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Refletirmos sobre o processo de privatização de empresas brasileiras, bem como de pensar qual o

papel das mesmas na atualidade?

Apesar de todos os contratempos e discussões que o Processo de Privatização tem gerado ao longo
destes quase 20 (vinte) anos, é nítida a melhoria geral dos serviços após sua entrega à iniciativa privada.
O Estado impregnado pela leviandade do “jeitinho brasileiro” sempre impediu a eficiência das Estatais
como um todo, obrigando-o à privatização. É certo que houve erros gritantes nos alguns leilões de
privatização (já que é assim que chamaram a entrega - e não venda – da maioria das Estatais) e na
relação estabelecida entre o Estado fiscalizador e às novas empresas particulares criadas. Citamos como
exemplo a CVRD, hoje simplesmente Vale S.A. Quando foi “vendida”, o valor pago mal se referia à infra-
estrutura instalada e de brinde o comprador ganharia umas tantas minas exploradas e exploráveis. A
desculpa para isto era o total sucateamento do maquinário. Não foram levadas em consideração a
capacidade de produção do brinde - o quanto ainda havia sob o solo - e as projeções de valores futuros
dos minérios a serem explorados. Moral da história: a Vale foi comprada “a preço de banana madura em
fim de feira” e hoje, é uma verdadeira “galinha dos ovos de ouro” para quem a comprou. No entanto,
muitos dirão que isto é bom, pois gerando lucros, a Vale pagará mais impostos. Mas não podemos nos
esquecer que o dono majoritário do galinheiro é o grupo espanhol, ou seja, boa parte do bolo produzido
vai para o exterior, para o bolso de um não-brasileiro que explora nossas terras e nossas riquezas
(semelhante ao Período Colonial), ficando aqui somente uma fatia bem fina, quase transparente, deste
imenso bolo. Aos que quiserem provas, vejamos os números. Em 2006, a Vale S.A. faturou
aproximadamente 12 (eu disse: doze) bilhões de dólares e pagou-nos míseros 2 (dois) bilhões de reais,
ou seja, apenas 800 milhões de dólares, no câmbio da época, o que representa menos de 10% do seu
faturamento em impostos. Enquanto uma empresa totalmente brasileira paga seu IRPJ sobre o lucro
presumido de 32% a 40% e um trabalhador brasileiro entrega ao leão em média 27% do seu suado
dinheirinho, a Vale S.A. desembolsa apenas 6,66% em impostos (IRPJ+ICMS+IImport+IExport+...).

Poderíamos nos debruçar por sobre outros tantos casos de privatizações ocorridos no nosso Brasil
brasileiro, mas em todos chegaríamos à mesma conclusão que pagamos muito caro pela busca da
eficiência. Hoje, analisando o cenário econômico mundial vemos o Brasil se destacar como uma das
maiores economias mundiais. Este status talvez nós o tivéssemos alcançado há mais tempo com uma
melhor política de privatização e com leis menos liberais ao novo mercado criado. Então fica o
questionamento: Será que valeu a pena?

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