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• Crimes Hediondos,
• Crime de Tortura,
• Crimes de Trânsito
• Estatuto do Desarmamento,
• Crimes Ambientais,
•
CONTRAVENÇÕES PENAIS
(Decreto-Lei nº 3.688 de 03 de Outubro de 1941)
• O Direito Brasileiro em vigor divide os fatos puníveis apenas em duas categorias dentro
do sistema DICOTÔMICO ou BIPARTIDO:
• b) Contravenções.
• Diante desta divisão temos a infração penal como gênero e como espécie temos os
crimes os delitos e as contravenções.
• Art. 1.º - “Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal, sempre que a
presente lei não disponha de modo diverso”. (Direito Penal Fundamental).
• Sendo assim aplicam-se:
• Da inimputabilidade penal;
• REINCIDÊNCIA
• (EM CRIME)
• Art. 63. “Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no Pais ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior”.
• Dolo e Culpa – Art. 3.º - “Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão
voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de
um ou de outro, qualquer efeito jurídico”.
• “Apenas em caráter excepcional, quando o,tipo penal o exigir busca-se dolo ou culpa”.
• Sistema Prisional
• Erro de proibição – art. 8.º - “No caso de ignorância ou errada compreensão da lei,
quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”.
• Obs.: art. 8.º está revogado, aplica-se o disposto no CP, relativo à culpabilidade (arts.
21 e 65,II).
• ABUSO DE AUTORIDADE
LEI N.º 4.898/65
• É vedado o anonimato.
• Não admite tentativa, salvo os previsto no artigo 4º da Lei. (crimes de atentado não
admitem a tentativa).
• a) – advertência;
• b) – repreensão;
• c) – suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias,
com perda de vencimentos e vantagens;
• d) – destituição de função;
• e) – demissão;
• f) – demissão a bem do serviço público.
• O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim aguardar a decisão da
ação penal ou civil, sendo que a sanção aplicada deverá ser anotada na ficha funcional,
(art. 7.º, §3.º e 8.º).
• Responsabilidade Civil
• Serão, segundo que determina o art. 11, aplicadas as regras do Código Civil em seu
artigo 159 (1916).
• O art. 1.º da Lei n.º 4.619/65 disciplina a ação de regresso contra a autoridade culpada.
• Competência Penal
• A Justiça Militar não tem competência para processar e julgar crimes de abuso de
autoridade, quando cometidos contra civis.
• Súmula 172 do STJ – “compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de
abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”.
• Por não estar previsto no Código Penal Militar, portanto crime comum, não será
deslocada a competência para a Justiça militar.
• Há um crime de abuso de autoridade previsto no CPM, em seu art. 176, nessa hipótese
a competência será da Justiça Militar.
• Constituição Federal art. 124 – “À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes
militares definidos em lei”.
• Policial de folga, desde que invoque, ao realizar o ato, a autoridade de que é investido,
responderá pelo crime.
• Quando a vítima for criança ou adolescente, aplica-se a regra contida no ECA (arts.
230/235). Lei n.º 8.069/90
• Violência arbitrária –
• Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
• “Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão
ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I – obrigação de permanência em
localidade determinada; II – detenção em edifício não destinado a acusados ou
condenados por crimes comuns”
• Elemento subjetivo – dolo específico (de abusar). Não se admite a forma indireta do
dolo.
• O § 2.º do art. 150 do CP, foi revogado pela Lei de Abuso de Autoridade.
• Nas demais hipóteses não constitui a violação quando houver mandado judicial, tais
como busca e apreensão.
• Não haverá restrição no caso de estado de sítio, art. 139, III e art. 136, § 1.º, I, b,
ambos da CF.
• O art. 40 da Lei n.º 6.538/78 revogou o art. 151 do CP, pelo princípio da especialidade.
• Art. 5.º - VIII: “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.
• Art. 60, §4.º, II, CF – “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: II – o voto direto, secreto, universal e periódico”.
• Exercício do voto – pilar que sustenta o Estado Democrático de Direito (todo poder
emana do povo), art. 1.º parágrafo único, CF.
• Haverá restrição ao direito de reunião durante o estado de sítio, art. 136, §1.º, I e art.
139, IV.
• Art. 7.º CF – “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social...”.
•
Art. 4.° - “Constitui também abuso de autoridade:
• Qualquer que seja a medida privativa, das previstas em lei, inclusive prisão disciplinar
militar.
• Caso a vítima seja criança ou adolescente, aplica-se, as regras do artigo 230 do ECA.
• Há entendimento que o art. 4.º da Lei em comento revogou tacitamente o art. 350 do
CP.
• Súmula vinculante n.º 11: “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado”.
• Caso a vítima seja criança ou adolescente, aplica-se a regra do artigo 232 do ECA.
• Caso a vítima seja criança ou adolescente aplica-se o previsto no art. 231 do ECA,
• d) – deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja
comunicada, fundamento constitucional –art. 5.° LXV e art. 310, CPP.
• e) – levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida
em lei, fundamento constitucional –art. 5.°, LXVI e art. 323 e 324 do CPP e os previstos
na Lei. 8.072/90.
• Sem competência legal – quando o agente pratica ato que não é de sua atribuição.
• “Perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo de até 3 (três) anos”;
• Penas autônomas
• §4.° do art. 6.° - “As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas
autônoma ou cumulativamente” .
• §5.° “Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar,
de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não
poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa,
por prazo de 1 (um) a 5 (cinco) anos”.
• CONCEITOS
• “É um adjetivo que qualifica o crime que por sua natureza causa repulsa, revolta,
indignação. É considerado sádico e cruel”.
• O Direito Penal brasileiro adotou o critério legal, portanto, taxativo não incluindo os
crimes militares.
• Obs. Não há crime com o nome de “terrorismo”, tal conduta está prevista no art. 20 da
Lei n.° 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional).
• Art. 1.°, caput – “São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no
Decreto - lei n.° 2.848/40 – Código Penal, consumados ou tentados”:
• I – “homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, §2.°. I, II, III,
IV, V, VI e VII – Lei n.º 13.142/2015)”.
• GRUPO DE EXTERMÍNIO
• Grupo de extermínio não se confunde com Associação criminosa, pois a lei não definiu
um número mínimo de participantes e tem finalidade específica. É crime
condicionado.
• Art. 1.°, caput, II – “latrocínio (art. 157, §3.°, in fine)”. Não importando se a morte é
decorrente do dolo ou da culpa (crime qualificado pelo resultado).
• Obs: – haverá latrocínio consumado, mesmo que a morte se efetiva e a subtração não;
haverá tentativa de latrocínio se a morte a a subtração não se efetivarem; haverá
tentativa de latrocínio se a subtração se consuma e a morte não.
• Art. 1.° caput, III – “extorsão qualificada pela morte (art. 158, §2.º)”.
• Obs. A Lei 11.923/2009 inseriu o § 3.° no artigo 158 que tipificou o chamado sequestro
relâmpago que, por absoluta falta de previsão legal não pode ser considerado como
crime hediondo, aplicando lhe, somente, as penas do art. 159, §§ 2.º e 3.°.
• Art. 1.° caput, IV – “extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159,
caput e §§ 1.°, 2.° e 3.°)”.
• Art. 1.° caput, V – “estupro (art. 213, caput e §§ 1.° e 2.°)”, redação dada pela Lei n.°
12.015/09.
• Art. 1.º, caput, VI – “estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1.°, 2.° e 3.°)”.
• Art. 1.°, caput, VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1.°).
• Obs. Não são considerados hediondos os crimes de genocídio motivados por ordem
política ou econômica.
• Equiparados ou assemelhados
a hediondos
• Tanto na CF, no art. 5.º XLIII e o art. 2.º da Lei n.º 8.072/90, equiparam à crimes
hediondos, pois têm o mesmo tratamento, os crimes de: tortura, terrorismo e tráfico
de drogas.
• Consequências Penais e Processuais da Lei dos Crimes Hediondos (art. 2.º lei
8.072/90):
• Outro argumento que justifica a proibição é que o indulto ( total ou parcial) é uma
espécie de graça, só que aplicada de forma coletiva.
• Anistia – é o esquecimento jurídico do ilícito e tem por objetivo fatos e não pessoas.
• Fiança – a sua proibição tornou-se sem finalidade, pois não há vedação a liberdade
provisória.
• Progressão de Regime – A Lei n.° 11.464/07 alterou o art. 2.° da Lei n.° 8.072/90,
permitiu, assim, a progressão de regime (§2.°) após o cumprimento de 2/5 da pena se
primário, e 3/5 se reincidente.
• A inconstitucionalidade reconhecida pelo STF, diz respeito ao §2.º e não todo o artigo
2.º.
• O STJ considera inconstitucional a regra contida no art. 2.º, §1.º da Lei 8.072/1990,
com redação dada pela Lei 11.464/007, pois viola o princípio da individualização da
pena e da proporcionalidade penal. Deve-se, portanto considerar na dosimetria da
pena os seguintes elementos: quantidade da pena imposta; circunstâncias judiciais
(favoráveis ou desfavoráveis); agravantes e atenuantes, causas de aumento ou
diminuição da pena e aplicar o regime correspondente.
• A Lei n.° 11.719/2008 revogou o artigo 594 do CPP, abolindo a norma que impunha o
recolhimento do réu à prisão, para apelar.
• Art. 2.°, §4.° - “A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n.° 7.960/89, nos crimes
previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogáveis por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade”.
• Prisão domiciliar – Não existe mais a proibição de prisão domiciliar, uma vez que é
permitido a progressão de regime.
• O art. 6.° alterou as penas dos artigos 157, §3.°, 159, caput e §§ 1.°, 2.° e 3.° [...].
• Delação premiada (eficaz) – art. 7.° - “Ao art. 159 do Código Penal fica o seguinte
parágrafo”:
• A pena da associação criminosa será de três a seis anos de reclusão quando tratar de
crimes hediondo ou equiparados, exceto no caso de drogas.
• Conceito: "decorre de qualquer ato pelo qual dores e sofrimento agudos, físico ou
mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa".
• Previsão constitucional:
• C.F. art. 5º- III: “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante”.
• Competência
• De acordo com o art. 129, IV da CF, será da Justiça Federal quando houver violação a
algum bem, interesse ou serviço da União Federal.
• O fato de o autor ser funcionário federal, não autoriza a Justiça Federal processar o
feito.
• Tortura praticada por militar a competência será da Justiça Comum, pois não há crime
de tortura previsto no Código Penal Militar.
• O crime de tortura deixa vestígio, portanto deve, a vítima, ser submetida à exame de
corpo de delito, ou na impossibilidade qualquer outro meio de prova em direito
admitido.
• Art. 5.° inciso XLIII - "...a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem".
• Tortura- prova: contém um elemento subjetivo do tipo (especial, fim de agir ou dado
específico).
• Não se exige que a informação ou declaração almejada pelo agente seja de cunho
criminal.
• Obtendo-se a informação invade a seara relativa às provas obtidas por meios ilícitos.
• Pode ocorrer dupla passividade: a vítima da tortura e outra pessoa que fornece a
informação ou declaração.
• Tortura como crime meio - trata-se de norma incriminadora em que deve ser
observado rigorosamente o princípio da reserva legal. Isenta de pena à vitima da
tortura, caso pratique o crime.
• O tipo exige uma especial motivação do agente que também tem a natureza de
elemento subjetivo do tipo.
• O tipo penal não vincula a tortura a uma conduta específica da vítima, mas o verbo:
“constranger” significa determinar que se faça ou deixe de fazer alguma coisa.
• A Lei prevê, nas três alíneas, como objetividade jurídica a proteção da dignidade
humana e secundariamente a incolumidade física e psíquica da pessoa, bem como a
sua liberdade e a segurança da ordem jurídica.
• Art. 1.° caput II –”submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.
• Autoridade – está ligada às relações privadas, como: poder familiar, tutela e curatela.
• Absorve o crime de maus tratos (art. 136, crime de perigo), entre outros.
• Art. 1.° § 1.º - “Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
não previsto em Lei ou não resultante de medida legal” .
• Elemento normativo "ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal“.
Encontrados na LEP e CP.
• Não exige o emprego de violência ou grave ameaça e pode ser praticado por omissão,
ou na forma comissiva.
• § 2º do artigo, 1º: “aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-la ou apura-los, incorre na pena de detenção”. de 1 a 4 anos.
• Este dever não é o mesmo exigido do garantidor previsto no artigo 13 §2º que trata da
relevância da omissão.
Trata-se de crime próprio uma vez que o sujeito ativo tem que ter o dever de evitar ou de
apurar o crime, no entanto, tratando-se do dever de apurar o crime, o sujeito ativo somente
poderá ser o funcionário público.
• A apuração dos fatos vão desde a sindicância, inquérito policial, conselho de disciplina
e processo administrativo disciplinar.
• A lei não exige que o agente esteja no exercício da função, devendo, portanto, haver
nexo causal com ela.
• Criança, a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze
e 18 anos de idade (Lei 8.069/9 ECA).
• No caso de gestante a proteção recai, também, ao feto e exige que o agente conheça
tal condição.
• A privação de liberdade deve ser juridicamente relevante e usada como meio para a
prática da tortura.
• Efeitos da Condenação
• Art. 1.° §.5.° - “A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”.
• Art. 1.º § 7.° - “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do §2.°,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”.
• Princípio da Extraterritorialidade
Art. 2.°
• “O disposto nesta lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira”.
• Introdução ( parte-geral)
• Crimes contra a ordem tributária – são aquelas condutas delituosas praticadas contra
o Sistema Tributário Nacional (CF capítulo I Título VI).
• Infrações tributárias - são infrações que derivam das normas que disciplinam a
instituição e a cobrança de tributos. São chamadas de normas de direito tributário
material.
• Infrações penais – As infrações penais no âmbito dos tributos são conhecidas como
delitos fiscais.
• Delito fiscal – “é a violação das normas jurídicas materiais ou formais, qualificadas
pela exacerbação da nocividade das respectivas condutas”.
• “Via de regra, envolve o emprego de manobras que por si sós constituem crime, tais
como a falsidade material, ideológica ou o uso de documentos falsos, o que denota
maior gravidade das condutas”.
• “As infrações tributárias são punidas com sanções objetivas que afetam
prioritariamente o patrimônio do infrator”.
• “Os delitos fiscais são punidos com sanções subjetivas de caráter pessoal, previstos na
legislação penal e quase sempre privativa de liberdade”.
• Elisão fiscal –caracteriza-se como o conjunto de práticas envidadas por pessoas físicas
ou jurídicas, destinadas ao planejamento e realização de suas atividades de tal forma a
incidirem a menor tributação possível”.
• O CTN estabelece que não havendo recolhimento do tributo nos prazos fixados, o
crédito tributário se constitui com a lavratura do Auto de Infração ou com a
Notificação de Lançamento, ficando suspensa sua exigibilidade até que sejam
decididos os recursos administrativos.
• Delação Premiada – art. 16 parágrafo único, possibilita a redução da pena de 1/3 a 2/3
ao coautor ou partícipe que, cometido o crime em quadrilha (associação criminosa) ou
coautoria (concurso de pessoas), por meio de confissão espontânea revelar à
autoridade policial ou judicial toda trama delituosa.
• Disciplina a representação fiscal para fins penais nos casos em que houve
parcelamento do crédito tributário;
• Art. 83 (Lei no 9.430/96. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes
contra a ordem tributária previstos nos arts. 1.º e 2.º da Lei n.º 8.137, de 27 de
dezembro de 1.990, e o crimes contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e
337-A do Decreto Lei n.º 2.848, de 7 de sezembro de 1940, (Código Penal), será
encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera
administrativa, sobre a exigência final do crédito tributário correspondente.
• Súmula Vinculante n.º 24 – “ Não se tipifica crime material contra a ordem tributária,
previsto no art. 1.º, incisos Ia IV, da Lei n.º 8.137, antes do lançamento definitivo do
tributo”.
A consumação dos crimes tipificados no art. 1.º, por serem materiais, dependem do
lançamento definitivo do crédito tributário, portanto a ausência de tal lançamento pode
promover a decadência (quinquenal) impedindo a condenação por crime de sonegação fiscal.
• Havendo concurso de crimes contra a ordem tributária e outro que não seja, a
ausência de lançamento definitivo do crime de sonegação, não impede o
prosseguimento da persecução penal em relação ao crime diverso, o mesmo
acontecendo no caso de suspensão por parcelamento do tributo devido.
• Se o agente com uma única conduta der causa à supressão ou redução a diversos
tributos, haverá concurso de crimes. Ex. a expedição de uma única nota fiscal falsa que
permite suprimir ou reduzir: ICMS, COFINS e etc. STJ HC 34347/RS – Hamilton
Carvalhido – DJ 09-10-2006.
• “Contribuinte”: qualquer pessoa que tenha relação direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador.
• O CTN define outros tipos de responsáveis que poderão ser sujeito ativo do crime em
pauta: o susbtituto tributário e o responsável tributário, arts. 121 e 128 e o terceiro
responsável, art. 134.
• Denúncia nos crimes societários: a denúncia deverá descrever o fato criminoso sem a
exigência de individualizar a conduta do agente com todas as circunstância. Não
poderá, entretanto deixar de descrever o nexo de imputação, a vinculação mínima do
agente no concurso para a prática do delito permitindo o exercício do contraditório e
da ampla defesa.
• A responsabilidade penal recairá sobre os dirigentes das pessoas jurídicas. O que não
impede que estas sejam responsabilizadas administrativamente, no caso, a aplicação
de multa ou interdição de direitos
• “Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os
crimes definidos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua
culpabilidade”.
• Competência – Depende do sujeito passivo, (do delito fiscal). Súmula 122 do STJ,
“compete a Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de
competência federal e estadual, não se aplicando a regra do artigo 78,II, a, do CPP”.
• Prisão e liberdade provisória – De acordo com o artigo 325 §2.º do CPP. (Revogado
pela Lei 12.403/11).
• Artigo 1.º - “Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo ou
contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas”:
• Objeto jurídico – A tutela do erário público, buscando preservá-lo de manobras
fraudulentas ou de falsidades.
• Acessórios – é o que está junto a alguma coisa sem dela fazer parte. Neste caso
considera acessório os juros de mora.
• Consumação –Trata-se de crime material que se consuma quando vence o prazo para
o recolhimento do tributo sem que o contribuinte o faça, ou quando o agente realiza o
recolhimento do tributo de forma reduzida.
• Concurso de crimes: A absorção dos crimes de falso só ocorrerá quando este for
utilizado como crime-meio para o crime de sonegação fiscal.
• Sujeito ativo – O contribuinte, pessoa física, sujeito passivo da obrigação fiscal que
tem o dever de informar ou prestar declarações às autoridades fazendárias.
• Norma penal em branco – os documentos ou livros exigidos devem ser definidos pela
legislação federal, estadual ou municipal.
• Tentativa – pode haver, mas que por si sós já seria punido como crime consumado (
art. 2.º da Lei em comento).
• Inciso III – “falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável”.
• .
• Visa coibir o comércio e a circulação de documentos que podem servir de meio para a
fraude tributária.
• Obs. A exigência supra deve ocorrer no momento da fiscalização. Tal requisição deve
ser feita por escrito, por “notificação” determinando quais os documentos devem ser
apresentados.
• Inciso I –“fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou
empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de
tributo”;
• Obs. Os crimes previstos nos cinco incisos do art. 2.º são formais. Detenção de seis
meses a dois anos e multa.
• As condutas descritas só terão relevo penal quando forem feitos para que o
contribuinte venha a eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento do tributo.
• Sujeito Ativo - O tipo penal abrange instituições financeiras públicas ou privadas que
arrecadem parcelas correspondentes à incentivos fiscais. A pena privativa de liberdade
recairá sobre a pessoa física responsável pela instituição.
• Trata-se do denominado crime de contabilidade paralela, dupla, ou, ainda caixa dois,
• Aplica-se o conceito de funcionário público estatuído no art. 327 do CP. (norma penal
em branco).
• Inciso I – “ Extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha
a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente,
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social”.
• Nos crimes dos incisos I e II a pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
• Aspectos Gerais
Art. 256 CTB - “A autoridade de trânsito, na esfera das suas competências estabelecidas
neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as
seguintes penalidades:
• II – multa;
• IV – apreensão do veículo;
• §1.º - A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide às punições
originárias de ilícitos decorrentes de crime de trânsito, conforme disposições de Lei”.
• § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74,
76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
• I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
• § 2.º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito
policial para a investigação da infração penal, (ação penal pública incondicionada);
• Nos crimes de lesão corporal culposa são cabíveis a composição civil, art. 74, a
transação penal, (art. 76), a suspensão condicional do processo art. 89 e a
representação, art. 88.
• A via pública pode ser do Poder público ou do particular, mas a via não pode ser
privativa do particular, porque daí o fato será atípico, pois não há acesso ao público.
• Não confundir a pena restritiva de direitos previstos no art. 47, inciso III do CP,
(suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos) com a penalidade
prevista no CTB em seu art. 292.
• Caberá Recurso em Sentido Estrito, sem efeito suspensivo, da decisão que decretar a
suspensão ou a medida cautelar ou da que indeferir requerimento, para tanto.
• Reincidência Específica
• Art. 296. “Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz
aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo
automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis”.
• A incidência da multa reparatória fica restrita aos crimes tipificados nos arts. 302, 303
e 304 do CTB uma vez que somente neles existe a figura do ofendido.
• Não é efeito automático é preciso estar expresso na sentença até porque o juiz terá
que apontar o seu valor. Não é efeito genérico mas específico porque só se aplica a
alguns delitos previsto no CTB.
• Não se confunde ainda com a pena pecuniária, prevista especificamente nos crimes
dos arts. 304 a 312 do CTB.
• A execução da multa segue o disposto nos arts. 50 a 52 do CP. A cobrança será feita
pelo próprio interessado porque este tipo de multa tem caráter reparatório sendo,
portanto legítimo o ofendido ou sucessor.
• São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:
• I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
• dano potencial – equivale a perigo, portanto aplicável somente aos crimes de perigo
descritos no CTB;
• A segunda parte do dispositivo será aplicada quando ficar evidenciado que a conduta,
em caso de acidente provocaria danos externamente elevado do patrimônio de
terceiro.
• Quando se tratar dos crimes de homicídio e lesão corporal culposos que são crimes de
dano se o fato atingir duas ou mais pessoas, será aplicada a regra do concurso formal
(art. 70 do CP).
• Não se aplica ao crime, do art. 309, uma vez que estes constituem elementares do
delito. O mesmo ocorrendo com o delito do art. 310 do CTB, pois neste crime o sujeito
ativo não é o condutor do veículo.
• No caso dos crimes de homicídio e de lesão corporal culposos não se aplica tal
agravante, pois esta faz parte integrante da pena como causa de aumento.
• Esta agravante não se aplica ao crime do art. 309, pois esta constitui em elementares
do tipo.
• A Lei refere-se aos “motores envenenados”, pneus tala larga, frentes rebaixadas e etc.
• “Ao condutor do veículo, nos casos de acidente de trânsito de que resulte vítima não se
imporá a prisão em fragrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral
socorro àquela”.
• Quem não prestou socorro responderá pelo crime de homicídio ou lesões corporais
culposas com acréscimo de um terço até a metade (art. 302 parágrafo único, inciso III).
•
CRIME DE HOMÍCIDIO E LESÃO CORPORAL CULPOSOS NO TRÂNSITO – art. 302/303
• Art. 303 – “Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor”. Pena
detenção de seis meses a dois anos... e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
• Causas de aumento de pena – a pena será aumentada de um terço à metade, se o
agente:
• III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
• III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
• a) - o agente deve estar conduzindo o veículo quando do fato. Será atípica para os fins
do CTB a conduta daquele que não estiver na direção do veículo;
• c) - Lugar do Crime – pode ser a via pública ou não, bastando que o crime seja
praticado na condução do veículo;
• d) – que o fato seja cometido por imprudência, negligência ou imperícia.
• Tipo objetivo – é um tipo penal aberto, devendo o juiz emitir um juízo de valor para
concluir se o agente atuou ou não com imprudência, negligência ou imperícia.
• Sujeito passivo – a pessoa que teve sua vida destruída ou sofreu lesão, de qualquer
natureza.
• Concurso de pessoas - É possível desde que exista violação de cuidado objetivo. Ex.
passageiro, que instiga o motorista a empregar velocidade excessiva.
• Não haverá participação nos crimes culposos, pois estes são tipos abertos.
• Não admite, no homicídio culposo, por ser a pena mínima superior a 1 ano a
suspensão condicional do processo, diferentemente do que acontece na lesão corporal
culposa
• O crime de falta de Permissão ou habilitação para dirigir veículo fica absorvido pelo
crime de homicídio e lesões culposa em face do princípio da subsidiariedade.
• Trata-se de crime material. É crime de dano efetivo depende, para a sua consumação
da ocorrência de uma lesão concreta.
• A Lei n. 9.503/97 criou vários crimes que se caracterizam por uma situação de perigo
(dano potencial que fica absorvido quando ocorrer dano efetivo).
• Perdão Judicial - Por ser silente a Lei n. 9.503/97 aplica-se o previsto no art. 121, § 5º e
129, § 8º, em razão do que determina o art. 291 do CTB.
• JULGADOS
• Segundo o STJ – “o crime de lesão corporal culposa no trânsito não absorve o delito de
embriaguez ao volante, pois a extinção da punibilidade de crime de lesão corporal
culposa, pela renúncia ao direito de representação, não afeta o crime de embriaguez
ao volante, eis que pelo princípio da consunção, o crime mais grave absorve o de
menor lesividade”.
“A lesão corporal culposa absorve o delito de dirigir sem habilitação em face da menor
lesividade do último. Assim, havendo a renúncia expressa ao direito de representação pelo
crime de lesão corporal culposa, não pode a majorante, decorrente da ausência de habilitação,
persistir como delito autônomo, devendo ser declarada extinta a punibilidade também do
crime de dirigir sem habilitação” (STJ HC 25.084/SP2004.
• Parágrafo único – “Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda
que sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
instantânea ou com ferimentos leves”.
• Sujeito ativo – crime omissivo (puro) próprio, só pode ser cometido por condutor de
veículo envolvido em acidente, sem culpa, com vítima, habilitado ou não.
• Crime subsidiário – é também requisito desse crime que o agente não tenha agido de
forma culposa, pois caso o tenha, o crime será o de homicídio ou lesões corporais
culposas com a pena aumentada (arts. 302 e 303 parágrafo único, II).
• Este crime fere o princípio da proporcionalidade.
• 2ª) Mediata – “deixar de solicitar auxílio a autoridade pública. O auxílio deve ser
pedido imediatamente após o acidente quando não seja possível prestá-lo por justa
causa.
• Socorro por terceiro – o condutor somente responderá pelo crime no caso da vítima
ser socorrida por terceiro quando a prestação desse socorro não chegou ao
conhecimento dele por já se haver evadido do local. Não será considerado crime o
fato, quando terceira pessoa se adianta ao condutor e presta socorro.
• Vítima de lesões corporais leves – este crime somente será aplicável quando apesar
dos ferimentos serem leves, esteja a vítima necessitando de algum socorro.
• Segundo entendimento do STJ tal crime não admite a coautoria: “Conquanto não seja
possível a coautoria no delito de afastamento do local do acidente, é perfeitamente
admissível a participação, nos termos do Código Penal, art. 29 (STJ, HC
14.021/SP/2000.
• É possível o concurso material entre este crime e outros do CTB, desde que o objeto
jurídico seja distinto.
Pena: detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor ;
• Objeto jurídico – a incolumidade pública e a segurança no trânsito, (Art. 5.º caput, CF;
art. 1.º, 2.º e 28 do CTB.
• Sujeito passivo – é a coletividade (crime vago) que esteja ameaçada pela conduta do
agente.
• Trata-se de crime de perigo, bastando, para caracterizar o crime, a presença dos níveis
de alcoolemia e da presença de substância psicoativa.
• Crime doloso - ciente de estar nas condições exigidas para a caracterização do crime.
• Consumação – com a condução do veículo nas condições estabelecidas pelo tipo legal.
• Questões especiais:
• sujeito embriagado que coloca o veículo em movimento, conduz o veículo, mas não
aciona o motor (pegar no tranco): há crime, pois o veículo está sendo conduzido;
• sujeito embriagado que conduz veículo para “esquentar” o motor, para testar o carro
ou para estacionar o carro. Há crime.
• Infrações administrativas
• Art. 165 – “Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência:
• § 1o (Revogado).
• Pena – detenção de seis meses a um ano e multa, com nova imposição de idêntico
prazo de suspensão ou proibição.
• Parágrafo único – “Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no
prazo estabelecido no § 1.º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação”
• “Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano”. – Penas
– detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
• Objeto jurídico – a incolumidade pública e a segurança no trânsito.
• Crime comum
• Para a caracterização do crime é exigível que o agente não possua a permissão para
Dirigir ou a habilitação.
• Dirigir ciclomotor sem autorização não configura o crime em pauta, (art. 141 CTB).
• Exige-se, ainda que a direção ocorra de forma irregular causando perigo de dano.
• Crime doloso.
• Súmula 720 do STF – “O artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama
decorra do fato perigo de dano derrogou o art. 32 da Lei da Contravenções Penais no
tocante à direção sem habilitação em vias terrestres”.
• Crime comum.
• Crime doloso.
• Crime comum.
• “Não se exige que a prova seja feita por meio de radares ou equivalente, podendo as
testemunhas atestar o excesso”.
• Crime doloso.
• Crime comum.