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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST

CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO

Eduardo Guimarães Pedrosa Filho

Comprovação das Leis de Kirchoff

RELATÓRIO Nº. 4

MANAUS – AM

2019
Eduardo Guimarães Pedrosa Filho

Comprovação das Leis de Kirchoff

Relatório de Experimentos
realizados na Escola Superior de
Tecnologia – UEA, a fim de
obtenção de nota parcial no 2º
Semestre de 2019, na disciplina
de Laboratório de Circuitos
Elétricos I, ministrada pelo Prof.º
Júlio Feitoza Pereira.

MANAUS – AM
Sumário
Objetivos do relatório ................................................................................................................. 3
As leis de Kirchoff ....................................................................................................................... 3
Lei de Kirchoff das Tensões(LKT) ........................................................................................... 4
Lei de Kirchoff das Correntes(LKC) ......................................................................................... 4
O experimento............................................................................................................................. 5
Questões...................................................................................................................................... 6
Conclusões .................................................................................................................................. 8

Objetivos do relatório
Verificar a existência e a precisão das leis de Kirchoff.

As leis de Kirchoff
Em circuitos simples, apenas com a Lei de Ohm era possível calcular a tensão
e a corrente através do cálculo da resistência equivalente dos resistores conectados ao
circuito. No entanto, quando a complexidade do circuito aumenta, como uma ponte de
Wheatstone, apenas essa lei não é suficiente para se descobrirem a tensão e a corrente
circulando nele.
Em 1845, o físico alemão Gustav Kirchoff elaborou o que chamou de “Leis dos
circuitos elétricos fechados”, que eventualmente foram renomeadas em homenagem a
seu criador. Elas permitiram a análise das correntes e tensões de um circuito baseadas
nas leis de conservação de energia e corrente em um circuito fechado. Uma das leis
lida com a tensão presente em um circuito, sendo chamada de Lei de Kirchoff das
Tensões(LKT) e a outra com a corrente que flui pelo circuito, sendo chamada de Lei de
Kirchoff das Correntes(LKC).
Para se entender as leis, é necessário antes definir certos conceitos:

• Ramo: Qualquer elemento de dois terminais.


• Nó: É o ponto onde os terminais de pelo menos dois elementos do
circuito se encontram.
• Laço: Um caminho fechado em que há corrente fluindo.
• Malha: Um laço que não possui laços internos a ele.
o Toda malha é um laço, mas nem todo laço é uma malha.
Na figura 1.1 abaixo estão exemplificados os termos.
Figura 1

Lei de Kirchoff das Tensões(LKT)


A primeira lei foi baseada no princípio de conservação de energia, e lida com as
tensões em caminhos fechados, podendo ser enunciada da seguinte forma:
“Em todo percurso fechado de um circuito, a soma total das tensões é igual a zero.”

Que pode ser matematicamente representada como: ∑𝑘1 𝑉𝑘 = 0. Assim, para um


circuito simples como o da figura 2, pode ser escrito: −𝑉𝑠 + 𝑉1 + 𝑉2 = 0.

Figura 2

Lei de Kirchoff das Correntes(LKC)


A segunda lei é a respeito das correntes que entram e saem de um determinado
nó do circuito. Para nós nos quais as correntes que passam por eles estão propriamente
indicadas, a lei é enunciada:
“A soma das correntes que entram e saem de um nó é igual a zero”.

Isso pode ser representado como ∑𝑘1 𝐼𝑘 = 0. Deste modo, torna-se necessário
adotar uma convenção de sinais. Pode-se escolher que as correntes que entram são
positivas e as que saem são negativas ou vice-versa. Assim, para o exemplo da figura
1.3, é possível equacionar: 𝑖1 − 𝑖2 − 𝑖3 = 0.

Figura 3

O experimento
Primeiramente, foi distribuído o material utilizado:

• Três resistores:
o R1 = 820Ω.
o R2 = 1k Ω.
o R3 = 2,2k Ω.
• Um multímetro.
• Uma matriz de pontos(“protoboard”).
• Uma fonte de tensão variável.
Em seguida, os três resistores foram verificados com um multímetro, de forma a
avaliar se sua resistência está de acordo com a indicada no seu código de cores.
Os resultados são exibidos na tabela 1.
Tabela 1

Resistência R1 = 820 Ω R2 = 1k Ω R3 = 2,2k Ω


nominal(Ω)
Resistência medida(Ω) 8,21 Ω O,997k Ω 2,24k Ω
Tolerância(%) 5% 5% 5%
Erro(%) 1% 0.3% 4%

Logo à primeira vista, é possível verificar que os resistores estão com valores
aceitáveis, dadas suas respectivas tolerâncias.
Após isso, foi montado o circuito representado na figura 4 e medidas as tensões
e correntes, indicadas nas tabelas 2 e 3 respectivamente. A fonte do laboratório
dispunha de duas saídas de tensão, uma regulável que foi colocada para
fornecer 8V de corrente contínua e outra que sempre fornece 5V CC. Assim, as
duas fontes do circuito proveram do mesmo aparelho.
Figura 4

Tabela 2

𝐸1 𝐸2 𝑉𝑅1 𝑉𝑅2 𝑉𝑅3


Valor Teórico 8V 5V 4,36V 1,36V 3,64V
Valor Medido 8,1V 4,99V 4,41V 1,27V 3,61V
Erro(%) 10% 1% 5% 9% 3%

Tabela 3

𝑖1 𝑖2 𝑖3
Valor Teórico 1,98mA 1,658mA 3,64mA
Valor Medido 2mA 1.64A 3,66mA
Erro(%) 2% 1.8% 2%

Em seguida, a fonte de 5 volts teve sua polaridade invertida e as correntes foram


novamente calculadas e representadas na tabela 4.
Tabela 4

𝑖1 𝑖2 𝑖3
Valor Teórico 4,05mA -4,97mA -4,92mmA
Valor Medido 4,1mA -4,97mA -4,88mA
Erro(%) 5% 0% 4%

Questões
Questão 1: As correntes medidas no circuito experimental estão de
acordo com as correntes calculadas? Explique.
R: As correntes medidas no circuito possuem uma porcentagem de erro aceitável
para fins de engenharia. Em relação às correntes calculadas, é seguro dizer que os
resultados experimentais estão satisfeitos. A discrepância entre as medidas teóricas e
práticas pode ser atribuída a vários fatores, que serão comentados na questão 4.
Questão 2: A partir de uma malha do circuito experimental comprove
a Lei de Kirchhoff das Tensões.
R: A lei de Kirchoff das tensões afirma que a tensão resultante em um caminho
fechado é igual a zero. Assim, para responder à questão, escolhe-se o caminho fechado
formado pela fonte de 8 volts, o resistor de 2,2k ohms e o resistor de 1k ohms.
As suas respectivas tensões são: 8,1V; 4,41V ;3,61V. Adotando-se a convenção
passiva, na qual a corrente entra pelo terminal positivo, é possível montar uma LKT da
forma −𝑉𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 + 𝑉𝑅1 + 𝑉𝑅2 = 0 → −8,1 + 4,41 + 3,61 = −0,08, Que em relação ao valor
esperado de zero, tem uma porcentagem de erro de apenas 8%.
Assim é possível concluir que a Lei de Kirchoff é válida, dado que a diferença no
resultado pode ser atribuída às diversas circunstâncias que afetam a aferição das
medições.
Questão 3: Ao inverter a fonte E2 é necessário escrever novamente
as leis de Kirchhoff?
R: Sim, pois ao se inverter a polaridade da fonte, a tensão no nó superior muda,
e consequentemente as correntes também mudam.
Questão 4: Comente os resultados, erros encontrados e possíveis
fontes de erros.
R: Dados os diversos fatores que interferem na medição das correntes,
resistências e tensões, os resultados encontrados são considerados satisfatórios para
o presente relatório. No entanto, uma atenção deve ser dada aos valores da fonte de 8
volts e à tensão do resistor R2. Suas porcentagens de erro foram 10 e 11%
respectivamente, o que é uma margem de erro consideravelmente alta, mas que para
este experimento também ainda é considerava aceitável, mas para propósitos nos quais
a precisão dos componentes é necessária, talvez o resistor e a fonte não sejam
satisfatórios.
Uma possível explicação para a discrepância entre os valores reais e os
calculados seria a falta de calibração da fonte ou do multímetro, o desgaste natural dos
componentes e equipamentos, assim como o fator humano e fatores que fogem ao
controle do experimento, como a temperatura e humidade da sala onde ele foi realizado.
Esses mesmos fatores também poderiam explicar a grande margem de erro da fonte de
8 volts e do resistor R2.
Por fim, é possível notar que ao se inverter a fonte de 5 volts, o sinal das
correntes 𝑖2 𝑒 𝑖3 muda. Isso indica que o sentido das correntes também mudou quando
a fonte de 5 volts foi invertida, mas o sentido da corrente 𝑖1 se manteve.
Questão 5: Determinar a leitura dos instrumentos indicados na figura
e suas polaridades.
R: Para o circuito em questão, é necessário achar o valor da tensão entre o
resistor de 180 ohms e o valor da corrente que entra no positivo da fonte de 2V. Para
isso, é utilizado o método da análise nodal, com o referencial terra localizado no nó que
liga o positivo da fonte de 2V e os resistores de 180 e 68 ohms.
Considera-se que o ramo direito do resistor tem polaridade positiva e que o ramo
esquerdo do resistor tem polaridade negativa. Ou seja, a corrente entra no resistor pela
direita. Para a corrente que passa pelo amperímetro, considera-se que ela está entrando
na fonte de 2 V.
Neste caso, a fonte de 10 volts e a fonte de 4 volts não estão ligadas ao
referencial terra, fazendo com que o problema envolva o cálculo de super nós.
Fazendo os devidos sistemas, é possível chegar aos resultados de que a tensão
no voltímetro será de 6.57V e a corrente no amperímetro será de 5,53mA;

Conclusões
Assim como dito na questão 4, os resultados estão aceitáveis e seus erros estão
dentro do esperado, pelos fatores citados na mesma questão. O método utilizado neste
relatório para verificar a existência das leis de Kirchoff tem a grande vantagem de ser
simples, requerendo apenas um aparelho de medição, uma fonte, alguns resistores e
um lugar para montá-los, sendo facilmente reproduzível. A desvantagem do método, no
entanto, se dá por sua falta de rigorosidade e controle, levando à falta de precisão das
medidas.

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