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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL


VP CONSULTORIA NUTRICIONAL
DIVISÃO ENSINO E PESQUISA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
FUNCIONAL

ELENICE PELTZ LUNKES BARBOSA

Nutrição Funcional na hipertrofia muscular


Estudo de Caso

RIO DE JANEIRO
2016
Elenice Peltz Lunkes Barbosa

Nutrição Funcional na hipertrofia muscular


Estudo de Caso

Monografia apresentada ao curso de


pós-graduação Lato sensu da VP
Consultoria Nutricional – Divisão
Ensino e Pesquisa e da Universidade
Cruzeiro do Sul, como requisito para
conclusão do curso de Especialização
Nutrição Clínica Funcional

Orientador: Fernanda Serpa

RIO DE JANEIRO
2016

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Elenice Peltz Lunkes Barbosa

Nutrição Funcional na hipertrofia muscular


Estudo de Caso

Monografia apresentada ao curso de


pós-graduação Lato sensu da VP
Consultoria Nutricional – Divisão
Ensino e Pesquisa e da Universidade
Cruzeiro do Sul, como requisito para
conclusão do curso de Especialização
em Nutrição Clínica Funcional

Orientador: Fernanda Serpa

_______________________________________
Fernanda Serpa
Orientador

_________________________________________
Banca

__________________________________________
Banca

Rio de Janeiro

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20 de junho de 2016

SUMÁRIO

1. Introdução .................................................................................................................. 5
2. Desenvolvimento ....................................................................................................... 6
2.1 Metodologia ............................................................................................................. 6
2.2 Detalhamento do estudo de caso ............................................................................ 8
2.3 Detalhamento da conduta nutricional .................................................................... 12
2.4 Resultado e Discursão ........................................................................................... 14
3. Conclusão ................................................................................................................ 15
4. Referências .............................................................................................................. 15

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1. INTRODUÇÃO

A obesidade é uma doença crônica não transmissível caracterizada pelo excesso de


gordura corporal e resultante do desequilíbrio prolongado entre o consumo alimentar e o gasto
energético. Atualmente é um grave problema de saúde pública, atingindo proporções
epidêmicas tanto em países desenvolvidos como em nações e regiões em desenvolvimento, com
grande impacto sobre o padrão de morbidade de populações adultas (NEVES, 2015).
A obesidade abdominal ou andróide, isto é, o aumento de tecido adiposo na região
abdominal, é considerada um fator de risco independente para diversas morbidades,
representando risco diferenciado quando comparada com outras formas de distribuição de
gordura corporal (PINHO,2013).
No presente estudo de caso o paciente em questão tem dois objetivos: reduzir gordura
abdominal e obter aumento de massa muscular. Este estudo ira destacar o consumo de proteína
e hipertrofia muscular ou ganho de massa muscular.
A prática regular de exercícios físicos, unida a uma alimentação saudável, está cada vez
mais associada a uma melhor qualidade de vida, uma vez que promove benefícios fisiológicos
e psicológicos aos indivíduos (SILVA, 2012).
A nutrição bem equilibrada pode minimizar a fadiga, reduzir as lesões, otimizar os
depósitos de energia e finalmente por ajudar a saúde em um modo geral . A associação de uma
dieta balanceada e a prática regular e adequada de exercícios físicos melhora a qualidade de
vida. O foco da nutrição para praticantes de treinamento de força tem sido, especialmente,
sobre o consumo de proteínas e aminoácidos para melhorar resposta hipertrófica, a ingestão
após exercícios físicos, favorece a recuperação e a síntese proteica muscular
(MARQUES,2012).
Intervenção nutricional para ganho de massa muscular:
Na primeira consulta, foram registradas as seguintes recomendações ao paciente em
questão: Adequar a alimentação para melhorar a disposição para a atividade fica, para que essa
seja realizada com maior regularidade; Aumentar consumo de alimentos anti-inflamatórios e
antioxidantes; Consumir 2,5 a 3 litros de água por dia; Para favorecer o ganho de massa
muscular e a perda de gordura abdominal, aumentar o aporte proteico e utilizar a suplementação
de vitaminas e minerais com ômega 3.
A alimentação pode otimizar o desempenho do praticante de atividade física, pois sabe-
se que o elevado aumento do esforço físico decorrente do exercício diário e a inadequação

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dietética os expõem a desequilíbrios orgânicos como: anemia, perda mineral óssea, distúrbios
alimentares. E uma baixa ingestão energética pode ocasionar em perda de massa muscular,
fadiga e consequentemente, comprometimento do rendimento atlético, assim a nutrição é um
dos fatores que podem aperfeiçoar o desempenho desportista (CABRAL, 2006).
Ademais, por meio de orientações específicas sobre alimentação é possível preparar o
organismo para o esforço, com o fornecimento dos nutrientes necessários, que irão variar de
acordo com o tipo de exercício e o objetivo que se pretende alcançar, como, por exemplo, perda
de peso e ganho de massa muscular (TIRAPEGUI, 2000).
Diante disso, o nutricionista é elemento fundamental para a obtenção dos resultados
esperados pelos atletas e praticantes de exercícios físicos em geral. Principalmente praticantes
de musculação, que devem ser informados de que o consumo de uma dieta variada, com
alimentos densos em nutrientes, promove o equilíbrio adequado entre todos os nutrientes, e de
que esses alimentos têm um efeito potencialmente benéfico sobre a saúde quando consumidos
regularmente e em níveis eficientes, como parte de uma dieta variada (MACHADO, 2012).
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo a promoção da perda de gordura
corporal e ganho de massa muscular pelo paciente em questão, por meio de atividade física
regular e intervenção alimentar, com uma dieta adequada aos seus objetivos.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo com um indivíduo adulto de 44 anos, atendido voluntariamente


no curso de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional, como estudo de caso para o trabalho
de conclusão de curso. O objetivo do atendimento era identificar de acordo com as queixas e
ou objetivos do paciente, possíveis desequilíbrios metabólicos e deficiências nutricionais, para
propor intervenções nutricionais para restabelecimento das mesmas. Foi realizada consulta
nutricional de caráter individual com três nutricionistas alunas do curso, que consistiu de:
antropometria (circunferências de cintura, abdômen e do braço), avaliação por bioimpedância
para avaliação da composição corporal (peso, altura, IMC, % gordura e massa magra), aplicação
da anamnese e coleta dos dados pessoais e sociais, questionário de anamnese alimentar
(recordatório de 24 horas), rotina do dia a dia e frequência de atividade física. Também foi

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aplicado o questionário de rastreamento metabólico ( Anexo 1 ) já preenchido pelo próprio
paciente antes de iniciar a consulta. O Questionário de Rastreamento Metabólico (QRM) teve
como objetivo a análise de sinais e sintomas, com o intuito de caracterizar a prevalência dos
mesmos. O QRM é validado pelo Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, e avalia pontos de
importância do organismo incluindo cada sintoma para traçar seu perfil de saúde. Possui uma
pontuação mínima para cada sintoma, sendo que deve ser dada também importância a
pontuação por blocos. A disbiose intestinal é avaliada através da pontuação dada pelo
participante aos sintomas que estão relacionados no QRM no bloco sobre trato digestivo:
náuseas/vômitos, diarréia, constipação/prisão de ventre, inchaço/abdômen distendido, gases
intestinais/eructações, azia, dor estomacal/intestinal. Para cada sinal/sintoma pontuou-se: 00
(nunca, ou quase nunca teve o sintoma), 01 (ocasionalmente teve, efeito não foi severo), 02
(ocasionalmente teve, efeito foi severo), 03 (frequentemente teve, efeito não foi severo) ou 04
(frequentemente teve, efeito foi severo). Segundo a análise proposta pelo QRM, pontuações
iguais ou acima de 10 pontos em uma das seções do questionário indicam hipersensibilidade
alimentar ou ambiental. Para a avaliação do peso, utilizou-se uma balança de bioimpedância da
marca Inbody 120, com capacidade de 10kg a 180 kg. A bioimpedância elétrica tem sido uma
alternativa atraente na avaliação da composição corporal, pela possibilidade de se trabalhar com
equipamento não invasivo, portátil, de fácil manuseio, boa reprodutibilidade e, portanto, viável
para a prática clínica e para estudos epidemiológicos, tem sido apontada como uma técnica
capaz de superar alguns desafios encontrados em outros métodos para avaliar o estado
nutricional (EICKEMBERG et al, 2011). Com a balança ligada e zerada, o participante subiu e
permaneceu no centro do equipamento. O paciente foi pesado descalço, com o mínimo de
roupas possíveis, na posição ereta. Após a fixação do valor no visor da balança, foi realizada a
leitura (peso, altura, IMC, % gordura e massa magra). Para as medidas de circunferências foi
utilizada a fita antropométrica da marca Sanny com extensão de 200 cm e precisão de 0,1 cm.
Para mensurar a circunferência da cintura, a pessoa esteve de pé, abdômen relaxado, braços
estendidos ao longo do corpo e os pés separados numa distância de 25 a 30 cm. Foi pedido para
levantar a blusa, de forma que a região da cintura ficou despida. Para localizar a cintura,
considerou-se o ponto zero da fita métrica com a mão direita e, com a mão esquerda, passou-se
a fita ao redor da cintura ou na menor curvatura, localizada entre a última costela e o osso do
quadril (crista ilíaca). Para a circunferência do abdômen considerou-se a cicatriz umbilical,
colocando a fita sobre a mesma e depois ao redor do perímetro ( SILVA, et al, 2010 ).

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Foram analisados ainda os resultados dos exames bioquímicos e usadas as referências
do laboratório para complementação da avaliação nutricional, bem como parâmetros “da
nutrição funcional”.
As orientações nutricionais e de suplementos de vitaminas, minerais e outros compostos
foram prescritas em papel timbrado, com carimbo do profissional, e explicadas de forma oral
ao paciente para avaliação dos resultados da conduta nutricional na consulta de retorno no dia
11/06/2016.
O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de consulta em bases de dados de
relevância para elaboração deste trabalho: SciELO – Scientific Eletronic Librari Online e
Google Acadêmico e livros. Palavras-chave utilizadas foram “obesidade abdominal”,
“obesidade e emagrecimento”, “ganho de massa muscular”, “obesidade”, “suplementação na
atividade física”, “consumo de proteína e ganho de massa muscular”, “antioxidantes e atividade
física”. Nas amostras acima foram consideradas as publicações segundo os critérios de
refinamento: textos completos, nos idiomas, português, publicados entre os anos de 1999 a
2015.

2.2 DETALHAMENTO DO CASO ESTUDADO

Paciente RC, sexo masculino, 44 anos, casado, servidor público, residente na região dos
lagos em Cabo Frio, indicado por Cristiane Almeida (aluna) para participar do atendimento
nutricional realizado no dia 14/05/2016 no município do Rio de Janeiro, no colégio Santa Rosa.
O atendimento foi promovido pelo Curso de Nutrição Clínica Funcional – VP Consultoria como
atividade de avaliação da matéria de prática clínica. O paciente nos procurou com objetivo
principal de redução de gordura abdominal e aumento de massa muscular.
Paciente possui tipo sanguíneo tipo A negativo, não é fumante, realiza atividade física
de forma irregular atualmente, praticando musculação, caminhada, natação no mar e bicicleta
em horários e dias alternados.
Refere sono bom, acordando um pouco indisposto e sentindo-se melhor algumas horas
após acordar. O horário habitual de acordar é entre 6 e 9 horas da manhã e horário habitual de

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dormir entre 23 e 24 horas. Sente-se bem ao longo do dia até a noite e não se considera uma
pessoa estressada. Relata ter boa memória para fatos recentes e antigos.
Nasceu de cesariana, pois não estava na posição correta, o parto foi complicado. Foi
amamentando por um período de apenas um mês. Apresentou asma brônquica desde a infância
até mais ou menos os 18 anos de idade. Tratou com natação e medicamentos quando tinha crise
(bombinha). Realizou duas cirurgias: retirada das amidalas e fimose.
Pai desenvolveu diabetes, pois teve uma pancreatite e posteriormente teve que retirar
parte do pâncreas. Outros familiares não têm histórico de doenças.
Paciente só utiliza medicamentos em casos de dores de cabeça, que são raras, quando
então utiliza algum analgésico a base de dipirona (Dorflex ou Novalgina).
Relata que aos 25 anos teve gastrite e refluxo, pois trabalhou em rede de fast food e
consumiu muito refrigerante todos os dias por seis (6) meses. A partir daí sente queixas de azia
e dores abdominais e/ou sensação de distensão abdominal quando consome excesso de
gorduras, carne vermelha (churrasco) e quando consome bebida alcoólica (que ingere
eventualmente).
Os hábitos alimentares relatados pelo paciente através do recordatório de 24 horas
foram: apetite bom, principalmente na parte da manhã, digestão boa com a alimentação regular
que faz no dia a dia, mastigação lenta. Tenta ingerir 3 litros de água por dia e não tem hábito de
ingerir liquido junto às refeições, salvo em algum evento ou almoço de final de semana.
Não costuma ingerir leite porque relata desconforto digestivo e dor de cabeça após seu
consumo. Também diminuiu o consumo de pão branco (trigo) pelo mesmo motivo há cerca de
um (1) ano.
Nega aversões alimentares. Tem preferências por massas, doces, churrasco, mas evita
consumir no dia a dia, porém não abre mão de carne. Não segue nenhuma dieta específica, e
tenta se alimentar bem. Almoça fora diariamente (entre segunda e sexta feira) em restaurante
self service. (Nos dias de semana, almoça em restaurante do tipo buffet).
Tem o hábito de ingerir ao acordar um suco puro de meio (1/2) a um (1) limão
dependendo do tamanho do limão, logo em seguida, ingere água. Com frequência consome
castanhas, banana ou mamão com aveia (ou substitutos como amaranto, chia ou granola), café
puro com açúcar (3 colheres de chá de açúcar demerara), mel, pão raramente, eventualmente
pão de queijo, batata doce cozida, banana da terra grelhada ou aipim com manteiga.

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O paciente também relata que, eventualmente quando acorda cedo para praticar atividade
física, ingere a metade a metade do café da manhã antes da atividade e depois que volta, ingere
a outra metade do desjejum, que pode ser fruta ou batata doce.
O horário habitual de almoçar é entre 12 e 13 horas, frequentemente consome arroz
branco ou integral quando tem (2 colheres de servir), carne ou frango com mais frequência,
folhas, cenoura beterraba e tomate sem nenhum tempero e eventualmente feijão ou grão de
bico.
O horário habitual do lanche ocorre entre 15 e 16 horas. Relata dificuldade neste horário
devido poucas opções disponíveis. Consome normalmente meio pacote de biscoito de maisena
ou pão com manteiga ou sonho ou outro lanche de padaria. Ingere diversas xicaras de café,
adoçados com açúcar demerara na parte da tarde.
O jantar é feito esporadicamente, por volta das 20 h. Não faz refeição tradicional. Nem
sempre faz refeição nesse horário. Às vezes ingere ovo cozido ou frutas ou atum, depende do
que e de quanto comeu na parte da tarde no lanche. Por este motivo não costuma sentir fome
neste horário.
Não tem o habito de realizar refeições antes de deitar para evitar refluxo. Eventualmente
toma um cappuccino neste horário, ao realizar atividade física no horário da noite.
No final de semana se permite comer pizza, sanduiche, batata frita, chocolate, pão
francês, comida japonesa, sorvete. Um ou outro. Nunca todos em um mesmo dia.
Abaixo segue questionário de frequência alimentar de acordo com anamnese alimentar
descrita pelo paciente:

ALIMENTOS Diário Semanal Mensal Nunca Qual?


Café X
Refrigerante. / água c/
X Refrigerantes
gás
Chá Mate ou Preto X

Doces / Chocolate X Sorvete, chocolate


Temperos prontos X

Frituras X Sonho, batata frita


Álcool X Cerveja
Embutidos X Presunto

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granola, aveia, quinoa,
Cereais integrais X
amaranto
Hortaliças cruas X Alface, tomate, cenoura
Frutas X Diversas
Leguminosas X Grão de bico
Peixes X

Leite e derivados X cappuccino

Em relação ao questionário de sinais e sintomas para avaliação de deficiência de


micronutrientes e intoxicação por metais pesados, o paciente não assinalou nenhuma queixa.
Foi aplicado o questionário de rastreamento metabólico (anexo 1) com a seguinte
pontuação: 7 pontos em trato digestivo (Mas paciente preencheu o questionário sem observar
que eram nos últimos 30 dias os sintomas. Relatou não serem queixas atuais). Em energia e
atividade 1 ponto, olhos 2, cabeça 1, articulações 1, pulmões 1, mente 1, nariz 1, pele 1, outros
1 – totalizando 17 pontos (Interpretação - pessoas saudáveis, com menor chance de terem
hipersensibilidades).
Abaixo segue a teia de inter conexões metabólicas do paciente

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2.3 DETALHAMENTO DA CONDUTA NUTRICIONAL

Baseada nas necessidades nutricionais do paciente foi elaborado um plano alimentar com as
seguintes características: Carboidratos 51,4% (234 g – 3,2 g/Kg pc); Proteinas 16,7% (76 g –
1,02 g/Kg pc); Lipídeos 31,9% (64,3 g – 0,86 g/Kg pc). Foram corrigidas e inadequações
encontradas na ingestão habitual do paciente, como inadequado consumo de proteínas
(MAESTRA,2008).
Segundo Dabaghi, Ramos e Bonde (2014) e a American Dietetic Association (2009), para a
produção de massa muscular são necessários os aminoácidos essenciais. Para adultos levemente
ativos ou sedentários, a necessidade proteica é de 0,8 g/Kg de peso ao dia. Para atletas
recreacionais, a recomendação passa para 1 g/Kg e para atletas de força a necessidade proteica
varia de 1,6 a 1,7 g/Kg de peso ao dia. Quanto aos atletas de resistência, a necessidade diminui,
variando de 1,2 a 1,6 g/Kg de peso ao dia. Além disso, preconiza-se para que ocorra a
recuperação muscular após o exercício, cerca de 8 a 10 g de proteína animal ou de soja
(DUNFORD, 2012).
Foi proposto um cardápio semanal elaborado (Anexo 2) levando em conta as preferências
alimentares do paciente bem como os costumes, tendo como objetivo uma alimentação com
caráter antioxidante, anti-inflamatório, rica em compostos bioativos, proporcionando assim
uma dieta balanceada e equilibrada. Também foi reforçado a importância da atividade física
regular para obtenção dos resultados propostos. Além de atender aos objetivos estéticos, o
exercício físico regular também reduz significativamente os riscos em função do excesso e
distribuição de gordura corporal (doença coronariana, hipertensão, resistência à insulina,
dislipidemias), agindo positivamente sobre aspectos relacionados à qualidade de vida dos
indivíduos, levando-os a níveis mais próximos dos padrões desejáveis em termos de saúde
As estratégias nutricionais sugeridas para que o paciente consiga obter os seus resultados
de perda de gordura e ganho de massa muscular foram as seguintes:
Aumentar energia na parte da manhã para maior disposição para prática das atividades
físicas com maior regularidade; modificar hábitos alimentares na parte da tarde, modificando
a qualidade da gordura e tipo de carboidrato consumido; aumentar a quantidade de proteína da
refeição; aumentar consumo de alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes; evitar alimentos
inflamatórios como leite e derivados, trigo e derivados, alimentos com xarope de glicose ou
xarope de milho, alimentos ricos em açúcar refinado e gorduras saturadas, alimentos
industrializados contendo corantes e aditivos; evitar até a próxima consulta: pão francês, sonho,

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biscoito de maisena, manteiga, excesso de café e reduzir quantidade de açúcar e lanches de
padaria em geral; - Consumir 2,5 a 3 litros de água por dia.
Para favorecer o ganho de massa muscular e a perda de gordura abdominal foi sugerido
aumentar o aporte proteico utilizando o suplemento alimentar composto de proteína do soro do
leite concentrada e suplementação de vitaminas e minerais com ômega 3.
Um dos principais suplementos utilizados no meio atlético para alcançar a hipertrofia
muscular é a proteína do soro do leite, conhecida popularmente como Whey Protein (SOUZA
2015).
Devido suas características, as proteínas do soro são consideradas proteínas de rápida
digestão e absorção, capazes de elevar os níveis de aminoácidos plasmáticos rapidamente após
sua ingestão (LOLLO, 2007).
Existem diferentes vias pelas quais as proteínas do soro favorecem a hipertrofia
muscular. A alta concentração no aminoácido leucina, pode, desta forma, favorecer o
anabolismo muscular devido ao seu papel fundamental no processo de fosforilação de proteínas
envolvidas na formação do complexo do fator de iniciação eucariótico 4F (eIF4F), que, por sua
vez, inicia a tradução do RNA mensageiro (RNAm) para a síntese global de proteínas (SOUZA,
2015).
A combinação de evidências encontradas sugere que a suplementação de proteína do
soro do leite associada a exercícios de resistência ou força é eficiente na síntese de proteína
miofibrilar, portanto hipertrofia muscular, entretanto, é preciso cautela na inclusão de
suplementação proteica uma vez que a proteína proveniente da dieta também é eficiente em
promover reparo e síntese muscular. Ao optar pela proteína do soro do leite é necessário
considerar as proteínas da dieta, assim como os outros nutrientes a fim de manter o suporte
necessário para o desempenho físico eficiente. Os componentes essenciais para a melhora do
desempenho em qualquer modalidade esportiva são a manipulação dietética e a ingestão de
líquidos(VARGAS, 2015).
O fornecimento adequado de vitaminas e minerais, distribuição de macronutrientes,
adequação energética da dieta são fatores que devem ser considerados para um planejamento
alimentar (GOSTON, MENDES, 2011).

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2.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após 30 dias do primeiro atendimento foi realizado novamente antropometria e anamnese


alimentar a fim de comparar com os dados iniciais e analisar se o objetivo estipulado foi
alcançado. Foram registrados os seguintes resultados relatados pelo paciente:
Paciente relata melhora significativa do cansaço matinal, após o uso da suplementação de
ômega 3, vitaminas e minerais que iniciou tem 1 semana; melhorou o habito alimentar no
período da tarde e a noite; consumiu mais frutas, batata doce, castanhas granola no lanche da
tarde; diminuiu o consumo de cappuccino a noite e percebeu melhora do sono; na parte da
manhã consumiu suco verde com linhaça e fruta. O que o levou a ter fome no intervalo da
manhã (refeição que não tinha hábito de fazer); manteve o almoço como indicamos e reduziu
frituras que comia com certa regularidade; no jantar comia frutas e ou cereais; reduziu consumo
de café; observou consumo de agua; ainda não consegue jantar por causa da hora, do preparo;
percebeu melhora na maioria dos sintomas observando o resultado do rastreamento metabolico
(rm).

Não iniciou atividade física na academia, tendo feito exercícios esporadicamente.


Na consulta de retorno foram feitas reforçadas as orientações anteriores e adicionadas
as seguintes orientações: aumentar o consumo de proteínas, principalmente na refeição da noite;
na refeição das 18/19 h fazer um lanche mais completo, antecipando o “jantar” para este horário
com opções mais leves; dar preferencia a uma refeição mais completa, quando nçao for
possível, lanches mais práticos como panqueca de banana com ovo e canela; panqueca de aveia
salgada; tapioca com frango ou carne desfiada; refeição quando possível; foi sugerido incluir
proteína do soro do leite ( whey protein ) para complementação da proteína da dieta (isolada)
através de shakes e crisps (para a refeição da noite).
Foi repetida a suplementação por mais 60 dias; foi reforçado sobre a importância da
regularidade da atividade física no ganho de massa magra.
Ao revisar a composição da proteína do soro do leite, torna-se evidente o motivo pelo
qual praticantes de atividade física utilizam este suplemento para sua nutrição. Seu perfil de
aminoácidos é fator determinante para que exista o estímulo para a síntese proteica, associando
a sua administração com exercícios. Tem elevada taxa de leucina em sua composição e, de
forma prática, pode ser ingerido a qualquer momento, sendo uma opção para a complementação
das proteínas da alimentação, principalmente para a população que possui intolerância a lactose

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ou à proteína do leite, uma vez que o soro do leite é disponível no mercado de forma hidrolisada
e isolada.
A combinação de evidências encontradas sugere que a suplementação de proteína do
soro do leite associada a exercícios de resistência ou força é eficiente na síntese de proteína
miofibrilar, portanto hipertrofia muscular, entretanto, é preciso cautela na inclusão de
suplementação proteica uma vez que a proteína proveniente da dieta também é eficiente em
promover reparo e síntese muscular. Ao optar pela proteína do soro do leite é necessário
considerar as proteínas da dieta, assim como os outros nutrientes a fim de manter o suporte
necessário para o desempenho físico eficiente (ZAMBÃO et al, 2015)..

3. CONCLUSÃO
Neste estudo a intervenção nutricional foi positiva do ponto de vista dos sinais e
sintomas (, porem para os objetivos desejados ainda serão necessários ajustes da parte do
paciente como organizar sua rotina para praticar atividade física regularmente. O paciente
obteve um aumento de disposição, perda de peso e melhora na alimentação, visto que algumas
inadequações da dieta foram corrigidas. Cabe agora ao paciente prosseguir com as mudanças
propostas na consulta de retorno, necessárias para que os resultados desejados ainda possam ser
alcançados, mantendo o acompanhamento nutricional para continuidade e evolução na
prescrição alimentar.
.

4. REFERÊNCIAS

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GOSTON, J. L.; MENDES, L. L. Perfil Nutricional de Praticantes de Corrida de Rua de


um Clube Esportivo da Cidade de Belo Horizonte, MG, Brasil. Revista Brasileira de
Medicina do Exercício e do Esporte. Vol. 17. Núm.1. p.13-17. 2011.

ZAMBÃO et al ,,Jéssica Eloísa, ¹,Claudia Seely Rocco², Maria Emília Daudt Von Der Heyde³
Relação entre a suplementação de proteína do soro do leite .e hipertrofia muscular: uma
revisão. Revista brasileira de nutrição esportiva, São Paulo. V. 9. N. 50. P.179-192. Mar./abril.
2015. Issn 1981-9927

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Anexo 1

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Anexo 2

Plano alimentar elaborado segundo as nescessidades nutricionais do paciente.

JEJUM: Tomar o suco de 1/ 2 a 1 limão em jejum e beber 1 copo de água.

DESJEJUM: A refeição mais importante do dia e deve ser fonte de energia!


Escolher 1 opção de cada grupo

Proteína: 1 ovo caipira / queijo de búfala, minas padrão – 1 fatia pequena /pasta de amendoim sem
açúcar – 1 colher de sopa rasa
Carboidrato: tapioca com chia - 1 unidade pequena (Tamanho de um prato de sobremesa) ou raízes
cozidas (aipim, batata doce) – 2/3 xicara de chá ou 1 banana da terra na chapa ou pao proteico (ver
receita abaixo) – 1 unidade.
*Pão proteico: 1 ovo inteiro + 1colher de sopa de farelo de aveia + 1 colher de sopa de azeite + 1
pitada de sal misturar tudo, colocar em uma frigideira antiaderente e dourar dos dois lados ou Granola
– 2 colheres de sopa
Fruta: à escolha - 1 porção (1 unidade pequena ou fatia pequena) Obs: se for consumido suco ou shake
contendo fruta no desjejum, a porção de fruta deve ser evitada.
Cereais: chia 1 colher de chá cheia / farinha de linhaça 1 colher de chá cheia/ farelo de aveia/ granola/
quinoa em flocos/ amaranto etc.. - 2 Colheres de sopa.
Óleo de coco ou azeite – 1 colher de sopa nas raízes, no pão proteico ou na tapioca

Shakes para dias com pressa (ver receitas):


Shake Cremoso: 2 bananas congeladas + 1 colher de chá de semente de chia + 1 colher de sopa de
cacau em pó 100% + leite vegetal (aveia, arroz, amêndoas, coco) + ½ scoop de whey protein + 1
colher de sopa de óleo de coco OU
.Shake Vitamina C- 1 xicara de morangos congelados + 1 colher de sopa de aveia + leite vegetal ou
suco de laranja + ½ scoop de whey protein + 1 colher de sopa de óleo de coco

Lanche da manhã 1 fruta

Quando for treinar de manhã, dividir o café da manhã em duas etapas consumindo
antes da atividade a fruta (tentar consumir abacate no mínimo 2X por semana)
com 1 opção do cereal

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Almoço
1-Salada: Alface, agrião, cenoura, beterraba, tomate, (ver sugestão de molhos para saladas no arquivo
de receitas) á vontade!
2.Vegetais- Crus, cozidos, assados, grelhados, ensopados.(ver receitas); metade do prato
3.Carboidrato complexo: arroz integral/arroz branco com verdura /aipim/inhame/batata doce e Baroa-
(cozidos ou em forma de purê utilizando a água do cozimento no lugar do leite - 2 Colheres de servir
4.Leguminosa: Feijão, grão de bico, lentilha, ervilha etc. Sem carnes salgadas – 1 concha.
5.Proteína: carne ou frango de preferência cozidos, assados ou grelhados ou ensopados / peixe -cozido,
assado ou grelhado – 1 porção média do tamanho da palma da mão.

Evitar líquidos nas grandes refeições!! Beba um copo de água de preferência com limão, 15 minutos
antes da refeição!

LANCHE 15/16 h Tentar comer sempre 1 fruta +

Mix de oleaginosas (castanhas, amêndoas, nozes, avelãs) com frutas secas (damasco,
gojiberry, cramberry, ameixa, passas) - 1 punhado +

18 h ½ scoop de whey protein


Opções de Proteínas: Ovos de codorna – 5 unidades OU 2 bolotas de muçarela
de búfala

Jantar
Diminuir carboidratos!

Idem ao almoço, com redução na porção de carboidrato - 1 colher de sopa (arroz, purês, massas
etc.) OU
Salada de folhas ou legumes cozidos + omelete ou outra proteína magra (assados, grelhado,
cozido) OU
Saladas enroladas: rolinho de frango ou rolinho de acelga com alcatra. Ver receitas.
Acompanha molhos de saladas. Ver receitas. OU
Lanches:
= 1 sanduíche de atum ou ricota (ver receitas) + 1 suco ou
Hambúrguer caseiro* – 1 unidade + refresco de fruta natural
Pizza leve** – 1 unidade + refresco de fruta natural

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