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SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos,


sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.

Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os
seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior
potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais,
planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.

Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista 4 requisitos básicos. Esse
empreendimento tem de ser:

• ecologicamente correcto;
• economicamente viável;
• socialmente justo; e
• culturalmente aceito.

Colocando em termos simples, a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente
tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade
é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as
suas".

O termo original foi "desenvolvimento sustentável," um termo adaptado pela Agenda 21, programa das
Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um
termo amplo pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente
para as atividades de desenvolvimento. "Sustentabilidade", então, é hoje em dia usado como um termo
amplo para todas as atividades humanas.

Portanto, existem duas precondições para o desenvolvimento sustentável: a capacidade natural de suporte
(recursos naturais existentes) e a capacidade de sustentação (atividades sociais, políticas e econômicas
geradas pela própria sociedade em seu próprio benefício).

Princípios da vida sustentável:

• respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos;


• melhorar a qualidade de vida humana;
• conservar a vitalidade e a diversidade do planeta Terra;
• minimizar o esgotamento de recursos não-renováveis;
• permanecer nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra;
• modificar atitudes e práticas pessoais;
• permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente;
• gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento.

Agenda 21 e ISO 14000

A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de
Janeiro, Brasil, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer
a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-
governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os
problemas sócio-ambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são
coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional
(CPDS). A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial
rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior
harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade
do crescimento.

Com a Agenda 21 criou-se um instrumento aprovado pela OMF, internacionalmente, que tornou possível
repensar o planejamento. Abriu-se o caminho capaz de ajudar a construir politicamente as bases de um
plano de ação e de um planejamento participativo em âmbito global, nacional e local, de forma gradual e
negociada, tendo como meta um novo paradigma econômico e civilizatório.

As ações prioritárias da Agenda 21 brasileira são os programas de inclusão social (com o acesso de toda a
população à educação, saúde e distribuição de renda), a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos
recursos naturais e minerais e a ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável.
Mas o mais importante ponto dessas ações prioritárias, segundo este estudo, é o planejamento de sistemas
de produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício. A Agenda 21 é um plano de ação
para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos
e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.

O ISO 14000 é um conjunto de normas que definem parâmetros e diretrizes para a gestão ambiental para
as empresas (privadas e públicas). Estas normas foram definidas pela International Organization for
Standardization - ISO ( Organização Internacional para Padronização).

Estas normas foram criadas para diminuir o impacto provocado pelas empresas ao meio ambiente.
Muitas empresas utilizam recursos naturais, geram poluição ou causam danos ambientais através de seus
processos de produção. Seguindo as normas do ISO 14000, estas empresas podem reduzir
significativamente estes danos ao meio ambiente.

Quando uma empresa segue as normas e implanta os processos indicados, ela pode obter o Certificado
ISO 14000. Este certificado é importante, pois atesta que a organização possui responsabilidade
ambiental, valorizando assim seus produtos e marca.

Para conseguir e manter o certificado ISO 14000, a empresa precisa seguir a legislação ambiental do país,
treinar e qualificar os funcionários para seguirem as normas, diagnosticar os impactos ambientais que está
causando e aplicar procedimentos para diminuir os danos ao meio ambiente.

DIREITO AMBIENTAL

CONCEITO: O Direito Ambiental é a área do conhecimento jurídico que estuda as interações do homem
com a natureza e os mecanismos legais para proteção do meio ambiente. É uma ciência holística que
estabelece relações intrínsecas e transdisciplinares entre campos diversos, como antropologia, biologia,
ciências sociais, engenharia, geologia e os princípios fundamentais do direito internacional, dentre
outros.

OBJETO: O meio ambiente natural e a busca pela preservação de todos os fatores relevantes para a vida
do homem em sociedade.

4 CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

A classificação de meio ambiente, sob a ótica doutrinário-hermenêutica majoritária, considerando valores


maiores, divide aquele em quatro significativos aspectos: meio ambiente natural, artificial, cultural e do
trabalho.

4.1 MEIO AMBIENTE NATURAL


É, meio ambiente natural, o físico, constituído pelo solo, água, ar atmosférico, flora, enfim, pela interação
dos seres vivos e seu meio. É tutelado, de forma mediata, pelo caput do artigo 225 da Constituição
brasileira e, de forma imediata, pelo parágrafo 1º, incisos I e VII do mesmo dispositivo constitucional.

4.2 MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL

O ambiente artificial compõe-se pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de


edificações (espaço urbano fechado) e dos equipamentos públicos (ruas, praças, áreas verdes: espaço
urbano aberto). Encontra-se inserido nos artigos 225 e 182, ambos da Constituição Federal.

4.3 MEIO AMBIENTE CULTURAL

Integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico, que, embora artificial
como obra do homem, difere, pois tem valor especial (SILVA, 1998). Assim é formado o meio ambiente
cultural, o qual encontra previsão normativa no artigo 216 da Lex Fundamentalis.

4.4 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO

Pode, o meio ambiente de trabalho, ser conceituado como o local onde as pessoas desempenham suas
atividades laborais, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que
comprometam a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores (FIORILLO, 2000).

Consta do inciso VIII do artigo 200 da Constituição. Está inserto na concepção de ambiente artificial,
muito embora mereça tratamento especial.

5. FONTES DO DIREITO AMBIENTAL

5.1. FONTES MATERIAIS

5.1.1. Movimentos Populares (por uma melhor qualidade de vida; contra o uso da energia nuclear e a
destinação do lixo atômico; contra o uso indiscriminado de agrotóxicos; contra o extermínio das baleias;
contra as explosões atômicas experimentais.). Proibição mundial de caça às baleias, adotada pela
Comissão Baleeira Internacional (IWC), com base na “Convenção Internacional de Pesca à Baleia”
( Decreto 73.497 17/01/74). Países que caçam: Japão, Noruega e Islândia.

5.1.2. Descobertas Científicas (Protocolo de Montreal sobre as Mudanças Climáticas Globais; a emissão
excessiva de CO2 pelos carros e indústrias: favorece as chuvas ácidas, induz ao efeito estufa)

5.1.3. Doutrina Jurídica ( em especial no campo dos princípios e estudos que organizam e sugerem uma
adequação legislativa que vai influenciar na elaboração das leis e na aplicação judicial das normas de
proteção ao meio ambiente)

5.2. FONTES FORMAIS

5.2.1. Constituição

5.2.2. Leis Ordinárias/ Medidas Provisórias 32

5.2.3. Atos Internacionais ( âmbito do direito internacional público e do direito Constitucional ). Atos
validamente firmados, bem dito, segundo o que preconiza a Constituição Federal.

5.2.4. Normas administrativas originárias dos órgãos competentes

5.2.5. Jurisprudência
Princípios do Direito Ambiental

Os Princípios do Direito Ambiental visam proporcionar para as presentes e futuras gerações, as garantias
de preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, conciliando elementos
econômicos e sociais, isto é, crescendo de acordo com a idéia de desenvolvimento sustentável.

Princípio do Direito Humano Fundamental

O direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a todos e é um direito humano
fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estolcomo e reafirmado na Declaração do
Rio.

Princípio Democrático

Assegura ao cidadão o direito à informação e a participação na elaboração das políticas públicas


ambientais, de modo que a ele deve ser assegurado os mecanismos judiciais, legislativos e administrativos
que efetivam o princípio.

Esse Princípio é encontrado não só no capítulo destinado ao meio ambiente, como também no capítulo
que trata os direitos e deveres individuais e coletivos.

Exemplos de participação: audiências públicas, integração de órgãos colegiados como é o caso do


COPAM em Minas Gerais, Ação Popular, Ação Civil Pública, etc.

Princípio da Precaução

Estabelece a vedação de intervenções no meio ambiente, salvo se houver a certeza que as alterações não
causaram reações adversas, já que nem sempre a ciência pode oferecer à sociedade respostas conclusivas
sobre a inocuidade de determinados procedimentos.

Graças a esse Princípio, a disponibilização de certos produtos é por muitas vezes criticada pelos vários
segmentos sociais e o próprio Poder Público, como aconteceu no recente episódio dos transgêncios, já
que não foi feito o EPIA (Estudo Prévio de Impacto Ambiental), exigência constitucional que busca
avaliar os efeitos e a viabilidade da implementação de determinado projeto que possa causar alguma
implicação ambiental.

Princípio da Prevenção

É muito semelhante ao Princípio da Precaução, mas com este não se confunde. Sua aplicação se dá nos
casos em que os impactos ambientais já são conhecidos, restando certo a obrigatoriedade do
licenciamento ambiental e do estudo de impacto ambiental (EIA), estes uns dos principais instrumentos
de proteção ao meio ambiente.

Princípio da Responsabilidade

Pelo Princípio da Responsabilidade o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou
omissões em prejuízo do meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas.
Logo, a responsabilidade por danos ambientais é objetiva, conforme prevê o § 3º do Art. 225 CF/88.

Princípios do Usuário Pagador e do Poluidor Pagador

Consubstanciados no Art. 4º, VIII da Lei 6.938/81, levam em conta que os recursos ambientais são
escassos, portanto, sua produção e consumo geram reflexos ora resultando sua degradação, ora resultando
sua escassez. Além do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental está se gerando um
enriquecimento ilícito, pois como o meio ambiente é um bem que pertence a todos, boa parte da
comunidade nem utiliza um determinado recurso ou se utiliza, o faz em menor escala.

O Princípio do Usuário Pagador estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus
custos, sem que essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas. Então, não há que se falar em Poder
Público ou terceiros suportando esses custos, mas somente naqueles que dele se beneficiaram.

O Princípio do Poluidor Pagador obriga quem poluiu a pagar pela poluição causada ou que pode ser
causada.

Princípio do Equilíbrio

Este Princípio é voltado para a Administração Pública, a qual deve pensar em todas as implicações que
podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente, devendo adotar a solução que
busque alcançar o desenvolvimento sustentável.

Princípio do Limite

Também voltado para a Administração Pública, cujo dever é fixar parâmetros mínimos a serem
observados em casos como emissões de partículas, ruídos, sons, destinação final de resíduos sólidos,
hospitalares e líquidos, dentre outros, visando sempre promover o desenvolvimento sustentável.

Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente.

dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais, com conseqüente degradação – alteração adversa ou in
pejus – do equilíbrio ecológico e da qualidade de vida.

BASE CONSTITUCIONAL DO DIREITO AMBIENTAL

A partir da Constituição Federal de 1988 o meio ambiente passou a ser tido como um bem tutelado
juridicamente. Como bem coloca José Afonso da Silva (2004, p. 46), “a Constituição de 1988 foi,
portanto, a primeira a tratar deliberadamente da questão ambiental”, trazendo mecanismos para sua
proteção e controle, sendo tratada por alguns como “Constituição Verde”.

O meio ambiente na ordem social

De fato o capítulo do meio ambiente está inserido na Ordem Social. Ora, o social constitui a grande meta
de toda ação do Poder Público e da sociedade. A Ordem Econômica, que tem suas características e
valores específicos, subordina-se à ordem social. Com efeito, o crescimento ou desenvolvimento
socioeconômico deve portar-se como um instrumento, um meio eficaz para subsidiar o objetivo social
maior. Neste caso, as atividades econômicas não poderão, de forma alguma, gerar problemas que afetem a
qualidade ambiental e impeçam o pleno atingimento dos escopos sociais.

O meio ambiente, como fator diretamente implicado no bem estar da coletividade, deve ser protegido dos
excessos quantitativos e qualitativos da produção econômica que afetam a sustentabilidade e dos abusos
das liberdades que a Constituição confere aos empreendedores. Aliás, a própria Ordem Econômica,
analisada em seguida, requer garantias de obediência às regulamentações científicas, técnicas, sociais e
jurídicas relacionadas com a gestão ambiental.

O meio ambiente na ordem econômica

Aqui está um dos principais – se não o principal – avanços da Constituição em relação à tutela ambiental.
O sentido e o alcance desse princípio (e da sua inclusão como limite à livre iniciativa) são por demais
complexos e amplos para serem tratados em obra introdutória como esta.
De qualquer modo, cabe ressaltar que, nos termos da Constituição, estão desconformes – e, portanto, não
podem prevalecer – as atividades decorrentes da iniciativa privada (da pública também) que violem a
proteção do meio ambiente, ou seja, a propriedade privada, base da ordem econômica constitucional,
deixa de cumprir sua função social – elementar para sua garantia constitucional – quando se insurge
contra o meio ambiente.

Auto de Infração Ambiental

O auto de infração é o documento que inaugura o processo administrativo destinado à apuração da


existência, ou não, da infração ambiental.

As infrações ambientais são apuradas mediante processo administrativo especifico, no qual é assegurado
ao acusado o Direito Constitucional da Ampla Defesa e do Contraditório. Portanto, deve,
obrigatoriamente, ser formal e preencher requisitos previstos na norma ambiental aplicável.

Diz o Artigo 70 da Lei 9.605/98, Lei dos Crimes Ambientais ou LCA, que a infração administrativa
ambiental é toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
recuperação do meio ambiente.

O auto de infração ambiental e posterior instauração de processo administrativo constituem atos de


competência dos funcionários de órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente- SISNAMA,
desde que designados para as atividades de fiscalização, sendo que também são igualmente competentes
os agentes da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha, sob pena de co-responsabilidade.

Uma vez que a Constituição Federal em seu Artigo 225 "caput" assegurou ser dever de todos a proteção
do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, qualquer pessoa, constatando infração ambiental,
poderá dirigir representação às autoridades acima mencionadas, para efeito do exercício do seu poder de
policia.

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-
econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os
seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como


um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos
recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)


IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,


objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

DOS OBJETIVOS DA POLíTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do


meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio


ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;

III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e


manejo de recursos ambientais;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de


recursos ambientais;

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações


ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade
ambiental e do equilíbrio ecológico;

VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos


causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Art 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos,
destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio
ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei.

Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância


com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.

DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim
estruturado:

I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na


formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos
ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a


finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais
para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de
vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais
fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990)

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas,


projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização


dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

§ 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboração normas
supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem
estabelecidos pelo CONAMA.

§ 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão


elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.

§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão fornecer os
resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente
interessada.

§ 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de
apoio técnico científico às atividades do IBAMA. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

O SISNAMA foi criado para efetivar o cumprimento às matérias ambientais, estejam dispostas na
Constituição Federal ou na legislação infra-constitucional, em substituição à Secretaria Especial do Meio
Ambiente (SEMA), criada em 1973.

Curiosa, porém é a constatação de que a SEMA foi criada com o objetivo de amenizar a péssima imagem
internacional assumida pelo Brasil, já que em Estolcomo, no ano anterior, na primeira conferencia da
ONU sobre o meio ambiente, a postura adotada era a de que a poluição era sinônimo de progresso, e, por
isso, muito bem vinda em território nacional.

O SISNAMA é formado por uma rede de órgãos e instituições ambientais, que por suas vez são
compostas pelo Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário e Ministério Público.

Em suma, a criação do SISNAMA se deu em virtude da necessidade de se estabelecer uma rede de


agências governamentais que assegurassem mecanismos aptos à consolidarem a implementação da
Política Nacional do Meio Ambiente, em todo o nível da Federação.

Ao Executivo, tendo em vista a esfera ambiental, compete basicamente o exercício do controle das
atividades potencialmente poluidores, a exigência do estudo de impacto ambiental, para posterior
licenciamento ambiental, e ainda, a fiscalização das obras, empreendimentos e atividades que de alguma
forma gerem impactos ambientais.
Já o Legislativo tem a tarefa de elaborar leis e regulamentos ambientais, aprovar os orçamentos dos
órgãos ambientais, exercer o controle dos atos administrativos do Executivo, etc.

Ao Poder Judiciário, na esfera ambiental, compete julgar as ações de cunho ambiental (Ação Civil
Pública, Ação Popular, Mandado de Segurança, Mandado de injunção), exercer o controle de
constitucionalidade das normas e rever os atos administrativos.

E ao Ministério Público, consoante a Constituição Federal, em seu Art. 129, a instauração do inquérito
civil, do inquérito criminal e a promoção da ação civil pública.

O que é Licenciamento Ambiental?

O Licenciamento Ambiental é um Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, que foi


estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. A principal função desse instrumento é conciliar
o desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente. A lei estipula que é obrigação do
empreendedor buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais do
planejamento de seu empreendimento e instalação até a sua efetiva operação.

Na Resolução normativa CONAMA nº 237/97, o Licenciamento ambiental é definido como o


procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso.

A licença ambiental é um documento com prazo de validade definido no qual o órgão ambiental
estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem seguidas pela atividade
que está sendo licenciada. Ao receber a Licença Ambiental, o empreendedor assume os compromissos
para a manutenção da qualidade ambiental do local em que se instala.

Ou seja, podemos concluir que qualquer projeto que possa desencadear efeitos negativos (impactos
ambientais) no meio ambiente precisa ser submetido a um processo de licenciamento. O licenciamento
ambiental é a principal ferramenta que a sociedade tem para controlar a manutenção da qualidade do meio
ambiente, o que está diretamente ligado com a saúde pública e com boa qualidade de vida para a
população.

Assim sendo, conclui-se que o licenciamento ambiental é o instrumento que o poder público possui
de controlar a instalação e operação das atividades, visando preservar o meio ambiente para as
sociedades atual e futura.

Uma série de processos faz parte do licenciamento ambiental, que envolve tanto aspectos jurídicos, como
técnicos, administrativos, sociais e econômicos dos empreendimentos que serão licenciados. Para saber
como licenciar um empreendimento é necessário consultar a Resolução normativa CONAMA 237/97, e
as Leis e Portarias referentes a Licenciamento do seu estado. No Mato Grosso do Sul, o licenciamento
ambiental é regido pela Lei Estadual – MS 2.257 de 2001.

Os principais documentos técnicos de um processo de licenciamento são:

• Requerimento – Caracterização do Empreendimento

• Termo de Referência

• Estudos Ambientais (EIA/RIMA, PCA, RCA, etc)


• Projeto Básico Ambiental (PAE, PGRS, PRAD, Programas de monitoramento, educação ambiental,
etc).

EIA X EIV

Estudo de Impacto Ambiental ou Estudo de Impacte Ambiental (EIA) é um documento técnico onde
se avaliam as consequências para o ambiente decorrentes de um determinado projecto. Nele encontram-se
identificados e avaliados de forma imparcial e meramente técnica os impactes que um determinado
projecto poderá causar no ambiente, assim como apresentar medidas mitigadoras. Por estas razões, é um
importante instrumento de avaliação de impacto ambiental (AIA).

Estudo de Impacto de Vizinhança- EIV (arts. 36 a 38):

Trata-se do estudo de impacto que determinados empreendimentos, definidos em lei municipal, trarão a
sua vizinhança, assim entendida como os residentes na área e suas proximidades. O EIV é condicionante
para a obtenção das licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento.

O conteúdo mínimo do EIV está arrolado nos inciso do art. 37, a saber: adensamento populacional,
equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária, geração de
tráfego e demanda por transporte público, ventilação e iluminação, paisagem urbana e patrimônio natural
e cultural.

Por fim, relava gizar que o EIV não se confunde com o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) que é
um subprocedimento do licenciamento ambiental, exigível para atividades capazes de causar significativa
degradação ambiental, nos termos do art. 225, parágrafo 1º, inciso IV, da CF e Resolução CONAMA
1/86. Trata-se, portanto, de um novo instituto jurídico-ambiental para a obtenção das licenças edilícias.

O EIA tem por fim o licenciamento ambiental, enquanto o EIV visa a licença de construir/ampliar) e
linguagens diferentes (ambientalistas e urbanistas), são regidos por instrumentos jurídicos diversos
(Resolução CONAMA 01/86 + Lei 6.938/81 e Lei 10.257/01), envolvem órgãos variados (órgão de
controle ambiental e órgão de controle do uso e ocupação do solo) e, às vezes, até esferas governamentais
diversas (o EIA pode ser solicitado pela União, Estado ou Município, enquanto o EIV somente por este
último).

Instrumentos de controle – prévios, concomitantes e sucessivos –, através dos quais possa ser verificada
a possibilidade e regularidade de toda e qualquer intervenção projetada sobre o meio ambiente
considerado. Assim, por exemplo, as permissões, autorizações e licenças pertencem à família dos atos
administrativos de controle prévio; a fiscalização é meio de controle concomitante; e habite-se é forma de
controle sucessivo.

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