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LIVRO I
1. Como podemos conceituar e diferenciar pré história de história?
O termo Pré-história foi criado em 1851 e pretendia designar o período da vida da espécie humana
anterior à invenção da escrita. A história seria estudada, portanto, a partir do momento em que surgiram os
primeiros documentos escritos.
10. Qual era o papel do Faraó dentro do contexto social no Egito Antigo?
Faraó era considerado um deus vivo, com autoridade absoluta, apenas altos dirigentes e chefes de
províncias podiam questionar algumas ordens do faraó. Abaixo do faraó a sociedade era dividida em
dominantes e dominados.
pedras dura e metais preciosos. Mas eles moravam em casas de tijolo cru, modestas. Logo templos e túmulos
resistiram e quase todas suas cidades desapareceram, restando apenas cacos de cerâmica. Eram politeístas.
Egípcios não eram muito filosóficos, desenvolveram o seu saber para resolução de problemas práticos como
construção, enfermidades, contabilidade e estações agrícolas.
• Química: manipulação de substâncias químicas surgiu no Egito e deu origem á fabricação de remédios e
composições. Palavra química vem de kemi, terra negra, do egípcio.
• Matemática: foi desenvolvida devido as transações comerciais e a necessidade de padronização de pesos e
medidas. Desenvolveram a álgebra e a geometria.
• Astronomia: orientava a navegação e atividades agrícolas. Também desenvolveram a Astrologia.
• Medicina: devido ao respeito pelos mortos, cadáveres não eram dissecados, mas mumificação permitia tais
estudos. Médicos especializavam-se em diferentes partes do corpo. Apesar disso a medicina era ligada a magia.
Tratamentos variavam desde livro velho fervido com azeite até excremento de crocodilo.
desprendimento proposta pelos taoistas. A sua teoria baseava-se num critério mais realístico, onde a prática do
comportamento ritual daria uma possibilidade real aos praticantes de sua doutrina de viverem em harmonia.
Confúcio não pregava a aceitação plena de um papel definido para os elementos da sociedade, mas sim que
cada um cumprisse com seu dever de forma correta. Já o condicionamento dos hábitos serviria para temperar
os espíritos e evitar os excessos. Logo, a sua doutrina apregoava a criação de uma sociedade capaz,
culturalmente instruída e disposta ao bem-estar comum.
18. Quem eram os fenícios dentro do contexto social, econômico, geográfico, religioso e cultural?
A fenícia, terra de marinheiros e comerciantes, ocupava uma estreita área, com aproximadamente 40
km de largura, entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do Líbano. O solo montanhoso da Fenícia não era
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favorável ao desenvolvimento agrícola e pastoril. Vivendo como que espremido em seu território. o povo
fenício percebeu a necessidade de se lançar ao mar e desenvolver o comércio pelas cidades do Mediterrâneo.
Era muito encruzilhada de rotas comerciais, o escoadouro natural das caravanas de comercio que vinham da
Ásia em direção ao Mediterrâneo. A Fenícia era, na verdade, um conjunto de Cidades-Estado, independentes
entre si. Algumas adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho de Anciãos.
As cidades fenícias disputavam entre si e com outros povos, o controle das principais rotas do comércio
marítimo. No século 4 a.C., as cidades fenícias perderam de vez sua importância comercial após serem
invadidas pelo império de Alexandre, o Grande.
22. Como o império persa administrou os povos conquistados sob o contexto de suas diversidades?
O sistema administrativo persa foi um dos mais eficientes da Antiguidade Oriental. O Império Persa
era governado por uma monarquia absoluta teocrática. Possuía quatro capitais: Susa, Persépolis, Babilônia e
Ecbátana. Dario I enfrentou diversas rebeliões dos povos dominados. A fim de combater as rebeliões, Dario I
dividiu o Império Persa em 20 províncias denominadas Satrápias, e nomeou sátrapas, altos funcionários reais,
para administrá-las. Com a intenção de não dar poderes absolutos aos sátrapas, nomeou para cada província um
general e um secretário subordinados diretamente ao sátrapa.O sátrapa era responsável pela arrecadação dos
impostos em seu território. Uma parte dos tributos ele usava para manter a administração e o exército, a outra,
ele enviava para o rei. Para evitar traições, Dario I, enviava fiscais reais às Satrápias, conhecidos como “os
olhos e os ouvidos do rei”, para fiscalizá-los. Para garantir o controle do império, o rei possuía um poderoso
exército e mandou construir uma rede de estradas ligando os grandes centros, que lhe permitiram mandar seus
funcionários ou o exército de um extremo ao outro com relativa facilidade. A mais famosa era estrada real, que
ia de Susa até Sardes, na Ásia Menor, com uma extensão de 2500 quilômetros.
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LIVRO II
Elas surgiram por volta do século VIII a.C. As duas pólis mais importantes da Grécia Antiga foram: Esparta e
Atenas.
34. Fale sobre a ascensão, apogeu e declínio das cidades estado gregas.
As polis surgem no século VIII a.C. e atingem seu apogeu nos séculos VI e V a.C. Anteriormente, as
pessoas se reuniam em pequenas aldeias (comunidade gentílicas agrícolas denominadas “genos”) com terras de
uso coletivo, as quais floresceram durante o período homérico.
A expansão demográfica e do comércio foram as principais causas para o surgimento da Polis, que
incluía o campo e a cidade (centro). Foram, portanto, essenciais para fortalecer a organização dos membros da
sociedade grega.
A polis era controlada por uma oligarquia aristocrática e possuía uma organização própria e, portanto,
independência social, política e econômica. A organização social da polis era constituída basicamente por
homens livres (os cidadãos gregos) nascidos na polis, mulheres, estrangeiros (metecos) e escravos.
A decadência da civilização grega iniciou-se a partir das Guerras do Peloponeso, quando os gregos
lutaram contra os gregos. As origens do conflito estão no descontentamento geral, sobretudo de Esparta, em
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relação à supremacia ateniense. Esparta era aristocrática e estava determinada a manter sua organização sem
interferências ou influencias atenienses. Atenas, democrática e também poderosa guerreira, estava disposta a
impor suas ideias e princípios. Entre 431 e 417 a.C., as várias cidades-Estados gregas se envolveram num
penoso conflito que ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso. Após a vitória na Batalha de Egos Pótamos,
os espartanos empregaram uma política de ação imperialista sobre as demais cidades-Estados da Grécia. Com
isso, novos conflitos se desenvolveram e esgotaram o poderio militar dos gregos, que se tornaram presa fácil
para as invasões promovidas pelo rei Felipe II da Macedônia.
36. Quem eram os helênicos dentro do contexto cultural, religioso, político, militar e intelectual?
O império alexandrino caracterizou-se por levar também a cultura grega (chamada helênica) para todas
as regiões que conquistou. Caracterizou-se também por integrar os elementos das culturas conquistadas, como
aqueles da cultura persa (da qual Alexandre era um grande admirador), com os elementos da cultura grega. Esse
processo construiu um mundo novo, ecumênico e integrado na Antiguidade que recebeu o nome de Helenismo
ou Período Helenístico. A cultura helênica foi assimilando e absorvendo os valores das culturas conquistadas,
ao passo em que também inseria nessas as suas características, como o racionalismo e a articulação política
aberta.
Muitas cidades, como Alexandria, no Egito, tornaram-se grandes centros culturais no período
helenístico, acomodando saberes científicos, filosóficos, religiosos e literários de imenso valor. Até mesmo
durante o período de domínio do Império Romano, a cultura helenística persistiu, tornando-se a base da
formação dos homens durante muitos séculos.
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38. Fale sobre a História de Roma sob o ponto de vista histórico e mitológico.
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a
mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os
amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba
Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma. De acordo com os historiadores, a
fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da península itálica: gregos,
etruscos e italiotas.
Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade,
nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e
pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem
patrícia. A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes
diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.
39. Discorra sobre a estrutura política, econômica e social romana na monarquia e na república.
MONARQUIA
É um período caracterizado pelas lendas. A própria fundação da cidade no ano de 753 a.C. está ligada
à uma tradição: Enéias, que participou da guerra de Tróia, chega à Itália e funda uma cidade -ALBA LONGA.
Os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Éneias, foram abandonados no rio Tibre. Uma loba os amamenta.
Foram recolhidos por um pastor que os educa e, mais tarde fundaram a cidade de Roma. A história, porém,
atesta que Roma provavelmente surgiu como uma fortificação militar por volta do século VIII a.C. -para
defender-se dos povos etruscos.
A economia no período era baseada na agricultura e no pastoreio. A estrutura social era formada pelos
patrícios, que eram os grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e proteção dos patrícios e os
plebeus, que ocupavam a base da sociedade: artesãos, comerciantes e pequenos proprietários. Segundo a
tradição, houve em Roma sete reis, sendo que o último - Tarqüínio, o Soberbo foi expulso do poder em virtude
de seu despotismo. Com sua expulsão, inicia-se o período republicano em Roma.
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REPÚBLICA
A principal instituição de República romana será o Senado, responsável pela direção de toda política
romana. Formado por patrícios, que ocupavam a função de forma vitalícia, o Senado era o responsável pela
condução da política interna e da política externa. Escolhia os magistrados, que eram cargos executivos. Os
magistrados eram indicados anualmente e possuíam funções específicas de natureza judiciária e executiva. A
seguir as principais magistraturas de Roma:
- Consulado: magistratura mais importante, ocupado por dois militares. Um agia em Roma e outro fora de
Roma. Em casos de extrema gravidade interna ou externa, esta magistratura - como de resto, as outras também
- era substituída pela DITADURA -uma magistratura legal com duração de seis meses.
- Tribunos da plebe: representantes da plebe junto ao Senado. Possuíam o poder de vetar as decisões do Senado
que afetassem os plebeus, assegurando assim seus direitos.
- Questor: responsável pela arrecadação de impostos.
- Pretor: encarregado da justiça civil.
- Censor: zelava pela moral pública ( a censura) e realizava a contagem da população ( o censo ).
- Edil: cuidava da manutenção pública -obras, festas, policiamento, abastecimento.
Para completar a organização política, restam as Assembleias que eram em número de três:
- Assembleia Centuriata: a mais importante da República. Responsável pela votação de todas as leis.
Monopolizada pelos patrícios.
- Assembleia Tribunícia: composta pelas tribos de Roma. Aqui a votação era coletiva, pela tribo. O número
de tribos de patrícios era maior do que de plebeus.
- Assembleia da Plebe: uma conquista dos plebeus. Tinha por finalidade escolher os tribunos da plebe.
As leis votadas nesta assembleia serão válidas a todos os cidadãos, trata-se do plesbicito.
41. Como se dera a luta da plebe romana para acesso a direitos políticos e sociais?
A instauração da República em Roma, provavelmente em 509 a.C., fez com que o poder político se
mantivesse nas mãos dos patrícios. O fortalecimento do Senado e o exercício do poder executivo pelos
magistrados reproduziram a exclusão dos plebeus da vida política romana. Essa exclusão política e a exploração
econômica resultaram em inúmeros conflitos sociais em Roma, opondo patrícios e plebeus.
Os plebeus eram um grupo social composto por artesãos, comerciantes e camponeses, que constituíam,
assim, a imensa maioria da população romana. Com o desenvolvimento da sociedade e o enriquecimento dos
patrícios, os plebeus começaram a se organizar para tentar superar a situação social em que viviam. Inúmeras
rebeliões plebeias ocorreram na República.
O fato de a sociedade romana estar em constante guerra com seus vizinhos levou os patrícios a
convocarem os plebeus para serem soldados de seus exércitos. Além disso, os impostos cobrados dos plebeus
aumentavam, garantindo a riqueza dos patrícios. Por outro lado, aumentava o endividamento de muitos plebeus,
o que acarretava a mudança de situação social, passando a serem escravos de seus credores. Conscientes de sua
importância militar e buscando superar a exclusão política e a exploração econômica, os plebeus resolveram se
rebelar.
Em 494 a.C., os plebeus retiraram-se para um dos sete de Roma, o monte Aventino, recusando-se a
defender a cidade enquanto não fossem cedidos direitos políticos a eles. Sabendo que não poderiam se defender
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sem a participação dos plebeus, os patrícios resolveram ceder à pressão e criaram o Concilium Plebis, o
Tribunato da Plebe.
O Concilium Plebis era formado por dois magistrados (tribunos) representantes dos plebeus, que tinham
o poder de vetar ou de se opor às decisões dos cônsules e do Senado que poderiam prejudicar a plebe. Caso
uma decisão fosse vetada, não poderia mais ser colocada em prática. Em 471 a.C., o número de magistrados
plebeus aumentou para dez. Sua função consistia também em receber as reclamações dos plebeus que se
sentissem injustiçados, o que fazia com que suas casas ficassem abertas aos que os procuravam.
Mas as rebeliões plebeias não acabaram quando foi instituído o Concilium Plebis. Em 450 a.C., após
novas revoltas, os patrícios decidiram instituir a Lei das Doze Tábuas. Tal medida visava transformar em leis
escritas as leis que anteriormente eram transmitidas e conhecidas apenas oralmente. Era o primeiro código de
leis escritas em Roma e foi redigido por dez juristas, conhecidos como decênviros. A lei escrita dificultava que
os patrícios interpretassem as leis de acordo com suas conveniências, constituindo-se, assim, como uma vitória
para os plebeus.
Outra conquista dos plebeus com a Lei das Doze Tábuas foi o fim da escravidão por dívidas. Mas em
vez de fazer com que a vida dos plebeus melhorasse, as leis escritas acabaram favorecendo a República dos
patrícios, dos grandes proprietários de terras e dos grandes comerciantes, que continuaram a explorar os
plebeus.
Novas leis surgiram como consequência dos conflitos sociais entre patrícios e plebeus. Em 445 a.C.,
pela Lei Canuleia, foi legalizado o casamento entre patrícios e plebeus. Em 367 a.C., com as Leis Licínias, foi
possibilitado aos plebeus a partilha das terras conquistadas, sendo ainda estabelecido que um dos cônsules seria
de origem plebeia.
Conseguiram ainda formar suas próprias assembleias, decidindo sobre os assuntos de seus interesses.
A partir de 287 a.C., as decisões das assembleias plebeias tornar-se-iam leis, dando origem ao termo plebiscito.
Apesar de uma maior participação política e de uma menor distinção social, as diferenças econômicas,
entre ricos e pobres, e também as militares, entre os oficiais de alta patente e os soldados, mantiveram-se. Aos
poucos a camada mais rica dos plebeus, os nobilitas, passou a se assimilar à camada mais pobre dos patrícios.
Dessa forma, os Tribunos da Plebe acabaram se aproximando mais dos interesses patrícios que plebeus.
42. Qual a influência do conflito entre Roma e Cartago, no contexto da expansão do primeiro?
Após a revolta dos patrícios romanos[2], que levou à deposição do rei Tarquínio e a fundação da
República em 509 a.C., Roma gradativamente ampliou seu território até o início do século III a.C., quando
começou a esbarrar nos interesses comerciais de Cartago.
Nesta época a cidade de Cartago era a maior controladora do comércio do Mediterrâneo, transportando
e comercializando a maioria dos produtos de toda a região. Pelo seu parentesco com as cidades fenícias da costa
palestina, Cartago também comercializava os produtos vindos do oriente e do Egito. Enfim, os cartagineses
eram os maiores comerciantes da região. Eles tinham entrepostos comerciais — cidades dependentes ou aliadas
— espalhados por todo o Mediterrâneo, o que facilitava muito o domínio comercial.
Os romanos, apesar de já possuírem uma certa influência e alianças na costa mediterrânea, não estavam
satisfeitos com as limitações impostas pelo domínio dos cartagineses na ilha da Sicília, e aproveitaram o início
de um conflito para empreender a Primeira Guerra Púnica com o intuito de tomar o domínio completo na ilha.
Mas a guerra em si tem seus desdobramentos, e vamos falar deles agora.
A Primeira Guerra Púnica
Em 288 a.C. os mamertinos (mercenários que já haviam lutado ao lado de Siracusa contra Cartago)
resolveram tomar a cidade de Messina, na Sicília, que na época fazia parte do reino de Siracusa. Para manter
uma relativa paz, os mamertinos estreitaram seus laços comerciais com Roma e Cartago.
Quando o rei Hierão II chegou ao trono de Siracusa, decidiu retomar o controle de Messina e sitiou a
cidade. Os mamertinos então pediram ajuda a Roma e a Cartago (já perceberam que vai dar ruim, né? Pois é,
vai vendo).
Os cartagineses chegaram primeiro, reforçando as defesas de Messina, mas os romanos viram aí uma
oportunidade de expulsar os cartagineses — e suas influências comerciais — definitivamente da Sicília.
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43. Qual a forma exercida e influência do poder judiciário sobre a sociedade romana?
A cidade de Roma restou fundada por Rômulo no ano de 753 a.C., às margens do Rio Tibre, na
península Itálica. O fim do Império Romano se deu com a tomada de Constantinopla, capital do Império
Romano do Oriente, no ano de 1.495, pelos turcos otomanos, proporcionando o fim da Idade Média e o início
da Idade Moderna. Com um rápido olhar pela histórica antiga de origem dos povos, os romanos e gregos foram
os criadores da organização das cidades e dos povos com base na república e democracia. Para se regular toda
a vida romana, envolvendo mercadorias, informações, pessoas e etc., os romanos criaram um sistema legal que
serviu de alicerce para muitos ordenamentos jurídicos.
O Direito romano pode ser conceituado como um conjunto de normas jurídicas observadas na cidade
de Roma e também como um arcabouço de direito aplicado ao território do Império. Mesmo com a queda do
Império Romano do Ocidente (476 d.C.), o direito romano continuou a influenciar os povos ocidentais. A
história do direito romano abrange cerca de mais de mil anos, desde a Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim
Tabularum) até o Corpus Iuris Civilis por Justiniano (530 d.C.).
O poder político de Roma não obedecia à regra da tripartição de poderes. Dessa forma, a jurisdição
romana confunde atos de caráter executivo, administrativo e judiciário, havendo um fator comum a todas as
épocas da história do direito romano: os militares detiveram sempre a maior concentração de poder.
O surgimento do direito romano regulou toda a sociedade da época, expandindo-se para todas as
fronteiras, constituindo um dos maiores impérios que o mundo antigo conheceu.
44. Após as conquistas romanas quais eram as influências sociais e econômicas ocorridas?
A política de conquista iniciou-se no século V a.C. com as "Guerras Defensivas" , repelindo ataques de
etruscos, sabinos, equos e volscos e determinaram a conquista do sul da Etruria e da região do Lácio. No século
IV a.C. os romanos iniciaram uma política de conquista aproveitando-se do enfraquecimento de vários povos
que viviam na Península Itálica, sendo que esta já no final do século estaria completamente dominada. Essas
vitórias foram possíveis devido ao equilíbrio econômico da cidade, permitindo-lhe a manutenção de um exército
bem treinado, formado inclusive por homens de regiões anexadas.
Nas regiões conquistadas uma parte da terra era considerada terra pública ( ager publicus), que poderia ser
arrendada a pequenos proprietários ou explorada pelos patrícios que, na prática, apropriavam-se dessas terras,
ampliando a concentração fundiária.
As Guerras Púnicas
As Guerras Púnicas envolveram Roma, que já dominava toda a Península Itálica, e a cidade de Cartago,
cidade de origem fenícia no Norte da África, que controlava o comércio no Mediterrâneo ocidental. Roma
interessava-se pelo controle sobre a Sicília, grande produtora de trigo; terras da península Ibérica, produtora de
prata e pelo controle do comércio que estava nas mãos dos cartagineses. Cartago pretendia aumentar seu raio
de dominação econômica, desalojando os comerciantes gregos do Mediterrâneo. Os romanos venceram a
Primeira Guerra Púnica (264 -- 241 a.C.) e passaram a dominar a Sicília, a Sardenha e a Córsega. No final do
século venceram uma segunda Guerra Púnica ( 218 -- 201 a.C.) quando as tropas de Cipião, o africano
derrotaram Aníbal, famoso general cartaginês, obrigando os derrotados a entregar sua frota de navios e a
Espanha. Estava dominado o Mediterrâneo ocidental.
O exército fortaleceu-se, o comércio desenvolveu-se e gerou riquezas para Roma, que passou a atacar os
estados Helenísticos do Mediterrâneo Oriental, aos poucos conquistados durante o século II a.C. A terceira
Guerra Púnica (149 -- 146 a.C.) teve como pretexto o conflito entre os Cartago e a Numídia, aliada de Roma,
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foi responsável pela derrota definitiva de Cartago, e completamente arrasada pelos romanos, que passaram a
dominar o Norte da África e escravizaram cerca de 40 mil homens.
As conquistas foram responsáveis por importantes mudanças socioeconômicas -- alias bastante exploradas nos
vestibulares -- formou-se o modo de produção escravista e desenvolveu-se uma classe formada pelos homens
novos enriquecidos pelo comércio.
República em fazer frente às novas forças sociais em conflito - embora a ditadura fosse uma magistratura legal,
prevista nas leis romanas como um instrumento excepcional de governo.
Em meio a essa crise, formou-se uma aliança envolvendo Crasso e Pompeu, dois generais que se
fizeram eleger cônsules em 62 a.C. Paralelamente, entretanto, crescia a fama de Caio Júlio, também general,
que havia acabado de conquistar a Gália, detentor de um prestígio cada vez mais amplo junto à plebe romana -
e, notadamente, junto ao Exército.
Líder do chamado partido popular - uma entidade informal, mas que congregava os setores não ligados
à velha aristocracia patrícia -, Júlio era sobrinho e herdeiro de Mário, ex-ditador, detentor de imensa fortuna e
respeitado pelo Exército. Caio Júlio somou a esses elementos uma notável capacidade militar, responsável por
inúmeros triunfos, tão caros à mentalidade expansionista romana.
perseguição aos cristãos, que se recusavam a servir no exército romano. Mas nem isso impedia o cristianismo
de ganhar seguidores, tornando-se logo a crença mais popular no império. Constantino e Teodósio
popularizaram e oficializaram esta religião em Roma.
53. Quais sociedades surgiram na Ásia entre os séculos VII e XV? Fale sobre estas.
Muitas grandes civilizações e culturas existiram no continente asiático. O Judaísmo e o Cristianismo
foram fundados na Palestina. A cultura da antiga Israel foi estabelecida no segundo milênio a.C. Alexandre, o
Grande, conquistou o território que vai da atual Turquia ao subcontinente indiano no século IV a.C. O Império
Romano posteriormente controlaria partes da Ásia ocidental. Sucederam-se na Pérsia as dinastias aquemênida,
selêucida, parta e sassânida. Muitas civilizações antigas foram influenciadas pela Rota da Seda, que ligava a
China, a Índia, o Oriente Médio e a Europa. O hinduísmo e o budismo, que tiveram início na Índia, também
foram uma influência importante no sul e no leste da Ásia.
O Califado islâmico e outros Estados muçulmanos tomaram o Oriente Médio a partir do século VII e
posteriormente se expandiram para o subcontinente indiano e para a Insulíndia. As Cruzadas, tentativas da
Europa cristã de retomar dos muçulmanos a Terra Santa, sucederam-se a partir do século XII. O Império
Mongol conquistou boa parte da Ásia no século XIII, estendendo-se da China à Europa. O Império Russo
começou a expandir-se em direção à Ásia no século XVII, até controlar a Sibéria e a maior parte da Ásia Central
em fins do século XIX. O Império Otomano controlou a Turquia e o Oriente Médio a partir do século XVI. No
século XVII, os manchus conquistaram a China e estabeleceram a dinastia Qing, que declinou no século XIX
e foi derrubada em 1912.
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Admirador do monoteísmo (a crença em um só deus), ele criticava uma das maiores fontes de renda de
Meca: a peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais. Maomé passou a
pregar a crença num único deus, Alá, e reuniu suas mensagens num livro sagrado para os muçulmanos, o Corão.
Perseguidos em Meca, o profeta e seus adeptos fugiram para criar a primeira comunidade islâmica em Medina,
um oásis próximo. Essa migração forçada, conhecida como Hégira, marca o início do calendário muçulmano.
Aos poucos, o profeta atraiu cada vez mais seguidores até ter força para derrotar os rivais que o expulsaram de
Meca.
Usando como doutrina a nova religião – que assimilava tradições judaicas, combinada a conceitos
cristãos e ideais das tribos árabes -, ele conseguiu unificar toda a Arábia sob sua liderança. Após morrer, em
632, seu sogro Abu Bakr passou a conduzir a expansão do islamismo, que nos séculos seguintes se espalhou
pela Europa, Ásia e África, levado não apenas por árabes, mas também por outros povos convertidos.
57. Relacione a difusão do islamismo com o processo de unificação e expansão dos povos árabes.
No ano de 630 Maomé e seus seguidores ocuparam a cidade de Meca, destruíram os ídolos da Caaba,
símbolos do politeísmo, e assim fundou-se o Islão - Estado Teocrático dos crentes. Esse fato é considerado
como a unificação política e religiosa dos povos árabes, agora comandados pelo Califa.
O Expansionismo árabe iniciou-se logo após a morte de Maomé tanto em direção ao oriente como ao
ocidente. As conquistas islâmicas se ampliaram sob os califas Omíadas (661 - 750) e foram preservadas pelos
Abássidas, (750- 1258) apesar das diversas divisões políticas, iniciadas com a fundação do Emirado de Córdova
em 756.
O processo expansionista foi fulminante, estimulado por interesses em dominar rotas de comércio, pela
cultura do botim, pela Guerra Santa e também pela fraqueza dos adversários: O império Persa que desapareceu,
O império Bizantino, que foi reduzido, perdendo seus territórios na Palestina e norte da África, e os Reinos
Bárbaros da região do Magreb e da Península Ibérica, que foram derrotados. Na Europa, o expansionismo
muçulmano foi contido pelos Francos, na famosa Batalha de Poitiers em 732. Durante a Dinastia dos Abássidas
o comércio árabe atingiu grande extensão, destacando-se o comércio de especiarias com as Índias, as várias
rotas de contato com Constantinopla e as várias rotas do norte africano pelo interior, realizado por caravanas,
que traziam ouro para a cidade de Ceuta, objeto de interesse português no século XV.
Apesar da centralização política e religiosa, a história do império árabe caracterizou-se por várias
disputas pelo poder e consequentemente por divisões, de onde inclusive nasceram as duas seitas mais
importantes do Islamismo: sunitas e xiitas.
60. Quais as sociedades africanas desenvolveram-se se na África Subsaariana entre os séculos VII e XV?
Os negros que falavam as línguas bantos, cujas atividades econômicas eram a agricultura, e que sabiam
usar o ferro, ficaram conhecidos por realizarem uma das maiores correntes migratórias do mundo, ao longo de
três milénios, tendo espalhado línguas bantu (línguas nigero-congolesas) em praticamente toda a África
subsaariana.
Fizeram o deslocamento desde a área do que é hoje a República dos Camarões, indo para dentro das
florestas com povoamento escasso da África Central, e ali foram responsáveis pela introdução da atividade
agrícola e do trabalho de instrumentos de ferro. Depois que passaram cerca de mil anos, eles atingiram a parte
meridional, realizando a ocupação da quase totalidade do cone sul da África. Quando caminharam para a parte
meridional, povos caçadores foram encontrados pelos povos bantos, como os pigmeus, os bosquímanos e os
hotentotes. Os bantos se casavam com os caçadores, ou então os caçadores foram forçados a fazer a entrada
pela floresta ou pelo deserto do Calaari. Por certos povos, como os hotentotes, foi adotado o modus vivendi
banto e os hotentotes, propriamente ditos, foram convertidos em agricultores. Entretanto, à medida da
aproximação dos povos bantos em direção ao sul, iam ficando isolados do desenvolvimento das coisas
inventadas pelo homem no Norte da África e no Oriente Médio. Desde então, sempre se progrediram através
das próprias coisas que inventaram. Enquanto do deslocamento dos povos bantos em direção ao sul, outros
tiveram movimentação das savanas para as florestas do litoral da África Ocidental.
Continuou a circulação das ideias nas rotas comerciais rastreadas, através do Saara e no talvegue do rio
Nilo, do norte da África até a região logo na parte meridional do Saara. Além disso, a navegação feita pelos
comerciantes no mar Vermelho e do o golfo Pérsico até a região onde é hoje o Moçambique tem levado para
os povos do litoral oriental da África as notícias contando que o Norte da África estava se progredindo. As rotas
comerciais fizeram com que os povos logo na parte meridional do Saara se contatassem com o Império Romano.
A totalidade do Norte da África foi dominada pelo Império Romano após 30 a.C.
- Existência, em alguns países, de governos autoritários e corruptos. Infelizmente, estas características acabam
dificultando a resolução dos graves problemas sociais e econômicos enfrentados pela sofrida população destes
países;
- A maior parte destes países ainda sofre as consequências das injustiças do neocolonialismo e imperialismo
europeus da segunda metade do século XIX;
- Grande diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa.
encontravam estavam os gregos, os egípcios, os sírios, os semitas e os eslavos. Um dos pontos principais eram
as rotas comerciais que por ali passavam trazendo produtos dos mais variados tipos, tais como ouro, marfim,
trigo, mel, pimenta, porcelanas, canela entre outros. Por volta do ano 1000 a cidade chegou a ter uma população
de quase 1 milhão de habitantes e chegou a ser a cidade mais rica de toda a Europa. E 1453 foi tomada pelos
turcos e recebeu o nome de Istambul (islão em abundância), localizando-se atualmente na denominada Turquia
europeia.
Império Romano crescia, a atuação dos povos germânicos foi saindo do controle de Roma. Assim, alamanos,
francos e outros povos germânicos invadiram a Gália, Espanha e outras partes do Império a partir de 276.
Os povos germânicos eram chamados de bárbaros pelos romanos por não possuírem a mesma cultura
dos latinos e por não falarem latim. O termo, portanto, carrega um peso de preconceito dos romanos contra os
germânicos
A partir do século V, o Império Romano já não tinha mais controle das invasões dos germânicos: de
409 a 429, a Itália, Espanha e Gália foram invadidas por inúmeros povos; Roma foi saqueada pelos visigodos
em 410 e pelos vândalos em 455. Os vândalos posteriormente migraram para a Península Ibérica e, depois, para
o Norte da África. Alanos e suevos também atacaram a Península Ibérica, e anglos, junos e saxões atacaram a
Bretanha. O grande destaque das invasões foi dos hunos, liderados por Átila. Eles vinham da Ásia, na região
da atual Mongólia, e causavam pânico tanto nos romanos como em outros povos germânicos, que, muitas vezes,
fugiam dos hunos.
68. Dentro desse contexto fale do fortalecimento da igreja católica neste período.
A fundação de uma nova capital tinha um papel estratégico, já que havia uma pressão enorme das hordas
de bárbaros sobre a velha Roma, e outras cidades do Ocidente também poderiam ser alvos fáceis desses ataques.
Mas havia também um elemento de inauguração de uma nova era. A cidade escolhida foi Bizâncio, onde
confluíam as tradições intelectuais helenísticas – em que o grego era o idioma principal – e as tradições
institucionais romanas. Além disso, estar situada na Anatólia (Ásia Menor), um dos berços da expansão cristã
primitiva, fazia de Bizâncio um lugar para dar seguimento a uma espécie de “política cristã” com os bispos da
Igreja – que já possuíam autoridade intelectual e espiritual bastante forte à época.
Bizâncio foi, de 326 a 331, inteiramente reformada e preparada para ser a “nova Roma”. Ao fim dessa
preparação, foi renomeada, passando a se chamar Constantinopla, em homenagem ao imperador.
Constantino faleceu em 337. Sucedeu-o seu filho, Constantino II, e a este se seguiram mais seis
imperadores até a ascensão de Teodósio I, que finalmente tornou o Cristianismo a religião oficial do Império
Bizantino por meio de um decreto, em 380. Em 391, o paganismo foi completamente proibido nas extensões
do Império Romano. Com a morte de Teodósio, em 395, o Império foi novamente dividido. Seus dois filhos,
Arcádio e Honório, ficaram cada um com uma parte, a Oriental e a Ocidental, respectivamente.
O primeiro reino a se tornar cristão foi o franco, com Clóvis, seu imperador. A partir de então, com
ampla catequese e aproximação com os bárbaros, os cristãos passaram a apresentar-lhes a nova religião, que os
agradou e, posteriormente, os converteu.
seriam geridos por um nobre e um bispo. O controle do poder exercido por esses líderes locais era fiscalizado
por um funcionário público chamado missi dominici (“enviados do senhor”).
Com a morte de Carlos Magno, em 814, o poder passou para seu filho Luís, o Piedoso, que governou
até 840. Fortemente influenciado pela Igreja, Luís foi um monarca fraco. Terras da Igreja e domínios senhoriais
conseguiam livrar-se do controle do poder central, tornando-se autônomos, deixando de cumprir suas
obrigações para com o poder central. Após sua morte, seus três filhos repartiram o Império por meio do Tratado
de Verdun (843). Carlos, o Calvo, ficou com a França Ocidental (que deu origem ao Reino da França); Luís, o
Germânico, com a França Oriental (a futura Alemanha); e Lotário, com a França Central, repartida após a sua
morte, em 870, entre Carlos e Luís.
Em 987, morre o último soberano carolíngio da França Ocidental, Luís V, e os aristocratas escolheram
Hugo Capeto, Conde de Paris, como rei. É o fim da dinastia carolíngia sobre a França, dando origem à dinastia
capetíngia, que governou o país até o século XIV.
70. Defina como a fusão de tradições romanas e germânicas deu características à sociedade feudal.
Entre os germânicos podemos notar a questão do individualismo como uma das bases de sua cultura
política. Os clãs guerreiros tinham grande autonomia e, em épocas de paz, não havia nenhuma lei que pudesse
estar acima da responsabilidade que o indivíduo tinha sobre os seus atos. Dessa maneira, cada chefe familiar
tinha autoridade para estabelecer as leis submetidas à sua família. A maior experiência de organização política
observada entre os germânicos se dava durante a formação do comitatus.
Entre os romanos, as mudanças causadas pela crise da sociedade escravista trouxeram uma série de
práticas que também se instituíram no mundo medieval. A crise agrícola promovida pela falta de escravos
incentivou a divisão das grandes propriedades em villas que se dedicavam ao consumo local e tinham suas
terras distribuídas entre arrendatários que davam parte de sua produção ao proprietário das terras.
Além disso, a desintegração das classes sociais romanas e a ruralização da população trouxeram à tona
a formação de novos grupos sociais. Os colonos, que arrendavam as terras de um grande proprietário, poderiam
ser antigos escravos, plebeus e clientes que não mais poderiam se servir da assistência do Estado, do poder
econômico de um senhor, ou de práticas econômicas vinculadas ao comércio. Essa transformação proporcionou
o aparecimento da vindoura e predominante classe servil da Idade Média.
A partir do entrecruzamento dessas características dos povos romanos e germânicos temos uma
compreensão maior de como a Idade Média e as práticas feudais se instituíram durante determinado período
histórico. De fato, os traços predominantes do sistema feudal se consolidaram a partir do século IX. Entre os
séculos XII e XV o predomínio do sistema feudal perdeu espaço para outro conjunto de transformações que
abriu portas para a formação das sociedades modernas.
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LIVRO IV
Por essa origem, eles recebiam um tratamento diferenciado, com maiores privilégios e menos deveres
que os servos. Havia, finalmente, os ministeriais, funcionários do senhor feudal, encarregados de arrecadar os
impostos.
família nobre deveria enviar um filho para que seguisse a carreira eclesiástica. Tudo naquele período era
regulado pela religião.
Somente as práticas religiosas poderiam conduzir a Deus e à eternidade. Assim, a Igreja Católica se
colocava como a única intermediária entre o homem e Deus.
Desde o período feudal, a igreja já tinha uma hierarquia. O comando da igreja ficava com o Papa, e as divisões
internas estabeleciam o alto clero e o baixo clero.
Além desse papel religioso, a Igreja Católica também era uma grande proprietária de terras do período
feudal. Durante a Idade Média, os mosteiros católicos eram considerados como centros da vida cultural e
intelectual da sociedade.
Nesse período, a igreja caçava os hereges, que eram combatidos com violência pelo Tribunal do Santo
Ofício. O objetivo era destruir todos os que fossem contrários à doutrina católica.
Já no fim do sistema feudal, a Igreja Católica passou por uma reforma promovida pelo papa Gregório
IX. A partir do século XI, os senhores feudais já não podiam mais nomear os bispos em sua região, e também
houve o fim do comércio de bens religiosos, e a imposição do celibato clerical e dos movimentos das cruzadas.
interesse de que o movimento fosse capaz de alargar a influência do cristianismo católico sob o Império
Bizantino, região onde o cristianismo tinha se tornado livre da influência do papa.
Para que estes exércitos cristãos fossem formados, a Igreja contou com o apoio dos nobres sem-terra e
das populações marginalizadas do mundo feudal. Uma parte expressiva dos exércitos cruzados era formada por
cavaleiros e ex-servos que buscavam dominar as terras dos povos orientais. Imbuídos da crença que cumpriam
uma determinação divina, homens, mulheres, crianças e idosos se dispunham a compor parte desses exércitos
religiosos.
Com o passar do tempo, os comerciantes também tiveram grande interesse na formação dos exércitos
cruzados. Diversos mercadores de cidades italianas, como Gênova e Veneza, financiaram as Cruzadas com o
objetivo de controlar as rotas comerciais terrestres e marítimas que davam acesso às especiarias orientais. Em
meio a essas motivações sócio-econômicas, percebemos como a forte influência religiosa exercida pela Igreja
foi capaz de mobilizar milhares de indivíduos.
79. O que e como ocorreu o ressurgimento do comércio e cidades entre o sec. XI e XIII?
A Idade Média (476 a 1453) costuma ser conhecida como a época em que a economia europeia esteve
praticamente estagnada. Essa afirmação é feita porque a maior parte da população vivia nos feudos, que eram
grandes áreas cercadas e isoladas uma das outras, com uma economia quase auto-suficiente. Desse modo,
costuma-se dizer que o comércio de produtos praticamente desapareceu no período medieval.
Com o aumento demográfico na Europa, já que com as cruzadas o mar Mediterrâneo passou a ser
europeu, a população dos burgos foi crescendo também, devido a atividade comercial revigorada. Isso se dava
porque muitos servos acabavam por fugir dos feudos para escapar das imposições da relação servil. Ou ainda,
porque aqueles servos que mais causavam problemas aos seus senhores eram expulsos de suas terras, indo
engrossar a população das vilas. Assim, essas pequenas localidades começaram a crescer e se tornar importantes
concentrações de trabalhadores livres e comerciantes, onde passaram a ser organizadas feiras permanentes, o
que resultou no surgimento de inúmeras cidades.
O aumento da liberdade política e econômica foi propiciando o aprimoramento do trabalho urbano. Os
artesãos, que faziam os produtos consumidos pelos europeus, passaram a ser organizar em entidades para além
de suas cidades. Para isso, formaram as guildas e as corporações de ofícios, que eram associações de
trabalhadores de determinados profissões. Por exemplo, uma corporação de sapateiros ditava as normas de
fabricação de seus produtos e as formas de sua comercialização, a fim de proteger esses profissionais no
mercado e propiciar seu lucro.
Ainda que tenha favorecido principalmente o comércio, essa expansão espacial pelo continente europeu
foi estimulada até pelos nobres feudais. Os donos dos feudos viam seus campos serem esgotados pela
exploração contínua e tinham interesse em expandir suas riquezas territoriais. Assim, incentivavam a ocupação
de outras áreas por seus servos, que através de outras formas de cultivo (como a utilização rotativa do solo) e
do uso de um tipo de arado mais resistente, conseguiram expandir também a produção agrícola, num processo
chamado de "Renascimento agrícola".
Com a justificativa de conquistar povos para a fé cristã e ao mesmo tempo reconquistar territórios de
outros povos, nasceram as Cruzadas, expedições militares e religiosas que foram praticadas durante quase 200
anos, entre os séculos 11 e 13. Foram realizadas oito dessas expedições nesse período, que atravessaram o
continente europeu, cruzaram mares e chegaram a outros continentes. Isso fez com as rotas comerciais
acompanhassem esse traçado aberto pela cruz e pela espada.
queda da mortalidade. Além disso, ocorreu uma suavização do clima, proporcionando mais terras férteis e
colheitas abundantes.
Muitos feudos começaram a produzir mais que o necessário. Com estes excedentes, era possível vender
e com o dinheiro, comprar outras coisas que vinham das regiões vizinhas.
Com isso começam a surgir às feiras medievais, estas eram os locais onde os comerciantes faziam seus
negócios. Algumas destas feiras se tornaram tão importantes que deram origem às cidades. Nas cidades viviam
a maioria dos artesãos e comerciantes. A cidade e o campo foram aprimorando suas atividades econômicas.
Ficando da seguinte forma: o campo aprimorando sua agricultura e criação de animais, já as cidades se
concentrando no artesanato e no comércio. E os nobres ficaram com a parte que era a força motriz da época:
consumir, principalmente as mercadorias vendidas pelos comerciantes e artesãos.
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LIVRO V
83. Como se comportava cada camada e classe no processo e formação do Estado moderno?
O modelo que ficou conhecido como Estado Moderno surge a partir da crise no Feudalismo. No modelo
feudal, não havia estados nacionais centralizados. Os senhores feudais é quem controlavam os poderes políticos
sobre as terras e exerciam uma força diluída, sem núcleo.
Cada feudo tinha a própria autonomia política. Igualmente poderia estar submisso a um reino maior,
como era o caso do Sacro Império Romano Germânico, o soberano inglês e o Papa. O poder dos senhores
feudais era partilhado com o governo das cidades medievais autônomas, que eram conhecidas por comunas.
As comunas tinham autonomia para regulamentar o comércio, estabelecer impostos, garantir a liberdade
dos cidadãos e controlar os processos judiciais.
A burguesia passa a exigir elementos que garantam a sua evolução política, econômica e social. Desta
maneira, urge a existência de um governo estável e com a centralização dos serviços à população.
Os burgueses também brigavam contra os elevados impostos sobre as mercadorias e a diversidade de
moedas. O Estado Moderno é um fruto de um processo de cerca de três séculos para se estabelecer. A primeira
fase dele é o absolutismo monárquico. Por meio da centralização do poder na monarquia, começa a ser
desenvolvido o aparelhamento das forças armadas, da estrutura jurídica e a estruturação da cobrança de
impostos.
A monarquia permite, ainda, a formação da infraestrutura que garante a máquina pública e cria as
condições para o surgimento do corpo burocrático.
84. Quais fatos ocorreram e interesses havia neste período de formação do Estado moderno?
Portugal foi o primeiro estado Nacional a desenvolver-se, ainda no contexto das cruzadas de
reconquistas e tentativas de expulsão do árabes. Por volta de 1142, Afonso Henriques declarou independentes
as terra que seu pai, Henrique de Borgonha havia recebido do rei de leão e Castela (futuro Reino Espanhol) e o
chamou de Reino de Portugal.
Os descendentes de Afonso Henriques governaram Portugal por cerca de 240 anos marcados por
conflitos com Leão e Castela e pela ampliação do território português.
Por volta de 1383 tem fim a dinastia de Borgonha, ocasião em que Castela tentou novamente a reanexar
Portugal aos seus domínios. Diante de tal fato ocorreu uma divisão da sociedade portuguesa, tendo vencido os
comerciantes que defendiam a manutenção da independência.
Apoiado por mercadores, alguns nobres e a população mais pobre, Dom João, mestre da ordem militar
de avis. Chamada de Revolução de Avis, tal episódio consolidou a monarquia portuguesa e Dom João I tratou
de privilegiar a classe burguesa e lançou as bases para que Portugal obtivesse posição pioneira nas grandes
navegações.
A unificação do território espanhol se deu através do casamento entre o rei Fernando, de Aragão e
Isabel, rainha de Castela, que unificaram as duas coroas. Ambos tornaram-se conhecidos pela alcunha de reis
católicos, e com o apoio da igreja deram início a expulsão de muçulmanos e também judeus do território
espanhol.
O poder real na Inglaterra era forte desde 1066 quando Guilherme, O Conquistador, submeteu todos os
homens livres do reino a vassalagem.
Cada vez mais insatisfeitos, os barões ingleses conseguiram a assinatura de João Sem Terra, o novo rei
Inglês, na famosa Carta Magna, datada de 1215, que por sua vez buscava controlar o poder real, estabelecendo
limites as decisões do rei, que não poderia aumentar os impostos e criar novas leis sem o apoio do Parlamento,
que em 1350 foi dividido em duas câmaras, a dos lordes (nobres e membros do clero) e a dos comuns (cavaleiros
e burgueses).
A França unificou-se e estabeleceu-se como estado nação a partir da dinastia capetíngia e sua estrita
relação com a burguesia, garantindo a segurança para a realização da prática comercial e mesmo colocando
alguns representantes da classe mercantil em altas funções do Estado.
Luís IX, também conhecido como São Luís, haja vista que foi canonizado pela Igreja Católica,
implementou um padrão de moeda nacional e proibiu os demais senhores feudais de cunharem suas próprias
moedas, prática comum na época, e aumentou a influência da justiça real.
30
Felipe IV, O Belo, obrigou a cobrança de impostos do clero e obteve a aprovação da medida convocando
os chamados Estados Gerais, uma assembleia de representantes dos três estamentos sociais.
Alemanha e Itália, por sua vez, só viveriam a unificação territorial anos mais tarde, em pleno século
XIX e desenvolvimento da economia capitalista e industrial.
Na maioria dos casos, os interesses estavam ligados a necessidade dos comerciantes em unificar moeda,
leis, impostos e exército, afim de garantir-lhes maior mobilidade econômica. No caso da nobreza o interesse
era o de manter suas influências frente a necessidade de conter as revoltas camponesas
89. Fale sobre os processos e fatos que culminaram com a Reforma Protestante.
O cristianismo ao longo de sua história foi marcado por diversas polêmicas que afetaram profundamente
os seus seguidores. No século XI, por exemplo, aconteceu o Cisma do Oriente que dividiu a Igreja em Católica
do Ocidente e Católica do Oriente. Outra grande ruptura ocorreu no século XVI, quando surgiu o processo
conhecido por Reforma Protestante, que abalou as estruturas do catolicismo e que contribuiu para o nascimento
de outras religiões.
Essa reforma surgiu para criticar as práticas estabelecidas pela Igreja Católica que por muito tempo
influenciaram e controlaram fiéis do mundo inteiro. Entre as medidas realizadas pelos líderes católicos que
motivaram a reforma destacou-se a prática da simonia, que foi o comércio de relíquias sagradas. Essas relíquias
na maioria das vezes eram falsas e os fiéis compravam pensando que eram objetos utilizados por Cristo ou por
algum santo.
As vendas de indulgências também se destacaram entre as práticas realizadas pela Igreja. Os líderes
católicos eram seguidores da doutrina de Santo Tomás de Aquino, que defendeu a ideia de que a salvação não
se dava exclusivamente pela fé, mas sim pelas boas obras. Acreditava-se, por exemplo, que o perdão aos
pecados e a salvação eterna poderiam ser conseguidos através do pagamento em dinheiro, que seria destinado
para financiar as despesas da Igreja.
Outro mecanismo de poder da Igreja foi o monopólio da leitura da Bíblia, que era escrita somente em
Latim. A intenção era mediar o encontro dos fiéis com o livro sagrado, que deveria ser traduzido pelos padres.
Dessa maneira, a Igreja evitava interpretações em relação ao texto sagrado que não se encaixavam com o
pensamento do alto escalão do clero.
Martinho Lutero (1483 – 1546) foi o grande idealizador da Reforma Protestante contra as práticas de
simonia e a venda de indulgências. Lutero foi um jovem alemão que resolveu entrar para a vida religiosa após
um milagre que salvou sua vida durante uma violenta tempestade. Ao entrar para a Igreja, ele obteve contato
32
direto com as atitudes do catolicismo perante seus seguidores. Ao perceber as práticas errôneas realizadas pelos
membros do clero, ele resolveu aprofundar seus estudos para criar uma maneira correta na relação entre fiel e
Igreja.
Citamos também os reformadores, Calvino, que adotou grande parte da teoria luterana, acrescentando
duas teorias: Predestinação e Prosperidade. Outro reformador foi o Rei Henrique VIII, que ao criar o
anglicanismo, estabelece na Inglaterra uma religião nacional e comandada por este rei.
91. Quais interesses (político, social, econômico e etc) que influenciaram a Reforma e a contra Reforma?
O processo da reformas religiosas começa no século XIV com a insatisfação frente à Igreja Católica
Apostólica Romana. Tal insatisfação diz respeito aos abusos desta igreja frente e a mudança da visão de mundo
que começa a acontecer simultaneamente.
Com a excessiva acumulação de bens pela igreja, a grande preocupação material desta e a luxuria que
parte de seus sacerdotes viviam. Também havia sérios problemas no respeito às próprias convicções católicas,
tendo muitos sacerdotes entrando em desvios de seus dogmas como o desrespeito ao celibato e o descaso com
os cultos e ritos religiosos. Somando-se a isso havia a venda de indulgências (perdão) por parte do próprio
Vaticano para a construção da Basílica de São Pedro.
Somando-se a isso existe o próprio processo de formação da burguesia comercial, que era condenada
pelos padres por usura e o lucro, causou descontentamento por parte dessa classe emergente.
Além disso, os reis também estavam insatisfeitos com a interferência dos papas nas questões políticas
condizente com a realeza.
Juntando-se a isso o próprio pensamento renascentista leva a um maior questionamento das convicções
católicas. Acontece, conjuntamente com o processo de urbanização, um maior acesso a leitura e a discussão,
afinal, homens não estão tão distantes fisicamente nas cidades como eram nos campos. Com isso começa a
surgir um pensamento que vai a direção do humanismo e do antropocentrismo (que opõe o teocentrismo
medieval) e o aparecimento de um pensamento racional e científico, que busca explicar as coisas através de
métodos e teorias (opondo-se as explicações espirituais e teológicas da igreja).
A Igreja católica desejava ver o fim dessas heresias e por isso cria a contrarreforma.
oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo,
dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito
desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar
com este interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus
de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos
não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois,
significaria novos fiéis.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos
marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os
seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época.
93. Como era a tecnologia e afins nos equipamentos ligados a este período?
A necessidade da expansão marítima feita por parte de algumas coroas europeias principalmente nos
séculos XV e XVI, caracterizaram a “Era dos Descobrimentos”, impulsionou avanços tecnológicos nos
materiais e como eles eram utilizados para instrumentação da navegação. Facilitaram objetivos como: descobrir
novos mundos e/ou caminhos marítimos e efetuar as trocas comerciais.
Outros povos também já tinham conhecimento nesta área, como se sabe os chineses e os árabes também
utilizavam o método de navegar.
Sabe-se que Portugal, já que é banhado por mar por todo o seu território, desenvolveu a Ciência Náutica
através de escolas de navegação como a “Escola de Sagres”, um lugar de conhecimento e compartilhamento de
experiências entre navegadoras da Europa e do Oriente. As coroas eram as principais impulsionadoras.
Começou a se desenvolver a cartografia e o mapeamento das costas marítimas e dos continentes de
acordo com o que se conhecia na época através de documentos e da observação. Materiais de apoio foram
inventados como a bússola trazida do oriente para o ocidente pelos árabes, feita por uma agulha magnetizada
que indica o eixo norte-sul magnético; o astrolábio para medir a altura e posição dos astros; o quadrante que
apontava apara a Estrela Polar e permitia determinar a distância entre o ponto de partida da viagem e o lugar
onde a embarcação estava exato naquele momento; a balestilha que se pensa ter sido inventada pelos
portugueses e que era numa vara de madeira que tinha a função de medir a altura que unia o horizonte ao astro,
permitindo determinar os azimutes e consequentemente novas rotas.
95. Os Estados Nacionais tinham quais interesses e quais seus papéis dentro deste contexto?
No meio tempo em que Portugal despontou em sua expansão marítima, a Espanha se envolveu no
processo de expulsão dos mouros da Península Ibérica. O fim da chamada Guerra de Reconquista possibilitou
a inserção dos espanhóis na corrida de expansão marítima. Atraídos pelo projeto do navegador genovês
Cristóvão Colombo, a Espanha decidiu financiar a expedição do explorador italiano, em 1492. De acordo com
o plano de Colombo, seria possível alcançar o Oriente navegando pelo Ocidente. Com essa aventura marítima,
a Coroa Espanhola descobriu o continente americano. A partir de então, a Espanha inaugurou uma nova área
de exploração econômica.
34
Abrindo a rivalidade entre Portugal e Espanha, ambos os reinos buscaram assinar tratados definidores
das regiões a serem dominadas por cada um deles. Em 1493, a Bula Inter Coetera estabeleceu as terras a 100
léguas de Cabo Verde como região de posse portuguesa. No ano seguinte, Portugal solicitou o alargamento das
fronteiras para 370 léguas de Cabo Verde. Essa revisão abriu uma discussão sobre a possibilidade de
navegadores portugueses já conhecerem terras ao sul do continente americano.
No ano de 1500, o navegante português Pedro Álvares Cabral anunciou a descoberta do Brasil. Com
isso, os processos de exploração da América e a transferência do eixo econômico mundial iniciaram um novo
período na economia mercantil europeia. Ao longo do século XVI, outras nações, como Holanda, França e
Inglaterra questionaram o monopólio ibérico realizando invasões ao continente americano e praticando a
pirataria.
96. Fale sobre a expansão ultra marítima europeia a partir do sec. XV.
A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este processo como uma empresa
comercial de navegação, ou como grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade
comercial, o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.
Formação do Estado Nacional e a centralização política: as Grandes Navegações só foram possíveis
com a centralização do poder político, pois fazia-se necessária uma complexa estrutura material de navios,
armas, homens, recursos financeiros.
A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes objetivos, tornando viável a expansão marítima.
Avanços técnicos na arte náutica: o aprimoramento dos conhecimentos geográficos, graças ao
desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de instrumentos náuticos - bússola, astrolábio, sextante - e
a construção de embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e as caravelas.
Interesses econômicos: a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em virtude da retomada do
crescimento demográfico; a necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o
monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo Â-que contribuía para o encarecimento das
mercadorias vindas do Oriente; tomada de Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda mais os
produtos do Oriente.
Sociais: o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.
Religiosos: a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação missionária da Igreja
Católica.
98. Quais nações europeias participaram e onde ocorreu este processo expansionista.
O chamado Pacto Colonial foi como ficou conhecido a relação de comércio entre a metrópole e suas
colônias no período das colonizações europeias, na Idade Moderna. Ocorreu ao longo dos séculos XV, XVII e
XVIII, de uma forma geral, dentro do chamado Antigo Sistema Colonial, onde as Américas eram colônias,
sendo dominadas e exploradas pelas metrópoles europeias: Espanha, Portugal, França e Inglaterra. Assim, o
Novo Mundo passou a ser fonte de abastecimento de sua economia.
35
101. Quais teorias, estratégias e ideias foram utilizadas pra implementar as monarquias absolutistas?
No Estado Absolutista, a autoridade máxima era representada pela figura do rei, que na grande maioria
dos casos tinha origem nobre. A partir disso, podemos evidenciar que a nobreza detentora de terras, poderosa
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durante o mundo feudal, também participou dos mais elevados quadros políticos da Idade Moderna. É
importante lembrar que os nobres, dentro do Estado Absolutista, desfrutavam de grandes privilégios como, por
exemplo, a isenção de impostos.
Contundo, não podemos deixar de frisar o papel da burguesia, que via na unificação e nas padronizações
político-adminstrativas um meio eficaz para ampliar seus ganhos comerciais. A descentralização política, o
pagamento de tributos feudais e a falta de uma unidade monetária limitavam imensamente os ganhos
comerciais. Com a criação de um território unificado, onde só o Estado cobrava impostos e existia uma mesma
moeda, era possível aumentar os lucros da burguesia.
Para a criação dos estados, além do interesse da burguesia e da nobreza, também deveriam ser
desenvolvidas um novo conjunto de valores culturais e ações geopolíticas que legitimassem a nova ordem
estabelecida. Dessa forma, os Estados Nacionais procuraram definir seus territórios, promoveram a criação de
símbolos nacionais, criaram uma única moeda, estabeleceram uma língua oficial e, até mesmo, recontaram as
origens do povo pertencente àquela nação. Outro fator importante na construção do Estado Nacional foi a
adesão da Igreja ao novo poder, proclamando o caráter divino do rei.
Assim, devemos compreender que a formação dos Estados Nacionais como um processo lento e
gradual. As monarquias nacionais foram surgindo na Europa ao custo de diversas batalhas e tratados que vão
dar a estabilidade necessária a esse tipo de governo. Entre outras batalhas podemos destacar a Guerra da
Reconquista, que expulsou os árabes da península Ibérica; e a Guerra dos Cem Anos, que marcou disputas
territoriais entre a Inglaterra e a França como exemplos das disputas que marcaram a formação das Monarquias
Nacionais.
Destacamos os filósofos:
- Jean Bodin, que defendia a teoria do direito divino dos reis
- Thomas Hobbes, que acreditava que somente o rei é que seria o apaziguador e o que levaria a sociedade
ao bem estar ideal
- Maquiavel, em sua obra o príncipe, ele justifica o absolutismo
- Bossuet, defendia a divindade dos imperados como forma de legitimar seus poderes.
Os monarcas também tinham autonomia para criar tributações que financiassem suas guerras e
seus projetos.
O poder dos monarcas era hereditário
Os monarcas absolutistas reinavam de forma vitalícia e à sua morte, o trono passava
automaticamente a ser ocupado pelo seu descendente.
Como o poder absolutista da monarquia era transmitido de geração em geração, ele se mantinha
concentrado nas mesmas famílias e dinastias com o passar dos anos.
O mercantilismo foi o principal sistema econômico do absolutismo
Esse sistema tinha como base a intervenção do Estado na economia do país.
A monarquia incentivava a exploração marítima e a ampliação do comércio por parte da
burguesia, pois considerava que quanto maior fosse o acúmulo de metais preciosos (ouro e prata,
principalmente) maior seria o desenvolvimento do país e o seu prestígio internacional.
A burguesia, por sua vez, era a favor do poder do rei pois tinha consciência de que a ausência
de unidades fiscais e monetárias não era benéfica para os seus negócios. Não havia uma moeda com
um valor definido previamente e isso causava várias situações inesperadas e inoportunas no progresso
das atividades comerciais.
103. Quais fatores influenciaram Espanha e Igreja Católica no tocante colonização do continente americano.
A chegada dos espanhóis à América insere-se no contexto da expansão marítima europeia. A
colonização levou a Espanha a fazer incursões no novo continente, promovendo a colonização das sociedades
indígenas, como a dos incas e dos astecas, visando a catequização destes povos e na busca de metais preciosos
encontrados e explorados em grande quantidade pelos conquistadores, que se utilizavam para tanto da mão-de-
obra servil indígena.
Para consolidarem a sua dominação nos territórios americanos, os espanhóis tiveram que travar muitas
batalhas contra os habitantes nativos do continente. Os principais obstáculos para a conquista espanhola foram
os impérios Inca e Asteca. Apesar de já estarem em declínio quando da chegada dos espanhóis e de não
formarem um império com poder centralizado, os Maias representaram uma resistência considerável em cada
uma de suas cidades autônomas.
Na conquista, os espanhóis consolidavam alianças com diversos povos indígenas. Esses povos não eram
homogêneos, cada um tinha seus próprios interesses, cultura, inimigos, aliados. Os espanhóis exploraram as
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rivalidades existentes entre os povos indígenas, facilitando assim sua vitória. O número de aliados nativos
tendia, inclusive, a superar o número de espanhóis nas batalhas. O uso de africanos também foi considerável,
importância que foi aumentando à medida que se prolongava a conquista.
104. Como e por que ocorria extermínio de povos nativos neste período? Como estes resistiam?
Os europeus e os indígenas da América tiveram seus primeiros contatos no século XV, no momento da
expansão marítima europeia. Quando os europeus chegaram ao Brasil já existiam habitantes naquele território?
Mas é lógico que existiam habitantes! Eram os diferentes povos indígenas, considerados os povoadores da
região. Os povos mais fortes dominavam os mais fracos e eram comuns, sacrifícios humanos e canibalismo.
A colonização portuguesa teve como principais características a catequização e a submissão dos
indígenas. Aliás, foram os europeus que chamaram de índios os povos nativos da região. Englobar toda a
diversidade cultural indígena nesse nome generalizante criou certo entendimento de que os povos indígenas
eram todos semelhantes, mas a verdade não é essa. O processo de colonização portuguesa no Brasil teve um
caráter semelhante a outras colonizações europeias, como a colonização espanhola, que conquistou e
exterminou seus povos indígenas.
Em 1500, os primeiros portugueses que desembarcaram no continente americano tomaram posse das
terras e logo em seguida tiveram os primeiros contatos com os indígenas, chamados pelos portugueses de
“selvagens”.
Alguns pesquisadores chamaram esse primeiro contato entre portugueses e indígenas de “encontro de
culturas”, como se este representasse um momento em que as diferentes culturas trocaram influências, mas não
foi bem isso o que aconteceu. Concordamos com os pesquisadores que compreendem que o início do processo
de colonização portuguesa foi um “desencontro de culturas” (que mais correspondeu ao início do processo de
extermínio e submissão dos indígenas, o genocídio) e que houve um processo de uma certa imposição cultural
No século XVI, poucos empreendimentos foram realizados pelos portugueses no território colonial. As
principais realizações portuguesas tiveram a utilização da mão de obra indígena escravizada, como na extração
do pau-brasil, na construção de feitorias pelo litoral.
LIVRO VI
106. Discorra sobre a diversidade e história dos povos indígenas brasileiros. Fale sobre suas manifestações.
Os índios parecem semelhantes, mas existem muitas diferenças entre eles. Todos os aspectos da cultura
indígena podem variar bastante entre os povos, ou até mesmo dentro de uma mesma comunidade ao longo do
tempo.
A língua, a forma de organização social e política, os rituais, os mitos, as formas de expressão artística,
as habitações e a maneira de se relacionar com o meio ambiente são exemplos de fatores que se diferenciam.
Mas essa diversidade não significa que a cultura dos povos indígenas foi enfraquecida. Isso porque, por
mais fortes e enraizadas que sejam, as culturas não permanecem sempre iguais.
Povos tupi, guarani, macro-jê e aruakes habitavam o Brasil. Praticavam a antropofagia e canibalismo,
cultuavam as forças da natureza, possuindo seus xamãs. Algumas tribos praticavam a poligamia e o infanticídio.
107. Quais fatores influenciam até a presente data à sobrevivência destes povos?
Muito se comenta, e se lamenta, que os índios estão perdendo sua cultura. Um índio calçado e vestido
com calça jeans, falando português, utilizando gravadores e vídeos ou morando em uma favela em São Paulo
aparece aos olhos do público como menos índio. Eles deveriam seguir suas tradições, se diz. E nós deveríamos
deixá-los em paz, devolvê-los ao isolamento, para que possam seguir seus caminhos.
É claro que devemos muito aos nossos índios, e precisamos deixá-los em paz. A questão é como fazer
isso. Certamente não é devolvendo-os a um isolamento que nunca conheceram, pois nós somos apenas mais
um dos outros povos com que cada povo indígena manteve contato ao longo da história, seja através de trocas
amistosas, seja de forma bélica. Por outro lado, não somos "apenas" mais um povo; nossa tecnologia nos faz
especialmente perigosos e, ao longo desses 500 anos, a história não tem sido fácil para os índios, que tiveram
que lutar para sobreviver a epidemias, guerras, escravidão, aldeamentos e esforços de integração à população
nacional ¾ e foram poucos os que conseguiram. Como, então, sem isolá-los, mantendo-os em uma redoma de
vidro, podemos contribuir para sua sobrevivência física e cultural?
A questão da sobrevivência física impõe iniciativas objetivas: atendimento médico; garantia de
território; punições a práticas de genocídio. Já a sobrevivência cultural apresenta problemas de outro tipo, sendo
que o primeiro é defini-la. Para tanto, propõe-se, nesse artigo, fazer uma reflexão do que se entende por "cultura"
e "tradição" e, portanto, por sobrevivência cultural, contrapondo essas concepções aos modos como algumas
etnias indígenas as entendem e utilizam, em especial os Xikrin, grupo Kayapó que vive no Pará.
Quando os lucros das especiarias começaram a ficar mais reduzidos por causa do aumento dos gastos
para manter os domínios portugueses na África e na Ásia (naufrágios, estabelecimento de fortes e de feitorias,
revoltas das populações locais, expulsão dos portugueses etc.), Portugal sentiu-se mais interessado em colonizar
a terra brasileira, mesmo porque os adelantados espanhóis Cortez e Pizarro haviam descoberto as civilizações
dos astecas e incas, ricas em ouro e prata na América.
Era provável a existência de metais preciosos também no Brasil, e, enquanto estes não eram localizados,
optou-se pela colonização através do sistema de capitanias hereditárias e pela introdução da agricultura
canavieira.
111. Como foi o choque cultural, social, religioso, e econômico entre estes dois povos?
No século XVI, poucos empreendimentos foram efetivados no território colonial. As principais
realizações portuguesas, utilizando a mão de obra indígena escravizada, foram: nomear algumas localidades no
litoral, confirmar a existência do pau-brasil e construir algumas feitorias.
Os indígenas eram politeístas, pelos menos em prática geral, e os portugueses cristãos. Para tanto foram
tratados, esses nativos, como demônios, já que suas praticaram eram incompatíveis com as crenças europeias.
Por isso a catequese seria necessária.
Em 7 de março de 1808 o príncipe regente D. João chegou ao Rio de Janeiro, fugindo às invasões
napoleónicas, e aí instalou a corte e a capital da Coroa de Portugal, cessando assim funções o então vice-Rei.
Quase oito anos mais tarde, em dezembro de 1815, o Brasil era elevado da condição de Estado a Reino integrado
na Coroa de Portugal, formando-se assim o chamado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
113. Como era a relação da Igreja Católica, jesuítas e nativos no início da colonização?
A chegada de membros do clero católico ao território brasileiro foi simultânea ao processo de conquista
das terras do Brasil, já que o reino português tinha estreitas relações com a Igreja Católica Apostólica Romana.
A missa celebrada na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, foi imortalizada por Victor Meirelles no
quadro Primeira Missa no Brasil. A presença da Igreja Católica começou a se intensificar a partir de 1549 com
a chegada dos jesuítas da Companhia de Jesus, que formaram vilas e cidades, cujo caso mais célebre é a cidade
de São Paulo.
Vários outros grupos de clérigos católicos vieram também à colônia portuguesa com a missão principal
de evangelizar os indígenas, como as ordens dos franciscanos e dos carmelitas, levando a eles a doutrina cristã.
Esse processo se interligou às próprias necessidades dos interesses mercantis e políticos europeus no Brasil,
como base ideológica da conquista e colonização das novas terras. As consequências foram o aculturamento
das populações indígenas e os esforços no sentido de disciplinar, de acordo com os preceitos cristãos europeus,
a população que aqui habitava, principalmente através de ações educacionais.
Até meados do século XVIII, o Estado controla a atividade eclesiástica na colônia por meio do
padroado. Arca com o sustento da Igreja e impede a entrada no país de outros cultos, em troca de
reconhecimento e obediência. O Estado nomeia e remunera párocos e bispos e concede licença para construir
igrejas.
114. Qual o projeto político, religioso, cultural e econômico de Portugal em relação à sua colônia?
Nesse momento, a política adotada pelos portugueses no Brasil foi a mesma implantada na costa do
litoral africano, e, assim, incentivou-se a construção de feitorias, como as quatro construídas em Pernambuco,
Cabo Frio, Rio de Janeiro e na Baía de Todos os Santos. Essas feitorias funcionavam como entrepostos
comerciais que armazenavam as mercadorias para serem transportadas para a Europa.
As primeiras iniciativas de exploração do território brasileiro foram entregues por Portugal para Fernão
de Noronha, no período entre 1503 e 1505. Durante essas explorações, iniciou-se a principal atividade
econômica do Brasil da fase pré-colonial: a exploração do pau-brasil. A rentabilidade dessa mercadoria devia-
se, principalmente, à utilização da madeira para a produção de tinta. A exploração dessa matéria-prima seguiu
como prática econômica no Brasil até o século XIX – apesar de ter sido mais intensa durante esse período
exploratório inicial.
O Projeto político de Portugal era de criar nesta terra um novo Portugal, em termos religiosos os
objetivos era o de catequizar essa gente. Culturalmente se objetivava a europeização da terra e por fim,
economicamente, a adoção das práticas mercantilistas foi plenamente adotada pelos lusos no Brasil.
115. Quais justificativas, objetivos, métodos e formas eram utilizados no tocante escravidão negra?
Durante o período compreendido entre meados do século XVI e fins do século XIX, esteve em uso, no
Brasil, a mão-de-obra negra sob o regime de escravidão. A mentalidade de então era fortemente influenciada
pela teologia católica, a qual, em congruência com o Estado, formou uma ideologia escravagista, conferindo
legitimidade ao sistema. Este é o foco do presente trabalho. São abordadas as formas como esta legitimação
ocorreu, suas origens e sua construção, além do modo como se deu a aproximação Estado-Igreja que culminou
na referida construção ideológica. São apresentadas as fundamentações à escravidão interpretadas sob a égide
da Bíblia, bem como os objetivos que fizeram com que fosse moldada a mentalidade escravagista brasileira.
A Igreja Católica era a religião oficial do Estado Português, isso representava uma união indissolúvel
entre os valores religiosos e os interesses políticos econômicos das duas instituições, sendo assim se justificava
escravizar alguém devido a não aceitação do cristianismo, ou seja, uma pessoa que não aceitava Jesus poderia
ser escravizada para que a força, e ao longo do tempo pudesse aceitar a fé cristã, o que lhe poderia garantir a
chance de salvação.
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Os africanos estavam em um estágio cultural e tecnológico bem mais desenvolvidos que os indígenas,
e seriam vendidos bem caros no Brasil. Alem disso não conheciam o território e seriam separados de suas
famílias, ao chegarem ao Brasil.
Desta forma os africanos que não aceitavam a catequese, deveriam para seu próprio bem serem
escravizados, assim eles receberiam os preceitos cristãos e poderiam ao fim da vida chegar ao reino do céu.
Porém o caso dos indígenas era diferente, estas pessoas que não conheciam a bíblia nem mesmo a Deus, não
poderiam ir para o céu (pois não teriam aceito a Jesus), nem poderiam ir para o inferno (pois não sabiam o que
era pecado), a solução para eles dada pela Igreja seria reinterpretar a antiga noção de Purgatório (onde os índios
pagariam seus pecados e poderiam ascender ao céu), sendo missão da Igreja levar a catequese aos indígenas
através dos padres jesuítas.
120. Como e onde o escravo negro desenvolvia sua atividades laborais no Brasil colonial?
Em terras brasileiras, a força de trabalho dos negros foi sistematicamente empregada pela lógica da
exploração. As longas jornadas de trabalho estabeleciam uma condição de vida extrema, capaz de encurtar
radicalmente os anos vividos pelos escravos. Ao mesmo tempo, a força das armas e da violência transformavam
os castigos físicos em um elemento eficaz na dominação.
Durante a exploração colonial, a mão de obra negra foi amplamente utilizada em outras atividades como
na mineração e nas demais atividades agrícolas que ganharam espaço na economia entre os séculos XVI e XIX.
Mesmo destacando tais abusos, também devemos sinalizar a contrapartida desse contexto exploratório, com a
presença de várias formas de resistência à escravidão. Os negros foram utilizados como mão de obra, em todas
as atividades econômicas.
121. Como e quais eram as formas de resistência negras quanto ao trato no Brasil colonial?
A resistência dos escravos foi uma resposta à escravidão que foi uma instituição presente na história do
Brasil ao longo de mais de 300 anos. A sociedade brasileira foi construída pela utilização dos trabalhadores
escravos, indígenas ou africanos. A escravidão no Brasil foi uma instituição vil e cruel que explorava
brutalmente o trabalho de indígenas e africanos.
No caso dos africanos, a escravidão os removeu de sua terra nativa e os enviou a milhares de
quilômetros de distância para uma terra distante, com idioma, religião e culturas diferentes das deles. Foi nesse
contexto que milhões de africanos foram sequestrados e transportados em péssimas condições para serem
escravizados no Brasil. Se quiser saber mais sobre isso, leia o seguinte texto: Tráfico Negreiro.
Os africanos foram utilizados em trabalhos domésticos e urbanos, mas, sobretudo, foram utilizados na
lavoura, principalmente, no cultivo da cana-de-açúcar e também nas minas, quando foram descobertos metais
e pedras preciosas em Minas Gerais, Cuiabá e Goiás.
Engana-se, porém, quem acredita que os africanos foram escravizados passivamente, pois, apesar da
falta de registro, os historiadores sabem que inúmeras formas de resistência dos escravos foram desenvolvidas.
Neste texto, o enfoque será nas diversas formas de resistência utilizadas pelos escravos africanos, ao longo dos
séculos XVI ao XIX. Os quilombos foram as práticas de resistência mais conhecidas.
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições
distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem
às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a
indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam
o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.
A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional, especialmente na Bahia, onde
foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é utilizado
em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.
Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular
brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base
rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos
musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o
instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial
criada pelos escravos no Brasil colonial.
123. Discorra sobe a condição do povo negro no Brasil colonial, império e república, ante e paralelo ao branco.
O Estado brasileiro, escravista durante mais de trezentos anos, reestruturado por conceitos republicanos
excludentes, impôs e estimulou, ao longo da história, conceitos de nacionalidade que determinaram um discurso
cultural distante da realidade multicultural do país.
A cultura brasileira, essencialmente permeada por valores femininos, negros, caboclos, indígenas,
definida por encontros e conflitos, foi mediada, durante anos, pelo discurso da democracia racial e sua
manifestação material legitimada a partir de uma leitura política branca.
A rica diversidade da cultura dos povos de origem europeia aqui recriada, as africanidades brasileiras,
as contribuições asiáticas, judias e árabes, as expressões indígenas resultantes dos conflitos da colonização, as
características de nossa ‘antropofagia’, nossa identidade construída com referência em uma diversidade
hierarquizada -, nem sempre essa dinâmica foi considerada pelo discurso que justifica e teme as desigualdades
estruturais.
A participação dos negros no Brasil Colonial aconteceu a partir do momento em que a experiência
colonial portuguesa estabeleceu a necessidade de um grande número de trabalhadores para ocuparem, em
princípio, as grandes fazendas produtoras de cana-de-açúcar. Tendo já realizada a exploração e dominação do
litoral africano, os portugueses buscaram nos negros a mão de obra escrava para ocupar tais postos de trabalho.
A cor, como critério de seleção no mercado de trabalho, também varia segundo o perfil da ocupação.
Aquelas ocupações mais voltadas ao contato direto com o público estão mais suscetíveis à exclusão do negro,
ao contrário de posições manuais. Também é forte a hipótese de que quanto mais alta a ocupação está na
hierarquia ocupacional, mais refratária à absorção do negro. E de que quanto mais alto for o nível educacional
exigido, maior será a discriminação no mercado de trabalho.
A República brasileira pregava no seu discurso a igualdade e a cidadania para todos os brasileiros sem
distinção de cor e raça, ao ser implantada a euforia era muito grande, pois se acreditava que as mudanças
econômicas e sociais iriam acontecer de verdade eliminando de vez com a hierarquia social e a discriminação
com as minorias sociais. Mas, o que se viu foi a instalação de uma Republica incapaz de promover e realizar as
mudanças efetivas tão significativas para a vida social do (a) negro (a) e indispensáveis a promoção da igualdade
racial.
124. Por que a atividade agrícola foi a escolhida pela coroa portuguesa para iniciar a colonização?
A agricultura no Brasil é uma das principais bases da economia do país desde os primórdios da
colonização até o século XXI, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação da produção. A
agricultura é uma atividade que faz parte do setor primário onde a terra é cultivada e colhida para subsistência,
exportação ou comércio.
Inicialmente produtora de cana-de-açúcar, passando pelo café, a agricultura brasileira apresenta-se
como uma das maiores exportadoras do mundo em diversas espécies de cereais, frutas, grãos, entre outros.
Desde o Estado Novo, com Getúlio Vargas, cunhou-se a expressão que diz ser o "Brasil, celeiro do mundo"—
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acentuando a vocação agrícola do país. Apesar disto, a agricultura brasileira apresenta problemas e desafios,
que vão da reforma agrária às queimadas; do êxodo rural ao financiamento da produção; da rede escoadora à
viabilização econômica da agricultura familiar: envolvendo questões políticas, sociais, ambientais, tecnológicas
e econômicas.
125. Fale sobre o engenho, casa grande, senzala, escravo e canaviais no Brasil colonial.
O engenho, a grande propriedade produtora de açúcar, era constituído, basicamente, por dois grandes
setores: o agrícola - formado pelos canaviais -, e o de beneficiamento - a casa-do-engenho, onde a cana-de-
açúcar era transformada em açúcar e aguardente.
No engenho havia várias construções: a casa-grande, moradia do senhor e de sua família; a senzala,
habitação dos escravos; a capela; e a casa do engenho. Esta abrigava todas as instalações destinadas ao preparo
do açúcar: a moenda - onde se moía a cana para a extração do caldo (a garapa); as fornalhas - onde o caldo de
cana era fervido e purificado em tachos de cobre; a casa de purgar - onde o açúcar era branqueado, separando-
se o açúcar mascavo (escuro) do açúcar de melhor qualidade e depois posto para secar. Quando toda essa
operação terminava, o produto era pesado e separado conforme a qualidade, e colocado em caixas de até 50
arrobas. Só então era exportado para a Europa. Muitos engenhos possuíam também destilarias para produzir a
aguardente (cachaça), utilizada como escambo no tráfico de negros da África.
Canaviais, pastagens e lavoura de subsistência formavam as terras do engenho. Na lavoura destacava-
se o cultivo da mandioca, do milho, do arroz e do feijão. Tais produtos eram cultivados para servir de alimento.
Mas sua produção insuficiente não atendia às necessidades da população do engenho. Isto porque os senhores
não se interessavam pelo cultivo. Consideravam os produtos de baixa lucratividade e prejudiciais ao espaço da
lavoura açucareira, centro dos interesses da colonização. As demais atividades eram deixadas num segundo
plano, ocasionando grande falta de alimentos e alta dos preços. Esse problema não atingia os senhores, que
importavam os produtos da Europa para sua alimentação.
A parte das terras do engenho destinada ao cultivo da cana - o canavial - era dividida em partidos, explorados
ou não pelo proprietário. As terras não exploradas pelo senhor do engenho eram cedidas aos lavradores,
obrigados a moer sua cana no engenho do proprietário, entregando-lhe a metade de sua produção, além de pagar
o aluguel da terra usada (10% da produção).
126. Existia outra mão de obra sem ser a escrava neste período?
Mão de obra deste estilo era rara nos primeiros momentos da colonização, especialmente na extração
do pau-brasil e no cultivo da cana-de-açúcar. Já na mineração, surgiram alguns grupos de trabalhadores livres,
especialmente os tropeiros, bem como alguns homens livres que se dedicavam ao garimpo. Fundamentalmente,
a mão de obra no Brasil colonial era escrava, e em sua maioria negra. Mesmo com a ascensão do escravo negro,
a mão de obra indígena ainda era utilizada.
127. Por que e quais outros povos europeus quiseram colonizar o Brasil? Que atividades desenvolveram?
Durante a colonização, um número impreciso de pessoas com origens em outras partes do mundo, além
de Portugal e do Continente Africano, se fixaram no território que hoje corresponde ao Brasil. Embora a
presença espanhola no Brasil durante o período colonial tenha sido importante em algumas regiões específicas,
ela foi frequentemente ignorada ou mesmo negada. Os espanhóis não tiveram nenhuma importância na
formação histórica brasileira ou, se a tiveram, ela foi menor do que a dos franceses. O próprio IBGE afirma que
houve um "exagero" da parte do autor. A presença de colonos espanhóis no Sul do Brasil foi "histórica e
demograficamente densa", como salienta o IBGE. Isto porque grande parte da região Sul do atual Brasil foi
uma zona de disputa entre Portugal e a Espanha e, como não havia barreiras naturais impedindo a movimentação
de pessoas (exceto o Rio Uruguai a oeste), por séculos houve ali uma convivência (frequentemente conflituosa)
entre lusos e hispânicos. O antropólogo Darcy Ribeiro escreveu que os gaúchos dos pampas "Surgem da
transfiguração étnica das populações mestiças de varões espanhóis e lusitanos com mulheres guarani",
demonstrando a importância do elemento espanhol na formação da população na zona fronteiriça entre o Brasil,
a Argentina e o Uruguai. Um estudo genético realizado pela FAPESP chegou mesmo a concluir que os
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espanhóis tiveram uma maior importância na formação étnica dos gaúchos do Sul do Brasil do que os próprios
portugueses.
Outro povo que se estabeleceu no Brasil colonial foi oriundo dos Países Baixos. Os neerlandeses
invadiram diferentes partes do Brasil, a mais duradoura invasão ocorreu em Pernambuco, onde permaneceram
por 24 anos (de 1630 a 1654). Existem mitos, especulações e até um certo "romantismo" em relação à presença
holandesa no Brasil. Até hoje esse tema levanta discussões, quase sempre suscitando o imaginário de como
seria o Brasil atualmente se tivesse sido colonizado pelos holandeses. Em relação a uma possível contribuição
holandesa para a formação da população brasileira, não existem dados sobre quantos holandeses permaneceram
no Nordeste após a retomada do domínio português na região, tampouco se eram em número suficiente para ter
deixado algum legado minimamente importante após apenas 24 anos de presença. Um estudo genético, porém,
abre a possibilidade de ter havido alguma contribuição holandesa para a formação da população do Nordeste,
com base numa análise do cromossomo Y.
Durante o período de dominação holandesa, não foram poucos os casamentos entre holandeses oficiais
da WIC e brasileiras pertencentes a aristocracia açucareira da época,[80] e ainda muito mais numerosas as
uniões informais entre os praças da WIC com negras, índias, mestiças e brancas pobres.
Os franceses também invadiram as regiões onde atualmente ficam parte do Maranhão e do Rio de
Janeiro. Ficaram muito pouco tempo no Brasil, foram rapidamente expulsos, mas alguns deles deixaram filhos
tidos com mulheres indígenas. Porém, assim como no caso dos holandeses, não existe nenhuma comprovação
factível que os franceses tenham tido qualquer influência considerável na formação do povo brasileiro.
128. Pecuária e tabaco tiveram quais influências na colonização? Como estas alteravam a relação de trabalho?
Durante o período colonial, a empresa açucareira foi o grande investimento dos portugueses nas terras
brasileiras. Contudo, as necessidades de consumo das populações nativas serviram para o desenvolvimento de
outras atividades econômicas destinadas à subsistência. Tais empreendimentos econômicos ficaram comumente
conhecidos como atividades acessórias ou secundárias e costumava abranger o plantio de pequenas e médias
culturas e produção de algodão, rapadura, aguardente, tabaco e mandioca.
Com o passar do tempo, o crescimento do rebanho de gado acabou causando problemas no interior das
plantações de açúcar, que tinham parte de sua plantação destruída pela ação desses animais. Com isso, o lucro
a ser alcançado com a produção açucareira se incompatibilizava com a incômoda presença do gado dentro das
fazendas.
Com o surgimento das atividades mineradoras nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a pecuária ampliou
seu mercado consumidor estabelecendo novas frentes de expansão no Nordeste e na região Sul do território.
Além de servir para o abastecimento da população, a atividade pecuarista também consolidou um próspero
comércio de equinos e muares usados para o transporte de pessoas e mercadorias. Geralmente, eram organizadas
feiras em alguns centros urbanos do interior onde esses animais eram negociados.
O algodão e o fumo constituíram-se em importantes atividades agrícolas da economia colonial. Durante
o século XVIII, o fumo ocupou o segundo lugar no comércio de exportação, vindo logo abaixo do açúcar.
Produzido principalmente na Bahia e em Alagoas, o tabaco, junto com a cachaça e a rapadura, foi utilizado
como produto de troca por negros na África.
Antes da chegada dos portugueses os nativos já conheciam o algodão. Com a colonização, passou a ser
usado na fabricação de tecidos para as roupas dos escravos. A partir da segunda metade do século XVIII, devido
à Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, houve grande desenvolvimento na produção de tecidos na Europa,
e o algodão passou a ser importante item de exportação, tendo no Maranhão seu principal produtor.
Henrique. No entanto, D. Henrique acabou morrendo dois anos depois e, como também não possuía herdeiros
diretos, foi iniciada uma crise de sucessão do trono português.
Após a morte de D. Henrique, três pretendentes alegaram parentesco com D. Sebastião e lançaram-se
na luta pelo trono. Entre os pretendentes, estava o rei espanhol, Filipe II, que possuía grande apoio entre os
membros da nobreza portuguesa. Depois de invadir Portugal e vencer pequenos conflitos contra um dos
pretendentes ao trono, chamado Antônio, o rei Filipe II foi coroado como rei de Portugal.
Durante seu reinado, Filipe II manteve os portugueses nos cargos relacionados à administração de
Portugal e das colônias portuguesas, sobretudo no Brasil. Essa ação do rei foi tomada para evitar qualquer tipo
de desgaste com os portugueses, assim, minimizando o risco de que rebeliões acontecessem em Portugal.
Portanto, percebe-se que a Espanha não assumiu controle sobre a colônia brasileira, deixando-a a cargo
dos portugueses. O historiador Thomas E. Skidmore afirma que a grande mudança determinada pela Espanha
no Brasil foi “a regularização dos procedimentos administrativos e judiciários, incluindo o desenvolvimento de
novos códigos civil e penal em 1603”.
Além disso, foi decretada pelos espanhóis a divisão do Brasil em duas partes: uma chamada de Estado
do Maranhão, que agrupava Maranhão, Ceará e Pará e cuja capital era a cidade de São Luís, e a outra chamada
de Estado do Brasil, que permanecia com a cidade de Salvador como a capital. Essa divisão foi estabelecida
pelos espanhóis a partir de 1621.
130. Quais as motivações e aspirações quanto ao desejo holandês de domínio em terras do continente
americano?
Quando as coroas de Castela e de Portugal se uniram, Portugal passou a ser dominada pelos interesses
econômicos dos espanhóis, sendo que os holandeses sempre tiveram boas relações comerciais com Portugal.
Após essa União Ibérica, que durou de 1580 até 1640, os holandeses ficaram sem acesso ao açúcar produzido
pela colônia.
Sabendo da infraestrutura e da capacidade de produção do nordeste Brasileiro, os holandeses invadiram
o nordeste, e como o território era vasto, os portugueses, sob pressão espanhola, foram incapazes de atacar de
forma massiva os novos domínios dos holandeses, sendo que a região conquistada foi chamada de Nova
Holanda.
Os holandeses invadiram o Brasil com interesses na produção de açúcar nordestina a qual no período,
rendia alto lucro a Portugal.
131. Como desenvolveu-se a forma de domínio holandês no Brasil se comparado aos portugueses?
O domínio holandês no Brasil foi curto. Aconteceu no século XVII, quando os holandeses ocuparam
uma parte do Nordeste do Brasil. Lá, fundaram uma colônia chamada Nova Holanda, que incluía Pernambuco
e outras capitanias. Seu principal interesse era controlar os centros de produção de açúcar.
Os primeiros trinta anos do domínio português no Brasil ( 1500-1530) é chamado de período pré–
colonial, pois o governo português não traçou um plano de ocupação, limitou-se apenas a defendê-la contra
invasões, principalmente francesas. O interesse pelo pau-brasil.
Já nos anos 1624 ocorreram as primeiras invasões dos holandês na Bahia, sem sucesso. De 1630 a 1654,
os holandeses invadiram a região de Pernambuco, desenvolvendo a exploração do açúcar. Expulsos se dirigem
para as Antilhas onde fazem concorrência com o açúcar brasileiros levando os fazendeiros do nordeste à
falência.
Os 24 anos foram tempo suficiente para que esse povo deixasse marcas na arquitetura, cultura e no
imaginário dos brasileiros, principalmente por meio de seu principal expoente, o conde João Maurício de
Nassau-Siegen, que governou os territórios conquistados entre 1637 e 1644.
135. Qual a relação entre bandeiras, entradas e sertanismo de contrato extermínio de índios e negros?
O sertanismo de contrato foi uma atividade exercida pelos bandeirantes paulistas no período colonial.
Surgido no século XVII, consistia na organização de expedições (bandeiras de contrato) lideradas por
bandeirantes que partiam para o interior do Brasil para capturar negros foragidos e combater tribos indígenas
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rebeladas e quilombos. Estas bandeiras de contrato eram financiadas por autoridades coloniais, grandes
fazendeiros e senhores de engenho, principalmente da região nordeste do Brasil. Além de pagamentos em
espécie, muitos destes bandeirantes receberam lotes de terra como recompensa por suas atividades.
Os sertanistas de contrato buscavam atacar e combater tribos de índios que ofereciam resistência à
colonização ou que resistiam a tomada de suas terras;
Atacar e destruir quilombos formados por negros (ex-escravos) foragidos das fazendas. Além de
destruir os quilombos, os bandeirantes deviam recapturar os negros para que eles fossem reintegrados ao
sistema escravista das fazendas e engenhos coloniais;
Perseguir, localizar e capturar negros foragidos das fazendas e engenhos.
136. O trabalho indígena tem qual influência e importância para o desenvolvimento econômico da colônia?
Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já estabelecido com os índios na
atividade de extração do pau-brasil. Nesse período, os índios realizavam essa extração por meio de um trabalho
esporádico recompensado pelos produtos trazidos pelos lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o
trabalho nas grandes propriedades exigia uma rotina de trabalho longa e disciplinada que ia contra os hábitos
cotidianos de boa parte dos indígenas.
Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais epidemias contraídas no contato com
o homem branco e ruptura com a economia de subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse tipo de
escravidão. Ao mesmo tempo, devemos levar em conta que o controle sobre os índios escravizados era bem
mais difícil tendo em vista o conhecimento que tinham do território. Dessa forma, a vigilância se tornava algo
bastante complicado.
Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, a escravidão indígena também
foi extensamente combatida pela Igreja no ambiente colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os clérigos
que aportavam em terras brasileiras se envolveram em uma série de disputas em que repudiavam o interesse
dos colonos em converter os índios em escravos. Tal postura se justificava no interesse que os clérigos católicos
tinham em facilitar o processo de conversão religiosa dos índios.
A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento em que o marquês de Pombal
estabeleceu um conjunto de transformações na administração colonial. Primeiramente, ordenou a expulsão dos
jesuítas do Brasil mediante a ampla influência política e econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois,
em 1757, proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas submetidas ao poderio da
Coroa.
137. Quais eram as ideias, influências, e transformações ocorridas com base no iluminismo?
No século XVIII, um grupo de pensadores começou a se mobilizar em torno da defesa de ideias que
pautavam a renovação de práticas e instituições vigentes em toda Europa. Levantando questões filosóficas que
pensavam a condição e a felicidade do homem, o movimento iluminista atacou sistematicamente tudo aquilo
que era considerado contrário à busca da felicidade, da justiça e da igualdade.
As instituições religiosas eram sistematicamente atacadas por esses pensadores. A intromissão da Igreja
nos assuntos econômicos e políticos era um tipo de hábito nocivo ao desenvolvimento e ao progresso da
sociedade. Até mesmo o pensamento dogmático religioso era colocado como uma barreira entre Deus e o
homem. O pensamento iluminista acreditava que a natureza divina estava presente no próprio indivíduo e, por
isso, a razão e o experimento eram meios seguros de compreensão da essência divina.
Inspirados pelas leis fixadas nas ciências naturais, os iluministas também defendiam a existência de
verdades absolutas. O homem, em seu estado originário, possuía um conjunto de valores que fazia dele
naturalmente afeito à bondade e igualdade. Seriam as falhas cometidas no desenvolvimento das sociedades que
teria afastado o indivíduo destas suas características originais. Por isso, instituições políticas preocupadas com
a liberdade deveriam dar lugar às injustiças promovidas pelo Estado Absolutista.
é considerada uma das melhores. Ele negava a ideia de que Deus tinha o poder sobre o destino dos homens e
afirmava que a sociedade que moldava o ser humano para o bem ou para o mal.
Montesquieu (1689 – 1755): Ele fez parte da primeira geração de iluministas. Defendia a ideia da
“divisão” do governo em três poderes independentes (Legislativo, Executivo e Judiciário) em sua obra mais
conhecida e importante “O espírito das leis”, de 1748.
Voltaire (1694 – 1778): Crítico polêmico da religião e da Monarquia. Defendia a liberdade intelectual.
Sua obra mais importante foi “Ensaio sobre os costumes”, de 1756.
Rousseau (1712 – 1778): Defensor da pequena burguesia, queria a participação do povo na política
por meio de eleições. Sua obra mais importante foi “Do Contrato Social”.
Adam Smith (1723 – 1790): Principal representante do conjunto de ideias chamado liberalismo
econômico. Sua principal obra foi “A riqueza das nações”.
140. Quais influências e antagonismo entre o iluminismo, economia, política, religião, cultura, e afins na
época.
Nesta sociedade extraordinariamente desigual, onde as classes privilegiadas possuíam privilégios e
isenções notáveis ao custo da exploração de parte esmagadora da população, o Iluminismo rapidamente
ganharia adeptos entre a ascendente classe burguesa. Isto não quer dizer, porém, que o Iluminismo fosse uma
escola de pensamento propriamente dita, e muito menos que se tratasse de um movimento homogêneo. De fato,
seu ecletismo era tamanho que acabava resultando em um pensamento pouco original para a época. Isso levaria
alguns estudiosos a afirmarem mesmo que o movimento iluminista foi apenas uma invenção posterior dos
revolucionários franceses em busca de legitimação para suas ações
O diferencial do Iluminismo em relação aos demais movimentos do período, contudo, estava em sua
abordagem estrita da razão, principalmente em relação ao viés científico, numa linha de pensamento que poderia
ser aplicada tanto a filósofos e intelectuais quanto a matemáticos e físicos. Com o passar as décadas, cresceu a
ideia de que o mesmo método poderia ser utilizado com sucesso em outras áreas da vida, levando ao progresso
e à felicidade; assim, em breve a própria política se apropriaria da ideia da razão como a mais benéfica para a
sociedade em geral, em contraponto à mera autoridade e à estratificação. Alguns monarcas europeus do período
seriam até conhecidos como déspotas iluminados ou soberanos filósofos – como Catarina II da Rússia (1729-
96), Frederico II da Prússia (1712-86) e, em certa medida, Maria Teresa d’Áustria (1717-80) – devido às
reformas que visavam ao bem-estar de seus súditos.
141. Qual o processo histórico que culminou com a primeira Revolução Industrial?
Após a deposição de Richard Cromwell, uma nova organização foi dada ao poder político britânico.
Com o apoio de partidários da realeza e setores descontentes com a ditadura de Cromwell, um novo parlamento
51
aprovou a chegada do rei Carlos II ao trono inglês. Tal período da Revolução Inglesa acabou conhecido como
a fase da Restauração Monárquica.
Essa volta do antigo regime político, apoiado pela aristocracia e pela alta burguesia, visava à contenção
de novos tumultos sociais que radicalizassem o processo revolucionário britânico. Inicialmente, o governo de
Carlos II vislumbrou a expansão das atividades comerciais e industriais inglesas. No entanto, as velhas rixas
entre o rei e o Parlamente continuavam a aparecer no cenário político inglês.
A Primeira Revolução Industrial corresponde à primeira fase da Revolução Industrial, período
caracterizado pelo grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Europa e que, posteriormente, espalhou-se
pelo mundo, provocando inúmeras e profundas transformações econômicas e sociais. A Primeira Revolução
Industrial iniciou-se por volta de 1760, marcando a transição de um sistema feudal para o sistema capitalista, e
durou até meados de 1850, quando, então, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial.
143. O que ocasionou e ocasiona até a presente data a primeira Revolução Industrial?
O nascimento da indústria causou grandes transformações na economia mundial, assim como no estilo
de vida da humanidade, uma vez que acelerou a produção de mercadorias e a exploração dos recursos da
natureza. Além disso, a Revolução Industrial foi responsável por grandes transformações no processo produtivo
e nas relações de trabalho.
A Revolução Industrial corresponde às modificações econômicas e tecnológicas que consolidaram o
sistema capitalista e permitiram o surgimento de novas formas de organização da sociedade. As transformações
tecnológicas, econômicas e sociais vividas na Europa Ocidental, inicialmente limitadas à Inglaterra, em meados
do século XVIII, tiveram diversos desdobramentos, os quais pode-se chamar de fases. Essas fases correspondem
ao processo evolutivo das tecnologias desenvolvidas e as consequentes mudanças socioeconômicas.
A ordem capitalista que substituiu a ordem feudal na maioria dos países era ditatorial. A classe mais
alta entre as classes dominadas pela monarquia absolutista era a burguesia, e esta classe ao assumir a direção
econômica da sociedade, tornando-se a classe dominante, centralizou os meios de produção, hierarquizou as
relações de trabalho (principalmente após o processo da Revolução Industrial) e excluíram as outras classes do
direito à livre produção, iniciativa e trabalho, roubando-lhes a terra, os meios de produção e a autonomia sobre
os seus próprios tempos livres.
145. Fale sobre a burguesia e o trabalhador (que vende sua mão de obra) dentro deste contexto histórico.
O desenvolvimento industrial na Inglaterra ainda foi fomentado com a expulsão de um grande
contingente de camponeses da zona rural, em um fenômeno ocorrido em meados do século XVIII e conhecido
como cercamentos. Com os cercamentos, os camponeses foram expulsos de suas terras para a produção
agropecuária, sendo obrigados a se deslocarem para as cidades.
Durante o século XIX, novos mercados consumidores e de fornecimento de matérias-primas foram
conquistados no que se convencionou chamar de imperialismo. Por outro lado, novos países investiram na
industrialização, principalmente na Europa Ocidental e os EUA, ampliando o espaço geográfico da Revolução
Industrial. Com as descobertas do petróleo e outros produtos na área química, bem como a eletricidade e o aço,
um novo surto industrial se verificou no final do século XIX, conhecido como Segunda Revolução Industrial.
Esse avanço tecnológico foi também uma resposta às lutas dos trabalhadores no século XIX, que
pretenderam melhores salários e participação política, sendo que as lutas por esses objetivos foram vencidas
também com melhorias salariais, que tornavam necessário o aumento da produtividade para serem recuperadas,
em novo nível de acumulação de capital.
O capitalismo continua se desenvolvendo até os dias atuais, como consequência da primeira Revolução
Industrial. Uma Terceira Revolução Industrial é apontada com o aprimoramento da tecnologia informacional,
principalmente depois da década de 1970 e uma Quarta revolução se apresenta em nos dias atuais.
146. Como o trabalhador buscou seus direitos neste período? O que queriam? Quem destacou-se?
A ideia de que cumprir um papel no mundo trabalhista traz dignidade às pessoas só foi aparecer já em
nossos tempos modernos, fruto das revoluções industriais que nos trouxeram um novo tipo de convivência
social. Uma sociedade onde a divisão de classes não era mais uma escolha divina, como na Alta Idade Média e
Idade Média Central – época em que a estratificação social era vista como vontade divina -, ou no início do
Renascimento Comercial, quando as corporações de ofício decidiam as regras sobre as próprias atividades.
O movimento Ludista foi o primeiro a ser organizado pelos desempregados, que culpando as máquinas,
as destruíam, daí o nome “quebradores de máquinas”. Foram severamente reprimidos e imputados a eles a pena
de morte por tais comportamentos.
Reivindicações foram sendo incorporadas de maneira paliativa para que tudo se mantivesse em
funcionamento. Um exemplo são as pedidas do próprio movimento cartista, na Inglaterra, que propunha
medidas socialistas. Leis como a da jornada de trabalho de 10 horas e a participação dos operários no
parlamento, que eram pautas do movimento, foram sendo incorporadas pouco a pouco, fazendo com que o
cartismo perdesse força política e não ganhasse crédito por essas conquistas. Entre os anos de 1860 e 1869, as
reivindicações cartistas foram quase totalmente inseridas na constituição inglesa.
147. Como se deu a colonização e processo de independência do EUA? Qual a influência destas até hoje?
Antes da Independência, os EUA eram formado por treze colônias controladas pela metrópole: a
Inglaterra.
Dentro do contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colônias para obter lucros e
recursos minerais e vegetais não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana,
com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos. Caracterizamos a colonização dos
USA como sendo de povoamento.
Na guerra dos 7 anos, entre Inglaterra e França em 1756, os ingleses saíram vitoriosos mas quebrados
economicamente. Para solucionar a crise, impuseram aos USA as “leis intoleráveis”, que nada mais era do que
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um considerável aumento de impostos em diversas áreas. Por fim fecharam o comercio no porto de Boston o
que veio a provocar a fúria dos comerciantes e de toda a população, que se uniu e libertou o futuro país.
Os colonos do norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante
de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a
situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida
política da colônia.
Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais
medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como
Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e
transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia, influenciando
diretamente no processo de independência.
Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a
independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados
Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A
Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da
França e da Espanha.
Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas.
Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república
federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão.
148. Quais características políticas, econômicas e culturais tinhas as 13 colônias fundadoras do EUA?
Colônias do Norte: região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam
das perseguições religiosas. Chegaram na América do Norte com o objetivo de transformar a região num
próspero lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma
colonização de povoamento com as seguintes características : mão-de-obra livre, economia baseada no
comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno.
Colônias do Sul: colônias como a Virginia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma
colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram
baseadas no latifúndio, mão-de-obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura.
149. Fale sobre a formação do povo estadunidense, seus antagonismos e contradições, antes e hoje.
O território dos EUA começou a ser colonizado no início do século XVII. O primeiro grupo de
colonizadores eram cristãos puritanos que desembarcaram, em 1607, na região do atual estado da Virgínia. Em
1620, chegaram mais puritanos na mesma região, intensificando o processo de colonização.
Durante todo o século XVII e meados do XVIII foram se formando, na região da costa leste, as treze
colônias. Estas foram a base inicial territorial do que mais tarde seriam os Estados Unidos da América. Foi a
partir do final do século XVIII e durante todo o XIX, que os norte-americanos foram ampliando seu território
rumo a oeste. Este processo ocorreu com a conquista de terras através de guerras, anexações ou compras. Os
índios norte-americanos (nativos de grande parte da região), através de um processo violento, perderam grande
parte de suas terras para os colonizadores brancos.
Depois de ganhar a independência com o Tratado de Paris, os Estados Unidos expandiram-se para o
Oeste, ampliando suas fronteiras sete vezes, com dois ajustes de fronteiras principais, um para cada uma das
colônias do Reino Unido e a Espanha, e várias disputas territoriais menores. O país dos treze estados originais
cresceu para os cinquenta estados, a maioria dos quais começou como um território incorporado. O padrão geral
desta expansão territorial ou evolução territorial é a seguinte: a colonização das terras recém-adquiridas, a
formação de um território organizado, a alteração das fronteiras desses territórios e, finalmente, a condição final
de Estado. Apenas dois dos novos Estados cresceram consideravelmente depois de obter a condição de estado,
Nevada e Missouri, e quatro deles perderam territórios para formar novos estados - Massachusetts, Carolina do
Norte, Texas e Virgínia.
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150. Fale sobre o processo de formação da democracia estadunidense e seus reflexos hoje.
O período da história dos Estados Unidos entre 1783 e 1815 caracteriza-se pelos primeiros anos de
independência dos Estados Unidos, e da união das treze ex-colônias britânicas para formar um único país. As
Treze Colônias haviam lutado bravamente pela independência durante a Revolução Americana de 1776. O
Reino Unido assumiu a derrota em 1783, e — pelos termos do Tratado de Paris — reconheceu oficialmente a
independência dos Estados Unidos.
Logo após a declaração de independência dos Estados Unidos em 1776, os principais oficiais das treze
antigas colônias britânicas, — agora, Estados dos Estados Unidos — passaram a planejar a instalação de um
sistema de governo central, que seria válido para todo o novo país. Até então, cada um dos novos Estados
possuía sua própria Constituição, mas não existia uma Constituição que valesse para todos os treze Estados.
Em 1781, ainda durante a Revolução Americana, um sistema de governo federal rudimentar foi instalado nos
treze Estados, sob as leis e medidas dos Artigos da Confederação.
Os Artigos da Confederação dava ao governo federal o poder de declarar guerra e de manejar seu
próprio departamento de relações internacionais. Porém, os Artigos da Confederação não davam ao governo
americano o poder de coletar impostos em todo o país, regular o comércio inter-estadual ou internacional, ou
direcionar o governo destes Estados. Segundo os Artigos da Confederação, cada Estado seria responsável por
manejar o próprio governo e cada um dos estados seriam também os únicos com poder de criar impostos e leis
próprias.
A Revolução Americana de 1776 havia criado um sério problema para os Estados Unidos: a criação de
uma gigantesca dívida por parte do governo americano. Porém, o pagamento desta dívida era impossível, uma
vez que o governo americano não tinha o poder de coletar impostos no país. O governo americano sofria muito
com a falta de fundos, até mesmo para manter um sistema de defesa nacional. Durante os primeiros anos como
um país independente, os Estados Unidos enfrentavam uma séria recessão econômica.
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LIVRO VII
152. Qual atuação, identidade, objetivo de cada grupo social durante este processo revolucionário?
A sociedade francesa era dividida em classes sociais, ou Estados Nacionais:
* 1° estado – clero; cerca de 2% da população.
* 2° estado – nobreza; também 2% da população.
* 3° estado – burguesia: alta burguesia, média burguesia, baixa burguesia (artesãos, aprendizes,
proletários, servos e camponeses semi ou livres).
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O terceiro estado arcava com o peso dos impostos e contribuições para o rei, o clero e a nobreza. Os
outros dois estados não pagavam tributos e ainda viviam a custa do dinheiro público.
A indústria francesa sofreu séria crise a partir de 1786 e em 1787, uma seca diminuiu a produção de
alimentos. A situação do tesouro na França estava em crise. Na tentativa de vencer essa crise o ministro das
Finanças, o banqueiro Jacques Neckes, convocou a Assembléia dos Estados-Gerais com o objetivo de fazer o
terceiro estado pagar mais impostos. O terceiro estado rejeitou.
Em 17 de junho de 1789, o terceiro estado proclamou-se Assembleia Nacional . Em represália, o rei
Luís XVI mandou fechar a sala onde se reuniam no Palácio de Versalhes, estes foram então para a sala de Jogo
da Péla, onde receberam a adesão de parte do clero e de nobres influenciados pelo Iluminismo. O rei não teve
alternativa senão aceitar a Assembleia Nacional.
Em 9 de julho, a Assembleia Nacional Em 9 de julho, a Assembleia Nacional transformou-se em
Assembleia Constituinte. Os deputados juraram só se dispersar depois de dar uma Constituição à França. Três
dias depois, a demissão de Necker tornou ainda mais tensa a situação. No dia 14 de julho, o povo parisiense
tomou de assalto a fortaleza da Bastilha. A explosão revolucionária alastrou-se então por todo país. É a época
do grande medo.
153. Quais as influências anteriores e atuais da Revolução Francesa no contexto geral entre as nações?
Com a Revolução Francesa, o capitalismo rompeu os obstáculos políticos feudais que ainda vigoravam
na Europa Ocidental, juntando-se às transformações econômicas desencadeadas com a Revolução Industrial.
Essas mudanças vinham sendo preparadas desde os séculos XVII e XVIII, com o desenvolvimento do
pensamento racional Iluminista. Para os iluministas, a razão poderia auxiliar todos os homens na explicação
dos fenômenos da natureza e da forma de organização da sociedade.
Todos os homens poderiam exercer o poder. Mas para isso era necessário criar instituições que
garantissem esse exercício. Nesse sentido, a República foi a principal dessas instituições. Ela representava o
fim dos privilégios da aristocracia e a libertação dos camponeses dos laços de servidão que os prendiam à
nobreza e ao clero. Nas cidades, tinham fim as corporações feudais que limitavam os negócios da burguesia.
A Revolução Francesa influenciou ainda outros processos de independência no continente americano.
Em 1794, os africanos escravizados que trabalhavam nas lavouras de cana-de-açúcar do Haiti conseguiram o
fim da escravidão após uma sanguinária guerra de independência. Era o primeiro país do continente a por fim
à escravidão. No Brasil, a Conjuração Baiana (ou Revolta dos Alfaiates) de 1798 também foi fortemente
influenciada pelos acontecimentos da Revolução Francesa.
155. Quais condições socioeconômicas levaram os franceses e reimplantaram a monarquia após a revolução?
A Revolução Francesa foi resultado direto da crise que a França vivia no final do século XVIII. A
insatisfação popular (com a crise econômica e política que o país vivia) aliou-se com os interesses da burguesia
em implantar no país as ideias do Iluminismo como forma de combater os privilégios da aristocracia francesa.
No final do século XVIII, a França era uma monarquia absolutista em que o rei era Luís XVI. O poder
de Luís XVI, como em todo regime absolutista, era pleno, e a sociedade francesa era dividida em grupos sociais
muito bem definidos.
Com a saída de Napoleão a monarquia foi restaurada com o rei Luís XVIII e posteriormente Luís Felipe,
o rei burguês. Duas revoluções assolaram a França neste período: 1830 e 1848. Após a saída desses reis o
sobrinho de Napoleão Bonaparte, Luís Bonaparte assume o poder e em 1852 se declara imperador dos franceses.
156. Como foi a expansão do império francês e como se deu as resistências e lutas de povos descontentes?
Os reis franceses se negaram a aceitar a divisão do mundo entre a Espanha e Portugal, definida, em
1491, pelo Tratado de Tordesilhas. O rei Francisco I financiou as viagens de Jacques Cartier, que explorou o
rio São Lourenço, no Canadá (1534-1543). Com as últimas missões de Champlain, o referido território
converteu-se mais tarde na Nova França. No século XIV, a França possuía o Canadá, as ilhas Maurício e
Reunião, no oceano Índico, e algumas feitorias na Índia. Após o Tratado de Paris, perdeu a Louisiana. O Império
francês sofreu as consequências das Guerras Anglo-francesas, sobretudo no caso do Canadá e da Índia. Com
Napoleão III, a França conquistou a Argélia e o Senegal e anexou a Nova Caledônia (1853) e a Cochinchina
(1862-1867). A intervenção no México, em 1864, foi um enorme fracasso.
Não obstante, a expansão colonial francesa concretizou-se após a derrota da França frente a Prússia, na
guerra de 1870-1871. Em 1881, a França obrigou o rei de Túnis a aceitar um protetorado francês sobre seu
território, devido em grande parte ao crescimento do interesse italiano por Túnis. No Marrocos, era questão de
tempo para que os franceses impusessem seu predomínio econômico. Na Conferência de Algecíras (1906), o
sul do Marrocos foi reconhecido como área de influência francesa e, em 1912, foi estabelecido o protetorado
francês.
A rejeição à União Francesa provocou várias guerras. A primeira ocorreu na Indochina. Em 1945, as
forças de resistência indochinas, sob as ordens de Ho Chi Minh, proclamaram sua independência da França.
Após a derrota de Dien Bien Phu, Pierre Mendès-France negociou os acordos de Genebra, que deram fim à
presença francesa na Indochina.
Em novembro de 1954, começou a guerra da Argélia. Na França, vivia-se um clima de declínio e
fracasso, que permitiu o retorno de Charles de Gaulle ao poder, sendo ele o negociador da independência da
Argélia.
De Gaulle procurou garantir o controle sobre as colônias africanas e, para tanto, criou a Comunidade
Francesa (1958). No entanto, os líderes africanos buscavam a independência e negaram-se a integrá-la. Como
aconteceu com Túnis, em 1954, e com o Marrocos, em 1958, as colônias francesas da África Negra
conquistaram a independência, na década de 1960.
157. Narre o processo de restauração de monarquias absolutistas após a derrota militar da França
bonapartista.
No vocabulário político, a palavra bonapartismo designa um tipo de governo ao que foi exercido,
primeiro, por Napoleão Bonaparte (1799-1815) e, mais tarde, por seu sobrinho, Carlos Luís Napoleão
Bonaparte (1848-1870), que se sagraria também imperador da França, em 1851, como nome de Napoleão III.
Originalmente, o bonapartismo combinava elementos do despotismo ilustrado e do pensamento iluminista de
Rousseau. A partir de 1851, incorporou ao seu programa reivindicações sociais impostas pelo desenvolvimento
industrial.
O surgimento de bonapartismo se explica pela crise social e política que a França vivia por volta de
1800. A crise decorria do fato de que nenhuma das classes sociais em conflito era capaz de se impor
politicamente. Esse quadro de desordem pública abriu caminho para o aparecimento de um homem forte, um
ditador, que se colocou acima das classes sócias e assumiu o papel de árbitro entre elas.
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Nos dois casos, a ditadura bonapartista recebeu aprovação popular por meio de plebiscitos, forma de
consulta pela qual os eleitores devem responder se aprovam ou não determinadas propostas.
Entretanto, um apoio difuso da sociedade não seria suficiente para manter a ditadura bonapartista por
períodos prolongados. O que garantiu a sustentação dos dois Bonaparte foi o efetivo apoio dos camponeses,
gratos a Napoleão I – e por extensão, também a Napoleão III – pelo fato de ele ter respeitado a distribuição de
terra promovida durante a Revolução Francesa. Na verdade, a suposta imparcialidade do bonapartismo foi mais
aparente do que real, pois as medidas postas em prática pelos dois imperadores coincidiram, na realidade, com
os interesses econômicos da classe dominante, a saber, a burguesia.
158. Fale sobre os desdobramentos históricos deste período, inclusive na questão jurídica (direito civil)?
Bonaparte não tinha nenhum desejo de desfazer as principais reformas igualitárias da revolução e
reafirmou a abolição dos estados, dos privilégios e das liberdades locais, assim reconfirmando também a ideia
de uma meritocracia, de «carreira aberta ao talento» (carrière ouverte aux talents), cara aos corações da classe
média.
Através da centralização dos departamentos administrativos, ele alcançou o que nenhum regime francês
recente havia até então conseguido: um sistema tributário ordeiro e de modo geral justo.
Proibindo o tipo de isenções antes concedidas à nobreza e ao clero, e continuando a arrecadação, seu
plano possibilitou-lhe preparar um orçamento racional, fixando as despesas e, consequentemente, o
endividamento. Dessa maneira, reduziu a espiral inflacionária em que se haviam emaranhado tantos governos
no passado.
A mais importante realização de Bonaparte foi completar as reformas educacionais e jurídicas
começadas durante o período revolucionário.
Determinou a criação de lycées (ginásios, liceus) em todas as cidades de maior porte de uma escola em
Paris para preparação de professores.
Como complemento a essas mudanças, Napoleão colocou as escolas militares e técnicas sob a direção
do Estado e fundou uma universidade nacional para suprervisionar todo o sistema.
Como quase todas suas reformas, essa foi de especial benefício para a classe média.
O mesmo se pode dizer do novo código legal promulgado em 1810. O código napoleônico, como se
chamou o novo código de leis (Code Civil des Français) refletia dois princípios que se haviam insinuado em
todas as mudanças constitucionais desde 1789: uniformidade e individualismo.
160. Quem, onde, como e por que grupos sociais efetuaram o processo de independência da América
Espanhola.
O processo de independência da América Espanhola ocorreu em um conjunto de situações
experimentadas ao longo do século XVIII. Nesse período, observamos a ascensão de um novo conjunto de
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valores que questionava diretamente o pacto colonial e o autoritarismo das monarquias. O iluminismo defendia
a liberdade dos povos e a queda dos regimes políticos que promovessem o privilégio de determinadas classes
sociais.
No final do século XVIII, a ascensão de Napoleão frente ao Estado francês e a demanda britânica e
norte-americana pela expansão de seus mercados consumidores serão dois pontos cruciais para a independência.
A França, pelo descumprimento do Bloqueio Continental, invadiu a Espanha, desestabilizando a autoridade do
governo sob as colônias. Além disso, Estados Unidos e Inglaterra tinham grandes interesses econômicos a
serem alcançados com o fim do monopólio comercial espanhol na região.
É nesse momento, no início do século XIX, que a mobilização ganha seus primeiros contornos. A
restauração da autoridade colonial espanhola seria o estopim do levante capitaneado pelos criollos. Contando
com o apoio financeiro anglo-americano, os criollos convocaram as populações coloniais a se rebelarem contra
a Espanha. Os dois dos maiores líderes criollos da independência foram Simon Bolívar e José de San Martin.
Organizando exércitos pelas porções norte e sul da América, ambos sequenciaram a proclamação de
independência de vários países latino-americanos.
161. Compare as sociedades atuais e anteriores no tocante a América Espanhola. Houve mudanças?
Justifique.
América Espanhola ou América Hispânica são as denominações dadas aos países da América Latina
que foram colônias do império espanhol. Atualmente, esses países estão distribuídos na América do Sul, Central
e América do Norte.
A grande maioria da população das colônias era composta pelos índios. A população negra escrava era
pequena e foi usada como mão de obra, principalmente nas Antilhas.
Quem realmente mandava e explorava a população nativa eram os espanhóis, brancos, que eram a
minoria mas, eram os dominadores.
Assim podemos dividir a sociedade entre brancos (dominadores) e não-brancos (dominados ).
Mesmo entre a população branca havia divisões, como :
Chapetones - colonos brancos nascidos na Espanha, eram privilegiados.
Criollos - brancos nascidos na América e descendentes dos espanhóis. Eram ricos, proprietários de
terras mas, não tinham os mesmos privilégios dos Chapetones.
Além disso, a mistura entre brancos e índios criou uma camada de mestiços.
Os primeiros conquistadores foram também os primeiros administradores. Eles recebiam da Coroa
espanhola o direito de governar a terra que tivessem descoberto.
Com o crescimento das riquezas, como o ouro e prata descobertos, a Coroa espanhola foi diminuindo
o poder desses primeiros administradores e passou ela própria a administrar.
Dessa forma, passou a monopolizar o comércio e criou órgãos para elaborar leis e controlar as colônias.
Atualmente a américa espanhola, no caso a América Latina, exceto o Brasil e algumas regiões onde a
colonização foi Inglesa ou francesa, apresenta alguns atrasos e dependências em relação a Europa e Estados
Unidos.
Durante o século XVIII, auge do período de exploração do ouro no Brasil, diversos povoamentos foram
fundados. Esta foi a medida encontrada pela Coroa para tentar acalmar um pouco o verdadeiro caos que se
instalara na colônia com cidades inteiras sendo abandonadas por seus habitantes que saíam em busca de ouro
nos garimpos.
164. Como atuava e lucrava a coroa portuguesa neste período e meio econômico, de modo geral?
Com a descoberta de ouro no Brasil colonial (fins do século XVII) a Coroa portuguesa criou diferentes
tributos para o ouro encontrado e controlou as minas com bastante rigor. O declínio da produção por volta de
1760, e a pressão da coroa por mais impostos concluem na Inconfidência Mineira, em 1789.
Mudanças econômicas levam ao Ciclo do Ouro – O fim do domínio holandês sobre o nordeste brasileiro, em
1654, provocou uma grave crise na economia açucareira, que acabou afetando toda a colônia.Por isso, a segunda
metade do século XVII foi marcada pela intensificação de expedições exploratórias para o interior, como as
bandeiras, que em pouco mais de três décadas descobriram grandes reservas de ouro em Minas Gerais.
Alcançaram depois outros pontos, como Goiás e Mato Grosso. Era o início da grande mineração aurífera no
Brasil.
Em 1702, temos a criação da Intendência das Minas. Este órgão era encarregado de controlar a
exploração do ouro, cobrar impostos sobre a Mineração, e julgar os crimes praticados na região em nome da
Coroa de Portugal.
Assim, quando um minerador descobria uma lavra, ele era obrigado por lei a comunicar ao intendente
das minas. Depois de registrada, a mina era dividida em datas (lotes auríferos). O descobridor podia escolher
duas datas, a seguinte ficava com a Coroa, e as demais eram distribuídas entre os mineradores (as maiores para
quem tivesse mais escravos).
A primeira resolução da Intendência das Minas foi estipular a porcentagem do tributo da riqueza obtida
em cada jazida. A primeira forma de tributo foi o quinto, isto é, 20% do que era produzido na prospecção
deveria ser remetido à Coroa Portuguesa. Entretanto, esse sistema mostrou-se muito vulnerável e passível de
fraudes, fato que obrigou a coroa a estipular outro sistema, o da finta, que consistia na remessa de 30 arrobas
anuais de ouro para a Coroa. Houve ainda a criação das Casas de Fundição, cujo objetivo era transformar todo
o ouro extraído em barras, na própria colônia, após ter sido retirada a quinta parte, que era remetida à Coroa.
Só depois desse processo, os mineradores tinham o direito de negociar a parte que lhe restava.
Mais adiante, a coroa portuguesa ainda associou aos tributos um sistema de capitação, que estipulava
também porcentagens sobre as posses do minerador, como os seus escravos. Além disso, o governo português
criou o sistema da derrama, uma espécie de cobrança retroativa dos quintos atrasados e de um imposto a mais
sobre aqueles que eram cobrados. Essas medidas acabaram por resultar em alguns conflitos coloniais, como a
Revolta de Vila Rica, em 1720, e a Guerra dos emboabas.
166. Como a coroa portuguesa exercia seu mando e poder punitivo neste período? Inclusive contra revoltas.
A Coroa Portuguesa controlava tanto a economia quanto a educação na Colônia por meio dos órgãos
de administração colonial, controlando a educação por meio dos Jesuítas, por exemplo, e a economia pela
proibição de manufaturas.
Portugal estabeleceu tais controles para garantir que os seus interesses enquanto metrópole colonial
fossem respeitados, de modo a favorecer-se.
Os colonos buscavam fugir do controle da Metrópole por meio de rebeliões, como a de Beckman -
contra a proibição da escravidão indígena - e dos Malês - contra a miséria social que a população vivia.
167. Como era divida a sociedade desta época, e como e quais participaram de revoltas coloniais?
A sociedade colonial brasileira era um reflexo da própria estrutura econômica, acompanhando suas
tendências e mudanças. Suas características básicas, entretanto, definiram-se logo no início da colonização
segundo padrões e valores do colonizador português.
Assim, a sociedade do Nordeste açucareiro do século XVI, essencialmente ruralizada, patriarcal,
elitista, escravista e marcada pela imobilidade social, é a matriz sobre a qual se assen-tarão as modificações dos
séculos seguintes.
No século XVIII, a sociedade brasileira conheceu transformações expressivas. O crescimento
populacional, a intensificação da vida urbana e o desenvolvimento de outras atividades econômicas para atender
a essa nova realidade, resultaram indubitavelmente da mineração.
Embora ainda conservasse o seu caráter elitista, a socie-dade do século XVIII era mais aberta, mais
heterogênea e marcada por uma relativa mobilidade social, portanto mais avançada em relação à sociedade rural
e escravista dos séculos XVI e XVII.
Os folguedos e festas populares das camadas mais pobres conviviam com os saraus e outros eventos
sociais da camada dominante. Com relação a esta, o hábito de se locomover em cadeirinhas ou redes
transportadas por escravos, evidencia o aparecimento do escravo urbano, com destaque para os chamados
negros de ganho.
A nova elite urbana desse século passou a se preocupar com a educação dos seus filhos, enviando-os à
Europa e possibilitando o surgimento dos intelectuais e dos homens públicos que ajudarão a mudar os destinos
da colônia, no século seguinte.
colonial. Mesmo tendo a busca por igualdade e liberdade como ponto em comum, não podemos simplesmente
achar que as populações americanas se deram ao simples trabalho de copiar um ideário estrangeiro. Afinal de
contas, os agentes políticos e sociais das Américas eram outros.
Em primeiro plano, é importante destacar que os europeus abraçam as bandeiras iluministas por meio
da ação política burguesa e que tal classe social se volta contra entraves de origem feudal em busca de uma
economia baseada na livre concorrência e a organização de um Estado que coloca todos os seus integrantes sob
a vigência da mesma lei. Na prática, essa igualdade se mostra bastante questionável no momento em que os
novos governos e a burguesia vetam a participação dos populares.
Analisando a repercussão do iluminismo na experiência americana, vemos que a sua efetivação não
pode fundamentar transformações que de fato transformassem a liberdade e a igualdade em condições
amplamente partilhadas. Pelo contrário, alguns dos problemas de idade colonial ainda se mostram vivos na
debilidade de nossas instituições políticas, nos vários entraves econômicos que nos aflige e no ainda vivo
interesse em buscar modelos de resolução pensados em outras civilizações.
Citamos, no caso da América espanhola, a atuação de San Martin e Simon bolívar.
170. Fale sobre os desdobramentos, características e afins das revoltas ocorridas neste período na colônia.
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo
em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos,
a execução da derrama e o domínio português.
Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo
brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com
a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que
prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal
decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.
Neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros
que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos
cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem ter pagado o imposto”) sofria duras penas,
podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades
portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte
forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a
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metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das
famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos
fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política
do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados
pela ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução
definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.
171. Relacione estes movimentos emancipatórios e a formação da identidade nacional e estrutura social.
A identidade brasileira foi decorrente de um processo de construção histórica, como em diversos outros
países. Apesar de ter se iniciado após a Independência, em 1822, o processo de constituição da identidade
nacional ganhou um impulso maior após a década de 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder. A partir
disso, pôde-se perceber que a construção da identidade, para além de um processo cultural, era também um
processo político.
Os esforços para se constituir a identidade brasileira, que também é chamada de brasilidade, estão
ligados à necessidade de uma coesão social que acompanhe a existência de um Estado que administra todo o
território nacional. Dessa forma, a manutenção de uma máquina administrativa comum a todo o território
nacional foi um primeiro passo na construção da identidade.
Contribuiu ainda para a existência da identidade nacional o fato de a língua portuguesa ser comum a
todo o território, apesar de suas particularidades regionais. A língua seria então um elemento no conjunto de
elementos culturais comuns que são constitutivos da cultura nacional.
Porém, durante o Primeiro Reinado e o Período Regencial, não houve grandes avanços na construção
da identidade nacional, a não ser a formação de forças repressivas militares para garantir a ordem latifundiária
e escravocrata em todo o território nacional. Os conflitos separatistas provinciais das décadas de 1830 e 1840
eram um obstáculo à integralidade territorial e também à coesão social do país recém-independente.
A forma com que esses conflitos foram reprimidos permite perceber que a violência repressiva do
Estado contra conflitos sociais que pretendiam alterar a ordem vigente passou também a ser constitutiva da
identidade nacional. A cultura da violência estatal permeou desde o início a formação da identidade nacional.
Ainda durante a Regência houve outros esforços nesse processo de construção identitária. A criação do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1838 foi o primeiro passo na tentativa estatal de refletir sobre
temas que estariam relacionados à nação brasileira.
Anos depois, no âmbito da Literatura, o surgimento do Romantismo buscou também contribuir com a
construção dessa identidade. As obras de José de Alencar foram um exemplo de aliar a imagem da nação
brasileira às suas belezas naturais, como também a mitificação do indígena como componente principal da
nação brasileira. Esse trabalho literário e cultural buscava criar uma interpretação genuinamente brasileira,
afastada das influências estrangeiras.
Apesar dessas tentativas de unificação de elementos culturais do que seria a brasilidade, a grande
extensão do território nacional e suas diferentes formas de ocupação resultaram em uma diversidade de
manifestações culturais regionais. A Proclamação da República e o federalismo instituído na administração do
Estado espelharam um fortalecimento de movimentos culturais regionais, principalmente os ligados à decadente
aristocracia das regiões não afetadas pelo crescimento econômico de início do século XX. Um exemplo foi o
Manifesto Regionalista de Gilberto Freyre, publicado em 1926.
172. O que motivou e quais as consequências da mudança da corte portuguesa para a colônia?
A esquadra partiu de Salvador rumo ao Rio de Janeiro, onde chegou no dia 8 de março de 1808,
desembarcando no cais do Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro).
Os membros da família real foram alojados em três prédios no centro da cidade, entre eles o paço do
vice-rei Marcos de Noronha e Brito, conde dos Arcos, e o convento das Carmelitas. Os demais agregados
espalharam-se pela cidade, em residências confiscadas à população assinaladas com as iniciais "P.R."
("Príncipe-Regente"), o que deu origem ao trocadilho "Ponha-se na Rua", ou "Prédio Roubado" como os mais
irônicos diziam à época.
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Em outra medida tomada logo após a chegada da corte ao Brasil, declarou-se guerra à França, e foi
ocupada a Guiana Francesa em 1809.
Em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do alvará de 1785, que proibia a criação de
indústrias no Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as atividades em território colonial. A medida permitiu a
instalação, em 1811, de duas fábricas de ferro, em São Paulo e em Minas Gerais. Mas o sopro de
desenvolvimento parou por aí, pois a presença de artigos britânicos bem elaborados e a preços relativamente
acessíveis bloqueava a produção de similares em território brasileiro. A eficácia da medida seria anulada pela
assinatura dos Tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação. Por
este último, o governo português concedia aos produtos ingleses uma tarifa preferencial de 15%, ao passo que
a que incidia sobre os artigos provenientes de Portugal era de 16% e a dos demais países amigos, 24%. Na
prática, findava o pacto colonial.
173. Quais medidas foram tomadas pelas autoridades portuguesas em solo brasileiro e suas influências.
D. João fez uma série de melhorias que, sobretudo, visavam o bem-estar da corte em nossas terras,
criando hortos, parques, ruas, jornais e até faculdades. As mudanças foram tantas que há toda uma simbologia
em torno de 1808 e a chegada da família Real de Portugal ao Brasil.
Em 1810 foram assinados dois tratados com os ingleses: o Comércio e Navegação, prevendo uma
taxação para os produtos que adentrasse no país em 15% para os ingleses, 16% para os portugueses e 24% aos
demais e o Aliança e Amizade, em que o governo luso se comprometia a acabar com a escravidão
progressivamente, assim como aceitaria a criação de “foreign office”, que se responsabilizaria pelo julgamento
de ingleses em nosso solo, estando eles livres para as leis locais.
Com a derrota de Napoleão e a formação do Congresso de Viena em 1815, para poder participar das
medidas tomadas, o ministro francês, Talleyrand, pediu a D. João que elevasse o Brasil à condição de Reino
Unido, o que foi feito e acabou por desagradar muitos portugueses que ficaram em Portugal; no ano seguinte,
Da. Maria, a Louca, falece e logo depois a coroa passa ao seu filho, agora tornado o rei D. João VI.
174. Quem (grupos sociais), como e o que queriam os participantes no processo de independência do Brasil?
A independência do Brasil tem uma grande ligação com a transferência da corte portuguesa para a
colônia, em 1808. Os acontecimentos que se passaram no intervalo de tempo entre 1808 e 1822 levaram ao
desgaste na relação entre a elite brasileira, sobretudo a do Sudeste, com o Reino de Portugal.
A corte portuguesa resolveu mudar-se para o Brasil, no fim de 1807, para fugir das tropas napoleônicas
que invadiram Portugal em represália pelo país ter furado o Bloqueio Continental. Nessa época, a rainha de
Portugal era d. Maria e o príncipe regente era d. João VI, e essa medida foi uma decisão deste.
Mudanças sensíveis aconteceram no Brasil nesse período, que ficou conhecido como Período Joanino.
Essas mudanças ocorreram no campo cultural, econômico e até mesmo político. A primeira medida de grande
repercussão na época foi a abertura dos portos do Brasil, em 1808. Esse foi o fim do monopólio comercial que
existiu durante o período colonial.
A corte, com Dom Pedro I, comerciantes e fazendeiros atuaram fortemente no processo de
independência e, consequentemente, assumiram as rédeas do Estado.
175. Houve luta para implantação e efetivação da independência? Qual suas influências na identidade
nacional?
A Independência do Brasil, cujos 190 anos são comemorados neste 7 de setembro, resultou de um longo
processo de lutas sociais, políticas e militares muitas vezes ocultas pela tese de que a separação foi uma doação
da Casa de Bragança e se deu pelo “grito no Ipiranga”.
Ao encobrir o processo histórico real e concreto que ocorreu entre o final do século 18 e início do 19,
esta forma de ver transmite a ideia de que a Independência ocorreu sem luta (ou quase sem) devido à atribuída
“índole pacífica” do povo brasileiro, e esconde a participação popular na luta pela independência sob o
argumento falacioso de que não havia povo no Brasil (como se isso fosse possível!). Ou de que a luta se resumiu
ao confronto no plano político com Portugal, desconsiderando as contradições que existiam dentro da própria
classe dominante brasileira a respeito dos rumos da nova nação.
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Naquela época prevalecia, entre a classe dominante brasileira a tese da união com Portugal, fortalecida
pela elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, em 1815. Esta idéia permaneceu até praticamente o início
do segundo semestre de 1822 e não é dificil compreender porque. O Brasil era um país escravista, com uma
enorme massa escrava obrigada ao trabalho forçado nas fazendas, nas minas e mesmo nos ofícios urbanos. Ao
lado dela vegetava a grande parcela da população formada por pessoas livres mas pobres, afastadas dos meios
de vida regulares pois no escravismo não pode haver, por definição, um mercado de trabalho – o que havia era
o mercado de escravos - e aquela parcela livre e pobre não podia vender sua força de trabalho, como ocorre no
capitalismo.
Estes dois segmentos da população - a massa escrava e os livres mas pobres - representavam a grande
ameaça temida pela classe dominante, sendo corriqueira sua descrição, em livros de história ou de memórias,
como uma perigosos e turbulentos, que punha em risco a ordem social. O governo da monarquia, sediado em
Lisboa ou no Riuo de Janeiro, representava por isso uma garantia de segurança para o segmento dominante.
Existiam também preconceitos políticos e ideológicos nessa forma de pensar: a ilusão aristocrática de fazer
parte de uma unidade política “europeia” e, assim, distante do caudilhismo das demais regiões da América.
176. Qual foi o desenrolar social, político, econômico e afins no Brasil após a independência?
Entre as consequências do processo de independência do Brasil, podem ser mencionados:
-Surgimento do Brasil enquanto nação independente;
-Construção da nacionalidade “brasileira”;
-Estabelecimento de uma monarquia nas Américas (a única no continente junto da haitiana e mexicana);
-Endividamento do Brasil por meio de um pagamento de 2 milhões de libras como indenização aos
portugueses.
O estabelecimento do governo português no Brasil encerrou quatro séculos de monopólio comercial,
ao mesmo tempo em que pôs em prática uma política de aumento de impostos. Porém, enquanto as mudanças
nas relações comerciais da Colônia favoreceram a burguesia comercial inglesa (em detrimento dos comerciantes
reinóis), o aumento de impostos prejudicou as camadas populares, parcelas da burguesia comercial, e até mesmo
os grandes proprietários agrários.
177. Fale sobre as características da constituição federal de 1824, suas consequências e fins.
A Constituição Brasileira de 1824 foi outorgada por Dom Pedro I em 25 de março de 1824.
A primeira Carta Magna brasileira garantia a unidade territorial, instituía a divisão do governo em
quatro poderes e estabelecia o voto censitário (voto ligado à renda do cidadão).
Foi elaborada por um grupo reduzido de pessoas devido às desavenças entre o Imperador e a Assembleia
Nacional Constituinte.
O regime de governo estabelecido foi a monarquia hereditária.
Existência de Quatro poderes: Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário e o Poder
Moderador.
O Poder Moderador, exercido pelo imperador, lhe dava o direito de intervir nos demais poderes,
dissolver a assembleia legislativa, nomear senadores, sancionava e vetava leis, nomeava ministros e
magistrados, e os depunha.
Poder Executivo: exercido pelo Imperador que, por sua vez, nomeava os presidentes de províncias.
Poder Legislativo: era composta pela Câmera dos Deputados e pelo Senado. Os deputados eram eleitos
por voto censitário e os senadores eram nomeados pelo Imperador.
Poder Judiciário: os juízes eram nomeados pelo Imperador. O cargo era vitalício e só podiam ser
suspensos por sentença ou pelo próprio Imperador.
Direito ao voto: para homens livres, maiores de 25 anos, e renda anual de mais de 100 mil réis era
permitido votar nas eleições primárias onde eram escolhidos aqueles que votariam nos deputados e senadores.
Por sua parte, para ser candidato nas eleições primárias, a renda subia a 200 mil reis e excluía os libertos.
Por fim, os candidatos a deputados e senadores deviam ter uma renda superior a 400 mil réis, serem brasileiros
e católicos.
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Estabeleceu o catolicismo como religião oficial do Brasil. No entanto, a Igreja ficou subordinada ao
Estado através do Padroado.
Criação do Conselho de Estado, composto por conselheiros escolhidos pelo imperador.
A capital do Brasil independente era o Rio de Janeiro que não estava submetida à Província do Rio de
Janeiro. Esta tinha sua capital na cidade de Niterói.
179. Qual relação do povo de modo geral com a independência, política em geral e constituição de 1824.
Entre os séculos 18 e 19, cresceram no Brasil as pressões externas e internas contra o monopólio
comercial português e a cobrança de altos impostos numa época de livre comércio.
Diversas revoltas - a exemplo da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolta
Pernambucana de 1817 -, aliadas à Revolução Francesa e à independência dos Estados Unidos, provocaram o
enfraquecimento do colonialismo e reforçaram o liberalismo comercial no Brasil. Em 1808, com a abertura dos
portos, o Brasil passou a ter mais liberdade econômica e, com sua elevação à categoria de Reino Unido, deixou
de ser, formalmente, uma colônia. Em 1820, a burguesia portuguesa tentou resgatar sua supremacia com a
abertura dos portos, o Brasil passou a ter mais liberdade econômica e, com sua elevação à categoria de Reino
Unido, deixou de ser, formalmente, uma colônia.
As pressões contra o controle de Portugal cresceram na colônia, e a metrópole passou a exigir a volta
de dom Pedro. O príncipe deu sua resposta a Portugal no dia 9 de janeiro de 1822 (dia do Fico), com a célebre
frase "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico”.
180. Quais grupos sociais, propostas políticas e interesses permearam a primeira regência?
Com a morte de Dom Pedro I, o cenário político reduziu-se às agitações dos moderados e exaltados.
Mesmo sendo transitória, a regência acabou sendo marcada por vários levantes e rebeliões que evidenciavam a
precária hegemonia do Estado brasileiro. No ano de 1834, tentando aplacar o grande volume de revoltas, os
liberais conseguiram aprovar o Ato Adicional de 1834, que concedia maiores liberdades às províncias.
Outra medida importante foi o estabelecimento da Guarda Nacional, novo destacamento militar que
deveria manter a ordem vigente. Sendo controlada e integrada por membros da elite, a Guarda Nacional acabou
tendo seu poder de fogo monitorado por grandes proprietários de terra que legitimavam o desmando e a exclusão
social, política e econômica que marcaram tal contexto.
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Entre as maiores revoltas da regência podemos destacar a Cabanagem (PA), a Balaiada (MA), a Revolta
dos Malês e a Sabinada (BA), e a Guerra dos Farrapos (RS/SC). Na maioria dos casos, todos estes eventos
denunciavam a insatisfação geral para com o desmando e a miséria que tomavam a nação. Vale destacar entre
esses eventos a participação exclusiva dos escravos na Revolta dos Malês e o papel das elites locais na
organização da Guerra dos Farrapos.
A forte instabilidade do período regencial acabou instigando o desenvolvimento de dois outros
importantes eventos. O primeiro deles foi a aprovação da Lei Interpretativa do Ato Adicional, de maio de 1840,
que retirava a autonomia concedida às províncias. Dois meses depois, os exaltados conseguiram se aproveitar
dos vários conflitos para que o Golpe da Maioridade antecedesse a chegada de Dom Pedro II ao poder,
colocando um fim à Regência.
181. Quais as origens e causas dos embates políticos e de interesses dos grupos sociais nas regências?
O Período Regencial resultou diretamente da maneira como terminou o Primeiro Reinado (época em
que o Brasil foi governado por D. Pedro I). O Primeiro Reinado ficou marcado pelo autoritarismo do imperador
e pelos crescentes confrontos entre brasileiros e portugueses. As tensões e as pressões existentes fizeram o
imperador abdicar do trono brasileiro em abril de 1831.
Quando D. Pedro I abdicou do trono, o sucessor naturalmente era seu filho, Pedro de Alcântara.
Todavia, o príncipe do Brasil possuía apenas cinco anos e, por lei, não poderia ser coroado imperador do Brasil
até que completasse a maioridade, que só seria alcançada quando obtivesse 18 anos.
Duas correntes assumiram a regência:
- Padre Feijó um liberal que havia criado o ato adicional de 1834, dando maior liberdade aos estados.
- Araújo Lima, um conservador que entendia que a centralização política seria a ideal.
Assim, a saída legal existente e que constava na Constituição de 1824 era a de fazer um período de
transição em que o país seria governado por regentes. Esse período deveria ter acontecido até 1844, quando
Pedro de Alcântara completaria 18 anos, mas seu fim foi antecipado para 1840 por meio de um golpe
parlamentar.
Quando iniciado o Período Regencial, o Brasil foi governado por uma regência trina de caráter
provisório. Os eleitos para essa regência foram três senadores: Francisco de Lima e Silva, Nicolau Pereira de
Campos Vergueiro e José Joaquim Carneiro de Campos. As principais medidas tomadas por essa regência
provisória, foram restituir ministros que haviam sido demitidos por D. Pedro I, convocar uma nova Assembleia
Legislativa para composição de novas leis, anistiamento de criminosos políticos e afastar do Exército
estrangeiros “desordeiros”|1|.
A Regência Trina Provisória teve vida curta, uma vez que a política brasileira estava tumultuada e uma
série de distúrbios espalhava-se pelo país. Assim, em junho de 1831, foi eleita a Regência Trina Permanente,
que era composta por José da Costa Carvalho, João Bráulio Muniz e Francisco de Lima e Silva.
Durante a Regência Trina Permanente, houve três acontecimentos de destaque. Um deles foi a criação
da Guarda Nacional, uma força pública composta por homens eleitores com idade de 21 a 60 anos de idade.
Essa força foi criada com o intuito de controlar manifestações e impedir que revoltas acontecessem.
Outra medida de destaque foi uma reforma no Poder Moderador, retirando atribuições desse poder e
dando maiores possibilidades de os deputados e senadores vistoriarem as ações do Executivo. Por fim, um
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último acontecimento marcante foi o embate político entre José Bonifácio e o padre Feijó, que resultou na saída
de José Bonifácio da vida política brasileira.
183. O que fora o projeto civilizatório desenvolvido pela elite nacional neste período?
A partir de 1850 o Imperador passou a empreender um projeto de criação de uma identidade nacional,
para o Brasil, um país que se firmava como nação independente. Para tal, forjou-se um “Projeto Civilizatório”,
seguindo o modelo de progresso europeu, que compreendia a Arte e a Ciência como condições necessárias para
pensar a sociedade e para inventar uma nova identidade, sendo, portanto, instrumentos de civilização e que
contribuiriam para educação e para a transformação da realidade.
D. Pedro II foi, nesse contexto, o maior ícone da modernidade, representando como ninguém o
intelectual europeu. A atuação do Imperador no campo da cultura foi orientada por duas categorias básicas no
pensamento do século XIX e no Brasil do da época em especial: civilização e inserção no Ocidente. Os discursos
político, científico, historiográfico, artístico e literário deste período centravam-se na importação de
modelos de civilidade e de experiências científicas e estéticas europeias.
184. O que foi, como foi e por que ocorrera o golpe da maioridade?
A Declaração da Maioridade de D. Pedro II, também referido na História do Brasil como Golpe da
Maioridade, ocorreu em 23 de julho de 1840 com o apoio do Partido Liberal, e pôs fim ao período regencial
brasileiro. Os liberais agitaram o povo, que pressionou o Senado para declarar o jovem Pedro II maior de idade
antes de completar 15 anos. Esse ato teve como principal objetivo a transferência de poder para Dom Pedro II
para que esse, embora inexperiente, pudesse pôr fim a disputas políticas que abalavam o Brasil mediante sua
autoridade. Acreditavam que com a figura do imperador deteriam as revoltas que estavam ocorrendo como:
Guerra dos Farrapos, Sabinada, Cabanagem, Revolta dos Malês e Balaiada.
Para auxiliar o novo imperador do país, foi instaurado o Ministério da Maioridade, de orientação liberal,
conhecido como o Ministério dos Irmãos, pois era formado, entre outros, pelos irmãos Andrada — Antônio
Carlos e Martim Francisco, de São Paulo — e os irmãos Cavalcanti — futuros Viscondes de Albuquerque e de
Suassuna, de Pernambuco.
Pressionado pela opinião pública e pelas elites agrárias, o Imperador D. Pedro I (1798 – 1834) abdicou
o trono no dia 7 de abril de 1831, e deixou seu filho, Pedro de Alcântara (1825 – 1891), de seis anos como
herdeiro brasileiro.
Com a maioridade inicialmente definida para 21 anos, de acordo com a Constituição de 1824, foi
preciso esperar o novo Imperador atingir a maioridade. Esse período de espera foi nomeado Período Regencial.
Entre 1831 e 1840, o Brasil passou por uma transição na qual o país foi governado por regentes,
aguardando Pedro de Alcântara atingir a idade necessária. Considerado um dos períodos com mais crises do
Império, o país passou por uma experiência de descentralização, grande polaridade partidária e experimentou
diversas revoltas.
Nesse meio tempo, Pedro de Alcântara recebeu ajuda de José Bonifácio (1763 — 1838), para subir ao
trono.
O Período Regencial, que durou nove anos pode ser dividido em Regência Trina Provisória (1831),
Regência Trina Permanente (1831-1835), Regência Una de Feijó (1835-1837), Regência Una de Araújo Lima
(1837-1840).
Nesse período, ocorreu também a expansão da cultura cafeeira no Vale do Paraíba, com o surgimento
dos “barões de café”. Com a finalidade de desenvolver uma política cultural para o país, são criados o Colégio
de Pedro II e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
185. Narre pormenorizadamente causas, objetivos e desfecho das revoltas e rebeliões durante as regências.
As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram em várias regiões do Brasil durante o Período
Regencial (1831 a 1840). Aconteceram em função da instabilidade política que havia no país (falta de um
governo forte) e das condições de vida precárias da população pobre, que era a maioria naquele período.
Durante o decênio do período regencial (1831 – 1840) as revoltas explodiram no país, por diversas
causas. Assim, não é possível pensar nessas revoltas de forma homogênea, atribuindo apenas uma única causa,
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uma mesma motivação, embora, a perda de uma ideia de legitimidade – existente enquanto D. Pedro I esteve à
frente do trono – possa ser considerado um fator relevante. A desestabilização do Império levou também a
disputas entre as elites provinciais.
O que foram essas revoltas em seu contexto histórico
As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram em várias regiões do Brasil durante o Período
Regencial (1831 a 1840). Aconteceram em função da instabilidade política que havia no país (falta de um
governo forte) e das condições de vida precárias da população pobre, que era a maioria naquele período.
Principais revoltas regenciais:
Cabanagem (1835 a 1840)
- Local: Província do Grão-Pará
- Revoltosos: índios, negros e cabanos (pessoas que viviam em cabanas às margens dos rios).
- Causas: péssimas condições de vida da população mais pobre e domínio político e econômico dos
grandes fazendeiros.
Balaiada (1838 a 1841)
- Local: Província do Maranhão
- Revoltosos: pessoas pobres da região, artesãos, escravos e fugitivos (quilombolas).
- Causas: vida miserável dos pobres (grande parte da população) e exploração dos grandes comerciantes
e produtores rurais.
Sabinada (1837 a 1838)
- Local: Província da Bahia
- Revoltosos: militares, classe média e pessoas ricas.
- Causas: descontentamento dos militares com baixos salários e revolta com o governo regencial que
queria enviá-los para lutarem na Revolução Farroupilha no sul do país. Já a classe média e a elite queriam mais
poder e participação política.
Guerra dos Farrapos (1835 a 1845)
- Local: Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual RS).
- Revoltosos: estancieiros, militares-libertários, membros das camadas populares, escravos e
abolicionistas.
- Causas: descontentamento com os altos impostos cobrados sobre produtos do sul (couro, mulas,
charque, etc.); revolta contra a falta de autonomia das províncias.
Revolta dos Malês (1835)
- Local: cidade de Salvador, Província da Bahia.
- Revoltosos: escravos de origem muçulmana.
- Causas: os revoltosos eram contrários à escravização, à imposição do catolicismo e às restrições
religiosas.
Outras revoltas regenciais:
- Carneiradas, em Pernambuco, 1834-1835.
- Revolta do Guanais, na Bahia, 1832-1833.
- Insurreição do Crato, no Ceará, 1832.
- Abrilada, em Pernambuco, 1832.
- Setembrada, em Pernambuco, em 1831.
- Novembrada, em Pernambuco, em 1831.
- Revolta de Carrancas, em Minas Gerais, em 1833.
- Revolta de Manuel Congo, no Rio de Janeiro.
- Rusgas, no Mato Grosso, 1834.
- Setembrada, no Maranhão, em 1831.
Dentro de um contexto em que não havia um governo forte e que a grande parte da população sofria
por falta de recursos básicos, surgem as principais revoltas regenciais. Essas rebeliões aconteceram em diversas
partes do Brasil.
Entre seus participantes estavam os pobres, pessoas das camadas mais altas da sociedade da época e até
mesmo os escravos. O que diferenciou as causas reivindicadas pelos revoltosos, foram os problemas locais. Daí
a explicação para cada revolta ter seus próprios motivos e participantes diferenciados.
por alguns padres, a classe média urbana e proprietários de províncias como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio
Grande do Sul.
Essas duas correntes surgiram quando da primeira eleição para a escolha de um Regente, com duas
candidaturas adversárias. Ao lado do Padre Feijó se juntaram os liberais exaltados e parte dos moderados; ao
candidato Holanda Cavalcanti se juntaram parte dos moderados, os antigos restauradores aliados dos irmãos
Andrada, tendo por líder Bernardo de Vasconcelos, de Minas Gerais.
Os liberais conquistaram o governo com Feijó (1835–1837), enquanto os conservadores o sucederam
com Araújo Lima (1837–1840), quando os liberais logram êxito com o Declaração da Maioridade, assumindo
Dom Pedro II.