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0002
A C Ó R D Ã O
2ª Turma
GMJRP/lbm
PROCESSO Nº TST-RR-198300-16.2007.5.15.0002
PROCESSO Nº TST-RR-198300-16.2007.5.15.0002
reclamante os valores descontados indevidamente, a título de plano
de saúde.
A reclamada interpôs embargos de declaração, os
quais foram rejeitados.
Em consequência, o Regional aplicou multa de 1%
sobre o valor da causa, por considerar os embargos de declaração
protelatórios. Além disso, aplicou multa de 10% sobre o valor da
causa, por entender que a reclamada agiu de máfé, nos termos do
artigo 17, incisos IV e VI, do Código de Processo Civil.
A reclamada interpõe recurso de revista às págs.
764782, no qual sustenta ser indevida a devolução dos descontos
efetuados a título de plano de saúde, ao argumento de que, embora
ausente a autorização prévia, o autor gozou regularmente dos
benefícios por sua livre e espontânea vontade.
Nesse contexto, assevera que a situação dos autos
não se amolda ao disposto na Súmula nº 342 do TST.
Colaciona arestos para caracterização de
divergência jurisprudencial.
A reclamada insurgese contra a condenação ao
pagamento de multa de 1% sobre o valor da causa, correspondente a
interposição de embargos de declaração supostamente protelatórios, e
de 10% sobre o valor da causa, correspondente a suposto ato de
litigância de máfé, ao argumento de que, pelos embargos de
declaração, a parte tinha por finalidade prequestionar o tema acerca
dos descontos salariais de plano de saúde nos casos em que o
trabalhador, mesmo não tendo autorizado previamente, usufruiu do
benefício.
Para tanto indica violação do artigo 5º, incisos
II, XXXV e LV, da Constituição da República.
Colaciona arestos para caracterização de
divergência jurisprudencial.
Não foram apresentadas contrarrazões ao recurso de
revista (certidão à pág. 800).
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Não houve remessa dos autos ao Ministério Público
do Trabalho ante o disposto no artigo 83 do Regimento Interno do
Tribunal Superior do Trabalho.
É o relatório.
V O T O
CONHECIMENTO
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"II – MÉRITO:
Argumenta a embargante que os embargos opostos não tem efeito
protelatório, mas a finalidade de prequestionar matéria. Sustenta que o
reclamante usufruiu do plano de saúde e convênio médico. Aduz que não se
justifica a devolução dos descontos efetuados. Defende que não se pode
admitir a tese de que referidos descontos teriam afrontado o disposto no
artigo 462 da CLT. Requer sejam acolhidos os embargos.
Ocorre, no entanto, que não obstante a natureza jurídico-recursal dos
embargos de declaração, estes somente podem ostentar efeito modificativo
quando sanadas eventualmente omissões, contradições ou obscuridades
ocorrentes no julgado embargado se e desse saneamento resultar
modificação do quanto se decidiu anteriormente. Entretanto, no presente
caso não foram sequer apontadas referidas máculas. E os embargos de
declaração prestigiam apenas elas (CLT, artigo 897-A; CPC, artigo 535).
Assim, inadequada se mostra a via eleita, até porque a questão
relativa à restituição dos valores descontados indevidamente a título de
convênio médico e plano de saúde foi devidamente examinada (e exaurida)
no v. acórdão embargado.
Na realidade, o que pretende obter é a reapreciação do julgado e
rediscussão da matéria, elegendo meio inábil para tal fim.
E tendo sido adotada tese a respeito, considera-se prequestionada a
matéria e atendida a Súmula nº 297 do C. TST.
Os embargos interpostos, portanto, revelam-se nitidamente
protelatórios, enquadrando-se no disposto no parágrafo único do artigo 538
do CPC, razão pela qual fica a embargante condenada a pagar (ao
reclamante) multa de 1% sobre o valor da causa, no importe de R$ 565,00
(Quinhentos e sessenta e cinco reais).
Mas não é só. A conduta da embargante provocou incidente
manifestamente infundado, denotando temerária intenção de resistir
injustificadamente ao andamento do processo. Caso esteja inconformado
com o v. acórdão, deve fazer uso do instrumento processual adequado para
o fim de obter a reforma do julgado.
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III – CONCLUSÃO:
Posto isso, decido conhecer dos Embargos de Declaração da
reclamada e, rejeitando-os, declará-los meramente protelatórios para
condená-la a pagar multa de 1% sobre o valor da causa, no importe de R$
565,00 (Quinhentos e sessenta e cinco reais), bem como, reputando-a
litigante de má-fé, a indenizar o embargado em importância que ora é
fixada em R$ 5.650,00 (Cinco mil seiscentos e cinquenta reais), tudo nos
termos da fundamentação.
Em virtude das cominações supra, rearbitro o valor da condenação
para R$ 16.215,00 (Dezesseis mil duzentos e quinze reais), alterando as
custas para R$ 324,30 (Trezentos e vinte e quatro reais e trinta centavos),
parcialmente satisfeitas com o recolhimento comprovado nos autos".
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CONHECIMENTO
"II – MÉRITO:
Argumenta a embargante que os embargos opostos não tem efeito
protelatório, mas a finalidade de prequestionar matéria. Sustenta que o
reclamante usufruiu do plano de saúde e convênio médico. Aduz que não se
justifica a devolução dos descontos efetuados. Defende que não se pode
admitir a tese de que referidos descontos teriam afrontado o disposto no
artigo 462 da CLT. Requer sejam acolhidos os embargos.
Ocorre, no entanto, que não obstante a natureza jurídico-recursal dos
embargos de declaração, estes somente podem ostentar efeito modificativo
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III – CONCLUSÃO:
Posto isso, decido conhecer dos Embargos de Declaração da
reclamada e, rejeitando-os, declará-los meramente protelatórios para
condená-la a pagar multa de 1% sobre o valor da causa, no importe de R$
565,00 (Quinhentos e sessenta e cinco reais), bem como, reputando-a
litigante de má-fé, a indenizar o embargado em importância que ora é
fixada em R$ 5.650,00 (Cinco mil seiscentos e cinquenta reais), tudo nos
termos da fundamentação.
Em virtude das cominações supra, rearbitro o valor da condenação
para R$ 16.215,00 (Dezesseis mil duzentos e quinze reais), alterando as
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ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer integralmente do
recurso de revista.
Brasília, 08 de outubro de 2014.
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