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OBJETIVOS
GERAL
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Filme disponível em: https://youtu.be/qGkxQBUqmaM
ESPECÍFICOS
JUSTIFICATIVA
A partir disto, uma análise da obra em questão, que venha inseri-la nas
discussões acerca da produção audiovisual é fundamental, na medida em que esta faz
uso daquela linguagem como suporte primeiro da pesquisa. Neste sentido, a obra é
tomada como objeto de reflexão e análise, como ponto de partida para uma reflexão
conjunta sobre determinados contextos e situações (BARBOSA, CUNHA, 2006, pg.
50).
Temos então esta pesquisa concatenada aquilo que promove este programa de
pós-graduação, ou seja, a pesquisa a partir da discussão da centralidade da
cultura audiovisual e com o entendimento de que o cinema e o audiovisual são
matrizes para a construção de experiências comunicativas, produção de
conhecimento e de sentido.
Com isto, acreditamos que a pesquisa se faz pertinente à linha de pesquisa a qual
pretende se vincular (L1), uma vez que esta, partindo do campo da estética, dos aspectos
plásticos e pictóricos da imagem fílmica, propondo reflexões sobre interfaces com
outras áreas do campo artístico e cultural, tem em seu arcabouço premissas que trarão
contribuições significativas tanto no que diz respeito às discussões sobre a produção
audiovisual, seu modus operandi, quanto da análise fílmica em si, contribuindo para a
construção do conhecimento antropológico associado à produção audiovisual.
aspectos do filme etnográfico na obra, realizada pelo cineasta Murilo Santos, em 1977. Ainda o trabalho
de conclusão de curso “Filme Etnográfico: A Construção do Filme ‘Quem Toma Conta Dá Conta’”,
apresentado em 2017 à Universidade Cândido Mendes como pré-requisito para obtenção do título de
Especialista em Cinema e Linguagem Audiovisual, trabalho este que retoma uma produção longa-
metragem de cunho etnográfico de minha autoria, fazendo abordagens acerca de todo o processo de
construção do filme, este realizado entre 2003 e 2011.
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Como assim é chamada intimamente a festa de Nossa Senhora da Conceição pelos filhos e filhas do
Terreiro.
REFERENCIAL TEÓRICO
Com efeito, o estudo do homem pelo filme significa não somente o estudo do
homem filmável – suscetível de ser filmado -, mas, igualmente, o homem
filmado, tal como ele aparece colocado em cena pelo filme. Ora, aquilo que
aparece na imagem não é exatamente igual àquilo que é apreendido pela
observação direta. O homem filmado, descrito pelo encadeamento de pontos,
de vista planos, sequencias fílmicas, deve ser de alguma maneira decriptado à
luz do que se conhece sobre as leis e opções de mise en scène propriamente
fílmica, mesmo documentária (FRANCE, 2000, pg. 18).
Se está claro que o estudo desse “home filmável”, ou seja, de qualquer ser
humano, pertence à esfera da antropologia, não seria algo arriscado dizer o
mesmo do “homem filmado”? Sim, porque este último já não é um ser
humano qualquer; sua aparência, sua voz, seus movimentos, foram
aprisionados em uma película fotossensível enquanto eram moldados,
esculpidos pela linguagem cinematográfica. Portanto, estudar este homem
não é o mesmo que estudar o homem “real”. Os instrumentos que servem
para aproximar o primeiro não são os mesmos que servem para abordar o
segundo (FREIRE, 2000, apud FRANCE, 2000, pg III).
Naquilo que tange a produção de sentido, ou seja, questões que dizem respeito à
edição do material filmado, encadeando as situações e momentos de forma a que este
ganhe unidade e sentido levando assim à análise, é importante que se tenha em vista
aquilo que OMORI (2009, pg. 290) comenta como sendo a produção da realidade
Sabe-se que enquanto obra, o filme passa pelo processo de decupagem das
imagens que farão parte do conjunto. Sendo assim, questões como as que foram
levantadas acima são pertinentes na medida em que corroboram e endossam as reflexões
já colocadas anteriormente, ou seja, o homem filmado jamais pode ser encarado como o
homem real. Neste sentido, a análise fílmica deve levar esta tônica em consideração, na
medida em que trata-se de fazer uma reconstrução para perceber de que modo esses
elementos foram associados num determinado filme (PENAFRIA 2009, pg. 02).
É no tocante a estas observações que tanto aquilo que é mostrado quanto aquilo
que não é mostrado fazem parte da análise fílmica. E mais: associado à análise,
estabelecendo uma relação indissociável com esta, temos o próprio pesquisador que
seleciona já no momento da filmagem aquilo que posteriormente poderá ser utilizado na
construção da obra. Logo, apesar de não estar aparente
Aqui surge, então, aquilo que seria definido como sendo o cerne da análise e
desenvolvimento da pesquisa que ora se apresenta, ou seja, o homem tal como ele é
apreendido pelo filme, na unidade e na diversidade das maneiras como coloca em cena
suas ações, seus pensamentos e seu meio ambiente (FRANCE, 2000, pg. 17).
ABORDAGEM METODOLÓGICA
MARTIN (pgs. 213, 214), por sua vez, nos fornece elementos importantes
para análise fílmica proposta, uma vez que este menciona o tempo em uma perspectiva
distinta. Neste aspecto, é importante mencionar que
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
documental, que designa as diversas maneiras por meio das quais o processo observado se apresenta ele
mesmo ao cineasta no espaço e no tempo. A auto-mise en scène é inerente a qualquer processo observado
(ibidem, pgs. 405, 406).
_____________________________. Filme Etnográfico: A Construção do Filme
“Quem Toma Conta Dá Conta”. Rio de Janeiro, UCAM, 2017, TCC.
RIBEIRO, José da Silva. Filme Etnográfico e Antropologia Visual. Doc On-line, n.03,
Dezembro 2007. Disponível em: http://www.doc.ubi.pt/index03.html. Acesso em
05/05/2018