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Quanto Vale ou é Por Quilo?

(Sérgio Biaqui, 2005)

O filme brasileiro de 2005, dirigido por Sérgio Bianchi, se trata da solidariedade nos
dias atuais. Não se trata da pura e simples solidariedade, e sim daquela que é feita
esperando algo em troca.
No início do filme, é mostrada uma cena de escravos e seu comércio – o que, se
for pensado, não existe há pouco mais de cem anos – e, a partir do término dessa cena, a
história é iniciada. O paralelo é realizado entre a escravidão e como a população pobre e
carente é tratada em pleno século XXI. Através das ONGs, encontradas no terceiro setor
da economia, é fácil explorar aqueles que deveriam ser ajudados. Como elas são
organizações que não tem objetivo principal a geração de lucros e não tem
regulamentação, são muito fáceis de serem criadas. Assim, através delas pode haver uma
fácil captação de recursos, a ser usado em empresas privadas a também em conjunto ao
governo.
No filme é mostrado que, além desse desvio de verba das ONGs, muitos só estão
envolvidos em projetos sociais porque pensam no bem estar pessoal e pensam que
outras pessoas estarão avaliando positivamente seus comportamentos. Doar e ajudar os
carentes eleva o espírito, assim como é dito por uma personagem.
Em certa parte do filme, o personagem de Caio Blat diz que o projeto é absurdo e
que a senhora que está no mesmo restaurante que ele “usa do social para lavar dinheiro
da empresa do marido e depois desconta do imposto de renda. É a direita faturando em
cima da permanência da miséria”.
De acordo com aqueles que estão envolvidos no projeto, eles ajudam aqueles que
precisam e ainda movimentam a economia do país. É retratado que, a cada criança
carente ajudada, há a criação de cinco novos empregos. Um dos personagens expõe o
número de voluntários no Brasil, que é de 20 milhões. Para as empresas, isso é um
potencial de lucro. E por parte dos consumidores, eles querem que a empresa tenha
responsabilidade social. Dessa forma, a empresa pode até vender seu produto por um
preço mais caro, pois ela está cobrando mais pelo bem comum.
Lázaro Ramos pergunta em uma cena “O que é que a comunidade leva com os
empreendimentos comunitários?”. Esse é o ponto crucial; muito se é feito, grande parte é
desviado, e os que necessitam ajuda pouco são ajudados.

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