“Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a liberdade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade.” - Mikail Bakunin.
Título original
DISCURSO DE ENCERRAMENTO DA GESTÃO 2016-2017 DO CENTRO ACADÊMICO DE OCEANOGRAFIA - CAO DA UNIVALI
“Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a liberdade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade.” - Mikail Bakunin.
“Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a liberdade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade.” - Mikail Bakunin.
DISCURSO DE ENCERRAMENTO DA GESTÃO 2016-2017 DO CENTRO
ACADÊMICO DE OCEANOGRAFIA - CAO DA UNIVALI A construção subjetiva do futuro, alimentada por experiências – próprias ou alheias – de frustração e descompensação, além de contornos obscuros e indefinidos, é rodeada de sentimentos difusos de alarme e de insegurança pelos jovens. Somado a isto, o panorama geral da divergência dos cidadãos face ao sistema político democrático e de relativo esvaziamento da esfera pública, as possibilidades de ancoragem e de partilha coletiva das experiências vividas pelos jovens ao longo das suas trajetórias (em espaços de sociabilidade e estruturas organizadas, incluindo as instituições sociais e políticas) encontram-se fortemente coagidas (ESTANQUE, 2008). Desta maneira, a integração no ambiente universitário, a criação de amizades e o desenvolvimento de laços de sólida camaradagem, se torna um modus vivendi característico dos estudantes e que é essencial pois enriquece a cultura, promove o progresso acadêmico e social justo e libertador das potencialidades humanas (ESTANQUE, 2008; DAYRELL; MOREIRA; STENGEL, 2011). Não é tanto a aprendizagem adquirida nas bibliotecas e salas de aula, mas sim as experiências adquiridas fora da instituição e em torno dela, que mais claramente irrigam as potencialidades formativas, criativas e subversivas dos estudantes (DAYRELL; MOREIRA; STENGEL, 2011). Lutei desde o momento em que pensei em fazer um curso superior. Cruzei as fronteiras do comodismo com a sede de conhecimento das relações homem e meio ambiente. Lutei para entrar na universidade, lutei para me manter na universidade, luto para estar aqui hoje. Depois de uma batalha jurídica intensa, do triunfo, a recompensa, fui matriculado no curso de oceanografia da UNIVALI. Desde então, sentindo na pele a angústia e sentimento de impotência em distintos momentos durante esta batalha e com a ciência de que esta não foi vencida sozinha e sim com o amor e apoio da minha família, amigos e da boa vontade e nobreza do advogado Josmar. Para retribuir todo apoio depositado em mim, não só por eles, mas também pela sociedade, que através do Estado, subsidiou minha entrada na universidade, resolvi fazer o melhor e não desviar o foco do estudo e dos livros. Entretanto, os livros e estudos são apenas a forma para forjar a espada para as batalhas seguintes. Em um exercício de alteridade, percebi que milhares de pessoas que tentam de alguma forma, mudar sua condição financeira, ou motivadas pela sede de conhecimento, veem através dos estudos e da universidade a única saída dessa condição, e batalham sem apoio da família e boa vontade de advogados, sendo desolados e massacrados pela burocracia, ganância e tirania do sistema capitalista selvagem que impera em algumas instituições não-públicas, oprimindo cada vez mais a vida destas pessoas. Não obstante, diante de todo cenário político desde meu ingresso na universidade, alimentado por experiências próprias e alheias e com um senso de alteridade, liberdade e justiça, decidi por engajar-me no movimento estudantil. Buscando apoio de pessoas que compartilhavam do mesmo senso e que tinham algum sentimento e pertencimento pela luta pela igualdade de direitos e de oportunidade, pois não conseguimos nada sozinho, precisamos de pessoas, e as pessoas que fazem a sociedade e não a nada mais perigoso para o sistema que estudantes unidos com um senso comum e sede de justiça. Juntos discutimos e formamos o plano de governo para o CAO, que incluía os princípios e todos esses sentimentos e formamos a chapa “cogestão CAO 2016/2017”. Queríamos transformar o espaço do CAO em um exemplo de processo construtivo de auto-gestão e emancipação social. “Manter a responsabilidade de conduzir uma política inclusiva, transparente, autossuficiente e sustentável, objetivando alcançar a autogestão, no âmbito do curso de Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí“ este é o princípio que norteou nossas ações e através dele tentamos “construir as bases para a autogestão rumo à um ciclo duradouro de sustentabilidade, com a participação de todos os atores na promoção de um progresso acadêmico e social justo, ambientalmente sustentável e libertador das potencialidades humanas”. As assembleias foram o meio que encontramos para permitir a participação dos acadêmicos no processo de gestão. Foi através das assembleias que as principais decisões foram tomadas e as ações norteadas, onde o presidente era apenas o moderador e quem tomava a decisão eram os estudantes, legitimamente. Toda demanda dos acadêmicos levantadas durante as assembleias foram discutidas e registradas em atas. Foram muitas assembleias, muitas oficinas e muitas reuniões com os outros Centros Acadêmicos, DCE, Coordenação do curso, Direção do CTTMar, colegiado do curso e outros. Para nos forjarmos e construir as bases do CAO precisávamos existir juridicamente, e esta está sendo a nossa maior batalha até agora, em um país onde a burrocracia dificulta ” para facilitar” e com um estatuto subversivo, revolucionário e com o apoio e força de todos os estudantes, a burrocracia do sistema tende a dificultar muito mais. Porém, nos apoiamos nas pessoas, nos estudant@s e ex-estud@ntes, onde conseguimos sair do zero e conseguir verbas para pagar as advogadas, que também partilham do mesmo senso e ideais, e que se tornaram grandes aliadas nessa batalha. Em uma das oficinas participativas, foi diagnosticado que deveríamos focar nossas ações na divulgação do CAO, pois através da comunicação que conseguiríamos atrair maior participação no processo, transparência e maior fortalecimento da instituição. Desta forma, diversas ações com o logo do CAO exposto, que também foi elaborado com este intuito, foram feitas. Muito do que planejamos, não foi alcançado. Mas começamos aqui, um novo ciclo em um processo de mudança e fortalecimento do Centro Acadêmico de Oceanografia, do movimento estudantil, dos e das estudantes e da sociedade livre. “Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a liberdade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade.” - Mikail Bakunin. Rodrigo Cesário Pereira Silva. REFERÊNCIAS ESTANQUE, E. Juventude, boemia e movimentos sociais: culturas e lutas estudantis na universidade de Coimbra. Política & Sociedade: Coimbra, 2010. v. 9. N. 16. p. 257 – 29. Disponível em: <https://www.amigoscoimbra70.pt/download/Trabalhos%20Sobre%20o%20Moviment o%20Associativo/2010_04_01_A_El%C3%ADsio_Estanque_- _Juventude_Bo%C3%A9mia_e_Movimentos_Sociais.pdf>. Acesso em: 10 fevereiro 2017. DAYRELL, J.; MOREIRA, M. I. C.; STENGEL, M. Juventudes contemporâneas: um mosaico de possibilidade. Editora PUCMINAS: Belo Horizonte, 2011. 448 p. Disponível em: <http://portal.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI201207041 31151.pdf>. Acesso em: 10 fevereiro 2017.
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