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O PÚBLICO E O PRIVADO:
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Professora do Departamento e Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de
Ciências Sociais PUC-SP.
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SEVCENKO, Nicolau:. Orfeu Estático na Metrópole. São Paulo, Cia. das Letras, 1992.
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De acordo com o censo do ano de 1872, quando a cidade já sofria conseqüências do surto
cafeeiro, a população de São Paulo era de 19.347 pessoas. No censo seguinte, o de 1890, elevou-
se para 64.934 habitantes, e no início do século XX, em 1908, eram 270.000 moradores, atingindo
a cifra de 579.000 pessoas em 1920.
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MATOS, Maria I. S. de: Trama e Poder- Um estudo sobre as Indústrias de Sacaria para o Café
(1888-1934). São Paulo, tese de Doutorado, FFLCH-USP, 1991, mimeo.
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BOSI, Ecléa: "Memória do trabalho", IN Memória e sociedade - Lembranças de Velhos. São
Paulo, EDUSP, 1987.
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SENNET, Richard: O declínio do homem público. São Paulo, Cia. das Letras, 1988.
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PORTA ADENTRO
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Apesar das variações conjunturais, a oferta de mulheres e homens para prestar serviços
domésticos era grande. O rastreamento dos anúncios diários na imprensa, cruzado com as
estatísticas de imigração, permite identificar que após 1914, durante o primeiro conflito mundial,
a queda nas entradas de imigrantes levou a uma diminuição da oferta desses trabalhadores e a um
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aumento da procura, gerando uma conseqüente tendência a elevação dos salários dos criados de
servir. Todavia, tem-se que ponderar que a situação de carestia entre 1917-19 reverte em parte essa
tendência, já que uma das vantagens do emprego doméstico era receber casa e comida.
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"O serviço de abastecimento de água à população, prestado pelo chafariz do Rosário, foi dos
mais deficientes (...) os moradores das Ruas de S. Bento, Boa Vista e Imperatriz queixam-se da
falta de água que há neste chafariz, vendo-os obrigados a mandar buscá-la longe ou comprarem
aos carroceiros..." GASPAR, Byron: Fontes e Chafarizes de São Paulo. São Paulo, Conselho
Estadual de Cultura, 1967, p.77.
"Ainda bem que se vendia água nas ruas, em pipas puxadas por pacientes burrinhos, mas era
água, além de pouca, e má, vendida a 40 réis o barril - coisa caríssima". MARQUES, Gabriel:
Ruas e Tradições de São Paulo. São Paulo, Conselho Estadual de SP, s.d., p.57.
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Carmo." 9
9
AMERICANO, Jorge: São Paulo Naquele Tempo (1895-1915). São Paulo, Saraiva, 1957, p.146.
10
MOURA, Paulo Cursino de: São Paulo de Outrora. São Paulo/Belo Horizonte, EDUSP/Itatiaia,
1980, p. 152 e 241.
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BRUNO, Ernani Silva: História e Tradições da cidade de São Paulo. São Paulo, Hucitec, 1983,
p. 1127.
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roupa...fazia também a goma com amido ...às vezes era cru né,
aqueles saiotes que existia naquela época, é...bem duro, então a
goma era cozida;...camisa de homem, então a gente tinha que ter
uma goma mais fraca, então era uma, então era crua. E naquela
época não tinha esse ferro elétrico, era ferro a de carvão. Então
a gente limpava bem o ferro, punha o carvão dentro do ferro né,
e com brasa de carvão aí ele esquentava né. Aí a gente fechava o
ferro e começava a passar a roupa...quando acabava o carvão e
já tinha que ir lá pôr carvão outra vez. De repente, às vezes, o
ferro abria. Tava engomando aquelas camisas limpinhas né, aí
de repente o ferro abria. Ai! Voava carvão por cima das camisas
suja tudo, perdia todo o trabalho." 12
12
BANCO DE MEMÓRIAS DE FAMÍLIAS NEGRAS, Lembranças de D. Ilma Rosa Oliveira,
p. 3.
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SANTOS, Martins Francisco. História de Santos. São Paulo, Empreza Gráphica da "Revista
dos Tribunaes", 1937, vol.2, p.29.
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Amas-de-leite
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No setor médico-sanitarista acreditava-se que febres e epidemias (por exemplo, a febre
amarela) eram transmitidas pela roupa; assim, as lavadeiras, que em seus domicílios e nos rios
misturavam as roupas sujas, eram verdadeiramente perseguidas. Somente em 1903 é que Adolfo
Lutz, do Instituto Bacteriológico de São Paulo, provou que a transmissão desta doença era feita
pelo mosquito.
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LEIS E RESOLUÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 1894/95, p. 91.
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A proposta visava proteger as crianças do contágio das amas. Entre as instituições de que temos
conhecimento, uma das que foi mais eficiente, perdurando por longo período, foi a "Gota de Leite"
de Santos, criada na passagem do século, e que posteriormente foi transformada em orfanato.
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Quanto ao exame, a discussão foi intensa. Alegava-se que o médico deixava sua humanidade
fora do consultório, sendo sua função apenas "ler o corpo da mulher...o colega poderia attestar que
não há donzella por mais púdica, nem mãe de família por mais recatada, que não possa dizer ao
médico: Lê no meu corpo como quem lê num livro aberto deixaste lá fora a tua humanidade... não
és um homem, és um médico... tu não me contemplas com os olhos da carne... confio-me a ti
porque teus lábios estão fechados...". Discursos parlamentares, In Anais da Câmara Municipal de
São Paulo, ano 1914, p.134.
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AMERICANO, J. op.cit., p. 82.
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DIÁRIO POPULAR, 2.1.1926.
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DIÁRIO POPULAR, 4.1.1926.
21
DIÁRIO POPULAR, 6.1.1926.
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DIÁRIO POPULAR, 2.1.1926.
23
DIÁRIO POPULAR, 4.1.1926.
24
BRUNO, Ernani S.: Op.cit., p. 1195.
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RAGO, Margareth: Do Cabaré ao lar: A Utopia da cidade disciplinar, Brasil 1890-1930. Rio
de Janeiro, Paz e Terra, 1985. DEL PRIORI, M.(org.): A História da Criança no Brasil. São Paulo,
Contexto, 1991.
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