RESUMO: O alumínio pode substituir o ferro na estrutura da PALAVRAS-CHAVE: Al-goethita, Al-hematita, Rietveld.
goethita e hematita, formando uma solução sólida parcial com ABSTRACT: Aluminium can replace the iron in the
o diásporo e com o coríndon, respectivamente. Tal substituição structure of goethite and hematite, forming a parcial
afeta os parâmetros de célula unitária desses minerais, que po- solid solution with diaspore and corundum respective-
dem ser obtidos pelo refinamento de suas estruturas cristalinas ly. Such substitution affects the unit cell parameters of
pelo método de Rietveld, usando a difração de raios-X, sendo these minerals, which can be obtained mathematically
assim possível calcular o teor de alumínio na estrutura desses by the Rietveld method using X-ray powder diffrac-
tion. Modifications in the micromorphological aspects
minerais. Essas substituições Al-Fe provocam modificações dos
of goethites and hematites are related to these Al-Fe
aspectos micromorfológicos das goethitas e hematitas. Amostras
substitutions. Goethites and hematites in samples from
de goethitas e hematitas procedentes de arenitos ferruginizados
Salinópolis-PA and from lateritic profiles in Serra dos
em Salinópolis, Nordeste do Estado do Pará e de perfis lateríticos Carajás, Rondon do Pará and Juruti (Lower Amazon)
da Serra dos Carajás, de Rondon do Pará e de Juruti (Baixo Ama- with different geological contexts, were refined by the
zonas), também no Estado do Pará, com contextos geológicos Rietveld method. Their Al contents for goethite and he-
diferentes, foram refinadas pelo método de Rietveld. Seus teores matite were quantified and vary in goethite from 1.05%
de Al foram quantificados e variam na goethita, de 1,05% (mol) (mol) in Carajás, to 33.65% (mol) in Rondon do Pará.
em Carajás a 33,65% (mol) em Rondon do Pará. Esses teores são These contents are lower for hematite: up to 10,22%
mais baixos para a hematita, atingindo até 10,22% (mol) de Al em (mol) of Al in hematite of a sample from Juruti-PA.
amostra de hematita de Juruti-PA. Goethitas mais férricas comu- Ferric goethites commonly have botryoidals and reni-
mente apresentam hábito botrioidal e reniforme, sendo interna- form habits composed internally by millimetric acicu-
mente aciculares milimétricas, enquanto as Al-goethitas formam lar forms, while Al-goethites have nanometric size and
massas de nanocristais em íntima associação com a caulinita. A are associated with kaolinite. The Al quantification in
goethite and hematite depends on the quality of the ap-
quantificação de Al nesses minerais depende da qualidade do re-
plied Rietveld refinement to obtain the crystallographic
finamento das estruturas cristalinas aplicado para obtenção dos
parameteres a and c.
parâmetros cristalográficos desejados.
KEYWORDS: Al-goethites, Al-hematites, Rietveld.
1
Universidade Federal do Pará, Instituto de Geociências. Av. Augusto Correa 1, Guamá, 66075-900 Belém-PA, Brasil. E-mail: boiadeiro.negrao@gmail.com
2
Universidade Federal do Pará. E-mail: mlc@ufpa.br.
3
Institut für Geowissenschaften und Geographie, Martin-Luther-Universität Halle-Wittenberg, Von Seckendorffplatz 3 06120 Halle (Saale), Alemanha
E-mail: herbert.poellmann@geo.uni-halle.de
4
Universidade Federal do Pará. Email: daiveson_abreu@hotmail.com
5
Universidade Federal do Pará. E-mail: alinecs.silva@hotmail.com
6
Universidade Federal do Pará. E-mail: pabllo-santos@hotmail.com
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Quantificação de Al em goethitas e hematitas de Salinópolis-PA e de perfis lateríticos de Carajás, Juruti e Rondon do Pará (Amazônia Oriental)
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Uma alíquota desses materiais foi previamente Tabela 1 - Condições de análise por DRX
pulverizada em gral de ágata e analisada por difração X´Pert Pro MPD (PW Bruker D2
de raios-X (DRX). O carregamento dos porta-amos- 3040/60) PANalytical PHASER
Faixa angular 5-70,007° 5-70°
tras seguiu a metodologia back loading. As análises por
Passo 0,01° 0,01°
DRX das amostras de Juruti-PA foram realizadas na Tempo/passo 20s 1s
Universidade Martin-Luther-Halle-Wittenberg, na Tempo total 1200s 7004s
Alemanha, em um difratômetro X´Pert Pro MPD (PW Fenda 0,2° 0,2°
3040/60) da PANalytical, enquanto as demais por um Potência 1800w 300w
difratômetro D2 PHASER da Bruker, do Laboratório A caracterização mineralógica e o refinamento
de Mineralogia e Geoquímica Aplicada (LAMIGA), de Rietveld foram realizados com o software HighScore
Plus 3.0.5, da Panalytical, auxiliado por banco de dados
no Instituto de Geociências (IG) da Universidade PDF-4 + 2012 (ICDD, 2012). As estruturas cristalinas,
Federal do Pará (UFPA). As condições de análise em- necessárias ao refinamento foram obtidas no website da
pregadas em cada equipamento estão discriminadas FIZ Karlshure, com acesso provido pelo portal “Bases
na Tabela 1. de Estruturas Cristalinas” da CAPES. Os parâmetros
de célula unitária a, b e c obtidos no refinamento mine-
ralógico foram organizados e utilizados para o cálculo
das substituições iônicas de Al por Fe segundo o mé-
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Quantificação de Al em goethitas e hematitas de Salinópolis-PA e de perfis lateríticos de Carajás, Juruti e Rondon do Pará (Amazônia Oriental)
todo de Schulze (1984) para goethita, e o de Neumann ALCOA, como parte do platô Capiranga. Esse perfil
et al. (2014), de acordo com as equações de Stanjek & e os depósitos de bauxita de Juruti se desenvolve-
Schwertmann (1992), para as hematitas. ram durante o Paleoceno-Eoceno a partir das rochas
Alíquotas dos materiais in natura foram também sedimentares da formação Alter-do-Chão (Cretá-
observados em microscópio eletrônico de varredura ceo) (Costa et al., 2014). O perfil laterito-bauxítico
modelo TM 3000 da Hitachi, do Laboratório de Mi- consiste em um horizonte mosqueado em sua base,
neralogia, Geoquímica e Aplicações (LaMiGA), assim
seguido por horizonte bauxítico composto predo-
como em microscópio LEO-1430 da Zeiss, do Laborató-
minantemente por gibbsita e caulinita, uma crosta
rio de Microanálises do IG-UFPA.
ferruginosa onde hematita e goethita dominam, um
horizonte com nódulos ferruginosos e um horizonte
RESULTADOS E DISCUSSÕES
com nódulos bauxíticos envoltos por matriz argilo-
sa. Sobre esta sequência se sucede uma espessa co-
Aspectos geológicos bertura argilosa (15,5 m), correspondente a Argila de
Perfil laterito-bauxítico de Juruti-PA Belterra (Sombroek, 1966), provavelmente de idade
O perfil laterito-bauxítico de Juruti foi descri- miocênica (Costa et al., 2014).
to junto à mina de bauxita (Figura 2) explorada pela
Figura 2 - Localização dos depósitos bauxíticos de Juruti-PA (A). Aspectos geológicos da Bacia do Amazonas onde
estão os depósitos de bauxitas de Juruti (B); Mina de bauxita da ALCOA em Juruti (C); Trincheira no platô Capiranga
com diferentes horizontes do perfil laterito-bauxítico e cobertura argilosa (D). Modificado de Mendes et al. (2012),
Google Maps (2014) e Costa et al. (2014).
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Quartzarenitos ferruginizados da Praia do do da formação Barreiras (Costa & Horbe, 1995), que
Cocal, Salinópolis-PA comumente aflora em falésias costeiras, barrancos de
rios, praias e cortes de estrada nesta região (Tatumi
et al., 2008). Nas cavidades desenvolvidas nessas ro-
Ao longo da Praia do Cocal em Salinópolis-PA
chas ocorrem películas de goethita marrom e, mais ra-
(Figura 3-A), junto à base de suas falésias, ocorrem
ramente, de goethita negra com morfologia botrioidal
seixos e blocos de quartzarenitos ferruginizados en-
(Figura 3).
contrados ao longo de perfil laterítico imaturo deriva-
Figura 3 - Praia do Cocal (A); bloco de quatzarenito ferruginizado (B) e; películas de goethita marrom (C) e de goethi-
ta negra botrioidal (D).
Perfil Laterítico Ferruginoso da Serra Sul, fim ocorre uma crosta ferruginosa (~40m ao nível base)
Serra dos Carajás-PA composta essencialmente por hematita e goethita.
O perfil laterítico ferruginoso da Serra Sul, Serra de Goethita da Cobertura do perfil laterito-
Carajás, é aqui representado por um furo de sondagem bauxítico de Rondon do Pará
de 524,5 m locado na jazida S11D. O perfil laterítico lo-
calizado na serra Sul de Carajás possui em sua base in-
O perfil laterito-bauxítico do Platô Rondon
tercalações de formações ferríferas bandadas (BIF’s) e
Sul, aqui representado pela lavra-piloto Décio (Figura 5
basaltos (524 a 475 m). Sobre estas intercalações ocorre
A), é constituído pelos horizontes argiloso bauxítico na
um saprólito grosso (474 a 225 m) onde essas rochas
base, sucedido pelo bauxítico, crosta ferroaluminosa,
se tornam parcialmente alteradas, com formação de ca-
vidades preenchidas parcialmente por goethita negra crosta ferroaluminosa desmantelada, horizonte esfero-
com morfologia botrioidal (Figura 4). Sobre este está lítico ferroaluminoso e bauxita nodular. Como em Juru-
um saprólito fino (224 a 40 m), onde as rochas estão ti, sobre ele se encontra a Argila de Belterra. Segundo
progressivamente mais alteradas, com mudanças textu- Oliveira et al. (2016) os depósitos de Rondon do Pará se
rais mais expressivas evidenciadas por matriz argilosa formaram durante o Paleoceno-Eoceno e foram retraba-
e terrosa envolvendo fragmentos maciços de BIF. Por lhados no Mioceno.
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Figura 4 - Amostra 49A (466,5m) do furo de sondagem em Carajás (A); detalhe da morfologia botrioidal (B); formas
botrioidais em meio a cavidades na amostra 49B (C e D).
Figura 5 - Lavra-piloto Décio, expondo a sequencia laterito-bauxítica do Platô Rondon Sul e cobertura argilosa tipo
Argila de Belterra (A); horizonte argiloso bauxítico exposto por furo de trado manual na mesma lavra (B).
Quantificação das substituições Fe-Al e é avaliada principalmente pelo ajuste entre o perfil calcu-
micromorfologias das goethitas e hematitas lado e o observado e, pelos índices de refinamento Good of
Além da goethita e hematita, minerais como quart- fitness (GOF) e R weighted profile (Rwp) (Toby, 2006). As-
zo, caulinita, anatásio e criptomelana foram identificados sim como no difratograma da goethita da amostra GAC,
nas amostras investigadas por DRX. Para a aplicação do todos os outros tiveram um bom ajuste para a goethita
método de refinamento de Rietveld, as estruturas desses (Figura 6), com índices GOF e Rwp satisfatórios. Para
minerais foram inseridas no refinamento. Conforme ob- tanto, foi utilizada a estrutura da goethita aluminosa
servado por Toby (2006) a escolha de estruturas crista- código ICSD 109411 de Deyu et al. (2006), que refinou a
linas adequadas é fundamental para se obter um refina- estrutura, incluindo a posição atômica do Fe e Al, de go-
mento de boa qualidade. Essa qualidade do refinamento ethitas sintetizadas com diferentes concentrações de Al.
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Figura 6 - Difratograma refinado da amostra de película de goethita, da Praia do Cocal, composta por
goethita, caulinita e quartzo, e a diferença entre o perfil observado e o calculado abaixo. Em vermelho
perfil observado e, em azul perfil calculado.
Conforme observado por Thiel (1963) a subs- to, pois não é sobreposto por picos de outras fases
tituição de Fe por Al nas goethitas causa o desloca- minerais. A Figura 7 ilustra o deslocamento deste pico
mento dos picos deste mineral para a posição de maior associado aos teores de Al (mol%) quantificados para
ângulo 2Theta. O pico (301) da goethita foi escolhido as goethitas.
como o mais adequado para observar este deslocamen-
Figura 7 - Variação da reflexão (301) da goethita, creditada à substituição Al-Fe na estrutura crista-
lina deste mineral e o respectivo teor de Al (mol %).
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Os teores de substituição de Al (mol %) na estru- Schwertmann & Carlson (1994) em amostras naturais.
tura da goethita mostrados na Tabela 2 dizem respei- Os cristais de goethita nessas amostras são nanométri-
to aos calculados pelo método proposto por Schulze cos e ocorrem com caulinita e anatásio.
(1984). Esses teores variam nas amostras estudadas,
atingindo seu máximo na cobertura argilosa do perfil
laterítico-bauxítico de Juruti 27,7% (mol). As goethitas
desse perfil são menos aluminosas no horizonte nodu-
lar ferruginoso, com até 11,35% (mol) de Al como parte
da matriz muito fina que é dominada por caulinita, goe-
thita e anatásio (Figura 8), todos nanométricos.
Al (mol%),
Parâmetro
método de
Local Amostra c da célula
Schulze
unitária
(1984)
CB 0,5 2,977551 26,84
CB 1,0 2,976117 27,66
CB 3,0 2,978322 26,39
CB 3,5 2,978468 26,31
CB 5,0 2,978509 26,29
CB 9,5 2,975171 28,20
CB 7,5 2,977402 26,92
CB 11,5 2,977883 26,65
CB 13,5 2,97740 26,92
Juruti CB 15,5 2,977215 27,03
BX nodular
2,977254 27,01
topo
BX nodular
2,980664 25,06
meio
BX nodular
2,980676 25,05
base
Nódulos
Ferruginosos 3,006173 10,46
meio
Nódulos
Ferruginosos 3,004626 11,35
base
Película mar-
3,003818 11,82
rom (GAC)
Praia do
Cocal Película ne-
gra botrioi- 3,020885 2,05
dal (GBC)
49A – bo-
3,022607 1,07
Serra dos trioidal
Carajás 49B - botrioi-
3,021576 1,66
dal
Argila bauxí-
2,966070 33,41
tica (ABXR)
Rondon do Figura 8 - Imagens de MEV: material da
Pará Cobertura cobertura argilosa de Juruti mostrando
argilosa 2,965644 33,65 os cristais nanométricos de caulinita (A);
(ABTR) dos nódulos ferruginosos de Juruti (B); de
agregados de hematita placosa subesféricos;
da cobertura argilosa de Rondon do Pará (C);
As amostras ABXR e ABTR, de Rondon do Pará, de cristais nanométricos de caulinita; da argila
possuem goethitas com 33,41% (mol) e 33,65% (mol), bauxítica de Rondon do Pará com cristais
placosos maiores de gibbsita (D) e cristais
respectivamente, de Al em sua composição. Valores menores de caulinita.
próximos ao máximo de 36% (mol) de Al, obtido por
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Com teor de 11,82 % (mol) de Al na estrutura da por goethita essencialmente férrica (com apenas 0,08 %
goethita, as películas marrons encontradas da amostra mol de Al) formando agregados aciculares paralelos a
GAC da Praia do Cocal, em Salinópolis-PA, se apresen- radiais, com terminação em formas delineadas por mi-
tam como uma massa composta por goethita e caulini- crofaces sugestivas de formas romboédricas ou rômbi-
ta, com grãos de quartzo em sua superfície. Já as pelícu- cas que, em conjunto, dão origem aos hábitos renifor-
las negras com morfologia botrioidal são constituídas mes, subesféricos e botrioidais.
Figura 9 - Imagens de MEV das amostras da Praia do Cocal, em Salinópolis-PA. Película marrom de Al-goethita com
cavidades, algumas preenchidas por quartzo (A); goethita negra, exibindo prismas de goethita com terminações rôm-
bicas (B); agregados botrioidais e reniformes (C e D).
As goethitas refinadas, das amostras 49A e 49B, aciculares das goethitas menos aluminosas (com até 2%
de Carajás, apresentaram 1,07% e 1,66% (mol) de Al, mol de Al) corrobora com as observações de Schwert-
respectivamente. A morfologia botrioidal é desenhada mann & Cornell (2000) em amostras sintéticas. Segun-
por agregados radiais aciculares. Como observado por do os autores, goethitas puras (essencialmente férricas)
MEV (Figura 10), os agregados desenvolveram local- normalmente desenvolvem feições aciculares alongadas
mente faces na base, onde as acículas tendem a assumir ao longo do eixo a, enquanto que, o aumento da subs-
formas cristalinas, quando são mais espessas, deline- tituição de Fe por Al proporciona o encurtamento des-
ando linhas de crescimento entre elas. Cavidades entre sas formas, o que reflete em goethitas aluminosas com
essas linhas de crescimento são comuns e dentro delas é cristalitos menores e mais deformados (Schulze, 1984).
possível observar cristais milimétricos placosos de he- Além da presença de Al, outros elementos (Mn, Ni, Cr,
matita. Em outra amostra do mesmo furo de sondagem, Co e Si) e fatores incluindo o pH e a temperatura, po-
cristais aciculares de criptomelana foram identificados. dem influenciar a morfologia dos cristais de goethita
A morfologia botrioidal formada por agregados (Ford et al., 1997).
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CONCLUSÕES
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