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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA AUTOMÁTICO DE


DETECÇÃO DE EXCESSO DE VELOCIDADE NA VIA
PÚBLICA

PAULO PEDRO UBISSE

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Abril 2017


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA AUTOMÁTICO DE


DETECÇÃO DE EXCESSO DE VELOCIDADE NA VIA
PÚBLICA

SUPERVISOR:

ENGO ELSO SEBASTIÃO GUILENGUE

REALIZADO POR:

PAULO PEDRO UBISSE

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Abril 2017


DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Paulo Pedro Ubisse, declaro por minha honra que o presente trabalho é da minha autoria e
nele observei os requisitos e recomendações da Escola Superior de Ciências Náuticas,
concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituicão para obtenção
de qualquer grau académico.

Maputo, Abril de 2017

________________________________________________

Paulo Pedro Ubisse

i
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que me encheram de


ensinamentos: Docentes, colegas, amigos, família, em
especial ao Pedro Ubisse, a Albertina Matavele e Júlia
Cambaco.

ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço ao Senhor meu Deus todo-poderoso por guiar-me nesta longa
caminhada. Obrigado pelo Dom da vida Senhor.

Meu especial agradecimento ao meu supervisor, Engenheiro Elso Guilengue, pela ajuda, dedicação, e
orientação durante a elaboração deste trabalho, assim como pela sua confiança, que em mim
depositou. O meu Muito Obrigado!

Ao Diogo Ferreira pelas dicas e contribuições para a concepção do protótipo, ao Felizardo Gabriel e
a Gizela Muege, que me incentivaram durante a elaboração deste projecto. O meu forte Abraço.

Agradeço ainda, os meus pais por quem tenho um carinho imensurável e que foram um grande pilar
durante a minha caminhada na jornada académica, ao senhor Pedro Ubisse, e as donas Albertina
Matavele, e Júlia Cambaco. Endereço também agradecimentos a todos os colegas da R12 que foram
uma grande família, em especial aos colegas e amigos Bacar Muhorro, Luís Marcos, Helénio
Lewane, Vânia Brito, e Gonçalves Massingue. O meu Muito Khanimambo.

iii
RESUMO

O presente trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema automático para auxiliar as


autoridades reguladoras de trânsito nas actividades de controlo de excesso de velocidade,
baseado na plataforma de desenvolvimento Arduíno, que é uma placa que utiliza o
microcontrolador da família ATMEGA. Inicialmente é feita uma contextualização da real
situação do País, no que concerne as actividades de fiscalização e/ou controlo de excesso de
velocidade. Onde descreve-se a técnica ou método utilizado para exercer tais actividades, bem
como as principais limitações da tal técnica.

Em seguida, são descritas as principais características de hardware e software, bem como os


procedimentos realizados para a montagem do sistema. O sistema é capaz de detectar a presença
de um veículo por meio de sensores de presença, cujo sinal é enviado para ser interpretado pelo
microcontrolador. Um LCD permite que a velocidade com que veículo atravessa os dois sensores
seja visualizada. Uma câmara fotográfica controlada e accionada pelo Arduíno permite capturar
as imagens do veículo infractor. Uma base de dados criada com recurso ao módulo de
armazenamento da placa Ethernet é usada para o armazenamento das imagens capturadas, para
que sejam adquiridas pelas autoridades reguladoras de trânsito.

Palavras-chave: Plataforma Arduíno, Controlo de velocidade, Base de dados.

iv
ABSTRACT

This work presents the development of an automated system to assist the traffic authorities
regulators in overspeeding control activities, based on the Arduino development platform, which
is a board that uses the ATMEGA microcontroller. Initially is made a contextualization of the
real situation of the country, in surveillance and/or overspeeding control activities. Where is
described the technique or method that is used to carry out such activities, as well as the main
limitations of the technique.

After that, are described the main hardware and software characteristics, as well as the
procedures performed to assembly the system. The system is able to detect the presence of a
vehicle by presence sensors, whose signal is sent to be interpreted by the Arduino
microcontroller. An LCD allows to display the speed which the vehicle passes the two sensors. A
camera wich is controlled and actuated by the Arduino allows to capture the images of the
transgressor vehicle.
A database created using an Ethernet shield card storage module is used for storing the
captured images allowing them to be acquired by the authorities regulatory.

Keywords: Arduino, Speed control, Database.

v
Índice
DECLARAÇÃO DE AUTORIA .................................................................................................. i

DEDICATÓRIA............................................................................................................................ ii

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ iii

RESUMO ...................................................................................................................................... iv

ABSTRACT ................................................................................................................................... v

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................. ix

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. xi

LISTA DE EQUAÇÕES ............................................................................................................ xii

LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................................. xiii

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

I.1 Contextualização ................................................................................................................... 1

I.2 Problema de pesquisa ............................................................................................................ 2

I.2.1 Problematização.............................................................................................................. 2

I.2.2 Pergunta de pesquisa ...................................................................................................... 2

I.2.3 Hipótese .......................................................................................................................... 2

I.3. Objectivos do projecto .......................................................................................................... 3

I.3.1. Objectivo geral .............................................................................................................. 3

I.3.2. Objectivos específicos ................................................................................................... 3

I.4 Justificativa ............................................................................................................................ 3

I.5 Estado de arte......................................................................................................................... 4

I.6 Metodologia de investigação ................................................................................................. 5

I.7 Estrutura de organização do trabalho .................................................................................... 7

CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 8

II.1 Sistemas de detecção de excesso de velocidade................................................................... 8

vi
II.1.1 Sistemas de operação manual ........................................................................................ 8

II.1.2 Sistemas de operação automática ................................................................................ 11

II.1.2.1 Princípio de funcionamento ................................................................................. 13

II.2 Microcontroladores ............................................................................................................ 14

II.3 Sensores .............................................................................................................................. 15

CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO ................................................ 19

III.1 Implementação e desenvolvimento do “hardware” do sistema ........................................ 19

III.1.1 Plataforma de desenvolvimento Arduino................................................................... 20

III.1.1.1 Placa Arduino Uno .............................................................................................. 21

III.1.2 Ethernet Shield ........................................................................................................... 26

III.1.2.1 Conexão do módulo Ethernet com o Arduino Uno ............................................ 28

III.1.3 LCD Alfanumérico (16*2) ......................................................................................... 28

III.1.3.1 Conexão do LCD, módulo I2C com o Arduino Uno .......................................... 30

III.1.4 Sensor de presença ..................................................................................................... 31

III.1.4.1 Conexão do sensor de presença com o Arduino Uno ......................................... 32

III.1.5 Câmara fotográfica..................................................................................................... 32

III.1.5.1 Conexão da câmara TTL UART com o Arduino Uno. ....................................... 33

III.2 Implementação e desenvolvimento do “software” do sistema ......................................... 33

III.2.1 Fluxograma de funcionamento do SADEV ............................................................... 33

CAPÍTULO IV – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................... 36

IV.1 Análise dos testes preliminares ......................................................................................... 36

IV.1.1 Circuito de detecção .................................................................................................. 36

IV.1.2 Circuito de captura e de armazenamento de imagem ................................................ 43

CAPÍTULO V – CONCLUSÕES .............................................................................................. 50

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................... 52

vii
APÊNDICES ............................................................................................................................... 55

viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Sistema pardal e de lombada electrónica.[24]............................................................... 12
Figura 2- Sistema com sensores indutivoses indutivos.[9] ........................................................... 13
Figura 3- Diagrama de blocos simplificado de detecção automática.[19] .................................... 14
Figura 4- Características de um microcontrolador.[23] ................................................................ 15
Figura 5- Localização dos sensores no processo.[4] ..................................................................... 15
Figura 6- Formas de onda do sinal analógico e digital.[16] ......................................................... 16
Figura 7- Esquema de blocos do circuito transmissor e receptor do sensor de presença.[11] ...... 17
Figura 8- Sistema de barreira ou interrupção de feixe.[4] ............................................................ 18
Figura 9- Sistema de difusão.[4] ................................................................................................... 18
Figura 10- Diagrama do projecto proposto.(Autor) ...................................................................... 19
Figura 11- Arduino Uno.[21] ........................................................................................................ 21
Figura 12- Conectores para alimentação.[1] ................................................................................. 22
Figura 13- Pinos de alimentação.[2] ............................................................................................. 22
Figura 14- Microcontrolador ATMEGA16U2 para comunicação USB.[2] ................................. 23
Figura 15- Pinagem do microcontrolador Atmega328 com encapsulamento DIP.[2] .................. 24
Figure 16- Pinos de entradas e/ou saídas digitais.[2] .................................................................... 25
Figura 17- Pinos de entrada analógica.[2] .................................................................................... 25
Figura 18- Comunicação SPI.[15] ................................................................................................ 27
Figura 19- Ethernet Shield.[1] ...................................................................................................... 27
Figura 20- Módulo LCD (16*2).[5] .............................................................................................. 29
Figura 21- Comunicação I2C.[18] ................................................................................................ 29
Figura 22- Módulo I2C.[1] ........................................................................................................... 30
Figura 23- Conexão LCD, módulo I2C e Arduino.[1] ................................................................. 31
Figure 24- Resistência dependente de luz.[22] ............................................................................. 32
Figura 25- Câmara TTL UART.[14] ............................................................................................ 32
Figure 26- Fluxograma de funcionamento do SADEV.(Autor) ................................................... 34
Figura 27- Esquema de Ligação do LDR com Arduino.(Autor) .................................................. 36
Figura 28- Conexão do LDR com o Arduíno.(Autor) .................................................................. 37
Figura 29- Código de programa no IDE e o valor da luminosidade no Monitor Serial.(Autor) .. 38
Figura 30- Esquema de ligação dos sensores com o Arduíno.(Autor) ......................................... 40

ix
Figura 31- Conexão física dos sensores com o Arduíno.(Autor).................................................. 41
Figura 32- Código de programa e resultados obtidos no monitor serial.(Autor) .......................... 42
Figura 33- Conexão dos sensores com Arduino Uno e circuito da câmara.(Autor) ..................... 44
Figura 34- Código de programa e resultados obtidos no monitor serial.(Autor) .......................... 45
Figura 35- Conexão dos sensores com Arduino, placa Ethernet e circuito da câmara.(Autor) .... 46
Figura 36- Código de programa e resultados obtidos no monitor serial.(Autor) .......................... 47

x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Especificações da plataforma Arduino Uno. ................................................................ 25
Tabela 2- Conexão do Ethernet shield com o Arduino UNO. ...................................................... 28
Tabela 3- Conexão da câmara com o Arduino Uno. ..................................................................... 33
Tabela 4 - Comparação de valores ................................................................................................ 43
Tabela 5- Análise do tempo verificado na transferência de uma imagem ................................... 48

xi
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1. Cálculo da velocidade no sistema baseado na tecnologia RADAR. ............................ 9
Equação 2. Cálculo da velocidade no sistema baseado em laços de sensores. ............................. 12
Equação 3. Cálculo do divisor de tensão entre um resistor e o LDR............................................ 39

xii
LISTA DE ABREVIATURAS

CA- Corrente Alternada.

CC- Corrente Contínua.

CI- Circuito Integrado.

E/S- Entrada/ Saída.

I/O – Input/Output – Entrada/saída.

IR- Infrared – Infravermelho.

CPU – Central Processor Unit- Unidade Central de Processamento.

RaDAR - Radio Detection And Ranging- Variação e detecção por rádio.

PWM- Pulse Width Modulation – Modulação por largura de pulso.

MHz- Mega Hertz.

MISO- Master In Slave Out.


MOSI- Master Out Slave In.

SCK- Serial Clock.

RISC- Reduced Instruction Set Computer- Computador com um conjunto reduzido de instruções.

SS- Slave Select.

SDA- Serial Data Line.

SCL- Serial Clock Line.

SPI- Serial Peripheral Interface.

TWI- Two Wire Interface.

xiii
I2C- Inter Integrated Circuit.

ICSP- In Circuit Serial Programming.

USB- Universal Serial Bus.

USART- Universal Synchronous/Asynchronous Receiver/Transmitter.

UART – Universal Asynchronous Receiver/Transmitter

LCD- Liquid Cristal Display – Tela de cristal líquido.

SD Card- Secure Digital Card.

EEPROM- Electrically Erasable Programmmable Read Only Memory.

TQFP- Thin Quad Flat Package.

ARef- AnalogReference.

ADC – Analog Digital Converter- Conversor analógico digital.

IDE – Integrated Development Environment- Ambiente de desenvolvimento integrado.

LiDAR - Light Detection And Ranging – Variação e detecção de luz.

MSB - Most Significant Bit.

PCB - Printed circuit board – Placa de circuito impresso.

RAM – Random Access Memory.

ROM - Read-Only Memory.

SRAM - Static Random Access Memory

xiv
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

I.1 Contextualização

A segurança rodoviária dos utentes da via pública no país vem sendo debatida nos últimos dias,
devido aos acidentes constantes que se tem verificado nas estradas. Várias mensagens de apelo a
educação cívica por parte das autoridades reguladoras de trânsito têm sido difundidas pelos
diversos órgãos de comunicação social.

Dentre as mensagens, apela-se para que: os automobilistas evitem fazer manobras perigosas,
façam a devida inspecção e manutenção dos seus veículos, não conduzam veículos se estiverem
sob o efeito de álcool ou outras substâncias estupefacientes, cumpram com as horas de descanso
durante uma viagem de longo curso, respeitem os sinais de luminosos, a passagem de travessia
de peões, os limites de velocidade, não conduzam veículos se não forem licenciados para tal,
entre outros.

Por sua vez as autoridades reguladoras de trânsito que não se limitam apenas na difusão das
mensagens para a consciencialização dos automobilistas, que visam garantir a segurança
rodoviária, demonstram o seu empenho fazendo-se a via pública para exercer actividades de
fiscalização e controlo de possíveis irregularidades que resultam em advertência ou até
sanção/penalização dos automobilistas. Estas actividades exercidas de forma presencial para que
ocorram com eficiência e sucesso, as autoridades reguladoras de trânsito são equipadas de
diversos dispositivos. Tais dispositivos permitem que por exemplo ao exercer a fiscalização de
possíveis condutores sob efeito de álcool, seja possível medir a quantidade de álcool que um
individuo possa ter ingerido, sem a necessidade de ter de se deslocar para uma unidade hospitalar
para realizar o exame de sangue, e na fiscalização de controlo de excesso de velocidade, seja
possível medir a velocidade em que um veículo está a deslocar-se.

O presente trabalho tem como objectivo apresentar um mecanismo de detecção e controlo de


excesso de velocidade com capacidade de operação 24-24 horas, de forma autónoma (não
necessitará da intervenção humana). Este sistema vai dinamizar o processo de controlo de
excesso de velocidade, auxiliar as autoridades reguladoras de trânsito nas actividades de controlo
de excesso de velocidade na via pública, e garantir melhoria na segurança rodoviária.

1
I.2 Problema de pesquisa

I.2.1 Problematização

Nos últimos anos tem-se verificado um crescente aumento do parque automóvel no país. O facto
é que este crescimento não está a ser acompanhado de eficaz consciencialização dos condutores
no que diz respeito a uma condução segura e prudente. Nota-se ainda muita imprudência na via
pública, bem como o desrespeito pelos limites de velocidade por parte dos automobilistas e uma
fraca capacidade de controlo e punição dos que não respeitam estes limites, por parte dos agentes
de trânsito.

Actualmente o sistema de detecção de velocidade que existe no país é condicionado a presença


do ser humano, isto é, a sua operação é manual (necessita de um ser humano, que neste caso é o
agente regulador de trânsito). Tal facto obriga com que os agentes estejam presentes em vários
pontos da via pública a tempo inteiro para o efeito de controlo. No entanto ainda é impossível
para a realidade do país, ter agentes equipados a fazer a cobertura dos vários pontos, o que torna
difícil o sucesso das actividades de controlo de excesso de velocidade. Assim sendo, para a
resolução deste impasse, se propõe a implementação de um sistema com capacidade de realizar
as fiscalizações de forma autónoma com vista a dinamizar o processo de controlo de excesso de
velocidade exercidas pelas autoridades reguladoras de trânsito.

I.2.2 Pergunta de pesquisa

Será que a implementação do sistema automático de detecção de excesso de velocidade irá


contribuir para a melhoria das actividades de controlo de excesso de velocidade?

I.2.3 Hipótese

 Um sistema automático de detecção de excesso de velocidade pode melhorar a eficiência


das actividades de controlo de excesso de velocidade.

2
I.3. Objectivos do projecto
I.3.1. Objectivo geral

 Desenvolver um sistema para a detecção automática do excesso de velocidade dos


condutores de veículos na via pública e demonstrar o seu funcionamento com recurso ao
protótipo.

I.3.2. Objectivos específicos

 Descrever o sistema actual de detecção de excesso de velocidade usado no país e


comparar com o proposto no trabalho;
 Esquematizar e explicar o princípio do funcionamento do sistema proposto no trabalho;
 Desenvolver um programa para interpretar/processar os dados/informações dos sensores
de presença, e comandar a activação da câmara fotográfica;
 Montar o protótipo para o sistema automático de detecção de excesso de velocidade,
identificação do veículo, realizar testes e analisar os resultados obtidos.

I.4 Justificativa

O que impulsiona a realização deste trabalho é pelo facto de que muitos dos acidentes de viação
que ocorrem no país, não só resultam da fadiga e da condução sob o efeito de álcool, mas
também da violação dos limites de velocidade. Esta violação tem resultado em grande perigo
para segurança dos utentes da via pública, danos as viaturas, destruição dos bens públicos e/ou
privados, ferimentos ligeiros e/ou graves e até a perda de vidas humanas.

Por outro lado, é impulsionado por notar-se ainda uma fragilidade no sistema usado para auxiliar
as autoridades reguladoras de trânsito nas actividades de controlo de excesso de velocidade, visto
que o sistema actual está condicionado a presença dos agentes reguladores. Sendo assim, ainda é
um grande desafio para os agentes reguladores estarem presentes em vários pontos da via a
tempo inteiro, facto que dá abertura para que os condutores apercebendo-se da ausência dos
agentes, acabem por desrespeitar os limites de velocidade. Contudo do seu lado pessoal e com o
uso das tecnologias actuais e dos conhecimentos adquiridos nas áreas de electrónica e ciências de
computação ao longo do curso, o candidato entende que é possível contornar esta situação, e
propõe a implementação de um sistema automático de detecção de excesso de velocidade

3
(designado abreviadamente por SADEV), baseado num microcontrolador capaz de detectar a
velocidade do veículo através de sensores de presença, e que esteja acoplado a um sistema de
câmara fotográfica e de armazenamento (base de dados), para a captura e armazenamento das
imagens do veículo transgressor, com capacidade e disponibilidade de operar a tempo inteiro,
isto é 24/24horas. Tendo como finalidade apresentar uma solução eficiente de um sistema para
auxiliar as autoridades reguladoras na redução da violação dos limites de velocidade, que não
necessita da presença de um agente no local onde se pretende efectuar as medições e que vai
garantir o aumento da segurança rodoviária.

I.5 Estado de arte

Das pesquisas realizadas sobre alguns projectos já feitos com o mesmo propósito, de forma a
servir de base para o desenvolvimento do projecto proposto, fez-se a selecção de alguns
trabalhos. No geral a principal diferença entre estes reside no tipo de hardware, ou
microcontrolador utilizado para o comando e controlo dos periféricos de entrada e/ou saída no
protótipo do sistema. Destacam-se os seguintes trabalhos:

a) Projecto Radar

O projecto radar com a finalidade de detectar infracções de trânsito e fotografar o veículo infractor,
“ É baseado em sensores capacitivos que detectam o ponto de início e o ponto final de um
veículo, e uma unidade central de processamento (microcontrolador da Intel família 8051), para
controlar os sensores instalados no pavimento e a câmara digital que é accionada após a detecção
da infracção”. (da Silva, dos Santos, & de Moraes, 2010).

b) Projecto Pardal

O Projecto Pardal tem como finalidade detectar infracções de trânsito. Tendo acoplado ao seu
conjunto, um sistema que fotografa o veículo infractor. Esse projecto tem como base sensores
infravermelho que detectam o ponto de início e o ponto final de um corpo, e um
microcontrolador como a unidade central de processamento que é usado para controlar os
sensores e para o cálculo da velocidade média em milímetros por segundo (mm/s). Apresenta
também um sinalizador para situações de avanço do sinal vermelho do semáforo e de paragem
sobre a faixa de peões. “O detector de imagem constituirá de uma câmara digital que através de

4
um sinal do microcontrolador PIC 12F675, irá capturar ou não a imagem do veículo em
movimento”. (Colin, Guimarães, & Johnson, 2012).

c) Speed detector for rash driving control on highway

De acordo com Aysha, Zierwah, e Attiya, (2012) “ Muitos acidentes tem ocorrido nas estradas
devido a violação dos limites de velocidade. E para evitar este problema, desenvolveu-se um
sistema que calcula a velocidade do automóvel, através do tempo que é gasto para atravessar os
sensores de presença, onde quando detectado a transgressão é activado um sinalizador sonoro,
que serve de alerta as autoridades reguladoras de trânsito. O projecto pode ser estendido,
integrando um sistema de câmara para capturar a imagem do infractor, e um meio de
comunicação sem fio para interligar o sistema com uma sala de controlo das autoridades
reguladoras de trânsito”. Este projecto incorpora o hardware microcontrolador da família 8051
da Intel.

O presente projecto difere dos outros pelo facto de usar o microcontrolador da plataforma de
desenvolvimento Arduíno como unidade de controlo e processamento, e pelo facto de todas
unidades integradas no sistema serem comandados pelo programa inserido na memória do
microcontrolador, e por integrar uma base de dados de armazenamento das imagens capturadas.

I.6 Metodologia de investigação

O trabalho realiza-se em forma de pesquisa exploratória, que se divide em fases e/ou etapas que
convergem para a concepção de um protótipo, para concretização da pesquisa realizada.

Segundo Simon (1969), esse tipo de pesquisa apresenta menor rigidez no planeamento.
Normalmente é baseada no levantamento bibliográfico e documental, entrevistas padronizadas e
não padronizadas e estudos de caso. É mais utilizada quando o assunto escolhido é pouco
desenvolvido. Para Mattar (2001), uma pesquisa exploratória envolve levantamento bibliográfico
e entrevista com pessoas que tiveram experiência prática com o problema pesquisado.

Para o correcto desenvolvimento do projecto foi necessário uma ampla pesquisa sobre as
tecnologias utilizadas na solução, pois quanto maior o domínio sobre as mesmas menor seria a
dificuldade no desenvolvimento do projecto. No geral o projecto baseou-se de acordo com as
seguintes etapas:

5
1ª Etapa:

Foi a fase onde realizou-se uma série de pesquisas bibliográficas, de forma a adquirir
conhecimentos sólidos existentes sobre as teorias, tecnologias e soluções do projecto proposto. A
pesquisa foi feita com recurso a manuais, relatórios, trabalhos realizados e artigos publicados em
páginas de internet de reconhecida importância no ramo.

2ª Etapa:

Após o levantamento das referências bibliográficas, realizou-se a escolha dos componentes que
melhor se adequavam ao propósito do projecto. Escolha esta, que resultou no tipo de
microcontrolador usado como a unidade principal de processamento e controlo, os sensores
usados para detectarem a presença dos veículos, o visualizador local que usado para mostrar as
informações relativas a velocidade, o sistema de captura fotográfica usado, a unidade usada para
o armazenamento das imagens capturadas, os softwares usados para o desenvolvimento do
programa a que foi compilado e armazenado na memória do microcontrolador.

3ª Etapa:

Nesta fase fez-se a projecção e simulação dos circuitos eléctricos que compõem o sistema no
software Fritzing, Liveware e Proteus. Pois a simulação prévia para a observação dos fenómenos
esperados garantiu maior segurança na montagem do protótipo.

4ª Etapa:

Por fim, fez-se a aquisição dos componentes electrónicos, a montagem do protótipo, compilação
da programação no IDE do microcontrolador escolhido, carregamento do programa na memória
do microcontrolador, e realização de testes para analisar o seu funcionamento.

6
I.7 Estrutura de organização do trabalho

O trabalho está dividido em 5 capítulos a saber:

- O primeiro capítulo é referente ao capítulo da introdução, contextualização do trabalho,


problematização, formulação da pergunta de pesquisa, das hipóteses, justificação e definição do
estado de arte, da metodologia de investigação e dos objectivos.

- O segundo capítulo é referente a fundamentação teórica, onde são explanadas as tecnologias e


teorias que foram achadas pertinentes para o desenvolvimento do projecto no acto do
levantamento bibliográfico.

- O terceiro é referente a fase de desenvolvimento do projecto (dimensionamento, projecção,


montagem e programação), onde são descritos detalhadamente o princípio de funcionamento das
componentes de Hardware e a descrição do desenvolvimento do Software do sistema.

- O quarto capítulo é dedicado a análise e discussão dos resultados obtidos na fase de testes do
sistema.

- O quinto ou último capítulo é onde são feitas as recomendações para os trabalhos futuros em
relação ao sistema e as conclusões atingidas com a realização do trabalho.

7
CAPÍTULO II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No presente capítulo são apresentados algumas observações das pesquisas bibliográficas feitas
sobre o projecto e algumas descrições de conceitos presentes no trabalho.

II.1 Sistemas de detecção de excesso de velocidade


Segundo Ruffo e Contesini (2015), existem vários mecanismos no mundo todo, que são usados
pelas autoridades reguladoras de trânsito para monitorar a velocidade dos automobilistas na via
pública. Estes são classificados em sistemas móveis e sistemas fixos. Porém cada um deles
emprega uma certa tecnologia que por sua vez, lhes garante vantagem de um em relação ao
outro. Contudo todos eles visam garantir que:

 Os automobilistas ganhem consciência no que diz respeito aos limites de velocidade


estabelecidos;
 Sejam Identificados e sancionados os condutores de veículos que não respeitam os limites
de velocidade;
 Haja maior segurança para os utentes da via pública reduzindo o risco e ocorrência
acidentes.

No geral os sistemas de detecção de excesso de velocidade podem ser classificados em:

 Sistemas de operação manual (condicionados a intervenção humana para a sua operação);


 Sistemas de operação automática (não condicionados a intervenção humana para sua
operação).

II.1.1 Sistemas de operação manual


Para monitorar a velocidade dos veículos na via pública estes equipamentos são operados pelos
agentes reguladores de trânsito. Estes podem ser segurados à mão, montados em base de tripés
ou em veículos. Os sistemas de operação manual empregam dois tipos de tecnologia a saber:
RADAR e LIDAR.

a) Sistema baseado na tecnologia RADAR

O termo Radar deriva da sigla em inglês, que tem como significado Radio Detection and
Ranging, e como tradução “variação e detecção por rádio”. Este sistema baseia-se na tecnologia

8
de emissão de uma onda electromagnética, que após incidir ou colidir sobre um alvo, esta ecoa
ou é reflectida, e no efeito doppler. Este tipo de sistema é conhecido como radar do tipo pistola e
é a tecnologia mais antiga.

De acordo com Migwi e Kairu (2012), o radar de velocidade do tipo pistola, “é uma unidade de
radar baseado no efeito doppler. Este pode ser de mão, estático ou montado no veículo. Ele mede
a velocidade dos objectos em que está direccionado através da detecção de uma alteração na
frequência do sinal de radar reflectido, causada pelo efeito doppler, no qual a frequência do sinal
reflectido, aumenta proporcionalmente à velocidade do veículo se este está a aproximar, e
diminui se está a distanciar”.

Para Ruffo e Contesini (2015), o radar tipo pistola, “usa o efeito doppler para medir a
velocidade, incorpora um transmissor e um receptor de ondas de rádio. Ao ser accionado, este
emite o sinal em direcção ao veículo. Ao atingir o carro, o sinal é reflectido com frequência
diferente e capturado pelo receptor da pistola. A partir desta diferença da frequência enviada para
a frequência recebida é possível calcular a velocidade do carro. A pistola é equipada com um
sensor fotográfico que é activado de acordo com a programação da velocidade máxima. Caso a
velocidade medida seja superior ao limite programado, a câmara é accionada e fotografa o
infractor”.

A partir da diferença de frequência, é possível calcular a velocidade do veículo usando este


sistema, e é dada pela seguinte equação:

Equação 1. Cálculo da velocidade no sistema baseado na tecnologia RADAR.


Onde:

c= é a velocidade da luz;
f= é a frequência emitida ;
∆f= é a diferença entre a frequência emitida e a recebida.
Segundo Migwi e Kairu (2012), para este tipo de tecnologia encontram-se as vantagens e
desvantagens descritas abaixo:

9
Vantagens

 É o sistema mais barato para a monitoria de excesso de velocidade;

Desvantagens

 É um instrumento de aplicação rodoviária estacionária;


 A sua operação depende exclusivamente do factor humano, pois necessita de ser activado
por parte de um operador;
 O operador do radar deve ser treinado e qualificado para poder usar o equipamento de
forma eficiente;
 Baixa fiabilidade, pois influências ambientais podem ocasionar leituras falsas;
 Erro de posicionamento da antena - o feixe de radar viaja em uma linha recta, e se a
antena não esta devidamente posicionada, pode parecer para o relógio que um carro está a
aproximar-se;
 Look- past – error – mesmo apontando bem a antena do radar, este ainda é susceptível a
ocorrência de um erro do passado. Este pode ser causado pelo radar procurando no
passado uma pequena reflexão no primeiro plano para ler uma reflexão maior por trás;
 Ele também só funciona se estiver apontado para o carro, ou seja só monitora um carro
de cada vez.
b) Sistema baseado na tecnologia LIDAR

O termo LIDAR deriva de (Light Detection and Ranging), é um tipo de pistola semelhante ao
“radar”mas que usa sinais luminosos do tipo infravermelho e invisíveis ao olho nú, em vez de
ondas de rádio. O seu funcionamento é praticamente o mesmo com o dos radares. “O operador
da pistola dispara o laser, que activa um cronómetro. Quando o sinal é reflectido pelo objecto e
capturado pela pistola, é desactivado a contagem de tempo e calculado a variação de distância
naquele intervalo de tempo, que é exactamente o conceito de velocidade”. (Ruffo & Contesini,
2015).

Segundo Migwi e Kairu (2012), a pistola a laser “dispara uma rajada curta de luz de laser
infravermelho, e aguarda que este seja reflectido por um veículo. Esta conta o número de
nanossegundos que leva para a ida e volta, e dividindo por dois ele pode calcular a distância para

10
o carro. Se este leva, 1.000 amostras por segundo, pode comparar a mudança na distância entre
as amostras e calcular a velocidade do carro”.

De acordo com Migwi e Kairu (2012), para este tipo de tecnologia verificam-se as vantagens e
desvantagens abaixo:

Vantagens

 A principal vantagem do LIDAR é que os sinais são emitidos com intervalos de 100 a
600 milissegundos, o que torna impossível driblar a detecção, com a travagem do carro,
estes conseguem medir a velocidade a até 2,5 km de distância;
 É mais preciso que o radar do tipo pistola.

Desvantagens

 A sua operação é a mão, ou seja depende exclusivamente do factor humano para o seu
funcionamento;
 O operador do radar deve ser treinado e qualificado para poder usar o equipamento de
forma eficiente;
 Não alerta ao condutor que está exceder o limite de velocidade;
 Em dias muito quentes com baixa humidade uma reflexão do veículo alvo é criada. Em
muitos casos, quando o laser é apontado para o veículo alvo, o feixe de infravermelhos
também recebe leituras de ambos, isto é do veículo alvo e da reflexão do veículo
causando um erro de varredura.

II.1.2 Sistemas de operação automática


Os autores Ruffo e Contesini (2015), descrevem dois tipos de sistemas de operação automática,
um do tipo pardal e outro do tipo lombada electrónica. Onde “ambos são constituídos por
conjunto de dois a três laços de sensores magnéticos que são instalados na faixa de rodagem, um
computador medidor, e por um sistema de câmara que é fixada em postes, que também pode ser
do tipo infravermelho para melhor fotografar no período nocturno. As lombadas electrónicas,
apenas acrescentam ao sistema um painel numérico para mostrar a velocidade do veículo” (como
ilustra a figura abaixo).

11
Como a distância que separa os sensores é fixa e conhecida, pode-se calcular a velocidade,
através do tempo que o veículo gasta do primeiro sensor ate ao segundo, e a fórmula é dada por:

Equação 2. Cálculo da velocidade no sistema baseado em laços de sensores.

Figura 1- Sistema pardal e de lombada electrónica.[24]


No geral os sistemas de detecção automática de excesso de velocidade são constituídos, por um
computador central, sensores de presença e um conjunto de câmara fotográfica, onde:

 Os sensores são instalados à uma distância conhecida na faixa de rodagem, e são


responsáveis por detectar e avisar ao computador medidor que um veículo passou por
eles;
 Computador central ou medidor é responsável por interpretar as informações recebidas
dos sensores, efectuar os cálculos de medição da velocidade e activar a câmara se
necessário;

12
 As câmaras são instaladas ao lado da estrada e gravam a velocidade instantânea de
veículos e capturam uma fotografia de veículos que foram identificados como violadores
dos limites de velocidade.

II.1.2.1 Princípio de funcionamento


Seja tomado como exemplo dois casos:

Caso i: Usa-se o sensor de proximidade indutivo que baseia-se em criar um campo


electromagnético sob a faixa de rodagem, e que é interrompido com a presença da matéria
metálica do veículo.

Segundo Ruffo e Contesini (2015), “os sensores produzem um campo electromagnético contínuo
que é afectado quando um carro passa por eles. Ao passar pelo primeiro sensor, ele emite um
sinal para um computador cuja programação é baseada na distância exacta entre um sensor e os
demais. Assim que as rodas passam pelo segundo sensor, o computador mede o tempo que o
carro levou para ir de um sensor ao outro e com isso calcula a velocidade. O terceiro sensor serve
para confirmar a medição inicial e, caso esteja acima do limite, activa a câmara fotográfica
integrada ao sistema”. A figura abaixo ilustra tal sistema.

Figura 2- Sistema com sensores indutivoses indutivos.[9]

Caso ii: O sensor é do tipo piezoeléctrico, que entra em acção quando a roda do veículo
pressiona na fita piezoeléctrica.

Migwi e Kairu (2012), afirmam que quando a roda pressiona e/ou passa sobre os sensores,
exerce uma pressão. Esta pressão aplicada sobre as fitas resulta em uma tensão proporcional, no
qual actua como sinal a ser processado pelo computador medidor. Este regista o tempo tomado

13
pelo veículo entre as duas fitas e calcula a velocidade do veículo (o tempo que demora entre as
duas fitas dá a velocidade), e a câmara tira uma fotografia se o veículo violou o limite de
velocidade. Pode-se verificar uma ilustração simples na figura a baixo.

Figura 3- Diagrama de blocos simplificado de detecção automática.[19]

II.2 Microcontroladores
Para a concepção do projecto, isto é tornar inteligente é necessário que exista uma unidade
central de processamento, que corresponde ao coração do sistema. Para tal será usado um
dispositivo microcontrolador.

Os microcontroladores “são tidos como computadores de propósito específicos ou seja sistemas


embebidos. São de tamanho reduzido, baixo custo e baixo consumo de energia. Devido a esses
factores, os microcontroladores têm sido utilizados como soluções de viabilidade de vários
projectos. Estes tem aplicações em sistemas embebidos, como celulares, electrodomésticos,
equipamentos de automação industrial, relógios, alarmes, brinquedos, indústria automobilística,
bélica, e outros, pois podem ser desenvolvidos para aplicações específicas”. (Marchesan, 2012).
A programação de um microcontrolador pode ser feita utilizando linguagens como Assembly, C,
Basic, Pascal, entre outras. Após o programa ser compilado e montado em linguagem de
máquina é transferido para a memória do microcontrolador utilizando algum gravador
compatível com o modelo.

A capacidade de processamento e de armazenamento varia entre os microcontroladores


definindo desta forma famílias de processadores com funções semelhantes. Sendo que “existem
famílias que possuem poucas funções, ocupam menos espaço, e consomem menos energia. Esses
são usados para executar operações mais simples que não necessitem de muitos recursos. Outros
são compostos por maior capacidade de armazenamento de dados, palavras de bits maiores,
podem ser usados para a execução de actividades mais complexas”. (da Silva D. F., 2009).

14
Para Leal Santos (2009), “microcontrolador é um circuito integrado composto por um
microprocessador e dispositivos periféricos essenciais para o seu funcionamento como: memória
de programa e de dados; e também periféricos acessórios como: interfaces de entrada e saída de
dados. Os microcontroladores também são equipados com diversos circuitos electrónicos tais
como: conversor analógico digital, temporizadores, comparadores, interfaces de comunicação,
geradores de pulsos, entre outros”. A figura abaixo ilustra as características de um
microcontrolador.

Figura 4- Características de um microcontrolador.[23]


II.3 Sensores
Sensores são dispositivos transdutores, com capacidade de converter um determinado tipo de
sinal ou sensação em um sinal de interesse e de fácil interpretação (sinal eléctrico).

Para Marchesan (2012), os sensores “são dispositivos que mudam de estado conforme a
interacção com o ambiente. O hardware deste pode ser composto por diversos componentes
electrónicos ou por apenas um componente”.

Segundo Bonacorso (2004), sensores eléctricos são componentes que captam as informações
necessárias no decorrer do processo automatizado e as enviam ao circuito eléctrico de controlo,
conforme a figura abaixo.

Figura 5- Localização dos sensores no processo.[4]

15
Os sensores podem interagir com diversos tipos de grandezas físicas, tais como, movimento,
temperatura, pressão, entre outras, convertendo essas grandezas em sinais eléctricos analógicos
ou digitais. Os que possuem saídas analógicas apresentam o seu valor em forma de onda
sinusoidal conforme a variação da grandeza de entrada. Já os com saída digital, geralmente
digital binário que se apresenta em forma de onda quadrada, assumem apenas dois valores bem
definidos (Marchesan, 2012). A figura abaixo ilustra as formas de onda de um sinal analógico e
digital.

Figura 6- Formas de onda do sinal analógico e digital.[16]


Conforme Bonacorso (2004), para a escolha dos sensores eléctricos, deve-se levar em
consideração, entre outras, as seguintes especificações:
 Tipo e tensão de alimentação;
 Corrente máxima;
 Sensibilidade;
 Tipo de fixação;
 Custo.
Dentre o grande leque de sensores eléctricos existentes, os mais utilizados são:
 Sensor de proximidade;
 Sensor fotoeléctrico;
 Sensor de pressão;
 Sensor de temperatura.

16
Dentre os vários tipos de sensores, é feita a descrição do sensor de proximidade e sensor
fotoeléctrico.

a) Sensor de Proximidade

De acordo com Bonacorso (2004), o sensor de proximidade é um circuito electrónico capaz de


detectar a aproximação de peças, fluidos, componentes, elementos de máquinas e outros. A sua
activação ocorre sem que haja o contacto físico entre o elemento de activação e o sensor,
aumentando com isso a vida útil do sensor. Estes podem ser do tipo indutivo ou capacitivo, na
qual o sensor indutivo detecta a aproximação de metais, e o seu princípio de funcionamento
baseia-se na detecção da variação do campo magnético de alta frequência devido à aproximação
de um objecto metálico. Por outra o sensor capacitivo detecta a aproximação de materiais
orgânicos, plásticos, pó, líquidos, madeiras, papéis, metais e outros. E o seu princípio de
funcionamento baseia-se na detecção da variação do campo eléctrico de alta frequência devido à
aproximação do objecto.

b) Sensor fotoeléctrico

Este divide-se em dois blocos principais, um de transmissão e outro de recepção. Onde o bloco
de transmissão é responsável por gerar o sinal de infravermelho a ser emitido, e o bloco de
recepção é responsável por captar e “perceber” a interrupção do feixe de sinal infravermelho.
Como mostra a figura abaixo.

Figura 7- Esquema de blocos do circuito transmissor e receptor do sensor de presença.[11]

O sensor fotoeléctrico “é conhecido também por sensor óptico, e baseia-se na transmissão e


recepção de luz infravermelha, podendo ser reflectida ou interrompida pelo objecto a ser
detectado. Este tipo de sensor é composto por dois circuitos básicos: um transmissor (LED –

17
diodo emissor de luz), responsável pela emissão do feixe de luz, e o receptor (fototransistor ou
fotodiodo), responsável pela recepção do feixe de luz”. (Bonacorso & Noll, 2004).
Estes sistemas podem ser encontrados nas configurações do tipo:

i. Sistema de barreira ou interrupção de feixe

Neste sistema, o circuito transmissor e o circuito receptor são encapsualdos em unidades distintas
e devem ser colocados um em frente ao outro, de modo que o receptor possa receber a luz do
transmissor. O sensor é activado quando o objecto a ser detectado interrompe o feixe de luz,
conforme mostra a figura abaixo. (Bonacorso & Noll, 2004).

Figura 8- Sistema de barreira ou interrupção de feixe.[4]


ii. Sistema de difusão
Neste sistema, o circuito transmissor e o circuito receptor são encapsulados em uma única
unidade. A activação deste sensor ocorre quando o objecto a ser detectado interrompe e reflecte o
feixe de luz emitido pelo transmissor, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 9- Sistema de difusão.[4]


Para o desenvolvimento do projecto é possível usar o sensor de proximidade indutivo, ou sensor
fotoeléctrico na configuração de difusão, e ainda sensor peizoeléctrico quando se trata de vias
com mais de uma faixa de trânsito, e para vias com uma única faixa é ideal o uso do sensor
fotoeléctrico por interrupção de feixe e/ou barreira.

18
CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO

III.1 Implementação e desenvolvimento do “hardware” do sistema


A implementação do SADEV baseia-se no seguinte diagrama de blocos:

Figura 10- Diagrama do projecto proposto.(Autor)


Operação:
Um dos requisitos mínimos para o devido funcionamento do SADEV é que, este deverá estar
constantemente ligado a uma fonte de alimentação. Podendo esta ser fornecida pela rede pública
que é do tipo CA (Corrente Alternada) e que deverá ser convertida para CC (Corrente Continua),
como também poderá ser alimentado com recurso a baterias. Esta fonte externa é ligada

19
directamente ao microcontrolador e aos sensores. Os restantes módulos (Ethernet+SD card,
LCD, e câmara fotográfica) são directamente ligados a fonte interna do microcontrolador.

III.1.1 Plataforma de desenvolvimento Arduino


De acordo com as Informações do site, (ARDUINO, 2012) como citado em Marchesan (2012),
Arduino “ É uma plataforma open - source de prototipagem electrónica baseada na flexibilidade,
hardware e software fácil de usar. É desenvolvida para ser totalmente autónoma, isto é,
necessitar somente de uma fonte de alimentação para executar suas rotinas”.

“O Arduino faz parte do conceito de hardware e software livre e está


aberto para uso e contribuição de toda sociedade. O conceito Arduino
surgiu na Itália, em 2005, com o objectivo de criar um dispositivo que
fosse utilizado em projectos/protótipos construídos de uma forma menos
dispendiosa do que outros sistemas disponíveis no mercado. Ele pode ser
usado para desenvolver artefactos interactivos stand-alone
(independentes), ou conectados ao computador, utilizando diversos
aplicativos, tais como: Adobe Flash, Processing, Max/MSP, Pure Data ou
Super Collider.
O Arduino foi projectado com a finalidade de ser de fácil entendimento,
de fácil programação e de fácil aplicação, além de ser multi-plataforma,
podendo ser configurado em ambientes Linux, Mac OS e Windows. Além
disso, um grande diferencial deste dispositivo é de ser mantido por uma
comunidade que trabalha na filosofia open-source (fonte aberta),
desenvolvendo e publicando gratuitamente seus projectos.
O equipamento é uma plataforma de computação física: são sistemas
digitais ligados a sensores e actuadores, que permitem construir sistemas
que percebam a realidade e respondem com acções físicas. Ele é baseado
em uma placa microcontroladora, com acessos de Entrada/Saída (I/O),
sobre a qual foram desenvolvidas bibliotecas com funções que
simplificam a sua programação, por meio de uma sintaxe similar à das
linguagens C e C++.
O Arduino utiliza o microcontrolador Atmega. Um microcontrolador
(também denominado MCU) é um computador em um chip (pastilha), que
contém um microprocessador, memória e periféricos de entrada/saída. Ele
pode ser embarcado no interior de algum outro dispositivo, que, neste
caso, é o Arduino, para que possa controlar suas funções ou acções”. (Di
Renna, Brasil, Cunha, Beppu, & da Fonseca, 2013).
Para Carvalho (2011, p. 34), como citado em Marchesan (2012), “ o Arduino oferece uma
interface de hardware proporcionando todo o circuito necessário para funcionamento do

20
microcontrolador e uma interface e ambiente de desenvolvimento em software para
programação. Por ser uma plataforma de código aberto (open-source) há uma grande
comunidade de desenvolvedores do mundo inteiro que publicam bibliotecas já com toda a
programação pronta para se usar, com funções específicas, como, por exemplo, a leitura de
sensores analógicos”.

A plataforma de desenvolvimento Arduino possui diversas versões, no qual diferem nas suas
características. Umas dessas versões são: Arduino Uno, Duemilanove, Diecimila, Arduino Mega
1280, Arduino Mega 2560 e outros.

III.1.1.1 Placa Arduino Uno


Esta possui 14 pinos de entradas e saídas digitais (onde 6 destes podem ser utilizados como
saídas PWM), 6 pinos de entradas analógicas, um canal de comunicação serial, um oscilador a
cristal de 16MHz, e ainda comunicação botão de reset. Conforme ilustra a figura abaixo.

Figura 11- Arduino Uno.[21]


Características

Alimentação
A alimentação do Arduíno Uno pode ser feita tanto pela conexão USB, como por uma fonte
externa (como ilustra a figura abaixo). A alimentação externa pode ser de uma fonte ou baterias.
A sua ligação é feita através de um conector jack com pino positivo no centro.

21
Figura 12- Conectores para alimentação.[1]
A seguir é ilustrado pela figura abaixo outros pinos de alimentação que são usados para conexão
de Shields1 e módulos na placa.

Figura 13- Pinos de alimentação.[2]


Onde:
 IOREF – fornece uma tensão de referência para que Shields possam escolher o tipo de
conexão apropriada, dessa forma Shields que funcionam com placas Arduíno que são
alimentadas com 3,3V podem se adaptar para ser utilizados em 5V e vice-versa.
 RESET – pino conectado a pino de RESET do microcontrolador. Pode ser utilizado para
um reset externo da placa Arduíno.
 3,3V – fornece tensão de 3,3V para alimentação de shields e módulos externos e uma
corrente máxima de 50mA.
 5V – fornece tensão de 5V para alimentação de shields e circuitos externos.
 GND – pinos de referência, ground, terra.
 Vin – pino para alimentar a placa através de Shields ou bateria externa. Quando a placa é
alimentada através do conector jack a tensão da fonte estará nesse pino.
Comunicação USB

1
Shields- módulos compativeis com o kit Arduino e que garantem outras funcionalidades (bluetooth,GSM, e
outros).

22
Esta comunicação permite a interface entre o computador e o Arduino, para tal há na placa um
microcontrolador da ATMEL, o ATMEGA16U2 (conforme ilustra a figura abaixo). Este
microcontrolador é “o responsável pela forma como funciona a placa Arduino Uno,
possibilitando o upload do código binário gerado após a compilação do programa feito pelo
usuário. Possui um conector ICSP para gravação de firmware2 através de um programador
ATMEL, para actualizações futuras. Também estão ligados dois leds (TX, RX), controlados pelo
software do microcontrolador, que indicam o envio e recepção de dados da placa para o
computador”. (Arduino, 2012).

Figura 14- Microcontrolador ATMEGA16U2 para comunicação USB.[2]

Microcontrolador
A placa Arduino Uno possui um microcontrolador ATMEL do tipo ATmega328 de 8 bits da
família AVR de arquitectura RISC avançada. Possui 32 KB de memória Flash para
armazenamento de código (onde 512 Bytes são utilizados para o bootloader3), 2KB de RAM e
1KB de EEPROM (Microchip Atmel). A figura abaixo ilustra o esquema de pinagem de um
microcontrolador ATmega382.

2
Firmware - é o conjunto de instruções operacionais programadas directamente no hardware do Arduino.
3
Bootloader- é um pequeno programa que entra em acção sempre que inicializa-se o Arduino.

23
Figura 15- Pinagem do microcontrolador Atmega328 com encapsulamento DIP.[2]

Entradas e Saídas
A placa Arduino Uno, apresenta 14 pinos que podem ser usados como entrada ou saída digital
(conforme ilustra a figura abaixo). Estes operam com uma tensão de 5V e podem fornecer até
40mA. No entanto, alguns dos pinos possuem funções especiais a saber:
 Pinos de comunicação Serial – pinos 0 (Rx) e 1 (Tx), estes estão ligados aos pinos do
ATmega16U2 o responsável pela comunicação USB;
 Pinos de interrupções externas – Pinos 2 (interrupt 0), e 3 (interrupt 1), estes pinos
podem ser configurados para disparo da interrupção tanto no flanco ascendente como
descendente, ou em níveis lógicos alto ou baixo, conforme a necessidade do projecto;
 Pinos de saída PWM4: Pinos 3,5,6, e 9 a 11 podem ser utilizados como saídas PWM;
 Comunicação SPI: Pinos: 10 (SS), 11 (MOSI), 12 (MISO), 13 (SCK), estes pinos estão
ligados ao conector ICSP;
 Comunicação I2C: (TWI): pinos 4 (SDA) e 5 (SCL), estes suportam comunicação I2C
(TWI).

4
PWM- é a técnica usada para gerar sinais analógicos de um dispositivo digital como um microcontrolador.

24
Figure 16- Pinos de entradas e/ou saídas digitais.[2]

Entradas analógicas
A placa possui 6 entradas analógicas pinos A0-A5 (conforme ilustra a figura abaixo), onde pode
ser feita a conversão com uma resolução de 10 bits, ou seja, o valor será convertido entre 0 e
1023.

Figura 17- Pinos de entrada analógica.[2]


No geral as especificações técnicas do Arduino podem ser dadas pela tabela abaixo:

Tabela 1- Especificações da plataforma Arduino Uno.

Modelo Arduino Uno

Microcontrolador ATmega328P

Tensão de operação 5V

Tensão entrada (recomendada) 7-12V

Tensão de entrada (limites) 6-20V

Pinos de entradas analógicas 6

Pinos de E/S digitais 14 (6 Pinos PWM)


Corrente contínua por pino E/S 40mA

Corrente contínua para pino 3.3V 50mA

25
Memória flash 32KB (0.5KB usados para bootloader)

SRAM 2KB

EEPROM 1KB

Frequência de clock 16MHz

III.1.2 Ethernet Shield


O Ethernet Shield é uma unidade constituída por dois módulos principais. Onde um é
responsável por garantir a comunicação entre o microcontrolador e a internet, e outro por
garantir a comunicação entre o microcontrolador e um dispositivo de armazenamento (cartão de
memória). Para tal, a placa Ethernet usa a conexão SPI (Serial Peripheral Interface).

De acordo com Monaro (2007, p. 11), “o barramento SPI é uma interface de dados serial
síncrona padronizada pela Motorola que funciona em modo full-duplex5. Os equipamentos se
comunicam em modo mestre/escravo, onde o equipamento mestre inicializa a comunicação”.

A comunicação SPI é composta por quatro canais:

 MISO (Master In Slave Out): dados enviados do Slave para o Master;


 MOSI (Master Out Slave In): dados envidados do Master para o Slave;
 SCK (Serial Clock): pulsos gerados pelo Master para sincronizar a transmissão;
 SS (Slave Select): utilizado para activar/desactivar a comunicação com um Slave.

É importante referir que na conexão entre o módulo Arduíno e módulo Ethernet, o Arduíno
comporta-se como um dispositivo mestre, e o módulo Ethernet como um dispositivo escravo.
Assim sendo, o pino MISO é usado pelo dispositivo mestre (módulo Arduíno) para receber os
dados do dispositivo escravo (módulo Ethernet), e o pino MOSI é usado pelo dispositivo mestre,
para enviar informações ao dispositivo escravo. A figura abaixo ilustra a comunicação SPI entre
dois dispositivos.

5
Full-duplex – tecnologia que permite a transmissão e recepção de informação em simultâneo.

26
Figura 18- Comunicação SPI.[15]

Para garantir a comunicação entre o Arduíno e a placa Ethernet, alguns pinos da placa Ethernet
são essenciais, a saber: Pinos digitais 4,10,11,12 e 13. No entanto como a placa permite efectuar
dois tipos de funcionalidade de comunicação, é possível explorar uma única funcionalidade, isto
é, ou usar a funcionalidade para comunicar-se com a internet ou a funcionalidade para efectuar a
leitura e/ou escrita de dados no módulo de armazenamento. Para que tal se suceda, há que tomar
em consideração o seguinte:
 Pino 4 – usado para configurar a funcionalidade de comunicação entre o Arduino e o
módulo de armazenamento;
 Pino 10 – usado para configurar a funcionalidade de comunicação entre o Arduino e a
internet.
Como uma das tarefas deste projecto é de capturar as imagens dos veículos infractores e
armazenar numa base de dados para posterior análise, o que requer maior capacidade de
armazenamento da parte do sistema, e sabendo que a memória do microcontrolador é limitada, e
o uso do mesmo afectará a velocidade de processamento do sistema, optou-se por usar uma
memória externa para guardar as imagens capturadas. Para tal explora-se a funcionalidade de
comunicação entre o Arduino e o módulo de armazenamento. A figura abaixo ilustra a placa
Ethernet.

Figura 19- Ethernet Shield.[1]

27
III.1.2.1 Conexão do módulo Ethernet com o Arduino Uno
A plataforma Arduino permite que os módulos sejam encaixados sobre ele. No entanto ao
encaixar a placa Ethernet sobre o Arduino UNO, sucede-se que a sua alimentação passa a ser
fornecida pelo Arduino UNO. A comunicação entre o Arduino e o módulo SD card é feita
através do SPI, pelos pinos 4,11,12 e 13 da placa Ethernet e pinos 10,11,12 e 13 da placa
Arduino Uno. A conexão entre o Arduino e a placa Ethernet pode ser descrita pela tabela abaixo:

Tabela 2- Conexão do Ethernet shield com o Arduino UNO.


Função Pinos Arduino
Placa Ethernet
4 SS para SD 10
11 MOSI 11
12 MISO 12
13 SCK 13
5V Vcc 5V
GND Ground/Terra GND

III.1.3 LCD Alfanumérico (16*2)


É um módulo que permite a exibição de informações de interacção gráfica. É constituído por um
visor de cristal líquido de 16 colunas por 2 linhas (16*2), e um controlador do tipo HD4478. Este
apresenta 16 pinos. Onde, dois pinos são de alimentação (pinos 1,2), um pino é usado para o
controlo de brilho, (pino 3), três pinos são de controlo (pinos 4,5,6), oito pinos são de dados
(pinos 7-14), e dois pinos são para acender ou apagar a luz de fundo da tela (pinos 15 e 16). Este
módulo pode funcionar de dois modos, sendo que um deles permite a economia de fios de
ligação e portas de E/S do Arduino. No modo de 4 bits (são usados apenas 4 pinos de dados) e no
modo de 8 bits (são usados 8 pinos de dados). A figura abaixo ilustra o módulo LCD.

28
Figura 20- Módulo LCD (16*2).[5]

Para garantir a comunicação entre o Arduino e o módulo LCD é usada a conexão I2C. Neste tipo
de conexão os dispositivos periféricos compartilham duas linhas (SDA - Serial Data e SCL -
Serial Clock). Na linha SDA é por onde trafegam os dados a serem transmitidos, e na linha SCL
é por onde trafega o sinal de pulso de relógio.
Os dispositivos periféricos funcionam no modo “Master-Slave”, onde o dispositivo mestre é
responsável por iniciar e terminar a transferência de dados, e ainda por gerar o sinal de pulso de
relógio para o sincronismo, enquanto o dispositivo escravo fica na escuta.

Para garantir a comunicação correcta entre os dispositivos periféricos, cada um destes é atribuído
um endereço fixo específico. A figura abaixo ilustra a comunicação I2C entre vários
dispositivos.

Figura 21- Comunicação I2C.[18]

Como forma de economizar ainda mais os fios de ligação e as portas de E/S do Arduino no
desenvolvimento do projecto, usa-se um módulo I2C. Com este módulo é possível controlar o

29
módulo LCD com apenas dois pinos do Arduino. O módulo é constituído por um CI PCF85574,
um potenciómetro para o controlo de brilho de LCD, um jumper para acender ou apagar a luz de
fundo, e por 4 pinos, dois de alimentação (Vcc e Gnd), e dois são da conexão I2C (SDA e SCL).
A figura abaixo ilustra o módulo I2C para conectar o LCD ao Arduino com menos Portas e fios
de ligação.

Figura 22- Módulo I2C.[1]

III.1.3.1 Conexão do LCD, módulo I2C com o Arduino Uno


A conexão entre o LCD, módulo I2C e o Arduino, é feita pelos pinos Vcc, Gnd, 4 (SDA) e 5
(SCL), do Arduino, Vcc e Gnd do módulo I2C (conforme ilustra a figura abaixo).
A conexão entre o Arduino e o módulo LCD é feita através dos pinos digitais 2,3,4,5 e pinos de
controlo 11 e 12 do Arduino e pelos pinos de alimentação (Vcc e Gnd), de habilitação (Enable),
de selecção de registo (RS), de leitura ou escrita (R/W), e 4 pinos dados (Db4,Db5,Db6, e Db7)
do módulo LCD.

Com a introdução do módulo I2C, para além dos pinos de alimentação (Vcc e Gnd), a
comunicação é feita apenas por dois pinos do Arduino, pinos 4 (SDA), e 5 (SCL), com os 4
pinos do módulo I2C.

30
Figura 23- Conexão LCD, módulo I2C e Arduino.[1]

III.1.4 Sensor de presença


O sensor de presença implementado no projecto é baseado no circuito de LDR (Light Dependent
Resistor- Resistência Dependente de Luz).

O LDR possui a característica de ser um componente electrónico cuja resistência eléctrica


diminui quando sobre ele incide energia luminosa. Isto possibilita a utilização deste componente
para desenvolver um sensor que é activado (ou desactivado) quando sobre ele incidir energia
luminosa.

De acordo com Reis (2016), os LDRs “ são fabricados com materiais de alta resistência, como
por exemplo o Sulfeto de Cádmio (CdS) ou o Sulfeto de Chumbo (PbS). Esses materiais
possuem poucos electrões livres quando colocados em ambiente escuro, e libertam electrões
quando há incidência de luz sobre eles, aumentando sua condutividade. Chamando-se a esse
efeito de Foto condutividade. Quando cessa a incidência de luz sobre o componente, os electrões
retornam à camada de valência e a resistência do material volta a aumentar”.

De um modo geral, os LDRs possuem resistências entre 1 MΩ e 10 MΩ em um ambiente escuro,


e as resistências podem chegar a menos de 100 Ω quando iluminados. Com o LDR pode-se fazer
o controlo automático de porta, alarme contra ladrão, controlo de iluminação em um recinto,
entre outros. A figura abaixo ilustra o componente electrónico LDR.

31
Figure 24- Resistência dependente de luz.[22]

III.1.4.1 Conexão do sensor de presença com o Arduino Uno


O projecto é constituído por dois circuitos de LDR. A conexão entre o sensor de presença e o
Arduíno é feito entre o circuito de LDR, e pela entrada analógica do Arduíno Uno, pelos pinos
analógicos (A0 e A1).

III.1.5 Câmara fotográfica


A câmara usada no projecto é do tipo “CAM JPEG 2M TTL-UART”, que usa a interface serial
para comunicação, e apresenta uma alta resolução de imagem (de 2 Mega pixel). Possui 4 pinos
de ligação, dois de alimentação (Vcc e Gnd), dois de entrada e saída de dados (Tx e Rx). A
câmara e ilustrada na figura abaixo.

Figura 25- Câmara TTL UART.[14]

32
III.1.5.1 Conexão da câmara TTL UART com o Arduino Uno.
A conexão entre o Arduino e a câmara é feita através dos pinos de comunicação serial. Onde os
pinos de Tx e Rx da câmara são conectados aos pinos Rx e Tx (pinos 2 e 3 respectivamente) do
Arduino Uno.

A conexão pode ser descrita pela tabela abaixo:

Tabela 3- Conexão da câmara com o Arduino Uno.

Pinos da câmara e sua Pinos do Arduino e sua


Função Função
Tx Enviar dados 2 Receber dados
Rx Receber dados 3 Enviar dados
Vcc Vcc 5V Vcc
GND Ground/Terra GND Terra

III.2 Implementação e desenvolvimento do “software” do sistema


O desenvolvimento do “software” para o controlo do SADEV, baseando-se no diagrama da
Figura 10, é realizado com base em duas metodologias principais. A primeira é referente a
operação ou funcionamento do SADEV, e é representado sob forma de um fluxograma. Tendo-
se a lógica do funcionamento do SADEV (como descrito pelo fluxograma), o passo seguinte é
referente a programação. Para tal, a metodologia empregue foi de desenvolver um código de
programa em pequenos trechos, isto é, sob forma de subrotinas. Para tal fez-se a subrotina com o
trecho de código de programa para o bloco de detecção, para o bloco de visualização, bloco de
captura fotográfica, bloco de armazenamento, e para o bloco da central de acesso remoto. Tal
metodologia facilita na criação, compreensão, e principalmente na depuração do código
programa.

III.2.1 Fluxograma de funcionamento do SADEV


Para o controlo do SADEV, o algoritmo é implementado sob forma de um fluxograma como
ilustra a figura abaixo.

33
Fluxograma do funcionamento do SADEV

Nao
Modulo Ethernet

Inicializar o Buscar pelo cartao Cartao


Inicio
modulo de memoria encontrado?

Armazena a
imagem capturada
Fim
no cartao de
Sim
memoria

Nao Nao
Sensores

Aguarda pelo Aguarda pelo


Sensor 1 Sensor 2
accionamento do accionamento do
accionado? accionado?
sensor 1 sensor

Sim Sim

Armazena o tempo Armazena o tempo


que o sensor 1 foi que o sensor 2 foi
accionado accionado
Arduino

Calcula a
diferenca de
tempo T2-T1

Nao

Compara o Encaminha
Acima do
resultado com o imagem para
limite?
limite da via modulo Ethernet

Sim
Camera

Captura a imagem
do veiculo

Figure 26- Fluxograma de funcionamento do SADEV.(Autor)

34
No fluxograma da figura acima concebido de forma simples e clara, é possível verificar a lógica
de funcionamento do SADEV. No qual nota-se que o primeiro passo para que o sistema entre em
funcionamento é necessário que se inicialize o módulo Ethernet, que é responsável pela função
de armazenamento das fotografias capturadas. Após inicialização o sistema verifica se o cartão
de memória está inserido no módulo. Verificando-se a existência do cartão de memória no
módulo, o sistema fica habilitado para monitorar os sensores de presença, aguardando para que
os sensores sejam accionados. Caso a busca pelo cartão de memória não tiver sido sucedida, isto
é, se o cartão não tiver sido inserido no módulo ou por um outro motivo qualquer o cartão não
estiver a ser reconhecido, o sistema permanecerá em loop, até que a presença do cartão de
memória seja detectada.

Quando o sensor 1 é activado, o Arduíno armazena o tempo em que este foi accionado, e aguarda
até que o sensor 2 seja activado, e o respectivo tempo é armazenado. Caso o sensor 2 seja
activado antes do sensor 1, o sistema deverá ignorar esta operação e aguardar até que o sensor 1
seja activado.

Com os valores do tempo em que os sensores 1 e 2 foram activados conhecidos, o Arduíno


determina o tempo total e a velocidade com que o veículo atravessou os dois pares de sensores, e
de seguida compara esta velocidade com a velocidade limite permitida na via. Caso essa
velocidade seja superior a velocidade máxima permitida na via, o Arduíno activa o circuito de
captura fotográfica, processa e encaminha a imagem capturada para o módulo de
armazenamento.

35
CAPÍTULO IV – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

IV.1 Análise dos testes preliminares


Esta fase destinou-se na verificação do comportamento do sistema durante o seu funcionamento.
A metodologia usada foi em dividir o circuito em módulos, isto é, fez-se uma análise parcial de
cada módulo.

IV.1.1 Circuito de detecção


Para o circuito de detecção fez-se o uso de sensores de presença baseados no LDR. Este é um
componente na qual a sua resistência varia conforme a intensidade da luz que incide sobre ele.
Tipicamente a medida que intensidade da luz aumenta, a sua resistência diminui. Para tal o LDR
é montado num circuito onde a resistência é convertida para tensão, que pode ser feito através de
um circuito divisor de tensão.

O passo inicial foi de conectar o LDR à porta analógica do Arduíno Uno, e monitorar através do
monitor serial da IDE do Arduíno o comportamento circuito, de acordo com a variação de
luminosidade. O circuito de teste foi montado conforme ilustra o esquema de ligação abaixo.

Figura 27- Esquema de Ligação do LDR com Arduino.(Autor)

36
O divisor de tensão foi criado através de um resistor de 10KΩ, unindo-se uma das pontas do
LDR com do resistor, e ligando a entrada analógica do Arduíno. O pino do resistor foi ligado a
entrada de alimentação do Arduíno de 5V (Vcc), e o pino do LDR foi ligado a entrada de
alimentação de terra (Gnd). Na figura abaixo pode-se verificar as imagens da conexão física do
LDR na pista do protótipo com o Arduíno Uno.

Figura 28- Conexão do LDR com o Arduíno.(Autor)

Para o teste do circuito foi necessário introduzir e carregar no IDE da plataforma Arduíno, o
código de programa, cujo objectivo é de monitorar a variação da luminosidade. A figura abaixo
ilustra o código de programa no IDE da plataforma Arduíno, e os resultados obtidos no monitor
serial.

37
Figura 29- Código de programa no IDE e o valor da luminosidade no Monitor Serial.(Autor)

O teste realizado consistiu em verificar o comportamento do LDR com a variação de


luminosidade, cuja variação foi feita colocando e retirando a mão sobre o LDR. Na simulação, a
incidência de luz sobre o LDR implica ausência de um veículo sobre a pista, enquanto a não
incidência de luz sobre o LDR implica a presença de um veículo sobre a pista.

Com o teste, verificou-se que com a incidência de luz sobre o LDR, o valor de luminosidade
aumentava (ou seja, diminui o valor de resistência), enquanto quando se impedia a incidência de
luz sobre o LDR, o valor de luminosidade caía drasticamente (ou seja, aumentava o valor de
resistência). De recordar que este valor de luminosidade varia de 0 – 1023 (onde pelo circuito
divisor de tensão criado, “0” representa valor de 0V e “1023” valor de tensão de 5V), pois o
LDR está ligado a uma porta analógica, no qual o conversor do Arduino é de 10 bits, permitindo
ler valores até 1024 ( 210= 1024).

Os resultados verificados no Monitor Serial do IDE do Arduino foram satisfatórios, podendo-se


comprovar pelas equações abaixo.

38
A fórmula para o cálculo do divisor de tensão é dado pela equação abaixo :

Equação 3. Cálculo do divisor de tensão entre um resistor e o LDR.


Caso i: Tomando em conta que não exista um veículo sobre a pista (há incidência de luz sobre o
LDR), o que implica que a resistência é menor, por exemplo de 400Ω, a tensão de saída lida no
pino de entrada Ao do Arduíno será:

Com o Vo conhecido, o valor de luminosidade pode ser calculado pela regra de 3 simples:

Como no programa o valor de luminosidade é considerado inteiro, para o caso anterior, este é
dado por 983.

Caso ii: Tomando em conta que há um veículo sobre a pista (não há incidência de luz sobre o
LDR), o que implica que a resistência é maior, por exemplo de 500KΩ, a tensão de saída lida no
pino de entrada Ao do Arduíno será:

Com o valor de Vo conhecido, e aplicando a regra de 3 simples, o valor de luminosidade é dado


por:

39
Como no programa o valor de luminosidade é considerado inteiro, então para este caso o valor
passa a ser 20.

Nota-se pelos cálculos que a tensão de saída e o valor de luminosidade aumenta quando a
intensidade luminosa incidente sobre o LDR aumenta e diminui quando a intensidade luminosa
incidente sobre o LDR vai diminuindo.

Concluída a etapa anterior de verificação da variação da luminosidade, foi possível definir qual
seria o valor mínimo ou valor de gatilho, em que o Arduíno deverá monitorar e considerar que o
sensor de luminosidade foi activado, isto é, que um veículo passou sobre o LDR na pista. O
passo seguinte foi de conectar os dois sensores de luminosidade ao Arduíno, onde o LDR1 foi
conectado na entrada Ao do Arduíno e o LDR2 na entrada A1 do Arduíno. A figura abaixo
ilustra o esquema de ligação dos LDRs com o Arduíno Uno.

Figura 30- Esquema de ligação dos sensores com o Arduíno.(Autor)

A ligação permanece a mesma com o caso de um único LDR, sendo que no presente caso o
LDR2, foi conectado no pino A1 da entrada analógica do Arduíno. Na figura abaixo pode-se
verificar as imagens da conexão física dos LDRs sob a pista do protótipo com o Arduíno Uno.

40
Figura 31- Conexão física dos sensores com o Arduíno.(Autor)

Para o teste do circuito foi necessário introduzir e carregar no IDE do na plataforma Arduíno, o
código de programa, cujo objectivo é de monitorar o tempo que um veículo leva a atravessar a
pista entre o LDR1 ao LDR2, e determinar a velocidade. A figura abaixo ilustra o código de
programa no IDE da plataforma Arduíno, e os resultados obtidos no monitor serial.

41
Figura 32- Código de programa e resultados obtidos no monitor serial.(Autor)

O teste realizado consistiu com que fossem verificados pelo monitor serial, os dados do
momento e do respectivo tempo em que o sensores 1 e 2 colocados sobre a pista foram activados,
o tempo gasto pelo veículo a atravessar os sensores 1 e 2 (calculado pela diferença entre o tempo
do sensor 2 e sensor 1 foram activados), e a velocidade do veículo (calculado através do tempo
gasto a atravessar os sensores 1 e 2), em m/s e em km/h.
Para a realização do teste foi estabelecido e/ou considerado no código de programa, a distância
de separação dos sensores de 20m, e uma velocidade limite ou máxima permitida na via de 60
km/h, e pretendia-se que fosse apresentado na tela do monitor serial as mensagens de
“velocidade permitida…” caso a velocidade máxima não fosse ultrapassada, ou “ Multa…!
Excedeu a velocidade…” caso a velocidade limite fosse ultrapassada.

Durante a realização dos testes verificaram-se todas as acções supracitadas. Podendo-se


comprovar a eficácia do mesmo pelos cálculos na tabela abaixo.

42
A tabela a seguir contém as velocidades obtidas no monitor serial do IDE do Arduíno, e as
velocidades calculadas baseados no tempo em que os sensores foram activados.

Tabela 4 - Comparação de valores

Caso Tempo Tempo total Velocidade (m/s) Velocidade (Km/h)


(segundos) (segundos)
T1 T2 IDE Calculado IDE Calculado IDE Calculado
i 8.085 9.86 1.78 1.78 11.23 11.235 40.43 40.44
ii 13.26 15.01 1.74 1.75 11.48 11.428 41.33 41.14
iii 17.50 18.13 0.63 0.63 31.75 31.746 114.29 114.285
iv 23.41 24.18 0.76 0.77 26.25 25.974 94.49 93.506

Onde:

O tempo total é dado por: – .

Sabendo que a distância é fixa, a velocidade (m/s) é dada por:

A velocidade (km/h) é dada por: .

Em suma feitos os cálculos, verificou-se que os resultados obtidos no monitor serial do IDE do
Arduíno são satisfatórios.

IV.1.2 Circuito de captura e de armazenamento de imagem


O primeiro teste realizado nesta fase, consistiu em verificar o comportamento do circuito de
captura fotográfica, através do monitor serial do IDE do Arduíno. De princípio foi necessário
conectar os pinos do circuito da câmara fotográfica ao Arduíno. Onde os pinos de alimentação
Vcc, Gnd, Tx (pino 3) e Rx (pino 2), do Arduíno, foram conectados aos pinos Vcc,Gnd, Rx e Tx
do circuito da câmara respectivamente. A figura abaixo ilustra as imagens da conexão física do
Arduíno Uno com os LDRs sob a pista do protótipo e o circuito da câmara fotográfica.

43
Figura 33- Conexão dos sensores com Arduino Uno e circuito da câmara.(Autor)

De seguida foi introduzido um código de programa, cujo objectivo é activar o circuito de câmara
fotográfica somente quando se tiver sido detectado a violação do limite de velocidade. A figura
abaixo ilustra um trecho do código de programa no IDE da plataforma Arduíno, e os resultados
obtidos no monitor serial.

44
Figura 34- Código de programa e resultados obtidos no monitor serial.(Autor)

Com o teste realizado foi possível verificar que sempre que fosse detectado o excesso de
velocidade, o circuito de câmara fotográfica era activado. Para o exemplo acima, inicialmente a
velocidade detectada foi de 57.05Km/h, que está abaixo da velocidade máxima permitida
(60Km/h), e no segundo caso a velocidade detectada foi de 67.80 Km/h, que está acima da
velocidade máxima permitida, onde resultou na activação da câmara fotográfica. Verificou-se
ainda, que sempre que accionado o circuito da câmara apareciam no monitor serial, valores ou
bytes de informações representados na forma hexadecimal. Os valores e/ou bytes de informações
visualizados são relativas a fotografia capturada. Realizados mais testes, verificou-se que o
conjunto de bytes de informação da imagem variava (aumentando ou diminuindo o número de
bytes), dependendo das características da foto. Tais características, podem ser modificadas pela
alteração de alguns parâmetros do circuito da câmara (como é o caso da taxa de transmissão,
tamanho e qualidade da imagem), contidos na sua folha de dados “datasheet”.

45
Até então, não é possível verificar a imagem fotográfica, mas sim apenas visualizar pelo monitor
serial os bytes de informação da imagem capturada. O passo a seguir consistiu em pegar nos
bytes de informação disponibilizados no monitor serial, converter e gravar em formato de uma
imagem. A conversão da imagem basicamente foi simples, tendo-se feito algumas alterações a
nível de software, enquanto para gravar a imagem foi necessário incluir um dispositivo periférico
de armazenamento (uma memória externa).

Para tal, foi necessário encaixar a placa Ethernet com suporte de cartão de memória, sobre o
Arduíno Uno, e de seguida manter a conexão dos pinos de ligação do circuito da câmara
fotográfica do mesmo modo que no primeiro teste. Na figura abaixo pode-se verificar as imagens
da conexão física do Arduíno Uno com o módulo Ethernet, sensores sob a pista do protótipo e o
circuito da câmara fotográfica.

Figura 35- Conexão dos sensores com Arduino, placa Ethernet e circuito da câmara.(Autor)

46
De seguida foi introduzido um código de programa, cujo objectivo é activar o circuito de câmara
fotográfica somente quando se tiver sido detectado a violação do limite de velocidade e
armazenar a fotografia capturada no cartão de memória. A figura abaixo ilustra um trecho do
código de programa no IDE da plataforma Arduíno, e os resultados obtidos no monitor serial.

Figura 36- Código de programa e resultados obtidos no monitor serial.(Autor)

O primeiro passo foi fazer com que só se inicie o processo de detecção de excesso de velocidade
se o módulo de armazenamento tiver sido inicializado, isto é para evitar com que os
automobilistas excedam o limite de velocidade estabelecido e não seja armazenado a fotografia
capturada. Assim sendo, sempre que não se verificar a inicialização do módulo de
armazenamento (tanto pela não inserção do cartão de memoria ou outro factor), o programa
ficará em loop (apresentando a mensagem de “falha na inicialização do sd card”), aguardando a
inicialização do módulo.
Realizados os testes verificou-se logo de princípio pelo monitor serial a inicialização do módulo
de armazenamento, onde quando o cartão de memória não fosse inserido na placa Ethernet
aparecia na tela do monitor serial a mensagem de “Falha na inicialização do sd card”, e ao
mesmo tempo se simulasse a passagem de um veículo sobre os sensores na pista, o cálculo de
velocidade não era efectuado. Ficando o programa a rodar no loop da mensagem de “Falha na
inicialização do sd card”.

47
Inserido o cartão de memória na placa Ethernet, e ao mesmo tempo se simulasse a passagem de
um veículo sobre os sensores na pista, o cálculo de velocidade era efectuado. Onde quando
verificado o excesso de velocidade a câmara fotográfica era accionada, e a imagem era capturada
e os dados de informação da imagem (bytes de informações) eram apresentados no monitor
serial. Posteriormente os bytes de informações que representam a imagem fotográfica capturada
eram transferidos para o módulo de armazenamento e gravados no formato de JPEG.

Verificou-se também que com a alteração de alguns parâmetros do circuito da câmara, isto é,
alteração do parâmetro da resolução, ou da taxa de transmissão da imagem capturada, o processo
de transferência dos bytes de informação era lento ou rápido de acordo com o parâmetro
escolhido. Na tabela abaixo pode-se analisar o tempo verificado na transferência de uma imagem
para o módulo de armazenamento com a alteração dos parâmetros da velocidade de transmissão
e resolução da imagem.

Tabela 5- Análise do tempo verificado na transferência de uma imagem

Caso Resolução de imagem


Taxa 160*12 320*24 640*48 800*60 1024*78 1280*96 1600*1200
de Tx 0 0 0 0 6 0
Tempo Tempo Tempo Tempo Tempo Tempo Tempo
i 9600 4s 5s 12s 18s 28s 41s 50s
ii 34800 4s 4s 12s 18s 27s 41s 50s
iii 57600 3s 4s 11s 18s 26s 41s 50s

iv 115200 2s 4s 11s 18s 26s 41s 49s

A tabela acima apresenta o tempo que é gasto ao transferir os bytes de informações que
representam a imagem fotográfica capturada para o módulo de armazenamento. Para a realização
do teste foi necessário alterar os parâmetros da velocidade/taxa de transmissão da imagem e a
resolução ou qualidade de imagem. Verificou-se que para casos em que a taxa de transmissão é
elevada e a resolução de imagem é baixa, o processo de transferência dos bytes de informação
era rápido, e para os casos em que a taxa de transmissão é baixa e a resolução de imagem é alta,
o processo de transferência dos bytes de informação era lento, ou seja levava mais tempo. Pode-

48
se observar pela tabela que o menor tempo é de 2s (encontrado no caso iv- onde a taxa de
transmissão é de 115200bauds, e a resolução de imagem é de 160*120), e o maior tempo é de
50s (encontrado no caso i- onde a taxa de transmissão é de 9600 bauds, e a resolução de imagem
é de 1600*1200).

A análise do tempo que se leva a transferir os bytes de informação da imagem capturada para o
módulo de armazenamento é de grande importância pois, quanto maior for o tempo é possível
que alguns veículos excedam a velocidade permitida na via e não sejam fotografados. Dai a
necessidade de se garantir que o processo de transferência seja o mais rápido possível. Porém a
escolha do menor tempo, implica escolher uma imagem de baixa resolução (o que pode implicar
na baixa qualidade/fraca nitidez da foto capturada).

49
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES
O presente trabalho teve como objectivo desenvolver um sistema que permitisse a detecção de
excesso de velocidade de um veículo na via pública, utilizando para tal as tecnologias da
plataforma Arduíno.

Importa referir que durante a fase da concepção do protótipo, fez-se algumas substituições dos
circuitos e componentes que estavam previstos a serem usados, como descrito no escopo da
proposta do trabalho. Tendo sido trocados os sensores de presença do tipo infravermelho para
resistências dependentes de luz, e a unidade de processamento da plataforma Arduíno Mega
2560 para Arduíno Uno.

Para o circuito de detecção previa-se o uso de sensores de presença do tipo infravermelho, que
consistiam em circuitos transreceptor do tipo infravermelho, baseados no CI 555 na configuração
astável e monoestável respectivamente. Montados estes circuitos, e colocados em
funcionamento, verificou-se uma demora no tempo de resposta do circuito receptor. Verificou-se
também que pela sua disposição lateral na via seriam facilmente interferidos por um outro
obstáculo que se encontrasse entre o feixe de luz. Para a resolução deste impasse, optou-se pelo
uso de um LDR.

O estudo do estado de arte, dos sistemas existentes, permitiu saber quais as tecnologias que já
foram usadas no projecto e o funcionamento deste tipo de sistemas. Posto isto, foi apresentada
uma solução que permitiu alcançar todos os objectivos propostos para este trabalho,
apresentando um funcionamento que se pode considerar satisfatório. No que diz respeito aos
sensores, e ao circuito de captura de imagem fotográfica, estes apresentaram um bom
desempenho, o que foi observado durante os testes realizados. Quanto ao módulo de
armazenamento, houve situações de teste em que o dispositivo de armazenamento não era
encontrado, podendo-se dizer que este é um dos pontos que pode impedir o funcionamento
eficiente do SADEV.

No presente trabalho foi desenvolvido um sistema que permite capturar a imagem do veículo
infractor. Em novas versões este sistema poderia incluir uma câmara do tipo infravermelho para
garantir que as imagens sejam nítidas mesmo num ambiente escuro. Também criou-se uma base
de dados de armazenamento de imagens, onde verificou-se que para visualizar as imagens

50
capturadas e armazenadas no cartão de memória inserido no módulo de armazenamento é
necessário retirar o cartão do módulo e inserir num dispositivo capaz de efectuar a leitura (como
por exemplo um computador). O que torna o processo um pouco desgastante, pois sempre que se
necessitar das imagens, alguém deverá se deslocar ao terreno para obter as imagens. No entanto,
fica o desafio para trabalhos futuros de garantir um meio de comunicação para interligar o
sistema com uma plataforma de visualização e de acesso remoto das imagens capturadas. Para
tal, poder-se-ia aproveitar uma das funcionalidades do módulo Ethernet da plataforma Arduíno,
que permite a comunicação entre o Arduíno e a internet, e criar-se uma pagina Web em HTML,
onde serão encaminhadas e visualizadas de forma remota todas as imagens capturadas pelo
SADEV. Para tal a página Web, deverá ser criada e armazenada no próprio cartão de memória, e
para efeitos de segurança, cada usuário da plataforma deverá possuir uma informação única
autenticação (nome, e palavra passe).

Por outra, poder-se-ia também em trabalhos futuros eliminar o processo de captura de imagens, e
obter as informações do veículo através da colocação de um “ship” na placa de matrícula do
veículo. Para tal pode ser empregue a tecnologia RFID (Radio Frequency IDentification),
sugerindo-se o módulo MFRC522. Este módulo suporta a comunicação sem fio a uma frequência
de 13,56MHz.

O módulo MFRC522 possui duas etiquetas (ou tags) RFID, cada etiqueta possui a sua própria
identificação, e podem conter vários dados do proprietário, como nome, endereços, entre outros.
Todas as informações das etiquetas deverão estar armazenadas numa base de dados, e deverá
existir uma central de monitoria que vai permitir uma interface com o usuário. Sempre que um
veículo exceder a velocidade a informação deverá ser exibida/visualizada na aplicação de
monitoria. Poder-se-ia ainda dotar este sistema , de uma aplicação de geração automática das
facturas, isto é, facturação baseada no valor do excesso de velocidade, de acordo com a tabela
dos preços vigentes no código de estrada.

Em suma, o sistema apresentado no presente trabalho permitiu cumprir os objectivos propostos,


podendo ser utilizado em situações reais. Sendo que antes terá de ser melhorado para que possa
vingar no mercado, uma vez que se trata de uma versão protótipo e existem pontos que devem
ser aperfeiçoados e adicionadas novas funcionalidades.

51
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25. Simion, J. (1969). Basic Research Methods in Social Sciences. New york: Random.

54
APÊNDICES
I. Lista de material utilizado

MÓDULOS

Qt. Componente Descrição Custo unitário

1 Módulo Ethernet 1200,00

1 Arduíno Uno 1500,00

1 Módulo I2C 80,00

Sub-total 2.780,00

RESISTÊNCIAS

Qt. Componente Descrição Custo unitário

2 R1,R2 10KΩ 10,00

2 LDR1,LDR2 1MΩ 40,00

Sub-total 100,00

OUTROS

Qt. Componente Descrição Custo unitário

1 LCD 350,00

1 Câmara 2800,00

1 Cartão de memória 1GB da Samsung 250,00

1 Cola de madeira 500ml 150,00

1 Carrinho de corrida 200,00

1 Ferro de soldar 25W de potência 180,00

1 Alicate de corte 150,00

55
5 Estanho de solda 1m 30,00

25 Fios de ligação Conector macho-macho 2,00

1 Tinta de spray preto 250ml 150,00

1 Tinta branca 250ml 50,00

1 Cola de pintura 10m 75,00

Sub-total 4.385,00

Total 7.265,00 Mtn

56
II. Código de programa

#include <SoftwareSerial.h>

#include <SPI.h>

#include <SD.h>

int pinoSensor_1 = 0; // define A0 como sendo o pino de entrada analogica conectado ao sensor 1

int val_leitura_sensor_1; // variavel usada para armazenar o valor da leitura do sensor 1

int pinoSensor_2 = 1; // define A1 como sendo o pino de entrada analogica conectado ao sensor 2

int val_leitura_sensor_2; // variavel usada para armazenar o valor da leitura do sensor 2

int gatilho = 1; // variavel que define o valor limite para activar os sensores

double tempo_T1; // variavel que armazena o valor do tempo em que o sensor 1 foi activado;

double tempo_T2; // variavel que armazena o valor do tempo em que o sensor 2 foi activado;

double intervalo_Tempo; // variavel que armazena o valor do intervalo de tempo gasto entre o sensor 1
e sensor 2;

double velocidadeMedida; // variavel que armazena o valor da velocidade

int velocidadeLimite = 60; // Variavel que armazena a velocidade maxima permitida na via

byte ZERO = 0x00;

byte incomingbyte;

long int j=0,k=0,count=0,i=0x0000;

uint8_t MH,ML;

boolean EndFlag=0;

File myFile;

const int chipSelect=4;

int randNumber1;

int randNumber2;

byte w = 237;

SoftwareSerial monitorSerial(2,3); // Definir os pinos do Arduino para a comunicacao serial pino 2 (Rx) e
pino 3 (Tx)

void ReinicializarCam()

57
monitorSerial.write(0x56);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x26);

monitorSerial.write(ZERO);

/*************************************/

/* Resolucao de imagem :

/* <1> 0x22 : 160*120

/* <2> 0x11 : 320*240

/* <3> 0x00 : 640*480

/* <4> 0x1D : 800*600

/* <5> 0x1C : 1024*768

/* <6> 0x1B : 1280*960

/* <7> 0x21 : 1600*1200

/************************************/

void ResolucaoCam(byte Resolucao)

monitorSerial.write(0x56);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x54);

monitorSerial.write(0x01);

monitorSerial.write(Resolucao);

/*************************************/

/* Velocidade de Tx da foto "BaudRate" :

/* <1> 0xAE : 9600

/* <2> 0x2A : 38400

/* <3> 0x1C : 57600

58
/* <4> 0x0D : 115200

/* <5> 0xAE : 128000

/* <6> 0x56 : 256000

/*************************************/

void taxaTransmissao(byte velocidadeTx)

monitorSerial.write(0x56);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x24);

monitorSerial.write(0x03);

monitorSerial.write(0x01);

monitorSerial.write(velocidadeTx);

void accionarCamera()

monitorSerial.write(0x56);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x36);

monitorSerial.write(0x01);

monitorSerial.write(ZERO);

void lerDadosdaFoto()

MH=i/0x100;

ML=i%0x100;

monitorSerial.write(0x56);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x32);

59
monitorSerial.write(0x0c);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x0a);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(MH);

monitorSerial.write(ML);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x20);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x0a);

i+=0x20;

void desligarCamera()

monitorSerial.write(0x56);

monitorSerial.write(ZERO);

monitorSerial.write(0x36);

monitorSerial.write(0x01);

monitorSerial.write(0x03);

void arquivoFoto()

int randNumber2 = random(1,9);

char fileName[12] = "foto00.jpg";

fileName[4] = ((w / 10) + 0x30);

fileName[5] = (randNumber2+0x30);

60
myFile = SD.open(fileName, FILE_WRITE);

w = ((w + 1) % 100);

void setup() {

Serial.begin(115200);

randomSeed(analogRead(0));

iniciaSdCard();}

void iniciaSdCard(){

Serial.print("Inicializando SD card.\n");

pinMode(10, OUTPUT);

digitalWrite(10,HIGH);

while(!SD.begin(chipSelect)){

Serial.print("Falha na inicializacao do SD card. \n");

delay(200);

Serial.println("inicializacao feita.");

void loop() {

val_leitura_sensor_1 = analogRead(pinoSensor_1); //leitura dos valores do sensor 1

val_leitura_sensor_2 = analogRead(pinoSensor_2); //leitura dos valores do sensor 2

// Verificar se o valor de leitura do sensor 1 e' menor que o valor do gatilho, e que a leitura do sensor 2 e'
maior que o valor do gatilho. Se Sim, iniciar o tempo_T1 e saltar para a funcao "inicieCalculo"...

if (val_leitura_sensor_1 < gatilho && val_leitura_sensor_2 > gatilho) {

tempo_T1 = millis();

inicieCalculo();

void inicieCalculo() {

61
// Aguardar para o accionamento do sensor 2

while (!(val_leitura_sensor_2 < gatilho)){

val_leitura_sensor_2 = analogRead(pinoSensor_2);

tempo_T2=millis();

intervalo_Tempo= (tempo_T2 - tempo_T1)/1000.0; // intervalo de tempo em segundos

velocidadeMedida = 20.0 / intervalo_Tempo; // Velocidade em m/s considerando a distancia de separacao


entre os sensores de 20 cm

delay(200);

Serial.print("\n");

Serial.print("Velocidade :");

Serial.print(velocidadeMedida*3.6);

Serial.print(" Km/h");

if(velocidadeLimite<(velocidadeMedida*3.6)){

Serial.print ("\n");

inicializarCamera();

Serial.print ("Multa! Excedeu a velocidade.\n");

} else

Serial.print ("Velocidade permitida.\n");

void inicializarCamera(){

Serial.print("Accionando a camera.\n");

byte a[32];

int ii;

monitorSerial.begin(115200);

delay(200);

ReinicializarCam();//Aguardar 2-3s para o comando de captuar a imagem

delay(2000);

taxaTransmissao(0x2A);

delay(100);

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monitorSerial.begin(38400);

delay(100);

ResolucaoCam(0x22);

delay(100);

accionarCamera();

Serial.println("Foto capturada.");

delay(2500);

Serial.println("Iniciando o armazento da foto capturada!Por favor Aguarde um instante...!");

while(monitorSerial.available()>0)

incomingbyte=monitorSerial.read();

arquivoFoto();

while(!EndFlag)

j=0;

k=0;

count=0;

lerDadosdaFoto();

delay(5);

while(monitorSerial.available()>0)

incomingbyte=monitorSerial.read();

k++;

delayMicroseconds(100);

if((k>5)&&(j<32)&&(!EndFlag))

a[j]=incomingbyte;

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if((a[j-1]==0xFF)&&(a[j]==0xD9)) //Confirmar se a imagem foi capturada

EndFlag=1;

j++;

count++;

for(j=0;j<count;j++)

if(a[j]<0x10) Serial.print("0");

Serial.print(a[j],HEX); // Visualizar a imagem através da porta serial

Serial.print(" ");

for(ii=0; ii<count; ii++)

myFile.write(a[ii]);

Serial.println();

myFile.close();

Serial.print("\n");

Serial.print("Armazenamento completo!Foto gravada no Sd Card.\n");

while(1);

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