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“A (RE)INVENÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS [PÁGINAS 1 A 34]”, DE JOAQUÍN HERRERA

FLORES (2009)

O livro, prefaciado por Flávia Piovesan, trata da reinvenção dos DH’s sob uma ótica contemporânea
“aberta, diversa e plural”, defendendo os DH’s “como processos institucionais e sociais em prol da abertura e
consolidação de espaços de luta pela dignidade humana” e reiterando que os DH’s não podem ser reduzidos apenas
ao seu aspecto normativo (tanto nacional, quanto internacional), pois muitas vezes as normas são elaboradas para a
afirmação do status quo, em detrimento dos interesses de grupos sociais mais vulneráveis. Em essência, o autor
defende que os DH’s não podem ser vistos como ideais abstratos, delimitados pelo formalismo jurídico, mas sim
como a firmação de lutas emancipatórias do ser humano em busca da garantia da própria dignidade.
O capítulo 1 então se inicia com uma contextualização histórica e uma contundente crítica ao capitalismo e
à suposta lógica liberal, através da qual os DH’s passaram a ser vistos como “custos sociais” pelos detentores do
poder econômico. A seguir, trata de definir um caminho para a superação da concepção abstrata dos DH’s,
exemplificada na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a partir de três níveis:

a) O “o quê” dos direitos:


Propõe pensar não no “direito à dignidade” em si, mas nos “bens” exigíveis para o pleno exercício da dignidade
(moradia, trabalho, meio ambiente, alimentação saudável etc.).

b) O “por quê” dos direitos:


Parte do pressuposto que o acesso aos “bens” insere-se num processo mais amplo, “que faz com que uns tenham
mais facilidade para obtê-los e que a outros seja mais difícil”. Daí, a luta pelos direitos encontra sua
justificativa no fato de que tais divisões, estabelecidas a priori, são injustas e desiguais.

c) O “para quê” dos direitos:


Delimita os objetivos almejados pela luta por direitos, por exemplo, a sobrevivência ou a dignidade plena, esta
não como um ideal abstrato, mas como um fim material.

Por fim, num parágrafo que resume a essência do texto: “(...) para nós, o conteúdo básico dos DH’s não é o direito
a ter direitos (...). Para nós, o conteúdo básico dos DH’s será o conjunto de lutas pela dignidade, cujos resultados
(...) deverão ser garantidos por normas jurídicas, por políticas públicas e por uma economia aberta às exigências da
dignidade.”.

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