A relação de oferta agregada expressa os efeitos do produto sobre o nível de preços. Ela
deriva do comportamento dos preços e salários.
Assim:
W = P e F ( u, z )
3) Outros Fatores
Os preços fixados pelas empresas dependem dos custos com que elas se defrontam. Os
custos dependem da função de produção e dos preços dos insumos. Supondo que a empresa
produz bens usando o trabalho como único fator de produção (hipótese simplificadora, pois
usam capital, matérias-primas e há progresso tecnológico):
Y = AN
Que implica que o custo de produzir uma unidade adicional de produto seja o custo de
empregar um funcionário adicional. O custo de produzir 1 unidade adicional de produto é
igual a W.
Neste caso, P será maior do que o custo W por um fator igual a P = (1+ µ)W
Dividindo ambos lados da equação de determinação de preços pelo salário nominal, teremos:
P/W = 1+ µ
Assim, a razão entre o nível de preços e o salário resultante do comportamento de preços das
empresas é igual a 1 mais a margem. Invertendo os lados desta equação, obtemos o salário
real resultante:
w 1
=
p 1+ µ
Esta equação indica que as decisões de fixação de preços determinam o salário real pago
pelas empresas. Um aumento da margem leva as empresas a aumentarem seus preços, dado o
salário que têm de pagar; de forma equivalente, um aumento da margem leva a uma
diminuição do salário real.
Substituindo a taxa de desemprego (u) por sua expressão em termos de produto, temos:
U L−N N Y
u= = = 1− = 1−
L L L L
Onde:
U = desemprego
L = força de trabalho
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N = emprego
Lembrando que Y = N.
P = P e (1 − µ ) F (u , z )
temos:
Y
P = P e (1 − µ ) F (1 − , z)
L
Esta é a relação oferta agregada (ou relação do mercado de trabalho). O nível de preços
(P) depende do nível esperado de preços (Pe) e do nível de produto (Y), assim como do
markup, da variável abrangente (z) e da força de trabalho (L).
↑Y→↑N→↓u→↑W→↑P
a) Se os fixadores de salários (sindicatos) esperam que o nível de preços seja mais alto,
fixam um salário nominal mais alto.
b) O aumento do salário nominal leva a um aumento de custos, o que leva a um aumento dos
preços fixados pelas empresas e a um nível de preços mais alto.
↑Pe→W↑→↑P
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3. Um aumento de Pe desloca a curva de oferta agregada para cima e uma queda de Pe
desloca OA para baixo. A um dado nível de produto, o aumento de Pe leva a um
aumento em W, que leva a um aumento dos preços. Assim, a qualquer nível de
produto, o nível de preços é mais alto. OA desloca para cima.
Caso Keynesiano
O caso keynesiano está baseado na noção de que preços e salários sejam rígidos. Enquanto o
salário nominal for fixo, o nível de preços também será fixo e a produção será determinada
totalmente pelas condições da demanda agregada. A curva OA é horizontal.
4
A oferta de trabalho é infinitamente elástica. Pode fazer política monetária e fiscal que há
aumento do produto, em função do deslocamento da demanda agregada.
Caso Clássico
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Dado que Y = Yn e P = Pe um aumento em Pe leva a um aumento nos salários, que leva a uma
aumento em P. Assim, no nível de produto igual a Yn o nível de preços será mais alto. A
curva de Oferta Agregada se desloca para cima.
Demanda Agregada
M
LM: = YL(i )
P
M
A relação DA é dada por: Y = Y , G, T
P
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(P)
A inclinação da curva DA
Quanto mais inclinada é a curva IS, mais inclinada é a DA. Lembrando que a inclinação da IS
é dada por: [( 1 - c) / b]. Quanto maior 1-c e quanto menor a sensibilidade juros do
investimento mais inclinada é a IS.
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DA será menos inclinada quanto menor a sensibilidade juros da demanda por moeda e quanto
maior a sensibilidade juros da demanda por investimentos;
DA será menos inclinada quanto maior o multiplicador da renda e quanto menor a
sensibilidade renda da demanda por moeda.
Equilíbrio OA-DA
Curto prazo
Y
OA = P = P e (1 − µ ) F (1 − , z)
L
M
DA = Y = Y , G, T
P
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O equilíbrio de curto prazo ocorre no ponto A (em que Y >Yn). Neste ponto, os mercados de
bens, monetário e de trabalho estão em equilíbrio. No curto prazo não há razão para que o
produto seja igual ao produto natural.
Vimos na figura anterior que no ponto A o produto de equilíbrio é superior ao nível natural
de produto. Assim, sabemos que o nível de preços é maior do que o nível esperado de preços
– maior do que o nível de preços esperado pelos fixadores de salários no momento em que
fixam os salários nominais.
O fato de P ser maior do que Pe provavelmente levará aos fixadores de salários a aumentarem
as suas expectativas quanto ao nível de preços que ocorrerá no futuro. Na próxima vez que
fixarem os salários nominais considerarão um Pe maior (Pe’> Pe).
Esse aumento do nível esperado de preços implica que, no próximo período, OA será
deslocada para cima (OA’). Para um dado nível de produto, os fixadores de salários esperam
um nível de preços mais alto. Eles fixam W mais alto, o que leva as empresas a fixar um
preço mais elevado. Assim, P aumenta.
O deslocamento para cima de OA implica que a economia se move para cima sobre a curva
DA. O equilíbrio ocorre em A’. O produto cai para Y’. Mas, o ajuste não acaba no ponto A’.
Neste ponto Y ainda é maior do que Yn e P> Pe. Diante disso, os fixadores de salários
continuam a aumentar as suas expectativas do nível de preços. O ajuste termina em A’’em
que Y = Yn e P = Pe.
Enquanto o produto estiver acima do nível natural, o nível de preços estará acima do
esperado. Isto leva aos fixadores de salários a aumentar as suas expectativas do nível de
preços, levando ao aumento do nível de preços. O aumento do nível de preços leva a uma
diminuição do estoque real de moeda, o que leva a um aumento da taxa de juros, diminuindo
o produto. O ajuste ocorre quando Y = Yn e P = Pe e, assim, as expectativas não mudam mais.
No médio prazo, o produto volta ao nível natural de produto.
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Modelo de Oferta e Demanda Agregada (OA-DA) – Parte 2
Vimos na figura anterior que no ponto A o produto de equilíbrio é superior ao nível natural
de produto. Assim, sabemos que o nível de preços é maior do que o nível esperado de preços
– maior do que o nível de preços esperado pelos fixadores de salários no momento em que
fixam os salários nominais.
Y
OA = P = P e (1 − µ ) F (1 − , z)
L
O fato de P ser maior do que Pe provavelmente levará aos fixadores de salários a aumentarem
as suas expectativas quanto ao nível de preços que ocorrerá no futuro. Na próxima vez que
fixarem os salários nominais considerarão um Pe maior (Pe’> Pe).
Esse aumento do nível esperado de preços implica que, no próximo período, OA será
deslocada para cima (OA’). Para um dado nível de produto, os fixadores de salários esperam
um nível de preços mais alto. Eles fixam W mais alto, o que leva as empresas a fixar um
preço mais elevado. Assim, P aumenta.
O deslocamento para cima de OA implica que a economia se move para cima sobre a
curva DA. O equilíbrio ocorre em A’. O produto cai para Y’. Mas, o ajuste não acaba no
ponto A’. Neste ponto Y ainda é maior do que Yn e P> Pe. Diante disso, os fixadores de
salários continuam a aumentar as suas expectativas do nível de preços. O ajuste termina em
A’’ em que Y = Yn e P = Pe.
Enquanto o produto estiver acima do nível natural, o nível de preços estará acima do
esperado. Isto leva aos fixadores de salários a aumentar as suas expectativas do nível de
preços, levando ao aumento do nível de preços. O aumento do nível de preços leva a uma
diminuição do estoque real de moeda, o que leva a um aumento da taxa de juros, diminuindo
o produto. O ajuste ocorre quando Y = Yn e P = Pe e, assim, as expectativas não mudam mais.
No médio prazo, o produto volta ao nível natural de produto.
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Ajuste do produto ao longo do tempo
↑M →↑M/P →↑Y
Com o passar do tempo, ocorre o ajuste das expectativas de preços. Os fixadores de salários
revêem as suas expectativas, o que faz a OA se deslocar para cima ao longo do tempo. O
processo de ajuste pára quando o produto volta ao nível natural.
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Em A’ Y > Yn. Há uma mudança nas expectativas, e OA se desloca para OA’. No longo
prazo a economia volta a operar no ponto em que Y = Yn.
Há dois efeitos em ação por trás do deslocamento de LM para LM’. Um é devido ao aumento
de M. O outro, que compensa parcialmente o primeiro é o aumento de P. Se P não alterasse,
LM se deslocaria até LM’’ e o equilíbrio ocorreria no ponto B. Mas, P aumentou de P para P’
no curto prazo.
Ao longo do tempo P continua a aumentar. Isto reduz M/P e LM se desloca para cima (i
aumenta e Y cai). A taxa de juros retorna ao nível inicial.
Neutralidade da Moeda:
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Ao longo do tempo os preços aumentam mais e os efeitos da expansão monetária sobre o
produto e a taxa de juros desaparecem. Assim, o aumento da moeda nominal não tem efeito
algum sobre o produto ou sobre a taxa de juros. A moeda é neutra no longo prazo.
↓G → ↓Y
A curva DA se desloca para a direita (DA’). No curto prazo, a economia vai para o ponto A’.
O produto e os preços caem para Y’ e P’.
No longo prazo, os agentes corrigem suas expectativas, esperando uma inflação menor no
futuro. OA se desloca para se baixo até alcançar o novo equilíbrio em A’’.
Se P não alterasse, IS se deslocaria até IS’ e o equilíbrio ocorreria no ponto B. Mas, P caiu de
P para P’ no curto prazo, deslocando LM para LM’. No curto prazo, o equilíbrio ocorre no
ponto A’. Ao longo do tempo P continua a cair. Isto aumenta M/P e LM se desloca para baixo
(i cai e Y aumenta).
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Curva de Oferta Agregada de Longo Prazo
No longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical, ou seja, no longo prazo o único efeito
é o aumento dos preços.
Quanto mais eficazes são as políticas monetárias e fiscais, maior a variação da renda e,
portanto, maior é o deslocamento da DA.
Assim, no caso de uma política monetária, quanto menor a sensibilidade juros da demanda
por moeda e quanto maior a sensibilidade juros do investimento mais eficaz é a política
monetária.
No caso de uma política fiscal, quanto maior o multiplicador, maior a sensibilidade juros de
demanda por moeda e menor a sensibilidade juros do investimento, maior a eficácia da
política fiscal.
Como neste modelo consideramos o trabalho como único fator de produção, para analisar o
efeito de uma mudança no preço do petróleo, vamos considerar que houve um aumento no
markup (devido a um choque nos preços do petróleo).
Vejamos primeiro o efeito de longo prazo e, em seguida, os efeitos de curto prazo.
E quanto à DA? Ela pode se mover em razão das mudanças dos planos de Investimentos das
empresas ou também pode ser mover devido à redução do consumo. Aqui vamos considerar
que DA não se move e a economia passa a operar no ponto A’.
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No Ponto A’ o produto é maior do que o novo nível natural de produto. A economia se move
ao longo do tempo para A’’. Neste ponto, o produto é menor do que o inicial e os preços são
ainda maiores. Essa combinação de crescimento negativo e inflação alta foi chamada de
estagflação.
Mecanismos de propagação
A economia é afetada por choques na OA, na DA ou em ambos. Cada choque tem efeitos
dinâmicos sobre o produto e seus componentes. Estes mecanismos dinâmicos são chamados
de mecanismos de propagação.
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Yp = Produto potencial à taxa natural de desemprego
P = Nível corrente de preços
Pe = Preço esperado
α = sensibilidade de resposta do produto a mudanças inesperadas de preços
Assim uma política econômica não prevista (por exemplo, uma política monetária de
surpresa), que amplie a demanda agregada (desloque-a para a direita) tem no curto prazo,
efeito positivo sobre o produto, mas também tem efeito positivo sobre os preços. No longo
prazo, porém, apenas os preços são afetados.
Os agentes têm expectativas racionais, mas todas as informações não são suficientes para
saber exatamente o que está ocorrendo.
Se o agente acredita que o aumento de seu preço vai ocorrer devido ao aumento do nível
geral de preços, ele simplesmente aumenta seus preços sem modificar a quantidade
produzida: OA é vertical (o mercado de trabalho está em equilíbrio). Mas, se ele acredita que
haverá uma mudança nos preços relativos, o agente aumenta tanto os preços quanto a
quantidade produzida: OA é menos inclinada.
“... podemos dizer que a economia apresenta propriedades keynesianas a curto prazo e
propriedades clássicas a longo prazo. A curto prazo, as alterações na demanda afetam tanto a
produção como os preços, ao passo que a longo prazo, só afetam os preços.”
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Curva de Phillips
OA = P = P e (1 − µ ) F (u , z )
F(u, z) = 1 – αu + z
Ela representa a noção de que, quanto maior u, menor W e; quanto maior z maior W. O
parâmetro alfa representa a força do efeito do desemprego sobre o salário. Substituindo F na
OA.
Assim: P = P e (1 − µ )(1 + αu + z)
Seja π a taxa de inflação e πe a taxa de inflação esperada. A equação anterior pode ser
reescrita como:
π = π e + ( µ + z ) − αu
π t = π t e + ( µ + z ) − αu t
Na primeira versão, Phillips inicialmente mostrou que a taxa de mudança de salários depende
negativamente da taxa de desemprego. Na versão modificada de Solow e Samuelson, a
relação passa a mostrar um trade off entre inflação e desemprego.
Considerando que na equação anterior a inflação esperada seja igual a zero (inflação corrente
não é afetada pelas expectativas), temos:
π t = ( µ + z ) − αu t
Esta equação indica que há uma relação estável entre inflação e desemprego.
A curva de Phillips será mais inclinada quanto maior for o alfa. Dado o nível esperado de
preços (=0), o desemprego mais baixo leva a um salário nominal mais alto. Em resposta, as
empresas aumentam seus preços. Em razão do aumento dos preços, os trabalhadores
reivindicam um salário mais alto. Um salário maior leva às empresas a um aumento em seus
preços. Esse mecanismo é chamado de espiral de preços e salários.
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Durante os anos de 1960 a inflação passou a ter um comportamento consistentemente
positivo, modificando a maneira como os agentes formam as suas expectativas. A curva de
Phillips foi modificada por Friedman e Phelps, incluindo a formação de expectativas.
π e t = θπ t −1
θ = representa o efeito da inflação do ano anterior sobre a inflação esperada do ano atual.
π t = θπ t −1e + ( µ + z) − αut
π t − π t −1 = ( µ + z) − αut
Portanto, a taxa de desemprego afeta não a taxa de inflação, mas a variação da taxa de
inflação. O desemprego elevado leva a uma inflação decrescente.
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