TIREÓIDE
A glândula tireóide:
- função principal de produzir hormônios tireoidianos, os quais são fundamentais na diferenciação, crescimento e maturação do
organismo. Metabolismo celular e produção de energia.
- Os HT agem em receptores nucleares nas células do organismo ativando a transcrição gênica, formação de RNAm e síntese de
proteínas. (T3 é mais ativo do que T4).
Nesse eixo há a retroalimentação negativa, vias alvo de diversas doenças. Quando há aumento de HT, existe uma sinalização
negativa para que a hipófise pare de produzir TSH e hipotálamo TRH. O contrário acontece com a menor concentração de HT.
- São formados por Iodo- Iodeto ( 50-130mcg/dia), Tireoglobulina - grande proteína que serve de base para a síntese hormonal
(aa- Tirosina), enzimas – Tireo Peroxidase(TPO) / Desiodases (libera MIT e DIT). As celulas C produzem calcitonina, hormônio
importante na captação do cálcio para os ossos.
- há a organificação do iodo, primeiramente com a captação do iodo e depois iodando a molécula de tirosina. A iodação da
tireoglobulina e a formação dos HT ocorrem no colóide.
- Palpação e Inspeção: Abordar o paciente posteriormente ou anteriormente. Procurar a cartilagem cricóide e descer os dedos
procurando uma protuberância parecendo um anel. Esse é o Istmo da tireoide. Ao encontra-lo confirme solicitando ao paciente
que degluta. Ocorrerá a elevação da glândula.
Consistência: normal, firme, endurecida ou pétrea. O normal é elástica e bem delimitável, consistência de tecido muscular.
Temperatura: quente ou corporal. O nódulo quente é sinal de produção de HT – pode causar hiper.
- Síndrome clínica caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas causados pela diminuição dos hormônios tireoidianos.
- Há queda do metabolismo basal, síntese e lise de várias proteínas (gerando acúmulo – edema) e desaceleração dos processos
orgânicos.
- O hipotireoidismo primário é causado por alterações na glândula tireoide e seus hormônios. Sejam por déficit de iodo,
medicamentos, lesão tissular (tireoidite de Hashimoto - autoimune), congênito (algumas crianças nascem sem a tireoide ou sem a
capacidade de produzir HT, sendo detectado no teste do peziho. Se não tratado leva a graves problemas neurológicos e de
crescimento) ou resistência aos seus hormônios. O secundário é causado por alterações na hipófise, como tumores, lesões ou
necrose pós-parto (Síndrome de Sheehan). O terciário é causa por alterações no Hipotálamo e tem como causa tumores,
traumatismo ou radioterapia.
- Tireoidite de Hashimoto: doença autoimune, cuja principal característica é a inflamação da tireoide causada por um erro do
sistema imunológico. Presença de auto imunoglobulinas anormais direcionadas contra a tiroglobulina, as peroxidases da tiroide e
o receptor do hormônio estimulante da tireoide (TSH). O resultado consiste na apoptose das células da tiroide e na destruição dos
folículos. Os baixos níveis de HT circulantes estimulam a libertação de quantidades excessivas de TSH, que causam hipertrofia da
tiroide através da síntese de mais tiroglobulina. Não se sabe o que faz o organismo produzir anticorpos contra as células da
tireoide. Existem hipóteses de que as infecções virais ou bacterianas, a exposição a certos medicamentos e ao iodo, partos e
fatores genéticos estejam envolvidos nesse processo.
- Manifestações do hipotireoidismo:
˖ Sist. Nervoso: Lentificação das funções intelectuais, perda da iniciativa, comprometimento da memória, letargia / Humor
deprimido, sonolência, demência (idosos), cefaleias, fala pastosa, lentificada, grossa ou rouca, cãibras (síndrome do túnel do
carpo) / lentificação de reflexo tendinosos, distúrbios psiquiátricos (depressivo – mais comum / paranoide). Parestesias de
extremidades.
˖ Pele e anexos: Edema mais duro pois tem menos líquido e acúmulo de mucopolissacárides, macroglossia (crescimento anormal
da língua), pele fria, pálida, seca, tonalidade amarelada. Cabelos e fâneros fracos, frágeis, pouco brilho, tendem a cair, unhas
quebradiças. Face mixedematosa.
˖ Sist. Cardiovascular: Redução de fluxo sanguíneo para os tecidos, bradicardia (abaixo de 60). Hipotireodismo grave (derrame
pericárdico – acúmulo de líquido no espaço pericárdico podendo levar a uma disfunção cardíaca): aumento da área cardíaca e
abafamento das bulhas.
˖ Sist. Respiratório: Derrame pleural (diminui a capacidade ventilatória), redução da capacidade respiratória máxima, redução da
capacidade de difusão, hipoventilação alveolar e retenção de dióxido de carbono (casos graves).
˖ Sist. Digestivo: Redução do apetite, obstipação intestinal, ganho de peso e retenção de líquido (depósito de glicoproteínas
hidrofílicas nos tecidos).
˖ Sist. Muscular: Redução da contração e relaxamento do músculo, lentificação do movimento, rigidez muscular (nãp é por
processo inflamatório) e dor muscular.
˖ Sist. Esquelético: Deficiência do hormônio tireoidiano no inicio da vida causa perda do crescimento linear e nanismo
desproporcional (membros curtos).
˖ Sist. Hematopoietico: Anemia, demanda diminuída de oxigênio, deficiência de vitamina B12 e defeitos na absorção de ferro.
˖ Sist. Reprodutor: Homens: diminuição da libido, impotência e oligospermia. Mulheres: diminuição da libido, amenorreia (ausência
de fluxo menstrual) e falência ovulatoria.
˖ Metabolismo energético: Intolerância ao frio, discreta queda da temperatura corporal, redução do metabolismo basal, do
metabolismo energético e da produção de calor.
Hipertireoidismo:
Tireotoxicose: conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de HT. Ocorre aumento do metabolismo basal e aceleração
dos processos orgânicos.
- Aumento da função da glândula tireoide causada por:
Doença de Graves: doença autoimune na qual há a produção do anticorpo TRAB que se liga no TSH, funcionando como um falso
TSH e estimulando a glândula a produzir HT e levando a sua superatividade. É a principal causa de hipertireoidismo.
Bócio multinodular toxico: tireóide aumentada e abundante em nódulos que podem produzir HT.
- Manifestações do hipertireoidismo:
˖ Sist. Nervoso: Nervosismo, instabilidade emocional, hipercinesia, agitação / inquieto, déficit de atenção, tremor das mãos,
aumento dos reflexos tendinosos e distúrbios psiquiátricos: reações maníaco-depressivas, reações esquizoides ou reações
paranoicas.
˖ Pele e anexos: Mixedema pré-tibial, pele quente, úmida. Unhas amolecidas, quebradiças, Unhas de Plummer (descolamento da
unha no leito ungueal).
˖ Olhos: Atraso palpebral (pálpebra superior)“lid lag”, retração da pálpebra superior e olhar fixo, brilhante (ocorrem em qualquer
causa de Tireotoxicose), orbitopatia infiltrativa (só ocorre na Doença de Graves- ação de anticorpos – TRAb - Exoftalmopatia de
Graves).
˖ Sist. Cardiovascular: Aumento do débito cardíaco, taquicardia / palpitações, arritmias, sopros cardíacos (pelo aumento da
frequência cardíaca), PA divergente.
˖ Sist. Digestivo: Aumento do apetite, perda de peso (O aumento da ingesta de alimentos não é adequado para atender as
necessidades calóricas aumentadas), fezes amolecidas, aumento de frequência dos movimentos intestinais.
˖ Sist. Esquelético: Aumento da excreção de cálcio e fósforo, desmineralização dos ossos, ocasionalmente, fraturas patológicas,
especialmente em mulheres idosas.
˖ Sist. Hematopoietico: Leucometria total frequentemente baixa (Graves) - redução dos neutrófilos.
˖ Sist. Reprodutor: Homens: aumento da libido. Mulheres: aumento da libido, redução do fluxo menstrual e redução da fertilidade.
˖ Metabolismo energético: Intolerância ao calor, discreta elevação da temperatura corporal, aumento do metabolismo basal
(aumento do metabolismo energético e da produção de calor).
- T4 livre:permite avaliar secreção tireóidea. Valor normal 9-30 pmol/l. O T4 ligado a proteína não tem função clínica).
Exames de imagem para tireoide: USG, tomografia gamagrafia (funcionalidade), cintilografia (mostra hiperfunção).
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS DOS LINFONODOS – EXAME FÍSICO:
São 10:
Linfonodos occipitais
Linfonodos amigdalianos
Linfonodos submandibulares
Linfonodos submentonianos
Linfonodos supraclaviculares
- Os testes consistem na palpação com as polpas digitais. No caso dos cervicais, ajustar a cabeça para relaxar o ECON e puxa-lo.
Observar: Tamanho, localização, mobilidade, delimitação, consistência , sensibilidade. Presença de sinais flogísticos: edema,
calor, rubor, dor.
Normal: pouco palpável; móvel; não aderido; bem delimitado; elástico; indolor.