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• Lei das Contravenções Penais,

• Lei de Abuso de Autoridade,

• Crimes Hediondos,

• Crime de Tortura,

• Crimes Contra a Ordem Tributária,

• Crimes de Trânsito

• Estatuto do Desarmamento,

• Crimes Ambientais,


CONTRAVENÇÕES PENAIS
(Decreto-Lei nº 3.688 de 03 de Outubro de 1941)

• “Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de


detenção quer isoladamente, quer alternativamente ou cumulativamente com pena de
multa, contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
prisão simples ou de multa, ou ambas alternativas ou cumulativamente”.(artigo 1.º da
Lei de Introdução ao Código Penal).

• O Direito Brasileiro em vigor divide os fatos puníveis apenas em duas categorias dentro
do sistema DICOTÔMICO ou BIPARTIDO:

• a) Crimes ou delitos como sinônimos,

• b) Contravenções.

• Diante desta divisão temos a infração penal como gênero e como espécie temos os
crimes os delitos e as contravenções.

• Para os crimes ou delitos as penas são:

• a) Privativa de liberdade (reclusão e detenção);

• b) Restritivas de direito; e pecuniária.

• Para as contravenções as penas estipuladas são:

• a) Prisão simples e multa.

• Art. 1.º - “Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal, sempre que a
presente lei não disponha de modo diverso”. (Direito Penal Fundamental).
• Sendo assim aplicam-se:

• * O Princípio da Legalidade/ da Reserva Legal;

• * O princípio da Irretroatividade e da Ultratividade; Lei;

• O princípio do Concurso de Pessoas;

• Da inimputabilidade penal;

• Da exclusão da ilicitude do artigo 23 do Código Penal;

• Reincidência (Territorialidade Absoluta):

• Artigo 7º da LCP.-“Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma


contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no
Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou no Brasil por motivo de contravenção”.

• Em relação a reincidência na LCP considera-se a determinação no artigo 64 do Código


Penal.

• REINCIDÊNCIA

• (EM CRIME)

• Art. 63. “Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no Pais ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior”.

• Art. 7.º da LCP – “ Verifica-se a reincidência quando o agente pratica um contravenção


depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado no Brasil ou no
estrangeiro, por qualquer crime, ou no Brasil, por motivo de contravenção”.

• Dolo e Culpa – Art. 3.º - “Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão
voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de
um ou de outro, qualquer efeito jurídico”.

• Obs. A culpa não é prevista expressamente na contravenção. Ex. arts. 29 e 30.

• “Apenas em caráter excepcional, quando o,tipo penal o exigir busca-se dolo ou culpa”.

• Tentativa – na contravenção não se pune a tentativa ( art. 4.º).

• Sistema Prisional

• Prisão Simples: observa-se o disposto no artigo 59 Do Código Penal.

• Regime: semiaberto e aberto

• Multa: observa-se o disposto no artigo 49 do Código Penal.


• Dever ser cumprida sem o rigor penitenciário;

• O condenado fica separado dos demais presos.

• Trabalho facultativo para pessoas condenadas até 15 dias.

• Pena de Prisão Simples: não pode ser superior a 05 (cinco) anos.

• Erro de proibição – art. 8.º - “No caso de ignorância ou errada compreensão da lei,
quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”.

• Obs.: art. 8.º está revogado, aplica-se o disposto no CP, relativo à culpabilidade (arts.
21 e 65,II).

• Sursi e Livramento Condicional – art. 11 – “Desde que reunidas as condições legais, o


juiz pode suspender, por tempo não inferior a 1 (um) ano e nem superior a 3 (três)
anos, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento
condicional”.

• Penas acessórias ( efeitos da condenação) Art. 12 – constituem verdadeiro efeito da


condenação, podendo o magistrado aplicar: publicação da sentença; incapacidade
para o exercício profissional ou atividade específica pelo período de um mês a dois
anos, além da pena correspondente.

• Medida de segurança – aplicação subsidiária do CP, com um prazo máximo de 6 (seis)


meses.

• Ação penal pública incondicionada.

• Competência do Juizado Especial Criminal.

• ABUSO DE AUTORIDADE
LEI N.º 4.898/65

• Fundamento constitucional – art. 5.º, XXXIV “são a todos assegurados,


independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder”.

• Basicamente, reprimem-se as condutas, atentatórias aos principais direitos e garantias


fundamentais do homem.

• Regula o direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa,


civil e penal nos campos de abuso de autoridade.

• Direito de Representação – (arts. 1.º e 2.º) - o vocábulo “representação” tem o sentido


de notitia criminis e não de condição de procedibilidade para a ação penal.

• O direito de representação será exercido por meio de petição:


• a) Dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à
autoridade civil ou militar culpada a respectiva sanção;

• b) Dirigida ao órgão do MP que tiver competência para iniciar processo-crime contra


autoridade culpada;

• A representação será feita em duas vias, obedecendo as regras estabelecidas para a


denúncia e a queixa-crime.

• A notitia criminis (representação) deverá ter conteúdo elucidativo o suficiente para


formar o convencimento do membro do Ministério Público e não prescinde de prova
pré-constituída capaz de demonstrar justa causa.

• A falta de representação não obsta a iniciativa ou o curso da ação penal pública


incondicionada.

• É vedado o anonimato.

• O juiz e a autoridade policial podem ser destinatários da representação, devendo,


portanto, encaminhá-la a quem de direito.

• Objeto jurídico – É o Estado no que diz respeito à dignidade da função pública no


exercício da autoridade e secundariamente os direitos e garantias da vítima (cidadão).

• Objeto material – são as pessoas vitimadas pelo abuso da autoridade.

• consuma-se com o atentado aos direitos e garantias fundamentais.

• Não admite tentativa, salvo os previsto no artigo 4º da Lei. (crimes de atentado não
admitem a tentativa).

• São crimes eminentemente subsidiários.

• Responsabilidade Administrativa = PAD Obs. - caso o funcionário público não esteja


submetido e nenhum regime jurídico especial será processado regulado,
supletivamente, pela Lei Federal n.º 8.112/90).

• Independentemente do órgão ou instância federativa a que estiver vinculada a


autoridade há um rol de sanções administrativas a serem aplicadas no caso de
condenação, são elas:

• a) – advertência;

• b) – repreensão;

• c) – suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias,
com perda de vencimentos e vantagens;

• d) – destituição de função;

• e) – demissão;
• f) – demissão a bem do serviço público.

• O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim aguardar a decisão da
ação penal ou civil, sendo que a sanção aplicada deverá ser anotada na ficha funcional,
(art. 7.º, §3.º e 8.º).

• Responsabilidade Civil

• Serão, segundo que determina o art. 11, aplicadas as regras do Código Civil em seu
artigo 159 (1916).

• No tocante ao valor da indenização, conforme preconiza o § 2.º do art. 5.º, está


tacitamente revogado. O juiz deverá levar em conta os motivos, circunstâncias e
consequências do abuso perpetrado para determinar o quantum referente à
indenização.

• O art. 1.º da Lei n.º 4.619/65 disciplina a ação de regresso contra a autoridade culpada.

• Competência Penal

• É da Justiça Estadual Comum, exceto se cometido em ambiente controlado pela União


e contra pessoa sob sua guarda e proteção diretas, conforme preceitua o art. 109, IV
da CF.

• A simples condição de pertencer aos quadros da Administração Pública Federal, não


determina a competência da Justiça Federal.

• Trata-se de infração penal de menor potencial ofensivo, aplicando-se os institutos da


Lei n.º 9.099/95 (composição civil e transação penal).

• A Justiça Militar não tem competência para processar e julgar crimes de abuso de
autoridade, quando cometidos contra civis.

• Súmula 172 do STJ – “compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de
abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”.

• Por não estar previsto no Código Penal Militar, portanto crime comum, não será
deslocada a competência para a Justiça militar.

• Há um crime de abuso de autoridade previsto no CPM, em seu art. 176, nessa hipótese
a competência será da Justiça Militar.

• Constituição Federal art. 124 – “À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes
militares definidos em lei”.

• Súmula 90 do STJ: “Compete a justiça estadual militar processar e julgar o policial


militar pela prática do crime militar, e a comum pela prática do crime comum
simultâneo aquele”.

• Portaria n.º 82de 29 de abril de 2010


• Criou um grupo de trabalho para levantamento e apuração de abuso de autoridade,
tortura e qualquer outro tipo de violência perpetrado por agentes públicos contra
presos e adolescentes em conflito com a lei. Entra outras providências, concitar a
Defensoria Pública a ingressar com ações de indenização contra o Estado em favor das
vítimas.

• Aplicam-se as regras previstas no CPP no tocante a conexão e a continência.

• Elemento normativo – “Autoridade” – art. 5.º - “Considera-se autoridade, para os


efeitos desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou
militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração”.

• Exige-se que quem exerça uma função pública tenha autoridade.

• Trata-se de crime próprio, admitindo o concurso de pessoas, pois a condição de


autoridade pública é elementar do crime.

• Devem ser excluídos do conceito de autoridade aqueles que exercem um munus


público.

• Crime próprio = deve ser realizado no exercício de função pública.

• Policial de folga, desde que invoque, ao realizar o ato, a autoridade de que é investido,
responderá pelo crime.

• SUJEITO PASSIVO = tem dupla subjetividade passiva, sendo:

• a) O Estado sujeito passivo imediato enquanto titular da administração pública;

• b) O cidadão sujeito passivo mediato enquanto titular do direito ou garantia


constitucional violada.

• Quando a vítima for criança ou adolescente, aplica-se a regra contida no ECA (arts.
230/235). Lei n.º 8.069/90

• Conflito aparente de normas

• Violência arbitrária –

• art. 322 CP.

• Art. 322 CP – “Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la”;

• Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

• Crimes contra a Administração Pública

• Exercício arbitrário ou abuso de poder. Art. 350 CP

• “Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades


legais ou com abuso de poder”;
• Pena – detenção, de um mês a um ano.

• Crime contra a Administração da Justiça.

• Art. 3.º - “Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

• a) – à liberdade de locomoção, fundamento constitucional – art. 5.º, XV: “é livre a


locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.

• A violação desta garantia constitucional não se restringe a efetiva privação de


liberdade.

• “Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão
ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I – obrigação de permanência em
localidade determinada; II – detenção em edifício não destinado a acusados ou
condenados por crimes comuns”

• PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE - Caso a vítima seja Criança ou adolescente, aplica-se a


norma do art. 230 do ECA.

• Elemento subjetivo – dolo específico (de abusar). Não se admite a forma indireta do
dolo.

• Não permite a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de


direitos na modalidade “prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas”.

• b) – à inviolabilidade de domicílio, fundamento constitucional – art. 5.º,XI: “a casa é


asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial”.

• Elemento normativo: “domicílio”, art. 150 do CP.

• O § 2.º do art. 150 do CP, foi revogado pela Lei de Abuso de Autoridade.

• O direito a inviolabilidade de domicílio será mitigado em razão do inciso V do art. 139


da CF.

• É possível a ocorrência de crime de Abuso de Autoridade e invasão de domicílio


praticado por policial militar.

• c) – ao sigilo de correspondência, fundamento constitucional – art. 5.º,XII: “é inviolável


o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal”.

• Nas demais hipóteses não constitui a violação quando houver mandado judicial, tais
como busca e apreensão.
• Não haverá restrição no caso de estado de sítio, art. 139, III e art. 136, § 1.º, I, b,
ambos da CF.

• O art. 40 da Lei n.º 6.538/78 revogou o art. 151 do CP, pelo princípio da especialidade.

• É de observar que a lei protege apenas a inviolabilidade do sigilo de correspondência.

• “a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir


instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas” (HC 70.814-5, SP, Rel. Min. Celso de
Mello).

• d) – à liberdade de consciência e de crença, fundamento constitucional art. 5.°, VI: “é


inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas
liturgias”.

• Art. 5.º - VIII: “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.

• Consciência – “é a capacidade de perceber e julgar o que se passa em nós e à nossa


volta”;

• Crença – “significa aquilo em que se crê, em termos religiosos”.

• “A consciência – gênero – é composta pela crença religiosa (dimensão humana de fé) e


pela convicção filosófica ou política (dimensão humana de intelectualidade)”.

• e) – ao livre exercício de culto religioso, fundamento constitucional – art. 5.°, VI.

• Aqui serão admitidas as mesmas considerações da garantia anterior.

• Culto – “veneração, a manifestação externa da religião”.

• Direito à liberdade de consciência e crença e ao livre exercício e a sua relativização –


Não constitui abuso de autoridade: interromper culto ou qualquer manifestação
religiosa em que haja sacrifício de animais ou de pessoas ou atente contra a ordem
pública ou o Estado e, ainda, fira o direito ao sossego ou ao silêncio”.

• f) – à liberdade de associação, fundamento constitucional – art. 5°, XVII: “é plena a


liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”.

• Art. 5.º -XVIII – “a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas


independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento”.

• Associação – “é a reunião permanente e estável de várias pessoas com fim lícito e


comum”.

• A atuação do poder estatal deve respeitar o princípio da reserva legal e do devido


processo legal.
• g) – aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto, fundamento
constitucional, art. 14: “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante...”.

• Art. 60, §4.º, II, CF – “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: II – o voto direto, secreto, universal e periódico”.

• Exercício do voto – pilar que sustenta o Estado Democrático de Direito (todo poder
emana do povo), art. 1.º parágrafo único, CF.

• h) – ao direito de reunião, fundamento constitucional, art. 5.°, XVI: “todos podem


reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente
de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

• Haverá restrição ao direito de reunião durante o estado de sítio, art. 136, §1.º, I e art.
139, IV.

• Reunião – “aglomeração de pessoas em caráter transitório e instável”.

• i) – à incolumidade física dos indivíduos, fundamento constitucional – art. 5.°, XLIX: “é


assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.

• “O tipo penal protege a incolumidade física do indivíduo, protegendo especialmente


contra a tortura ou qualquer outra espécie de abuso contra a dimensão física do ser
humano”

• Obs. Se ocorrer abuso de autoridade e lesões corporais ou a morte, aplica-se o


concurso material, pois cada resultado tem proteção diversa.

• j) – aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional, fundamento


constitucional – art. 5, XIII: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.

• Art. 7.º CF – “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social...”.

• Elemento normativo: “Direitos e garantias legais assegurados ao exercício


profissional”: são os previstos na CF, na CLT e demais legislações pertinentes.

• O comércio irregular não é amparado pela proteção constitucional.


Art. 4.° - “Constitui também abuso de autoridade:

• Os crimes estão previstos nas alíneas e significa uma violação a um direito


fundamental.
• A depender do caso concreto, diferentemente do artigo anterior, neste admite-se a
tentativa.

• São crimes próprios, mas não há impedimento da comunicabilidade da circunstância:


“autoridade” em caso de concurso de pessoas.

• a) – ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades


legais, ou com abuso de poder - fundamento constitucional, art. 5.°,XV, LIV e LXI; art.
172 da LEP.

• Qualquer que seja a medida privativa, das previstas em lei, inclusive prisão disciplinar
militar.

• Caso a vítima seja criança ou adolescente, aplica-se, as regras do artigo 230 do ECA.

• Há entendimento que o art. 4.º da Lei em comento revogou tacitamente o art. 350 do
CP.

• “O uso de algemas deixa o reconhecimento público que o indivíduo é perigoso


fisicamente e que deve ser contido, como animais, para que não possa exaurir sua face
de bestialidade”.

• Súmula vinculante n.º 11: “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado”.

• “A utilização de algemas fica atrelada à devida fundamentação e adequação ao quadro


fático, somente sendo admissível se presente a fundada possibilidade de fuga ou a real
periculosidade do preso, sob pena de incidência do art. 4.º, a da lei em comento”

• b) – submeter pessoa sob sua guarda ou custódia à vexame ou a constrangimento não


autorizado em lei, fundamento constitucional – art. 5.°,III e XLIX, legal arts. 240, §2.º,
284 e 292 do CPP, Súmula vinculante n.° 11 – STF:

• Submeter: significa sujeitar alguém a algo contra a sua vontade.

• Guarda: vigilância permanente.

• Custódia: é a detenção de alguém.

• Caso a vítima seja criança ou adolescente, aplica-se a regra do artigo 232 do ECA.

• Havendo dolo em aplicar sofrimento físico ou mental, de forma intensa ocorrerá o


crime de tortura.

• c) – deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de


qualquer pessoa, fundamento constitucional, art. 5.°, LXII e art. 306 do CPP;
• “Imediatamente” – corresponde a um período de 24 horas.

• A ausência de comunicação pode, dependendo do caso concreto, configurar mera


irregularidade.

• A comunicação dolosa a juiz incompetente configura o crime em pauta.

• Caso a vítima seja criança ou adolescente aplica-se o previsto no art. 231 do ECA,

• Crime omissivo próprio, não admite tentativa.

• d) – deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja
comunicada, fundamento constitucional –art. 5.° LXV e art. 310, CPP.

• Se a vítima for criança ou adolescente, aplica-se a regra do artigo 234 do ECA.

• O tipo penal visa proteger o cidadão, submetendo a prisão ao controle judicial.

• Mais recentemente foi implementado o instituto da audiência de custódia, que tem o


mesmo objetivo.

• e) – levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida
em lei, fundamento constitucional –art. 5.°, LXVI e art. 323 e 324 do CPP e os previstos
na Lei. 8.072/90.

• Levar a prisão é crime comissivo.

• Nela deter é crime omissivo.

• Podem ser sujeito ativo do crime: a autoridade policial e judicial competente.

• f) – o ato lesivo da honra, ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando


praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal, fundamento
constitucional, art. 5.°, caput e inciso X e art. 37 da CF;

• Abuso de poder significa ir além do limite legal;

• Desvio de finalidade significa dissociar-se do interesse público.

• Sem competência legal – quando o agente pratica ato que não é de sua atribuição.

• g) – prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou medida de segurança,


deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade. Princípio constitucional violado art. 5.º, LIV.

• Se a vítima for criança ou adolescente aplica-se a regra do art. 235 do ECA.

• Penalidades aplicadas à autoridade

• Sanção penal – pena de detenção de 10 (dez) dias a 6 (seis) meses e multa.

• A pena de multa obedece a regra da parte-geral do CP.


• Aplica-se o sistema trifásico na dosimetria da pena.

• Aplica-se, nas sanções administrativas o princípio da proporcionalidade.

• “Perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo de até 3 (três) anos”;

• Penas autônomas

• §4.° do art. 6.° - “As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas
autônoma ou cumulativamente” .

• Trata-se de penalidade penal.

• §5.° “Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar,
de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não
poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa,
por prazo de 1 (um) a 5 (cinco) anos”.

• CONCEITOS

• “É um adjetivo que qualifica o crime que por sua natureza causa repulsa, revolta,
indignação. É considerado sádico e cruel”.

• Juridicamente – “Não se considera hediondo o crime por sua gravidade objetiva, ou


por seu modo ou meio de execução, ou pela finalidade do agente, mas sim aquele
definido de forma taxativa pelo legislador ordinário”.

• Critérios de fixação dos crimes hediondos:

• a) – Legal – definidos em lei (pelo legislador);

• b) – Judicial – definido pelo juiz, em razão do caso concreto (circunstâncias,


consequências e finalidade do agente).

• c) – Misto – congregação dos critérios anteriores.

• O Direito Penal brasileiro adotou o critério legal, portanto, taxativo não incluindo os
crimes militares.

• Fundamento Constitucional – art. 5.°, XLIII – “a lei considerará crimes inafiançáveis e


insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo
os mandantes, os executores e os que podendo evitá-los se omitirem”.

• Obs. Não há crime com o nome de “terrorismo”, tal conduta está prevista no art. 20 da
Lei n.° 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional).

• Art. 1.°, caput – “São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no
Decreto - lei n.° 2.848/40 – Código Penal, consumados ou tentados”:
• I – “homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, §2.°. I, II, III,
IV, V, VI e VII – Lei n.º 13.142/2015)”.

• GRUPO DE EXTERMÍNIO

• Grupo de extermínio não se confunde com Associação criminosa, pois a lei não definiu
um número mínimo de participantes e tem finalidade específica. É crime
condicionado.

• “O que caracteriza a atividade típica de grupo de extermínio é a indeterminação do


sujeito passivo do homicídio, pois o agente mata a vítima não pelas suas qualidades e
condições individuais e pessoais, mas sim em razão de a vítima pertencer a um
determinado grupo ou classe social, religião, raça etnia, orientação sexual etc.

• O homicídio privilegiado qualificado não é compatível com a hediondez, não pode


haver confronto entre circunstâncias subjetivas e objetivas.

• Art. 1.°, caput, II – “latrocínio (art. 157, §3.°, in fine)”. Não importando se a morte é
decorrente do dolo ou da culpa (crime qualificado pelo resultado).

• Obs: – haverá latrocínio consumado, mesmo que a morte se efetiva e a subtração não;
haverá tentativa de latrocínio se a morte a a subtração não se efetivarem; haverá
tentativa de latrocínio se a subtração se consuma e a morte não.

• Art. 1.° caput, III – “extorsão qualificada pela morte (art. 158, §2.º)”.

• Obs. A Lei 11.923/2009 inseriu o § 3.° no artigo 158 que tipificou o chamado sequestro
relâmpago que, por absoluta falta de previsão legal não pode ser considerado como
crime hediondo, aplicando lhe, somente, as penas do art. 159, §§ 2.º e 3.°.

• Art. 1.° caput, IV – “extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159,
caput e §§ 1.°, 2.° e 3.°)”.

• Art. 1.° caput, V – “estupro (art. 213, caput e §§ 1.° e 2.°)”, redação dada pela Lei n.°
12.015/09.

• Art. 1.º, caput, VI – “estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1.°, 2.° e 3.°)”.

• Art. 1.°, caput, VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1.°).

• Trata-se de crime contra a saúde pública.

• Crime de perigo e preterdoloso.

• “Epidemia” – é a propagação de uma doença, atingindo um grande número de


pessoas, em uma determinada região mediante disseminação de germes patogênicos.

• Art. 1.°, caput, VII –B – “falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos


destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput, e § 1.°-A, §1.°-B, com
redação dada pela Lei n.° 9.677/98)”.
• VIII – favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput e §§ 1.º e 2.º.

• Art. 1.°, parágrafo único – “Considera-se também hediondo o crime de genocídio


previsto nos arts. 1.°, 2.° e 3.° da Lei n. 2.889/56, tentados e consumados”.

• “Genocídio” – “significa destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial


ou religioso”.

• Obs. Não são considerados hediondos os crimes de genocídio motivados por ordem
política ou econômica.

• Equiparados ou assemelhados
a hediondos

• Tanto na CF, no art. 5.º XLIII e o art. 2.º da Lei n.º 8.072/90, equiparam à crimes
hediondos, pois têm o mesmo tratamento, os crimes de: tortura, terrorismo e tráfico
de drogas.

• Não são considerados hediondos, pois em razão do princípio da taxatividade e da


impossibilidade de interpretação extensiva, não se admite a ampliação.

• Consequências Penais e Processuais da Lei dos Crimes Hediondos (art. 2.º lei
8.072/90):

• a) – Insuscetibilidade de anistia, graça e indulto. Exclui da clemência Estatal os autores


de crimes hediondos e alguns assemelhados.

• Obs. O indulto teve a sua proibição pelo legislados ordinário.

• É constitucional a vedação do indulto, pois tem a mesma natureza jurídica da graça, ou


seja é causa de extinção da punibilidade.

• Outro argumento que justifica a proibição é que o indulto ( total ou parcial) é uma
espécie de graça, só que aplicada de forma coletiva.

• Anistia – é o esquecimento jurídico do ilícito e tem por objetivo fatos e não pessoas.

• Graça – é um benefício individual de requerimento do interessado.

• Indulto – é o benefício coletivo concedido espontaneamente pelo Presidente da


República.

• Obs. O termo “graça” tem sentido amplo abrangendo, também, o indulto e


consequentemente a comutação.

• Fiança – a sua proibição tornou-se sem finalidade, pois não há vedação a liberdade
provisória.

• A liberdade provisória, anteriormente proibida, foi autorizada em virtude da edição da


Lei n.° 11.464/07,
• Art.2.°, §1.° - “A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado”.

• Progressão de Regime – A Lei n.° 11.464/07 alterou o art. 2.° da Lei n.° 8.072/90,
permitiu, assim, a progressão de regime (§2.°) após o cumprimento de 2/5 da pena se
primário, e 3/5 se reincidente.

• Obs. No silêncio da Lei, em relação à reincidência, conclui-se que não se exige a


reincidência específica.

• Súmula Vinculante n.° 26 – “Para efeitos de progressão de regime no cumprimento de


pena por crime hediondo ou equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2.º da Lei n.° 8.072 de 25 de julho de 1990, sem prejuízo
de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do
benefício, podendo determinar para tal fim, de modo fundamentado, a realização de
exame criminológico”.

• Obs. O regime fechado independe do quantitativo da pena aplicada em concreto,


(assunto controverso).

• A inconstitucionalidade reconhecida pelo STF, diz respeito ao §2.º e não todo o artigo
2.º.

• O STJ considera inconstitucional a regra contida no art. 2.º, §1.º da Lei 8.072/1990,
com redação dada pela Lei 11.464/007, pois viola o princípio da individualização da
pena e da proporcionalidade penal. Deve-se, portanto considerar na dosimetria da
pena os seguintes elementos: quantidade da pena imposta; circunstâncias judiciais
(favoráveis ou desfavoráveis); agravantes e atenuantes, causas de aumento ou
diminuição da pena e aplicar o regime correspondente.

• Substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos

• O STF, após o julgamento do HC n.º 82.959/SP passou a admitir a substituição da pena


privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, aplicando a regra contida no CP.

• O STJ passou a adotar a mesma posição do STF.

• Obs. O art. 3.°: “A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,


destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade,
cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade
pública”

• Suspensão condicional da pena (SURSIS) – não há vedação expressa na Lei de crimes


hediondos, portanto a doutrina e a jurisprudência vêm admitindo tal instituto.
Mormente após a declaração de inconstitucionalidade do art. 2.º da lei em comento.

• No entanto a Lei de Drogas (11.343/06) veda expressamente a concessão de tal


instituto.
• Possibilidade de apelar em liberdade – Art. 2.°, § 3.° - “Em caso de sentença
condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em
liberdade”. Tal prisão somente deverá ocorrer caso esteja presente qualquer dos
requisitos da prisão preventiva.

• A Lei n.° 11.719/2008 revogou o artigo 594 do CPP, abolindo a norma que impunha o
recolhimento do réu à prisão, para apelar.

• Art. 2.°, §4.° - “A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n.° 7.960/89, nos crimes
previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogáveis por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade”.

• Há entendimento que vencido o prazo da prisão temporária, o preso deve,


independentemente de ordem de soltura, ser imediatamente colocado me liberdade,
(não é pacífico tal entendimento).

• Prisão domiciliar – Não existe mais a proibição de prisão domiciliar, uma vez que é
permitido a progressão de regime.

• Livramento condicional – a Lei 8.072/90, em seu art. 5.º alterou o artigo 83 do CP


inserindo o inciso V, in verbis: “cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
condenação por crime hediondo , prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza”.

• O art. 6.° alterou as penas dos artigos 157, §3.°, 159, caput e §§ 1.°, 2.° e 3.° [...].

• Delação premiada (eficaz) – art. 7.° - “Ao art. 159 do Código Penal fica o seguinte
parágrafo”:

• §4.° - “Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à


autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a
dois terços”. Alterado pela Lei n.º 9.269/96 e aplica-se somente ao crime previsto no
art. 159 do CP.

• Formação de quadrilha ou bando (associação criminosa, Lei 12.850/14 para pratica de


crimes hediondos ou assemelhados - a pena prevista no art. 288 do Código Penal, será
de três a seis anos de reclusão, art. 8.°.

• A pena da associação criminosa será de três a seis anos de reclusão quando tratar de
crimes hediondo ou equiparados, exceto no caso de drogas.

• Haverá, ainda, a redução de 1/3 a 2/3, ao agente pertencente à uma quadrilha ou


bando, (associação criminosa) que a denunciar possibilitando o seu
desmantelamento, art. 8.°, parágrafo único.

• Obs. Exige-se a demonstração do nexo causal entre a delação e o desmantelamento da


quadrilha ou bando.
• Havendo concurso entre algum crime praticado pela quadrilha ou bando (associação
criminosa) e esta a redução da pena recairá somente nela.

• Conceito: "decorre de qualquer ato pelo qual dores e sofrimento agudos, físico ou
mentais são infligidos intencionalmente a uma pessoa".

• “Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou


degradante [...] ”. Declaração universal dos direitos do Homem, (10/12/48) artigo 5º e
o Pacto San José da Costa Rica.

• Previsão constitucional:

• C.F. art. 5º- III: “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante”.

• Competência

• Será da justiça comum, federal ou estadual.

• De acordo com o art. 129, IV da CF, será da Justiça Federal quando houver violação a
algum bem, interesse ou serviço da União Federal.

• O fato de o autor ser funcionário federal, não autoriza a Justiça Federal processar o
feito.

• Havendo crime qualificado pelo resultado, a competência é do juízo do resultado, ou


seja qualificador.

• Aplica-se a regra do CPP, no tocante a competência.

• Tortura praticada por militar a competência será da Justiça Comum, pois não há crime
de tortura previsto no Código Penal Militar.

• Havendo conexão entre um crime de tortura e um homicídio, a competência será do


Tribunal do Júri.

• O crime de tortura deixa vestígio, portanto deve, a vítima, ser submetida à exame de
corpo de delito, ou na impossibilidade qualquer outro meio de prova em direito
admitido.

• Art. 5.° inciso XLIII - "...a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem".

• Art. 1.º Lei 9.455/97 “Constitui crime de tortura”:

• I – “constranger alguém com o emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe


sofrimento físico ou mental”:
Constranger significa tolher liberdade de alguém anulando por completo a sua
voluntariedade.

Violência – agressão física;

Grave ameaça – intimidação promessa de um mal injusto.

Sofrimento físico ou mental – é o sofrimento exasperado, desnecessário.

a) – “com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa”;

• Tortura- prova: contém um elemento subjetivo do tipo (especial, fim de agir ou dado
específico).

• Não se exige que a informação ou declaração almejada pelo agente seja de cunho
criminal.

• Obtendo-se a informação invade a seara relativa às provas obtidas por meios ilícitos.

• Quando a tortura for moral, busca-se provar por meio de testemunha.

• Pode ocorrer dupla passividade: a vítima da tortura e outra pessoa que fornece a
informação ou declaração.

• b) – “para provocar ação ou omissão de natureza criminosa”;

• Tortura como crime meio - trata-se de norma incriminadora em que deve ser
observado rigorosamente o princípio da reserva legal. Isenta de pena à vitima da
tortura, caso pratique o crime.

• No caso ocorre a coação moral irresistível que promova a autoria mediata e a


inexigibilidade de conduta diversa.

• Se o constrangimento for para a prática de contravenção penal, o fato será atípico


para a tortura.

• O coator responderá pelo crime de tortura em concurso material com o crime


praticado pelo coagido.

• c) – “em razão de discriminação racial ou religiosa”.

• Tortura racial ou discriminatória - a Lei prevê apenas a discriminação racial ou


religiosa.

• O tipo exige uma especial motivação do agente que também tem a natureza de
elemento subjetivo do tipo.

• O motivo determinante do crime é a discriminação.

• O tipo penal não vincula a tortura a uma conduta específica da vítima, mas o verbo:
“constranger” significa determinar que se faça ou deixe de fazer alguma coisa.
• A Lei prevê, nas três alíneas, como objetividade jurídica a proteção da dignidade
humana e secundariamente a incolumidade física e psíquica da pessoa, bem como a
sua liberdade e a segurança da ordem jurídica.

• As três hipóteses deste inciso são de crime material e comum.

• Sujeito ativo – crime comum.

• Sujeito passivo – qualquer pessoa.

• Consumação: ocorre com o sofrimento físico ou mental da vítima, independentemente


da ocorrência do resultado pretendido .

• Tentativa: trata-se de crime plurissubistente.

• Crime de forma livre.

• A tortura absorve (princípio da consunção) a lesão corporal leve, o constrangimento


ilegal e a ameaça, absorve ainda os crimes dos artigos 322 (violência arbitrária), artigo
350, Caput e inciso III (exercício arbitrário ou abuso de poder), artigo 3º, alínea “h”,
artigo 4º, alínea “b”, ambos da Lei n.º 4.898/65.

• Art. 1.° caput II –”submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.

• Trata-se de “tortura castigo ou tortura pena” .

• Submeter - significa subjugar ou sujeitar alguém.

• Objeto jurídico – a dignidade, a liberdade e a integridade física da pessoa.

• Há um conflito aparente de normas entre o tipo em estudo e o art. 136 do CP.

• Guarda – vigilância permanente;

• Poder – decorre do exercício de cargo ou função pública;

• Autoridade – está ligada às relações privadas, como: poder familiar, tutela e curatela.

• Crime próprio, material, de forma livre, doloso, exigindo a presença do elemento


subjetivo do tipo e de dano (em regra).

• Tentativa – somente na modalidade comissiva.

• Absorve o crime de maus tratos (art. 136, crime de perigo), entre outros.

• Art. 1.° § 1.º - “Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
não previsto em Lei ou não resultante de medida legal” .

• Objeto jurídico – a liberdade e a dignidade humana e a integridade física.


• Fundamento legal – art. 5.°, XLIX, art., art. 38 do CP, art. 40 da LEP.

• Sujeito ativo – crime comum (qualquer pessoa).

• Sujeito passivo – preso ou sujeito a medida de segurança (resultante de medida legal).

• Elemento normativo "ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal“.
Encontrados na LEP e CP.

• Não exige o emprego de violência ou grave ameaça e pode ser praticado por omissão,
ou na forma comissiva.

• Crime doloso, material de forma livre e plurissubsistente.

• § 2º do artigo, 1º: “aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-la ou apura-los, incorre na pena de detenção”. de 1 a 4 anos.

• Artigo 5º, XLIII “...por ele respondendo os mandantes, os executores e os que,


podendo evita-los se omitirem.

• No caso da garantia constitucional não se exige do agente uma posição de garantidor.

• A omissão disciplinada no §2º do artigo 1º da Lei em comento, também é omissivo


próprio.

• Este dever não é o mesmo exigido do garantidor previsto no artigo 13 §2º que trata da
relevância da omissão.

Trata-se de crime próprio uma vez que o sujeito ativo tem que ter o dever de evitar ou de
apurar o crime, no entanto, tratando-se do dever de apurar o crime, o sujeito ativo somente
poderá ser o funcionário público.

• Sujeito passivo – qualquer pessoa.

• Crime doloso, formal, de dano ou perigo e unissubistente.

• Em razão do princípio da especialidade não se aplicam os arts. 319 e 320 do CP.

• A apuração dos fatos vão desde a sindicância, inquérito policial, conselho de disciplina
e processo administrativo disciplinar.

• Formas Qualificadas Art. 1.° § 3.°

• “Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de


quatro a dez anos , se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos”.

• Se presente o animus necandi, o fato enquadrar-se-á em homicídio previsto no artigo


121 § 2º, inciso III do CP.

• poderá ocorrer o concurso material dos crimes de homicídio e tortura.

• Não se aplica a qualificadora ao § 3.°.


• Causas de aumento de pena art. 1.° § 4.°

• “Aumenta-se a pena de um sexto até um terço”:

• I – se o crime é cometido por agente público;

• O elemento normativo “agente público” corresponde a definição do artigo 327 do CP,


ou, ainda, o art. 5.° da Lei 4.898/65.

• Não se aplica ao §.2°, quando o autor for agente público.

• A lei não exige que o agente esteja no exercício da função, devendo, portanto, haver
nexo causal com ela.

• II – “se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,


adolescente ou maior de sessenta anos”.

• Criança, a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze
e 18 anos de idade (Lei 8.069/9 ECA).

• No caso de gestante a proteção recai, também, ao feto e exige que o agente conheça
tal condição.

• A deficiência pode ser física ou mental.

• O maior de 60 (sessenta) anos, vítima da tortura, foi acrescentado pelo Estatuto do


Idos (Lei 10.741/03

• III – “se o crime é cometido mediante sequestro”.

• Engloba o cárcere privado, como faz o artigo 148 do CP.

• A privação de liberdade deve ser juridicamente relevante e usada como meio para a
prática da tortura.

• Poderá ocorrer o concurso material entre o crime de tortura e o crime de sequestro ou


cárcere privado.

• Difere do art. 148 §2.º.

• As causas de aumento de pena poderão ser aplicadas às formas qualificadas.

• Efeitos da Condenação

• Art. 1.° §.5.° - “A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada”.

• Trata-se de efeito extrapenal, secundário, genérico e automático.

• A interdição para o exercício de cargo emprego ou função pública, refere-se a outra


função, cargo ou emprego público.
• Não há limite de pena para a aplicação deste dispositivo.

• É vedado constitucionalmente qualquer efeito da condenação de caráter perpétuo.

• Tratando-se de agente do crime, funcionário público, incidem os dois efeitos da


condenação. Mesmo reabilitados, “é vedada a reintegração na situação anterior”, (art.
93 § único CP).

• Podendo, no entanto, após ultrapassado o dobro do prazo da pena aplicada concorrer


ao cargo, função ou emprego público.

• Art. 1.° §6.° - “O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia”.

• Graça é o perdão individual e o indulto o perdão coletivo, portanto trata-se do mesmo


instituto, sendo vedado a sua concessão (?).

• Não há vedação de liberdade provisória.

• Art. 1.º § 7.° - “O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do §2.°,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado”.

• Este dispositivo encontra-se prejudicado, pois a Lei 11.464/07 permitiu a progressão


de regime aos crimes hediondos e assemelhados.

• Ocorreu, tacitamente, a inaplicabilidade da Súmula n.° 698 do STF,

• Princípio da Extraterritorialidade
Art. 2.°

• “O disposto nesta lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira”.

• Trata-se, portanto, de extraterritorialidade incondicionada, quando a vítima for


brasileira e condicionada quando o agente encontrar-se no território brasileiro.

• Revogou, a Lei, o artigo 233 do ECA.

• Introdução ( parte-geral)

• Crimes contra a ordem tributária – são aquelas condutas delituosas praticadas contra
o Sistema Tributário Nacional (CF capítulo I Título VI).

• Infrações tributárias - são infrações que derivam das normas que disciplinam a
instituição e a cobrança de tributos. São chamadas de normas de direito tributário
material.

• Infrações penais – As infrações penais no âmbito dos tributos são conhecidas como
delitos fiscais.
• Delito fiscal – “é a violação das normas jurídicas materiais ou formais, qualificadas
pela exacerbação da nocividade das respectivas condutas”.

• Tributo compreende: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos


compulsórios e contribuições especiaia ( Art. 5. CTN c/c 148/149 CF.

• Está representada pelo descumprimento da obrigação tributária, isto é, a ação ou


omissão contrária ao direito.

• “Via de regra, envolve o emprego de manobras que por si sós constituem crime, tais
como a falsidade material, ideológica ou o uso de documentos falsos, o que denota
maior gravidade das condutas”.

• “As infrações tributárias são punidas com sanções objetivas que afetam
prioritariamente o patrimônio do infrator”.

• “Os delitos fiscais são punidos com sanções subjetivas de caráter pessoal, previstos na
legislação penal e quase sempre privativa de liberdade”.

• Sonegação Fiscal – “É a ocultação dolosa, mediante fraude, astúcia ou habilidade, do


reconhecimento de tributo devido ao poder público”

• Evasão fiscal – “consiste na verdadeira fraude fiscal, em que o agente se utiliza de


manobras fraudulentas com a finalidade de suprimir ou reduzir tributo. Traduzindo-se
em ação ou omissão.

• Elisão fiscal –caracteriza-se como o conjunto de práticas envidadas por pessoas físicas
ou jurídicas, destinadas ao planejamento e realização de suas atividades de tal forma a
incidirem a menor tributação possível”.

• Os impostos terão caráter pessoal e serão graduadas segundo a capacidade econômica


do contribuinte. Portanto, poderá ser invocada a exclusão de ilicitude do estado de
necessidade ou a exclusão de culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa,
demonstrando, para tanto, a impossibilidade de fazer o pagamento do tributo.

• O artigo 142 determina: que a apuração do crédito tributário encontra-se submetido


ao princípio do devido processo legal, sendo nulo qualquer despacho ou decisão que
contrarie este princípio.

• O CTN estabelece que não havendo recolhimento do tributo nos prazos fixados, o
crédito tributário se constitui com a lavratura do Auto de Infração ou com a
Notificação de Lançamento, ficando suspensa sua exigibilidade até que sejam
decididos os recursos administrativos.

• O crime de sonegação fiscal é crime material é o que depreende do comando legal do


artigo 1.º da Lei 8137/90.

• Delação Premiada – art. 16 parágrafo único, possibilita a redução da pena de 1/3 a 2/3
ao coautor ou partícipe que, cometido o crime em quadrilha (associação criminosa) ou
coautoria (concurso de pessoas), por meio de confissão espontânea revelar à
autoridade policial ou judicial toda trama delituosa.

• Trata-se de uma causa de diminuição de pena.

• Não exigiu eficácia na delação.

• É circunstância de caráter pessoal.

• Parcelamento do crédito tributário e a extinção da punibilidade, Lei n.º 12.382/2011

• Disciplina a representação fiscal para fins penais nos casos em que houve
parcelamento do crédito tributário;

• Art. 83 (Lei no 9.430/96. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes
contra a ordem tributária previstos nos arts. 1.º e 2.º da Lei n.º 8.137, de 27 de
dezembro de 1.990, e o crimes contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e
337-A do Decreto Lei n.º 2.848, de 7 de sezembro de 1940, (Código Penal), será
encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera
administrativa, sobre a exigência final do crédito tributário correspondente.

• § 1o Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário, a representação


fiscal para fins penais somente será encaminhada ao Ministério Público após a
exclusão da pessoa física ou jurídica do parcelamento.

• § 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no


caput, durante o período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com
o agente dos aludidos crimes estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de
parcelamento tenha sido formalizado antes do recebimento da denúncia criminal.

• § 3o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão


punitiva.

• § 4o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no caput quando a pessoa física


ou a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos
débitos oriundos de tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de
concessão de parcelamento.

• § 5o O disposto nos §§ 1o a 4o não se aplica nas hipóteses de vedação legal de


parcelamento.

• Extinção da punibilidade (continuação)

• “Haverá a extinção da punibilidade mesmo que o pagamento seja realizado depois do


recebimento de denúncia, em qualquer fase do processo” (STF, HC 89.794/SP, 2.ª
Turma, j. 19.06.2007).

• Há entendimento Doutrinário que havendo o parcelamento do débito antes do


recebimento da denúncia, seria o caso de extinção da punibilidade. Tal entendimento
se baseia no instituto da novação de dívida.
• As consequências do REFIS ( Lei n.º 10.684/03) alcançam apenas os crimes referentes
à sonegação fiscal e não os conexos.

• Súmula Vinculante n.º 24 – “ Não se tipifica crime material contra a ordem tributária,
previsto no art. 1.º, incisos Ia IV, da Lei n.º 8.137, antes do lançamento definitivo do
tributo”.

• Só a autoridade administrativa tem competência exclusiva de dizer se o título é devido


ou não.

• Impõe, ainda, a suspensão da prescrição até o julgamento definitivo no âmbito


administrativo. STF – HC 81611/DF p. Dj 13 maio. 2005; STF 2.ª Turma HC n.º
85.329/SP Dj. 15.dez.2006 p.109.

A consumação dos crimes tipificados no art. 1.º, por serem materiais, dependem do
lançamento definitivo do crédito tributário, portanto a ausência de tal lançamento pode
promover a decadência (quinquenal) impedindo a condenação por crime de sonegação fiscal.

“[...] a situação do paciente encontra guarida na nova orientação jurisprudencial da Suprema


Corte, no sentido de que o processo criminal encontra obstáculos na esfera administrativa tão
somente quando se discute do débito ou o quanto é devido” (STJ, HC 60.817/SP;
2006/0125674-1.

• Havendo concurso de crimes contra a ordem tributária e outro que não seja, a
ausência de lançamento definitivo do crime de sonegação, não impede o
prosseguimento da persecução penal em relação ao crime diverso, o mesmo
acontecendo no caso de suspensão por parcelamento do tributo devido.

• Se o agente com uma única conduta der causa à supressão ou redução a diversos
tributos, haverá concurso de crimes. Ex. a expedição de uma única nota fiscal falsa que
permite suprimir ou reduzir: ICMS, COFINS e etc. STJ HC 34347/RS – Hamilton
Carvalhido – DJ 09-10-2006.

• “De acordo com o verbete n. 609 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, é


incondicionada

• Princípio da insignificância – conforme o artigo 20 da Lei 10.522/2002, com redação


determinada pela Lei 11.033/2004, serão arquivados, sem baixa na distribuição, os
autos de execuções fiscais de débitos inscritos como dívida ativa da União inferiores a
R$ 20.000,00

• Dos crimes em espécie

• Sujeito ativo – é o contribuinte. Se a lei estabelecer substituto tributário, este será o


sujeito ativo do crime. Considerando, também, todos que tenham participação nos
atos delituosos definidos na Lei.

• “Contribuinte”: qualquer pessoa que tenha relação direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador.
• O CTN define outros tipos de responsáveis que poderão ser sujeito ativo do crime em
pauta: o susbtituto tributário e o responsável tributário, arts. 121 e 128 e o terceiro
responsável, art. 134.

• Denúncia nos crimes societários: a denúncia deverá descrever o fato criminoso sem a
exigência de individualizar a conduta do agente com todas as circunstância. Não
poderá, entretanto deixar de descrever o nexo de imputação, a vinculação mínima do
agente no concurso para a prática do delito permitindo o exercício do contraditório e
da ampla defesa.

• A responsabilidade penal recairá sobre os dirigentes das pessoas jurídicas. O que não
impede que estas sejam responsabilizadas administrativamente, no caso, a aplicação
de multa ou interdição de direitos

• Não se admite a responsabilidade objetiva. É necessário aplicar a teoria unitária ou


monista de crimes.

• Não basta constar no contrato social como sócio ou diretor.

• O artigo 11 da Lei 8.137/90 assim aduz:

• “Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os
crimes definidos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua
culpabilidade”.

• Sujeito passivo – é o Estado ( Fazenda pública: federal; estadual e municipal).

• Objeto jurídico protegido pela lei – os interesses estatal vinculados à arrecadação de


tributos devidos à Fazenda Pública. Protege-se o erário público, a fé pública e a
administração pública.

• Objeto material – vem representado pelo tributo, contribuição ou qualquer acessório


reduzido ou suprimido por uma das condutas previstas em cada tipo penal.

• Elemento subjetivo – é o dolo, no desejo de suprimir ou reduzir tributos ou


contribuições, ou, ainda, eximir-se total ou parcialmente de pagamento de tributos.

• Competência – Depende do sujeito passivo, (do delito fiscal). Súmula 122 do STJ,
“compete a Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de
competência federal e estadual, não se aplicando a regra do artigo 78,II, a, do CPP”.

• Prisão e liberdade provisória – De acordo com o artigo 325 §2.º do CPP. (Revogado
pela Lei 12.403/11).

• Dos Crimes Praticados por Particulares Contra a Ordem Tributária

• Artigo 1.º - “Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo ou
contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas”:
• Objeto jurídico – A tutela do erário público, buscando preservá-lo de manobras
fraudulentas ou de falsidades.

• Acessórios – é o que está junto a alguma coisa sem dela fazer parte. Neste caso
considera acessório os juros de mora.

• “Observam-se, nas condutas do referido artigo, manobras intencionalmente dirigidas a


iludir a administração tributária, produzindo uma falsa imagem da realidade.

• Elemento normativo – “tributo e contribuição social”:

• a – Tributo – “são as receitas derivadas que o estado recolhe do patrimônio dos


indivíduos, baseando no seu poder fiscal, mas disciplinado por meio de normas legais”
Ruy Barbosa Nogueira;

• b – Contribuição social – “são tributos, uma vez que devem necessariamente


obedecer ao regime jurídico tributário. Revestem-se de natureza jurídica de imposto,
de taxa ou de contribuição de melhoria, conforme hipóteses de incidência e base de
cálculo que tiverem” Roque Carrara.

• Consumação –Trata-se de crime material que se consuma quando vence o prazo para
o recolhimento do tributo sem que o contribuinte o faça, ou quando o agente realiza o
recolhimento do tributo de forma reduzida.

• Tentativa – é possível, uma vez que se trata de crime material ( plurissubsistente),


exceto na modalidade de suprimir que em sua maioria é crime omissivo.

• Concurso de crimes: A absorção dos crimes de falso só ocorrerá quando este for
utilizado como crime-meio para o crime de sonegação fiscal.

• Obs. O pagamento do débito fiscal não impede o prosseguimento da ação penal se o


agente está sendo denunciado por crime de falsificação de documentos e seu uso em
processo fiscal.

• Inciso - I – “Omissão de informação ou prestação de declaração falsa às autoridades


fazendárias”.

• Objeto jurídico – o erário público.

• Sujeito ativo – O contribuinte, pessoa física, sujeito passivo da obrigação fiscal que
tem o dever de informar ou prestar declarações às autoridades fazendárias.

• Sujeito passivo – O estado representado pela Fazenda Pública Federal, estadual ou


municipal.

• Elemento subjetivo – é o dolo exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo (dolo


específico) com a finalidade de suprimir ou reduzir tributo ou contribuição social.
• A incompatibilidade entre os rendimentos informados na declaração de ajuste anual e
valores movimentados no ano calendário caracteriza a presunção relativa de omissão
de receita. STJ Resp. 792.812 – RJ e RHC 20.438-SP 2/2012

• Consumação – crime material, omissivo, ou comissivo..

• Tentativa – é admissível na modalidade de prestar declaração falsa. No modalidade


omissiva não se admite a tentativa.

• Inciso II – “Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo


operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela Lei fiscal”.

• Trata-se de um desdobramento do inciso I.

• Ex : nota vasada (meia nota). Fiscalização tributária: atividade desempenhada pelos


agentes públicos com atribuição fisacalizatória.

• Objeto jurídico – a tutela do erário público.

• Sujeito ativo – o contribuinte, a pessoa física.

• Sujeito passivo – O Estado representado pela Fazenda Pública federal, estadual ou


municipal.

• Norma penal em branco – os documentos ou livros exigidos devem ser definidos pela
legislação federal, estadual ou municipal.

• Elemento subjetivo – é o dolo exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo


(finalidade).

• Consumação – Trata-se de crime material.

• Tentativa – pode haver, mas que por si sós já seria punido como crime consumado (
art. 2.º da Lei em comento).

• Inciso III – “falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável”.

• Falsificar significa fabricar ou fazer uma contrafação.

• Alterar: mediante uma adição, alteração ou supressão de elementos.

• Admite-se a interpretação analógica: “ou qualquer outro documento”.

• “Operação tributável: que gera receitas para os cofres públicos”.

• Objeto jurídico – sujeito ativo e sujeito passivo já demonstrado no item anterior.

• Objeto material – é a nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualquer


documento similar.
• Elemento subjetivo – é o dolo exigindo, para tanto, a presença do elemento subjetivo
do tipo ( finalidade).

• Consumação – ocorre com a efetiva vantagem obtida, trata-se de crime material.

• Tentativa – admite-se em tese se fracionável o iter criminis.

• .

• Inciso IV – “elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou


deveria saber falso ou inexato”.

• Objeto material – é o documento falso ( falsidade material ou ideológica( art. 232 do


CPP) ou inexato.

• Visa coibir o comércio e a circulação de documentos que podem servir de meio para a
fraude tributária.

• Há um conflito aparente de normas entre o art. 172 do CP e o tipo em pauta. (objeto


jurídico diverso, dolo diverso)

• Elemento normativo – “documento” está definido no artigo 232 do CPP.

• Dolo direto ou eventual.

• Consumação – ocorre com a efetiva elaboração, distribuição, fornecimento, emissão


ou utilização do documento falso ou inexato,

• Tentativa – admite-se em tese.

• Inciso V – “negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento


equivalente, relativa a venda de mercadorias ou prestação de serviços, efetivamente
realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação”.

• Objeto jurídico – é a atividade administrativa.

• Obs. – Negar, no caso, é afirmar a inexistência, recusar.

• “Documento equivalente”: interpretação analógica.

• Elemento subjetivo – é o dolo, exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo (


finalidade) que é a de suprimir ou reduzir tributo ou contribuição.

• Consumação – ocorre com a prática de qualquer uma das modalidades de conduta


previstas, não se exigindo para o seu reconhecimento que haja sonegação de tributo.

• Conduta comissiva: negar e fornecer; conduta omissiva: deixar de fornecer.

• Tentativa – Admitida na modalidade comissiva

• Parágrafo único – “A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10


(dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor
complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência,
caracteriza a infração prevista no inciso V”.

• Objeto jurídico – protege o trabalho de fiscalização, pois muitas vezes os fiscais


necessitam de outros documentos afora as notas fiscais.

• Consumação – Trata-se crime omissivo próprio de desobediência.

• Tentativa – não se admite em razão de ser crime omissivo.

• Obs. A exigência supra deve ocorrer no momento da fiscalização. Tal requisição deve
ser feita por escrito, por “notificação” determinando quais os documentos devem ser
apresentados.

• STJ – crime material, Resp. 1.113.460-SP.

• Art. 2.ª – Declaração falsa ou omissão de declaração.

• “Constitui crime da mesma natureza:

• Inciso I –“fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou
empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de
tributo”;

• Empregar outra fraude – interpretação analógica.

• Declaração – prestar as informações referentes aos fatos geradores da obrigação


tributária.

• Obs. Os crimes previstos nos cinco incisos do art. 2.º são formais. Detenção de seis
meses a dois anos e multa.

• Objeto jurídico – é o erário público.

• Sujeito ativo– é o contribuinte pessoa física,

• Sujeito passivo - é o Estado representado pela fazenda pública federal, estadual ou


municipal.

• As condutas descritas só terão relevo penal quando forem feitos para que o
contribuinte venha a eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento do tributo.

• Elemento subjetivo – é o dolo exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo (


dolo específico).

• Consumação – Crime formal, basta apenas a conduta com a finalidade determinada.

• Tentativa – é admissível, desde que o crime seja plurissubistente.

• Omissão no recolhimento de valor de tributos ou contribuição social.


• Inciso II – “deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,
descontado ou cobrado na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria
recolher aos cofres públicos”;

• Ex. – imposto de renda retido na fonte, IOF, ICMS.

• “O comerciante que retém valor do ICMS omitindo-se em recolhê-los aos cofres


públicos, comete o delito de sonegação fiscal, na forma do art. 2.º, II da Lei 8.137/90”

• O sujeito ativo) é mero substituto tributário, retendo o imposto devido de terceiros e


assumindo, por imposição legal, a obrigação de recolhê-lo aos cofres públicos.

• Difere do art. 168-A do CP que é exclusivamente aplicado no caso de recolhimento da


Previdência Social.

• Consumação – corre com o decurso do prazo legal estabelecido para o recolhimento


aos cofres públicos.

• Tentativa – não se admite.

• Exigência, pagamento ou recolhimento de percentagem sobre parcela de imposto ou


contribuição.

• Inciso III – “exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário,


qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou reduzida de imposto ou de
contribuição como incentivo fiscal”.

• Elemento normativo: “incentivo fiscal” – é a redução da carga tributária, renunciando


à receita, em troca de atividade de seu interesse.

• Obs. - Os incentivos fiscais poderão ser apresentados sob a forma de isenções,


reduções, favores, estímulos ou devolução de imposto pago.

• Sujeito Ativo - O tipo penal abrange instituições financeiras públicas ou privadas que
arrecadem parcelas correspondentes à incentivos fiscais. A pena privativa de liberdade
recairá sobre a pessoa física responsável pela instituição.

• Consumação – na modalidade exigir trata-se de crime formal, nas demais o crime é


material.

• Tentativa- é perfeitamente possível, dependendo da modalidade.

• Inciso IV – “ deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal


ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento”.

• Objeto jurídico – a tutela do erário público. No particular aspecto da correta aplicação


dos incentivos fiscais.

• Na conduta incriminadora há uma verdadeira apropriação indébita do incentivo fiscal.

• Sujeito ativo – é o beneficiário do incentivo fiscal.


• Sujeito passivo – é o Estado e secundariamente , a entidade beneficiária do incentivo
fiscal concedido.

• Na modalidade “aplicar” trata-se de norma penal em branco.

• Elemento subjetivo – é o dolo.

• Consumação – com a realização de qualquer uma das modalidades descritas no tipo.

• Tentativa – somente na modalidade comissiva.

• Utilização ou divulgação indevida de programa de processamento de dados.

• Inciso V – “utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao


sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela
que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública”.

• Objeto jurídico – a proteção das informações contábeis, prestadas ao Fisco e, ainda a


sua integridade.

• Trata-se do denominado crime de contabilidade paralela, dupla, ou, ainda caixa dois,

• Sujeito ativo – é o contribuinte, sujeito passivo da obrigação tributária, e também o


terceiro que se utiliza ou divulga programa de processamento da dados, de forma
indevida.

• Sujeito passivo – é a entidade de direito público lesada.

• Elemento objetivo – a conduta está representada pelo verbo “utilizar” e “divulgar”


programa de processamento de dados.

• Se o agente utilizar software com intenção de suprimir ou reduzir tributo, a sua


conduta será tipificada no art. 1.º , I da Lei em comento.

• Elemento subjetivo – é o dolo exigindo, para tanto, a presença do elemento subjetivo


do tipo

• Consumação – crime formal.

• Tentativa – é possível quando fracionável o iter criminis.

• DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO

• Art.3.º - “ Constitui crime funcional contra a administração da ordem tributária, além


dos previstos no Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal (Título XI
Capítulo I)”:

• O sujeito passivo será sempre a entidade de direito público arrecadadora do tributo.


Na hipótese do inciso I o contribuinte prejudicado será o sujeito passivo secundário.

• Aplica-se o conceito de funcionário público estatuído no art. 327 do CP. (norma penal
em branco).
• Inciso I – “ Extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha
a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente,
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social”.

• Objeto jurídico – a normal andamento da administração tributária ( Fazenda Pública).

• Tipo misto alternativo ( ação múltipla).

• Sujeito ativo – trata-se de crime próprio.

• Aplica-se a teoria unitária ou monista de crimes.

• Crime material, exigindo o resultado naturalístico; “acarretando o pagamento indevido


ou inexato”.

• Quando o pagamento indevido ou inexato não ocorre ou ocorre em favor do Estado


aplica-se a regra contida no artigo 314, pois o crime em pauta e um crime praticado
contra a ordem tributária e não um afigura típica de proteção ao contribuinte.

• Na modalidade “extraviar” o crime é permanente; na modalidade “inutilizar” a


consumação ocorre com a inutilização total ou parcial; na modalidade “sonegar” a
consumação ocorre com a exigência legal de apresentar o objeto material.

• Trata-se de tipo penal misto, ou de conteúdo variado, nas modalidades: sonegar e


inutilizar e cumulativo na modalidade: extraviar e sonegar ou inutilizar.

• Inciso II - “exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,


ainda que fora da função ou antes de iniciar o seu exercício, mas em razão dela,
vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou
cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente”.

• Sujeito ativo – crime próprio de funcionário público encarregado de lançamento ou de


cobrança de tributos ou contribuição social.

• Sujeito passivo – é o Estado (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Autarquias)


no particular aspecto da administração tributária.

• Crime formal, doloso (exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo)

• Nos crimes dos incisos I e II a pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

• “patrocinar, diretamente ou indiretamente, interesse privado perante a administração


fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público”. Pena – reclusão de 1 (um)
a 4 (quatro) anos, e multa.

• Obs. A pena cominada fere o principio da proporcionalidade comparando-se o delito


em pauta com o do art. 321 do CP.

• Patrocinar significa proteger, defender o interesse privado, facilitar, beneficiar.


• Elemento normativo – “interesse privado”: qualquer ganho ou meta do particular,
lícito ou ilícito, justo ou injusto.

• A caracterização do crime ocorre somente no caso em que o interesse privado esteja


em confronto com o interesse da administração fazendária.

• Objeto jurídico – a moralidade (probidade) da administração pública, fazendária.

• Crime próprio. Doloso, formal.

• Sujeito passivo - é o Estado (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Autarquias)


no particular aspecto da administração tributária.

• Aspectos Gerais

Art. 256 CTB - “A autoridade de trânsito, na esfera das suas competências estabelecidas
neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as
seguintes penalidades:

• I – advertência por escrito;

• II – multa;

• III – suspensão do direito de dirigir;

• IV – apreensão do veículo;

• V – cassação da Carteira Nacional de Habilitação;

• VI – cassação da permissão para dirigir;

• VII – frequência obrigatória em curso de reciclagem.

• §1.º - A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide às punições
originárias de ilícitos decorrentes de crime de trânsito, conforme disposições de Lei”.

• Obs. A cassação do documento de habilitação quando condenado judicialmente por


delito de trânsito não impede ao condutor habilitar-se novamente, desde que
passados dois anos da cassação, obrigará, para tanto, à submissão de todos os exames
necessários à habilitação, (art. 263, III, §2.º CTB).

• Trata-se de efeito extrapenal da condenação, automático independe de motivação


expressa na sentença

• Aplicam-se, subsidiariamente, aos crimes definidos no CTB (Código de Trânsito


Brasileiro) as normas gerais do Código Penal, do Código de Processo Penal e da Lei n.º
9.099/95, desde que esta não disponha de forma contrária, Art.291.

• § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74,
76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
• I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;

• II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de


exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não
autorizada pela autoridade competente;

• III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h


(cinqüenta quilômetros por hora).

• § 2.º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito
policial para a investigação da infração penal, (ação penal pública incondicionada);

• Nos crimes de lesão corporal culposa são cabíveis a composição civil, art. 74, a
transação penal, (art. 76), a suspensão condicional do processo art. 89 e a
representação, art. 88.

• O conceito de Veículo automotor está no art. 4º da Lei n. 9.503/97 “todo veículo a


motor de propulsão que circule por seus próprios meios... Abrange portanto os
automóveis, caminhões, Vans, motocicletas, motonetas, quadriciclos, ônibus, inclusive
os elétricos, desde que não circule em trilhos, micro-ônibus e etc.

• Trânsito – conceito- “ocorre em vias terrestres abertas à circulação de pessoas,


veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação,
parada, estacionamento e operação de carga ou descarga”.

• São vias terrestres: as urbanas e rurais, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as


passagens, as estradas e as rodovias. Consideram-se, também, para efeitos do CTB as
praias abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios
constituídos por unidades autônomas.

• A via pública pode ser do Poder público ou do particular, mas a via não pode ser
privativa do particular, porque daí o fato será atípico, pois não há acesso ao público.

• Rua ou passagem interna de área comum de condomínio é via pública.

• Não é considerado via pública – quando a via for privativa do particular,


estacionamentos particulares, interior de garagem da própria residência, interior de
fazenda particular, pátio de posto de gasolina e os estacionamentos de shoping
centers.

• Art. 292 – “A suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir


veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou
cumulativamente com outras penalidades”.

• Não confundir a pena restritiva de direitos previstos no art. 47, inciso III do CP,
(suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos) com a penalidade
prevista no CTB em seu art. 292.

• A duração da pena será de 2 meses a cinco anos (art. 293).


• Aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade a penalidade do art. 292
e 294 não inicia seu cumprimento enquanto o sentenciado estiver recolhido em
estabelecimento prisional (art. 293, § 2º CTB).

• Execução da pena de suspensão ou proibição de dirigir – (art. 293, § 1º CTB) – o réu


será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas a permissão, ou a
carteira de habilitação. Caso não o faça incidirá no crime do art. 307 do CTB.

• Medida Cautelar (art. 294 CTB)

• “Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a


garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público, ou ainda mediante representação da autoridade
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção”.

• Caberá Recurso em Sentido Estrito, sem efeito suspensivo, da decisão que decretar a
suspensão ou a medida cautelar ou da que indeferir requerimento, para tanto.

• Reincidência Específica

• Art. 296. “Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz
aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo
automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis”.

• Tal reincidência não se confunde com a penalidade de suspensão ou proibição da


permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor que está expressa nos arts.
302, 303, 306, 307 e 308 do CTB. Esta não exige à reincidência e são aplicados
conjuntamente com a pena privativa de liberdade, e, em alguns casos
concomitantemente com a pena de multa.

• Não há compensação de culpas;

• Admite-se, contudo, a concorrência de culpa, sendo que esta poderá influir na


aplicação da pena;

• A culpa exclusiva da vítima elide a responsabilidade criminal do condutor;

• Não se admite a presunção de culpa;

• “A pena de suspensão ou proibição de se obter habilitação ou permissão para dirigir


veículo automotor deve guardar proporção com a gravidade do fato típico, observadas
as circunstâncias judiciais, atenuantes e agravantes, no limite fixado no art. 293 do CTB
(STJ, HC 112.536/MS/ 2009).

• Multa Reparatória - art. 297 CTB

• “Consiste no pagamento mediante depósito judicial em favor da vítima e seus


sucessores de quantia calculada com base no § 1º do art. 49 do CP. Determina ainda
que a sua aplicação decorrerá sempre que houver prejuízo material resultante do
crime e que o seu valor não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no
processo (art. 297, § 1º CTB)”.

• Não se confunde com a prestação pecuniária do art. 43, I do CP.

• A incidência da multa reparatória fica restrita aos crimes tipificados nos arts. 302, 303
e 304 do CTB uma vez que somente neles existe a figura do ofendido.

• Não é efeito automático é preciso estar expresso na sentença até porque o juiz terá
que apontar o seu valor. Não é efeito genérico mas específico porque só se aplica a
alguns delitos previsto no CTB.

• Não se confunde ainda com a pena pecuniária, prevista especificamente nos crimes
dos arts. 304 a 312 do CTB.

• A multa reparatória vale como antecipação de parte do valor devido, em decorrência


do dano material.

• A execução da multa segue o disposto nos arts. 50 a 52 do CP. A cobrança será feita
pelo próprio interessado porque este tipo de multa tem caráter reparatório sendo,
portanto legítimo o ofendido ou sucessor.

• O procedimento será o da execução fiscal regulado pela Lei n. 6.830/80. O devedor


deverá ser citado para em 10 dias pagar a multa reparatória.

• A cumulação da multa reparatória com a multa cominada no tipo legal é


perfeitamente possível, sem, contudo, representar bis in idem.

• Circunstâncias agravantes – art. 298 do CTB

• São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o
condutor do veículo cometido a infração:

• I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;

• dano potencial – equivale a perigo, portanto aplicável somente aos crimes de perigo
descritos no CTB;

• A segunda parte do dispositivo será aplicada quando ficar evidenciado que a conduta,
em caso de acidente provocaria danos externamente elevado do patrimônio de
terceiro.

• Quando se tratar dos crimes de homicídio e lesão corporal culposos que são crimes de
dano se o fato atingir duas ou mais pessoas, será aplicada a regra do concurso formal
(art. 70 do CP).

• II – Utilizando veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;


• Essa agravante não se aplica quando o próprio autor da infração de trânsito é quem
falsifica ou adultera as placas do veículo, hipótese em que haverá concurso material
com o delito do art. 311 do Código Penal.

• III – Sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação;

• Não se aplica ao crime, do art. 309, uma vez que estes constituem elementares do
delito. O mesmo ocorrendo com o delito do art. 310 do CTB, pois neste crime o sujeito
ativo não é o condutor do veículo.

• No caso dos crimes de homicídio e de lesão corporal culposos não se aplica tal
agravante, pois esta faz parte integrante da pena como causa de aumento.

• IV - Com permissão para dirigir ou carteira de habilitação de categoria diferente da do


veículo.

• Esta agravante não se aplica ao crime do art. 309, pois esta constitui em elementares
do tipo.

• V – Quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com transporte de


passageiros ou de carga.

• VI – utilizando veículo em que tenha sido adulterados equipamentos ou características


que afetem a sua segurança ou seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante.

• A Lei refere-se aos “motores envenenados”, pneus tala larga, frentes rebaixadas e etc.

• VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestre.

• PRISÃO EM FLAGRANTE – art. 301 do CTB

• “Ao condutor do veículo, nos casos de acidente de trânsito de que resulte vítima não se
imporá a prisão em fragrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral
socorro àquela”.

• Quem não prestou socorro responderá pelo crime de homicídio ou lesões corporais
culposas com acréscimo de um terço até a metade (art. 302 parágrafo único, inciso III).


CRIME DE HOMÍCIDIO E LESÃO CORPORAL CULPOSOS NO TRÂNSITO – art. 302/303

• Art.; 302 - “Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor”. Penas


detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

• Art. 303 – “Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor”. Pena
detenção de seis meses a dois anos... e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
• Causas de aumento de pena – a pena será aumentada de um terço à metade, se o
agente:

• I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

• II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

• III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;

• IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de


transporte de passageiros.

• Legislação Atual – Lei n.º 12.791/14

• Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

• Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a


permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

• § 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é


aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:

• I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

• II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

• III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;

• IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de


transporte de passageiros.

• § 2o Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em


razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística
ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor,
não autorizada pela autoridade competente:

• Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter a


permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

• Requisitos dos crimes

• a) - o agente deve estar conduzindo o veículo quando do fato. Será atípica para os fins
do CTB a conduta daquele que não estiver na direção do veículo;

• b) – veículo automotor – definido no art. 4.º da lei em comento;

• c) - Lugar do Crime – pode ser a via pública ou não, bastando que o crime seja
praticado na condução do veículo;
• d) – que o fato seja cometido por imprudência, negligência ou imperícia.

• Objeto jurídico - é a vida no homicídio culposo e a incolumidade física, na lesão


corporal culposa.

• Tipo objetivo – é um tipo penal aberto, devendo o juiz emitir um juízo de valor para
concluir se o agente atuou ou não com imprudência, negligência ou imperícia.

• a culpa decorre da inobservância do cuidado necessário ( negligência, imprudência e


imperícia).

• Sujeito ativo – crime comum e de quem estiver na direção de veículo automotor.

• Sujeito passivo – a pessoa que teve sua vida destruída ou sofreu lesão, de qualquer
natureza.

• Concurso de pessoas - É possível desde que exista violação de cuidado objetivo. Ex.
passageiro, que instiga o motorista a empregar velocidade excessiva.

• Não haverá participação nos crimes culposos, pois estes são tipos abertos.

• Participação dolosa em crime culposo – é perfeitamente possível.

• Não admite, no homicídio culposo, por ser a pena mínima superior a 1 ano a
suspensão condicional do processo, diferentemente do que acontece na lesão corporal
culposa

• No crime de lesões corporais culposas em face de não existir diferenciação da


gravidade das lesões para fim de tipificação da infração penal, deve a gravidade ser
considerada como circunstância judicial (consequência do crime art. 59 CP) no
momento da fixação da pena-base.

• Ressalvando entretanto, que na lesão corporal culposa a ação penal é dependente de


representação, enquanto que no homicídio culposo a ação é pública incondicionada.

• O crime de falta de Permissão ou habilitação para dirigir veículo fica absorvido pelo
crime de homicídio e lesões culposa em face do princípio da subsidiariedade.

• Omissão de socorro nos crimes de homicídio e lesões culposa – o agente não


responderá por concurso material de crimes – arts. 302/303 e 304 do CTB.

• Trata-se de crime material. É crime de dano efetivo depende, para a sua consumação
da ocorrência de uma lesão concreta.

• Não admite a forma tentada, pois é crime culposo.

• haverá concurso material quando as condutas ocorrerem em contexto fáticos,


distintos.

• A Lei n. 9.503/97 criou vários crimes que se caracterizam por uma situação de perigo
(dano potencial que fica absorvido quando ocorrer dano efetivo).
• Perdão Judicial - Por ser silente a Lei n. 9.503/97 aplica-se o previsto no art. 121, § 5º e
129, § 8º, em razão do que determina o art. 291 do CTB.

• No homicídio aplica-se o arrependimento posterior do art. 16 do CP, uma vez que a


violência é involuntária. O critério a ser usado, segundo posição unânime na doutrina é
o da presteza da reparação. Por outro lado, a reparação do dano antes do recebimento
da denúncia, na lesão culposa implica renúncia ao direito de representação (art. 74 da
Lei n. 9.099/95). Em ambos os casos a reparação após o recebimento da denúncia
aplica-se a atenuante genérica do art. 65, III, “c” do CP.

• JULGADOS

• Cabe ao Juizado Especial Criminal o processamento e julgamento do delito de lesão


corporal culposa cometido por policial militar, em serviço, contra civil (STJ).

• Segundo o STJ – “o crime de lesão corporal culposa no trânsito não absorve o delito de
embriaguez ao volante, pois a extinção da punibilidade de crime de lesão corporal
culposa, pela renúncia ao direito de representação, não afeta o crime de embriaguez
ao volante, eis que pelo princípio da consunção, o crime mais grave absorve o de
menor lesividade”.

“A lesão corporal culposa absorve o delito de dirigir sem habilitação em face da menor
lesividade do último. Assim, havendo a renúncia expressa ao direito de representação pelo
crime de lesão corporal culposa, não pode a majorante, decorrente da ausência de habilitação,
persistir como delito autônomo, devendo ser declarada extinta a punibilidade também do
crime de dirigir sem habilitação” (STJ HC 25.084/SP2004.

• Omissão de Socorro (art. 304 CTB)

• “Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato, socorro à


vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio
da autoridade pública” – pena detenção de seis meses a um ano, ou multa se o fato
não constituir elemento de crime mais grave.

• Parágrafo único – “Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda
que sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
instantânea ou com ferimentos leves”.

• Objeto jurídico – é a vida e a saúde das pessoas objetivando reduzir as consequências


do evento ao máximo possível. E, ainda, busca efetivar o exercício da solidariedade
humana.

• Sujeito ativo – crime omissivo (puro) próprio, só pode ser cometido por condutor de
veículo envolvido em acidente, sem culpa, com vítima, habilitado ou não.

• Crime subsidiário – é também requisito desse crime que o agente não tenha agido de
forma culposa, pois caso o tenha, o crime será o de homicídio ou lesões corporais
culposas com a pena aumentada (arts. 302 e 303 parágrafo único, II).
• Este crime fere o princípio da proporcionalidade.

• Sujeito passivo – é a vítima do acidente que necessita de socorro.

• Elemento objetivo do tipo – trata-se de crime omissivo puro (próprio) em cuja


conduta consiste em omitir assistência à vítima de acidente de trânsito.

• A omissão poderá ocorrer de duas formas:

• 1ª) imediata – consiste em deixar de prestar socorro imediato à vítima. Esse


dispositivo somente será aplicável caso o auxílio possa ser prestado sem que o agente
corra risco pessoal, ou seja, sem justa causa para negar o socorro.

• 2ª) Mediata – “deixar de solicitar auxílio a autoridade pública. O auxílio deve ser
pedido imediatamente após o acidente quando não seja possível prestá-lo por justa
causa.

• Consumação – consuma-se no momento da omissão.

• Tentativa – não é admissível por tratar-se de crime omissivo próprio.

• Parágrafo único – comentários:

• Socorro por terceiro – o condutor somente responderá pelo crime no caso da vítima
ser socorrida por terceiro quando a prestação desse socorro não chegou ao
conhecimento dele por já se haver evadido do local. Não será considerado crime o
fato, quando terceira pessoa se adianta ao condutor e presta socorro.

• Morte instantânea – no caso de morte instantânea, o dispositivo não é aplicado uma


vez que o delito não tem objeto jurídico. É posição jurisprudencial do STJ que diz: “É
necessário que se demonstre que a ação omitida impediria a produção do resultado”.

• Vítima de lesões corporais leves – este crime somente será aplicável quando apesar
dos ferimentos serem leves, esteja a vítima necessitando de algum socorro.

• FUGA DO LOCAL DO ACIDENTE – ART. 305

• “Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente para fugir à responsabilidade


penal ou civil que lhe possa ser atribuída” Penas – detenção de seis meses a um, ano
ou multa.

• Objeto jurídico – a administração da justiça e o interesse da vítima na reparação do


dano;

• Trata-se de crime de condutor que se envolveu em acidente, ao menos culposamente.

• Sujeito passivo – O Estado, responsável pela aplicação da justiça e a vítima.

• Crime doloso exigindo a presença do elemento subjetivo do tipo.

• Consumação – com as efetiva fuga do local do acidente.


• Pode existir o crime de evasão sem existir o crime de omissão de socorro no trânsito,
da mesma forma que é possível a existência do crime de omissão de socorro no
trânsito em concurso com a evasão do local.

• Segundo entendimento do STJ tal crime não admite a coautoria: “Conquanto não seja
possível a coautoria no delito de afastamento do local do acidente, é perfeitamente
admissível a participação, nos termos do Código Penal, art. 29 (STJ, HC
14.021/SP/2000.

• A participação é moral na modalidade: induzir ou instigar.

• É possível o concurso material entre este crime e outros do CTB, desde que o objeto
jurídico seja distinto.

• EMBRIAGUEZ AO VOLANTE – ART. 306

“Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência


de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

Pena: detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter
a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor ;

• §1.º - “As condutas previstas no caput serão constatadas por:”

• I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual


ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

• II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade


psicomotora.

• § 2o “A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de


alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova
em direito admitidos, observado o direito à contraprova”.

• § 3o “O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia


para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.”

• AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos alvéolos


pulmonares.

• ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar.

• Requisitos do Crime de embriaguez ao volante:

• a) – com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis)


decigramas. Ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; É
necessário prova cabal referente ao quantitativo de álcool, sob pena de atipicidade da
conduta;

• b) – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade


psicomotora.
• c) – sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência.

• Objeto jurídico – a incolumidade pública e a segurança no trânsito, (Art. 5.º caput, CF;
art. 1.º, 2.º e 28 do CTB.

• Sujeito ativo, qualquer pessoa que esteja na condução de veículo automotor,


habilitada ou não, desde que esteja nas condições determinadas pela lei.

• Sujeito passivo – é a coletividade (crime vago) que esteja ameaçada pela conduta do
agente.

• Trata-se de crime de perigo, bastando, para caracterizar o crime, a presença dos níveis
de alcoolemia e da presença de substância psicoativa.

• Crime doloso - ciente de estar nas condições exigidas para a caracterização do crime.

• Consumação – com a condução do veículo nas condições estabelecidas pelo tipo legal.

• Tentativa – é possível, em tese.

• Questões especiais:

• sujeito embriagado empurrando o veículo: não há crime, pois não o estava


conduzindo;

• sujeito embriagado conduzindo o veículo em ponto-morto (banguela): há crime, posto


que o veículo está sendo conduzido com maior perigo de dano;

• sujeito embriagado que coloca o veículo em movimento, conduz o veículo, mas não
aciona o motor (pegar no tranco): há crime, pois o veículo está sendo conduzido;

• sujeito embriagado que conduz veículo para “esquentar” o motor, para testar o carro
ou para estacionar o carro. Há crime.

• Infrações administrativas

• Art. 165 – “Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência:

• Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze)


meses.

• Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do


veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro
de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro.

• Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência


no período de até 12 (doze) meses.
• “Art. 276 - Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar
alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.

• Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for


apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação metrológica.”

• “Art. 277 - O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que


for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia
ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada
pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que
determine dependência.

• § 1o (Revogado).

• § 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante


imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo
Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras
provas em direito admitidas.

• Art. 307 – “Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou habilitação


para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código”

• Pena – detenção de seis meses a um ano e multa, com nova imposição de idêntico
prazo de suspensão ou proibição.

• Parágrafo único – “Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no
prazo estabelecido no § 1.º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação”

• Art. 308 – ““Participar, na direção de veículo automotor, em via pública de corrida,


disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente,
desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada” Pena detenção
de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.

• Objeto jurídico – a incolumidade pública e a segurança viária.

• Sujeito ativo – pode ser qualquer pessoa habilitada ou não.

• “quando a competição envolver dois ou mais veículos, haverá concurso necessário


entre os condutores”.

• DISPUTA EM COMPETIÇÃO AUTOMOBILISTICA NÃO AUTORIZADA


Legislação Atual – Lei n.º 12.791/14

• Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida,


disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade competente,
gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada:
• Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

• § 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza


grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a
6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

• § 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias


demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a
pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das
outras penas previstas neste artigo.

• Concurso de pessoas: respondem também pelo crime os participes: Copiloto,


promotores do evento; fiscais da competição. Respondem, ainda, os espectadores e
passageiros que estimulem a corrida (Art. 29 c/c 286 ambos do CP) – Incitação ao
crime.

• Sujeito passivo – principal – a coletividade trata-se de crime vago. Secundário as


pessoas vítimas do perigo de dano. Não há necessidade de vítima determinada.

• Objetividade do tipo (elemento objetivo) – a conduta consiste no verbo participar que


significa, envolver-se, tomar parte na direção de veículo automotor na via pública.

• Elemento normativo – disputa ou competição automobilístico – abrange: disputa em


velocidade por determinado percurso envolvendo dois ou mais veículos; tomada de
tempo entre vários veículos, ainda que a performance seja individual – disputa de
acrobacias (freadas, cavalos-de-pau, direção, no caso de motocicleta, sobre uma única
roda etc.).

• Consumação – dá-se com o início da participação que apresenta dano potencial a


incolumidade pública ou privada.

• Tentativa – em tese não se admite. Exceção: admite-se a tentativa no caso de os


agentes acionam os motores e são impedidos de movimentar os veículos.

• Elemento subjetivo – é o dolo abrangendo o conhecimento de que a conduta expõe a


perigo de dano a incolumidade pública ou privada. É possível o reconhecimento de
crime doloso, quando ocorrer o homicídio em razão do dolo eventual.

• Ação penal é pública incondicionada.

• Obs. Em regra o crime de dano absorve o de perigo, principalmente quando a conduta


é única e ofende o mesmo bem jurídico, prevalecendo o crime mais grave.

• DIREÇÃO DE VEÍCULO SEM PERMISSÃO OU SEM HABILITAÇÃO – ART. 309

• “Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano”. – Penas
– detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
• Objeto jurídico – a incolumidade pública e a segurança no trânsito.

• Crime comum

• Sujeito passivo – a coletividade e o Estado que tem o dever de manter a segurança no


trânsito.

• Para a caracterização do crime é exigível que o agente não possua a permissão para
Dirigir ou a habilitação.

• Habilitação vencida a mais de 30 (trinta) dias configura o crime em pauta.

• Conduzir veículo de categoria diferente a determinada em sua habilitação, também


caracteriza o crime.

• Se a habilitação for falsa o condutor responderá pelo crime em pauta em concurso


material com o crime de uso de documento falso.

• Dirigir ciclomotor sem autorização não configura o crime em pauta, (art. 141 CTB).

• Exige-se, ainda que a direção ocorra de forma irregular causando perigo de dano.

• Crime doloso.

• Consumação – com a direção de forma irregular.

• Tentativa, em tese não é admitida, podendo no caso concreto ser identificada.

• Súmula 720 do STF – “O artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama
decorra do fato perigo de dano derrogou o art. 32 da Lei da Contravenções Penais no
tocante à direção sem habilitação em vias terrestres”.

• Entrega de Veículo Automotor a Pessoa impossibilitada de dirigir – art. 310

• “Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada,


com a habilitação cassada ou com direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por
seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de
conduzí-lo com segurança”. Pena – detenção de seis meses a um ano ou multa”.

• Objeto jurídico – a incolumidade pública e a segurança no trânsito.

• Crime comum.

• Sujeito passivo – a coletividade e o Estado.

• Crime doloso.

• Consumação – no instante em que o agente entrega ou confia a direção a uma pessoa


que se encontre numa das situações descritas no tipo penal e esta coloque o veículo
em movimento.

• Tentativa – em tese é possível.


• Velocidade Incompatível – art. 311

• “Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,


hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos,
ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de
dano”.

• Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

• Objeto jurídico – a incolumidade pública a segurança no trânsito.

• Crime comum.

• Sujeito passivo – a coletividade e o Estado.

• “Não se exige que a prova seja feita por meio de radares ou equivalente, podendo as
testemunhas atestar o excesso”.

• Crime doloso.

• Consumação – no exato instante do emprego da velocidade incompatível num dos


locais indicados, gerando perigo de dano.

• Ocorrendo acidente que resulte em dano, ficará absorvido o crime em pauta.

• Inovação Artificiosa no Trânsito – art. 312

• “Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico, com vítima, na


pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou
processo penal o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o
agente policial, o perito, ou o juízo”.

• Pena – detenção de seis meses a um ano ou multa.

• Objeto jurídico – a administração da justiça.

• Crime comum.

• Sujeito passivo – a administração da justiça.

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