 = 𝒐𝒖 𝑽𝑹𝑳 = 𝑽𝒁 𝐼𝑍𝑀Á𝑋 = = = 41,66𝑚𝐴 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 = 𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 0,1 = 4,17𝑚𝐴
𝑹𝑳 𝑉𝑍 12
5.4.4 Corrente Quiescente no diodo zener (IZQ) 𝑉𝑍 12
𝐼𝑅𝐿 = = = 24𝑚𝐴
𝑅𝐿 500
𝑰𝒁𝑸 = 𝑰𝑹𝑺𝑸 − 𝑰𝑹𝑳𝑸 • Dimensionamento de RS:
o Menor valor que RS pode assumir (RSmín):
5.4.5 Cálculo do resistor RS
Para o dimensionamento do resistor RS, necessitamos conhecer as 𝑉𝐸 − 𝑉𝑍 16 − 12
𝑅𝑆𝑀Í𝑁 = = = 65Ω
características da fonte de alimentação a ser regulada e das condições 𝐼𝑅𝐿 + �𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 0,9� 0,024 + (0,04166 ∗ 0,9)
operativas que o regulador deverá atuar.
Exemplificando: o Maior valor que RS pode assumir (RSmáx):
• Cálculo dos parâmetros elétricos quiescentes por componente: 5.4.5.2 Regulador com Fonte Fixa e Carga Variável (FFCV)
o Resistor série RS:
𝑉𝐸 − 𝑉𝑍 16 − 12
𝐼𝑅𝑆𝑄 = = = 43,96𝑚𝐴
𝑅𝑆 91
2
𝑃𝑅𝑆𝑄 = 𝑅𝑆 ∗ �𝐼𝑅𝑆𝑄 � = 91 ∗ (0,04396)2 = 175,85𝑚𝑊
o Carga RL:
𝑉𝑍 12
𝐼𝑅𝐿𝑄 = = = 24𝑚𝐴
𝑅𝐿 500
𝑃𝑍 0,5
𝐼𝑍𝑀Á𝑋 = = = 41,66𝑚𝐴 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 = 𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 0,1 = 4,17𝑚𝐴
2 𝑉𝑍 12
𝑃𝑅𝐿𝑄 = 𝑅𝐿 ∗ �𝐼𝑅𝐿𝑄 � = 500 ∗ (0,024)2 = 288𝑚𝑊
𝑉𝑍 12
o Diodo zener: 𝐼𝑅𝐿 = = = 24𝑚𝐴
𝑅𝐿 500
𝐼𝑍𝑄 = 𝐼𝑅𝑆𝑄 − 𝐼𝑅𝐿𝑄 = 0,04396 − 0,024 = 19,96𝑚𝐴
• Dimensionamento de RS:
𝑃𝑍𝑄 = 𝑉𝑍 ∗ 𝐼𝑍𝑄 = 12 ∗ 0,01996 = 239𝑚𝑊 o Menor valor que RS pode assumir (RSmín):
𝑉𝐸 − 𝑉𝑍 16 − 12
Podemos observar no projeto que suas características atendem 𝑅𝑆𝑀Í𝑁 = = = 106,68Ω
�𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 0,9� (0,04166 ∗ 0,9)
plenamente a carga e não sobrecarrega o diodo zener, pois sua potência
máxima é de 500mW e no circuito opera próxima a 50% da mesma.
o Maior valor que RS pode assumir (RSmáx):
• Cálculo da tensão Thevenin: 𝑉𝐸 − 𝑉𝑍 16 − 12
𝑅𝑆𝑀Á𝑋 = = = 142Ω
𝑅𝐿 500 𝐼𝑅𝐿 + 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 0,024 + 0,00417
𝑉𝑇𝐻 = ∗ 𝑉𝐸 = ∗ 16 = 13,54𝑉
𝑅𝐿 + 𝑅𝑆 500 + 91
Podemos então escolher uma valor entre 106,68Ω e 142Ω RS=120Ω • Cálculo da tensão Thevenin:
o Carga RL:
𝑉𝑍 12
𝐼𝑅𝐿𝑄 = = = 24𝑚𝐴
𝑅𝐿 500
2
𝑃𝑅𝐿𝑄 = 𝑅𝐿 ∗ �𝐼𝑅𝐿𝑄 � = 500 ∗ (0,024)2 = 288𝑚𝑊
o Diodo zener:
Com a carga RL conectada:
Podemos então escolher uma valor entre 130Ω e 133Ω RS=130Ω 2) Com a tensão mínima de entrada (VEQ = 16V):
o Resistor série RS:
Podemos observar nos cálculos que a faixa entre os resistores máximo e
𝑉𝐸𝑄 − 𝑉𝑍 16 − 12
mínimo é muito estreita e em alguns projetos onde a fonte de entrada 𝐼𝑅𝑆𝑄 = = = 30,77𝑚𝐴
assume uma grande faixa de variação, os valores calculados dos resistores 𝑅𝑆 130
máximo e mínimo tornam-se incoerentes (RSMÁX < RSMÍN); desta forma temos 2
𝑃𝑅𝑆𝑄 = 𝑅𝑆 ∗ �𝐼𝑅𝑆𝑄 � = 130 ∗ (0,03077)2 = 123𝑚𝑊
duas opções para prosseguir com o cálculo do projeto:
o Carga RL:
1. Aumentar a potência do zener utilizado e recalcular os resistores, fazendo
RSMÁX > RSMÍN; 𝑉𝑍 12
𝐼𝑅𝐿𝑄 = = = 24𝑚𝐴
2. Manter a potência inicial do zener e fazer RSIDE = RSMÍN. 𝑅𝐿 500
• Cálculo dos parâmetros elétricos quiescentes por componente:
2
1) Com a tensão máxima de entrada (VEQ = 20V): 𝑃𝑅𝐿𝑄 = 𝑅𝐿 ∗ �𝐼𝑅𝐿𝑄 � = 500 ∗ (0,024)2 = 288𝑚𝑊
o Resistor série RS:
o Diodo zener: 5.4.5.4 Regulador com Fonte Fixa e Carga Fixa (FFCF)
𝑅𝐿 500
𝑉𝑇𝐻1 = ∗ 𝑉𝐸𝑄 = ∗ 20 = 15,87𝑉
𝑅𝐿 + 𝑅𝑆 500 + 130 𝑃𝑍 0,5
𝐼𝑍𝑀Á𝑋 = = = 41,66𝑚𝐴 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 = 𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 0,1 = 4,17𝑚𝐴
𝑉𝑍 12
𝑅𝐿 500
𝑉𝑇𝐻2 = ∗ 𝑉𝐸𝑄 = ∗ 16 = 12,69𝑉
𝑅𝐿 + 𝑅𝑆 500 + 130 𝑉𝑍 12
𝐼𝑅𝐿 = = = 24𝑚𝐴
𝑅𝐿 500
VTH > VZ , satisfaz a regra de cálculo para o regulador de tensão zener. Para o
regulador FVCF, quando RSmáx < RSmín e optamos pela opção RSide = RSmín, torna- • Dimensionamento de RS:
se necessa´rio o cálculo da tensão crítica de entrada (VEC), que equivale à o Menor valor que RS pode assumir (RSmín):
menor tensão de entrada no regulador sem que o mesmo perca suas
características de regulação. 𝑉𝐸𝑀Á𝑋 − 𝑉𝑍 20 − 12
𝑅𝑆𝑀Í𝑁 = = = 213Ω
�𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 0,9� (0,04166 ∗ 0,9)
𝑉𝐸𝐶 = �𝐼𝑅𝐿𝑄 + 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 � ∗ 𝑅𝑆 + 𝑉𝑍 = (0,024 + 0,004167) ∗ 130 + 12
= 15,66𝑉 o Maior valor que RS pode assumir (RSmáx):
de reguladores. Sendo assim, os cálculos do menor e maior valor ôhmico do • Cálculo dos parâmetros elétricos quiescentes por componente:
resistor RS podem mostrar valores incoerentes: RSmáx < RSmín.
Para o cálculo dos parâmetros elétricos, consultar a tabela abaixo, utilizando
1) Aumentar a potência do zener utilizado e recalcular os resistores, as mesmas fórmulas aplicadas no item 5.4.5.3:
fazendo RSMÁX > RSMÍN;
PZ = 1,0W PZ = 0,5W
Para o exemplo, substituindo o diodo zener de 0,5W para um de 1W, o PARÂMETROS OPÇÃO 1 RSide = 110Ω OPÇÃO 2 RSide = 200Ω
resistor RSmáx torna-se maior que RSmín VEmáx = 20V VEmín = 16V VEmáx = 20V VEmín = 16V
IRSQ 72,73mA 36,36mA 40mA 22,8mA
𝑉𝐸𝑀Á𝑋 + 𝑉𝐸𝑀Í𝑁 20 + 16
− 𝑉𝑍 − 12 PRSQ 528mW 145mW 320mW 104mW
𝑅𝑆𝐼𝐷𝐸 = 2 = 2 = 111,8Ω
𝐼𝑅𝐿 + 𝐼𝑍𝑀Á𝑋 0,024 + 0,08333 IRLQ 24mA 24mA 24mA 24mA
2 2 PRLQ 288mW 288mW 288mW 259mW
IZQ 48,73mA 12,36mA 16mA -X-
Podemos então escolher uma valor RS=110Ω
PZQ 585mW 148mW 192mW -X-
2) Manter a potência inicial do zener e fazer RSIDE ≤ RSMÍN. VEC 15,56V 17,53V
Na opção 1, com um aumento da potência do zener de 0,5W para 1W,
RSide ≤ 213Ω o regulador permite operara em toda a faixa de variações da tensão não
regulada.
Podemos então escolher uma valor RS=200Ω
Para a menor tensão de entrada, a carga recebe a corrente necessária
para o seu funcionamento e do zener uma corrente de trabalho > IZmín,
garantindo o seu funcionamento.
𝑉𝐸𝐶 = �𝐼𝑅𝐿𝑄 + 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 � ∗ 𝑅𝑆 + 𝑉𝑍 = (0,024 + 0,00833) ∗ 110 + 12 = 15,56𝑉 A tensão VECmín = 17,63V é a menor tensão que a fonte não regulada
pode fornecer, sem que o regulador zener perca suas características de
Na opção 2, o valor calculado da corrente no resistor RS, com VEmín = regulador estabilizado.
16V, demonstra que o regulador perde suas características de regulador
estabilizado, pois a tensão sobre os terminais da carga será inferior à VZ e a A tensão VECmáx = 21,116V é a maior tensão que a fonte não regulada
corrente disponível para a carga, aproximadamente 20mA: pode fornecer, sem que o regulador zener danifique e perca suas
características de regulador estabilizado.
𝑉𝐸𝑄 − 𝑉𝑍 16 − 12
𝐼𝑅𝑆𝑄 = = = 20𝑚𝐴 A perda da regulação de tensão em uma fonte de alimentação de
𝑅𝑆 200
circuitos eletrônicos ocasiona irregularidades em seu funcionamento,
Em uma segunda aproximação, considerando que o diodo zener tornando necessário um aumento da potência zener, para que as variações da
encontra-se fora de serviço, a corrente sobre o resistor RS com maior precisão carga e da tensão de entrada, não limite o funcionamento do regulador. Um
é: regulador estabilizado deve operar com o diodo zener na região de ruptura
𝑉𝐸𝑄 16 (VTH > VZ).
𝐼𝑅𝑆𝑄 = = = 22,8𝑚𝐴
𝑅𝑆 + 𝑅𝐿 200 + 500 Outra maneira de se projetar um regulador zener estabilizado, é
Como o cálculo do regulador foi feito através da segunda opção do conhecendo a impedância zener RZ, aplicando-se a relação:
item “Dimensionamento do resistor RS”, torna-se necessário calcular a tensão
𝑅𝑍 ≤ 0,01 ∗ 𝑅𝑆 𝑒 𝑅𝑍 ≤ 0,01 ∗ 𝑅𝐿
crítica de entrada, para garantir o funcionamento do zener:
Sendo impossível, em certos casos, satisfazer a regra de 100:1 usando
• Tensão de entrada crítica mínima (VECmín): um regulador zener, optamos por um regulador menos estabilizado ou um
regulador transistorizado.
𝑉𝐸𝐶𝑀Í𝑁 = �𝐼𝑅𝐿𝑄 + 𝐼𝑍𝑀Í𝑁 � ∗ 𝑅𝑆 + 𝑉𝑍 = (0,024 + 0,00417) ∗ 200 + 12
= 17,63𝑉 Os reguladores de tensão transistorizados, também conhecidos com
“Circuito Amplificador de tensão Zener”, tem como função básica aumentar
• Tensão de entrada crítica máxima (VECmáx):
a potência característica do diodo zener, isto é, com um diodo zener de 0,5W
𝑉𝐸𝐶𝑀Á𝑋 = �𝐼𝑍𝑀Á𝑋 ∗ 𝑅𝑆 � + 𝑉𝑍 = (0,08333 ∗ 110) + 12 = 21,116𝑉 podemos regular uma tensão para uma carga de 2W ou mais; este grau de
amplificação será definido pelo transistor utilizado no circuito regulador.
6 TRANSISTOR BIPOLAR
6.1 Introdução
No estudo de diodo, analisamos uma junção PN. Para o transistor,
estudaremos duas junções.
Para cada junção do transistor, existirá uma barreira de potencial. Temos 02
(dois) tipos de transistores, NPN e PNP, apresentando 03 (três) terminais: o emissor, a
base e o coletor, e duas junções: junção base-emissor e a junção base-coletor,
conforme a figura abaixo. Os elétrons que são portadores majoritários do material tipo N saem
do emissor e são injetados na região da base, devido à polarização direta da
junção base-emissor. Como a junção base-coletor possui polarização inversa,
os elétrons que saem do emissor são injetados na base, e são atraídos para o
coletor, devido a base ser fina e possuir uma quantidade pequena de lacunas.
A corrente do emissor (IE) é relativamente grande, dada em mili-
ampére (mA), a corrente da base (IB) é pequena, dada em micro-ampére (μA)
e a corrente do coletor (IC) também é grande, dada em mili-ampére (mA). A
corrente de base é pequena devido a ela ser praticamente resultante de
Neste caso, o emissor composto de um material tipo N, tem a função de poucas recombinações na base.
emitir elétrons. O coletor, que também é de material tipo N, coleta os elétrons. A Pela figura 2 podemos escrever a equação:
base, formada por material tipo P, é a parte comum. IE = IB + IC
NOTA:
Algumas vezes, o ganho de corrente do transistor (β), é representado
por outro parâmetro que é denominado hFE.
a) Característica VCE x IC
Fornece-nos a característica de saída do transistor na configuração
emissor comum, sendo IB constante para cada variação de VCE e IC.
Exemplos: Solução
Dadas as curvas características de entrada e saída de um transistor a) Para VBE = 0,8V , tem-se que IB = 300μA .
NPN, determinar:
b) A curva característica de entrada foi obtida para VCE = 5V. Entrando com
esse valor na curva característica de saída, juntamente com a corrente de
a) A corrente na base para VBE = 0,8V ; entrada IB obtida no item a, tem-se que a corrente de saída:
b) O ganho de corrente nas condições do item a ; IC = 110mA
c) O ganho de corrente na configuração BC ;
d) O novo ganho de corrente, caso IB dobre de valor, mantida a tensão VCE; Com os valores de IC e IB , tem-se que o ganho de corrente do
e) O novo ganho de corrente na configuração BC. transistor, nestas condições, vale:
𝐼𝐶 110 ∗ 10−3
𝛽= = = 367
𝐼𝐵 300 ∗ 10−6
𝜷 = 𝟑𝟔𝟕
c) Na configuração BC, o ganho de corrente vale:
𝛽 367
𝛼= = = 0,9973
1 + 𝛽 1 + 367
𝜶 = 𝟎, 𝟗𝟗𝟕𝟑
d) Se a corrente de base dobrar de valor, tem-se IB = 600μA.
Pela curva característica de saída (mostrada anteriormente), chega-se 6.7 Ponto de operação de um transistor
ao novo valor da corrente de coletor: Ao polarizarmos o transistor devemos verificar os limites de operação
do mesmo, ou seja, a tensão máxima coletor-emissor (VCEMÁX), a corrente
máxima de coletor (ICMÁX), a tensão máxima base-emissor (VBEMÁX), a tensão
máxima coletor-base (VCBMÁX), a Potência máxima (PCMÁX) e a temperatura
máxima. Se ultrapassarmos estes limites, poderemos danificar o transistor ou
fazê-lo trabalhar com distorções.
O ponto de operação de um transistor, também denominado ponto
de trabalho ou ponto quiescente, deve ser localizado na região de operação
limitada pelos valores máximos de tensão, corrente e potência.
IC’ = 280mA
Assim:
𝐼𝐶 ′ 280 ∗ 10−3
𝛽′ = = = 467
𝐼𝐵 ′ 600 ∗ 10−6
Além da região de operação (região ativa), onde o transistor trabalha
𝜷 = 𝟒𝟔𝟕
sem distorções, devem ser levadas também em consideração as regiões de
corte e de saturação. Na região de corte, a tensão VBE é menor que VBE de
e) Na configuração BC , o ganho de corrente vale:
𝛽′ 467 condução, logo não haverá corrente IB circulando, IC também será zero, e VCE
𝛼′ = = = 0,9979 estará com valor elevado. Na região de saturação, a tensão VBE é um pouco
1 + 𝛽′ 1 + 467
𝜶 = 𝟎, 𝟗𝟗𝟕𝟗 maior que VBE de condução. Neste caso, a corrente de entrada IB e
Potência de RC :
2
𝑃𝑅𝐶 = 𝑅𝐶 ∗ 𝐼𝐶𝑄 = 470 ∗ (15 ∗ 10−3 )2
𝑷𝑹𝑪 = 𝟎, 𝟏𝟎𝟔𝑾 (𝟏/𝟒𝑾)
Cálculo de RB :
𝐼𝐶𝑄 15 ∗ 10−3
𝐼𝐵𝑄 = =
𝛽 200
𝐼𝐵𝑄 = 75𝜇𝐴
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐵𝐸𝑄 12 − 0,7
𝑅𝐵 = =
𝐼𝐵𝑄 75 ∗ 10−6
Reescrevendo-se as equações das malhas de entrada e saída, tem-se:
𝑹𝑩 = 𝟏𝟓𝟎𝟔𝟔𝟕𝛀
Malha de entrada: 𝑹𝑩 ∗ 𝑰𝑩 + 𝑽𝑩𝑬 = 𝑽𝑪𝑪
𝑽𝑪𝑪 −𝑽𝑩𝑬
Valor comercial adotado: RB = 150 KΩ
Portanto, a equação de RB é: 𝑹𝑩 = Potência de RB:
𝑰𝑩
2
Malha de saída: 𝑹𝑪 ∗ 𝑰𝑪 + 𝑽𝑪𝑬 = 𝑽𝑪𝑪 𝑃𝑅𝐵 = 𝑅𝐵 ∗ 𝐼𝐵𝑄 = 150 ∗ 103 ∗ 75 ∗ 10−6
𝑽𝑪𝑪 −𝑽𝑪𝑬
Portanto a equação de RC é: 𝑹𝑪 = 𝑷𝑹𝑩 = 𝟎, 𝟖𝟒𝒎𝑾 (𝟏/𝟖𝑾)
𝑰𝑪
Neste circuito, como VCC e RB são valores constantes e VBE
Observação:
praticamente não varia, a variação da corrente de polarização da base é
Ao se adotarem os valores comercias para os resistores de
desprezível. Por isso, este circuito é chamado de polarização EC com corrente
polarização, impõe-se um pequeno deslocamento no ponto quiescente.
de base constante.
Porém este erro não é relevante, dado que todos os parâmetros do transistor
são, também, valores estimados pelos fabricantes, sem contar a tolerância
Exemplo: Polarização EC com corrente de base constante
dos resistores de polarização.
Dado um transistor com β = 200 e uma fonte de alimentação de 12V,
O circuito de polarização EC com corrente de base constante tem o
determinar os resistores de polarização ( valores comerciais ) para o ponto
inconveniente de ser muito sensível a variações de temperatura.
quiescente: VCEQ = VCC / 2, ICQ = 15mA e VBEQ = 0,7V .
Cálculo de RC : 6.11 Influência da temperatura no comportamento dos
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐸𝑄 12 − 6
𝑅𝐶 = = transistores.
𝐼𝐶𝑄 15 ∗ 10−3
O cristal semicondutor é um material sensível à temperatura, isto é,
𝑹𝑪 = 𝟒𝟎𝟎𝛀
seu aumento pode fornecer energia suficiente aos átomos do cristal, gerando
Valor comercial adotado: RC = 470Ω
novos portadores.
Assim sendo, os diodos e transistores sofrem influência da Analisando a malha de saída, formada por VCC, RC e VCE, observa-se
temperatura. No caso dos transistores, a variação da temperatura altera que o aumento da temperatura faz com que a corrente de coletor ICQ
principalmente o parâmetro β, VBE e corrente de fuga. aumente (aumento da corrente quiescente), aumentando a tensão VRC.
Na figura a seguir, está esboçada graficamente a influência da Sendo VCC constante, esse aumento de VRC tem que ser compensado pela
temperatura para o parâmetro β e VBE. diminuição de VCEQ ( diminuição da tensão quiescente ).
A diminuição de VCEQ provoca novo aumento de ICQ, resultando numa
realimentação positiva, ou seja, numa instabilidade do circuito.
Portanto, uma forma de contornar este problema, é forçar uma
realimentação negativa, sempre que houver uma tendência de instabilidade
no circuito.
A solução para isto é colocar em série com o emissor um resistor RE.
Analisando o circuito de polarização do transistor NPN, percebe-se corrente de saída quiescentes, respectivamente, VCEQ e ICQ (esta última,
que, se ocorrer um aumento na corrente de coletor devido ao aumento da através de VRC). Normalmente, utiliza-se VRE = VCC/10 .
temperatura, a corrente de emissor também aumenta. Consequentemente,
aumentam VRC e VRE. Isto provocaria uma diminuição de VCEQ, dando início à Exemplo : Polarização EC com corrente de emissor constante
realimentação positiva (instabilidade). Dado um transistor com β = 250 e uma fonte de alimentação de 20V,
Porém, o aumento de VRE causa uma diminuição de VRB na malha de determinar os resistores de polarização ( valores comerciais ) para o ponto
entrada, já que VBEQ mantém-se praticamente constante. quiescente: VCE = VCC/2 , ICQ = 100mA e VBEQ = 0,7V .
A diminuição de VRB, por sua vez, provoca a diminuição de IBQ e, Cálculo de RC :
consequentemente, de ICQ, compensando o seu aumento inicial. 𝑉𝐶𝐶
Adotando-se 𝑉𝑅𝐸 = 2
= 2𝑉:
A resposta dada por RE para o aumento de ICQ chama-se 𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐶𝐸𝑄 − 𝑉𝑅𝐸 20 − 10 − 2
realimentação negativa, e garante a estabilidade do circuito e do ponto 𝑅𝐶 = =
𝐼𝐶𝑄 100 ∗ 10−3
quiescente. 𝑹𝑪 = 𝟖𝟎𝛀
Como a realimentação negativa faz ICQ voltar ao seu valor original, o Valor comercial adotado : RC = 82Ω
mesmo acontece com IEQ, que mantém-se, portanto, constante. Por isso, esse Potência de RC:
circuito de polarização é conhecido por polarização EC com corrente de 𝑃𝑅𝐶 = 𝑅𝐶 ∗ 𝐼𝐶𝑄2
= 82 ∗ (100 ∗ 10−3 )2
emissor constante.
𝑷𝑹𝑪 = 𝟎, 𝟖𝟐𝑾 (𝟏, 𝟓𝑾)
Equacionando o circuito de polarização NPN, tem-se: Cálculo de RB:
Malha de entrada : 𝑹𝑩 ∗ 𝑰𝑩 + 𝑽𝑩𝑬 + 𝑹𝑬 ∗ 𝑰𝑬 = 𝑽𝑪𝑪 𝐼𝐶𝑄 10−3
Portanto, a equação de RB é: 𝑹𝑩 =
𝑽𝑪𝑪 −𝑽𝑩𝑬 −𝑹𝑬 ∗𝑰𝑬 𝐼𝐵𝑄 = = 100 ∗
𝑰𝑩 𝛽 250
Malha de saída : 𝑹𝑪 ∗ 𝑰𝑪 + 𝑽𝑪𝑬 + 𝑹𝑬 ∗ 𝑰𝑬 = 𝑽𝑪𝑪 𝐼𝐵𝑄 = 400𝜇𝐴
𝑽𝑪𝑪 −𝑽𝑪𝑬 −𝑹𝑬 ∗𝑰𝑬 𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐵𝐸𝑄 − 𝑉𝑅𝐸 20 − 0,7 − 2
Portanto, a equação de RC é: 𝑹𝑪 = 𝑰𝑪 𝑅𝐵 = =
𝐼𝐵𝑄 400 ∗ 10−6
Neste caso, tem-se duas equações para três incógnitas: RB , RC e RC .
𝑹𝑩 = 𝟒𝟑𝟐𝟓𝟎𝛀
Na prática este problema é resolvido, adotando-se um dos seguintes Valor comercial adotado: RB = 47KΩ
critérios: Potência de RB:
1º) Adota-se um valor para RE compatível com as tensões e correntes do 2
𝑃𝑅𝐵 = 𝑅𝐵 ∗ 𝐼𝐵𝑄 = 47 ∗ 103 ∗ (400 ∗ 10−6 )2
circuito, ou
𝑷𝑹𝑩 = 𝟕, 𝟓𝟐𝒎𝑾 (𝟏/𝟖𝑾)
2º) Adota-se uma tensão para VRE de valor pequeno em relação à VCC, para
que o resto da tensão possa ser utilizada para determinar a tensão e a
Exemplo :Polarização EC com divisor de tensão na base 𝐼𝐵1 = 𝐼𝐵𝑄 + 𝐼𝐵2 = 80 ∗ 10−6 + 800 ∗ 10−6
Dado um transistor com β = 250 e uma fonte de alimentação de 9V, 𝐼𝐵1 = 880𝜇𝐴
determinar os resistores de polarização (valores comerciais) para o ponto Da malha inferior de entrada, tem-se:
quiescente: VCEQ = VCC / 2 , ICQ = 20mA e VBEQ = 0,65V. 𝑉𝐵𝐸 + 𝑉𝑅𝐸 0,65 + 0,9
𝑅𝐵2 = =
𝐼𝐵2 800 ∗ 10−6
𝑹𝑩𝟐 = 𝟏𝟗𝟑𝟕𝛀
Valor comercial adotado: RB2 = 2K2Ω
Potência de RB2:
2
𝑃𝑅𝐵2 = 𝑅𝐵2 ∗ 𝐼𝐵2 = 2,2 ∗ 103 ∗ (800 ∗ 10−6 )2
𝑷𝑹𝑩𝟐 = 𝟏, 𝟒𝟏𝒎𝑾 (𝟏/𝟖𝑾)
Da malha formada por VCC, RB1, VBE e VRE, tem-se:
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐵𝐸 − 𝑉𝑅𝐸 9 − 0,65 − 0,9
𝑅𝐵1 = =
𝐼𝐵1 880 ∗ 10−6
𝑹𝑩𝟏 = 𝟖𝟒𝟔𝟔𝛀
Valor comercial adotado: RB1 = 8K2Ω
Cálculo de RC:
Potência de RB1:
Adotando-se VRE = VCC / 10 = 0,9V :
2
𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐶𝐸𝑄 − 𝑉𝑅𝐸 9 − 4,5 − 0,9 𝑃𝑅𝐵1 = 𝑅𝐵1 ∗ 𝐼𝐵1 = 8,2 ∗ 103 ∗ (880 ∗ 10−6 )2
𝑅𝐶 = = 𝑷𝑹𝑩𝟏 = 𝟔, 𝟑𝟓𝒎𝑾 (𝟏/𝟖𝑾)
𝐼𝐶𝑄 20 ∗ 10−3
Cálculo de RE:
𝑹𝑪 = 𝟏𝟖𝟎𝛀
Valor comercial adotado: RC = 180Ω 𝐼𝐸𝑄 = 𝐼𝐶𝑄 + 𝐼𝐵𝑄 = 20 ∗ 10−3 + 80 ∗ 10−6
Potência de RC: 𝐼𝐸𝑄 = 20,08𝑚𝐴
2 𝑉𝑅𝐸 0,9
𝑃𝑅𝐶 = 𝑅𝐶 ∗ 𝐼𝐶𝑄 = 180 ∗ (20 ∗ 10−3 )2 𝑅𝐸 = =
𝐼𝐸𝑄 20,08 ∗ 10−3
𝑷𝑹𝑪 = 𝟕𝟐𝒎𝑾 (𝟏/𝟖𝑾)
Cálculo de RB1 e RB2: 𝑹𝑬 = 𝟒𝟒, 𝟖𝛀
Valor comercial adotado: RE = 47Ω
𝐼𝐶𝑄 20 ∗ 10−3
𝐼𝐵𝑄 = = Potência de RE:
𝛽 250 2
𝐼𝐵𝑄 = 80𝜇𝐴 𝑃𝑅𝐸 = 𝑅𝐸 ∗ 𝐼𝐸𝑄 = 47 ∗ (20,08 ∗ 10−3 )2
𝐼𝐵2 = 10 ∗ 𝐼𝐵𝑄 = 10 ∗ 80 ∗ 10−6 𝑷𝑹𝑬 = 𝟏𝟗𝒎𝑾 (𝟏/𝟖𝑾)
Determinação da reta de carga:
𝐼𝐵2 = 800𝜇𝐴
7.1 Introdução
Veremos os transistores funcionando como chaves de estado sólido. As
7.3 Chave Ideal
chaves transistorizadas permite-nos chavear dispositivos rapidamente. Além
Uma chave ideal apareceria ou como um circuito completamente aberto
do chaveamento rápido, as chaves transistorizadas podem ser usadas para
ou completamente fechado. Além disso, não dissipa energia, não muda de
chavear um grande número de circuitos de controle com um único sinal de
estado instantaneamente e não requer potência para permanecer numa
controle.
condição.
Consideraremos aqui a operação do transistor quando o dispositivo
move-se da saturação para o corte.
7.5 Características
Solução:
Se ICBO=50nA, então IC=IRL=50nA
𝑉𝑅𝐿 = 𝑅𝐿 ∗ 𝐼𝑅𝐿 = 1 ∗ 10−3 ∗ 50 ∗ 10−9
𝑽𝑹𝑳 = 𝟓𝟎𝝁𝑨
Então:
𝑉𝑂𝑈𝑇 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝑅𝐿 = 10 − 50 ∗ 10−6
𝑽𝑶𝑼𝑻 = 𝟗, 𝟗𝟗𝟗𝟗𝟓𝑽
Durante o corte, o transistor apresenta uma impedância de saída alta.
7.5.2 Tensão de Saturação (VSAT)
Apesar de não circular corrente na base, uma pequena quantidade de
corrente de coletor continua a circular. A corrente de fuga causa o fluxo de
corrente de coletor.
Esta corrente de fuga é chamada de ICBO (Corrente de Coletor com base
aberta (BO)), ICO ou ICEX e é altamente sensível a variação de temperatura.
Um transistor saturado apresenta uma corrente de base maior que a Para o circuito de chaveamento operar corretamente, devemos assegurar
normal e uma tensão VCE menor que a normal. Quando o transistor alcança a que existe corrente de base (IB) suficiente para o transistor saturar.
saturação, o coletor não funciona mais como uma fonte de corrente
constante. Internamente, ele apresenta apenas uma pequena quantidade de 2. Determine a corrente de base mínima requerida para saturar o transistor
resistência. do circuito a seguir:
A tensão de saturação, ou VCE(STA), usualmente será entre 0,2V e 0,3V,
porém quando IC aumentar VCE(SAT) também aumentará. Para o transistor
2N3904, VCE(SAT)=0,2V@IC=1mA e VCE(SAT)=0,3V@IC=50mA.
Exemplos:
1. Determine os efeitos que a tensão de saturação tem na operação do
circuito a seguir:
Solução:
Cálculo da tensão e corrente na carga:
𝑉𝑅𝐿 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐶𝐸 = 10 − 0,2
𝑽𝑹𝑳 = 𝟗, 𝟖𝑽
𝑉𝑅 9,8
𝐼𝐶 = 𝐼𝑅𝐿 = 𝐿 =
𝑅𝐿 1 ∗ 103
𝑰𝑪 = 𝟗, 𝟖𝒎𝑨 = 𝑰𝑹𝑳
Cálculo da corrente de base:
Solução:
𝐼𝐶 9,8 ∗ 10−3
𝑉𝑅𝐿 = 𝑉𝐶𝐶 − 𝑉𝐶𝐸 = 10 − 0,2 𝐼𝐵 = =
𝛽 100
𝑽𝑹𝑳 = 𝟗, 𝟖𝑽 𝑰𝑩 = 𝟗𝟖𝝁𝑨
A tensão na carga é menor que a ideal VRL=10V β mínimo fornecerá IB mínimo.
𝑉𝑅 9,8 Resp.: Se fornecermos um mínimo de 98µA de corrente de base,
𝐼𝐶 = 𝐼𝑅𝐿 = 𝐿 =
𝑅𝐿 1 ∗ 103 podemos garantir que o transistor saturará quando for ligado.
𝑰𝑪 = 𝟗, 𝟖𝒎𝑨 = 𝑰𝑹𝑳
A corrente na carga é menor que a ideal IRL=10mA
7.5.3 Velocidades de Chaveamento Vemos que a entrada é uma mudança em degrau. A forma de onda de saída
A velocidade que um transistor pode chavear de ligado para desligado (IC) é representada na figura (b).
é importante em aplicações digitais. Visto que ele não pode funcionar como Como podemos ver à medida que a corrente de base fica positiva, ela
uma chave ideal e chavear instantaneamente de uma condição para outra, polariza diretamente a junção base-emissor. Vemos também que há um
gera-se um atraso de tempo. atraso antes de a corrente de coletor de saída começar a subir. Definimos
Vamos analisar como um transistor manipula tensões em degraus e este atraso como tempo de atraso (delay time – td).
também veremos como otimizar um circuito de chaveamento de forma que O próximo intervalo de tempo é denominado tempo de subida (rise
ele gaste menos tempo quando chaveando de um nível para outro. time –tr). O tempo de subida é uma das medidas principais de uma
capacidade do circuito de mudar de estado.
O chaveamento do transistor para o estado desligado também requer
tempo. Temos o tempo de armazenamento (storage time – ts), o tempo de
descida (fall time – tf) e o tempo de decaimento - tdec. O tempo de
decaimento geralmente não é utilizado no cálculo das velocidades de
chaveamento.
Exemplo:
Determine o tempo mínimo para ligar e desligar um transistor
2N3904 (td = 35ns, tr = 35ns, ts = 200ns e tf = 50ns).
Solução:
A soma dos tempos nos fornece o tempo mínimo para chavear o
transistor:
𝑇𝑚í𝑛 = 𝑡𝑑 + 𝑡𝑟 + 𝑡𝑠 + 𝑡𝑓 = 35 + 35 + 200 + 50
𝑻𝒎í𝒏 = 𝟑𝟐𝟎𝒏𝒔
Como diretriz geral, para uma saída ser a reprodução razoável da
entrada, a largura do pulso (LP) deve ser no mínimo 10x maior que o tempo
Podemos comparar as formas de onda de entrada e de saída na figura mínimo de chaveamento.
anterior. A figura (a) representa a forma de onda de entrada teórica (IB). 𝑳𝑷 = 𝟏𝟎 ∗ 𝑻𝒎í𝒏
Veremos com mais detalhes como é a carga do capacitor. d. o capacitor acelerador para uma frequência de 200kHz.
𝑇 = 5µ𝑠 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜 capacitor tera reatância desprezivel (comporta-se como um curto-circuito)
𝑇𝐴𝐶𝑂𝑀 = 2,5µ𝑠 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑜𝑚𝑜𝑑𝑎çã𝑜 diante de R1 + R2.
𝑇 2,5 ∗ 10−6 Para um bom acoplamento:
𝐶= =
3 ∗ 𝑅 3 ∗ 47 ∗ 103 𝑿𝑪 ≪ 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐
𝑪 = 𝟏𝟕, 𝟕𝟔𝒑𝑭 ou 18pF (comercial)
Ou
𝟏
8 Amplificador Transistorizado 𝑪≫
𝟐 ∗ 𝝅 ∗ 𝒇𝒎í𝒏 ∗ (𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 )
Existem basicamente dois tipos de amplificadores: os de pequenos sinais em que fmín e a menor frequência de operação do circuito.
e os de potencia. Na figura seguinte, considere que na entrada do circuito existe um
A função dos amplificadores de pequenos sinais, chamados de pré- gerador CC de 4V conectado em serie, alimentado por uma tensão alternada
amplificadores, e aumentar a amplitude do sinal da ordem de mV fornecido de 4 VPP e frequência de 10kHz.
por uma fonte, como um microfone, toca-CD etc. Esses amplificadores
operam na região linear das curvas características e, portanto, a distorção
(deformação) do sinal e minimizada. Outra característica desses modelos e
permitir a analise usando parâmetros com valores praticamente constantes,
pelo fato de o transistor estar operando na regiao linear. Esses sinais, mesmo
depois de amplificados, não possuem potencia suficiente para fazer um alto-
falante funcionar.
Os amplificadores de potência têm como finalidade ampliar o sinal
fornecido pelos pré-amplificadores o suficiente para fazer um alto-falante
funcionar.
No circuito da figura seguinte, a tensão em R2 representa a bateria O ganho de corrente do estagio de saída pode ser aumentado se
B1, que polariza TR1, e a tensão em R3 representa a bateria B2, que polariza inserirmos um par Darlington no lugar de cada um dos transistores de saída
TR2. dos circuitos da figura anterior. Observe a necessidade de colocar quatro
diodos em vez de dois.
O ganho é máximo na frequência de ressonância (fo), que pode ser Essa tensão (VC) é aplicada na entrada de um amplificador fonte
calculada por: comum com um par complementar de transistores MOS, que operarão como
𝟏 chave (figura a seguir).
𝒇𝒐 =
𝟐 ∗ 𝝅 ∗ √𝑳 ∗ 𝑪
Para VC = +V, o transistor TR1 corta e o TR2 conduz a saída V’S = –V, em que Ad é o ganho diferencial de tensão e Vd = V1 – V2 o sinal diferença ou
se a queda de tensão através de TR2 for desprezível. Similarmente, se VC = -V, sinal erro.
TR1 conduz e TR2 corta a saída V’S = +V. Então, se V1 = V2, Vd= 0 e, portanto, VS= 0.
Na prática, sempre existirá uma pequena tensão na saída mesmo
quando V1 = V2 (situação chamada de modo comum). No caso de um AD real,
9 Amplificador Operacional a expressão da tensão de saída em relação às entradas é dada por:
𝑉𝑠 = 𝐴𝑑 ∗ 𝑉𝑑 + 𝐴𝑐 ∗ 𝑉𝑐
9.1 Amplificador Diferencial em que
O amplificador diferencial (AD) é um circuito com duas entradas nas 𝑉1 − 𝑉2
quais são aplicadas tensões V1 e V2 e uma saída VS. É importante conhecer o 𝑉𝑐 =
2
amplificador diferencial, pois ele é o primeiro estágio de um amplificador é o sinal em modo comum e AC o ganho em modo comum.
operacional, assim, o AD estabelece algumas das principais características do É possível medir a qualidade de um amplificador diferencial utilizando
circuito. a figura de mérito conhecida por razão de rejeição em modo comum (RRMC),
Vamos considerar uma condição ideal, em que as tensões de entrada definida como:
apresentam os mesmos valores, ou seja, V1 = V2. Nesse caso, a tensão de 𝐴𝑑
𝑅𝑅𝑀𝐶 =
saída será nula. Isso acontece porque o AD é um circuito que apresenta uma 𝐴𝑐
tensão de saída proporcional à diferença entre os dois terminais de entrada, Figura de mérito é um parâmetro usado para avaliar o desempenho de
rejeitando os sinais de entrada quando estes forem iguais. um dispositivo ou procedimento em relação a outros de mesma finalidade.
Pelo exposto anteriormente, podemos concluir que, no caso de um
amplificador diferencial ideal, o valor de AC deve ser zero e seu RRMC infinito,
mas, na prática, os valores de Ad e Ac dependem dos componentes usados na
fabricação do AD.
Os amplificadores operacionais têm diferentes aplicações em • Circuitos de amostragem e retenção – Esses circuitos são usados na
eletrônica, como: conversão de analógico para digital, e, por causa da impedância de entrada
• Amplificadores lineares – Trata-se de sua principal aplicação, nos casos em muito alta, os amplificadores operacionais são adequados, principalmente os
que é necessário obter ganho estável independentemente da temperatura, que têm entrada com FET.
tempo e mudanças no ganho de tensão em malha aberta. O amplificador operacional tem alto ganho de acoplamento direto
• Amplificadores não lineares – Amplificam o sinal de uma polaridade e não (não possui capacitor de acoplamento inter-estágios), alta resistência de
da outra – por exemplo, em retificadores de precisão. entrada e baixa resistência de saída.
• Comparadores – Por apresentarem altíssimo ganho, possibilitam que a A figura a seguir apresenta os vários estágios amplificadores
saída seja alterada de nível alto para baixo ou vice-versa, quando as tensões transistorizados, sua simbologia e o circuito equivalente.
de entrada estão em valores próximos a décimos de mV.
• Filtros – Permitem maior seletividade do filtro, pois é possível obter
atenuações maiores que 20 dB/década, impedância de entrada muito alta e
de saída muito baixa, não havendo, portanto, necessidade de efetuar
casamentos de impedância. Possibilidade de ganho de tensão.
• Amplificadores logarítmicos – Usados quando na malha de realimentação
há dispositivos não lineares, como diodos e transistores, proporcionando
relação logarítmica entre a saída e a entrada. Esses circuitos são chamados
muitas vezes de compressores e expansores (comuns em circuitos de áudio
ou vídeo).
• Multivibradores – São basicamente os circuitos biestável, monoestável e
estável. A grande vantagem em relação aos circuitos digitais é que a
alimentação pode ser maior, oferecendo, portanto, a possibilidade de
adicionar potência.
• Geradores de forma de onda – Geram diferentes formas de onda:
senoidais, quadradas (tempos alto e baixo, variáveis) e triangulares
(inclinações positiva e negativa variáveis).
• Reguladores – Podem ser utilizados para a montagem de reguladores de
tensão em série ou paralelo, com saída positiva ou negativa, com proteção
contra curto-circuito etc.
Como o circuito interno é extremamente complexo, as análises serão A principal forma de alimentar um AO é usando fonte simétrica ou
feitas com base no circuito equivalente indicado na figura acima (c). fonte dupla (+Vcc e –Vcc), que pode ser obtida com circuitos integrados
Observando-o, é possível definir os seguintes parâmetros de um amplificador específicos das famílias 78XX para a fonte positiva e 79XX para a negativa. A
operacional modelo LM741: tensão de saturação (máxima tensão de saída), determinada pelo valor da
• Resistência de entrada sem realimentação (Ri) – É a resistência equivalente fonte, é, na prática, cerca de 10% menor que a alimentação.
entre as duas entradas, uma das principais características de um AO. A entrada positiva (+) é chamada de não inversora, porque a tensão
Idealmente, deveria ser infinita; no caso do LM741, é da ordem de 2MΩ. nela aplicada apresenta resposta na saída sem alterar sua fase. A entrada
• Resistência de saída sem realimentação (Ro) – É a resistência do negativa (–) recebe o nome de inversora, porque a tensão nela aplicada tem
equivalente Thévenin que uma carga (RL) “enxerga” quando ligada à saída. resposta na saída defasada de 180°.
Idealmente, deveria valer 0Ω; na prática e no caso do LM741, é da ordem de
75Ω.
• Ganho de tensão em malha aberta (AV) – É o ganho de tensão em CC em
malha aberta. Idealmente, deveria ser infinito; para o LM741, é da ordem de
200.000V.
Outros parâmetros que não aparecem na figura XXX, ainda
considerando o LM741, são:
• Largura de faixa – É a faixa de frequências para as quais o ganho é
constante. Idealmente, deveria ser infinita; no caso do LM741, é da ordem de
10Hz.
Em relação às figuras, poderíamos generalizar escrevendo que:
• Slew rate – Especificado em V/µs, esse parâmetro dá uma medida de
• Se V+ > V–, a saída satura positivamente;
quanto a saída responde a um degrau de tensão na entrada. Idealmente,
• Se V+ < V–, a saída satura negativamente;
deveria ter valor infinito; no caso do LM741, é de cerca de 0,5V/µs.
• Se V+ = V–, a saída deveria ser nula, o que na prática não acontece por
• Tensão de offset de entrada – É a diferença entre as VBE dos transistores
causa dos erros de offset.
do primeiro par diferencial. Idealmente, essa diferença deveria ser zero; no
Quando o AO é configurado em malha aberta, como nas figuras
caso do LM741, é da ordem de 2mV.
anteriores, ele está sem realimentação (a saída não está ligada à entrada) e,
No circuito da figura acima (c), define-se o sinal diferença ou sinal
como a saída tende a saturar facilmente porque o ganho é extremamente
erro como:
elevado, não pode ser usado como amplificador. Para obter um amplificador
Vd = V2 – V1
com o ganho estabilizado, deve-se aplicar realimentação negativa no AO, e 9.3.1.1 Ganho de tensão em malha fechada
isso é feito ligando a saída à entrada inversora com uma rede de resistências. O ganho de tensão em malha fechada (Avf) ou com realimentação é
calculado por:
9.3 Amplificadores Básicos 𝑉𝑠
Esses circuitos servem de base para todas as outras aplicações lineares, 𝐴𝑣𝑓 =
𝑉𝑒
sempre com realimentação negativa (saída conectada com a entrada Podemos admitir que:
inversora). • Como a tensão em R1 é igual à tensão de entrada, as duas entradas estão
curto-circuitadas:
9.3.1 Amplificador não inversor
𝑉𝑒 = 𝑉1 = 𝑅1 ∗ 𝐼1
A figura a seguir mostra o circuito básico do amplificador não inversor
• A resistência de entrada infinita está com valor infinito, pois I1 = I2,
com realimentação negativa.
portanto:
𝑉𝑠 = 𝑅1 ∗ 𝐼1 + 𝑅2 ∗ 𝐼2
Substituindo essas duas condições na expressão anterior, temos:
𝑉𝑠 𝑅1 ∗ 𝐼1 + 𝑅2 ∗ 𝐼2 (𝑅1 + 𝑅2 ) ∗ 𝐼1 𝑅1 + 𝑅2 𝑅2
𝐴𝑣𝑓 = = = = =1+
𝑉𝑒 𝑅1 ∗ 𝐼1 𝑅1 ∗ 𝐼1 𝑅1 𝑅1
Exemplo:
Dado o circuito da figura seguinte, desenhe a curva de transferência,
considerando VSAT(+)=+12V e VSAT(-)=–12V.
Solução:
O ganho do circuito vale:
𝑉𝑠 𝑅2 4000
𝐴𝑣𝑓 = = 1 + =1+ =5
𝑉𝑒 𝑅1 1000
Portanto:
𝑉𝑠 = 5 ∗ 2 = 10𝑉
10kΩ é nula). Uma vez que as duas entradas têm o mesmo potencial e a Nessa configuração, a corrente é fornecida à carga pelo buffer e não pelo
entrada inversora está ligada à saída, a tensão de saída será de 12V. microcontrolador.
Agora, vejamos um exemplo de aplicação do buffer como reforçador de
corrente. Uma carga consome 20mA, alimentada pelo terminal de saída de 9.3.3 Amplificador inversor
um microcontrolador, que fornece a corrente máxima de 1mA. Está claro que O amplificador inversor (figura seguinte) tem realimentação negativa
a carga não pode ser ligada diretamente à saída do microcontrolador. como o não inversor, porém o sinal a ser amplificado é aplicado na entrada
inversora.
AO. Como a tensão no resistor de 1kΩ vale 2V (os dois terminais têm mesmo
potencial), a corrente é de 2mA. Esse valor é o mesmo no resistor de 4kΩ, no
qual, portanto, a tensão vale 8V. A tensão na carga é a soma das duas
tensões; logo, 2+8 = 10V. Sabendo que a tensão na carga de 50Ω é de 10V,
podemos determinar a corrente na carga:
10
𝐼𝐿 = = 200𝑚𝐴
50
Portanto,
𝐼𝐸 = 200𝑚𝐴 + 2𝑚𝐴 = 202𝑚𝐴 = 𝐼𝐶
A corrente de base é igual a corrente de saída do AO, portanto:
𝐼𝐶 202𝑚𝐴
𝐼𝐴𝑂 = 𝐼𝐵 = = = 2,02𝑚𝐴
𝛽 100
A solução é colocar um transistor de potência entre a carga e o AO, que é um valor compatível com o AO.
conforme ilustrado na figura seguinte: 9.4 Características de um amplificador operacional real
Na prática, um AO apresenta limitações técnicas que devem ser
observadas para que os circuitos funcionem adequadamente.
∆𝑉 5
𝑆𝑅 = = = 1𝑉⁄𝜇𝑠
∆𝑡 5𝜇
Isso significa que a tensão de saída não pode ser mais rápida que 1V/µs.
Caso contrário, a saída não responderá, resultando em um sinal com
distorção.
A distorção decorrente do slew rate será tanto maior quanto for a
frequência e/ou a amplitude do sinal. Para que um sinal de saída senoidal não
seja distorcido, é necessário que o AO tenha slew rate maior que
2*π*f*VMÀX*10-6, em que f é a frequência do sinal e VMÀX seu valor de
pico.
9.4.2 Slew rate Exemplo:
Slew rate (SR) é a taxa de variação da tensão de saída de acordo com o
Suponha um amplificador que amplifica um sinal de até 20kHz.
tempo em resposta a um degrau de tensão na entrada. Para entender essa
Determine a amplitude máxima do sinal de entrada para que o sinal de saída
definição, observe a figura a seguir, em que um pulso é aplicado na entrada
não tenha distorção. Considere um AO com SR=0,5V/µs.
de um seguidor de tensão.
Para não haver distorção,
quando se deseja amplificar pequenas tensões continuas, como as obtidas em A tensão CC (V+) utilizada para efetuar o ajuste de offset na saída e
alguns sensores, é importante efetuar o ajuste de offset. As principais causas obtida do divisor de tensão constituído pelos resistores de 100 kΩ e 100 Ω e
dos erros de offset são apresentadas a seguir. pelo potenciômetro de 33 kΩ. A tensão CC pode variar entre +15 mV e –15
mV e é aplicada na entrada não inversora.
9.5.1 Tensão de offset de entrada O circuito da figura “b” e usado quando se aplica o sinal na entrada
A tensão de offset de entrada (Vio) e gerada no primeiro estagio do não inversora. Portanto, a tensão CC de correção e aplicada na entrada
AO (figura a seguir). Ela pode ser calculada por VIO = VBE2 – VBE1, em que inversora, podendo variar entre +15 mV e –15 mV.
VBE2 e VBE1 são os valores de tensão base-emissor dos transistores do Se as duas entradas forem utilizadas para aplicar o sinal, e necessário
primeiro par diferencial. Na prática podemos encontrar o valor de tensão que o AO tenha terminais adequados para fazer o ajuste de offset. Para o
offset de 2 mV. modelo LM741, o ajuste e realizado com um milivoltímetro conectado na
saída ate obter Ve = 0, o que e feito por meio do potenciômetro.
Nesse caso, a saída será igual à soma das tensões de entrada, ou seja,
invertida.
O nome operacional vem de certas aplicações como essa, que efetua
aplicações matemáticas.
Solução:
Consideremos primeiramente a solução direta que usa a expressão:
𝑅𝑓 𝑅𝑓 𝑅𝑓
𝑉𝑆 = − � ∗ 𝑉𝑒1 + ∗ 𝑉𝑒2 + ∗𝑉 �
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑒3
em que Rf = 1 k, R1 = 1 kΩ, R2 = 2 kΩ, R3 = 4 kΩ e Ve1 = Ve2 = Ve3 = 5 V.
Então:
1𝑘 1𝑘 1𝑘
𝑉𝑠 = − � ∗ 5 + ∗5+ ∗ 5� = −8,75𝑉
1𝑘 2𝑘 4𝑘
Por análise de circuito:
5𝑉 5𝑣 5𝑣
Exemplo: 𝐼1 = = 5𝑚𝐴, 𝐼2 = = 2,5𝑚𝐴 𝑒 𝐼3 = = 1,25𝑚𝐴
1𝑘 2𝑘 4𝑘
1. Determine a tensão de saída (VS) do circuito da figura seguinte:
A corrente no resistor de realimentação e If = 5 + 2,5 + 1,25 = 8,75 mA
e, portanto, a tensão em Rf vale VRf = 1 kΩ * 8,75 mA = 8,75V.
A tensão de saída esta relacionada com a tensão em Rf por VS = –VRf,
então VS = –8,75V.
Exercícios:
1. Desenhe as formas de onda nas entradas (Ve1 e Ve2) e na saída (VS) do 9.6.2 Amplificador somador não-inversor
circuito: Uma alternativa ao circuito inversor é mostrada a seguir, que é
derivado do amplificador não inversor. Para simplificar a análise desse
circuito vamos considerar somente o caso em que as resistências de entrada
são iguais e a de realimentação é regulável possibilitando um valor de saída
igual à soma das entradas.
Exemplo: