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É bem provável que você tenha ouvido falar sobre análise técnica ou até mesmo
análise fundamentalista.
A análise técnica, sobre o estudo dos gráficos, é a mais comum por um simples motivo:
É onde as corretoras ganham mais dinheiro.
Não nos cursos ou palestras sobre o tema em si, mas porque é um tipo de estratégia
que requer mudanças recorrentes em uma carteira de investimentos, principalmente
quando são realizadas operações de compra/venda no mesmo dia, conhecidas
como day-trade.
Infelizmente, existem pouquíssimas pessoas que abordam esse tema com seriedade
suficiente para gerar valor e lucros para seus alunos. A realidade é que a maioria do
dinheiro movimentado com essa estratégia vai para as corretoras.
É uma estratégia que pode ser eficiente para quem possui o tempo e o conhecimento
necessário para aplicá-la. Porém, diversos fundos de investimentos a aplicam e, ainda
assim, perdem para o índice bovespa.
Um estudo da iShares mostrou que 66% dos fundos ativos que investem em ações
perdem para o Ibovespa.
Pense comigo:
Estes fundos profissionais de ações contam com uma ampla equipe de research…
Obtém os dados sempre atualizados de todos os indicadores importantes…
Possuem uma equipe de analistas e gestores que trabalham o dia inteiro somente para
o fundo…
Parece estranho?
Você não possui uma equipe para visitar empresas, conversar com administradores…
Você não tem o tempo necessário para avaliar cada empresa em todos os detalhes…
Você não tem acesso aos dados precisos, históricos e atualizados de cada empresa da
Bolsa…
Será mesmo?
Continue lendo para saber como funciona a mente humana neste tópico e como eu me
iludi diversas vezes no mercado.
Por exemplo, quando perguntados se dirigiam melhor do que a média, 93% dos
americanos entrevistados responderam que sim.
93%!!!
E este tipo de padrão (“eu sou superior à média”) se repete em várias áreas.
A bolsa de valores tem mais gênios que o Prêmio Nobel e mais profetas que o Velho
Testamento – Origem Desconhecida
Felizmente, existe uma solução para esses problemas e eu demorei um bom tempo
para encontrá-la.
Alocação de ativos é uma estratégia que tem como objetivo equilibrar a relação risco x
retorno de uma carteira de investimentos através da porcentagem que é destinada para
cada ativo desta carteira.
O principal pilar da alocação de ativos está na redução do risco de uma carteira através
da diversificação.
Esta redução do risco é alcançada através de investimentos que não são perfeitamente
correlacionados. Ou seja, quando um investimento faz “zig” o outro faz “zag”.
Como vimos na lição #6, esse é um dos principais conceitos da teoria moderna de
portfólios e uma das bases da alocação de ativos.
Não entrarei em detalhes sobre esse tema porque o eBook alocação de ativos na área
de bônus já possui esse tipo de informação para você consultar.
A relação retorno x risco é geralmente ignorada pela maioria dos investidores. Eles
normalmente só se preocupam com o retorno, mas esquecem que, na maioria das
vezes, para ter um maior retorno é preciso encarar um maior risco.
Investir em ações sem considerar um período ruim (um bear market, quando o
mercado cai abaixo de 20%), pode resultar em uma venda precipitada por pânico no
futuro.
Investir 100% em ações é fazer uma aposta e não deve ser uma opção, mesmo que
você diga para si mesmo: “é para o longo prazo…”
Exemplo:
1. Ibovespa (Ações)
A alocação da carteira irá variar de 20% em 20%, iniciando em 100% ações até 100%
renda-fixa.
Períodos de crise mostram como alocar fortemente em ações pode trazer resultados
ruins.
Esta tabela é importante para lembrar que investimentos em ações possuem maior
risco.
Logo, não é inteligente investir um dinheiro que você precisará daqui a um ano
somente em ações.
A relação entre as alocações mostra que, nestes períodos de crise, é fundamental ter
ativos de renda-fixa em carteira.
Agora, veja a relação das alocações para um retorno esperado no longo prazo, com
dados hipotéticos.
No longo prazo, o retorno das ações tendem a ser maior do que a renda-fixa.
Logo, o investidor deve ter em mente que diversificar o ajuda a garantir resultados mais
sustentáveis no longo prazo.
As 5 grandes vantagens da Alocação de Ativos
Existem diversos benefícios de você adotar a alocação de ativos como sua estratégia
de investimentos, principalmente quando consideramos o nosso objetivo ao investir.
Talvez você pense que seja ganhar mais dinheiro, mas ganhar dinheiro nunca é um
fim, mas sim um meio para atingir objetivos maiores.
Ser o homem mais rico do cemitério não me importa… ir para a cama à noite, dizendo
fizemos algo maravilhoso… Isso é importante para mim. ~Steve Jobs
Portanto, você provavelmente investe para ter mais tempo com sua família, com seus
amigos. Ou para garantir uma qualidade de vida melhor, podendo viajar mais mundo
afora.
É por isso que existe uma grande beleza na alocação de ativos, já que você não
precisa acompanhar o mercado tão de perto ou monitorar sua carteira diariamente.
Você já deve estar até impaciente para ler novamente, mas vou repetir:
Logo, você deve mensurar o quanto irá investir (em %) neste tipo de categoria.
Você não pode ignorá-la com o seguinte pensamento “acho que vem uma crise por aí,
vou vender todas as minhas ações”.
Você também não deve alocar 100% neste tipo de investimento (“O Brasil está em
evidência. Todos querem investir aqui. O mercado vai subir”)
Uma crise financeira ou um evento muito raro (lembra 11 de setembro?) pode causar
uma onda de pânico inesperada…
Não. Você precisa encontrar um meio termo que seja adequado para você.
Nas próximas lições veremos uma estratégia simples para monitorar sua carteira no
menor tempo possível.
Adotando uma estratégia de alocação de ativos com foco no longo prazo você fará
muito menos operações do que a média dos investidores.
No mundo atual em que pseudo investidores passam horas e horas grudados na tela
do Home-Broker fazendo, às vezes, mais de 10 operações por dia, investir
esporadicamente parece uma coisa de outro mundo.
Mas não é…
Estudos do livro The Intelligent Investor (O investidor inteligente) mostram que quanto
você mais opera, menor tende a ser o seu retorno.
Eles usam a frase: “The Faster You Run, the Behinder You get”. Ou seja, quando mais
você opera, mais você fica para trás, com menores ganhos.
Com a alocação de ativos, você poderá operar menos, já que montará uma carteira
diversificada e com foco no longo prazo.
Deste modo, poderá passar mais tempo fora do mercado, aproveitando o melhor que a
vida lhe oferece.
4. Desenvolve Importantes Qualidades dos Investidores de Sucesso
Quando eu digo para alguém que trabalho com o mercado financeiro a primeira reação
é:
“Nossa, você deve ser muito estressado. Ficar vendo aqueles gráficos mais de 6 horas
por dia não cansa não?”
Porém, você sabe que não é preciso nada disso para investir de maneira inteligente no
mercado.
É saber que o mercado apresenta incertezas e que não podemos contar com um
dinheiro certo no final da linha.
Saber que a rentabilidade no longo prazo tende a ser melhor para as ações do que a
renda-fixa.
Saber que anos ruins podem ser compensados futuramente com anos melhores.
Pensar no longo prazo é garantir melhores probabilidades de sucesso.
Você pode tanto ganhar 100% em um ano investindo em ações como -50%…
Porém, quanto mais alargar o prazo de investimento menor tende a ser esta dispersão.
Esta dispersão de 10% é bem menor do que a dispersão de 150% em um único ano.
“Tenho uma ação com um prejuízo de 50%. Não seria melhor esperar ela voltar ao
preço que comprei para me desfazer dela?”
O futuro é imprevisível, não podemos controlá-lo e por esse motivo, devemos aceitar
sua incerteza.
Embora não exista o melhor momento para você comprar e vender seus ativos, você
pode se apoiar nas bases da alocação de ativos para montar sua carteira sem se
preocupar com esses “melhores momentos”.
Para sua surpresa, acredito que você deve fazer a migração da carteira antiga para
uma nova assim que se sentir confortável com a Alocação de Ativos.
Isso mesmo. Ao invés de esperar o “melhor momento” para se desfazer dos ativos
velhos para comprar os ativos novos, você deve fazer a mudança agora, independente
do cenário atual.
Se você ainda não está totalmente confortável com essa estratégia e precisa de mais
informações, sugiro ler o eBook alocação de ativos aqui na área de bônus da Tríade do
Dinheiro.
A beleza da Alocação de Ativos está justamente no fato de ser uma estratégia que
reduz bastante os riscos, além de ser naturalmente bem diversificada, se o investidor
souber ao menos o básico dessa estratégia de investimento.
Portanto, após definir o percentual para cada classe e ativos em sua nova carteira, é
recomendável fazer a mudança nesse exato momento, à preço de mercado.
“Mas e os meus investimentos que apresentam perdas?” você pode estar pensando…
Como lidar com investimentos perdedores?
Talvez sejam ações que você comprou no auge da euforia em 2008 e que agora estão
com -50% de variação.
As ações foram caindo, caindo e você pensou: “vou deixar para o longo prazo”.
Nos fóruns, era comum encontrar pessoas que diziam agora estar casadas com esse
tipo de ação.
Você não quer ficar com um ativo tóxico em sua carteira, quer?
Você pagou R$ 10 para assistir um filme. Porém, após 15 minutos você nota que o
início do filme é horrível.
O que você faz? Sai imediatamente do cinema ou esperar o desenrolar do filme para
ver se melhora? Afinal, você já gastou os R$ 10 nele…
Se você é como a maioria das pessoas, você optaria por continuar assistindo o filme
porque ao sair dele seria como se você tivesse perdido R$ 10.
O tempo de 15 minutos investidos para ver o filme e o valor pago de R$ 10 por ele são
suficientes para que a maioria das pessoas assistam um filme ruim mesmo quando
percebe-se a baixa qualidade do filme logo no início.
O fato é que o ser humano busca ao máximo evitar perder algo que já possui, mesmo
que para isto tenha que perder ainda mais.
Você não poderá recuperar os 15 minutos perdidos no filme e por isso continua
assistindo-o até o fim para tentar evitar o sentimento de perda.
Quando um ativo apresenta um prejuízo e se revela uma péssima escolha para sua
carteira de investimentos, o investidor continua mantendo o ativo em carteira na
esperança de vendê-lo com lucro ou no “zero-a-zero” algum dia.
Ele pode manter uma ação individual com perda de –20% ocupando 50% de sua
carteira, concentrando um altíssimo risco, ou vendê-la para diversificar totalmente sua
carteira.
É natural errar. Reconhecer o erro é uma das qualidades que todo investidor deveria
ter.
Olhe para sua carteira. Esqueça o preço de compra de cada ativo e veja como ela está
investida.
Agora responda: Você está satisfeito com essa alocação? Existe algum ativo que você
não gostaria de ter em carteira?
Se a resposta for sim, analise os motivos que o classificam como um ativo ruim em sua
carteira e venda-o imediatamente, sem importar-se com o preço.
Muitos investidores, por estarem ligados emocionalmente a algum ativo, esquecem que
o retorno futuro da sua carteira dependerá em torno de 90% da sua alocação atual e
não do preço de compra desses ativos.
Portanto, esqueça o passado e não pense em “se eu tivesse…”. Foco total na alocação
da sua carteira.
Afinal, você pode estar correndo um alto risco segurando ativos que mais parecem uma
“bomba relógio”.
Conclusão – Recapitulando…
Escolhemos e praticamos a alocação de ativos como estratégia de investimentos
porque ela é isenta de qualquer influência de corretoras, que muitas vezes só desejam
tirar dinheiro do seu bolso para colocar no delas.
Vimos nessa lição que ela possui diversos benefícios, como esses 5 abaixo:
Também aprendemos como adotar a alocação de ativos, caso você esteja confortável
com a estratégia, assim como lidar com ativos perdedores na sua carteira.
Na lição #8, você irá aprender mais sobre como monitorar sua carteira de
investimentos com o menor tempo possível, deixando-a praticamente em piloto
automático.