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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL


SENAC - PE

Luis Guilherme da Silva Dutra

O USO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO DESENVOLVIMENTO DE


COMPETÊNCIAS NA APRENDIZAGEM PROFISSIONAL DO CURSO TÉCNICO
EM PODOLOGIA DO SENAC RECIFE – PE

RECIFE-PE

2016
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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL


SENAC - PE

Luis Guilherme da Silva Dutra

O USO DAS ATIVIDADES LÚDICAS NO DESENVOLVIMENTO DE


COMPETÊNCIAS NA APRENDIZAGEM PROFISSIONAL DO CURSO TÉCNICO
EM PODOLOGIA DO SENAC RECIFE – PE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


SENAC como exigência parcial para obtenção do
grau de Pós-Graduado Lato Sensu -
Especialização em Docência para o Ensino
Profissional – à distância.

Orientadora: Iomar Barbosa Zaia

RECIFE-PE

2016
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Luis Guilherme da Silva Dutra

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao SENAC, como


exigência parcial para obtenção do grau de Pós-Graduado Lato Sensu -
Especialização em Docência para o Ensino Profissional à Distância.

Orientadora: Iomar Barbosa Zaia

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em


06/10/2016, considerou o candidato:

1) Examinador (a): Professora Neide Tavares – DR/SP

__________________________________________________

2) Examinador(a): Professora Christiana Santoro – DR/PE

__________________________________________________

3) Presidente: Professora Iomar Barbosa Zaia – DR/SP

__________________________________________________

RECIFE-PE

2016
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“Podologia não é apenas a arte de cuidar dos pés, mas, acima de tudo, é a ciência de cuidar
da alma através dos pés”.

Luis Guilherme Dutra


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Dedicado ao meu Mestre da Vida, Jairo Silvestre da Silva, que


me ensinou o verdadeiro sentido da aprendizagem do saber viver
e que, mesmo diante das adversidades, não vale a pena desistir.
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AGRADECIMENTOS

Sempre a Deus, onde encontro forças para continuar minha trilha e realizar minha
missão, que é atuar como docente do Ensino Profissional.
À minha mãe Clarice Dutra, por ter me incentivado desde cedo a dominar a arte de
ensino e, sem sua presença, a realização desse trabalho não seria possível.
À Instituição de Ensino SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, que
proporcionou minha participação nesse curso de Pós-Graduação na Docência do Ensino
Profissional.
À tutora e orientadora Iomar Barbosa Zaia, pelo zelo, compreensão, motivação e
conhecimentos que sempre me conduziram à construção e conclusão desse curso.
Aos meus colegas de trabalho, que direta ou indiretamente promoveram incentivo e
ajuda ao longo dessa jornada.
Aos colegas de curso, que, mesmo diante das dificuldades, puderam me manter em
atividade, sempre no espírito de compartilhamentos e trabalho em equipe, fazendo-me não
esquecer nosso maior lema: “estamos todos juntos, sempre”.
Aos meus alunos, que proporcionaram o desenvolvimento dos laboratórios de prática
docente e contribuíram para a realização e sucesso deles.
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RESUMO

O desenvolvimento de competências, dentro da aprendizagem, torna-se um elemento


imprescindível na formação profissional, tendo em vista o crescente mercado competitivo e
cada vez mais exigente. Utilizar metodologias com foco em uma aprendizagem significativa
foi o principal objetivo desse trabalho, trazendo como elemento norteador situações de
aprendizagem baseadas nas atividades lúdicas que construíssem as competências necessárias
para a atuação do profissional no mundo do trabalho, de acordo com as orientações do
Modelo Pedagógico do SENAC. A proposta foi realizada nas unidades curriculares de
anatomia e fisiologia humanas, cinesiologia e biomecânica e módulo integrador do curso
técnico em podologia do SENAC Recife/PE, onde foi estimulada a criatividade, raciocínio
lógico, pesquisa e trabalho em equipe. O trabalho teve como resultado a construção de
maquetes e painéis informativos apresentados pelos discentes do curso, em uma exposição
aberta ao público, análise da marcha, tipos de pés e suas pisadas, confecção de moldes e
indicações de órteses e palmilhas posturais, bem como elaboração de dinâmicas apresentando
situações de desafios e estímulo ao trabalho efetivo em equipe.

Palavras chave: Competências; Aprendizagem Significativa; Situação de Aprendizagem;


Atividade Lúdica em Podologia; Modelo Pedagógico do SENAC.
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ABSTRATCT

The development of skills within the learning becomes an essential element in vocational
training, in view of the increasingly competitive market and increasingly demanding. Using
methodologies focusing on a meaningful learning was the main objective of this work,
bringing as a guiding element of learning situations, based on play activities to build the skills
necessary for the performance of the professional in the world of work according to the
guidelines of the Educational Model SENAC. The proposal was made in human courses of
anatomy and physiology and kinesiology and biomechanics of the technical course in podiatry
SENAC Recife / PE which was stimulated creativity, logical reasoning, research and
teamwork. The work resulted in the construction of models and information panels presented
by course students in an exhibition open to the public, gait analysis, types of feet and his
steps, making molds and indications of orthotic insoles and posture, as well as elaboration of
dynamics presenting situations of challenges and stimulating the effective work in team.

Keywords: Skills; Meaningful Learning; Learning Situation; Playful Activity in Podiatry;


Pedagogical Model SENAC.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10

1. UM BREVE HISTÓRICO DA ATIVIDADE LÚDICA NA EDUCAÇÃO ................ 14

1.1. Ludicidade e o Modelo Pedagógico SENAC ................................................. 16

1. VIVENCIANDO AS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM ....................................... 18

2.1. Desenvolvendo o Laboratório de Prática Docente I ....................................... 20

2.2. Desenvolvendo o Laboratório de Prática Docente II ..................................... 27

2.3. Desenvolvendo o Laboratório de Prática Docente III .................................... 34

3. PROBLEMATIZAÇÃO E DESAFIOS NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA... 44

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 49

ANEXOS ...................................................................................................................... 51
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INTRODUÇÃO

O processo de ensino-aprendizagem sofre constantes mudanças, em especial na era da


tecnologia, quando o acervo de informações se torna cada vez mais acessível. Dentro do
ambiente da aprendizagem profissional, a prática docente visa ao desenvolvimento de
competências garantindo a formação profissional que atenda às necessidades do mundo do
trabalho. A efetiva prática docente utilizando meios didáticos, entre os quais as atividades
lúdicas, torna-se um elemento essencial e relevante na construção da aprendizagem
profissional, qualificando o indivíduo e inserindo-o, por fim, no seu respectivo campo de
atuação.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem por objetivo apresentar elementos
que evidenciem a assertividade do uso das atividades lúdicas dentro do ambiente escolar
profissional, levando o aluno a investigar, organizar e produzir estratégias eficientes, bem
como o fazer profissional, dentro de sua área de atuação.
A dimensão das práticas lúdicas “não é apenas um exercício
específico de alguma atividade, mas um estado de bem-estar que é a
exacerbação de nossa necessidade de viver, de subir e de perdurar ao
longo do tempo. Atinge a zona superior do nosso ser e só pode ser
comparada à impressão que temos, por uns instantes, de participar de
uma ordem superior cuja potência sobre-humana nos ilumina”
(FREINET, 1998, p.304).
Na aprendizagem profissional que envolve tempo, dinheiro, emoções etc., o ensino
tradicional pode, por vezes, ser cansativo e, como consequência, mentalmente desgastante.
Dessa forma, a introdução do lúdico, não necessariamente como brincadeira, pode servir de
incentivo à aprendizagem. Seja na forma de texto, música, dramatização entre outras formas,
o lúdico ajuda no incentivo da aprendizagem, como incentivo à construção das competências,
informando e formando o profissional para seu ingresso no mundo do trabalho.
O presente trabalho de pesquisa foi desenvolvido a partir da elaboração, aplicação,
desenvolvimento e acompanhamento firmado no Plano de Trabalho Docente do SENAC e
baseado na construção de competências, inserindo o aluno em situações de aprendizagem
semelhantes às que serão vivenciadas na sua futura prática profissional.
No contexto da sala de aula, em especial na docência profissional, se faz necessária
uma didática eficiente e que alicerce a construção das competências exigidas. Traçar metas e
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objetivos, tendo por base um plano de aula bem planejado, é relevante e primordial no
desenvolvimento da qualificação profissional dentro do ambiente de aprendizagem.
Esse trabalho de conclusão de curso foi desenvolvido por meio das experiências
vivenciadas nas Unidades Curriculares - conhecer a projeção podal dos sistemas orgânicos,
com base na anatomia e fisiologia humanas, cinesiologia e biomecânica dos membros
inferiores e módulo integrador, com abordagem na ética e trabalho, qualidade na prestação de
serviços, trabalho efetivo em equipe e superação de obstáculos, todas sendo unidades do curso
Técnico em Podologia do SENAC/Recife Pernambuco.
As situações de aprendizagem apresentadas como elementos norteadores foram,
primeiro no laboratório de prática docente I, a confecção de painéis e informativos,
possibilitando aos alunos uma pronta ação, sendo que, no primeiro momento, os discentes
elaboraram, com base em seus conhecimentos prévios, atividades que denotavam o que
entendiam sobre o tema proposto. Na sequência, buscaram, por meio de pesquisas, subsídios
que serviram de reflexão para aprimorar seus conhecimentos. Por fim, utilizando os recursos
disponibilizados, construíram maquetes dos sistemas do corpo humano, bem como painéis
informativos, os quais foram apresentados em exposição dentro das dependências da
instituição.
No desenvolvimento do laboratório II, os discentes construíram textos sobre o que
entendiam sobre cinesiologia e biomecânica e a importância desse estudo para a prática
podológica do profissional. A reflexão aconteceu por meio de pesquisas realizadas pelos
discentes, bem como aulas expositivas, leitura de textos, interpretação de imagens e exibição
de vídeos sobre o tema. O resultado foi a confecção de moldes e peças podais com disfunções
diversas e a consequente indicação de órteses e palmilhas corretivas e de conforto.
Para a prática do laboratório III, foram exibidos vídeos, abordando a importância do
trabalho em equipe na superação de obstáculos, pesquisas, construção de textos e de
atividades/dinâmicas que foram ponto culminante do desenvolvimento deste laboratório.
A Podologia é uma ocupação que tem crescido muito nos últimos anos no nordeste do
país, sendo o SENAC a primeira e única instituição a oferecer o curso técnico para a
população pernambucana. Muito embora já esteja registrada na Classificação Brasileira de
Ocupações – CBO, a profissão ainda não é regulamentada e, portanto, muitos que atuam nessa
área ainda não possuem a devida formação profissional técnica.
A Podologia é um ramo auxiliar da medicina, cuja atuação é voltada para os pés por
meio do estudo aprofundado da sua anatomia, fisiologia e podopatias, sendo primordial para o
profissional podólogo o aprimoramento técnico-científico. A profissão deve atuar conforme
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uma ética científica e legal, encaminhando para profissionais de outras ciências o que a eles
cabe tratar e tomando para si a responsabilidade de cumprir suas atribuições científicas
(BEGA, 2014).
Dentre as principais funções em nível técnico, “compete ao podólogo educar, prevenir,
detectar, realizar tratamentos pédicos conservadores e definitivos dentro de sua área de
atuação, respeitando os limites impostos à profissão e que não requeiram intervenção
cirúrgica” (VIANA, 2007).
Diante desses fatos e da necessidade de inserir profissionais qualificados num contexto
de currículo por competência, o SENAC elaborou uma proposta de curso que atenda ao
modelo pedagógico, possibilitando ao docente dessa ocupação a formulação de um plano de
trabalho docente que atinja essas metas e esteja condizente com as marcas formativas
apresentadas pela instituição.
Muitos estabelecimentos no setor da saúde e beleza oferecem os serviços de
podologia, sendo os cuidados com a saúde dos pés a atenção primária dos profissionais
podólogos. Muitos desses profissionais ainda trabalham sem certificação e todas as suas
habilidades foram adquiridas em treinamentos ofertados por franquias de outros Estados. Em
toda a região metropolitana de Recife, existe, aproximadamente, dez empresas que oferecem
os serviços de podologia, havendo, portanto, um vasto campo ainda a ser explorado. Dentro
desse contexto, é nítido que a ocupação ainda carece de profissionais habilitados.
A partir do ano de 2010, o SENAC/Recife tem participado dessa história em nosso
Estado, responsabilizando-se pela formação de qualidade de profissionais na área, quer seja
formando podólogos que abriram seu próprio negócio, ou ainda aqueles que optaram por
trabalhar nas empresas já em atividade. O profissional podólogo tem autonomia para tratar
não apenas profilaxias e higiene dos pés, mas também casos de podopatias, tais como
hiperqueratoses plantares, onicomicoses e outras associadas ao paciente diabético, bem como
disfunções ungueais e plantares que necessitem de suporte e apoio de órteses e palmilhas
posturais e de conforto (SOARES, 2011). Todo esse aparato de informações é contextualizado
dentro do plano de curso e apresentado aos discentes do curso técnico de podologia.
Dentro do modelo pedagógico, os alunos são confrontados com situações de
aprendizagem que estimulam o ciclo ação/reflexão/ação, desenvolvendo habilidades próprias
para a prática podológica, construindo assim um perfil competente para o mundo do trabalho.
Com base na minha experiência docente na área de saúde, desde 2004, acredito que o
uso das atividades lúdicas no contexto escolar profissional seja um importante instrumento no
desenvolvimento de competências. Trazer o discente para esse foco é fazê-lo mergulhar no
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universo da ludicidade e conduzi-lo ao aprender com prazer, envolvendo cada um dos


integrantes do grupo em atividades que estimulem a criatividade, raciocínio lógico,
autonomia, iniciativa e interatividade entre os participantes. A atividade lúdica é inerente ao
desenvolvimento humano e, mesmo dentro da aprendizagem profissional, é um importante
veículo na construção de competências. Por meio de jogos e brincadeiras, são capazes de
simular e exercitar situações do dia a dia permeadas pela aprendizagem e socialização,
permitindo que desenvolvam a confiança em si e o aparato cognitivo.
Por tudo isso, esse trabalho se subdivide em três partes: no primeiro capítulo, “Um
Breve Histórico da Atividade Lúdica na Educação”, procura-se discorrer sobre o uso da
ludicidade no exercício das situações de aprendizagem propostas, levando-se em consideração
os sete passos metodológicos de Küller.
Já no segundo capítulo, “Vivenciando as Situações de Aprendizagem”, busca-se
descrever todo o processo apresentado em sala de aula através dos laboratórios de prática
experimental, tendo por base o Plano de Trabalho Docente – PTD. Os laboratórios de prática
docente foram cruciais para elaboração e construção desse Trabalho de Conclusão de Curso,
pois proporcionaram o desenvolvimento das atividades propostas no Plano de Trabalho
Docente.
No terceiro capítulo, “Problematização e Desafios na Aprendizagem Significativa”, o
objetivo foi apresentar as situações de aprendizagem dentro de um contexto problematizador,
gerando desafios aos alunos, instigando-os na busca de soluções por meio do ciclo
ação/reflexão/ação.
Nas considerações finais, procuram-se trazer ao leitor os resultados obtidos ao longo
dos três laboratórios de prática docente. A metodologia da aprendizagem foi focada nas
atividades lúdicas, desenvolvendo competências e aprendizagem significativa.
A bibliografia do presente trabalho foi pautada em pesquisas de livros e artigos
científicos extraídos da internet, e se divide em duas partes: referências na metodologia
significativa com foco na aprendizagem por competências e referenciais de autores e
profissionais da área específica de podologia, que foi o objeto alvo no desenvolvimento dos
laboratórios I, II e III. Apresentam-se ainda cinco anexos: o primeiro (A) – Organização de
metodologia de desenvolvimento de competências; o segundo (B) – Organização do
planejamento da avaliação da aprendizagem dos alunos; o terceiro anexo (C) – Organização
do instrumento de avaliação do professor pelos alunos; o quarto anexo (D) – Organização do
acompanhamento do desenvolvimento da situação de aprendizagem e o quinto anexo (E) –
Organização da situação de aprendizagem: problematização e desafios.
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1. UM BREVE HISTÓRICO DA ATIVIDADE LÚDICA NA EDUCAÇÃO

Considerando sua origem isoladamente, lúdico estaria se imputando apenas ao jogar,


brincar e ao movimento espontâneo, porém a evolução e progressão semântica do termo
"lúdico" não cessou simplesmente nas suas origens, mas acompanhou as pesquisas de
psicomotricidade. O termo lúdus, segundo LUCKESI (1994) e HUIZINGA (2000), tem sua
origem no latim e significa brincar. Nesse brincar, estão incluídos as brincadeiras, os jogos e
os divertimentos e a relativa conduta daquele que brinca, joga e se diverte.
Para entender a ludicidade como prática de uma metodologia docente se faz necessária
uma reflexão acerca do histórico desde a antiguidade, quando o lúdico era uma prática
frequente na vida do ser humano em todas as suas atividades, começando pelo seu
nascimento. O lúdico não é um pedagogismo, nem foi inventado, mas é inerente ao ser
humano e, portanto, pode e deve ser estimulado à medida que se desenvolve o aprendizado
cognitivo do indivíduo.
O lúdico, de acordo com HUIZINGA, 2000, é o campo da ilusão e da simulação. Tem
uma conotação de prazer, de algo que se realiza sem conflitos e com finalidade. Para
compreendermos a total extensão do significado do lúdico, precisamos descobrir o significado
do jogo, brincadeira e brinquedo (HUIZINGA, 2000).
Podemos observar esse ato das civilizações antigas observando suas pinturas rupestres,
suas danças, suas manifestações de alegria, sua forma de caça e todo o seu cotidiano de vida.
O lúdico esteve presente em todas as épocas da humanidade, mantendo-se até os dias
atuais. Em cada período da história, sempre foi algo natural, vivido por todos e também
utilizado como instrumento de caráter educativo para o desenvolvimento do indivíduo.
A utilização da ludicidade como instrumento metodológico, mesmo dentro do
contexto da aprendizagem profissional, é um desses ensinamentos que não deve ser
desconsiderado. Envolver o aluno nesse universo favorece o aprendizado e,
consequentemente, o desenvolvimento das competências para sua atuação na profissão
escolhida. O uso de jogos, músicas, mímicas, dinâmicas, entre outros, leva os discentes a um
universo descontraído e interativo, conduzindo-os a um aprendizado qualitativo, significativo
e permanente.
Mesmo na antiguidade, a atividade lúdica era utilizada pelas famílias como meio de os
pais ensinarem aos seus filhos os ofícios da vida. Evidentemente, para cada época e
sociedade, a educação teve diferenciados entendimentos e concepções, no entanto a
ludicidade permaneceu presente ao longo de cada um desses períodos da história.
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Segundo Almeida, 1998, em meados de 367 a.C. Platão afirmava que crianças, de
ambos os sexos, deveriam praticar juntas atividades educativas através dos jogos. Com isso o
filósofo grego apontava a importância da utilização da ludicidade para que o aprendizado
pudesse ser construído, apresentando provas de estudos sobre o lúdico e seu poder de ação na
educação e a importância dos jogos no desenvolvimento da aprendizagem do indivíduo
(ALMEIDA, 1998).
No século XV, François Rabelais, escritor renascentista francês, afirmava que a
aprendizagem deveria ser fundamentada nas diversas atividades lúdicas, instruindo aos
indivíduos o gosto pela leitura, pelo desenho, por jogos de cartas e fichas que serviam para
ensinar até mesmo disciplinas consideradas intricadas e complexas, tais como aritmética e
geometria.
De acordo com os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais), no Brasil, o
desenvolvimento dos modelos da metodologia lúdica que conhecemos até os dias atuais teve
como precursores índios, portugueses e negros. Nos últimos séculos, houve no Brasil uma
grande mistura de povos e raças, cada qual com suas culturas, crenças, educação; umas
diferentes das outras e também com sua forma de desenvolvimento da ludicidade entre seus
pares; todavia, essa herança torna nosso país ainda mais rico do ponto de vista cultural e
educacional, ficando evidente o vasto cabedal de atividades lúdicas disponíveis para o
ensino/aprendizagem no contexto profissional.
Desenvolver atividades lúdicas dentro da aprendizagem profissional contribui para
melhor conhecimento interno do grupo de discentes, além de desenvolver cooperação,
interação, desinibição e socialização. O processo de inclusão de atividades lúdicas permite
que o indivíduo encontre meios de comunicar-se consigo mesmo e com o mundo. Na ação de
“brincar”, acontece um processo de troca, de partilha, confronto e negociação, originando
momentos de desequilíbrio e equilíbrio, propiciando novas conquistas individuais e coletivas.
As atividades lúdicas equivalem a um impulso natural do ser humano e, nesse sentido,
satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica; as
situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Assim sendo, vê-se que a atividade lúdica se
assemelha à atividade artística como um elemento dos vários aspectos da personalidade.
O ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se
desenvolve, pois, segundo Dolurdes Voos, 2009, “a ludicidade constitui um caminho para o
conhecimento e para o desenvolvimento do raciocínio, tanto na escola quanto na vida cultural
e social fora da escola”, e ainda acrescenta que o jogo é repleto de espírito inovador, que
desafia os alunos à busca de um resultado positivo, ao acerto, fazendo com que eles cumpram
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regras, desenvolvam responsabilidade, decisão interdisciplinar e aprendizagem (DOLURDES


VOOS, et al., 2009).
A ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas, além desse
valor, ela tem sido utilizada como recurso pedagógico. Segundo Teixeira, 1995, várias são as
razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um
recurso no processo de ensino-aprendizagem.
Viver ludicamente denota uma forma de intervenção no mundo e revela que não
apenas estamos incluídos no mundo, mas, sobretudo, que somos parte desse conhecimento
prático e que essas reflexões são os nossos instrumentos para exercitarmos um protagonismo
lúdico e ativo. Sua definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo, pois a necessidade
lúdica ultrapassou os limites do brincar espontâneo, passando à aspiração natural e muitas
vezes inconsciente da personalidade, não importando a sua origem e o seu tempo. O lúdico é
um referencial importante da natureza humana, devendo, portanto, ser explorado e utilizado
dentro da docência profissional como instrumento que favoreça o aprendizado.
"A educação pela via da ludicidade propõe-se a uma nova postura
existencial, cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando,
inspirado numa concepção de educação para além da instrução"
(SANTOS, 2001, p. 53).

1.1 Ludicidade e o Modelo Pedagógico SENAC

A ludicidade é o fazer humano mais amplo que se relaciona não apenas à presença das
brincadeiras ou jogos, mas também a um sentimento, atitude do sujeito envolvido na ação,
que se refere a um prazer de celebração em função do envolvimento genuíno com a atividade,
a sensação de plenitude que acompanha as coisas significativas e verdadeiras
(LUCKESI,2000). Observam-se nesse contexto dois aspectos fundamentais e que, analisados
à luz da metodologia de aprendizagem implantada e implementada pelo SENAC, a partir de
2015, tornam-se elementos prioritários na construção do saber significativo e embasado em
competências.

O primeiro aspecto é o fazer humano mais amplo, ou seja, as atividades lúdicas


focadas em objetivos específicos tornam o aprendizado mais efetivo, desenvolvendo no
indivíduo elementos próprios da competência, tais como conhecimentos, habilidades e
atitude/valores. O segundo referencial está centrado na atitude do sujeito envolvido na ação.
Esse fato nos remete aos princípios apresentados na metodologia de Küller e,
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consequentemente, no modelo pedagógico SENAC, que se baseia na construção de uma


aprendizagem significativa, na qual o discente, protagonista desse enredo, é mobilizado a agir,
alicerçando os seus saberes. O desenvolvimento de competências se dá na prática, em
situações complexas envolvendo problemas que exigem a mobilização e a busca de saberes
para a sua resolução (KÜLLER E RODRIGO, 2013).
O aprendizado das práticas podológicas se torna essencial no cotidiano desse
profissional que precisa ter conhecimento e habilidade na execução dos procedimentos.
A prática exige que o profissional podólogo deve utilizar todo o
conhecimento adquirido nas aulas de anatomia, patologias dos pés,
microbiologia e outras necessárias para sua formação técnica. O
envolvimento, passo a passo, do podólogo com o seu paciente deve
ocorrer numa sequência lógica, desde o contato inicial até a
finalização da sessão podológica ou mesmo a conclusão do tratamento
(PIEDADE, 2012, p.67).
Isso permite, no desenvolvimento das aulas, o uso de atividades lúdicas, colocando o
aluno diante de situações reais de uma forma descontraída, favorecendo melhor memorização
das técnicas podológicas exigidas do profissional e maior aprendizado significativo, pois a
construção da competência acontece de forma gradativa.
Mesmo dentro do contexto profissional, é possível utilizar os recursos da ludicidade
para atingir uma aprendizagem significativa, pois música, dança, pintura, jogos e brincadeiras
fazem parte do cotidiano de vida das pessoas, sejam elas crianças ou adultos. Ao longo do
desenvolvimento dos laboratórios de prática docente, registrados nesse trabalho de conclusão
de curso, a ludicidade se fez presente com o objetivo de assegurar a construção das
competências, seguindo assim as orientações contidas no Modelo Pedagógico Nacional
SENAC, 2013.
O objetivo da implantação desse modelo é oferecer uma proposta de aprendizagem
profissional diferenciada, na qual o aluno egresso adquira competências por meio das Marcas
Formativas formuladas pela própria instituição. Essas marcas formativas tornam-se distintivos
importantes para a capacitação profissional do indivíduo, inserindo-o no mundo do trabalho.
Seguem abaixo as marcas formativas do aluno egresso do Senac, bem como as
descrições que as evidenciam:
MARCA FORMATIVA DESCRIÇÃO
Demonstra domínio técnico-científico, apresentando
Domínio Técnico-Científico visão sistêmica e adotando comportamento
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investigativo no exercício profissional.


Desenvolve ações, novas propostas, soluções e
Atitude Empreendedora empreendimentos de forma autônoma, dinâmica,
criativa e com iniciativa.
Compreende o contexto em que está inserido e
Visão Crítica demonstra capacidade propositiva com foco em
soluções.
Atitude Sustentável Age de acordo com os princípios da sustentabilidade,
considerando a ética, exercendo a cidadania.
Atitude Colaborativa Trabalha em equipe, estabelece relações interpessoais
construtivas e comunica com assertividade.

Fonte: Modelo Pedagógico Nacional SENAC – 2013.

Ao analisarmos as descrições de cada uma das cinco marcas formativas, veremos que
envolvem comportamento investigativo, atitude dinâmica e criativa, desafios, foco em
soluções e em resultados, bem como trabalho em equipe. Todos esses elementos podem ser
agregados às atividades lúdicas, tornando o aprendizado mais dinâmico e de fácil
compreensão.
O conjunto de atividades elaboradas e desenvolvidas nos laboratórios I, II, III, e que
estão contempladas nesse trabalho de conclusão de curso, partiu desse pressuposto, que Küller
e Rodrigo denominaram de Sete Passos Metodológicos. Em cada uma das experiências
vivenciadas nos laboratórios de práticas docentes, foi possível elaborar estratégias para que
fossem seguidos os sete passos metodológicos, pensando-se nas Marcas Formativas SENAC,
e todo o desenvolvimento das atividades foi registrado e contemplado no presente trabalho de
conclusão de curso.

2. VIVENCIANDO AS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM

Na vivência docente diária, é possível criar elementos para formação do profissional


visando a sua inclusão no mundo do trabalho. Elaborar planos que contemplem meios que
favoreçam o desenvolvimento da aprendizagem significativa é essencial na construção de
currículos por competências.
O ciclo ação/reflexão/ação trazido por Küller, dentro de uma metodologia focada em
resultados, denota que o sujeito, enquanto aluno, contextualiza inicialmente uma prática com
elementos daquilo que ele já conhece. O ensino deve iniciar-se sempre a partir do que o aluno
já traz de conhecimento consigo. O docente, ao propor suas metas na construção da
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aprendizagem, com o uso do lúdico como instrumento metodológico, deve partir do


pressuposto de que o aluno já traz consigo diversas formas de ludicidade, aprendidas ao longo
de sua vida, que devem ser exploradas para o uso dessa relevante ferramenta de aprendizado.
A afirmação de Ausubel sobre o saber prévio do aluno nos ajuda a refletir sobre isso.
“O ensino deve ocorrer sempre a partir do que o aluno já sabe,
organizando o conteúdo de acordo com essa estrutura cognitiva
prévia. E, além disso, a predisposição para aprender passa a ser uma
condição para aprendizagem” (AUSUBEL apud MOREIRA, 1999).
A primeira ação Contextualizada e Mobilizada pelo docente em sala deve ser pensada
levando-se em conta esses critérios. A partir desse momento, o aluno é conduzido a
considerar de forma atenta tudo aquilo que traz como conhecimento prévio.
No segundo passo, tem-se a Definição da Atividade de Aprendizagem, ou seja, o
planejamento para o desenvolvimento da situação de aprendizagem. Nesse segundo passo
metodológico se propõe o envolvimento dos participantes no enfrentamento de um desafio, na
resolução de um problema, no desenvolvimento de um projeto, na participação em um jogo
ou dramatização, ou na realização de outra atividade qualquer (Küller e Rodrigo, 2013). A
atividade de aprendizagem possui características fundamentais, devendo ser desenvolvida e
executada pelo aluno, pois, ainda segundo Küller e Rodrigo (2013), uma competência só será
viabilizada e desenvolvida pelo seu exercício. Nesse caso, o aluno torna-se o protagonista,
pois a ação do fazer pertence ao discente.
No terceiro passo, apresenta-se a Organização da Atividade de Aprendizagem, na qual
encontramos todas as informações necessárias para que os alunos possam desenvolver a
situação de aprendizagem. Devem ser pensadas, previstas, registradas, descritas e fornecidas
orientações minimamente necessárias para que o docente possa conduzir a atividade de
aprendizagem e os participantes possam realizá-la. Nesse passo, os procedimentos, os
comportamentos, as condições e os recursos didáticos necessários devem ser previstos e
disponibilizados (Küller e Rodrigo, 2013).
O quarto passo, Coordenação e Acompanhamento, está diretamente relacionado à ação
docente durante o desenvolvimento da atividade de aprendizagem, ou seja, o docente irá
orientar e acompanhar o desenvolvimento da atividade proposta (Küller e Rodrigo, 2013).
Análise e Avaliação da Atividade de Aprendizagem constituem, juntos, o quinto passo
de uma situação de aprendizagem na metodologia de desenvolvimento de competências. É
nesse momento que é possível ao docente analisar, avaliar e refletir sobre os resultados das
atividades previstas, organizadas e executadas nos passos anteriores (Küller e Rodrigo, 2013).
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Segundo Küller e Rodrigo, 2013, no passo seis, Outras Referências, são veiculadas as
recomendações práticas e a produção teórica existente é relacionada à competência em
desenvolvimento. Essa veiculação pode ser feita através de apresentações escritas e/ou orais,
vídeos, textos, casos, observação de melhores práticas, visitas virtuais ou reais e outras formas
de ampliar a experiência, os modelos e as referências dos participantes em relação ao
elemento de competência abordado na situação de aprendizagem.
Finalmente no sétimo e último passo, Síntese e Aplicação, as referências já existentes
no universo cultural (apresentadas no item anterior) são integradas com a experiência prévia e
a vivência concreta dos participantes. Uma forma útil de produzir a síntese é elaborar
propostas de ação para situações iguais ou distintas daquela vivida na Atividade de
Aprendizagem. Assim, Síntese e Aplicação podem estar integradas no mesmo movimento
(Küller e Rodrigo, 2013).

2.1 Desenvolvendo o Laboratório de Prática Docente I

O primeiro laboratório foi desenvolvido na Unidade Curricular anatomia e fisiologia


humanas, do curso Técnico em Podologia, no turno da noite no SENAC/Recife/PE, na
Unidade de Imagem Pessoal – UIP. Conhecer a projeção podal dos sistemas orgânicos com
base na anatomia e fisiologia humanas foi a competência a ser desenvolvida. A situação de
aprendizagem proposta foi a confecção de maquetes e painéis informativos.
Na Contextualização e Mobilização, os alunos formaram duplas e discutiram entre si a
distribuição anatômica dos órgãos e suas respectivas funções, levando-se em conta o
conhecimento prévio daquilo que sabiam sobre anatomia e fisiologia humanas. Juntos
construíram desenhos que configurassem aquilo que foi discutido. Os materiais construídos
foram colocados em um mural, que permaneceu até o final do componente curricular,
servindo assim de análise do desenvolvimento de aprendizagem de cada uma das duplas ao
longo da Unidade Curricular.
Na figura 1, a seguir, é possível observar alunas do curso atentas às informações sobre
a Contextualização e Mobilização. Recebem orientações sobre a situação de aprendizagem e
os sete passos metodológicos. Da esquerda para a direita: as alunas Janaína Mesquita, Geane
Gomes, Conceição Santos, Mércia Cristian, Kelly Rebeca e Ladjane Firmino. As duplas são
formadas e se inicia a Contextualização e Mobilização. Na figura 1, a aluna Geane Gomes
demonstra preocupação diante do desafio proposto.
21

Figura 1 – Contextualização e mobilização


Fonte: o autor, 2016.

No segundo passo metodológico, Definição da Atividade de Aprendizagem, os


discentes se reuniram nas mesmas duplas da atividade anterior e iniciaram um planejamento
de atividade para realização da situação de aprendizagem. Cada dupla ficou responsável por
um tema dentro do que, posteriormente, foi apresentado nessa Unidade Curricular. A primeira
aula, com 4 horas, ocorreu nas dependências da biblioteca da instituição, onde alunos
realizaram atividade de pesquisa e coletaram informações pertinentes ao tema de cada dupla.
No dia seguinte, mais 4 horas, a atividade aconteceu na sala de aula e se desenvolveu por
meio de debates e organização do material pesquisado. O docente apenas observou e
supervisionou as atividades.
A aluna Kelly Rebeca aparece organizando, na figura 2, o material de pesquisa, bem
como os recursos para o desenvolvimento da situação de aprendizagem. Ao fundo veem-se as
alunas – da esquerda para a direita, Patrícia Melo e Ladjane Firmino.

Figura 2 – Definição da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.
22

No terceiro passo metodológico, Organização da Atividade de Aprendizagem, os


discentes formaram suas duplas e foram orientados para iniciar a confecção de suas maquetes
e painéis, utilizando, como instrumento norteador, as pesquisas realizadas anteriormente. Para
essa atividade, foram utilizados materiais diversos, tais como cartolina, folhas de isopor,
massa de biscuit e materiais reaproveitáveis em geral, dentre esses, garrafas pet, tubos de
látex, borrachas de soro, luzes de natal e antenas de televisão. Os alunos usaram a criatividade
e imaginação lúdicas para a realização da atividade proposta.
A figura 3, abaixo, apresenta as alunas Janaína Mesquita e Geane Gomes (esquerda
para a direita, respectivamente) organizando a atividade de aprendizagem. Essa dupla ficou
responsável pelo Sistema Endócrino e, na confecção da maquete, utilizou materiais lúdicos.

Figura 3– Organização da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Para esse passo metodológico, foram passadas, a cada dupla, as seguintes orientações:
1. Selecionar e organizar material de pesquisa executada anteriormente;
2. Descrever, passo a passo, como serão construídas maquetes e que materiais serão
utilizados;
3. Iniciar a confecção das maquetes.
Desde o primeiro momento, Contextualização e Mobilização, o docente acompanhou o
processo de aprendizado, orientando e conduzindo os alunos em suas atividades. Esse passo
deve ser constante e diário, intencionando a construção das competências relacionadas à
Unidade Curricular em questão. Coordenação e acompanhamento promove interação
docente/discente e tem por objetivo proporcionar maior aprendizado, sendo preocupação do
docente aliar conhecimento teórico e prático movidos para a ação. Seguindo as diretrizes do
Modelo Pedagógico SENAC – MPS, o docente reservou um tempo estipulado para
considerações com cada uma das duplas, a fim de identificar a existência de dúvidas sobre o
tema abordado.
23

Na sequência, na figura 4, a aluna Marta Matias recebe orientações do docente Luis


Guilherme Dutra no desenvolvimento da atividade de aprendizagem. Sua atividade está
focada no sistema circulatório sanguíneo, que tem por objetivo o transporte de oxigênio e de
nutrientes pela via arterial, representado na maquete em vermelho, e drenagem de resíduos do
metabolismo celular pela via venosa, representada em azul. Note que o transporte sanguíneo
arterial e venoso está indicado por miniaturas de carros seguindo vias paralelas contrárias.

Figura 4– Coordenação e acompanhamento.


Fonte: o autor, 2016.

O quinto passo metodológico, Análise e Avaliação da Atividade de Aprendizagem, foi


realizado por meio de exposição e apresentação das maquetes por parte das duplas. Alunos e
docentes de outros cursos de saúde da instituição foram convidados para o evento, durante o
qual cada docente visitante recebeu um formulário contendo os seguintes itens para avaliação
das duplas:
- Desempenho na apresentação;
- Controle emocional;
- Domínio de conteúdo;
- Articulação e desenvoltura de apresentação.
O aluno Itapoã Almeida, à esquerda na figura 5, apresenta seu trabalho para alunas do
curso Técnico em Estética e a docente Célia Cavalcanti, ao centro do grupo. Ele aborda na sua
apresentação o sistema reprodutor feminino. Para confecção de sua maquete, o aluno utilizou
uma antena de TV e duas bexigas.
24

Figura 5 – Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Figura 6– Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

A participação dos docentes da instituição, junto com seus alunos, foi decisiva para a
apresentação da atividade dos discentes do curso de podologia, tendo em vista o grau de
valorização de seus trabalhos por parte dos docentes de outras ocupações. A aluna Isaura
Lins, à direita, apresenta sua atividade ao docente da área de cabeleireiro, Wellington Ribeiro.
É possível ver, na figura 6, o docente demonstrando grande entusiasmo pela apresentação da
aluna Isaura Lins, o que contribuiu para um processo avaliativo positivo.
As alunas Ladjane Firmino, à esquerda, e Kelly Rebeca, à direita (Figura 7),
apresentam maquete sobre o sistema linfático e urinário. Na imagem, é possível ver
manequim com a representação dos sistemas. Para confecção da maquete, as alunas utilizaram
tecido TNT, mangueiras em PVC, hastes de neon. O sistema urinário foi demonstrado por
duas garrafas pet representando os rins, e um funil o órgão bexiga. Auxiliado por uma
25

pequena bomba de aquário, água corada com anilina amarela era lançada das garrafas pet para
o funil, simbolizando a formação da urina.

Figura 7 – Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Ao final das apresentações, os grupos de docentes e alunos visitantes se reuniram e


consideraram, entre si, os itens avaliativos contidos nos formulários correspondentes a cada
uma das duplas avaliadas. Os docentes visitantes entregaram os formulários ao docente
responsável, que realizou, posteriormente, considerações com seus alunos avaliados.
Na etapa seguinte, que corresponde ao sexto passo metodológico, Outras Referências,
os discentes foram incentivados à realização de maiores pesquisas sobre o tema "anatomia e
fisiologia humanas, aplicadas à podologia". Cada uma das duplas recebeu listagem contendo
referências de pesquisa, tais como textos, artigos, vídeos e sites direcionados à Unidade
Curricular em andamento. Também foi criado grupo, no aplicativo WhatsApp, a fim de que
alunos e docente trocassem ideias e informações. Esse passo metodológico contribuiu para
que as pesquisas continuassem efetivas, mesmo fora do ambiente de aprendizagem.
No último passo metodológico, Síntese e Aplicação, os alunos formaram novamente
suas duplas e retornaram ao mural criado no início da Unidade Curricular no primeiro passo
metodológico, Contextualização e Mobilização. Tiveram como base as pesquisas já
realizadas, os resultados das considerações e autoavaliação de cada discente no processo
avaliativo, formulários de avaliação de visitantes e as referências apresentadas no passo
anterior. Cada dupla construiu novos desenhos e modelagens que representaram todo o
aprendizado construído no componente curricular.
Na figura 8, a seguir, a aluna Mércia Cristina faz análise de seu desempenho na
unidade temática de anatomia e fisiologia humanas. A aluna reavalia seu trabalho feito no
primeiro momento na Contextualização e Mobilização e compara o aprendizado ao longo da
atividade de aprendizagem.
26

Figura 8 – Síntese e aplicação.


Fonte: o autor, 2016.

Todo o material construído nessa etapa retornou ao mural e serviu para que alunos
pudessem analisar e comparar seu desenvolvimento de aprendizagem.
Para confecção das maquetes e dos painéis apresentados na exposição e feira do
conhecimento, foram usados materiais reutilizáveis, o que tornou o trabalho mais atraente,
pois trouxe também como foco o aspecto sustentabilidade.
A construção da aprendizagem significativa foi desenvolvida por meio de uma
abordagem lúdica, favorecendo maior envolvimento dos discentes no desenvolvimento das
competências e consequente resolução da situação de aprendizagem proposta. Nessa
atividade, realizada no Laboratório de Prática Docente, os alunos foram confrontados com
situações-problema desafiadoras e que, durante a execução das atividades, foram
solucionadas.
É possível notar, nas figuras a seguir, que os alunos usaram antenas de TV, bases de
abajur, pedaços de E.V.A, canos de PVC, mangueiras emborrachadas, luzes pisca-piscas,
garrafas PET, equipo e tubos de soro, entre outros.

Figuras 9 e 10 – Maquetes finalizadas, expostas para apresentação.


Fonte: o autor, 2016.
27

A Atividade de Aprendizagem obteve êxito, tendo em vista a excelente apresentação


dos discentes acerca da proposta da atividade. As maquetes e painéis foram construídos com
esmero, mesmo sendo utilizados materiais reaproveitáveis.

2.2 Desenvolvendo o Laboratório de Prática Docente II

O segundo laboratório foi desenvolvido na Unidade Curricular de cinesiologia e


biomecânica do curso Técnico em Podologia, no turno da tarde, no SENAC Recife/PE, na
Unidade de Imagem Pessoal, UIP. Avaliar o tipo de marcha do cliente, verificando
imperfeições e suas consequências para a saúde podal, a fim de prestar orientações e
atendimento peculiares a cada caso; foi a competência a ser desenvolvida. A situação de
aprendizagem proposta foi a produção de moldes podais e orientação para o uso de
palmilhas corretivas aplicadas a cada caso específico.
Para execução do laboratório de prática docente II, foi necessário ajuste no
planejamento, tendo em vista que este aconteceu numa Unidade Curricular diferente do
primeiro laboratório. A proposta agora é uma atividade mais direcionada à prática podológica,
pois o aluno deverá construir uma competência focada no seu cliente, mobilizando ações que
viabilizem o conforto e o bem-estar dele.
Na Contextualização e Mobilização, houve uma apresentação da unidade temática e
em seguida foi realizada a dinâmica dos pés descalços, na qual os discentes, orientados pelo
docente, realizaram movimentos corporais ao som de uma música lúdica. Esse momento teve
por finalidade o uso do sentido do tato e o contato dos pés ao solo. Em seguida, os alunos
foram divididos em duplas e realizaram a impressão plantar um do outro. Essas imagens
foram postas no mural e iniciou-se o momento discursivo sobre os vários tipos de impressões
plantares colhidas naquele momento.
As alunas Lidiane Machado, à esquerda, e Fabíola Queiroz, à direita, colhem as
impressões plantares de outro colega, após dinâmica dos pés descalços (Figura 11).

Figura 11 – Contextualização e mobilização.


Fonte: o autor, 2016.
28

Na Definição da Atividade de Aprendizagem, os alunos foram instigados a traçar uma


linha de raciocínio, tendo por base as impressões plantares colhidas anteriormente.

Figura 12– Definição da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Que tipos de disfunção plantar surgiram após análise das impressões? Qual abordagem
podológica deve ser efetivada diante de cada desordem plantar? Que tipo de corretivos devem
ser indicados em cada caso específico? Diante de tais questões, os alunos realizaram
planejamento das ações podológicas.
A figura 13, a seguir, apresenta trabalho de análise das impressões plantares
identificando disfunções estruturais podais. Vê-se ao centro as alunas Fabíola Queiroz e
Lidiane Machado, à esquerda, e a aluna Rilma de Oliveira, à direita. Nessa atividade se
desenvolve a percepção do aluno quanto aos aspectos estruturais dos pés, uma vez que as
impressões plantares representam o carimbo dos pés.

Figura 13– Definição da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

No terceiro passo metodológico, Organização da Atividade de Aprendizagem, os


alunos foram orientados pelo docente a solucionar a problematização e desafios propostos no
momento anterior.
Na execução da atividade, as alunas Noemi Ferreira, ao fundo, e Ediane de Fraga, de
costas, selecionam materiais de pesquisa, bem como instrumentos e insumos para
29

desenvolvimento da atividade. Na figura 14, o docente Luis Guilherme Dutra orienta sobre a
atividade.
Nota-se que a aluna Ediane de Fraga tem em suas mãos uma ficha de avaliação,
instrumento vital no levantamento de dados do paciente. Na imagem, é possível visualizar,
junto à ficha, a impressão plantar colhida anteriormente.
A escolha de materiais e instrumentos para a Organização da Atividade de
Aprendizagem teve por base o processo avaliativo do paciente, bem como a impressão
plantar.

Figura 14– Definição da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Na Coordenação e Acompanhamento, o docente esteve presente no auxílio dos


discentes na execução da atividade de aprendizagem; porém, a resolução dos desafios
propostos foi responsabilidade dos discentes na construção da aprendizagem.
Na figura 15 seguinte, é possível ver, novamente, as alunas Lidiane Machado, ao
centro, e Fabíola Queiroz, à direita, sendo coordenadas pelo docente Luis Guilherme Dutra, à
esquerda.

Figura 15– Definição da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.
30

Para o passo de número cinco, Análise e Avaliação da Atividade de Aprendizagem, os


alunos foram confrontados com situações reais, durante as quais receberam modelos para
atendimento. A atividade consistiu numa avaliação da marcha, impressão plantar com pontos
de maior pressão e produção de moldes dos pés.
Modelo sobre a plataforma do podoscópio para avaliação da impressão plantar. Esse
equipamento é constituído de base de acrílico com iluminação e espelho. A aluna Carmem
Costa faz registro fotográfico para posterior avaliação, confecção de molde e indicação de
palmilha ou órtese de conforto (Figura 16).

Figura 16– Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Na figura 17, a seguir, a aluna Fabíola Queiroz, após avaliação do modelo, orienta o
paciente Lameque sobre o uso do calçado mais adequado. Essas orientações são relevantes,
pois atuam como prevenção de disfunções e patologias associadas.

Figura 17– Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.
31

Ainda na execução do passo metodológico Análise e Avaliação da Atividade de


Aprendizagem, os alunos foram conduzidos ao laboratório e iniciaram a moldagem do pé com
uso do alginato (Figura 18). Essa atividade permitiu aos alunos um envolvimento lúdico,
facilitando o aprendizado. Essa parte da atividade constituiu o início da produção de um pé de
gesso, sendo posteriormente realizada a pintura das peças, com destaque para os os pontos de
maior pressão plantar e disfunções associadas.

Figura 18 – Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Após secagem e retirada do pé, foi realizado o preenchimento do molde com gesso
líquido. O alginato, que foi usado na base da moldagem, é um material que, em contato com
água, assume forma de goma, favorecendo a construção de moldes maleáveis, permitindo a
confecção de peças de pés com riqueza de detalhes (Figura 19).

Figura 19– Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Após secagem do gesso no molde de alginato, foi realizado o desmolde do pé de gesso


da forma de alginato. É preciso secagem do gesso para retirada de imperfeições e pintura da
peça de gesso (Figura 20).
32

Essa atividade remete o aluno à ludicidade, pois ele manuseia a massa criando formas,
confeccionando peças e usando arte e criatividade de pinturas; por meio desse modelo de
aprendizagem, forma-se o interesse, aguça-se a curiosidade, e o aluno aprende.

Figura 20– Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

A aluna Fabíola Queiroz exibe a peça anatômica plantar já pronta. Repare que na
figura 21, abaixo, a peça já se encontra pintada com marcações do local onde existe a
disfunção podal. No detalhe, a aluna segura, junto ao pé de gesso, uma órtese de silicone,
indicada para o caso de joanete, uma alteração óssea na base do grande artelho.

Figura 21– Análise e avaliação da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.

Para o passo metodológico Outras Referências, foi seguida a mesma abordagem do


Laboratório de Prática Docente I, sendo entregue a cada aluno uma listagem contendo
33

referências de livros, artigos acadêmicos e vídeos sobre o tema da Unidade Curricular –


cinesiologia e biomecânica.
Como último passo metodológico, Síntese e Aplicação, os discentes puderam, após
avaliação, mensuração dos dados e reconhecimento de disfunções plantares dos modelos
humanos, indicar e adaptar as palmilhas de conforto para cada um dos casos estudados no
passo anterior.
Na figura 22, abaixo, a aluna Patrícia Paula, à esquerda, testa a palmilha plantar no seu
modelo, após processo avaliativo. À direita, a aluna Fabíola Queiroz auxilia no procedimento.

Figura 22 – Síntese e aplicação.


Fonte: o autor, 2016.

Após realização do processo avaliativo, moldagem e confecção de peça anatômica de


gesso, bem como análise de cada pé avaliado e diagnóstico das disfunções apresentadas,
procede-se ao estudo das órteses de silicone mais apropriadas a cada caso. Na figura 23,
seguinte, vê-se a colocação de órtese de silicone corretiva. Esse procedimento foi executado
após podologia de profilaxia.

Figura 23– Síntese e aplicação.


Fonte: o autor, 2016.
34

Por meio do desenvolvimento da atividade de aprendizagem, foi possível aos alunos


maior capacidade de assimilação, favorecendo maior interação do grupo e facilidade na
dinâmica dos trabalhos. Note que, na figura 24, a seguir, observa-se um pé com calosidade
interdigital. A órtese de silicone adaptada foi indicada pelos alunos após todo o processo de
avaliação e acompanhamento do modelo, oferecendo conforto, diminuição do atrito entre o
primeiro e segundo artelhos, prevenindo assim a reincidência da calosidade.

Figura 24– Síntese e aplicação.


Fonte: o autor, 2016.

2.3 Desenvolvendo o Laboratório de Prática Docente III

O terceiro laboratório foi realizado na Unidade Curricular, Módulo Integrador do


curso Técnico em Podologia, no turno da manhã, no SENAC Recife/PE, na Unidade de
Imagem Pessoal UIP. Administrar e planejar o próprio processo de trabalho foi a competência
a ser desenvolvida. A situação de aprendizagem proposta foi o trabalho em equipe na
superação de obstáculos.

Para execução do laboratório de prática docente III, foi necessário ajuste no


planejamento, tendo em vista que ele aconteceu numa Unidade Curricular diferente do
primeiro e segundo laboratórios. A proposta agora é uma atividade focada no enfrentamento
de desafios, mantendo a unidade do trabalho em equipe. Um dos pontos altos da
aprendizagem comercial é a apresentação do módulo integrador, que aborda aspectos
relacionados a ética e trabalho, qualidade na prestação de serviço, superação de desafios e
trabalho em equipe. Essa Unidade Curricular oferece possibilidades ao docente de usar
elementos lúdicos e aulas em forma de dinâmicas, que facilitam o aprendizado.
35

Na Contextualização e Mobilização, foi trazido ao grupo o tema sobre enfrentamento


de obstáculos e os meios para superá-los, bem como o trabalho em equipe na resolução de
desafios. Nesse momento, os discentes expressaram suas opiniões sobre o tema e em seguida
foram exibidos dois vídeos abordando esse conteúdo. Após apresentação dos vídeos, os
alunos formaram quatro equipes e discutiram entre si o que entenderam sobre filmes.
Docente Luis Guilherme propõe ao grupo o desenvolvimento de atividades sobre o enfrentamento de desafios. Na
imagem, da esquerda para a direita, as alunas Sônia Gomes, Valéria Bezerra, Vitória Silva, Giseli Teixeira,
Amanda, Camila Gonçalves e Fabiana Rodrigues expressam suas opiniões sobre o tema proposto.

Figura 25– Contextualização e mobilização.


Fonte: o autor, 2016.
O docente Luis Guilherme apresenta ao grupo o tema sobre vencer obstáculos e a importância do trabalho em
equipe no enfrentamento de desafios. Na imagem ao fundo, da esquerda para direita, os alunos Inaldo de Melo,
Demétrio Andrade, Fabiano Barbosa, Jessica Carollina e, no primeiro plano, da direita para esquerda, Sônia
Gomes, Valéria Bezerra, Camila Gonçalves e Fabiana Rodrigues assistem aos vídeos – Atitude é tudo e abertura
da novela A indomada.

Figura 26– Contextualização e mobilização.


Fonte: o autor, 2016.
36

Na Definição da Atividade de Aprendizagem, as equipes, já formadas, planejam


atividades focadas na superação de obstáculos e o trabalho em equipe. No segundo momento,
equipes são conduzidas ao laboratório de informática e iniciam suas pesquisas sobre os
desafios que poderão enfrentar ao longo de suas vidas acadêmica e profissional e como o
trabalho em equipe pode ser aliado à superação dos desafios. Nesse momento, planejaram
atividades/dinâmicas que simbolizassem desafios.
Primeiro momento: Na imagem abaixo, as equipes já formadas recebem orientações do
docente concernentes a como ser planejadas as atividades desenvolvidas por equipe. Cada
uma das equipes deve produzir atividades/dinâmicas que representem enfrentamento de
desafios.

Figura 27– Definição da atividade de aprendizagem: 1º Momento.


Fonte: o autor, 2016.

Figura 28

Segundo momento: Nas imagens abaixo, as equipes realizam pesquisas sobre as atividades
propostas. Na primeira foto, o aluno Demétrio Andrade e as alunas Camila Gonçalves ao
centro e Jéssica Carollina, de costas.
37

Figura 29

Segundo momento: A aluna Amanda, o aluno Yuri Araújo, ao centro, e Sônia Gomes, de
costas, realizam busca e pesquisa na internet para construção de suas atividades.
Figuras 28 e 29– Definição da atividade de aprendizagem: 2º Momento.
Fonte: o autor, 2016.

Os discentes formaram suas equipes e iniciaram suas atividades relacionadas ao


terceiro passo metodológico, Organização da Atividade de Aprendizagem, desenvolvendo o
tema proposto, tendo por base suas pesquisas. Os recursos utilizados para esse momento
foram conseguidos pelos próprios discentes. Cada equipe construiu uma atividade/dinâmica
para apresentar como desafio para outro grupo. Membros das equipes também descreveram
numa folha de papel o passo a passo das atividades, bem como seriam executadas pela equipe
desafiada. Na figura 30, abaixo, é possível visualizar uma das equipes desenvolvendo suas
atividades.

Figura 30– Definição da atividade de aprendizagem.


Fonte: o autor, 2016.
38

Na Coordenação e Acompanhamento, o docente esteve presente no auxílio dos


discentes na execução da atividade de aprendizagem, porém a resolução dos desafios
propostos foi responsabilidade dos discentes na construção da aprendizagem (Figura 31).

Figura 31– Coordenação e acompanhamento.


Fonte: o autor, 2016.

No passo de número cinco, Análise e Avaliação da Atividade de Aprendizagem, as


equipes lançaram desafios umas às outras. As quatro equipes construíram suas atividades e
cada uma escolheu a equipe que seria desafiada, mas antes os grupos receberam do docente
uma tarja autoadesiva constando um número, bem como nome identificador. As tarjas foram
assim identificadas: 1 Abelhas, 2 Formigas, 3 Andorinhas, 4 Elefantes e foram afixadas em
um dos membros de cada equipe. Os nomes identificadores não foram escolhidos por acaso;
cada equipe adotou seus nomes tendo em vista o trabalho em equipe que esses animais
executam.

A equipe Andorinhas (Figura 8) desenvolveu uma atividade intitulada Tobogã, na qual


os desafiados deveriam transpor uma bola de tênis até um recipiente. Para tanto os desafiados
usariam pequenas placas de papelão, por onde a bola ia se deslocando até chegar ao
recipiente. A equipe Elefantes (Figuras 32, 33 e 34) foi a desafiada e teria trinta segundos para
cumprir o desafio, conduzindo a bola sem deixá-la cair.

Figura 32 – Alunos da equipe Andorinhas, da esquerda


Figura 33 – Equipe Elefantes
para a direita, Andreia Andrade, Arivaldo da Silva e
cumprindo o desafio proposto pela
Fabiana Rodrigues.
equipe Andorinhas.
Fonte: o autor, 2016.
Fonte: o autor, 2016
39

Figura 34 – Execução da atividade sendo concluída. Nota-se o recipiente onde a bola deve ser colocada.
A equipe Elefantes, por sua vez, trouxe como desafio uma atividade intitulada
Fonte: o autor, 2016.

Superando Obstáculos. Nessa atividade, os desafiados devem “pular” obstáculos


postos no meio da sala de aula. Tais obstáculos foram representados por bexigas com suportes
de papelão. A equipe desafiada foi a Formigas (Figura 35). Um dos seus membros teve os
olhos vendados e, orientado pelas colegas de equipe, deveria saltar os obstáculos (Figura 36).

Figura 35 – Equipe Formigas recebendo desafio. Da esquerda para direita, Yuri Araújo, Sônia Gomes, Vitória
Silva e Valéria Melo.
Fonte: o autor, 2016.
40

Figura 36 – Equipe Formigas superando os obstáculos. Na imagem, vê-se o aluno Yuri Araújo de olhos
vendados, saltando os obstáculos, sendo conduzido pelas colegas Vitória Silva, à sua direita, e Sônia Gomes e
Valéria Melo, à sua esquerda.
Fonte: o autor, 2016.

Após cumprir sua tarefa, a equipe Formigas apresentou sua atividade/desafio para a
equipe Andorinhas. Yuri Araújo (Figura 37) apresenta para a equipe desafiada a atividade
proposta, denominada Dinâmica do Pirulito. Nesse momento é entregue a cada um deles um
pirulito. Os membros da equipe desafiada deveriam abrir os pirulitos e consumi-los, porém,
para realização da tarefa, ficariam com “talas” imobilizando os cotovelos.

Figura 37 – Aluno Yuri Araújo, à direita na foto, orienta integrantes da equipe


Andorinhas sobre a execução da atividade. Os alunos, da esquerda para direita, Demétrio
Andrade, Andreia Andrade e Arivaldo Silva, recebem instruções.
Fonte: o autor, 2016.
41

A equipe Andorinhas entende que, para execução da atividade, é preciso trabalho em


equipe e que o objetivo só é alcançado quando há parceria e foco (Figura 38).

Figura 38 – Alunos Arivaldo Silva, à direita, e Demétrio Andrade, à esquerda,


realizam a tarefa com sucesso. Note-se que o momento é de descontração, porém
de aprendizado.
Fonte: o autor, 2016.

Por fim, a equipe Abelhas (Figura 39) apresenta sua atividade/desafio, nomeada O
Pêndulo e a Garrafa. A proposta dessa equipe é lançada ao grande grupo, sendo que todos os
membros das quatro equipes devem atuar em conjunto. A dinâmica consiste em um pêndulo
preso a vários cordões. Cada participante da prova amarra o cordão em volta da cintura. E, ao
comando do líder, o desafio começa. O objetivo é colocar o pêndulo dentro da garrafa que
está posicionada ao centro da sala (Figura 40).

Figura 39 – Os alunos Jéssica Carollina, à direita, Carlos Lyra, no centro, e Inaldo


Melo, à esquerda, integrantes da equipe Abelhas, explicam ao grande grupo a
dinâmica da atividade proposta.
Fonte: o autor, 2016.
42

Figura 40 – O grande grupo interage a fim de cumprir o desafio. Na imagem


acima, nota-se a Aluna Giseli Teixeira mais ao centro, eleita a líder do grupo,
orientando os demais na execução da prova.
Fonte: o autor, 2016.

O desafio é superado (Figura 41), mas a equipe Abelhas propõe uma nova prova. A
atividade/dinâmica é a mesma, porém os participantes devem se pôr de costas para a garrafa
alvo e não podem auxiliar com as mãos (Figura 42). A tarefa parece ser mais difícil, mas com
trabalho em equipe e uma boa liderança o grande grupo consegue finalizar a prova com
sucesso (Figura 43).

Figura 41 – A prova é cumprida com esforço e trabalho em equipe.


Fonte: o autor, 2016.

Figura 42 – Novo desafio lançado. Mais uma vez, o grupo interage sob a
liderança da aluna Giseli Teixeira
Fonte: o autor, 2016.
43

Figura 43 – Desafio vencido.


Fonte: o autor, 2016

Para o passo metodológico Outras Referências, foi seguida a mesma abordagem dos
laboratórios de prática docente I e II, sendo entregue a cada aluno uma listagem contendo
referências de livros e artigos sobre o tema da Unidade Curricular, Módulo Integrador.

Como último passo metodológico, Síntese e Aplicação, os discentes assistem


novamente aos dois vídeos vistos no primeiro momento e, de posse do que construíram ao
longo do módulo integrador, confeccionam cartazes e fazem suas apresentações (Figura 44).
Os cartazes são fixados no mural, na sala de aula

Figura 44 – Síntese e aplicação: Equipe Formigas. Na imagem, da esquerda para a direita, os alunos
Vitória Silva, Yuri Araújo, Sônia Gomes e Valéria Melo apresentam seu trabalho sobre o
desenvolvimento da aprendizagem conseguido ao longo da unidade curricular.
Fonte: o autor, 2016.
44

3. PROBLEMATIZAÇÃO E DESAFIOS NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Dentro do Modelo Pedagógico Senac – MPS, as situações de aprendizagem podem ser


entendidas como conjunto organizado e articulado de ações a serem realizadas pelos alunos,
propostas e orientadas pelo docente, com o objetivo de promover o desenvolvimento de
competências. Seu planejamento parte da premissa de que o aprendizado profissional deve ser
significativo, problematizador e trazer a figura do aluno para o centro da cena pedagógica
como sujeito ativo de sua própria aprendizagem.
As situações de aprendizagem são estruturadas em práticas educativas e planejadas a
partir de um ciclo não somente pedagógico, mas também didático da ação-reflexão-ação.
Segundo Küller, esse processo acontece de forma sequenciada, estando os sete passos
metodológicos apresentados por ele incluídos nesse ciclo.
Na primeira ação devem ser planejadas atividades que induzam o aluno a realizar o
fazer profissional, levando-o o mais próximo do real possível. Esse fazer deve ter por base os
conhecimentos, habilidades e valores prévios do aluno. O docente deve organizar essa ação
embasada nas competências e indicadores estabelecidos em cada Unidade Curricular. A
situação de aprendizagem é planejada como parte dessa primeira ação.
A reflexão, segundo momento do ciclo, deve conter atividades muito bem planejadas e
elaboradas e deve mobilizar os elementos de competência previstos no plano de curso, a
saber, conhecimento, habilidades e valores/atitudes. Nessa parte do ciclo, o aluno passa a
analisar sua ação inicial, ressignificando seu aprendizado.
No último processo do ciclo, o discente alia o que trouxe como conhecimento prévio,
ajustando os elementos da competência com o aprendizado construído nas reflexões e realiza
novamente o fazer profissional por meio da segunda ação, agora de uma nova forma,
atendendo aos indicadores da competência.
No planejamento, elaboração e execução do Plano de Trabalho Docente – PTD, deve-
se pensar numa situação de aprendizagem que motive o aluno a uma ação. Na aplicação dos
laboratórios de prática docente I, II e III, pode-se verificar que criar uma situação de
aprendizagem próxima do real coloca o aluno numa situação desafiadora.
No SENAC/PE, o Departamento de Desenvolvimento Educacional elaborou uma
proposta, na qual a situação de aprendizagem apresenta um contexto problematizador,
lançando para o aluno desafios que devem ser resolvidos e solucionados pela execução do
ciclo ação-reflexão-ação. O próprio discente assume o papel principal nesse processo.
45

Criar uma situação de aprendizagem seguida de um caso a ser analisado favorece a


criação de problematização e desafios, colocando o discente muito mais próximo da realidade
(Caderno 3: Planejamento Docente/Coleção de Documentos Técnicos do Modelo pedagógico
SENAC, pág. 14). Dentro do planejamento, o docente pode priorizar não somente a situação
de aprendizagem, mas apresentar um contexto com situação problematizador, focando
também desafios a serem solucionados pelos discentes no processo da atividade de
aprendizagem. O anexo (D) – Organização da situação de aprendizagem: problematização e
desafios – apresenta na coluna destinada à situação de aprendizagem esse contexto.
O docente, ao elaborar seu Plano de Trabalho Docente – PTD, deve planejar situações
de aprendizagem que favoreçam a aprendizagem significativa no aluno. Na prática docente
vivenciada nos laboratórios citados, percebe-se a importância de envolver o aluno num
contexto real e que instiga no discente o desejo de solucionar as problematizações e desafios
apresentados nas situações de aprendizagem.
Para tanto, propõem-se, no Plano de Trabalho Docente, contextos que caracterizem
situações que poderão ser vividas pelo aluno na sua prática profissional. Segundo Paulo
Freire, 2006, a capacidade de aprender exige apreensão da realidade, ou seja, aprender para
transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a. Vivenciar a realidade possibilita para o
educando a construção do aprendizado baseando-se numa aventura criadora, permitindo ao
docente a proposição de estratégias de ensino e aprendizagem em busca de resoluções da
problematização e desafios lançados (FREIRE, 2006).
O problema é uma questão que precisa da criatividade de quem aprende, exigindo-lhe
a incorporação de elementos de aprendizagens precedentes para conseguir sua solução.
Quando um problema é resolvido, aprende-se algo novo. Existem várias definições para
problema, entre elas:
Temos um problema sempre que procuramos os meios para atingir um
objetivo. Quando temos um desejo que não podemos satisfazer
imediatamente, pensamos nos meios de satisfazê-lo e assim se põe um
problema. A maior parte de nossa atividade pensante que não seja
sonhar acordado se ocupa daquilo que desejamos e dos meios para
obtê-lo, isto é, de problemas. (POLYA, 1985, p.13).
Há somente dois atributos para um problema. Primeiro, um problema
é algo desconhecido. Se tivermos um objetivo e não sabemos como
atingi-lo, há algo desconhecido, então temos um problema. Segundo,
desvendar o desconhecido deve ter valor intelectual, cultural e social
46

para alguém. Se ninguém acredita que vale a pena desvendar o


desconhecido, não se tem condições de perceber o problema.
Descobrir o desconhecido é o processo de solução de problemas
(JONASSEN et al., 2003, p.20).
Stoner e Freeman (1985, p.182) definem problema, e evidenciam a tomada de decisão e
estabelecem prioridades. Para os autores, o problema é uma “situação que ocorre quando o
estado atual das coisas é diferente do estado desejado das coisas” e “tomada de decisão é o
processo de identificar um problema específico e selecionar uma linha de ação para resolvê-
lo”.
Para o desenvolvimento e aplicação do presente estudo, foi oportuno estabelecer como
parte do planejamento os sete passos de Küller, bem como o ciclo ação/reflexão/ação,
propondo situações-problema e induzindo os alunos na tomada de decisões e resolução das
dificuldades. Essa proposta, apresentada no Modelo Pedagógico Nacional SENAC, contribuiu
para desenvolvimento das atividades, facilitando a assimilação do conteúdo, construindo
assim as competências necessárias para inclusão do profissional no mercado de trabalho.
47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Modelo Pedagógico SENAC, tendo por base os sete passos metodológicos de


Küller, bem como o ciclo pedagógico e didático da ação/reflexão/ação, prioriza uma educação
profissional com foco na aprendizagem significativa, colocando o aluno como protagonista do
processo de construção de competência. Outra grande vantagem desse modelo pedagógico é
que retira o docente da zona de conforto de apenas ensinar e transmitir informações pelas
tradicionais aulas expositivas e dialogadas. O desenvolvimento das competências acontece
desde o primeiro momento, pois o aluno é incluído na ação do fazer, tendo por base o
conhecimento, habilidades, atitudes/valores previamente existentes, e levado à reflexão por
meio de pesquisas, debates e considerações com o docente, tornando possível ao aluno
analisar sua ação inicial e, por fim, refazê-la de uma nova forma, aplicando o conhecimento e
experiências adquiridas, atendendo aos indicadores exigidos e às competências estabelecidas.
Os “sete passos metodológicos” organizados por Küller, 2013, foram planejados e
colocados em prática ao longo dos laboratórios de prática docente e o ciclo ação/reflexão/ação
incorporado nas atividades de aprendizagem, ao passo que as situações de aprendizagem ,
junto com as suas problematizações e desafios, foram sendo solucionadas, conduzindo os
alunos ao aprendizado significativo, e as competências foram formadas.
As atividades desenvolvidas nos laboratórios, apesar de se diferenciarem por terem
sido aplicadas em unidades curriculares e turmas distintas, atingiram os objetivos propostos
nas três situações de aprendizagem planejadas. Percebeu-se maior interação entre alunos,
interesse pela busca e pesquisa de conhecimentos, envolvimento e participação nas atividades
diárias em sala, assiduidade e comprometimento com o curso.
Envolver o discente na proposta da construção de competências deve ser o objetivo
principal da docência da aprendizagem profissional. Incrementar o Plano de Trabalho
Docente, acrescentando à situação de aprendizagem um contexto problematizador (ANEXO
E), além de trazer o discente para muito mais perto da realidade, lançando sobre ele desafios,
favorece o desenvolvimento da aprendizagem significativa por meio de dinâmicas e
atividades lúdicas.
Utilizar um contexto, aliado à situação de aprendizagem pretendida, torna-se um meio
orientador, facilitando para os discentes a execução da atividade de aprendizagem e
consequentemente o ciclo de ação/reflexão/ação no desenvolvimento das competências.
De acordo com Zarifian, 2001, “competência é ‘o tomar iniciativa’ e ‘o assumir
responsabilidade’ do indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara”
48

(ZARIFIAN, 2001, P.68). Dessa forma, formular um contexto criativo e lúdico,


incrementando a situação de aprendizagem, contribui para imergir o aluno em situações muito
próximas daquelas que serão vivenciadas em sua vida profissional.
Definição adequada de competências, boa escolha das situações de aprendizagem,
construção de contextos problematizadores aliados a essas situações, bem como o uso da
ludicidade, são as condições ideais para que a metodologia, na prática, funcione.
49

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Anne. Ludicidade como instrumento pedagógico. Disponível em:


<http://www.cdof.com.br/recrea22.htm>. Acesso em: 12/08/2016.
ARAÚJO, Jéssica Macedo de. Contribuição de François Rabelais para a Pedagogia e a
Educação. Disponível em: <http://macedo.araujo.zip.net/>. Acesso em 28/08/2016.
AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo:
Moraes, 1982.
BEGA, Armando. Tratado de podologia. São Paulo: Yendis, 2014.
BRASIL. Ministério da Educação - Secretaria de Educação Fundamental - PCN’s: Parâmetros
Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CUNHA, Mara Gracia da. Considerações a respeito do lúdico no contexto de François


Rabelais: Um estudo da obra Gargantua. São Paulo: Trabalho de conclusão de curso, 2009.

FREINET, Célestin, Pedagogia do Bom Senso. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e terra, 2006.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 4ª ed. Tradução João Paulo
Monteiro. São Paulo: Perspectiva, 2000.
JONASSEN, D. et al. learning to solve problems technology: A Constructivist Perspective. 2
ed. Upper Saddle River: Merrill Prentice Hall, 2003.
KÜLLER, José Antonio; RODRIGO, Natalia de Fátima. Definição de competência. 2013.
Texto elaborado para o trabalho Novo Modelo Curricular do Senac.
KÜLLER, José Antonio; RODRIGO, Natalia de Fátima. Metodologia de desenvolvimento de
competências. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2013.
LIMA, José Milton de. O jogo como recurso pedagógico no contexto educacional. São Paulo:
Cultura acadêmica, 2008.
LUCKESI, C.C. O Lúdico na Prática Educativa. Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro. Vol.
22. 1994.

LUCKESI, C. “Ludopedagogia: partilhando uma experiência e uma proposta”. In: Luckesi, C.


Ludopedagogia - Ensaios. Educação. Educação e Ludicidade. FACED/UFBA, 2000.

PESSOA, Marília de Abreu. O lúdico enquanto ferramenta no processo ensino aprendizagem.


Ceará: Monografia, 2012.

PIEDADE, Paulo. Podologia – técnicas de trabalho e instrumentação no atendimento de


patologias dos pés. São Paulo: Senac Nacional, 2012.
50

POLYA, G. George, 1887. A Arte de Resolver Problemas: Um Novo Aspecto do Método


Matemático/ G. Polya; tradução Heitor Lisboa de Araújo. Editora Interciência Ltda. Rio de
Janeiro, nº 2, 1985.

RABELAIS, F. Gargantua. São Paulo. Hucitec, 1986.

SÁ, Neuza Maria Carlan. O conceito de lúdico. Disponível em:


<http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo3/ludicidade/neusa/conc_de_ludico.html>.
Acesso em 23/07/2016.

SANT’ANNA, Alexandre. NASCIMENTO, Paulo Roberto do. A história do lúdico na


educação. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5007/1981-1322.2011v6n2p19>. Acesso em
06/04/2016.

SANTOS, Santa Marli Pires. A ludicidade como ciência. Petrópolis: Vozes, 2001.

SENAC, DN. Coleção de documentos técnicos do modelo pedagógico Senac/caderno três -


Planejamento docente. Rio de Janeiro: 2015.
SENAC, DN. Modelo Pedagógico Nacional Senac. Rio de Janeiro: outubro, 2013.

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importância do lúdico na aprendizagem de matemática. Disponível em:
<http://www.impactosmt.com.br/index.php/artigos/20-a-importancia-do-ludico-na-
aprendizagem-de-matematica>. Acesso em 26/08/2016.

SOARES, Adriane do Espírito Santo Rangel. Dermatologia para podólogos. Biblioteca 24


horas. São Paulo, 2ª edição: outubro, 2011.

STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward, Administração: 5.ed., Rio de Janeiro:


Pretence-Hall do Brasil LTDA, 1985.

VIANA, Maria Auxiliadora Fontenelle. Fundamentos de teoria podológica. Lithera Maciel


Editora Gráfica Ltda. Minas Gerais: 2007.

VOOS, Dolourdes. Et al. O Lúdico Intrínseco na Matemática: visualizando e compreendendo


a matemática através dos jogos, brinquedos e brincadeiras. Acesso em 27/07/2016.

ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
51

ANEXOS
52

ANEXO (A) - ORGANIZAÇÃO DE METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE


COMPETÊNCIAS

LABORATÓRIO DE DOCÊNCIA II

CURSO: Técnico em Podologia

Unidade Curricular: Biomecânica e Cinesiologia

Competência (s) / indicador (es) a ser (em) desenvolvido (s):


COMPETÊNCIA:

Avaliar o tipo de marcha do cliente, verificando imperfeições e suas consequências para a saúde
podal, a fim de prestar orientações e atendimento peculiares em cada caso, adotando os princípios de
Biomecânica e Cinesiologia.

INDICADORES:

Verifica sinais de imperfeições nos calçados, indicadores de patologias posturais e de marcha, bem
como indica alternativas de correção.

Situação de aprendizagem:
Indicando o tipo de palmilha postural ideal para cada caso específico.
Recursos a serem
Passos Metodológicos: Tempo
utilizados

1. Contextualização e Mobilização: Papel e caneta. 02 Horas


(Analisando os desvios posturais).
Os alunos serão organizados em grupos e incentivados a relacionar as diversas disfunções podais
que acarretam desvios posturais, indicando, inclusive, os meios para correção de tais disfunções,
tendo por base os estudos que foram observados ao longo das Unidades Curriculares anteriores.
Mobilizar os alunos para debate, pesquisa e ação.

2. Definição da Atividade de Aprendizagem: Internet, biblioteca, livro


(Planejando e elaborando soluções). didático, papel e caneta. 04 Horas

Os grupos de alunos são encaminhados para pesquisa, utilizando os recursos disponibilizados.


Nesse passo, os alunos devem agregar mais informações sobre o componente curricular estudado às
que foram executadas no passo anterior. Inicia-se a construção da aprendizagem visando ao alcance
das competências. Isso é importante para que, ao longo do componente curricular, possam avaliar
seu progresso de aprendizagem.

3. Organização da Atividade de Aprendizagem: Podoscópio, pedígrafo,


(Avaliando e indicando palmilhas posturais). folhas de papel A4, canetas, 04 Horas
réguas e modelos de
palmilhas posturais.
53

Nessa etapa, os grupos de alunos avaliarão modelos (clientes) utilizando os recursos disponíveis em
sala de aula, analisando os tipos de calçados e, a partir desse momento, indicarão as palmilhas
posturais ideais em cada caso. Para a realização da atividade, os alunos deverão:

1. Recepcionar os modelos e iniciar o processo de avaliação dos pés, aspectos posturais, marcha e
calçados (utilizando os instrumentos disponíveis);

2. Indicar a palmilha postural que melhor se ajuste a cada caso em particular;


3. Orientar o modelo quanto ao melhor tipo de calçado a ser usado;
4. Anotar em folha todo o processo avaliativo e indicações das correções posturais.

4. Coordenação e Acompanhamento:
(Orientando o processo de aprendizado). 01 Hora

O docente reservará um tempo estipulado para considerações com cada um dos grupos, a fim de
identificar a existência de dúvidas sobre o tema abordado. Ao orientar o processo de aprendizado, o
docente deve:
- Fornecer os recursos e materiais didáticos previstos para a atividade de aprendizagem sem intervir
na criação e elaboração dos projetos planejados;
- Orientar, estimular e motivar os discentes à prática criativa para o processo de realização do projeto;
- Proporcionar momento para diálogo e análise com discentes a fim de dissipar dúvidas e corrigir
erros que porventura ainda estejam evidentes;
- Reconhecer a importância e a utilização do erro como instrumento de aprendizagem;
- Orientar, prevendo oportunidades de análise e adequação no desenvolvimento da atividade
proposta;
- Criar oportunidades para os próprios estudantes definirem estratégias para o acompanhamento de
suas atividades;
- Proporcionar formas de valorizar e facilitar a autonomia do educando.

6. Acesso a Outras Referências: 01 Hora


(Pesquisando outras fontes).
Os discentes serão incentivados à realização de maiores pesquisas sobre o tema - "Biomecânica e
Cinesiologia". Cada um dos grupos formados receberá listas contendo referências de pesquisa, tais
como textos, artigos, vídeos e sites direcionados à Unidade Curricular em andamento. Segue lista de
mais referências de pesquisa:

ARTIGOS E LIVROS:

- Atlas podológico - http://pt.slideshare.net/dionejacomelli/atlas-podolgic

- Anatomia em 3 D - http://www.biosphera.com.br/intro-anatomia-humana-3D.asp

- Biomecânica do pé e tornozelo - www.def.ufla.br/marcoantonio/wp-content/ uploads/2014/04

- Propedêutica ortopédica – Hoppenfeld, Editora Atheneu, 2006.

- Cinesiologia clínica para fisioterapeutas – Lynn S. Lippert, Editora Guanabara Koogan, 2003.
54

- A biomecânica da coordenação motora, Angela Santos, Summus editorial, 2002.

VÍDEOS:

- Teste da pisada - https://www.youtube.com/watch?v=7ZL6HjnEu1Y

- Tornozelo e pé - https://www.youtube.com/watch?v=Y_PpSJ6YBMA

- Tipos de pés - https://www.youtube.com/watch?v=HQNDWY0sz7A

- Entenda e veja os 3 tipos de pisada - https://www.youtube.com/watch?v=siz61OBPXOY

7. Síntese e Aplicação: 04 Horas


(Efetivando o aprendizado).
Nesse passo metodológico, os alunos atenderão pacientes individualmente, colocando em prática
todo o aprendizado colhido ao longo da Unidade Curricular, procedendo às etapas de recepção,
avaliação, indicação de palmilha postural mais adequada e fornecendo orientações concernentes a
calçados mais apropriados em cada caso.
55

ANEXO (B) ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DA AVALIAÇÃO DA


APRENDIZAGEM DOS ALUNOS

Avaliação da aprendizagem

Situação de Aprendizagem:
Confeccionando maquetes e painéis informativos.

Competência / indicador a ser desenvolvido:


COMPETÊNCIA
Conhecer a projeção podal dos sistemas orgânicos, com base na anatomia e fisiologia
humanas.

Avaliação proposta:
Por meio de formulários preenchidos por docentes e turmas visitantes, bem como pelo docente
do componente curricular. Nesse contexto, os alunos também serão incentivados à
autoavaliação.

Indicador (es) Procedimentos Instrumentos

Formulários contendo os
Reconhece os níveis de Apresentação das maquetes seguintes itens para avaliação
organização do corpo e painéis numa feira do das duplas:
humano a partir das células, conhecimento com abertura
- Desempenho na
até a formação do organismo para visitação dos docentes e
apresentação;
humano, compreendendo as alunos de outras turmas da
características anatômicas e instituição. - Controle emocional;
fisiológicas dos órgãos e
sistemas que o compõem. - Domínio de conteúdo;

- Articulação e desenvoltura
de apresentação.
56

ANEXO (C) ORGANIZAÇÃO DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO


PROFESSOR PELOS ALUNOS

Indicadores de desempenho Sim Não Resultados

O professor seguiu o programa (objetivos,


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
competências) do curso?

Antes de começar, o professor deixou claro o que


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
você iria aprender com cada aula ou atividade?

O professor previu tempo suficiente para o


☒ ☐ 13 alunos responderam sim
desenvolvimento de cada atividade?

O professor usou bem o tempo disponível? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.

O professor garantiu que os recursos para a


realização das atividades já estivessem prontos ☒ ☐ 13 alunos responderam sim
para serem usados quando necessários?

O professor levou em consideração e respeitou os


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
conhecimentos e experiências que você
demonstrou que já tinha?

O professor fez propostas de atividades


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
interessantes e desafiadoras para você?

O professor fez perguntas e questões que


estimularam o seu raciocínio e a sua busca
☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
pessoal pela solução dos problemas por ele
apresentados?

O professor fez propostas de atividades


adequadas ao programa (objetivos, competências) ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
divulgado?

Você sempre entendeu claramente o que estava


☒ ☐ 13 alunos responderam sim
sendo proposto pelo professor?
57

O professor esteve presente e disponível sempre


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
que você sentiu necessidade de ajuda?

O professor usou adequadamente os recursos


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
disponíveis (vídeos, textos, equipamentos etc.)?

O professor indicou outras formas e meios (vídeos,


textos, sites da Internet etc.) para você aprofundar ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
o que você aprendeu nas aulas?

Depois de ter aprendido alguma coisa, o professor


deu oportunidade de você aplicar o que você ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
aprendeu?

Essas oportunidades de aplicar o que você


☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
aprendeu foram interessantes e estimulantes?

Você concorda que o professor acompanhou o seu


trabalho e observou o quanto você aprendia com ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
as atividades propostas?

13 alunos responderam sim.


Quando você teve dificuldade em aprender alguma Por que todos responderam sim?
coisa, o professor procurou ajudá-lo ensinando-lhe ☒ ☐ - O uso das aulas lúdicas e
de outra forma? simples facilitou o nosso
aprendizado.

O professor sempre avaliou as atividades


desenvolvidas por você? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.

Você concorda com as avaliações feitas pelo


professor? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.

Você concorda com a forma como o professor fez


a sua avaliação? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
58

O professor discutiu e negociou com você e com


sua classe como ele avaliaria a aprendizagem? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.

O professor já solicitou que você se avaliasse? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.

Ele usou essa avaliação ao dar a sua nota? ☒ ☐ 13 alunos responderam sim.
59

ANEXO (D) ORGANIZAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO DO


DESENVOLVIMENTO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Competência: Avaliar o tipo de marcha do


cliente, verificando imperfeições e suas
consequências para a saúde podal, a fim de
prestar orientações e atendimento peculiares a
Laboratório: Prática Docente II
cada caso, adotando os princípios de
Biomecânica e Cinesiologia.

Indicadores: Verifica sinais de imperfeições nos


calçados, indicadores de patologias posturais e
de marcha, bem como indica alternativas de
correção.
Alterações
Indicador(es) Procedimentos Instrumentos
efetuadas

Os alunos foram
organizados em
grupos e
incentivados a
relacionar as
diversas disfunções
podais que acarretam Utilizaram para
desvios posturais, execução dessa
indicando, inclusive, atividade inicial:
1. Contextualização Nenhuma alteração
os meios para papel e canetas.
e Mobilização foi feita.
correção de tais
disfunções, tendo por
base os estudos que
foram observados ao
longo das Unidades
Curriculares
anteriores. Alunos
foram mobilizados ao
debate, pesquisa e
ação.
O segundo passo
metodológico seguiu
de acordo com Internet, biblioteca,
2. Definição da Atividade Nenhuma alteração
proposta da WIKI. Os livro didático, papel e
de Aprendizagem feita.
grupos de alunos caneta.
foram encaminhados
para pesquisa,
60

utilizando os recursos
disponibilizados.
Nesse passo, os
alunos agregaram
mais informações
sobre o componente
curricular estudado
às que foram
executadas no passo
anterior. Iniciou-se a
construção da
aprendizagem
visando ao alcance
das competências.
Isso foi muito
importante para que,
ao longo do
componente
curricular, pudessem
avaliar seu progresso
de aprendizagem.
Os grupos de alunos
avaliaram modelos
(clientes) utilizando
os recursos
disponíveis em sala
de aula, analisando
os tipos de calçados - Os grupos de
e indicaram o uso de alunos realizaram
palmilhas posturais avaliação dos
ideais em cada caso. modelos, procedendo
1. Recepcionaram e Podoscópio, à investigação em
3. Organização da avaliaram os pedígrafo, folhas de relação às disfunções
Atividade de modelos; papel A4, canetas, apresentadas,
Aprendizagem réguas e modelos de utilizando os recursos
2. Indicaram a palmilhas posturais. especificados na
palmilha postural que coluna à esquerda.
melhor se adequasse - Anotaram em folha
a cada caso em todo o processo
particular; avaliativo.
3. Orientaram os
modelos quanto ao
melhor tipo de
calçado;
4. Anotaram em folha
todo o processo
61

avaliativo e
indicações das
correções posturais.

Durante todo o
processo de
aprendizagem a
coordenação se fez
presente,
acompanhando cada
Nenhuma alteração
passo apresentado.
4. Coordenação e feita.
Foi reservado um
Acompanhamento
momento específico
para considerações
com cada um dos
grupos, dissipando
dúvidas em relação à
aprendizagem
desenvolvida.
Formulários contendo
itens avaliativos,
A avaliação foi conforme
realizada em dois esquematizado no
momentos, sendo o
planejamento da
primeiro por meio de
WIKI.
simulação de
- Desempenho na
atendimento em
apresentação;
modelos humanos e
supervisionados pelo - Controle emocional;
5. Avaliação da Atividade docente. A segunda Nenhuma alteração
de Aprendizagem etapa da análise e - Articulação e feita.
avaliação será por desenvoltura de
meio de seminários, apresentação;
com cada grupo
- Domínio de
apresentando os
conteúdo;
resultados obtidos na
primeira etapa do - Assertividade na
processo avaliativo. avaliação e indicação
de palmilhas
posturais.
Os alunos receberam
listas contendo
referências para Nenhuma alteração
6. Outras Referências
outras pesquisas, feita.
entre as quais sites e
artigos.
62

Nesse passo
metodológico, os
alunos construíram
moldes dos pés com
alginato e fizeram
pés de gesso,
apresentando na
íntegra as
deformidades. Não foi refeita a
Alginato, gesso,
Compararam os atividade utilizando
água, vasilhas e
resultados com massa de biscuit,
caixas de sapato.
7. Síntese e Aplicação aqueles colhidos, como havia sido
anteriormente, na proposto na WIKI.
avaliação. Diante
dos dados, indicaram
palmilhas posturais
mais adequadas e
fornecendo
orientações
concernentes a
calçados mais
apropriados em cada
caso.
63

ANEXO (E) ORGANIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM:


PROBLEMATIZAÇÃO E DESAFIOS

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