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Cateter subcutâneo

A via subcutânea é uma alternativa para administração de terapêutica e


hidratação. São vários os motivos para utilizarmos outras vias de administração,
nomeadamente por existência de náuseas e vómitos constantes, obstrução local,
disfagia, ou a necessidade de utilizar um medicamento de forma mais rápida. O recuso a
outras vias de administração de terapêutica, deve considerar o princípio de menor
sofrimento ao utente e de maior eficácia possível.

Indicações para a utilização da via subcutânea:

 Intolerância à via oral, por vómitos constantes ou oclusão intestinal;


 Incapacidade de deglutir (lesões na boca, faringe, esófago ou laringe);
 Má absorção intestinal;
 Quadros de confusão, agitação ou delírio;
 Debilidade grave do seu estado, fase de agonia;
 Doentes sem resposta terapêutica aos medicamentos administrados por
via oral;
 Necessidades de ingestão de grandes doses de medicação;
 Impossibilidade de acesso venoso;
 Possibilidade de permanência do doente no domicilio;
 Sinais de desidratação;
 Pessoas incapazes de ingerir quantidade suficiente de líquidos.

Contraindicações para a utilização da via subcutânea:

 Edema;
 Distúrbios da coagulação;
 IC grave;
 Doentes em risco de EAP;
 Tecidos junto de cicatrizes operatórias e/ou irradiadas;
 Proeminências ósseas e /ou articulações.

Vantagens da utilização da via subcutânea:

 Técnica simples, mais cómoda;


 Menor risco de complicações locais ou sistémicas;
 Índice de absorção semelhante ao da via intramuscular;
 Biodisponibilidade à da via endovenosa (menor risco de complicações e
custos associados);
 Locais de punção podem permanecer até vários dias;
 Permite a permanência da pessoa no domicilio, se este for o seu desejo;
 Facilidade de manipulação no domicílio;
 Promove a participação do prestador de cuidados, desde que este esteja
devidamente ensinado;
 Redução de hospitalizações para controlo sintomático.

Como desvantagens evidenciamos:

 Se houver necessidade de infusão rápida e altas doses de fluidos;


 Se houver necessidade de um ajuste rápido de doses terapêuticas.
 A via SC pode então ser utilizada para a administração de terapêutica, em
perfusão ou em bólus, e para hidratação.

Locais de administração de terapêutica por via subcutânea e hipodermoclise


Hidratação por via subcutânea

A hidratação, utilizando a via SC, designa-se por hipodermoclise. É definida como


uma infusão de fluídos no tecido subcutâneo. O seu mecanismo consiste na
administração lenta de fluidos.

Os solutos que podem ser utilizados por via subcutânea são:

 NaCl a 0,45% e 0,9%;


 Dextrose a 5% em H2O;
 Dextrose a 5% em NaCl;

O volume aconselhado é de 1000 / 1500 cc nas 24 horas, podendo ser administrado


o volume máximo de 3000 cc nas 24 horas, em dois locais separados.

Os locais de eleição, para a administração de fluidos de grande volume são o tórax e


o abdómen, ou seja, zona subclavicular, região escapular (mais utilizada se o doente
estiver muito agitado), e periumbilical (respeitando a circunferência de 5 cm à volta do
umbigo, por esta ser muito vascularizada).

Nestes locais existe mais tecido adiposo, e não interfere com os movimentos da
pessoa. Apesar de poder ser administrada, também, na região da coxa e deltóide, mas
esses locais são habitualmente para a administração de terapêutica, com menores
volumes. Sempre que possível a pessoa deve escolher o local, promovendo a
participação nos cuidados.

A velocidade da perfusão pode ser controlada com o conta-gotas do sistema de


administração, “poderão ser administrados até 25 a 100 cc de soro/hora”. Para um
volume de 500 cc /24 horas devem perfundir 7 gotas/minuto, no caso de 1000 cc
duplicam as gotas, e no caso de 1500 cc triplicam.
Administração de terapêutica por via subcutânea

Como já referido anteriormente, a via SC também pode ser utilizada para


administração de terapêutica, em bólus ou perfusão continua.

Não se deve injetar mais que três fármacos na mesma administração, evitando
assim uma grande acumulação, que se tornaria incómodo e dificultaria a absorção. Após
a administração do fármaco, injetar soro fisiológico para evitar que fique medicação na
tubuladura. Na administração de medicamentos deve ter-se em consideração a sua
compatibilidade. Por vezes, é necessário a colocação de duas vias.
Técnica de punção
A punção pode ser feita com uma agulha epicraniana (tipo butterfly) de baixo
calibre, preferencialmente 23G ou cateter de teflon, introduzindo-se no tecido
subcutâneo, num ângulo de 45º numa prega cutânea.

Os cateteres de teflon oferecem maior conforto, são


melhor tolerados e podem permanecer mais tempo,
comparativamente às agulhas de metal. Estes dispositivos
são fixados a pele com um adesivo transparente, para melhor
monitorizar a condição da pele e vigiar as possíveis
complicações.

Motivo para substituição de cateter subcutâneo:

 Se apresentar hemorragia no local de inserção ou prolongamento;


 Endurecimento da pele circundante ao local de inserção;
 Sinais inflamatórios (rubor, calor, edema, dor).

https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/4357/1/Dissertacao_Mestrado_Delmira_Pombo_Fin
al.pdf

http://www.hbarcelos.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/11/2017/12/GuiaMedSub.pdf

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