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do Estudante
Um guia para o melhor livro do mundo
Editado por W álter A . Elwell
©
CPAD
Manual Bíblico
Do Estudante
jumorevan
m m
Manual Bíblico
de Estudante
Copyright © 1995 Harold Shaw Publishers
Copyright © 1997 da Casa Publicadora das Assembléias de Deus para a língua portuguesa.
Caixa Postal 331 20.001-970 Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sob qualquer forma,
seja eletrônica, fotográfica ou de qualquer outro modo, sem a devida autorização dos editores.
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas são da Almeida Revista e Corrigida, 2a edição (1995)
ISBN 85-263-0117-9
Esta co-edição internacional foi organizada e realizada por Angus Hudson Ltd., Londres.
Impresso em Singapura.
Manual Bíblico
do Estudante
Um guia para o melhor livro do mundo
CPAD
índice
Colaboradores 6
Introdução a este Manual 7
índices de Mapas e Gráficos 9
Lista de Abreviaturas 10
Introdução
* a este Manual
A B íb lia é u m a d as m a io re s d ád iv as de D e u s ao m u n d o .
S eu n o tá v e l p o d e r d e a fe ta r v id a s é re c o n h e c id o até m e sm o
p o r a q u e le s q u e n ão c rê e m n ela. A B íb lia e stá p re se n te em
to d o la r le tra d o e te m sid o a o b ra d e m a io r v e n d a g e m do
m u n d o . A n o a a n o p e rm a n e c e n a lista d e b e stse lle rs. A B í
b lia p o d e ser e n c o n tra d a em m ais v ersõ e s e ed iç õ e s q u e q u a l
q u e r o u tro liv ro e fo i tra d u z id a em m a is id io m a s q u e q u a l
q u e r o u tro ite m e sc rito . M ilh a re s de p e ss o a s v iv e m segu n d o
os seu s p re c e ito s e o u tro s te n ta m d e stru í-la .
A raz ão de a B íb lia se r tão im p o rta n te p a ra o m u n d o é
q u e e la é a P a la v ra d e D e u s e re v ela a su a v o n ta d e p a ra nós.
A trav és d e la d e sc o b rim o s q u em D e u s é, c o m o o m u n d o su r
g iu , c o m o irá te rm in a r, d e q u e c o n siste m o s n o sso s p ro b le
m a s, a so lu ç ã o d e D e u s p a ra o p e c a d o h u m a n o n a m o rte e
re s su rre iç ã o d e Je su s, c o m o d e v em o s v iv e r e m u ito m ais.
T u d o o q u e p re c isa m o s sa b e r so b re as q u e stõ e s e sp iritu a is
p o d e ser e n c o n tra d o n e sse livro. E u m g u ia e sp iritu a l c o m
p leto . A lém d is so , a B íb lia é u m a c o m p a n h ia m ara v ilh o sa ,
p o is nos o fe re c e c o n so lo , e sp e ra n ç a, e n c o ra ja m e n to , fo rç a e
aleg ria.
S e tu d o isso é v e rd a d e , p o r q u e a m a io ria d as p esso as
sa b e tão p o u c o so b re a B íb lia ? P arte d a re s p o sta p o d e ser
q u e , às v ezes, n ã o q u e re m o s re a lm e n te sa b e r o q u e e la c o n
tém . M as e ssa n ão é a h istó ria to d a. M u ita s v e ze s q u e re m o s
co n h e c e r o seu c o n te ú d o , m as nos p e rd e m o s e n tre as p a la
v ras p o u co fa m ilia re s, co stu m e s o b sc u ro s, lu g ares e stra n h o s
e id éias c o m p le x a s. O m u n d o an tig o p a re c e re m o to p ara nós,
q u e viv em o s n u m a so c ied ad e te c n o ló g ic a m o d ern a. E sse fato
n ão deve su rp re e n d e r-n o s . E um m u n d o d ife re n te ; os e s c ri
to re s d a B íb lia ta m b é m iriam sen tir-se fo ra d e lu g a r em n o s
so m u n d o .
P ara sa b e r m a is so b re a B íblia, c o m o d e v e m o s c o m e ç a r?
O q u e p re c isa m o s é d e u m g u ia q u e nos leve n a d ire ç ã o c e r
ta. O livro q u e v o cê te m n as m ã o s p re te n d e ser esse g u ia.
E le foi e sc rito p o r e s p e c ia lista s c o m p ro m e tid o s c o m a p le n a
in s p ira ç ã o d a B íb lia e q u e d e se ja m a b rir as su a s p á g in a s
p a ra q u e m q u e r q u e se in te re ss e e m fa z e r a v ia g e m m ais
im p o rta n te d e su a v id a.
E ste p e q u e n o m a n u a l e s tá d iv id id o em c in c o se ç õ e s. A
p rim e ira d esc re v e os c o stu m e s e c u ltu ra s d o s te m p o s b íb li
co s e o fe re c e u m c o n c iso v is lu m b re d as d e sc o b e rta s a rq u e
o ló g ic a s im p o rta n te s d o s ú ltim o s ce m an o s.
A s e g u n d a se ç ão re p o rta à v id a e aos e n sin a m e n to s de
Je su s, q u e é o c o ra ç ã o d a B íb lia . In c lu i ta m b é m u m re su m o
d a d o u trin a cristã.
A te rc e ira se çã o c o m e ç a c o m u m a b rev e d is c u ssã o de
c o m o a B íb lia fo i tra n s m itid a a tra v é s d o s sé c u lo s. D e p o is
são o fe re c id a s id é ia s p a ra u m a le itu ra p ro v e ito sa d a B íb lia.
A q u a rta seção tra ta d o c o n te ú d o d a B íb lia , q u e é e x a m i
n a d a liv ro p o r liv ro , d a n d o u m a v is ã o g e ra l d o s e v en to s e
e n sin a m e n to s.
A q u in ta se ç ã o in c lu i u m g lo ssá rio d e p a la v ra s e id é ias
b íb lic a s im p o rta n te s, v e rs íc u lo s -c h a v e s p a ra m e m o riz a ç ã o ,
fa to s b íb lic o s in te re ssa n te s e u m a lista de le itu ra su g erid a .
E ste m a n u a l fo i e sc rito em p o rç õ e s p e q u e n a s, a g ru p a d as
em se ç õ e s m a io re s, p a ra fa c ilita r a le itu ra . A s p a rte s m e n o
res, ju n ta m e n te c o m os v e rso s b íb lic o s m e n c io n a d o s, p o
d em se r lid as de u m a só v ez o u e m p a rte s m a io re s. Você
p o d e ta m b é m e x a m in a r a le a to ria m e n te u m liv ro c a d a d ia —
p o r e x e m p lo , M a te u s o u M a rc o s, ju n ta m e n te co m u m a pa-
la v ra -c h a v e b íb lic a , c o m o evangelho. O u p o d e sim p le sm e n
te ir d o in íc io ao fim d o liv ro , a c e ita n d o as c o is a s c o n fo rm e
se a p re se n ta m . O re su lta d o se rá o m esm o : a P a lav ra de D eu s
se to rn a viva à m e d id a q u e a lem o s. A v o n ta d e d e D e u s se
to rn a m a is e v id e n te p a ra n ó s q u a n d o a b rim o s o c o ra ç ã o p a ra
E le. N a d a é m ais im p o rta n te n e sta v id a q u e o n o sso re la c io
n a m e n to co m D e u s. O d e se jo sin c e ro e a o ra ç ã o d o s q u e lh e
o fe re c e m e ste liv ro é q u e D eu s se to rn e p a rte im p o rta n te d a
su a v id a p e lo 1'ato d e te r re se rv a d o tem p o p a ra e s tu d a r a B í
b lia co m o c o ra ç ã o e a m e n te a b erto s.
W alterA. Elwell
Indice dos M apas e Gráficos 9
A Arqueologia e a Bíblia
Introdução 38
Atenas 41
Babilônia 42
Biblos 45
Jerícó 47
Jerusalém 48
Cunrã 50
Ras Shamra (Ugarite) 52
Susã 55
Ur 56
Infância
A in fâ n c ia e ra b rev e n o s d ias do A n tig o T estam en to . A s c ri
an ças, g e ra lm e n te em n ú m e ro d e sete, c re sc ia m q u a se se m
p re em fam ília s a m o ro sas. O s m e n o res sen tav am n o co lo d a
m ãe (cf. Is 6 6 .1 2 ,1 3 ) e b rin ca v am co m v ário s b rin q u e d o s,
a lg u n s d o s q u a is fo ra m rec u p e ra d o s m e d ia n te escav açõ es.
E m b o ra n ão h o u v e sse e sp o rte s e m e q u ip e, as c ria n ç a s in v en
tavam seu s p ró p rio s jo g o s , e os m en in o s lutavam . D esd e cedo,
c a d a c ria n ç a re c e b ia u m a ta re fa p a ra fazer, c o m o ap a n h ar
le n h a p a ra a c e n d e r o fo g o (Jr 7 .1 8 ), tira r á g u a d o p o ç o e c u i
d a r d o s re b a n h o s (G n 2 9 .6 ) e d o gado.
O pai e ra o p ro v e d o r d a fa m ília , trab a lh a n d o n o s cam p o s ou
e m u m o fício o u o c u p aç ã o . U m de seu s d ev eres e ra e n sin a r
u m o fício ou p ro fissã o ao filho. O s m e n in o s ia m co m os p ais
p a ra o c am p o ou p a ra as o ficin as e o b serv av am o seu tra b a
lho. A m e d id a q u e o filh o crescia , ia a ju d an d o c a d a v ez m ais
e d o m in a n d o o tra b a lh o . A m e n in a , p o r seu lad o , ap re n d ia os
se rv iç o s d o m é stic o s c o m a m ãe.
A a d o le sc ê n c ia c o m o a c o n h e c e m o s e ra d e sc o n h e c id a nos
te m p o s b íb lic o s. A c ria n ç a se to rn av a lo g o u m jo v e m ad u lto
e e ra e n c o ra ja d a a p a rtic ip a r ao m á x im o d a v id a fam iliar.
A Cultura dos Tempos Bíblicos 15
Educação
A e d u c a ç ã o se m p re foi p rio rid a d e e n tre os ju d e u s . A c ri
a n ç a e ra e n s in a d a a c o m p re e n d e r a re la ç ã o esp e c ia l d o seu
p o v o co m D e u s e a im p o rtâ n c ia d e se rv ir ao S e n h o r (E x
1 2 .2 6 ,2 7 ; D t 4 .9 ). A h is tó ria do p o v o ju d e u tin h a e n o rm e
im p o rtâ n c ia ; e ste c o n h e c im e n to a ju d a v a a su s te n ta r o id e al
d e u m a p á tria n o s p e río d o s d e c a tiv e iro e ex ílio . C o m o a
c ria n ç a e ra e n s in a d a a p rin c íp io p e la fa m ília , su a c o m p re e n
são d a fé e ra e n riq u e c id a p e la s p rá tic a s fa m ilia re s , e s p e c ia l
m e n te re fe iç õ e s lig a d a s a fe sta s re lig io sa s c o m o a P ásco a.
Q u a n d o os m e n in o s fica v am m a is v elh o s, re c e b ia m d o pai
e n sin a m e n to s so b re su a h e ra n ç a e tra d iç õ e s re lig io sa s.
N a é p o c a d o N o v o T e sta m e n to , as e sc o la s e le m e n ta re s
e ra m in s ta la d a s p e la c o m u n id a d e , em g era l n a sin a g o g a ou
n a c a sa d o p ro fesso r.
O s m en in o s c o m e ç a v a m a ir à e sc o la co m c e rc a d e sete
an o s, e fica v a m sen ta d o s n o ch ã o , ju n to ao p ro fesso r, q u e
lh es e x p u n h a a L ei e o u tras E scritu ra s. A e d u c aç ã o ac im a d o
nível e le m e n ta r e ra re sp o n sa b ilid a d e d o s rab in o s, escrib a s e
fariseus. E sp e ra v a -se q u e o m en in o tiv e sse p ro fu n d o c o n h e
c im en to d a h is tó ria d o s h e b re u s e d a L ei. E le a p re n d ia ta m
b ém a ler, a e sc re v e r e a fa z e r c á lc u lo s, a ssim co m o o u tro s
assu n to s, q u e p o d e m te r in clu íd o c o n h e c im e n to so b re erv as
(cf. 1 Rs 4 .3 3 ).
Casamento
O casam en to , relação q ue na ép o ca d o C ristian ism o se tor
nara um sacram en to , era orig in alm en te u m a troca d e votos en
tre a noiva e o noivo, resultante de negociações entre os pais de
am bos. M uitos israelitas se casavam co m u m a só m ulher; o u
tros, nos dias d o A n tig o Testam ento, tin h am du as m u lh eres (D t
21.15) ou u m a ou m ais concubinas. D avi tinha m ais de u m a
m ulher; S alo m ão tin h a setecentas (2 Sm 5.13; 1 Rs 11.3; C t
6.8,9). H erodes, o G rande, p ossuía nove m ulheres.
O s c a sa m e n to s era m fre q ü e n te m e n te a rra n ja d o s co m p a
ren tes p ró x im o s o u m e m b ro s d o c lã o u d a trib o . C o m o a n o i
va se to rn a ria m e m b ro d a fam ília d o m arid o , era im p o rta n te
p ara os p ais d o n o iv o sab erem se e la e ra c o n v e n ie n te ou c o m
patível com se u s p are n te s. O c o n se n tim e n to d o s noiv o s era
alg u m as v ezes o b tid o , m as n ão ex ig id o . E m b o ra o c a sa m e n
to devesse ser p a ra a v id a in teira, o m a rid o p o d ia d iv o rciar-se
da esp o sa m e d ia n te u m a sim p les d e c la ra ç ã o co m esse e feito .
E la, p o ré m , n ã o p o d ia d iv o rc ia r-se d ele. A lei ju d a ic a ex ig iu
m ais tard e um d o c u m e n to e sc rito p a ra o d iv ó rcio . M as o d i
vórcio era raro n o s d ias d o A n tig o T estam en to .
O n o iv ad o , q u e o c o rria um a n o a n te s d o c a sa m e n to , era
um c o n tra to fo rm al (M t 1.18; L c 1.27; 2 .5 ). A p a rtir d e e n
tão, a n oiv a e ra c o n sid e ra d a p e rte n c e n te ao fu tu ro m arid o ,
sen d o ele e n tã o re c o n h e c id o c o m o g e n ro p e la fa m ília dela.
Para e sta b e le c e r os re la c io n a m e n to s fa m iliares ad e q u a d o s, o
hom em ficav a ise n to do serv iço m ilita r d u ra n te o p rim e iro
ano ap ó s a c e rim ô n ia d e c a sa m e n to fo rm al (D t 24.5).
A Bíblia: Um Livro Baseado na História
O p re ç o d a n o iv a e ra u m a d as ra z õ e s p a ra a fre q ü ê n c ia d a
m o n o g a m ia . P o u c o s h o m e n s p o d ia m p a g a r u m a so m a tão
su b sta n c ia l m ais d e u m a vez. O p re ç o d a n o iv a e ra u m v alo r
d e c o m p ra p a g o ao pai d e la p a ra c o m p e n s a r a p e rd a d o tra
b a lh o d a filh a n o la r o u nos cam p o s. A s v e ze s, o p re ç o e ra
p a g o n a fo rm a d e tra b a lh o , c o m o q u a n d o Ja c ó serv iu L ab ão
p o r 14 an o s p a ra o b te r L ia e R a q u e l (G n 2 9 .1 5 -2 8 ). P arte do
d o te e ra c o stu m e ira m e n te e n treg u e à p ró p ria n oiva, g e ra l
m en te n a fo rm a d e jó ia s , q u e e la u sav a co m o a d o rn o n as b o
das.
O n o iv o se v e stia ric a m e n te p a ra as n ú p c ia s, em tra je s
su n tu o so s e p e rfu m a d o s, levan d o n a ca b e ç a u m a g rin a ld a de
flo res. O s p re p a ra tiv o s p a ra a n o iv a e n v o lv ia m to rn a r a pele
tra n slú c id a e e n tra n ç a r o c a b e lo , se p o ssív el c o m o u ro e p é
ro las. S e u s a d o rn o s in c lu ía m o v e stu á rio m ais fin o e tam b ém
u m véu. A ssim p re p a ra d a , a n o iv a e su as d a m a s d e h o n ra
e sp erav a m a c h e g a d a d a p ro c issã o d o no iv o n a c a sa d o pai
dela. E n q u a n to a tra v e ssav a o p o v o a d o o u c id a d e , a p ro c issão
do n o iv o e seu s a m ig o s, ilu m in a d a p o r a rc h o te s, era a c o m p a
n h ad a p o r m ú sic a (J r 7 .3 4 ) e a leg ria. A p ro c issã o reto rn av a,
d ep o is, co m a n o iv a e seu s a c o m p a n h a n te s à c a s a d o noivo,
o n d e a fe s ta d as b o d a s d u ra v a m u ita s v ezes sete d ias ou até
14. U m q u arto d e n ú p cia s esp e c ia l a g u a rd a v a o s rec é m -c a sa -
d o s. A jo v e m e sp o sa , im e d ia ta m e n te , c o m e ç a v a a e sp e ra r o
c u m p rim e n to d o seu d e v e r m a is im p o rtan te, a c o n c e p ç ã o de
um filho.
A jo v e m e sp o sa ficav a en tã o re sp o n sá v e l p e lo s serv iç o s
d o m é stic o s, tais c o m o co zin h a r, lim p ar, tecer, c o stu ra r e ta m
b ém a ju d a r o c a sio n a lm e n te nos c a m p o s ou v in h e d o s. E sp e
rav a-se q u e e la e d u c a sse o s filh o s nos p rim e iro s e stá g io s d e
su a s v id as (P v 1.8; 6 .2 0 ; 3 1 .1 0 -3 1 ).
C o m o c h e fe d a c a sa , o pai to m av a to d as as d ecisõ es. A té
a p ro m e ssa fe ita p e la e sp o s a era in v álid a se m o c o n se n ti
m e n to d e le (N m 3 0). N ã o o b sta n te , a p o siçã o d a e sp o sa e ra
s u p e rio r à d e m u ita s m u lh e re s á ra b e s q u e, a ssim c o m o os
filhos, e ra c o n sid e ra d a p ro p rie d a d e d e trab alh o . A m u lh e r e
seu s filh o s n ão p o d ia m se r v e n d id o s c o m o e scrav o s, e m b o ra
a filh a sim . M as, a té n o s d ia s d o N o v o T e sta m e n to , u m a fa
m ília in teira p o d ia se r v e n d id a c o m o p a g a m e n to de d ív id as
co n tra íd a s p o r u m d e seu s m em b ro s (M t 18.2 5 ).
E m b o ra a m u lh e r n ão p u d esse a b a n d o n a r o m arid o , p o
d ia ficar su b o rd in a d a a u m a nova esp o sa o u c o n c u b in a e p e r
d e r o d ireito à h e ra n ç a d a s p ro p rie d a d e s. T o d av ia, m esm o
n essas c irc u n stâ n cia s, n ã o e ra seg reg ad a, m as p artic ip a v a das
festas e a tiv id ad e s fa m iliares. A m u lh e r lin h a o a feto e re s
p eito d o s filh o s, e sp e c ia lm e n te q u a n d o e ra m ã e d e filh o s d o
sexo m ascu lin o . E n tre o s ben s d o h o m em , n ão o b stan te, eram
listad o s su a m u lh er, serv o s, e scrav o s e a n im a is (E x 2 0 .1 7 ;
D t 5 .2 1 ). A p o siç ã o su b se rv ie n te d a m u lh e r é v ista q u a n d o
ch a m a o m a rid o d e se n h o r ou m estre (G n 18.12).
A s m u lh e re s, n u m a fa m ília , esta v a m su p o sta m e n te sob a
p ro teção de u m h o m e m . Q u a n d o cria n ç a , o pai d a m en in a
0 Calendário Judaico
(Veja também Dias de Festa Judaicos, p. 247)
2 8 Maresvã O U T /N O V
3 9 Quísleu N O V /D E Z 2 5 s , Flanukah
4 10 Tebete DEZ/JAN
5 11 Sabate JAN/FEV
8 2 Liar A BR /M AI
10 4 Tamuz JUN/JUL
12 6 Elul AGO/SET
*
Adar-shen Mês intercalado
* Em cada ano que a cevada não amadurecesse, até o 16 dia de nisã, este mês deveria ser
acrescentado, porém jamais em dois anos seguidos.
A Cultura dos Tempos Bíblicos
Edificações
In ú m e ra s fa m ília s v iv iam em p o v o ad o s o u cid a d e s c er
cadas de g ro sso s m u ro s de p ro teção . A lg u m a s v ezes, a c id a
d e p o ssu ía três m u ro s c o n cên trico s co m p o rtõ e s p e sa d a m e n te
fo rtificad o s, q u a se se m p re c o n stru íd o s c o m seis g ra n d e s p i
lares. S o b o a sp e c to d a a rq u ite tu ra, os p ré d io s e ra m p rá tic o s
e de d ese n h o sim p le s, m as no g eral d em o n stra v a m ex atid ã o
e en g e n h a ria de b o a q u alid ad e.
O tem p lo de S alo m ão foi p la n e jad o no estilo sírio -fen íc io ,
q ue era a rtístico e e leg a n te. O u so d e p e d ra c a lc á ria a c e n tu a
va o re s p le n d o r d a co n stru ç ão à lu z d o sol e d a lua. O b ro n ze
e a m a d e ira re c o b e rto s d e o u ro , o p iso d e m ad eira , as e sc u l
turas, o sol b rilh a n d o atrav és das ja n e la s a ltas, tu d o to rn a v a o
T em p lo sin g u la r em su a m a g n ificên cia.
A s c a sas d o p o v o c o m u m c o n tra sta v a m c o m e ss a g ló ria.
M u itas e ra m fe ita s d e p ed ra, a lg u m a s d e a rg a m a ssa e g esso .
A s c o n stru ç õ e s, g era lm e n te , c o n sistia m de u m a p o sen to p rin
cipal, e m b o ra as c a sa s m aio res fo ssem c o n stru íd a s ao re d o r
de u m p á tio ce n tra l. T odas as h a b ita ç õ e s tin h a m teto p lan o ,
q u e p o d ia se r c o b e rto co m um to ld o , a fim d e p ro v e r u m
lu g ar tra n q ü ilo d e re p o u so (A t 10.9). G alh o s, b a rro e arg ila
24 A Bíblia: Um Livro Baseado na História
e ra m u sa d o s p a ra fa z e r o teto , q u e q u a se n u n c a e ra à p ro v a
d ’ág u a. E ra c o m u m v er-se o c a p im b ro ta n d o e m c im a das
Corte de uma casa dos c a sas, e a p arte s u p e rio r tin h a d e ser m u ita s v e z e s a p la in a d a
tempos bíblicos. Note a n o v a m en te d ep o is d e u m a ch u v a fo rte. O s q u a rto s tin h am o
construção do teto e o p iso d e te rra b a tid a e n e les v iv iam e d o rm ia m os m e m b ro s d a
aposento único fa m ília e os an im a is. F re sta s ab e rta s n as p a re d e s serv iam de
compartilhado pela
ja n e la s , q u e p o d ia m se r co b e rta s co m c o rtin a s à n o ite. Q u a n
família e os animais.
to m e n o s ja n e la s ta n to m e n o s o sol p o d ia p e n etra r, e a ca sa
A Cultura dos Tempos Bíblicos
Política
A c u ltu ra d e u m p o v o - c o m p o rta m e n to so cial, c o stu
m es, v id a fa m ilia r e la z e r - é a fe ta d a ta n to p e la estru tu ra
p o lític a c o m o p e la in te ra çã o c o m e rc ia l co m as civ iliz aç õ es
v izin h as. A p o lític a , ou assu n to s re la tiv o s à c id ad e -e stad o
(grego polis, “c id a d e ” ), in flu e n c ia m n e c e ssa ria m e n te a v id a
e as a tiv id a d e s d o s c id ad ã o s. A s p rim e ira s c id a d e s-e stad o s
fo ram o rg a n iz a d a s ao sul d a M e so p o tâ m ia . S u a p o lític a c o n
sistia em d irig ir, b e m ou m al, o s v á rio s assu n to s relativ o s à
c id a d e e e v ita r q u e fo sse c o n q u ista d a p e lo s p o d e ro so s v iz i
nhos. G e ra lm e n te e ra um rei o u u m a ra in h a q u em g o v ern av a
a cid a d e -e sta d o , q u e c o n sistia d a c id a d e em si e d as terras
p ró x im as ao s se u s m u ro s. O s g o v e rn an tes tin h a m sa c e rd o te s
e o ficiais d a c o rte c o m o c o n se lh e iro s e e n v iav am o c a sio n a l
m en te e m b a ix a d o re s às co rtes das o u tra s cid a d e s-e sta d o s.
N o E gito, ao su b ir ao trono, o rei q u ase sem pre tom ava as
decisões sobre o relacionam ento co m os povos vizinhos. O faraó,
portanto, p o d ia reso lv er invadir a N tíbia ou c o n q u istar a P ales
tina e a S íria ap en as para firm ar ali o seu poder. O s reis nem
se m p re e ra m p o p u la re s ju n to a o s s ú d ito s, e p e rio d ic a m e n te
u m d eles e ra m o rto d e p o is de a lg u m a c o n sp ira ç ã o e n tre os
seu s o ficia is ou e n tre as m u lh e re s d o p alá c io .
E m ocasiõ es m u ito raras, d u as naçõ es pod iam estar lutan
do entre si, e n q u an to u m a terceira tentava atacá-las. Isto o co r
reu em 583 a.C ., q u an d o a S íria e Israel se achavam em gu erra
e os assírios su b itam en te am eaçaram destru ir am b o s os ex érci
tos. Israel e a S íria p ro n ta m e n te ju n ta ra m as fo rça s p a ra d e r
ro ta r os a ssírio s. A s v e zes as n a ç õ e s ta m b é m c o e x istia m em
p az, fa z e n d o tra ta d o s c o n ju n to s c o m fin s c o m e rc iais.
A n açã o v e n c e d o ra sem p re c o n fisc a v a d esp o jo s e a rre c a
dava trib u to s d o p o v o c o n q u ista d o , c o b ra n d o às v ezes im
p o sto s d o s v e n c id o s d u ra n te an o s. E m ta is c a so s, u m g o v er-
Seitas e Partidos
na Palestina do Novo Testamento
Nome Descrição
Religioso
Fariseus Seita judaica que comandava o poder religioso na Palestina durante o ministério
de Cristo. Esses indivíduos, "separados", criam que as suas descrições detalha
das de como obedecer à lei se igualavam em autoridade à lei mosaica e que a
sua obediência meticulosa a essas tradições os tornava os únicos judeus justos vivos.
Saduceus Seita judaica formada quase que só de sacerdotes. Esses "justos" criam que a lei mosaica
era a suprema autoridade e que nenhuma lei oral ou tradição podia ser considerada no
mesmo plano que as Escrituras. Em contraste com os fariseus, não criam na ressurreição, em
anjos ou em espíritos (At 23.8).
Essênios Seita judaica cujos membros viviam como os monges da Idade Média. Em suas
comunidades isoladas, esses homens "piedosos", ou "santos", procuravam o
ideal de pureza e a comunhão divina mediante a prática da autonegação,
temperança, trabalho (lavoura) e contemplação.
Político
Herodianos Seita formada por judeus, que concordavam em submeter-se ao governo e às práticas
romanas. Acreditavam que Herodes e seus descendentes eram a última esperança de Israel
para manter qualquer semelhança de um governo nacional próprio.
Galileus Seita cujos membros criam que o controle de Israel por estrangeiros não era bíblico e,
portanto, se recusavam a reconhecer ou orar pelos princípes estrangeiros. Por causa de
sua grande semelhança política com os zelotes, os galileus foram eventualmente
absorvidos por aquela seita.
Social
Escribas Classe de homens que copiavam, ensinavam e explicavam a lei. Da mesma forma que os
fariseus, eles se apegavam à autoridade das tradições orais. Como professores da lei,
mantinham um lugar importante na socidade judaica e também serviam como juizes ou
advogados, julgando de acordo com a lei que conheciam tão bem.
Nazarenos Judeus que faziam voto de separação, por um período de tempo limitado ou para a vida
inteira. Reconhecidos facilmente por jurarem nunca cortar o cabelo, os nazireus se separavam
pelo seu estilo de vida para poder achegar- se mais a Deus e como testemunho da condição
pecaminosa da nação.
Publicanos Judeus que trabalhavam para o governo romano, cobrando impostos. Sua disposição
para trabalhar no governo era vista como falta de lealdade a Israel e desejo de
comerciar com os gentios.
Comércio
E m b o ra essen cialm en te um país pobre, Israel estava situado
nas p rincipais rotas com erciais, esp ecialm en te a norte-sul. O E g i
to exportava grãos e m ercadorias m anufaturadas, assim com o Ebla.
A F en ícia exp an d iu suas atividades m anu fatu reiras, ju n ta m e n te
com seu com ércio m arítim o . Israel, país agrícola, ven d ia azeite,
vin h o e lã a granel, tecid o s d e linho e m etais. O trigo era a princi
pal m ercad o ria c o m ercializad a ao longo d a rota leste-oeste, que
cru zav a a G aliléia. O co m ércio atingiu o seu apogeu nos reinados
de Davi e S alom ão, sendo q u e este últim o co n seg u iu u m a grande
fortuna, cob ran d o im p o sto das caravanas com erciais que passa
vam p or suas terras. S alo m ão construiu tam b ém , u m a frota de
0 Dinheiro na Bíblia
Medida Sistema Peso Valor Aprox. Valor Aprox.
Equivalente Aprox. EUA Grã-Bretanha
Nota: Qualquer conversão de dinheiro para valores contemporâneos é arbitrária. Os preços do ouro e da prata
variaram enormemente no correr dos séculos, e o poder de compra do dinheiro numa sociedade rural como
Israel, na antiguidade, não pode ser comparado diretamente com o seu poder aquisitivo numa sociedade
industrial moderna
Artes e Lazer
A lite ra tu ra e ra u m a fo rm a d e arte m u ito d e sen v o lv id a,
c o m o e v id e n c ia d o p e las e sc ritu ra s h e b ra ic a s e g reg as. O c u l
tiv o d a m e n te e ra a c e n tu a d o p e la c o m p o siç ã o e m e m o riz a
ç ã o d e p ro v é rb io s. E m b o ra os m o m e n to s de laz e r fo ssem es-
casso s, a lira e a fla u ta e ra m in stru m e n to s m u sicais p o p u la
res. A m ú sic a in stru m e n ta l e v o cal, assim c o m o a d a n ç a de
h o m en s e m u lh e re s em g ru p o s se p a ra d o s, fo rm a v a p arte in
teg ran te d a v id a so cial e d a fu n ç ã o re lig io sa dos israelitas
(Ê x 15.20; 1 S m 18.6; 2 Sm 6.14,21 etc.).
Alimentação
É d u v id o so q u e as fam ília s dos te m p o s b íb lico s tiv essem
refeiçõ es c o m p a rá v e is ao n o sso d e sje ju m p ara cria n ça s ou
adultos. S e o p a i trab alh av a n o s c a m p o s, p ro v a v e lm en te le
vava um a lm o ç o leve, a ssim c o m o o s filh o s q u e c u id a v a m do
g ad o ou d o s re b a n h o s. Tal re fe iç ã o in c lu iria b olos sim p les
ou p ães, a z e ito n a s, fig o s e c o a lh a d a o u q u eijo d e leite de
cab ra. A s c ria n ç a s p e q u e n a s a ju d a v a m a p re p a ra r o ja n ta r, a
p rin cip al re fe iç ã o d o dia. E sta re fe iç ã o e ra e sse n c ia lm e n te
u m a re u n iã o fa m ilia r e p ro v a v e lm en te co m e ç av a ce d o p a ra
ap ro v eitar a lu z re stan te do d ia. A co n v e rsa c o n tin u a v a até
m ais tard e, à lu z d e p e q u e n a s la m p a rin a s a ó leo. A refeiç ão
da n o ite in c lu ía p ão ou b olos d e cereal cu ltiv ad o n a p ro p rie
dad e, no g eral, cev ad a, q u e ijo d e le ite d e c a b ra o u c o a lh a d a ,
além de v eg eta is c o m o len tilh as, feijão, ervilhas e alho-poró.
E m bora n em sem p re houvesse vegetais, eles acrescentavam
variedade à refeição quando presentes. Sal, alho e possivelm en
te vinagre eram usados com o tem pero. O vinho, no geral b as
tante aguado, e ra b ebido às refeições.
O s alim e n to s eram c o z id o s e m ó le o de o liv a, e o m el era
u sad o c o m o ad o ç a n te . O p ro b lem a c o m essa a lim e n ta ç ã o ,
Vestuário
O s m e rc a d o re s, q u e v en d ia m sed as e te cid o s d e b o a q u a
lidade, v iajav am em caravanas, de lug ares tão distantes q u an to
a ín d ia. O lin h o fin o e ra im p o rta d o d o E g ito . A ro u p a na
P a le stin a e ra g e ra lm e n te fe ita de lin h o de fib ra d o m éstica.
A s ro u p as d iárias eram de lin h o de q u alid ad e in ferior; os sa
cerd o tes u sav am linho m ais fino (Ê x 39.27). A lã p o d ia ser
facilm en te tran sfo rm ad a em roupas pelos p o vos sem inôm ades;
32 A Bíblia: Um Livro Baseado na História
O e s tilo d a s ro u p a s d a m a io ria d a s p e s s o a s e ra s im
p le s. O s h o m e n s d e to d o s os n ív e is s o c ia is p a s s a ra m a
u sa r ta n g a b e m c e d o , c o m a a d iç ã o p o s te r io r d e u m a p e ç a
e x te r n a e o u tr a in te rn a . A p e ç a in te r n a d e lã o u lin h o t i
n h a u m a a b e rtu ra p a ra o p e s c o ç o e o s b ra ç o s e g e ra lm e n
te m a n g a s lo n g a s . Q u a s e s e m p re u s a d a c o m c in to , ia a té
os jo e lh o s o u a o s to r n o z e lo s . A p e ç a e x te r n a , c a p a ou
m a n to , g e ra lm e n te fe ita d e p e le d e a n im a l o u lã, e ra q u a
se q u a d ra d a , c o m a b e rtu ra s p a ra o s b ra ç o s , s e n d o u s a d a
c o m d o b ra s so b re a m b o s o u u m d o s o m b ro s . C o m o o h o
m em e ra c o n s id e ra d o n u se n ã o e s tiv e s s e u s a n d o a c a p a ,
e ra -lh e p ro ib id o e m p r e s tá - la ou p e n h o rá - la . E le a re m o
v ia à n o ite p a ra u s á - la c o m o c o b e r to r (Ê x 2 2 .2 6 ,2 7 ; D t
2 4 .1 3 ). A p e ç a ín tim a d e J e s u s fo ra te c id a se m c o s tu ra
(Jo 1 9 .2 3 ) e f ic a r ia in u tiliz a d a se fo s s e c o rta d a em p e d a -
A Bíblia: Um Livro Baseado na História
ç o s . E s ta a ra z ã o d e o s s o ld a d o s ro m a n o s , n a c r u c if ic a
ç ã o , d e c id ire m la n ç a r s o rte s p a ra v e r q u e m f ic a v a c o m
e la .
A cla sse ric a u sav a lin h o fino b o rd a d o n as ro u p a s d e cim a.
O s reis u sa v am , às v ezes, m a is u m a p e ç a , se m e lh a n te à tú n i
ca ou é fo d e d o s sac e rd o te s. T an to os reis c o m o os sa c erd o tes
u sav am u m a tia ra tra b a lh a d a , p a ra sim b o liz a r a su a p o sição .
O a d o rn o d e sse s tra je s c o n tra sta v a fo rte m e n te c o m a sim p li
c id a d e d a s ro u p a s d a m a io ria d as p esso a s.
G ra n d e p arte d a s m u lh e re s, n o s te m p o s b íb lic o s, u sav a
ro u p a b ra n c a e sim p le s, e m b o ra ta m b é m se v estissem c o m
te c id o azu l o u p re to , fe ito em casa. A s m u lh e re s rica s se v es
tia m co m trajes de lin h o fin o tin g id o d e co res brilh an tes, q u ase
se m p re e sc a rla te ou p ú rp u ra , e n fe ita d o s co m b o rd ad o s, jó ia s
e d e ta lh e s e m o u ro o u p ra ta (2 S m 13.18). O s m e sm o s tra je s
e ra m u sad o s n as o c a siõ e s festiv a s e n o s c a sa m e n to s (2 S m
1.24; E z 16 . 10 ,1 3 ). A ro u p a d e b aix o d a m u lh e r e ra ig u al à
d o h o m em , só q u e m a is a lta n o p e sc o ç o e c a in d o n o rm a l
m e n te até o to rn o ze lo . O en fe ite p a ra a c ab e ç a , e m b o ra ra ra
m e n te m e n c io n a d o n a B íb lia, era p ro v a v e lm en te c o m o o xale
d e o ra ç ã o q u e v em o s h o je, se n d o m a n tid o n o lu g a r p o r um
c o rd ã o . A s m u lh e re s u sav am m u ito u m v éu p reso p o r um
p e q u e n o d ia d e m a d e m o e d a s, q u e ta lv e z fiz e sse p arte d o seu
d o te. A s jó ia s e ra m g e ra lm e n te feitas d e o u ro , alg u m a s c o m
p e d ra s se m ip re c io sa s e n g asta d as. D e sd e 2 7 0 0 a.C ., as tu m
b as d o s re is e m U r d ão pro v as d e u m a a lta q u a lid a d e em
q u e stã o d e d e se n h o e h a b ilid a d e n a fa b ric a ç ã o d e jó ia s. A s
c o rre n te s d e o u ro e ra m p o p u la r e s , a s s im c o m o a rg o la s,
to rn o z e le ira s, b ra c e le te s e alfin ete s p a ra ro u p a ou ca b elo . O s
sa p a to s c o n sistia m g e ra lm e n te d e sa n d á lia s d e c o u ro a b e r
tas.
Cabelos e Cosméticos
N o A ntigo T estam en to , o cab elo co m p rid o p a ra o ho m em
e ra sinal de virilid ad e, m as nos tem p o s d o s g reg o s e ro m an o s,
o c a b elo a té os o m b ro s, ou m ais cu rto , en tro u n a m oda. As
m u lh eres tin h am o rg u lh o em u sa r c ab elo c o m p rid o , m uitas
A Cultura dos Tempos Bíblicos 35
Comprimento
Medida Sistema Equivalente Equivalentes Aproximados
Métrico EUA/GB
dedo 1/12 palmo 2 cm 3 /4 pol.
palmo menor 4 dedos 7.5 cm 3 pol.
1/3 palmo
palmo 12 dedos 22.25 cm 9 pol.
3 palmos menores
ômer (gomedh) 3 3/4 palmos menores 30 cm 12 pol.
1 1/4 palmos
cúbito ó - 7 palmos menores 44.5 cm 17 ^pol.
2 palmos
braça 4 cúbilos 2m 2 jardas
8 palmos
Medidas de Líquidos
Medida Sistema Equivalente Equivalentes Aproximados
Métrico EUA/GB
logue 1/12 him 0.331 1/12 gal.
cab (cabo) 4 logues 1.31 1/3 gal.
1/3 him
him 12 logues 3.671 1 gal.
3 cabs
sea 6 cabs 7.331 2 gal.
bato 3 seás 221 6 gal.
ômer 10 batos 2201 60 gal.
60 hins
Medidas de Secos
Medida Sistema Equivalente Equivalentes Aproximados
Métrico EUA/GB
logue 1/4 cab 0.33 1 20 1/2 pol. cúb.
cab 4 logues 1.21 73 pol. cúb.
ômer 7 logues 2,41 146 1/2 pol. cúb.
seá 3 1/2 ômeres 7.31 1/4 pé cúb.
6 cabs
efa 10 ômeres 221 3/4 pés cúb.
3 seás
meio-ômer 15 seás 1101 3 pés cúb.
5 efas
ômer 10 efas 2201 3 3/4 pés cúb.
38 A Bíblia: Um Livro Baseado na História
À direita: 0 teatro de
Efeso, onde os efésios A Arqueologia e a Bíblia
fizeram um protesto
R. K. Harrison
contra as atividades
missionárias de Paulo.
A a rq u e o lo g ia b íb lic a nos faz e n tra r em c o n ta to co m os
p o v o s b íb lic o s, o fe re c e n d o u m a b a se d e c o n h e c im e n to q u e
p erm ite c o m p re e n d e r m e lh o r as n arrativ as b íb licas. A a rq u eo
lo g ia re v e la as c o n d iç õ e s d e v id a n o s sé c u lo s p a ssa d o s e, em
a lg u n s caso s, re c u p e ra o b je to s m a te riais u sa d o s p ela s p e ss o
as — d e sd e p e ças d e ce râ m ic a , até e le g a n te s v a so s d e o u ro e
jó ia s ; d e ta b le te s d e b a rro c o n te n d o a c o n ta b ilid a d e d e u m a
fa m ília b a b iló n ic a h á m u ito d e sa p a re c id a a té ro lo s d e p ap iro
co m re g istro s d as d o e n ç a s d o s a n tig o s e g íp c io s e o s m e d ic a
m e n to s u sad os p o r eles.
A a rq u e o lo g ia n ão tem c o m o p ro p ó sito “ p ro v a r” a v e rd a
d e d a s E sc ritu ra s, p o rq u e e s ta re v e la çã o d e D e u s, p o r se r b a
sic a m e n te e sp iritu a l, d ev e ser a v aliad a e sp iritu a lm e n te (leia
1 C o 2 .1 4 ). T o d av ia, n o ss a c o m p re e n sã o d e s s a re v e la çã o
c o m o v in d a d e D eu s e re c e b id a p o r p e sso as rea is n o s a ju d a a
ver q u e n o ssa fé n ão é re su lta d o de m ito s, m ag ia o u fo lclo re ,
m as e stá a rra ig a d a p ro fu n d a m e n te n a H istó ria .
A s d e sc o b e rta s, alg u m a s v ezes, p a re c e m te r in flu ê n cia
d ire ta so b re a B íb lia . P o r e x e m p lo , em 1983, a p ó s trê s fases
de tra b a lh o n o m o n te E b al, n a P a lestin a C e n tral, a rq u e ó lo
g o s is ra e le n se s a n u n c ia ra m a d e sc o b e rta d e u m a e stru tu ra
re ta n g u la r fe ita d e b lo c o s d e p ed ra, q u e fo ra p ro v a v elm e n te
o a lta r de p e d ra c o n stru íd o p o r J o s u é no m o n te E b al (Js
8 .3 0 ,3 1 ), se g u in d o as o rd e n s d e M o isés. A o re d o r d e to d a a
e stru tu ra h a v ia c in z a s e re sto s d e o sso s d e o v e lh a s, sin ais de
q u e o lu g a r e ra re lig io sa m e n te im p o rtan te. O s arq u e ó lo g o s
d a ta ra m o s o sso s c o m o se n d o d o sé c u lo X II a.C .
Q u a n d o a a rq u e o lo g ia nos e n sin a a re s p e ito de a lg u m a s
d as g ra n d e s c id a d e s m e n c io n a d a s nas E sc ritu ra s e a p o siç ã o
e sp lê n d id a o c u p a d a p o r e la s n o s sé c u lo s p a ss a d o s, c o m e ç a
m o s a v er c o m o o te m p o co rre : p e ss o a s v iv e ra m e m o rre
ra m , g o v e rn o s su b ira m e c a íra m a té a é p o c a em q u e C risto
foi re v e la d o S a lv a d o r d a h u m a n id a d e . A p re n d e m o s tam b ém
A Bíblia: Um Livro Baseado na História
Atenas
E sta c é le b re c id a d e g re g a re c e b e u o n o m e de su a d e u sa
p ro teto ra A te n a e e ra u m sítio b a sta n te an tig o . A c o lin a c o
n h ecid a c o m o A c ró p o le foi o c u p a d a p rim e ira m e n te , talv ez
cerca de 6 0 0 0 a .C .. P o ré m , so m e n te sé c u lo s m ais ta rd e a
c id ad e se to rn o u fa m o sa p ela su a c u ltu ra e in s titu iç õ e s d e
m o cráticas. A te n a s e ra a p rin cip a l c id a d e d a Á tic a na G ré c ia
a n tig a e a lc a n ç o u o seu a p o g e u n o s é c u lo V a .C ., c o m
P éricles. F ilip e d a M a c e d ô n ia , pai de A le x a n d re , o G ra n d e ,
fez d ela u m c e n tro re n o m a d o de filo so fia . A te n as e ra u m a
m o v im e n ta d a c id a d e c o sm o p o lita e os te m p lo s na A c ró p o le
Camadas sucessivas de
Métodos Arqueológicos ocupação
_ . . . . Corte feito pelo arqueólogo
Quadrados escavados pelos nQ formQ de d Sondagem
arqueoloçjos com taixas arqueológica
intercaladas
A Bíblia: Um Livro Baseado na História
Babilônia
E sta cid ad e antiga, situ ad a na p lan ície de S in e a r (G n 11.2),
e ra c h a m a d a B ab -ilu (P ortal d e D eus). U m a c id ad e im p o rtan te
d a M eso p o tâm ia. Seu n o m e foi m en cio n ad o p e la p rim e ira vez
e m c erca de 2 0 0 0 a.C . E ra u m a das m ais an tig as h ab itaçõ es
h u m an as, ten d o sido a p aren tem en te c o n stru íd a no sítio d a tor
re d e B abel (G n 1 1.2-9) ou em suas cercan ias. F am o sa c o m o a
rv MAR
ove Sítios Arqueológicos Importantes H
S CÁSPIO
• Ancara
TURQUIA
Atenas
Eufrates
CHIPRE
Jerii
MAR MEDITERRÂNEO Jerusalém
• Cairo
ARÁBIA SAUDITA
GOLFO DE SUEZ
GOLFO DE ACABA
MAR VERMELHO
0 Panteão, em Atenas, cap ital d e H am u rab i (1 7 9 2 -1 7 5 0 a.C .), p erd eu o seu p o d er d e
construído sobre a p o is d e 13 0 0 a.C . A cid ad e g anh ou n o v a p ro e m in ê n c ia no rei
Acrópole. n ado de N a b u co d o n o so r II (6 0 5 -5 6 2 a.C .), q u e p asso u q u a
ren ta an o s trab a lh an d o p a ra to rn á-la a m ais esp lê n d id a capital
co nhecida.
Biblos
C o n h e c id o p e lo s a n tig o s fe n íc io s c o m o G eb al, este p o rto
m arítim o ao n o rte de B eirute foi p e la p rim eira vez id e n tifi
cad o e e sc a v a d o em 1860. O sítio foi o c u p a d o q u a se c o n ti
n u am en te, d e sd e 5 0 0 0 a.C . até o p e río d o d as C ru zad as. O s
g regos, q u e c o m erc ia v a m n esta c id a d e , a c o n h e c iam c o m o
B iblos (“ liv ro ” ) p o r ser o c e n tro d e fa b ric a ç ã o de p ap iro s, e
este n o m e d eu o rig e m à n o ssa p a la v ra “ B íb lia” . N os d ias do
A n tig o T e sta m e n to , e ra um lu g a r im p o rta n te para a relig iã o
can an éia, te n d o fic a d o fa m o so p e lo s seu s artesão s, m u ito s
dos q u a is fo ram e m p re g a d o s p o r S a lo m ã o p a ra c o n stru ir o
tem p lo d e Je ru sa lé m ( I R s 5 . 18).
S en d o G eb al um p o rto , a c id a d e em p reg a v a c arp in te iro s
e co n stru to re s d e n av io s, q u e fa b ric a v a m b arco s p a ra os c o
m ercian tes d e T iro (E z 27 .9 ). E m c e rc a de 1115 a.C ., G ebal
foi v isitad a p o r u m e m b a ix a d o r eg íp cio , W en -A m u n , q u e fo ra
enviado a m u ito s lu g ares p o r R a m sés X II co m o in tu ito de
co m p rar c e d ro p a ra um b arco ce rim o n ia l d e d ic a d o a u m d eu s
Falsos Deuses da Antiguidade
Jericó
E ste sítio p a le stin o an tig o foi o c u p a d o p e la p rim e ira vez
em ce rc a de 8 0 0 0 a .C ., p a ssa n d o a ser, d o is m il an o s m ais
tarde, u m a im p re ssio n a n te c id a d e m u ra d a . E la foi im p o rtan
te na A n tig u id a d e , p o r situ ar-se na in te rse ç ã o d e d u as im p o r
tan tes e stra d a s d a ép o c a , c o n te m p la n d o d o alto a p assag e m
q ue su b ia d a p la n íc ie p ara Je ru sa lé m . D e p o is da v itó ria de
Jo su é so b re Je ric ó (Js 6), a cid a d e foi re c o n stru íd a c o m o um
povoad o , m as só v o lto u a to rn ar-se im p o rtan te nos d ias do
Novo T estam ento. N esta elegante cidade, Jesu s curou u m cego
(L c 18 .3 5 -4 3 ) e ja n to u co m o p ró sp e ro Z a q u e u (L c 19.1-10).
H á três sítio s no vale do Jo rd ão c o n h e c id o s c o m o Jericó . A
cid ad e d o A n tig o T e sta m e n to , Tell e s-S u lta n , fic a a c e rc a de
2,4 q u ilô m e tro s a n o ro e ste d a c id a d e m o d e rn a (er-R ih a), ao
lado d a fo n te d e E liseu (2 Rs 2 .1 9 -2 2 ), o ú n ico m an an cial
I A Bíblia: Um Livro Baseado na História
Jerusalém
E ste lu g ar p o d e te r sid o fu n d a d o em c e rc a de 3 0 0 0 a.C .,
n a p a rte m ais b a ix a d a c id a d e atu al. O rig in a lm e n te e ra u m a
fo rta le z a je b u s ita , q u e m ais ta rd e se to rn o u a cap ital de D avi,
Rios, Lagos e Mares da Bíblia O M ar
Abana, rio ou M ar de Quinerete M ar Oriental
Amom, rio ou M ar de Quinerote M ar Salgado (M ar Morto)
Caná, rio ou ribeiro de ou Lago de Genesaré ou M ar de Arabá
Cedrom, Ribeiro de ou Lago de Tiberíades ou M ar da Planície
Egito, corrente do (Rio Nilo) Grande M ar (Mar Mediterrâneo) Pisom, rio
Egito, rio ou ribeiro do Giom, rio Quebar (Canal), rio
Eufrates, rio Hidequel ou Hidéquel, rio Querite, ribeiro de
Farpar, rio Jaboque, rio Quisom, rio
M ar da Galiléia Jordão, rio Zerede, ribeiro de
Cunrã
E ste lug ar, q u e ficav a n u m a á re a d e s e rta a c e rc a d e 128
q u ilô m e tro s d e Je ric ó , foi fu n d a d o c e rc a d e 130 a .C . p o r um
g ru p o re lig io so q u e se se p a ra ra d o ju d a ís m o c o n te m p o râ
neo . S eu s e sc rito s, o s ro lo s d o m a r M o rto , m o s tra ra m -se e x
tr e m a m e n te im p o r t a n te s p a r a o e s t u d o d o s p e r í o d o s
in te rte sta m e n tá rio e c ristã o p rim itiv o .
E m 1947, u m jo v e m p a sto r b e d u ín o e s ta v a p ro c u ra n d o
um a n im a l p e rd id o n as e n c o sta s e sc a rp a d a s d o w adi C u n rã ,
a n o ro e s te d o m a r M o rto , q u a n d o e n c o n tro u v ário s v aso s
c h e io s d e ro lo s a n tig o s d e c o u ro , ju n to c o m o u tro s fra g m e n
to s d e m a n u sc rito s. F o ra m fe ita s te n ta tiv a s d e v e n d e r os ro
lo s a u m a n tiq u á rio e m B e lé m , e e m d e te rm in a d a é p o c a os
Cunrã Entrada principal
Planta
Cozinhas
Torre
Batistério?
Oficina de cerâmica
Galeria
Scriptorium
d e o u ro , u m a su rp re e n d e n te v a rie d a d e d e c e râ m ic a g reg a,
u m c o n ju n to d e p e so s e v á ria s im a g e n s d e b ro n z e . A lg u m a s
fe rra m e n ta s e a rm a s d e b ro n z e fo ra m re c u p e ra d a s e m e x c e
le n te s co n d iç õ e s.
A d e sc o b e rta d a lin g u a g e m u g a rític a su rg iu q u a n d o os
a rq u e ó lo g o s e n c o n tra ra m m u ito s ta b le te s d e a rg ila co n te n d o
sin a is e stran h o s: e sc rita c u n e ifo rm e d e c a rá te r a lfab é tic o em
v e z d e siláb ico . Q u a n d o d e c ifra d o s, os ta b le te s m o strara m
u m a re la ç ã o lin g ü ís tic a a p ro x im a d a c o m o id io m a fe n íc io e
o h e b ra ic o b íb lic o , in d ic a n d o ta m b é m q u e o p o v o d e U g a rite
fa z ia u so d a e sc rita a lfa b é tic a m u ito a n te s d o s fen íc io s, q u e
p ro v a v e lm e n te h e rd a ra m a idéia.
A lin g u a g e m u g a rític a c o n té m fo rm a s lite rá ria s q u e ta m
b é m o c o rre m n a p o e sia h e b ra ic a. O e stu d o e a c o m p a ra ç ã o
a ju d a ram a e sc la re c e r várias p a ssag en s h e b raic a s difíceis. E x
p ressõ es c o m o “aq u e le q u e vai m o n tad o so b re o céu do s c é u s”
(SI 6 8 .3 3 ) são c o n sid e ra d a s d e o rig e m c a n a n é ia , in d ic a n d o
q u e o u g a rític o e o h e b ra ic o d o A n tig o T e sta m e n to são d ia le
to s de a lg u m a fo rm a p arecid o s.
O s e sc rito s re c u p e ra d o s re v ela ra m q u e ce rim ô n ia s sim i
la res às d o s h e b re u s e ra m o b se rv a d a s em U g arite: o fe rta s
m o v id as (Ê x 2 9 .2 4 ), sa c rifíc io p elo sa c rilé g io (Lv. 5 .1 5 ), sa
c rifíc io q u e im a d o (Lv. 6 .1 5 ), sa c rifíc io p a c ífic o (L v 2 2 .2 1 ),
trib u to o u m a n ja re s (Ê x 2 9 .4 1 ). E m b o ra s e ja e sc la re c e d o r
c o m p a ra r referên cias sim ila re s nos reg istro s e sc rito s d as du as
c u ltu ra s, as lin g u a g e n s n ão são id ê n tic a s e não p o d e m o s,
p o rta n to , e q u ip a ra r a u to m a tic a m e n te os te rm o s o u re fe rê n c i
as. P o r e x e m p lo , a le g isla ç ão em Ê x o d o 2 3 .1 9 , p ro ib in d o q u e
um c a b rito fo sse c o z id o n o leite d a m ãe, p o ssu i o m esm o
sig n ific a d o d e u m c e rto tip o d e o fe rta re g istra d a nos tex to s
u g arítico s. E x iste m d ú v id a s a re sp e ito d e ste fato, u m a v ez
q u e a p ala v ra tra d u z id a c o m o “c o z in h a r” sig n ific a re a lm e n te
“m a ta r” e tam b ém p o rq u e en co n tram o s vários p ro b lem as com
o texto.
O s ta b le te s d e U g a rite re g istra m as fo rm a s d e p ra v a d a s e
la s c iv a s d a a d o ra ç ã o ritu a l d o s c a n a n e u s, m o s tra n d o a a m e
a ç a q u e e ssa s p rá tic a s re p re se n ta v a m p a ra a fé h e b ra ic a tra-
d icio n al e in d ic a n d o q u e a c o n d e n a ç ã o d e ssa relig iã o n o A n Um zigurate, na
tigo T e sta m e n to e ra ju s tific a d a . concepção de um artista.
Livros da Bíblia: Êxodo, Levítico, Deuteronômio, 1 e 2
Reis, Isaías, Jeremias.
Susã
E sla cid a d e an tig a, re p re sen ta d a a g o ra p o r q u a tro p e q u e
nos m o n te s a su d o e ste d o Irã, é o lu g a r o n d e o c o rre ra m os
eventos d e sc rito s n o liv ro de E ster. A lém d isso , N e e m ia s e
possivelm en te D a n iel residiram em S u sã d u ran te parte de suas
vidas.
S itu a d a e m lo c a l a p raz ív e l n a a n tig a P é rsia, a c e rc a d e
3 .2 0 0 q u ilô m e tro s a leste d a B a b ilô n ia , S u sã e ra a ca p ita l de
in v ern o d o s re is e la m ita s d e sd e 2 2 0 0 a.C . S u a p ro s p e rid a d e
c o m eç o u e m 5 3 8 a.C ., q u a n d o C iro a to rn o u u m a d a s c id a
d es m ais ric a s d o L e ste . D a rio I (5 2 1 -4 8 5 a.C .) e ste n d e u o
im p ério p e rsa d e sd e o N ilo até o In d o , e o e sp le n d o r d o pe-
A Bíblia: Um Livro Baseado na História
Ur
E sta cid ad e e ra o c en tro de u m a b rilh an te cu ltu ra p ag ã ao
sul d a M esopotâm ia. P rovavelm ente fu n d ad a em cerca de 2800
a.C ., j á vivia o seu apo g eu nos dias d e A b raão (talvez p o r volta
d e 1980 a.C .). E x ercia en o rm e in flu ên cia social, re lig io sa e
co m ercial n a reg ião m eso p o tâ m ic a e além dela. N ão ob stan te,
A b rão e T era estav am p rep arad o s p a ra d eix á-la, em o b e d iê n
A Arqueologia e a Bíblia
Breve Cronologia
dos Eventos Bíblicos
R. K. Harrison
Antiga • a co
GRANDE * M egido
MAR ISRAEL
•D o ta
• Somaria
• Aman
•Betei
•G e z e r * Ai • Jericó
* Gibeá
Jerusalém • Cunrã
JUDÁ
0 15 km
EGITO
ARÁBIA
Rio N ilo
c. 1446 Êxodo (Êx, Lv, Nm). Esta data (Cerâmicas micenas III B do período
é indicada em 1 Rs 6.1, que dos juizes encontradas em Hazor,
afirma ter Salomão começado cidade destruída na conquista de
a construir o seu templo 4 8 0 anos Canaã, sugerem esta data mais
depois do êxodo, sendo confirma antiga.)
da p o rjz 11.26.
Data a.C. Evento bíblico Fato histórico documentado
c. 1280 Êxodo. Esta data é sugerida por Êxodo 1.11, (Reconstrução de Pitom e Ramessés
que afirma terem os escravos hebreus cons ocorrida no século XIII a.C.
truído as cidades de Pitom e Ramessés. (O Israel é considerada uma nação na
Pentateuco foi escrito neste período .) esteia triunfal, ou monumento, do faraó
egípcio Meneptá c. 1200 a.C.)
c. 1406-1050 A conquista (Js) e os juizes (Jz).Estas datas A cidade de Hazor foi destruída na
são baseadas na idéia de que o período conquista de Canaã, e a cerâmica
dos juizes deve ter exigido vários séculos. micena IIIB encontrada ali sugere
para a conquista uma data logo após
1400 a.C.
c.l 230-1025 A conquista e os juizes. Estas datas (Algumas evidências sugerem que
sugerem que as narrativas dos juizes Betei e Hazor não foram conquistadas
se sobrepuseram. até o séc. XIII a.C., quando as cidades
dos filisteus eram fortes.
Zinri (1 Rs 16.9-20)
814-798 Jeoacaz (2 Rs 10 -1 3)
640-609 Josias (2 Rs 21 -2 3 ].
[Naum escrito./
609 Joocaz (2 Rs 23.31-34).
609-597 Jeoaquim (2 Rs 2 3 -2 4 ).
[Habacuque e Sofonias escritos.)
597 Joaquim (2 Rs 24.6-15) Exilado pelos babilônios.
d.C 14-30 Ministério de Cristo (Mt, Mc, Lc, Jo). Pilatos (Mt 27)
Procurador da Judéia.
(Josefo: Antigüidades, 18,3,1;
Guerra dos Judeus, 2,9,1).
Introdução 72
Os Ensinamentos de Cristo
Introdução 92
Introdução 101
À direita: Igreja da
Anunciação, Nazaré, A Vida de Cristo
edificada para
W a lte r A . Elwell
comemorar a visita do
anjo a Maria
Je su s d e N a z aré é a p e sso a m ais im p o rta n te q u e j á viveu.
E le in flu e n c io u m ais v id a s e c iv iliz a ç õ e s d o q u e q u a lq u e r
o u tro . M u ito s e sp e ra m , a in d a h o je , serem o rie n ta d o s e in sp i
ra d o s p o r E le, m ais q u e p o r q u a lq u e r o u tro . A re sp o sta do
N o v o T e sta m e n to é q u e Je s u s n ão e ra ap e n a s m a is u m ser
h u m a n o , m as a e n c a rn a ç ã o d e D eu s. N e n h u m a d e sc u lp a , ou
m e s m o q u a lq u e r d e fe sa , re la c io n a d a a e sta a firm a ç ã o é dada.
E la é fe ita sim p le sm e n te c o m o o fe re c im e n to d e p ro v á-la
p e la e x p e riên c ia . O fato d e Je su s ser q u e m E le d isse q u e era
está p ro v a d o n a re a lid a d e d a v id a d iá ria e n ão so m e n te nos
p ro c e s so s de racio c ín io . O s E v a n g e lh o s são a fo n te b ásic a
de in fo rm a ç õ e s so b re Je su s: M a te u s, M a rc o s, L u ca s e Jo ão .
A p a rtir d e le s é p o ssív e l re c o n s tru ir u m e sb o ç o so b re o q u e
E le fe z e d isse. N ão fic a m o s sa b e n d o tu d o q u e g o sta ría m o s,
m as e le s c o n têm o su fic ie n te p a ra n ão nos d e sv ia rm o s. A
v id a d e Je su s p o d e se r d iv id id a em cin c o p e río d o s: n a sc i
m e n to e in fâ n c ia, b a tism o e p rim e iro m in istério , m in isté rio
na G a lilé ia , n a P eréia, na Ju d é ia , m o rte e re ssu rre iç ã o .
Nascimento e Infância de Jesus
O s E v an g elh o s reg istram vários ev en to s sig n ificativ o s q u e
p re c e d e ra m o n a sc im e n to d e Je su s, p o is fo rn e c e m in fo rm a
ç õ e s p a ra c o m p re e n d e rm o s m e lh o r q u em E le e ra e q u al o
seu p ro p ó s ito aqui n a terra. E ste s e v e n to s se c o n c e n tra m em
M aria, m ã e de Je su s, e Isa b e l, m ãe de Jo ã o B atista.
H a v ia u m c lim a d e e x p e c ta tiv a n o s ú ltim o s a n o s d o re i
n ad o d e H e ro d e s. E le fo ra u m líd e r tão p e rv e rso q u e m u ito s
e sp e ra v a m a in te rv e n ç ã o d e D eu s n a h istó ria , a fim d e c o rri
g ir se u s e rro s. U m a d e ssa s p e sso a s era um v e lh o sa ce rd o te
c h a m a d o Z a c a ria s, q u e foi v isita d o p o r um an jo e n q u a n to
e x e rc ia seus d e v e re s sa c e rd o ta is. F o i-lh e d ito q u e su a m u
lher, q u e já p a ssa ra d a id ad e de co n c e b e r, te ria um filho, o
qual rece b e ria o n o m e d e João. N em Z acarias nem sua m ulher
G ruta da Natividade, Isabel p o d iam crer nisso, m as aconteceu. D u ran te o sétim o m ês
Belém, lugar do d e g rav id ez de Isabel, sua jo v e m p rim a, ch am a d a M aria, ta m
nascimento de Jesus,
b ém receb eu a visita d e u m anjo. E m b o ra esta fo sse virgem ,
segundo a tradição.
foi-lh e an u n cia d o q u e seria a m ãe terren a d o F ilho de D eus.
S u a h u m ild e aceitação d a in explicável v o n tad e d iv in a p erm a
n ece c o m o um ex em p lo d e c o m o d ev em o s resp o n d er à v o n ta
d e d o S e n h o r em nossas vidas. José, fu tu ro m arid o d e M aria,
tam b ém foi in fo rm ad o p o r D eu s do q u e su ced eria e aceitou,
ig u alm en te de b o m grado, a vontade de D eus. A m b o s co m p re
en d eram que u m a v id a de p erp lex id ad e e so frim en to os aguar
dava. M a ria visitou Isabel na Ju d éia e ficou co m e la d u ran te
três m eses. N esse p eríodo de tem p o , foi co n firm a d o q u e o co r
rências m ilagrosas estavam p restes a acontecer.
D e p o is de M aria te r v o ltad o p a ra a G alilé ia , o im p e ra d o r
ro m a n o C é sa r A u g u sto fe z p a ss a r u m d e c re to , ex ig in d o q u e
c a d a u m v o lta sse à su a c id a d e an ce stra l p a ra re g istra r-se , a
fim d e p a g a r im p o sto s. M a ria e Jo s é tiv e ra m d e v iajai' p ara
B elém na Ju d é ia , p o r se re m d e sc e n d e n te s de D av i. O n a sc i
m en to d e Je su s a c o n te ce u ali. A h istó ria é c o n ta d a c o m sim -
A Vida de Cristo
p lic id a d e n o E v a n g e lh o d e L u cas. N ã o h a v ia lu g a r n a h o sp e
d a ria p a ra os v ia ja n te s c a n sad o s, e eles se v ira m fo rç a d o s a
p a ss a r a n o ite n o q u e p a re cia u m está b u lo . A li, em m eio à
p o b re z a e in d ife re n ç a terre n a s, m as c o m a a c la m aç ã o d iv in a,
Jesu s n asceu . O s p asto re s, a v isa d o s d o g ra n d e a c o n te c im e n
to p elo s m e n sa g e iro s d e D eus, fo ra m m a ra v ilh a r-se co m a
p e q u e n a fam ília. T u d o e ra su rp re e n d e n te! A lg o m en o s p ro
v áv el não p o d e ria se r im ag in a d o , n em n a q u e la é p o c a e nem
ag o ra — q u e o D eu s E tern o e sc o lh e sse e n tra r n este m u n d o
d e ssa fo rm a. E m seu a m o r e p a ra o n o sso b em , d esceu ao
m u n d o na fo rm a d e u m a c ria n ç a in d e fesa , su jeitan d o -se às
v ic issitu d e s d a e x istê n c ia hu m an a.
S eg u n d o o c o stu m e ju d e u , Je su s foi c irc u n c id a d o n o o i
ta v o d ia e d e p o is a p re se n ta d o n o tem p lo , q u a re n ta d ias ap ó s
o seu n a sc im en to . N a ap re se n ta çã o , S im e ã o e A n a, in sp ira
do s p elo E sp írito S a n to , falaram de Je su s e d o q u e fa ria fu tu
ram en te. E le seria a sa lv a ç ã o do m u n d o , um sinal p a ra Isra
el, co n h e c e d o r d e c o ra ç õ es, e u m a e sp a d a q u e feriria o c o ra
çã o de M aria. A te rrív e l re fe rê n c ia à e sp a d a in d icav a q u e
to d o s d ev e ria m p a ss a r p o r te m p o s d ifíceis.
M ais tard e, c h e g a ra m v isita n tes d o O rien te, os m ag o s (ou
sáb io s), g u ia d o s p o r u m a estrela , p a ra o fe re c e r sua h o m e n a
g e m ao jo v e m rei. A o sab er d isso , o in stáv el H ero d es iro u -se
d e tal fo rm a , q u e o rd e n o u a m o rte d e to d o s o s m en in o s co m
m e n o s de d o is a n o s e m B elém e c e rc a n ia s, e sp e ra n d o d esse
m o d o e lim in a r a a m e a ç a q u e Je su s re p re se n ta v a . A c ria n ç a ,
p o rém , não e sta v a lá. A v isad o p o r m e io d e u m so n h o , Jo sé
lev o u M a ria e Je su s p a ra o E g ito , o n d e p erm a n e c e ra m a té a
m o rte de H ero d es.
D ep o is q u e H ero d es m o rre u , a fa m ília v o lto u à Ju d é ia e
e v id e n te m e n te p la n e ja v a e sta b e le c e r-se ali, m as o filho de
H ero d es, A rq u e lau , g o v ern av a a reg ião . E ra ain d a m ais d e
se q u ilib ra d o q u e o pai, e e n tã o Jo sé lev o u a fam ília p a ra
N azaré, na G a lilé ia , o n d e Je su s c re sc e u a té a id a d e ad u lta.
N ão sab em o s q u ase n a d a so b re Je su s d esd e o seu n asci
m en to até qu e tiv esse cerca de trin ta an o s d e idade. U m ep isó
dio foi reg istrad o q u a n d o Jesu s tin h a 12 anos. D ep o is d a visita
O que a Bíblia Ensina sobre Cristo e a Fé Cristã
Bartolom eu
O M inistério de Jesus na Galiléia
M ateus
Q u an d o Jo ã o B a tista foi la n ç a d o n a p risã o p o r H e ro d e s
Tiago (filho de Alfeu)
A ntipas, Jesu s to m o u isso co m o um sinal d e que d ev eria a v a n
ç a r com u m a m e n sa g e m d e re a liz a ç ão . Jo ã o era o ú ltim o da Sim ão o cananeu
d id o s. A m e n sa g e m de Je s u s e ra e sp iritu a l, e n ão p o lítica.
T erc e iro , Jesu s a lim e n to u u m a m u ltid ã o d e c in c o m il h o
m en s, ju n ta m e n te co m as su a s fa m ília s (M t 4 .1 3 -2 1 ). D ep o is
d isso , a m u ltid ão q u e ria fa z ê -lo rei, m as E le re c u so u . E ra
n o v a m e n te im p o rta n te q u e fo sse o M e ssia s p re te n d id o p o r
D eu s, e não o q u e a o p in iã o p o p u la r d esejav a. A so lid ã o da
su a ta re fa c o m e ç a v a a p e sa r so b re E le, ao c o m p re e n d e r q u e
o p o v o q u e ria os b e n e fíc io s d a s suas o b ras, m as n ã o se d is
p u n h a a p a g a r o p re ç o d o a rre p e n d im e n to e d a su b m issão .
Q u arto , Jesus retiro u -se p a ra C esaréia d e F ilip e, o n d e re
v elo u q u e ser o M essias in clu ía su a ida p a ra m o rre r e m Je ru sa
lém (M c 8.27-38). P ed ro resistiu a essa p o ssib ilid ad e, m as foi
sev eram en te rep reen d id o p o r Jesu s. A tran sfig u ração q u e se
seg u iu (M c 9.2-8) c o n firm o u qu e a d ecisão ce rta fo ra tom ada.
O que Jesus fez: A a tiv id a d e d e Je su s d u ra n te e ste p erío
d o d e stin a v a -se a m o s tra r c o m o se ria le r o R ein o de D eus
p re sen te . E le e x p u lso u d e m ô n io s, fo rças e sp iritu a is q u e se
o p u n h a m a tudo q u e e ra b o m p a ra a h u m an id ad e . O R ein o de
D eu s sig n ific a v a a d e rru b a d a do rein o d o m al. O n d e q u e r
q u e Je s u s v á, o m al recu a.
S e g u n d o , Je s u s c u ro u o s d o e n te s. O s e v a n g e lh o s d ão
e x e m p lo s re p re se n ta tiv o s d o q u e fe z , in c lu siv e a c u ra d a fe
b re, lep ra, su rd ez, in c a p a c id a d e d e falar, ce g u e ira , p ara lisia ,
m o lé stia s c o n g ê n ita s e o u tro s. D e u s c u id a d a su a cria ç ã o ;
Je su s foi a p e rso n ific a ç ã o c o n c re ta d esse c u id a d o . O n d e Je
sus v ai, a d o e n ça recua.
T erceiro , Je su s m in istro u a to d o tip o d e n e c e ss id a d e h u
m an a. E n c o ra jo u os fra c o s, a lim e n to u os fa m in to s, ac a lm o u
te m p e sta d e s fu rio sas, a b e n ç o o u a v id a n o rm al h u m a n a com
a su a p re se n ç a (c a sa m e n to s, ad o ra ç ã o , v iag e n s e tc .), re ssu s
c ito u m o rto s e lev o u a p a z o n d e h a v ia co n flito . O n d e Jesu s
v ai, a n ec e ssid a d e h u m a n a recu a.
Q u arto , Je su s p e rm itiu g ra c io sa m e n te v á rio s tip o s d e dis-
c ip u la d o . A lg u n s era m d is c íp u lo s q u e ficav am e m c a sa ; o u
tro s d e ix a ra m tu d o p a ra e sta r co m Ele; o u tro s a in d a o se g u i
ra m d u ra n te alg u m te m p o p a ra a p re n d e r e d e p o is v o ltaram
às su as o c u p a ç õ e s n o rm a is; e ain d a o u tro s fic a ra m em casa
p o r c e rto te m p o e d e p o is se ju n ta ra m a E le - isso não tin h a
A Vida de Cristo 81
SÍRIA
• Tiro
Cesaréia de Filipe
M AR M EDITERRÂN EO
GALILÉIA
Cafarnaum • * Betsaída
Caná • M ar da Galiléia
•N a z a ré m Gadara
* Nairn
m
r
• Cesareia DECÁPOLIS
OL
.
SAMARIA RioJordão
•S icar
• Jope
• Arimatéia PERÉIA
JUDEIA
• Emaús *• .Jericó
Jerusalém „ • Betânea
• Belém
IDUMÉIA
• G aza Á /LÂ »
M ar Morto
0 15 km
Esta bela igreja foi re a lm e n te im p o rtân cia. D eu s q u e r q u e se ja m o s n ó s m esm o s
e dificada sobre o monte e sa n tific a n o ssas v id a s c o m o são, d e sd e q u e nos e n tre g u e
onde, segundo a m o s a E le. D e u s e n c h e as n o ssa s v id as d e sig n ific a d o e p ro
tradição, Jesus entregou
p ó sito . O n d e Je su s v ai, a a u sê n c ia d e p ro p ó sito e o d e se s p e
os ensinamentos que
ro recu am .
conhecemos como o
Q u in to , Je su s en tro u em c o n flito co m os re lig io so s a c o
Sermão do M onte.
m o d ad o s d a sua ép o ca . E irô n ic o v e rific a r q u e as p e sso as
c o m u n s m o stra ram m a is in te re sse em Jesu s d o q u e o s q u e se
d iz ia m re lig io so s d e d ic a d o s. M as c o n fo rm e Je su s d isse , são
o s d o e n te s q u e p re c isa m d e m éd ico . S ó q u a n d o c o m p re e n
d e m o s q u e p re c isam o s d e D eu s é q u e p o d e m o s ser a ju d ad o s.
O n d e Je s u s v ai, a h ip o c risia recu a.
O que Jesus ensinou: O s e n sin a m e n to s d e Je su s, d u ran te
o p e río d o g alileu , p o d e m se r re su m id o s e m p o u c a s p ala v ras.
P a ra os d e fo ra, disse: “A rre p e n d a m -se e c re iam n o E v a n g e
lh o . O te m p o e stá p ró x im o e o R ein o d e D eu s j á c h e g o u ” .
P a ra o s q u e se a p ro x im a ra m dele, d isse: “ S ig a m os p re ce ito s
A Vida de Cristo
O Ministério de Jesus
na Peréia e na Judéia
C om pleno conhecim ento do que significava ir para Jerusa
lém , Jesus deixou a G aliléia e dirigiu-se para o Sul. Seu m inisté
rio na Peréia e na Judéia duraria cerca de seis m eses, culm inando
na sua m orte e ressurreição. D urante esse período, Ele continuou
a pregar, curar, operar milagres e expulsar dem ônios. Entretanto,
algum as m udanças ocorreram .
H avia agora m ais conflito aberto com as autoridades, à m edi
da que Jesus exigia um a transform ação moral na vida delas. De
sua parte, essas pessoas estavam m ais decididas que nunca a eli
minai' aquE le que tanto as constrangia. Jesus tam bém se identifi
cou mais de perto com os perdidos e explicou mais detalhadamente
a sua m orte e ressurreição. A gora, suas parábolas davam u m a
nova ênfase à salvação, com o nas parábolas da m oeda perdida,
da ovelha perdida e do filho pródigo (Lc 15.1-32). Finalm ente,
E le ressaltou veem entem ente o custo do discipulado à luz do que
iria acontecer.
As Parábolas na Bíblia
Parábola Referência
Antigo Testamento
A pequena cordeira 2 Sm 12.1-4
A viúva e seus dois filhos 2 Sm 14.1-11
O cativo que fugiu 1 Rs 2 0 .3 5 -4 0
A vinha e as uvas Is 5.1 -7
As águias e a videira Ez 17.3-10
Os leõezinhos Ez 19.2-9
A panela no fo g o Ez 24 .3 -1 4
do, que é a m orte. Jesus não m orreu com o todos m orrem , mas por À esquerda: 0 túmulo
todos, no plano de expiação de Deus p ara os nossos pecados. Este do Jardim, Jerusalém
é o m aior m istério im aginável. Para nós, basta saber que a vonta oriental, um bom
de de D eus foi cum prida e tudo que tem os a fazer é reconhecer exemplo de uma tumba
hum ildem ente a nossa necessidade, curvando-nos diante d a cruz esculpida na rocha.
para receber o seu perdão.
D epois de ter sido colocado num sepulcro fora de Jerusalém ,
o corpo de Jesus perm aneceu em paz durante cerca de três dias
(segundo os cálculos judeus, qualquer parte de um dia pode ser
contada com o um dia inteiro, portanto, o período de tem po de
sexta-feira a dom ingo equivalia a três dias). N a m anhã de dom in
go, o sepulcro estava vazio, porque Jesus se levantara dentre os
m ortos, com o tinha afirm ado. Ele apareceu várias vezes aos am i
gos, inclusive M aria M adalena, Pedro, Tomé, N atanael, Tiago e
João, com o tam bém aos outros apóstolos e discípulos não m enci
onados. A m orte não p ôde reter Jesus porque Ele é o S enhor da
m oite — e tam bém da vida. N ão existe u m a explicação racional
para a ressurreição de Jesus. Ela foi u m a dem onstração do poder
e am or de D eus, o qual controla todas as nossas experiências de
vida, inclusive a morte. Q uarenta dias mais tarde, Jesus voltou ao
Pai celestial p ara aguardar ali a sua volta em glória e term inar esta
era, trazendo a salvação final.
O que a Bíblia Ensina sobre Cristo e a Fé Cristã
Os Ensinamentos de Cristo
W a lte r A. Elwell
Jacó sonhou: "E eis era posta na terra uma escada, cujo to p o tocava
nos céus... subiam e desciam por ela. E eis que o Senhor estava em
Isaías viu " o Senhor assentado sobre um a lto e sublime tro n o " (Is 6.1).
cabeça com o a lim pa lã; o seu trono, cham as de fo g o " (Dn 7.9).
Nomes de Jesus
A Visão de Jesus em Relação
ao Reino de Deus Alfa e Ômega (Ap 1.8)
Bom Pastor (Jo 10.14)
A e ss ê n c ia d a s p a la v ra s d e Je su s so b re a re la ç ã o e n tre
Cordeiro (Ap 5.6-13)
D eu s e o seu m u n d o e stá c o n tid a n a e x p re ssã o “R ein o de
Cordeiro de Deus (Jo 1.29)
D e u s” (ou do céu ), q u e o c o rre c e rc a de 75 v e zes nos E v a n Cristo (Mt 1.16)
g elhos. O R ein o d e D eu s é e sse n c ia lm e n te u m a re a lid a d e ou Deus Forte (Is 9.6)
esfe ra esp iritu al, o n d e a sua v o n tad e é re c o n h e c id a co m o se n Emanuel (Is 7.14)
do su p rem a e o n d e E le e x erce o seu d ire ito so b e ran o de re i Estrela da alva (2 Pe 1.19)
nar. P o r se r u m a re a lid a d e esp iritu a l e n ã o m aterial - c o m o a Eu Sou (Jo 8.58)
te rra d a P a le stin a o u o im p é rio ro m a n o - p o d e e x is tir em Filho de Davi (Mt 15.22)
n itu d e n ã o e x is tirá a té q u e D e u s se ja tu d o e m to d o s. N a o ra
ç ã o d o P a i-n o sso a p re n d e m o s a in c lu ir u m a p e tiç ã o p a ra q u e
c h e g u e e sse dia: “ V en h a o te u R e in o ” (M t 6 .1 0 ).
A salv a çã o sig n ific a v a v id a no R ein o p a ra Jesu s. Q u a n
d o so m o s de D eu s, fic a m o s im u n e s a o s p o d e re s d e stru tiv o s
q u e d o m in a m e ste m u n d o e liv res p a ra se rm o s n ó s m esm o s
n a v o n ta d e d e D e u s. D e u s, c o m o P ai c e le stia l, sab e o q u e
so m o s e o q u e p re c isa m o s; p o rta n to , ja m a is p a ssa m o s g ra n
d es n e c e ssid a d e s. P a ra o s q u e tê m o lh o s p a ra ver, o m u n d o
in te iro é d eles. M a s, a ss im c o m o o R e in o te m u m asp e c to
p re se n te e fu tu ro , o m e sm o a c o n te c e co m a salv ação . N o
fu tu ro , p o d e m o s e sp e ra r v id a etern a, re s su rre iç ã o , u m n o v o
c é u e n o v a te r r a e a e te r n id a d e c o m D e u s e m b ê n ç ã o
in fin d á v el.
É p re ciso re c o n h e c e r ta m b é m q u e a m a r a D e u s e ao p ró
x im o im p lic a n o fa to de a sa lv a ç ã o p o ss u ir u m a d im e n sã o
so cial. O g o v ern o , os d irig e n te s, as leis, o b e m -e sta r so cial, o
c u id a d o d o s p o b re s - tu d o e stá in c lu íd o . Je s u s c h e g o u a d i
z e r q u e o m o d o c o m o tra ta m o s os n o sso s se m e lh a n te s d e fi
n irá os que são seu s ou n ã o e se p a rará as “o v e lh a s dos b o
d e s” . S e rá q u e v isita m o s o s d o e n te s, a lim e n ta m o s os fa m in
to s, v e stim o s os nus, d a m o s d e b e b e r ao s q u e tê m se d e e
a c o lh e m o s e stra n h o s? (M t 2 5 .3 1 -4 6 ).
T erceiro : o a m o r a D e u s e ao p ró x im o e n fa tiz a m a p le n i
tu d e d a salv ação . T o d a a n o ssa v ida, ta n to a g o ra c o m o p a ra
se m p re , e stá in c lu íd a . N o sso s ta le n to s, in te re sse s, d esejo s,
n ecessid a d es, so n h o s, p la n o s e valo res fazem p a rte dela; n ad a
fic a d e fora. Q u an d o p e rd e m o s a n o ssa v id a p o r c a u sa de
Je su s e d o E v a n g e lh o , ire m o s e n c o n trá -la d e n o v o d e m a n e i
ra n o v a e a b ran g en te.
O s e n sin a m e n to s d e Je su s são as p a la v ra s m ais im p o r
ta n te s da lin g u a g e m h u m an a . Ele d isse q u e o u v i-lo s e o b e
d e c ê -lo s é e n c o n tra r a “p é ro la de g ra n d e v a lo r” . O te ste m u
n h o d e in ú m eras p e sso a s é q u e e n c o n tra ra m a D e u s, co n fi
a n d o sim p le sm e n te no q u e Jesu s en sin o u .
A Vida de Cristo 101
É p o ssív el q u e m a is ta rd e a Ig re ja v ie sse a u sa r u m a fó r
m u la m ais c o m p le ta d e c o n fissã o no b atism o : “ E m n o m e do
P ai, d o F ilh o e d o E sp írito S a n to ” (M t 2 8 .1 9 ). Isto se deve
ao fa to d e o C ristia n ism o te r saíd o d a P a le s tin a p a ra c o n fro n
ta r o u tro s d e u se s e sa lv a d o re s p a g ão s, to rn a n d o e n tã o n e ce s
sá rio d e fin ir co m m a io r e x a tid ã o a fé cristã. A m e d id a q u e os
c ristã o s d iv u lg a v a m e d e fe n d ia m a su a fé, n o v o s títu lo s e
d e fin iç õ e s fo ram a c re s c e n ta d o s p a ra e sc la re c e r q u e m D eus
e ra , q u e m e ra Je su s e no q u e os c ristã o s criam .
N o an o 3 5 0 d .C ., n o Creclo dos Apóstolos, os c ristã o s
e stav am c o n fe ssa n d o a su a fé em p a la v ra s sim ila re s às que
são a in d a e m p re g a d a s n a a d o ra ç ã o em to d o o m u n d o . E ste
c re d o su rg iu p ro v a v e lm e n te e m R o m a, d o is sé c u lo s antes.
E m b o ra se d isse sse q u e d e c la ra v a c o rre ta m e n te a fé p ro fe s
sa d a p elo s a p ó sto lo s, a p o ss ib ilid a d e d e q u a lq u e r u m d eles
ter p a rtic ip a d o d e su a c o m p o s iç ã o é b a sta n te im p ro v áv el.
F a z e m o s uso d e sse c re d o aqui c o m o um re su m o d a d o u trin a
c ristã , e x p lic a n d o -o c lá u s u la p o r c lá u su la , a fim d e q u e os
le ito re s p o ssa m v e r no q u e o s c ren tes d e to d o tip o c ria m d e s
d e o in íc io d a Igreja.
(C o m o c re sc im e n to d a Ig reja, c o n tro v é rsia s so b re a fé
e x ig ira m e x p re ssõ e s m a is p re c isa s d a s c re n ç a s c ristã s. P or
e sta razão , em v árias é p o c a s d a h istó ria d a Ig reja, o s líd eres
se re u n ira m em c o n c ílio s p a ra re je ita r a h e re s ia e e sta b e le c e r
a d o u trin a o rto d o x a n a fo rm a de cred o . V eja a p á g in a à d ire i
ta p a ra u m a b rev e e x p lic aç ã o dos p rin cip ais c o n c ílio s d a Igre
ja .)
Concílio de Florença (1438-45) 0 Concílio de Florença tratou da divisão entre as Igrejas grega
e latina. 0 credo cuidou especificamente dos sacramentos da igreja e
da vida do cristão.
R e fo rm a
Confissão de Augsburgo (1530) A Confissão de Augsburgo é uma declaração protestante da fé
cristã preparada pelo teólogo Philip Melanchthon, que reflete os
ensinos de Lutero, Ela enfatiza a justificação pela fé e a experiência
da salvação, exigindo o castigo dos abusos morais na Igreja Católica.
Concílio Vaticano II (1964) Este concílio, convocado pelo Papa João XXIII, foi a primeira reforma
teológica significativa da Igreja Católica desde o Concílio de Trento. A
profundidade teológica e eclesiástica do credo marca o início de um
catolicismo progressivo e ecumênico.
104 O que a Bíblia Ensina sobre Cristo e a Fé Cristã
fo i c o n c e b id o p e lo E sp írito d e D eu s (L c 1.35), u n g id o p e lo
E sp írito n o b a tism o (L c 3 .2 2 ) e c a p a c ita d o p o r E le p a ra o
m in isté rio (L c 4 .1 8 ). E n fim , E le p ro m e te u o m e sm o esp írito
aos d isc íp u lo s (L c 2 4 .4 9 ; Jo 1 4 .1 6 ,1 7 ,2 6 ; 16 .7 -1 5 ; A t 1.8).
O P en teco stes é o reg istro d a v in d a d o E sp írito sobre a
Ig re ja (A t 2). A p rin c íp io , o s efeito s e sp etacu lares, p rep aro e
cap a c ita çã o d o s c ristão s, esp e c ialm e n te p a ra a co m u n icação e
cu ra, im p ressio n ara m os esp ectad o res (A t 2.1 -4; 3.1 -10; 1 C o
12.4-11). T em pos d ep o is, q u an d o o E sp írito foi reco n h ecid o
m ais claram en te co m o o E spírito de Jesu s (A t 16.7; 2 C o 3.17),
e feito s m ais p ro fu n d o s no ca ráte r cristão fo ram assinalados.
Isso sig n ificav a a m o r (G1 5 .22,23; 1 C o 13; 2 C o 3.18). O
E sp írito en sin a, le v a à v erd ad e, c o n v en ce e re v e la o q u e irá
acontecer.
A Ig re ja o e x p e rim e n ta co m o o E sp írito d a v erd ad e, p u
re z a (sa n tid ad e ), p o d e r e p ro g re sso . T o d o s os c ristão s n a s
c e m d o E sp írito (Jo 3 .5) e p o ssu e m o E sp írito (R m 8.9; 1 C o
12.13). L a m e n ta v e lm e n te , n e m to d o s v iv e m n o p le n o g o zo
d o seu m in isté rio e seu s d o n s. C re r n o E sp írito é a b rir to d as
as ja n e la s d a a lm a em atitu d e de en tre g a e c o n fia r na en trad a
dE le.
Na santa igreja católica, na com u nh ão dos santos
O E sp írito d e Je su s n ã o é u m a id é ia a b stra ta , m as e stá
p e rso n ific a d o n a Ig re ja v iv a — q u e é o c o rp o d e C risto ( 1 C o
1 2 .1 2 -2 7 ) — c o m p ra d a p o r seu sa n g u e (A t 2 0 .2 8 ), am a d a
(E f 5 .2 2 -3 0 ) e h a b ita d a p o r E le (1 C o 3 .1 6 ; E f 3 . 16 , 17). A p e
sa r d as su as fa lta s, a Ig re ja é c o rre ta m e n te c h a m a d a de san ta,
u m p o v o sep a ra d o p a ra C risto . E m v ista d e h a v e r um ú n ico
c o rp o d e C risto e m to d o o m u n d o e em to d a s as ép o c as, é
c h a m a d a católica, e m b o ra v ário s se g m e n to s te n h a m a d o ta
d o esse títu lo c o m o sig n ific a n d o o rto d o x a ou v erd a d e ira . O
C ristia n ism o é ta n to c o rp o ra tiv o q u a n to in d iv id u al e cria um
re in o , a fa m ília d e D e u s, u m g ru p o d e d isc íp u lo s u n id o s p ela
lei d o am or.
A s diferenças d e tradição, g overno e cu ltu ra não destroem
n o ssa unidade essencial em Cristo. A co m u n h ão dos santos se
estende d a igreja m ilitante na Terra até a Igreja triunfante no
A Vida de Cristo
No perdão de pecados
O s fa ta lista s, a lg u n s p sic ó lo g o s e as alm a s ch eias de r e
m o rso a c h a m d ifíc il c re r q u e o p e rd ã o é p o ssív e l. O q u e e stá
feito e stá fe ito , d izem . A lg u m a s v ezes, as c o n se q ü ê n c ias fí
sicas e so c ia is d o s erro s são d e fato p e rm a n e n te s. A re s titu i
ção p elo m a u p ro c e d im e n to faz p arte d a p en itê n cia . O co n -
" 0 Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das
faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra,
misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o para fazerdes a sua vontade, operando em
seu rosto e te dê a paz" (Nm 6.24-26). vós o que perante ele é agradável por Cristo
"Graça e paz de Deus, nosso pai, e do Senhor Jesus, ao qual seja glória para todo o
Jesus Cristo" (Rm 1.7). sempre. Amém!" (Hb 13.20,21).
"E o Deus de paz seja com todos vós. Amém!" "Paz seja com todos vós que estais em Cristo
(Rm 15.33). Jesus" (1 Pe 5.14).
"Paz seja com os irmãos e caridade com fé, da "Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo
parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo. conhecimento de Deus e de Jesus, nosso
A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor" (2 Pe 1.2).
Senhor Jesus Cristo em sinceridade. Amém!" (Ef "Graça e paz seja convosco da parte
6.23,24). daquele que é, e que era, e que há de vir, e
"O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. da dos sete espíritos que estão diante do seu
A graça seja convosco. Amém!" (2 Tm 4,22). trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel
"Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do testemunha, o primogênito dos mortos e o
concerto eterno tornou a trazer dos mortos a príncipe dos reis da terra" (Ap 1.4,5).
112 O que a Bíblia Ensina sobre Cristo e a Fé Cristã.
131
A Questão Básica 132
0 Livro Vivo 132
Traduções Bíblicas 133
Perguntas a Fazer 133
Compilação
A B íblia é co m posta de 66 livros, 39 no A ntigo Testam ento e
27 no Novo. O s vários escritos do A ntigo Testam ento aparece
ram prim eiro co m o rolos separados na língua hebraica. N ão se
sabe com o nem quando foram reunidos num só volum e. Nos dias
de Jesus, porém , o A ntigo Testam ento era claram ente um a cole
ção com pleta. S ua divisão em três partes — a Lei (de Moisés), os
Profetas e as Escrituras (os Salm os e outros livros de “literatura
sapiencial”) — era geralm ente aceita, com o refletido nas pala
vras de Lucas 24.27 (cf. 16.29; Ml 5.17 etc.). A reunião final dos
escritos dispersos que co m põem o Antigo Testam ento teve lugar
sob a superintendência de Deus. C risto autenticou-os com o “a
palavra de D eus” e com o a Escritura divina q u e não pode ser
anulada (Jo 10.35).
A a u te n tic id a d e d o tex to d o A n tig o T e stam en to , c o m o Judeu ortodoxo lendo
a g o ra o c o n h e c e m o s, p o d e ser c o n firm a d a p o r m eio de v á ri as Escrituras junto ao
as fo n te s e x te rn as. A lém d isso , os ju d e u s fo ra m e x c essiv a muro Ocidental de
m en te m e tic u lo so s n e sse p o n to . Q u an d o — d e p o is de u sad o Jerusalém.
n a ad o ração p ú b lic a — u m ú n ico e rro ou a lg u m tipo d e m a n
c h a e ra d e sc o b e rto n u m m a n u sc rito , e ste e ra im e d ia tam en te
d e stru íd o e to d o o m aterial re tra n sc rito . P o rta n to , ex iste ra
zo áv el c e rte z a d e q u e o tex to d o s m a n u sc rito s d o A n tig o T es
ta m e n to qu e p o ss u ím o s h o je p re s e rv a co m su b stan cial e x a
tid ão a p a la v ra b íb lic a d e sd e os p rim e iro s te m p o s de Israel.
A po sição d o N o v o T estam en to , no q u e ta n g e ao A n tig o ,
é u m a relação de promessa e cumprimento. O s p rim eiro s c ris
tão s v iam no A n tig o T esta m e n to u m a re v e la çã o d o s a to s d e
D eu s p a ra c o m o seu p o v o esc o lh id o , Israel. A s p ro fe c ia s e
d e sc riç õ e s d o A n tig o T e stam en to so b re o C risto q u e v iria
fo ram c o lo c a d a s no c o n te x to d a e sc o lh a e p re se rv a ç ão de
Israel p o r p a rte d e D e u s, a té q u e c h e g a ss e a p le n itu d e dos
tem p o s (G1 4 .4 ). O A n tig o T esta m e n to re g istra o q u e D eus
118 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
Cânon
A Ig re ja c ristã a c e ito u d esd e o p rin c íp io , sem q u estio n ar,
o v o lu m e sag ra d o d o ju d a ísm o c o m o as su as E sc ritu ra s. A os
cristão s, b a sta v a q u e C risto as tiv esse sela d o co m a sua a p ro
v ação divin a. S u a v isã o e u so d o A n tig o T esta m en to c o m o a
voz v iv a de D eu s co n d ic io n o u a a titu d e das c o m u n id a d e s
cren tes a re sp e ito d e ssa s E scritu ra s. P o r to d o o A n tig o T esta
m en to , Je su s viu a ta re fa sa g ra d a q u e lhe c a b ia cu m p rir. E m
C risto , os cristã o s v ira m “firm a d a a p ala v ra dos p ro fe ta s” (2
P e 1.19). R e a lm e n te , M o isés e to d o s o s p ro fe ta s e sc re v e ra m
sobre E le (L c 2 4 .2 7 ). O p rin c íp io q u e p e rc o rre as v ária s lite
raturas do A n tig o T estam en to , isto é, q u e D eu s tin h a um p ro
p ó sito re d e n to r p a ra a h u m a n id ad e a tra v é s de Israel, q u ase
b astav a p ara re u n ir os e sc rito s em u m só v o lu m e. O s cre n tes
do N ovo T e sta m e n to re sp o n d e ra m à e v id ê n c ia e d e scriç ã o
d a re v elação d e D e u s e d e seu fo co n o S alv ad o r, q u e tin h am
p assad o a c o n h e c e r a trav é s d o te ste m u n h o do E sp írito S an to
em seus co raç õ es. E n tã o , a Ig reja veio a h o n ra r o A n tig o T es
tam en to c o m o C ris to o h o n rara, e d e sc o b riu n ele a v e rd a d e
divina.
E assim , co u b e à Ig re ja c ristã a re sp o n sa b ilid a d e de e n
c o n tra r p o r si m e sm a , em a d içã o ao A n tig o T e stam en to , um
120 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
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122 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
d e u m a a u to rid a d e ex te rn a.
O s e sc rito s a c eito s e ra m d e a u to ria d a q u e le s h o n rad o s
p e la Ig re ja - M ateu s, Jo ã o , P au lo , P e d ro - a ssim c o m o de
p e ss o a s m e n o s c o n h e c id a s, a p o ia d a s p o r u m a a u to rid a d e
a p o stó lic a - Pedro p o r trás d e M arcos, P aulo p o r trás de Lucas.
A lguns livros, com o a E p ísto la aos H ebreus, levaram m ais tem
po p ara alcançai' a can onicidade. O utros, co m o a epístola de
C lem ente de R om a aos coríntios e o Pastor de Hermas, foram
candidatos à canon icid ad e p o r algum tem po, m as não tiveram
aceitação final.
Inspiração
A rev elação d iv in a na E sc ritu ra decla ra q u e e la é a P alav ra
Lendo as Escrituras de D eus. O s qu atro m il u so s d a ex pressão “A ssim d iz o S e
judaicas junto ao muro nh o r” n o A ntigo T estam en to asso cia esp ecificam en te a su a o ri
Ocidental de Jerusalém. gem a D eus. E sta afirm a ção rep etid a, “D isse D e u s” o u “D eus
Como a Bíblia Veio até Nós 123
D eu s. E m b o ra a p a ss a g e m a c im a e ste ja se re fe rin d o à p ro fe
c ia fa la d a , c o m c e rte z a P e d ro tin h a em m e n te a o rig e m d iv i
n a d a E sc ritu ra c o m o u m to d o (cf. 1 P e 1.2 3 -2 5 ). “T oda a
E sc ritu ra [é] d iv in a m e n te in sp ira d a ” (2 T m 3 .1 6 ). S e “p e la
p a la v ra do S e n h o r fo ra m fe ito s o s c é u s, e to d o o ex é rc ito
d e le s, p elo e sp írito d a su a b o c a ” (SI 3 3 .6 ), e n tã o as E sc ritu
ras fo ra m p ro d u z id a s p e lo “ so p ro d iv in o ” . A ssim c o m o so
p ro u v id a no h o m e m , “e e ste se to rn o u a lm a v iv e n te , cria d o
à im a g e m d e D e u s” (G n 2 .7 ; 1.27), D e u s so p ro u tam b ém ,
m e d ia n te e sc rito re s h u m a n o s, p a la v ra s q u e p o d e m nos g u iar
à sa lv a ç ã o e nos in s tru ir n a ju s tiç a .
A in sp iraç ã o é p le n a , co m p le ta , to tal. A E sc ritu ra em to
d as as su as p artes é so p ra d a p o r D e u s, a in s p ira ç ã o é v erb al.
A B íb lia n ão tra n sm ite sim p le sm e n te id éias so b re D eus. P elo
c o n trá rio , os e sc rito re s b íb lic o s c o lo c a m a re v e la ç ã o de D eus
em te rm o s q u e d e v e m se r re c e b id o s c o m o p a la v ra s divin as.
D e sta fo rm a, a B íb lia p o d e se r a c e ita c o m co n fia n ç a .
Traduções
A B íb lia c o m e ç o u a se r tra d u z id a p e la p rim e ira v e z em
o u tra s lín g u a s n o E g ito , n o sé c u lo III a .C . N a q u e la é p o c a , o
A n tig o T e sta m e n to h e b ra ic o fo i tra d u z id o p a ra o g reg o . S e
g u n d o a tra d iç ã o , se te n ta (7 2 p a ra a lg u n s ) e ru d ito s ju d e u s
fiz e r a m e s s e tr a b a lh o , d a n d o a s s im tí tu l o à v e rs ã o , a
Septuaginta (la tim , s eptuaginta, q u e s ig n ific a “ s e te n ta ” -
L X X , o sím b o lo p e lo q u a l e ss a v ersã o é a g o ra co n h e c id a ).
N o s d ia s d e Je s u s, o g re g o e ra o id io m a u n iv e rsa l, a ser
su p e ra d o p elo latim (c o m a a m p lia ç ã o d o im p é rio ro m an o ).
E m m e a d o s d o sé c u lo III d .C ., p a rte s d o N o v o T e stam e n to
a p a re c e ra m n e ss a lín g u a , a ssim c o m o e m c o p ta e siríaco .
U m a c o m p a ra ç ã o d o s v á rio s se g m e n to s la tin o s foi feita b em
c e d o . M a is ta rd e , J e rô n im o (c. 3 4 5 -4 1 9 ), b is p o de M ilã o ,
in c e n tiv a d o p e lo p a p a D a m a so , fe z u m a re v isã o c o n h e c id a
c o m o a Vulgata (c. 3 8 2 ). A V u lg ata e ra a B íb lia d a Idade
M é d ia e foi a c e ita p e lo s c a tó lic o s ro m a n o s n ã o so m e n te até
a R e fo rm a c o m o ta m b é m m u ito te m p o d e p o is d ela.
Como a Bíblia Veio até Nós 125
N a B re ta n h a , o la tim c a iu em d e su s o e n tre o p o v o c o
m u m . T o d a v ia, c o n tin u o u se n d o o m e io d e c o m u n ic a ç ã o
e n tre a Ig re ja e o s in te le c tu a is . E sta situ a ç ã o in sp iro u B e d e
(c. 6 7 5 -7 3 5 ) a tra d u z ir se ç õ e s d o A n tig o e N o v o T e sta m e n
to s no v e rn á c u lo a n g lo -sa x ã o , lin g u a g e m d o p o v o c o m u m .
D ep o is d a in v a s ã o n o rm a n d a na B re ta n h a , e m 1.066, d u
ran te a lg u m te m p o não fo ra m fe ita s no v as tra d u ç õ e s. A P a
lav ra d o S e n h o r e ra e sc a s sa n a q u e le s d ia s. E n q u a n to isso , o
id io m a a n g lo -sa x ã o m u d o u , sen d o c o m p le ta d o p e lo q u e é
a g o ra c o n h e c id o c o m o in g lê s p o p u lar. S o b a o rie n ta ç ã o de
Jo h n W y cliffe (1 3 3 0 -1 3 8 4 ), fo ra m p u b lic a d a s d u a s tra d u
çõ e s c o m p le ta s d a B íb lia. M ais d e d u z e n to s a n o s se p a ss a
ra m a n te s q u e novas traduções surgissem . E m 1516, E rasm o
produziu o N ovo T estam ento no grego original, que p or sua vez
chegou aos estudiosos bíblicos através d a im prensa (inventada
em 1450). Wil liam Tyndale (1494-1536), na B retanha, e M artinho
Lutero, (1 4 8 3 -1625) na A lem anha, produziram traduções n a lin
guagem popular.
E m lín g u a in g lesa, são q u atro as v ersõ es p rin cip ais: Ver
são A u to riza d a , Versão Revisada , Versão Revisada (ou Pa
drão) Americana e Versão Padrão Revisada. A Versão Auto
rizada, ou Versão do Rei Tiago ( King James Version) é fru to
do trab alh o d e 41 te ó lo g o s esc o lh id o s d u ran te u m a c o n fe rên
cia em H am p to n , no an o 1604. Foi p u b lic a d a em 1611, e até
h o je é a fav o rita d o s povos d e lín g u a in g lesa. A Versão Revi
sada é um a rev isão d a Versão Autorizada ( English Revised
Version), trab a lh o de d o u to re s ingleses e n o rte-am erican o s.
O N o v o T e stam en to foi p u b licad o em 1881, e o A n tig o T esta
m en to , em 1885. A Versão Revisada Americana (American
Standard Version), p u b lic ad a in teg ralm en te em 1901, é m u i
to p restig iad a e n te os n o rte -a m e ric an o s. A Versão Padrão Re
visada ( Revised Standard Version) tin h a o p ro p ó sito d e ser
u m a rev isão d a Versão Revisada Americana. O N ovo T esta
m en to surgiu em 19 4 6 , e o A n tig o T e stam en to , em 1952. T em
m u ita aceita ç ã o nos c írcu lo s d e n o m in a cio n a is lib erais - os
126 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
1 A partir de estudos
comparativos de centenas
de manuscritos bíblicos,
eruditos criaram textos-
padrões para tradução.
2 As traduções se fizeram
necessárias, para que a
Bíblia fosse conhecida em
outros idiomas. Ex.: Vulgata
(latim).
O u tra v e rs ã o in te g ra l d a B íb lia , d e F ra n c is c o d e Je s u s
M a ria S a rm e n to , foi p u b lic a d a e n tre 1777 e 1778 (N o v o
T e s ta m e n to ) e 1778 e 1785 (A n tig o T e s ta m e n to ).
E n tre os e v a n g é lic o s d o B rasil, são trê s as v e rs õ e s m ais
c o n h e c id a s d a B íb lia d e A lm e id a : a Versão Revisada, d a Im
p ren sa B íb lica B rasileira (IB B ), a Edição Revista e Corrigida
(A R C ) e a Edição Revista e Atualizada (A R A ), esta s d a S o
c ie d a d e B íb lic a d o B ra sil. H á o u tra s v e rs õ e s d e A lm e id a no
B ra sil, c o m o a Edição Contemporânea, d a E d ito ra V ida, e a
E diçã o C o rrig id a e R evisa d a , d a S o c ie d a d e B íb lic a
T rin ita ria n a .
E m 1 9 9 3 , a S o c ie d a d e B íb lic a d o B ra s il la n ç o u a
s e g u n d a e d iç ã o d a A R A , e, e m 19 95 , a s e g u n d a e d iç ã o
d a A R C (a v e r s ã o a d o ta d a p e la C P A D ).
O u tr a v e r s ã o c o n h e c i d a é a B íblia na Linguagem de
H oje, d a S o c ie d a d e B íb l ic a d o B r a s il, t r a d u z id a s e g u n
d o a e q u iv a l ê n c ia d in â m ic a .
A B íblia Viva (Tlie L iving B ib le ), d e K e n n e th N.
T a y lo r, é in d i s c u t iv e l m e n te a m e l h o r tr a d u ç ã o c o n h e c i
d a d e u m ú n ic o a u to r . L a n ç a d a n o B ra s il e m 1 9 8 1 , tem
s id o m a c iç a m e n te v e n d id a e c o n tin u a s e n d o a m a is c o n
tr o v e r s a d a s tr a d u ç õ e s m o d e r n a s d a B íb lia . E e lo g ia d a
p o r m u ito s e c o n d e n a d a p o r a lg u n s . O s d e tr a to r e s r e s
Como □ Bíblia Veio até Nós 129
s a lta m q u e se tr a ta d e u m a p a r á f r a s e e n ã o d e u m a tr a
d u ç ã o , a lg u m a s v e z e s m u ito n e g lig e n te a o in t e r p r e ta r o
te x to , n ã o s e n d o c o e r e n te n o tr a ta m e n to d a s id é ia s t e o
ló g ic a s e m u ito i r r e g u la r c o m o u m to d o . O s d e f e n s o r e s
a f ir m a m q u e é in te ir a m e n te c o n s e r v a d o r a n a s u a o r i e n
ta ç ã o te o l ó g ic a e m u ito c la r a p a ra q u a lq u e r le ito r. A B í
blia Viva é, s e m d ú v id a , o q u e a m b o s o s g r u p o s a f ir
m a m : u m a B íb lia v a li o s a c o m a lg u m a s p e c u lia r id a d e s ,
d e m o d o q u e o s le i to r e s fa r ia m b e m e m m a n te r u m a
tr a d u ç ã o m a is lite r a l à m ã o , a fim d e e s c l a r e c e r q u a l
q u e r c o n f u s ã o q u a n to a o s i g n if ic a d o d o te x to .
T a m b é m e x is te m e m p o rtu g u ê s v á ria s v e rs õ e s u tili
z a d a s p e la I g r e j a C a t ó l i c a R o m a n a . A tr a d u ç ã o d a
V u lg a ta , p e lo p a d re M a to s S o a re s e ra , a té p o u c o te m p o ,
a m a is d if u n d id a . U m a e d iç ã o c o r r ig id a foi la n ç a d a e m
19 8 5 , c o m n o ta s a tu a liz a d a s . A Bíblia M ensagem de Deus
é a u n if ic a ç ã o d e u m a o b ra e m o ito v o lu m e s d a L ig a d e
E s tu d o s B íb lic o s , c o m te x to p r o f u n d a m e n te re v is to . A
E d ito ra A ve M a ria p u b lic o u em 1968 u m a tr a d u ç ã o d o s
o rig in a is se g u n d o a v e rs ã o fra n c e s a d o s m o n g e s
b e n e d itin o s d e M a r e d s o u s . A v e rs ã o m a is e r u d ita é a d o
P o n tifíc io I n s titu to B íb lic o , c o m m u ita s n o ta s d e c u n h o
c a te q u é tic o . C a r lo s d e V illa p a d ie r n a la n ç o u u m a v e rs ã o ,
e m 1 9 6 8 , q u e te n ta u n ir b e le z a d e lin g u a g e m a f id e lid a
d e a o s o r ig in a is . A Bíblia F á cil , d o C e n tr o B íb lic o C a tó
lic o , é u m a tr a d u ç ã o a c e s s ív e l d o N o v o T e s ta m e n to . T ra z
o A n tig o T e s ta m e n to e m re s u m o .
A Bíblia de Jerusalém foi la n ç a d a n o B ra sil em 19 8 1 .
E s ta tr a d u ç ã o d ir e ta d o s o r ig in a is é fr u to d o e s f o r ç o c o n
ju n t o d e e r u d i to s c a tó l ic o s e e v a n g é lic o s . S u a s n o ta s e
c o m e n tá r io s s ã o c o n s i d e r a d o s d e a lto v a lo r c ie n tíf ic o .
I n d ic a d a p a r a e s t u d io s o s .
E m b o r a s e ja in te r e s s a n te e x a m in a r o s p o n to s p o s i ti
v o s e n e g a tiv o s d a s v e rs õ e s b íb lic a s , d e v e m o s c o m p r e
130 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
e n d e r q u e o im p o r ta n te n ã o é q u a l a tr a d u ç ã o q u e a p e s
Pássaros s o a lê , m a s s im q u e le ia u m a d e la s . N e n h u m a tr a d u ç ã o é
da Bíblia p e r f e ita , m a s ta m b é m n ã o é tã o f a lh a q u e o b s c u r e ç a a
abutre (Lv 11.13) m e n s a g e m q u e D e u s n o s q u e r tr a n s m itir . A P a la v r a d e
águia (Lv 1.13) D e u s f a l a c la r a m e n te e n q u a n to le m o s . P o d e - s e d iz e r d a s
andorinha (SI 84.3]
in ú m e ra s v e rs õ e s a q u ilo q u e P a u lo d is s e d o s m u ito s p r e
cegonha (Lv 11.19)
codorniz (Ex 16.13)
g a d o r e s d e s u a é p o c a , “ A lg u n s p r e g a m a C r is to p o r in
coruja (Lv 11.17) v e ja e p o r f ia , m a s o u tr o s d e b o a m e n te ” , m a s , “ c o n ta n to
coruja do deserto q u e C r is to s e ja a n u n c ia d o d e to d a a m a n e ir a , o u c o m
(Lv 11.18) f in g im e n to o u em v e r d a d e , n is to m e r e g o z ijo , e m e r e
corvo (Gn 8.7)
g o z ija r e i a in d a ” (F p 1 .1 5 ,1 8 ).
corvo-marinho
(Lv 11.17)
falcão (Dt 14.13)
galinha e pinlinhos
(Mt 23.37)
galo (Mt 26.34)
garça (Lv 11.19)
gavião (Lv 11.16)
gralha (Lv 11.18)
grou (Is 38.14)
milhano (Lv 11.14)
mocho (Is 34.11)
pardal (Sl 84.3)
pelicano (Lv 11.18)
perdiz (Jr 17.11)
pomba (Gn 8.8)
pombinhos (Lc 2.24)
poupa (Lv 11.19)
tordo (Is 38.14)
Como a Bíblia Veio Até Nós 131
Passagens-chaves da Bíblia
A História da Criação Gênesis 1.1-2.7 0 Bom Samaritano Lucas 10.29-37
A Queda do Homem Gênesis 3.6-24 A Última Ceia Mateus 26.20-25; Marcos
0 Dilúvio Gênesis 6.1-9.17 14.12-26;
0 Chamado de Abraão Gênesis 12.1-9 A Morte de Cristo Lucas 23.26-56; João
Os Dez Mandamentos Êxodo 20.1-17 19.16-42
0 Salmo do Pastor Salmos 23 A Ressurreição de Cristo Mateus 28; Lucas
0 Nascimento de Cristo Mateus 1.18-2.23; Lucas 1.26-2.40 24; João 20
A Regra de Ouro Lucas 6.31 A Ascensão Atos 1.1-12
0 Sermão do Monte Mateus 5 7 A Vinda do Espírito Santo Atos 2.1-21
As Bem-aventuranças Mateus 5.3-11 A Conversão de Paulo Atos 9.1-31
A Oração do Senhor Lucas 11.2-4 0 Capítulo do Amor 1 Coríntios 13
0 Filho Pródigo Lucas 15.11-32 0 Capítulo da Fé Hebreus 11
132 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
A Questão Básica
N o ssa in ten ção ao ler a B íblia, é d esc o b rir o q u e e la c o n
tém . A ex eg ese (term o u sa d o p ara descrev er a interpretação
b íb lica) é a arte de v er o óbvio. A s p esso as ten d em a im aginar
co isas d e g ran d e pro fu n d id a d e q u an d o lêem as E scritu ras, m as
elas j á são su ficien tem en te p ro fu n d as. T udo o q u e p recisam o s
é d e sc o b rir o q u e q u e re m dizer. P o d e-se ta m b é m d e fin ir a
e x eg ese co m o a arte d e fa z e r as perg u n tas certas. S e fizerm os
as p erg u n tas certas à B íb lia, o b terem o s as re sp o sta s certas. A
seg u ir, en co n tram -se su g estõ es de p erg u n tas p a ra e x a m in a r o
tex to co m o lh a r p en etran te, m en te in q u isitiv a e c o ração sin ce
ro.
O Livro Vivo
A b ram o s en tão , as p á g in a s d a B íblia. O q u e te m o s? E m
um c erto sen tid o , u m liv ro c o m o q u a lq u e r o u tro , c o n te n d o
p a la v ras, id éias, g ra m á tic a , fig u ra s d e lin g u a g e m , h istó ria,
p o e sia e tc. A s reg ras q u e to rn am p o ssív el a n o ss a c o m p re e n
são e in te rp re ta ç ã o d e sse s d ad o s n ã o são m u ito d ife re n te s
d a q u e la s a p lic ad as a u m a lite ra tu ra sim ilar. E m o u tro se n ti
do, p o ré m , a B íb lia é u m liv ro ú nico. É a P a la v ra in sp ira d a
d e D eu s, e, q u a n d o a lem o s, em v ez de nós a e x a m in a rm o s,
e la é q u e nos e x a m in a . N ã o a in te rp re ta m o s, e la nos in ter
Como a Bíblia Veio até Nós 133
Perguntas a Fazer
C o m o já v im o s, le r a B íb lia co m e n te n d im e n to (ex eg ese),
sig n ifica e sse n c ia lm e n te faz e r as p e rg u n tas ce rta s q u a n to ao
q ue en c o n tra m o s nela. E, q u ais são as p e rg u n ta s c e rta s? D a
m os alg u m a s a seguir.
Quem escreveu o livro? S ab e n d o isto , p o d e m o s c o m p a
rar o q u e é d ito em um p o n to co m o q u e o e sc rito r d iz em
outro.
Qual o idioma usado pelo escritor? É p o ssív el q u e não
saib am o s g re g o o u h e b raico , m as p o d e m o s a p re c ia r o fato
de q u e o c o n te ú d o d o tex lo em g reg o ou h e b ra ic o talv ez não
se ja e x a ta m e n te o tra n sm itid o p ela tra d u ç ã o . Isto nos fo rç a a
p ro c u ra r n o v as in fo rm aç õ e s, talv e z até in v e stig a r sen tid o s
d ife re n te s d o o rig in al, em lu g ar de su p o r q u e j á te m o s to d as
as resp o sta s. P o r ex e m p lo , há três p ala v ras g reg a s tra d u z id a s
c o m o “a m o r” em p o rtu g u ê s, cad a u m a d ela s co m u m sig n ifi
cad o diferen te. P o d em o s p e rd e r n u an ces d e sig n ific a d o c o m o
134 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
Profecia Cumprimento
Um rei importante viria da pequena cidade de Belém, Jesus nasceu em Belém.
alguém cujas origens estavam nos "dias da Lucas 2.4-7
eternidade".
Miquéias 5.2
A virgem conceberia um filho, cujo nome significaria A virgem Maria foi avisada por um anjo de que
"Deus conosco". Este seria um sinal do Senhor. conceberia um filho pelo poder do Espírito Santo, cujo
Isaías7.14 nome deveria ser Jesus (Salvador). Lucas 1.26-35;
Mateus 1.18-25
0 Senhor enviaria um mensageiro especial para João Batista veio para pregar e preparar o caminho de
preparar o caminho da sua vinda. alguém superior a ele.
Malaquias 3.1 Lucas 3.15-18; 7.24-27
0 Senhor levantaria um profeta em Israel a quem eles Os apóstolos viram Jesus como este profeta: o Cristo.
deveriam dar atenção. Atos 3.18-23
Deuteronômio 18.15
0 Senhor ungiria um libertador, alguém que pregaria Jesus começou o seu ministério explicando que Ele era a
boas novas aos pobres, contritos de coração, cativos e pessoa referida na profecia de Isaías.
tristes. Lucas 4.16-21
Isaias 61.1-3
0 Servo especial do Senhor iria sofrer e ser rejeitado. Jesus foi rejeitado e morto por ser quem era e por dizer
Isaías 53.5 o que disse. Lucas 23.13-25; João 1.10,11
0 futuro Rei/Redentor justo viria ao seu povo montado Na sua última semana de vida na terra, Jesus entrou em
num jumentinho. Jerusalém montado num jumento.
Zacarias 9.9 Marcos 11.1-11
Profecia M essiânica na Bíblia (continuação]
Profecia Cumprimento
0 Servo especial do Senhor permaneceria em silêncio ao Jesus se recusou a responder às falsas acusações contra
ser cruelmente maltratado. Ele, feitas a Pilatos.
tsaías 53.7 Marcos 15.3-5
0 Servo especial do Senhor sofreria por causa de outros. 0 coração do Evangelho são as boas novas de que
Isaías 53.5 Cristo morreu pelos nossos pecados.
Romanos 5.6-8
0 Messias seria escarnecido e insultado porque o seu Os espectadores zombaram de Jesus na cruz por Deus
Deus não o livrara na hora de angústia. não tê-lo salvo da morte por crucificação.
Salmos 22.7,8 [ucas 23.35
Fel e vinagre foram dados ao Messias para beber. Depois de carregar a cruz até o Gólgota, deram-lhe
Salmos 69.21 vinaqre de vinho e fel (bebida amarqa) para beber.
Mateus 27.34
0 amor do Messias pelo seu povo seria recebido com Jesus orou para que Deus perdoasse os que o
hostilidade; mas, em resposta, faria oração por eles. crucificaram, por não saberem o que faziam.
Salmos 109.4 lucas 23.34
Sortes seriam lançadas sobre as roupas do Messias. Depois de crucificá-lo, os soldados romanos dividiram
Salmos 22.18 entre si as roupas de Jesus, lançando sortes sobre elas.
Mateus 27.35
Os ossos do Messias não seriam quebrados. Os soldados romanos não quebraram as pernas de
Salmos 34.20 Jesus depois da crucificação, como faziam geralmente
com os que eram castigados dessa forma, porque Jesus
já havia morrido.
João 19.32,33,36
Deus remiria o seu Santo (o Messias) da sepultura; seu Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos. Sem a
corpo não entraria em decomposição. ressurreição, as esperanças do Cristianismo não
Salmos 16.10; 49.15 passariam de pura ilusão.
Marcos 16.6,7; 1 Coríntios 15.16-19
Encontrando Respostas a Perguntas Difíceis Arqueól°g°s voluntários
1 c trabalhando num sitio no
Se to d as as p e rg u n ta s a c im a fo re m re sp o n d id a s, elas nos antjg0 fórum de Roma.
a ju d arão a e n te n d e r a B íblia. M as, e se n ão so u b e rm o s as
resp o sta s? O n d e ire m o s ach á -la s? U m a lista d e liv ro s ú teis
foi in c lu íd a n as p á g in a s 34 4 -4 5 , p o ré m d a m o s a se g u ir q u a
tro su g estõ e s b á sic a s. P rim eira: m u ita s re sp o sta s p o d e m ser
e n c o n trad a s c o m o u so de u m a c o n c o rd â n c ia . O sim p les fato
de p ro c u ra r u m a p ala v ra em seus v á rio s lu g ares na B íb lia
pode a ju d ar-n o s a e n c o n tra r o seu sig n ific a d o . S eg u n d a: po
dem o s c o n su lta r u m bom d ic io n á rio b íb lico . T erceira: p o d e
m os u tiliza r-n o s d e u m c o m e n tá rio d e b o a q u a lid ad e . F in a l
m ente, p o d e m o s ler o b ra s q u e nos a ju d e m a o b te r m ais in
fo rm açõ es so b re os m é to d o s u sad o s p a ra e n te n d e r a B íblia.
A Ultima Pergunta
A B íblia é a P alavra e tern a de D eus. A fim de co m p reen d ê-
la ad eq u a d a m e n te , p re c isa m o s m ais d o q u e ap e n a s b o n s ins-
138 A Bíblia: Um Livro para as Pessoas de Hoje
Pentateuco 141
História 158
Poesia 184
Profetas 198
Apócrifos 240
Novo Testamento
Evangelhos 249
Atos 26 7
Epístolas 273
Apocalipse 317
braçais até sacerdotes altamente
Antigo Testamento capacitados e reis. Ele consiste de quatro
O Antigo Testamento é composto de 3 9 seções: o Pentateuco (Gênesis -
livros, escritos durante um período de cerca Deuteronômio); História (Josué - Ester);
de mil anos. O material foi extraído das mais Poesia (Jó - Cantares de Salomão); e os
variadas situações da vida e escrito por Profetas (Isaías - Malaquias). (Veja a
diversos indivíduos, desde trabalhadores tabela na p. 145 para uma cronologia
Israel na terra prometida de Canaã. Esta
Pentateuco
coleção de livros é conhecida como "os
desses escritos.) cinco livros de Moisés", "a Lei", "o
A primeira seção do Antigo Testamento é Pentateuco" ou "a Torá". Estes livros eram
composta de cinco livros (Gênesis - considerados sagrados pelos judeus, por
Deuteronômio). Esses escritos contêm a conterem os Dez Mandamentos e a história
história do início do mundo até a entrada de da origem de sua nação.
Genealogia de Adão a Abraão
Nome Idade ao Morrer Referência em Gênesis
Adão 930 5 .5
Sete 912 5 .8
C ain ã 910 5 .1 4
M a a la le l 895 5 .1 7
Jarede 962 5 .2 0
Enoque 365 5 .2 3
M etusalém 969 5 .2 7
N oé 950 9 .2 9
Serugue 230 1 1 .2 2 -2 3
N aor 148 1 1 .2 4 -2 5
A b ra ã o 175 2 5 .7
Antigo Testamento 143
como tudo veio a surgir, mas apenas as caos, destruição e sofrimento. O pecado é
coisas que contribuíam para uma um fato trágico da existência humana.
compreensão religiosa ou teológica da Quarto, apesar da nossa rejeição a Deus, Ele
história. Isto não significa que Gênesis seja não nos rejeitou. Deus continua, ainda hoje,
apenas "teológico", ou que contenha alguma remindo as pessoas. Gênesis mostra que a
informação inverídica. Quando Gênesis essência de Deus é amor e compaixão pela
relata um fato, podemos presumir que é sua criação decaída.
verdadeiro. Mas os fatos transmitem Em último lugar, Deus age na História. Seu
principalmente significado teológico, em envolvimento não começa quando
lugar de explicações científicas ou históricas. morremos e vamos para o Céu, mas está
Do ponto de vista moderno, portanto, muitas agindo agora, em meio à história humana
coisas que interessariam sobremaneira aos com todos os seus problemas, conflitos e
cientistas, sociólogos, psicólogos, lingüistas e incertezas. A presença de Deus é certa,
outros são deixadas de lado, pois teriam sendo reconhecida pelos patriarcas da
menos valor para os teólogos. nossa fé e, como Gênesis nos ensina, pode
ser também reconhecida por nós.
Temas Teológicos
Várias idéias subjacentes em Gênesis nos
ajudam a compreender diversos elementos
Esboço
que, de outra forma, pareceriam apenas
remotamente relacionados. O primeiro fato
1. A criação inicial 1.1-2.25
fundamental é que Deus existe. O mundo só
2. A queda da humanidade e seus
existe porque Deus é e porque decidiu criá-
lo. O mundo não tem de existir. Se nada mais resultados trágicos 3 .1 -5 .3 2
tivesse sido criado, Deus continuaria sendo 3. Crime e castigo: o dilúvio e período
Deus, através de toda a eternidade. subseqüente 6 .1 -1 0 .3 2
Em segundo lugar, tudo depende de Deus e 4. A dispersão do povo sobre a face da
a Ele pertence. Nada pode afirmar existir por terra 1 1.1-32
seu próprio poder ou propósito. Deus está no 5. A história de Abraão 12.1-25.11
controle e sabe o que está fazendo. 6. A história de Isaque e Ismael 2 5 .1 2 -
Terceiro, é possível rejeitar a Deus, mas essa
27.46
é uma posição bastante insensata e
7. A história de Esaú e Jacó 2 8 .1 -3 6 .4 3
destrutiva.
8. A história de José e os últimos dias de
Quando Deus está efetivamente no controle,
Jacó 3 7 .1 -5 0 .2 6
tudo vai bem; quando resolvemos tomar as
rédeas nas mãos, o resultado é iniqüidade,
A D Ã O A M O ÏSES JOSUÉ A SAMUEL SAUL A ROBOÃOA CIRO A CRISTO
—D1 SALO M ÃO NABUCODONOSOR
M iR ê in S M B tfj
Q
Começos
C
>
II
■
539
Restauração
;
r
anos de
silêncio
Gênesis Êxodo Números Josué Juizes 1 Samuel Provérbios Joel e 2 Reis tjIje 2 Crônicas
LeYÍtico Deut. Rute Jó ; Solm Jonas Obadjas Esdras N eemias
os £°”'ores
S a lo m ã o Amós Lamentações Ester Malaquias
Isaías
Naum
Sofonias
Peregrinações do Êxodo
Jericó»
GRANDE MAR CANAÃ
G azaM arM o rfo
Ramesés •
EDOM
DESERTO DE ZIM
DESERTO
D O SIN AI
M onte Sinai
M ID IÃ
M ar Vermelho
148 Síntese dos Livros da Bíblia
é apenas a fuga da opressão. Vemos que está presente tanto no Egito quanto em
também o seu lado positivo, quando Deus Israel, mas a vontade de Deus continua
guia o povo pelo deserto, suprindo todas as sendo cumprida.
suas necessidades. No monte Sinai Ele Há também um mistério na relação entre a
renova a aliança que fizera com Abraão, em ação humana e a divina. O Faraó endureceu
Gênesis, vinculando-a assim a todo o povo o coração contra Deus, mas é igualmente
de Israel. As leis são entregues aqui, certo dizer que Deus endureceu o coração
resumidas nos Dez Mandamentos - uma do Faraó. Quem pode compreender o
nova evidência do amor e interesse de Deus mistério dessas duas idéias aparentemente
pelo seu povo. Regias foram dadas para irreconciliáveis?
todos os aspectos da vida; uma estrutura Finalmente, temos a importância da
religiosa (tabernáculo, sacerdócio, existência humana como parte do plano
regulamentos) é estabelecida. divino. Deus supre todas as nossas
Portanto, o livro de Exodo descreve tanto um necessidades, provendo-nos orientação
"avanço" quanto uma "saída". Depois de os divina em forma de instruções (ou leis). As
israelitas terem saído do Egito, avançaram leis estão ligadas a todos os aspectos da
como povo de Deus no deserto, confiando nossa vida, mostrando que Deus se importa
nas promessas feitas pelo Senhor no Sinai. com tudo o que somos e fazemos.
Temas Teológicos
O primeiro tema significativo em Exodo é o
poder de Deus. Nada pode resistir ao seu Esboço
1. Cativeiro no Egito e libertador enviado
imenso poder. Nações, povo, o mar, os
1. 1- 11.10
elementos naturais, o deserto - tudo está
2. A páscoa e o êxodo do Egito 2.1-14.31
sujeito ao seu controle.
3. Conflito e direção no deserto 15.1-18.27
O segundo tema é a benevolência de Deus.
4. As leis de Deus dadas e aceitas 19.1 -34.35
Ele se importa com o seu povo, ouve o 5. Presença de Deus no Tabernáculo e no
clamor dele e o resgata. sacerdócio 35.1-40.38
Exodo aborda também o mistério do mal,
Tera
Harã
Moabe Amom
Isaque
Jacó (Israel)
porque essas regras foram formuladas para apontava para o grande sacrifício que seria
um povo basicamente rural, agrícola e feito oportunamente por Cristo. O sangue de
antigo, enquanto nós somos urbanizados, touros e de bodes não pode remover
industrializados e modernos. Alguns podem absolutamente o pecado; a morte de Jesus
ter dúvidas sobre as regras em si, que não pode e faz isso.
parecem ter aplicação na vida Finalmente, nossa vida deve ser vivida tanto
contemporânea. Uma pequena mudança em horizontal quanto verticalmente. Nosso
nosso modo de pensar ajudaria a vencer relacionamento com outros seres humanos é
esses obstáculos. Se examinarmos a idéia tão importante quanto o nosso
básica em vez da regra específica, podemos relacionamento com Deus. Devemos amar o
ver como cada regra representa um princípio nosso próximo como a nós mesmos (19.18).
tão válido hoje quanto o era nos dias de Jesus confirmou esta verdade, julgando-a tão
Moisés. De fato, é surpreendente observar importante quanto amar a Deus de todo o
como as idéias são atuais. Por exemplo, as coracão e fazendo dela um mandamento (Mt
regras sobre purificação sexual (15.1-33) 22.37-40; Mc 12.30,31; Lc 10.27).
podem ser vistas como ênfase à santidade do Nossa dedicação a Deus faz parte da
sexo e advertência contra o seu tratamento compreensão da vida como um todo; a vida em
descuidado. A necessidade dessa sua totalidade pertence a Deus. O livro de
recomendação hoje é óbvia. Levítico foi escrito para mostrar aos israelitas da
Antiguidade, e a também nós, como viver de
Temas Teológicos
maneira consagrada diante de Deus.
Os temas teológicos tratados no livro de
Levítico são de grande valor e merecem toda
a nossa consideração. O primeiro e mais Esboço
importante é que Deus é santo e espera que
seu povo seja santo. Esta santidade prática 1. Regulamentos sobre sacrifícios e ofertas
deve governar toda a nossa vida. 1.1-7.38
Em segundo lugar, a vida, em sua totalidade, 2 .0 sacerdócio e o Tabernáculo 8.1-10.20
deve ser considerada como pertencente a 3. Regulamentos sobre a vida humana
Deus. Jamais devemos imaginar que 11.1-15.33
podemos deixar Deus fora do que estamos 4 .0 grande dia da expiação 16.1-34
fazendo. Ele tem um interesse vital por tudo 5. Santidade diante de Deus como vida ética
que se refere a nós. 17.1-22.33
Terceiro, o pecado deve ser expiado. O ó. Festivais, festas e vários outros regulamentos
sistema de sacrifícios estabelecido por Deus 23.1-27.34
mostrava a expiação de maneira gráfica e
Ofertes do Antigo Testamento
Queimoda CereolJGrôo) Pacifico Pecado Transgressão (Culpai
e.i";
Como o 0 animal é Esta oferto do produção 0 WKeríok move 0 animal deve ser sem 0 ofertante reembolso os
Propósito é completamente agrícola é quase sua porção de corne defeito portes pre uidicados (Deus
Simbolizado queimado diante sempre combinado com diante do Senhor, e o (iomerr>], sacrificando
de Deus. um sacrifício animal como oferta movido, um animal efozendo
demonslronaoauea antes de comê-lo eo resMuicão.
vida como jm ledo ofertante divide a sua
pertence ao Senhor Dorte com os amigos.
Intenção ser oceito por mosirar gratidão demonstrar hormonia poraoagar pelo seu poro oferecer compensoçòo
do Deus com Deus eo homem pecado
Oferto nte
Recebido aromo suave aroma suave oroma suave um ato de expioçôo um oto de expioçôo
pcfD ew
com
154 Síntese dos Livros da Bíblia
Temas Teológicos
Conteúdo
Quatro verdades teológicas se destacam no
O livro de Números narra as múltiplas
livro de Números. A primeira é o fato de o
experiências de Israel no deserto. Alguns
Tabernáculo ser central. Ele aponta para a
estudiosos judeus dos tempos antigos deram-lhe
centralidade de Deus em suas vidas.
a o título de "No Deserto", que é a primeira
Tragicamente, a adoração de Israel degenerou
palavra do texto hebraico. Outros o intitularam
mais tarde em formalidade exterior, uma lição
"Números", porque a enumeração do povo
para todos nós.
desempenha uma parte importante no livro.
A segundo é que Deus está no controle de toda
E difícil fazer o esboço do livro de Números,
a situação. Em tempo algum há qualquer
pois trata-se de uma coleção de material que
dúvida sobre quem governa os acontecimentos.
abrange inúmeros eventos da peregrinação de
Este é um consolo e uma advertência: consolo,
Israel no deserto. Há problemas, viagens,
porque podemos descansar no poder e
julgamentos, regras, advertências, queixas,
soberania divinos; advertência, porque toda
batalhas e conflitos. Todos estes têm o
rebelião é inútil.
propósito de mostrar que a vida humana é
A terceira é que Deus exige obediência. Não
uma série de dificuldades que precisam ser
podemos simplesmente pedir a Deus que faça
enfrentadas mediante a graça de Deus. Com
tudo. Ele espera e exige que travemos batalhas,
esse ponto de vista, podem se transformar em
enfrentemos inimigos e vençamos obstáculos,
bênçãos.
tudo com a sua ajuda.
Os eventos mais significativos da história de
A quarta é que a vida é vista como uma
Israel no deserto são: a partida do Sinai; a ida
peregrinação. Este tema é encontrado no Novo
de espiões à Canaã, a Terra Prometida; a
Testamento. Paulo refere-se a Números quando
Esboço afirma, em 1 Coríntios 10.10,11, que todas
1. O rg a n iz a ç ã o d o povo d e Israel 1. 1- 8.26 essas coisas foram escritas para nossa
2. O m em orial d a cerim ônia d a p á sc o a 9. 1- 10.10 advertência e ensinamento.
3 . P ereg rin ação no deserto ; vá rio s ju ízo s e Por fim, é evidente que o pecado constitui-se um
regulam entos 10. 11- 21.35
4 . N o v a s p ereg rin açõ es (na T ran sjo rd ân ia);
m ais ju ízo s e regulam entos 22.1 - 36.13 À direita: O estilo de vida desses nômades é
bastante similar a o dos dias de Moisés.
156 Síntese dos Livros da Bíblia
problema que necessita ser tratado em contato dificuldades e tentações. Número nos revela
direto com Deus. que tal expectativa não é real. Devemos estar
Tal fato é declarado para revelar que sempre vigilantes a fim de que não
certamente Moisés também falhou diante de desfaleçamos no deserto. O livro de Hebreus
Deus, mas a forma como tratou seu problema no Novo Testamento faz uma preleção sobre
constitui-se uma lição para todos nós. A Terra este assunto, destacando que os primeiros a
não é o Céu. Esta constatação não é receber as boas novas falharam por
novidade, mas tudo que freqüentemente desobediência e que devemos nos esforçar
esperamos é que nossas vidas sejam livres de para não cairmos no mesmo erro.
Tribo de Levi
Zebulom Efraim
Judá Benjamim
Tribo de Levi
Antigo Testamento 157
Temas Teológicos
As 1 2 Tribos d e Israel
No aspecto teológico, três coisas se destacam
em Deuteronômio. Primeira, a importância de
Rúben Judá Dã Nafta li
lembrar-nos do nosso passado. Precisamos
Simeão Zebulom Gade José
olhar para trás, a fim de ver de onde viemos e
Levi Issacar Aser Benjamim
saber para onde vamos. Se cometemos erros,
não devemos repeti-los; se agimos certo,
precisamos continuar nesse caminho.
]
é seqüencial: a conquista da terra (Josué); a
■te principal do Antigo história da nação primitiva (Juizes, Rute); o
ntém material histórico básico, período dos reinos unido e dividido
io de Israel. Consiste de 12 (1 Reis - 2 Crônicas); e o exílio e o retorno
de Josué até Ester. A narração (Esdras -Ester).
160 Síntese dos Livros da Bíblia
Noé I José é
|
constrói levado ao
a arca / Egito
Josué guia
Abraão Israel a
oferece cruzar o sumo
sacerdote Neemias
Isaque em Jordão , , , i i n retiqiosas de reconstrói as
sacrifício tsaiasprega a fidelidade de Deus J0sjas muralhas de
contra a ameaca da Assíria Jerusalém
GRANDE MAR
Siquém •
MANASSES
EFRAIM
BENJAM IM
Jerusalém *
164 Síntese dos Livros da Bíblia
Juizes Esboço
1. Recapitulada a conquista 1.1-3.6
Autor: desconhecido
2. Histórias dos juizes 3.7-16.31
Conteúdo
Depois da conquista de Canaã, os israelitas Temas Teológicos
dividiram a terra em grandes áreas e se O livro de Juizes segue cuidadosamente
estabeleceram nela, tribo a tribo. Eles tiveram um padrão usado para mostrar como
de enfrentar inúmeros problemas: construção de Deus opera na História: Israel serve ao
casas, preparo da terra, plantação de vinhas e Senhor, depois se afasta dEle perdendo o
árvores, escavação de poços, e a organização seu favor. A fim de fazer com que o povo
geral como nação. Isso não foi fácil, pois os volte, Deus permite que sofra as
novos colonizadores foram atacados por conseqüências do seu pecado, punindo os
intrusos. A fim de proteger o seu povo, Deus israelitas mediante um invasor estrangeiro.
enviou juizes para chefiá-lo. Esses juizes não Israel clama a Deus, que envia um
eram juristas, como o nome parece indicar, mas libertador ou juiz e assim volta a servir
líderes militares capacitados especialmente por ao Senhor. Isto dá início a um novo ciclo
Deus para formar um exército, derrotar o que segue um padrão similar.
inimigo e chefiar o seu distrito até que as coisas Aprendemos muito ao examinar este ciclo de
se acalmassem. eventos, pois encontramos o fato do
O livro de Juizes menciona cerca de 14 envolvimento de Deus em nossa vida, assim
episódios. Um homem, Abimeleque, pode não como o desenvolvimento de nossas próprias
ter sido um juiz, mas sua história provavelmente ações. Não se trata de uma situação ou isto/
é narrada para mostrar que desgraça ele foi. ou aquilo. Quando fazemos a vontade de
Vários juizes se tornaram heróis populares, Deus, tudo vai bem; quando pecamos,
cujos nomes são lembrados ainda hoje, tais atraímos o desastre sobre nós. Note também
como Débora, Gideão e Sansão. a misericórdia de Deus: não importava
O livro termina com duas histórias quanto tempo levasse, quando o povo
especialmente sombrias, uma envolvendo clamava, Ele respondia. E consolador saber
fraude religiosa e a outra um assassinato, que Deus está sempre pronto para ouvir as
que mostram o que acontece quando o povo nossas orações. Finalmente, observe os
se esquece do Senhor e confia em suas terríveis resultados do pecado. Quando
próprias forças. decidimos rejeitar o caminho de Deus,
Antigo Testamento 165
Juizes de Israel
Juiz Realização Anos Referência em
que julgou Juizes
Israel
sofremos conseqüências desastrosas. As das más ações. Isto se aplica até mesmo ao
histórias contadas são lições objetivas para povo de Deus. Sansão não era pagão, mas
nosso ensino. Não faz sentido rebelar-se israelita, e o pecado também destruiu a sua
contra Deus. No final, ninguém se beneficia vida.
j 166 Síntese dos Livros da Bíblia
Rute
Autor: desconhecido
Data: c. século XI a.C.
Conteúdo
O período dos juizes abrangeu anos
extremamente difíceis, terminando com a
evidencia de que a anarquia reinava.
Ninguém se sujeitava a ninguém. O livro de
Rute mostra um lado diferente da época,
sendo incluído, sem dúvida, para oferecer
algum alívio à situação negativa em quase
todos os aspectos.
Ele descreve um período de fome que levou
Elimeleque, sua mulher Noemi e sua família a
saírem de Belém e se estabelecerem em Cam pos de Boaz, Belém.
Moabe. Uma jovem moabita, chamada Rute,
valor das pessoas e necessidade de
casou-se com um dos filhos de Elimeleque e,
compreensão mútua se destacam. Em meio
ao enviuvar, recusou-se a permanecer na sua
ao caos que reinava naquela época, um
terra natal, porque a sogra Noemi, também
significado poderia ser descoberto, se
viúva, voltou para casa. Suas belíssimas
voltássemos aos primeiros princípios da
palavras, "O teu povo é o meu povo, o teu
simples verdade. O livro de Rute nos ensina
Deus é o meu Deus" (Rt 1.16), inspiraram
que, apesar das grandes dificuldades, a
gerações de sofredores. Um ato de bondade
bondade pode existir, se estivermos dispostos
de um parente, Boaz, é registrado,
a nos esforçar.
propiciando um herdeiro para a família de
Elimeleque. Boaz viria a ser um ancestral do
Esboço
rei Davi e também de Jesus. E significativo o
1. Numa terra estrangeira 11-22
fato de Rute, embora nascida pagã, fazer
2. Rute e Boaz 2.1-23
parte da linhagem de Cristo.
3. A redenção de Rute 3.1 -4.15
Temas Teológicos 4. Os ancestrais de Davi e Cristo 4.16-22
As verdades religiosas encontradas neste
livro estão mais ligadas à vida prática que à À direita: M ulheres árabes trabalhando nos
campos, perto de N azaré.
teologia abstrata. Lealdade, amor, bondade,
! 168 Síntese dos Livros da Bíblia
do tempo lutando contra as pessoas erradas. nossos atos, de modo que nosso bem é
Em vez de concentrar-se em livrar a nação de afirmado e nosso mal é julgado. A forma
seus inimigos, perseguia na verdade os seus como Deus consegue manter as coisas em
amigos. As coisas não podiam perdurar dessa ordem é um grande mistério, mas somos
forma, e ele finalmente morreu, de maneira encorajados a crer que tudo acabará bem
inglória, numa batalha contra os filisteus. Este quando Ele está no controle.
foi um capítulo triste da história de Israel. Outro ponto importante é o fato de que Deus
Davi era um rei diferente. (Veja o mapa do não pode ser manipulado. Quando os
seu reino na p. 173). Logo mostrou sua israelitas estavam perdendo a guerra,
capacidade militar, possuindo também pensaram que se levassem a arca para o
notáveis habilidades administrativas. Quando campo de batalha alcançariam a vitória. Mas
chegou a hora certa, Davi estava pronto para Deus não pode ser forçado. Se as nossas vidas
organizar o povo de acordo com as normas não estiverem em ordem, nenhum tipo de
nacionais e estabelecer um governo piedade superficial irá salvar-nos.
funcional. Sua principal tarefa, derrotar os O amor e o perdão de Deus também se
filisteus, foi executada. Não sabemos como, destacam. Em várias ocasiões, Deus mostra-
mas deve ter sido uma vitória esmagadora, se compassivo para com os que o
porque os filisteus nunca mais representaram ofenderam. A maravilha de tudo isso é que
uma ameaça séria para Israel. Deus não nos trata de acordo com os nossos
Todavia Davi não era perfeito. Em certa pecados, mas com misericórdia.
ocasião, durante uma batalha importante,
permitiu que suas paixões prevalecessem Esboços
sobre o bom senso e seduziu a mulher de um 1 Samuel
de seus soldados. Mais tarde, veio a
1. A v id a d e S a m u e l 1. 1- 8.22
lamentar-se profundamente deste ato,
2 . A v id a d e S a u l a té se u co n flito co m
compondo um salmo de arrependimento que
D a v i 9. 1- 20.42
até hoje nos comove (Sl 51).
3 . D a v i n o e x ílio a té a m o rte d e
Temas Teológicos S a u l 21 . 1- 31.13
Vários princípios teológicos brilham através 2 Samuel
das páginas destes dois livros. O principal é o 1. D a v i s o b e a o tro n o 1. 1- 4.12
fato contínuo de que Deus está ativo na 2 . A v id a d e D a v i c o m o rei d e Isra e l e
História para realizar os seus propósitos. Ele J u d á 5 . 1- 14.33
poderia impor a sua vontade sobre nós, mas 3 . A n a ç ã o a m o tin a d a 15. 1- 20.26
prefere não agir desse modo; pelo contrário, 4 . Ú ltim o s a n o s d e D a v i 21 . 1- 24.25
concretiza os seus propósitos por meio dos
170 S íntese dos Livros da Bíblia
• ASER
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JUDÁ
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172 Síntese dos Livros da Bíblia
0 30 km * .« *
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^ • Berseba
• Quir-Moabe
JUDA
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* Cades-Barnéia
• • •• Reino de Israel
EGITO ED0M
Reino de Judá
0 30 km
1---------------- 1
Antigo Testamento 175
1 e 2 Crônicas Esboços
1 Crônicas
Autor: desconhecido 1. G e n e a lo g ia s d e A d ã o a S a u l 1.1 - 9 .3 4
Data: século V a.C. 2 . A v id a d e S a u l 9 .3 5 ;1 0 .1 4
3 . A v id a e re in a d o d e D a v i 1 1 .1 - 2 1 .3 0
Conteúdo 4 . A o r g a n iz a ç ã o d o g o v e rn o d e D a v i
Os livros de Crônicas parecem enfadonhos 2 2 .1 - 2 7 .3 4 '
para alguns, por causa de todas as suas 5 . A m o rte d e D a v i e a in ic ia c ã o d e S a lo m ã o
genealogias e por relatarem os mesmos 2 8 .1 - 2 9 . 3 0
acontecimentos dos livros de Reis. Isto não
seria desnecessário? Porém, quando 2 Crônicas
adequadamente estudadas, 1 e 2 Crônicas 1. A v id a e re in a d o d e S a lo m ã o 1.1 - 9 .3 1
são livros importantes. O segredo para 2 . A h istó ria d e ju d á 10.1 - 3 6 .2 1
compreendê-las é lembrar que a Bíblia foi
3 . N o ta s so b re a P é rsia 3 6 .2 2 - 2 3
escrita com um propósito religioso, e não
político ou histórico. Isto não significa
ausência de história ou que esta seja falsa, estilo de vida em virtual anarquia, com
mas que suas palavras foram registradas assassinatos e agitações no governo. Em
principalmente por razões religiosas. Judá, havia uma certa estabilidade, sendo os
As genealogias são importantes porque o reis de uma única linhagem. Crônicas atribui
Messias seria futuramente um ser humano. isto à fidelidade religiosa por parte do Sul e
Esses registros mostram as linhagens à apostasia existente no Norte. Isto não
familiares do povo de Deus como um todo, denota falta de amor da parte de Deus para
de onde descende o Messias e sua família com o povo de Israel, pois enviou
em particular. Os escritos são igualmente continuamente profetas para suplicar que
importantes por mostrarem a fidelidade de voltassem a obedecê-lo. Mas não quiseram, e
Deus no decorrer dos séculos. As suas a sua destruição em 722 a.C. foi uma
promessas podem ser verificadas, ao conseqüência da dureza de seus corações.
examinarmos os registros. Os aspectos religiosos da história de Judá
Esses livros enfatizam mais a história de Judá são também destacados. E dado muito
que a de Israel. Isto se deve ao fato de Judá espaço ao Templo, à adoração, aos
representar a família de Davi, e o Messias sacerdotes e aos levitas. Os reavivamentos
procederia desta linhagem. O reino de Israel, que ocorreram no reinado de Ezequias
chamado do Norte, viveu quase como um também recebem ênfase.
176 S íntese dos Livros da Bíblia
Temas Teológicos
Certos princípios teológicos se destacam em Templo de Salomão
Crônicas. Primeiro, a centralidade da
adoração. 0 Templo ocupa o maior espaço,
porque tornou-se o centro da vida do povo
de Deus. O mesmo ocorre nos dias atuais.
Onde a adoração é omitida ou torna-se uma
rotina, quer na nação ou na vida pessoal, a
morte espiritual é iminente.
Segundo, a fidelidade de Deus pode ser vista
claramente, pois permaneceu fiel aos seus
acordos (chamados "alianças" nos dias do
Antigo Testamento) com o seu povo, através
dos muitos anos em que o comportamento da Bacia de bronze para
nação só mereceu juízo. Ainda hoje, este a purificação ritual
povo é contemplado com a fidelidade de
Deus.
Terceiro, a justiça de Deus é penosamente
objetiva, por mais que lhe desagradasse - e
o Antigo Testamento afirma definitivamente
este fato - Deus não teve outra escolha
senão castigar o seu povo. Isto deve servir de
advertência para todos nós. Deus não tem
favoritos. Todos serão igualmente
abençoados e julgados.
Em último lugar, a necessidade de vigilância
diária é evidente. Nossa preocupação
freqüentemente é com o inesperado ou com
o amanhã. O que devemos fazer é vigiar o
hoje. Israel e Judá nunca pareceram entender
isso e tiveram como resultado a sua
destruição, o que não precisa acontecer
conosco, se aprendermos pelos seus trágicos
exemplos.
Candelabro Santo dos Santos
J 178 Síntese dos Livros da Bíblia
buscar a verdade, a loucura das riquezas, vida plena e satisfatória, o que é algo
situações a serem evitadas, o conhecimento de inteligível. Se Deus fez a vida para funcionar
Deus, a mulher ideal, entre outros. melhor quando vivida de maneira correta, agir
dentro desta conformidade produz significado e
Temas Teológicos plenitude em nossas existências. Por fim,
A idéia teológica central de Provérbios é a somente os insensatos escolhem a morte. Duas
seguinte: Deus é criador e soberano, que fez o estradas estão abertas à nossa frente: o
mundo para funcionar de um determinado caminho da vida e o da morte. O indivíduo
modo e, se tivermos pelo menos um pouco de sábio escolhe a vida, o insensato, a morte. O
bom senso, iremos considerá-lo supremo. A vida caminho que seguirmos depende em última
está cheia de mistérios, mas Deus a todos análise de nós mesmos.
compreende, convidando-nos para pedir-lhe
Esboço
direção. Um segundo tema, ligado ao primeiro,
1. Introdução 1.1-7
é que todos os aspectos da vida podem ser
2. Treze lições sobre a sabedoria 1.8-9.18
remidos. Desde que Deus fez a vida em seu
3. Livro 1 da sabedoria de Salomão 10.1-22.16
todo, tudo lhe pode ser oferecido. Nem uma 4. Coleção dos sábios 22.17-24.34
única fase da legítima existência humana está 5. Livro 2 da sabedoria de Salomão 25.1-29.27
fora do interesse de Deus. Um terceiro tema é 6. A sabedoria de Agur 30.1-33
que servir a Deus faz sentido e nos leva a uma 7. A sabedoria de Lemuel; a mulher virtuosa 3 1.1-31
Antigo Testamento 193
como adições posteriores. Tal interpretação tem à filosofia secular do desespero (3.17. 8.12;
um certo atrativo, especialmente nesta época 11.9; 12.14). A conclusão de Koheleth é esta:
de ceticismo, mas, por contrariar enfaticamente "Teme a Deus, e guarda os seus
as verdades do Antigo Testamento, não deve mandamentos" (12.13).
ser levada muito a sério. Essa é uma boa mensagem evangelística.
A segunda interpretação o considera como
Temas Teológicos
um sermão, ou uma série deles, que versam
Dois pontos teológicos se destacam no livro
sobre a vaidade da vida. O pregador adota
de Eclesiastes. Primeiro, o poder e a
um ponto de vista secular, a fim de mostrar
redenção de Deus são o pano de fundo
que, se alguém viver de acordo com essas
sempre presente em tudo que é dito. Deus
regras, tudo o que pode esperar é
está presente, à nossa disposição,
desapontamento. A partir dessa ótica, as
aguardando o momento em que os que
declarações sobre a falta de sentido da vida
buscam os prazeres compreendam que este
representam o secularismo dos dias do
mundo não pode realmente satisfazê-los.
pregador, e não a sua opinião pessoal. Sua
Segundo, o fato de que a vida não proverá
perspectiva é expressa nas passagens que
as nossas necessidades, se for vivida
falam da crença e confiança em Deus. Para
incorretamente. Finalmente, não suprirá
acentuar sua idéia, o pregador mostra que a
nossos anseios e necessidades supremos. Se,
vida sem Deus, por mais desejável que
porém, a colocarmos sob o controle de Deus,
pareça, acaba sendo insatisfatória e
poderá ser usada por nós de maneira
frustrante. Ele revela que a sabedoria, bens
adequada. O mundo pode nos servir, mas
materiais, prazer sensual, festas
também consegue nos tornar escravos.
extravagantes, poder e prestígio não
satisfazem. O melhor conceito no qual a
Esboço
filosofia secular consegue chegar é: a vida é
curta, cheia de incertezas, sem significado e 1. Prefácio 1.11
despida de qualquer paz de espírito real. 2. A futilidade e opressão da vida 1.12-4.12
Uma vez que a morte é o fim de tudo, 3. A vaidade da vida em todas as suas formas
devemos simplesmente viver o agora, pois 4.13-7.14
quando morrermos tudo se acaba. Depois de 4. A filosofia secular e seu fracasso 7 . 15-10.3
dizer todas essas coisas, o pregador provou 5. Resumo da vida fútil e como superá-la 10.4-
sua tese: a vida sem Deus não vale nada. 12.14
Porém, não é tudo. A afirmação de que Deus
vê além das nossas pretensões e tristezas, À direita: "Porque que mais tem o homem de todo o
voltando-se para nós em amor se quisermos seu trabalho e da fa d ig a do seu coração, em que
ele anda trabalhando debaixo do sol?" (Ec 2 .22
recebê-lo, encontra-se através do livro, junto
Antigo Testamento 1 97
Isaías
Autor: Isaías
Data: século VIII a.C.
Conteúdo
0 livro de Isaías é um dos mais conhecidos
do Antigo Testamento. E o mais citado no
Novo Testamento e o mais usado por Jesus.
Tem sido utilizado na adoração, nos cânticos
e pelos teólogos em toda a história da Igreja.
A razão da sua popularidade consiste no
fato de conter a apresentação mais clara do
Evangelho no Antigo Testamento. A
descrição do pecado, o desespero do
pecador, o amor maravilhoso de Deus, sua
provisão de um salvador e o chamado à fé e
ao arrependimento fazem parte dele. Por
esta razão, Isaías tem sido chamado de
primeiro evangelista do mundo. O livro está
repleto de frases memoráveis, incluindo as
seguintes, todas encontradas em nosso
vocabulário geral, na igreja ou nos hinários:
Guarda imperial assíria: relevo.
"Ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a águias” (40.31). Isaías escreveu durante um
neve" (1.18); "Eis que uma virgem período de juízo iminente sobre Judá, a parte
conceberá" (7.14); "Porque um menino nos Sul do que tinha sido a nação de Israel. O
nasceu, um filho se nos deu... e o seu nome poderoso exército assírio estava devastando
será Maravilhoso Conselheiro" (9.6); "E o as regiões do Norte, e a nação de Isaías
ermo... florescerá como a rosa" (35.1); parecia ser a próxima. Isaías, contra toda
"Consolai, consolai o meu povo" (40.1); lógica, insistiu que o rei Ezequias suplicasse a
"Todos nós andamos desgarrados como proteção do Senhor, prometendo que Deus
ovelhas" (53.6); "Vinde às águas" (55.1); seria fiel à sua palavra e pouparia Judá.
"Mas os que esperam no Senhor renovarão Quando Ezequias ousou confiar em Deus,
as suas forças e subirão com asas como uma praga explodiu no acampamento
Antigo Testamento 201
assírio, matando a maior parte do exército e pode descansar em segurança; Deus jamais
forçando a retirada dos demais. A faria algo que não fosse justo e imparcial.
pequenina nação de crentes foi então Isaías tenta alertar Judá para a aliança
poupada. O livro de Isaías abrange aqueles (acordo) que Deus fez. Eles pertencem ao
tempos difíceis com mensagens, sermões, Senhor. Talvez viesse a achar necessário
relatos históricos, exortações e profecias. castigá-los pelos seus pecados, porém,
jamais os abandonaria. Se fossem levados
Temas Teológicos para o cativeiro, um remanescente voltaria
O conteúdo teológico do livro de Isaías é um para continuar do ponto em que seus
dos pontos altos do Antigo Testamento. A ancestrais tinham parado. Mesmo em meio à
ênfase sobre a santidade de Deus é o tema ira, Deus se lembraria da sua misericórdia.
central. Deus é chamado "Santo de Israel", e O tema mais proeminente na mensagem de
a sua santidade é o fundamento de todos os Isaías gira em torno da vinda do Messias, o
seus tratos com o mundo. Em vista disto, Judá Servo de Deus. Quatro salmos ou poemas
extensos tratam do ministério de Jesus, Servo promessa de salvação em algumas das mais
sofredor de Deus. Em outro nível descrevem belas imagens de toda a literatura mundial
Judá, que, como nacão, era também um (veja 1.18; 11.1-9; 35.1-10; 40.1-31; 52.7-
servo de Deus: 31.1-7; 49.1-7; 50.4-11; 10; 55.1-7; 61.1-11). A mensagem trata do
52.13-53.12. O Servo deve sofrer pelo perdão e da misericórdia de Deus oferecidos
mundo, estabelecer justiça, prover salvação gratuitamente a todos os que responderem
para as nações, ser uma luz para os gentios, com fé.
ensinar a verdade a todos que queiram ouvir,
dar vista aos cegos, oferecer libertação aos Esboço
cativos, ser uma aliança para o mundo, tratar 1. Juízo pronunciado sobre Judá 1.1-5.30
com compaixão e cuidado os fracos, 2 .0 chamado de Isaías como profeta 6.1-13
dispensar o Espírito de Deus, carregar os 3. Juízo e bêncão pronunciados sobre Judá
pecados do mundo, fazer intercessão pelos 7.1-12.6
pecadores, prover o conhecimento de Deus 4. Juízo pronunciado principalmente sobre outras
para os que o buscarem e assegurar a paz a nações 13.1-23.18
todos. Todas essas dimensões foram 5. 0 apocalipse de Isaías 24.1-27.13
cumpridas figuradamente (e algumas vezes 6. Juízo e bêncão sobre Judá, Israel e Assíria
literalmente) por Jesus Cristo. 28.1-39.8 '
Em último lugar, o livro de Isaías oferece uma 7. Bênção e consolo futuros para Judá 40.1 -66.24
n H H M M Antigo Testamento 203
Temas Teológicos
Conteúdo O profeta Jeremias é um triunfo da fé e da
Em virtude da biografia detalhada coragem. Em meio a terríveis dificuldades,
encontrada em seu livro, o profeta Jeremias é conseguiu se colocar com firme convicção,
uma das figuras mais conhecidas do Antigo sendo virtualmente o único a perceber com
Testamento. Em quase todas as ocasiões, o clareza o que estava acontecendo. Sua
homem fica subordinado à mensagem, de dedicação ao chamado de Deus foi de tal
modo que pouco se sabe sobre os ordem que jamais vacilou, ainda que o preço
pregadores como indivíduos. No caso de
Jeremias, sua vida estava tão entretecida no Um "gênio a la d o " da Babilônia.
que dizia, que fica difícil separar esses dois
aspectos.
jeremias viveu num período de dias negros
da história de Judá, durante os reinos de
cinco reis, culminando com a destruição de
Jerusalém em 587 a.C. Ele proclamou uma
renovação nacional da fé nos dias de Josias
(Ó40-609 a.C.) e teve sucesso parcial.
Quando Josias foi morto numa batalha, seu
substituto foi um rei que se submeteu à
chantagem internacional. Jeremias continuou
sua mensagem severa de arrependimento,
instigando o povo a aceitar a mão pesada
de Deus, como castigo pelos seus pecados.
Por causa disto, ele passou na prisão alguns
dos anos que lhe restavam viver. Jeremias
sentiu o coração quebrantado em virtude do
mal que o cercava e chorou várias vezes
devido à situação impossível em que se
encontrava. Quando a nação finalmente caiu
nas mãos dos babilónicos, Jeremias foi
204 S íntese dos Livros da Bíblia
a pagar fosse alto. Por esta razão, é um irmã, não o meu irmão, mas eu, ó Senhor,
monumento para todas as épocas, de como necessitado de oração".
viver quando as trevas nos circundam. Jeremias também insistiu com Judá para
O alicerce da mensagem de Jeremias era a confiarem apenas em Deus. O povo vinha
sua concepção de Deus como o único confiando há muito tempo nas suas
criador e soberano de tudo que existe. Deus habilidades militares, no seu dinheiro e até
age de acordo com a sua vontade, conhece em sua própria religiosidade. Achavam que a
os corações humanos, ajuda os que nEle simples presença nos serviços religiosos já
confiam e ama os que são seus. Porém, exige bastava para agradar a Deus. Foi um grande
que seu povo responda em espírito de choque saberem que Deus não se
obediência e fé. Em vista de Deus saber o impressionava com o dinheiro que tinham ou
que faz, a situação desesperada em que se "iam à igreja" ou não. Jeremias disse que
Judá se encontrava não estava fora de seu Deus não admitia rivais.
conhecimento ou plano. Se tão somente o Finalmente, Jeremias se opôs à falsa religião
aceitassem como Senhor, e também o seu e aos pregadores de sua época. A verdade
juízo sobre eles, Deus se manifestaria como deve existir em nossos corações. Algum dia,
seu libertador na hora oportuna. Deus faria uma nova aliança com o seu povo
Um segundo ponto enfatizado por Jeremias, (31.31) e escreveria a lei em suas vidas e
era a responsabilidade humana relacionada não em tábuas de pedra. Jesus veio para
com Deus. O povo não podia culpar introduzir essa nova aliança e estabelecer a
ninguém, a não ser a si mesmo. Eles estavam verdadeira religião para sempre.
tentando acusar os pais, as nações vizinhas,
os profetas que apontavam os seus pecados
Esboço
ou até Deus - mas nunca a si mesmos.
1 .0 c h a m a d o d e Je re m ias 1. 1-19
Jeremias desejava que percebessem que a
2 . D e sc riç ã o d o s p e ca d o s d e Ju d á 2 . 1- 13.27
restauração só pode vir quando aceitamos o
3 . M inistério d e Je re m ias em Ju d á 14.1 - 33.26
fato de que somos responsáveis por nossas
4 . Je re m ia s e o s últim os d ia s d e Ju d á 34 . 1- 39.18
vidas. Certamente, todos esses fatos podem
5 . Jerem ias a p ó s a q u e d a d e Jerusalém 40 . 1- 41.18
influenciar, mas não devem ser usados como
ó . 0 e x ílio d e Je re m ias no Egito 42 . 1- 52.34
desculpas pelos nossos erros. "Não a minha
Temas Teológicos
Autor: Jeremias
O espírito do livro de Lamentações
Data: século VI a.C.
ultrapassa a idéia de chorar sobre o
Conteúdo passado. Temos aqui uma advertência
Embora o livro de Lamentações continue implícita de que transgredir é convidar o
anônimo, nunca houve qualquer dúvida de desastre. Os profetas haviam predito que
que Jeremias fosse o seu autor. Foi escrito por Deus julgaria os pecados do seu povo caso
uma testemunha ocular que lamentava a não se arrependessem. Agora, as cinzas da
destruição de Jerusalém - origem do nome, cidade eram um testemunho de que Deus
Lamentações. E um cântico fúnebre, escrito Durante séculos os judeus têm lido Lamentações no
no ritmo e estilo que lhe é peculiar, semelhante muro Ocidental.
ao das tristonhas canções judias. A primeira
linha da dupla de versos tem três partes e a
segunda apenas duas (A,B,C; A 1 , B').A
repetição deste ritmo, com o terceiro elemento
omitido sistematicamente, conhecido desde os
tempos antigos como ritmo kinah, é um lembrete
estilístico da ausência do ser amado, neste
caso, a cidade de Jerusalém.
E difícil imaginarmos o que representou a
queda de Jerusalém para os judeus do
Antigo Testamento, pois a maioria jamais
experimentou uma perda tão severa. Para
eles significava perder tudo: Templo,
sacerdócio, sistema sacrificial, capital, nação
e, na maioria dos casos, grande número de
entes queridos. Para os sobreviventes da
destruição, significou mais que uma marcha
forçada de cerca de 2.700 quilômetros até a
Babilônia, onde tiveram de viver no exílio,
subjugados por servidão e miséria.
havia falado e fora fiel à sua palavra. Sendo perde a esperança. O povo ainda pode
assim, a história não só foi uma vindicação confiar em Deus e receber o seu perdão.
de Deus e da sua justiça, como também uma Deus é o detentor das misericórdias que se
declaração da ira de Deus, conceito bem renovam a cada manhã e de grande
pouco popular. A maioria das pessoas fidelidade (3.19-39). Vemos o valor da
prefere enfatizar o lado terno de Deus, e isso paciência, oração e confissão do pecado.
está correto, mas não deve obscurecer um Deus não guarda ressentimentos e está
fato: de Deus não se zomba. Deus interferirá disposto a recomeçar na hora em que
quando, indiferentes à justiça, ignorarmos as estivermos prontos a reconhecer nossos erros
necessidades dos que nos rodeiam. A partir e submeter-nos a Ele novamente.
da Idade Média, os judeus passaram a ler
este livro nas noites de sábado, junto ao Esboço
muro das Lamentações em Jerusalém, 1. A desolação e tristeza de Judá 1.1-22
rememorando a queda da cidade. E uma 2. A vindicação de Deus 2.1-11
triste lembrança de que rebelar-se contra 3. A esperança de Judá na misericórdia de Deus
Deus não compensa. 3.1-66
Entretanto, Lamentações tem outro lado. 4. A glória futura de Judá 4.1-22
Apesar de abatida, a nação de Judá não 5. Oração final 5.1-22
Antigo Testamento 2 0 9
prostra-se diante do Senhor para adorá-lo. o seu Templo, desrespeitara o sábado, dera
Ezequiel também enfatiza o Espírito de Deus. ouvidos a falsos profetas, se entregara a
Os outros profetas haviam usado a frase "a impurezas e contaminações e entrara em
palavra do Senhor" para enfatizar a presença e alianças com estrangeiros.
a atividade divinas. Ezequiel diz que o Espírito No final, Ezequiel entrega uma mensagem de
de Deus o guia. O propósito dessa direção do restauração. A nação se levantaria das cinzas
Espírito é dar ao povo uma mensagem que o da morte, como um corpo morto da sepultura.
leve a Deus. O problema deles é terem se A esperança é vividamente retratada na visão
afastado de Deus, e não mais o conheciam. dos ossos secos (cap. 37). Uma nova era vai
Eles sabiam coisas sobre Deus, mas não tiveram chegar, na qual Deus reinará supremo.
um encontro pessoal com Ele. Conhecer Deus
neste sentido é reconhecer a Deus como Esboço
Soberano da História e Senhor de todos. Deus 1. Profecias de condenação para Judá e Jerusalém
deve ser reconhecido como o nosso Deus.
1.1-24.2/
Ezequiel trouxe também uma mensagem de
2. Mensagens às nações pagãs 25.1-32.32
juízo. O juízo de Deus deveria recair sobre a
3. A renovação da vida e da era ideal 33.1 -39.29
nação, porque Judá pecara contra o Senhor.
4 .0 novo templo e a nova era 40.1 -48.35
Judá desobedecera às leis de Deus, profanara
c Antigo Testamento 211
que quatro grandes reinos iriam cair. A humanos. Isto não significa que não
segunda visão de Nabucodonosor (4.1-37) tenhamos liberdade para agir, mas sim que
ressalta a sua vaidade e orgulho. Deus opera em nossas escolhas e por meio
O sonho de Daniel (7.1-28) se compara de delas. Isto nos dá confiança para viver,
muitas formas ao primeiro sonho de porque, em última análise, ninguém pode
Nabucodonosor, só que animais fantásticos desafiar a Deus sem sofrer as conseqüências.
representam os reinos do mundo, em vez de Deus continua no trono. Terceiro, o mal será
metais diversos numa estátua gigantesca. finalmente vencido. Embora os inimigos de
Neste sonho, aparece uma figura chamada Deus possam parecer, às vezes, superiores
de "filho do homem" (v. 13). (No Novo na História, o capítulo final não foi ainda
Testamento, Jesus usa este termo com escrito. Quando isto acontecer, Deus sairá
referência a si mesmo.) vencedor, juntamente com aqueles que
Daniel tem outra visão (9.24-27), talvez a decidiram viver para Ele. Finalmente, o
mais importante do livro. Ela fala de uma Messias de Deus, Jesus, é vital em seu plano
época em que a obra de Deus seria para o mundo; Daniel recebeu uma
completada. Muitos cristãos consideram esta revelação desse mistério redentor.
profecia cumprida por Cristo, aquEle que
expiou a iniqüidade e trará a justiça eterna.
Daniel tem outras visões (8.1-27; 11.2-20;
11.21-12.3), também proféticas, tratando de
Esboço
eventos da história do mundo.
1. A vida na Babilônia 1.1-2
Temas Teológicos 2. Primeiras visões na Babilônia 2.1 -6.28
Podemos ver quatro elementos na mensagem 3. Visão de Daniel sobre os impérios do mundo
de Daniel: primeiro, Deus é onisciente. Ele 7.1-8.27
pode predizer eventos futuros e revelou 4. Visões de Daniel sobre a História e a
alguns desses segredos aos profetas. salvação 9.1-12.13
Segundo, Deus controla os assuntos
Graça é misericórdia estendida aos que não a caso, significa compreensão, e não tanto a
merecem. Como Gomer, Israel também não recapitulação de fatos. Israel não compreendia
era qualificado. Terceiro, Oséias enfatiza a absolutamente Deus. Nem Gomer entendia
realidade e enormidade do pecado de Israel. Oséias. Quinto, o arrependimento deve
Ele não estava cego para o fato de as ações preceder a renovação. Deus pede que Israel
de Gomer e Israel serem erradas e não podia reconheça o seu pecado e volte para Ele.
ignorar isto em nome de um sentimentalismo
confundido com amor. O verdadeiro amor vê o
Esboço
que está realmente em jogo e chama as coisas
1. A vida de Oséias como profecia 2.2-3.5
pelo nome certo. O que Israel e Gomer
2. A mensagem de Oséias sobre o juízo
estavam fazendo era pecado, e este iria
para Israel 4.1-13.16
finalmente destruí-los. Quarto, o problema
básico de Israel está em terem "rejeitado o 3. Promessa de bênção, caso Israel se
conhecimento" (4.6). Conhecimento, neste arrependa 14.1-9
Deus prometeu que o povo de Israel iria brotar como flores (Os 14.5).
Antigo Testamento 2 1 7
Joel
Autor: Joel
Data: provavelmente século VIII a.C.
Conteúdo
Pouco se sabe sobre o profeta Joel, exceto
que o nome de seu pai era Petuel. Ele viveu,
provavelmente, em Jerusalém e profetizou
para o Reino do Norte, Judá. Seu livro tem
sido considerado o primeiro profético escrito,
o último, ou escrito em qualquer ponto entre
essas duas épocas. Joel se esforça para
harmonizar seu ritmo às suas sentenças. Seu
livro é uma das peças literárias mais
elegantes do Antigo Testamento.
Uma atmosfera de juízo iminente domina esta
profecia. As principais nações do mundo,
Babilônia e Assíria, não são mencionadas;
cabe-nos então adivinhar a quem Joel se
refere, quando pensa no juízo vindouro. Uma
praga de gafanhotos acabara de varrer a
Deus prometeu restaurar seu povo a uma
terra, proporcionando um pano de fundo terra fértil.
para as visões de condenação de Joel.
associado com o fim dos tempos. Esta dupla
Quando o livro começa, ouvimos o som de
abordagem oferece ao estudioso da Bíblia
um poderoso exército de insetos devastando
um exemplo excelente, conhecido como
a vegetação.
"síntese profética". Dois eventos futuros,
Temas Teológicos embora separados por muitos anos, são
Usando a praga de gafanhotos como mencionados como se fossem um só. Joel
exemplo, Joel medita sobre a ira vindoura de chama à praga de gafanhotos "Dia do
Deus. Suas palavras se referem à existência Senhor" (1.15-2.1,2,31). Um segundo tema
presente de Judá, mas depois se desviam em Joel é que, depois do juízo, um tempo de
para discutir um juízo futuro, geralmente prosperidade abençoada pode ser esperado
218 S íntese dos Livros da Bíblia
ele, é justo, paciente, longânimo e imparcial. Amós chama atenção para o juízo vindouro;
Deus busca comunhão com o seu povo e o Senhor rugirá de Sião e o povo se
exige uma vida justa da parte deste. Amós encolherá de medo. Além de tudo isso, em
esforça-se em todo o livro (basicamente meio a uma série de pronunciamentos sobre
composto de sermões) para ressaltar que a a ira vindoura, Amós diz que Deus chora
graça de Deus foi mostrada a Israel e como sobre os pecados do povo, não se alegra em
Israel a ignorou. Ele escolheu Israel para uma enviar juízo e oferece-lhes arrependimento.
bênção especial; deu-lhes a lei, estabeleceu Mas o profeta não se mostra claramente
um lugar de adoração no Templo e instituiu o otimista com relação à perspectiva de
sistema de sacrifícios; combateu com eles; verdadeiro arrependimento por parte de
operou milagres; guiou-os no deserto; Israel.
preparou um lugar para eles em Canaã; No final, Amós transmite à nação as
enviou-lhes profetas e líderes especiais exigências de Deus. Eles não devem mais
(nazireus); concedeu-lhes riqueza, alimento, levar sacrifícios ou ofertas ao Templo, mas
roupas e casas; fez com que os negócios e o sim procurar a justiça, a bondade, a
comércio prosperassem, e deu a eles a sua honestidade e o bem-estar de todo o povo. O
palavra. juízo deverá correr como um rio, e a justiça,
Amós lista os pecados de Israel, como o ribeiro perene (5.24).
descrevendo-os como culpados de
crueldade, genocídio, desonestidade, ira,
cobiça, desobediência à lei, excessos
sexuais, profanação dos mortos, rejeição aos
Esboço
profetas, violência, roubo, egoísmo, injustiça,
1. 0 juízo sobre as nações 1.1-2.16
engano e orgulho. Amós salienta que tal
2. Três sermões proféticos 3.1-6.14
comportamento é autodestrutivo. O pecado é
3. As visões de Amós 7.1 -8.8
contrário à vontade de Deus e não deixará
de ser castigado por Ele. 4. Epílogo 8.9-9.15
Antigo Testamento 221
comemorando vitórias dos assírios e palácios. livro parece histórico, contendo o nome do
Relatos da história assíria e de sua política profeta, e os eventos da sua vida são
exterior foram redigidos e guardados em cuidadosamente descritos. Não se nega que foi
bibliotecas públicas. No auge do seu poder, necessário um milagre para que Jonas pudesse
Nínive tinha uma muralha de mais de 112 sobreviver à longa permanência no interior do
quilômetros de comprimento cercando seus peixe. Se Deus pôde criar o mundo, os peixes e
175 mil habitantes. Jonas, ele certamente podia resolver um assunto
Quando Deus ordenou a Jonas que deixasse como esse (1.17). E interessante notar que há
sua cidade natal em Israel e fosse pregar em registro de casos de pescadores serem
Nínive, ele ficou furioso. Por que Deus engolidos por peixes e sobreviverem, até
deveria se preocupar com aqueles pagãos? mesmo em nossos dias. Outros argumentos
Jonas tomou, então, deliberadamente, um usados contra o livro, tal como o tamanho da
navio que seguia em direção oposta. Uma cidade ou a improbabilidade de ela se
grande tempestade desencadeou-se, e Jonas arrepender, são mais aparentes que reais. A
aceitou a responsabilidade pelo perigo, arqueologia mostrou que a cidade era bem
pedindo para ser atirado ao mar. Um grande grande, e quem pode dizer se eles se
peixe (talvez uma baleia, embora não arrependeram ou não? Levando tudo em conta,
possamos ter certeza) o engoliu e depois de é melhor aceitar o livro como um relato
três dias o lançou em terra. Percebendo o seu surpreendente mas verdadeiro da oferta divina
erro, Jonas foi pregar em Nínive. Quando o de arrependimento à nação assíria em Nínive.
povo da cidade se arrependeu, em vez de
Temas Teológicos
alegrar-se Jonas saiu da cidade, seguindo
O propósito do livro de Jonas é claramente
para o campo, extremamente ressentido.
declarado: "E não hei de eu ter compaixão
Deus deu-lhe então uma lição, usando uma
da grande cidade de Nínive?" (4.11). A
planta. O ponto era este: se Jonas podia
compaixão de Deus por todas as pessoas,
sentir pena de uma simples plantinha, não
até mesmo pelos inimigos de Israel, faz parte
deveria Deus compadecer-se de uma cidade
da essência do livro.
inteira, cheia de gente?
Grande parte da discussão ligada ao livro de
Esboço
Jonas refere-se a esses eventos terem ou não
realmente sucedido. Alguns argumentam que a 1. A recusa de Jonas em obedecer
narrativa se parece com uma parábola à ordem de Deus 1.1-17
ampliada, não devendo então ser aceita 2 .0 arrependimento de Jonas 2.1-3.10
literalmente. Os rabinos usavam com freqüência 3. 0 remorso de Jonas com o fato de a cidade
auxiliares de ensino, como as parábolas, da ter aceito a Deus 4.1-10
mesma forma que Jesus. Outros acreditam que é 4. A compaixão de Deus por Nínive 4.11
melhor deixar que o relato fale por si mesmo. O
Livros dos Profetas
Profeta Falou a Mensagem
Profetas Pré-exílicos (9 3 1 -5 8 6 )
Joel* Judá Joel prega a humildade nacional e pessoal e o
arrependimento, dizendo que a destruição aguarda
os perversos no Dia do Senhor, mas o Espírito
será derramado sobre os fiéis.
Jonas Nínive Jonas profetiza contra a perversa nação gentia
de Nínive, e Deus aceita o arrependimento dos
ninivitas, demonstrando a extensão do seu amor
e misericórdia.
Amós Israel Amós pronuncia juízo contra Israel por causa da
sua injustiça social, decadência moral,
apostasia e falta de interesse pelos
necessitados.
Isaías Judá Isaías adverte do juízo, porque o cuidado de
Judá com o ritual religioso não está associado
ao amor pelos outros e à santidade diante de Deus.
Ele oferece esperança através do Servo sofredor
que virá.
Miquéias Judá Miquéias adverte que a corrupção da nação irá
trazer juízo iminente, mas consola o povo com a
promessa do futuro reino messiânico.
Oséias Israel A infidelidade da mulher de Oséias ilustra a
infidelidade de Israel a Deus. Oséias convida a
nação a voltar ao primeiro amor.
Naum Nínive Um século depois do arrependimento de Nínive,
Naum proclama a condenação por causa do seu
orgulho, opressão e idolatria sem precedentes.
Sofonias Judá Sofonias fala de um juízo universal, a começar
em Judá, todavia conclui a sua mensagem com uma
promessa de restauração.
Profeta Falou a Mensagem
O. ,'^ v V Y
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Antigo Testamento 2 2 9
de todos esses pecados. Nínive era uma disposto a salvar a cidade se eles se
cidade sangrenta (3.1), uma perfeita arrependerem. Deus está sempre buscando o
descrição das terríveis profundezas em que a perdido, é tardio em irar-se (1.3), é bondoso
nação da Assíria afundara. (1.7), é uma fortaleza para os que confiam nEle
A base da mensagem de Naum é que Deus (1.7). Deus tem boas novas para os que
reina por sobre toda a terra, até sobre os quiserem escutar (1.15), um tema mais tarde
que não o reconhecem como Deus. Os discutido pelos escritores do Novo Testamento
deuses e deusas dos ninivitas não eram ao descrever a obra de Jesus e a pregação do
nada, segundo Naum. O único Deus que Evangelho (palavra que significa boas novas).
existe considera que todos devemos prestar
conta de nossos atos, quer saibamos ou
não, quer aceitemos ou não. Só Deus é
Esboço
Deus. Os ninivitas, em breve, veriam que
confiar em ídolos é confiar em madeira e 1. U m a p ro fe c ia d e ju ízo 1. 1-15
pedra. 2 . A q u e d a d e N ín iv e 2 . 1-13
Não obstante, Naum afirma que Deus está 3 . U m a r a z ã o p a r a a q u e d a d e N ín iv e 3 . 1-19
de todos esses pecados. Nínive era uma disposto a salvar a cidade se eles se
cidade sangrenta (3.1), uma perfeita arrependerem. Deus está sempre buscando o
descrição das terríveis profundezas em que a perdido, é tardio em irar-se (1.3), é bondoso
nação da Assíria afundara. (1.7), é uma fortaleza para os que confiam nEle
A base da mensagem de Naum é que Deus (1.7). Deus tem boas novas para os que
reina por sobre toda a terra, até sobre os quiserem escutar (1.15), um tema mais tarde
que não o reconhecem como Deus. Os discutido pelos escritores do Novo Testamento
deuses e deusas dos ninivitas não eram ao descrever a obra de Jesus e a pregação do
nada, segundo Naum. O único Deus que Evangelho (palavra que significa boas novas).
existe considera que todos devemos prestar
conta de nossos atos, quer saibamos ou
não, quer aceitemos ou não. Só Deus é
Esboço
Deus. Os ninivitas, em breve, veriam que
confiar em ídolos é confiar em madeira e 1. U m a p ro fe c ia d e ju íz o 1. 1-15
pedra. 2 . A q u e d a d e N ín iv e 2 . 1-13
Não obstante, Naum afirma que Deus está 3 . U m a r a z ã o p a r a a q u e d a d e N ín iv e 3 . 1-19
respostas. Ele faz uma pergunta e Deus dá a confiar nEle e a viver pela fé. Em um certo
resposta. A primeira pergunta é encontrada sentido, isto não é tanto uma resposta à
em 1.2-4. Ele pergunta, em essência, por que pergunta como um convite para compreender
Deus permite o mal. A justiça falhou, os quem é Deus. Habacuque entende, então,
pobres são oprimidos, a violência pode ser que estivera falando demais. A atitude
vista em toda parte, e Deus parece permitir adequada na presença de Deus é o silêncio:
que essas coisas aconteçam. A primeira o silêncio da aceitação tranqüila, e não o
resposta está em 1.5-11. Deus responde que ressentido da resignação ao nosso destino
está prestes a interferir e castigar o pecado (2.20). A seguir, vem uma das mais belas
existente em Judá. Ele fará isto, usando os orações do Antigo Testamento, terminando
caldeus (babilônios) como a vara da sua ira. com a afirmação de fé feita por Habacuque
Eles são terríveis na guerra, orgulhosos, (3.17-19). Podemos nos alegrar no Senhor,
adoradores da própria força, impiedosos mesmo quando tudo nos é tirado. Em vista
com os prisioneiros e destinados a vencer. disto ter realmente acontecido no caso de
Isto provoca uma pergunta ainda mais séria Habacuque, ele é um exemplo de como
na mente de Habacuque: Como Deus podia enfrentar o pior que a vida tem para nos
usar uma nação ainda mais perversa para oferecer.
castigar Judá? (1.12-2.1). Deus é tão puro, Outro ponto importante deste livro é que
que não pode olhar para o mal, todavia, está Habacuque mostra como Deus pôde usar os
pronto a valer-se dos babilônios. Como pode babilônios, embora eles não o reconhecessem
ser isso? Deus dá uma resposta em duas como Deus. Deus é Senhor de toda a terra, até
partes. Em 2.6-19, o aspecto histórico e dos que se recusam a aceitá-lo como tal. Isso
prático da questão é respondido. Babilônia não tem importância para Deus, porque Ele é o
será também julgada. Em 2.2-4, o aspecto único Deus que existe. Esta compreensão deve
teológico da pergunta de Habacuque é dar-nos muito conforto, quando somos tentados
respondido com uma das frases mais a imaginar que Deus não pode agir só porque
importantes encontradas na Bíblia: "O justo as pessoas a quem amamos não reconhecem a
viverá pela fé." Deus diz a Habacuque que a sua existência.
lógica humana pode falhar, mas não a
sabedoria de Deus. Embora não possamos
entender o que está acontecendo, isto não
Esboço
1. Introdução 1.1
significa que não haja uma resposta. Deus
tem a resposta, e quem desejar ser justo
2 . 0 problem a d o p e ca d o d e Jud á 1. 2-4
(reto) diante de Deus deve aprender a
3 . 0 juízo sobre o p e ca d o de Jud á 1.5-11
4. A seg un d a pergunta d e H a b acu q u e 1. 12- 2.1
À esquerda: Rua da antiga Jerusalém. Habacuque 5 . A resposta d e D eus e o ch a m ad o p ara a fé 2. 2-19
profetizou pouco antes da queda da cidade. 6. A fé triunfante d e H a b acu q u e 2. 20 - 3.19
232 Síntese dos Livros da Bíblia
palavras: “Ao trabalho de Deus, feito à maneira Pastor, rejeitado pelo seu povo, vendido por
de Deus, jamais faltará o suprimento de Deus." trinta peças de prata, entrando em Jerusalém
Sexta Visão: um rolo voador. Esta é uma em triunfo sobre um jumento e, finalmente,
declaração pública de que os pecados de lamentado como um filho único. O Novo
Israel serão castigados. Ela mostra que mesmo Testamento vê tudo isto cumprido em Jesus
na comunidade restaurada, o pecado continua Cristo.
sendo um problema e necessita ser Temas Teológicos
considerado. A mensagem básica de Zacarias refere-se ao
Sétima Visão: um cesto voador. Esta visão é cumprimento da vontade de Deus. Deus, o
basicamente a mesma que a anterior. O cesto, Senhor dos Exércitos, tem o controle absoluto da
quando aberto, revela os pecados da nação. vida e da História. Por meio de símbolos,
Eles são removidos quando duas mulheres com imagens e afirmações, Zacarias deixa claro que
asas como as de cegonhas levam o cesto nunca precisaremos temer se estivermos
embora. Isto mostra tanto a presença do obedecendo à vontade divina. Deus sabe o que
pecado na comunidade como o fato de que faz e tem o completo controle de tudo. O
Deus pode perdoá-lo, removendo-o para Messias (Jesus cristo) virá para representar Deus
sempre. e cumprir a vontade de Deus. Da primeira vez
Oitava Visão: quatro carros entre montes de virá em fraqueza, mas depois, como soberano
metal. Esta visão obscura fala da certeza da Juiz.
vontade de Deus ser cumprida. Os montes
representam a força dos decretos de Deus, e os Esboço
carros, os agentes divinos mediante os quais
1. Introdução 1.1-6
Deus realiza os seus propósitos.
2. Uma série de oito visões 1.7-6.15
A coleção das diversas visões é importante por
3. Vários oráculos 7.1-14.21
se referirem ao Messias, que virá como o Bom
1 Esdras Tobias
Esta narrativa histórica compara-se à de três Esta é uma história curta e fantasiosa que
livros do Antigo Testamento: 2 Crônicas, descreve o cuidado de Deus pelos seres
Esdras e Neemias. Em 1 Esdras, um longo humanos individualmente. A história tem lugar
trecho que não se encontra no Antigo durante o cativeiro e se refere a Tobias, que
Testamento refere-se à determinação da fica acidentalmente cego, e a seu filho do
maior força do mundo (3.1 - 5.6). As forças mesmo nome. Tobias ora para que a morte
mencionadas são o vinho, o rei, as mulheres venha, enquanto uma jovem chamada Sara
e a verdade, sendo que esta última é pede para ser liberta do demônio Asmodeus.
declarada a força mais poderosa do O demônio matara sete noivos seus,
Universo. O restante do material em 1 Esdras exatamente na noite do casamento. Deus
não difere significativamente do Antigo responde às duas orações, enviando o anjo
Testamento. Rafael, o qual toma forma humana, sob o
nome de Azarias. Tobias se junta a Azarias
numa viagem e, seguindo o conselho do anjo,
2 Esdras guarda o coração, o fígado e o fel de um
Esta obra composta é um livro judeu peixe apanhado no rio Tigre. Tobias mais
essencialmente apocalíptico (em alguns tarde se casa com Sara, queimando o
pontos semelhante a partes de Daniel) com coração e o fígado do peixe na noite de
adições cristãs. O núcleo do livro consiste de núpcias, para expulsar o demônio Asmodeus.
sete visões experimentadas por Esdras e Ao voltar para casa, Tobias unge os olhos do
superficialmente explicadas a ele pelo anjo pai com o fel retirado do peixe, restaurando-
Uriel. As visões tratam de Israel, do fim dos lhe a visão. Deus se importa conosco e
tempos, da aurora da era da salvação, da responde às orações, esta a mensagem do
vida após a morte, da eleição, de Jerusalém, livro.
de Roma, do Messias, do juízo e da
eternidade. O tema constante de 2 Esdras é
Deus no controle da história e destino
Judite
humanos. Não devemos, portanto, olhar as Judite é um relato fictício dos atos de uma
aparências, mas as realidades interiores, que heroína para salvar seu país. Depois do
realmente governam a nossa existência. Se avanço do exército de Nabucodonosor sobre
fizermos isto, jamais nos desesperaremos, Israel, Judite vai ao acampamento do inimigo
pois temos consciência de que Ele é o e se oferece para contar segredos militares.
Soberano Senhor. Usando seus encantos e a inteligência, ela
Cisternas de Salomão, perto de Belém, supriam de água a antiga Jerusalém.
Baruque
Este livro é atribuído a Baruque, ajudante do
profeta Jeremias, e consiste de discursos
breves, orações, confissões, consolo,
encorajamento e lamentações, dando a
entender que data do Exílio do século VI a.C.
Uma fé profunda em Deus se destaca em
todo o livro, mostrando que podemos
alegrar-nos, mesmo durante as horas mais
negras do cativeiro.
Ruínas do monastério de Cunrã, ativo em cerca de 130 a.C.
Adições
/
a Daniel Susana
A Oração de Azarias e o Cântico dos Três Esta é a história de uma jovem e bela mulher,
Hebreus são inseridos no livro de Daniel falsamente acusada de adultério por dois
entre 3.23 e 3.24. Apesar de estar cercado anciãos do povo, cujos avanços ela rejeitara.
246 Síntese dos Livros da Bíblia
O racão
/
de Manassés
Esta curta oração, que dá a entender ser a
referida em 2 Crônicas 33.18,19, expressa
louvor ao Senhor e confissão de pecados,
pedindo a misericórdia de Deus.
Dias de Festa Judaicos (Veja também o Calendário Judaico, p. 22)
Rosh Hashanah Deus como rei, Nesta celebracão do Ano Novo, que
Lv 23.24-25 juiz e redentor dura dois dias, os israelitas se preparavam para o Yom
Kippur, comemorado dez dias mais tarde. Na celebração, eles
exaltavam a Deus como aquEle cujos padrões os homens não
alcançam e recapitulavam a sua grandeza, amor e misericórdia.
Yom Kippur expiação 0 povo passava o Yom Kippur (Dia da Expiação) afastado do
Lv 23.26-32 pelos mundo, orando na Casa de Deus, enquanto os sacerdotes
pecados da nação ofereciam sacrifícios pelos pecados da nação. Reconhecendo
este dia como o dia de festa mais santo de todos, os judeus não
comiam nem bebiam durante 24 horas.
Páscoa Israel liberto Conhecida pelos judeus como Pessah, a Páscoa era o dia da
Lv 23.4-8 do Egito independência dos israelitas. Cada família relembrava a
Mt 26.17 primeira Páscoa, enquanto fazia a sua própria refeição pascal.
A celebração continuava durante sete dias, para comemorarem
o Êxodo e as peregrinações no deserto, comendo pão sem
fermento e abstendo-se de qualquer trabalho.
GALILEIA BASÃ
Mar de Quinerete
Monte Carmelo
Monte Tabor
Rio Jarmuque
PLANÍCIE DE JEZREEL
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Monte Halak
Ribeiro de Zérede
DESERTO ARAB Á
N ovo Testamento 2 55
importante para Marcos. Não é sem razão que opositores lhes daria forças para imitá-lo.
a Igreja escolheu a cruz como símbolo; o Marcos deseja, finalmente, mostrar o poder de
Evangelho de Marcos explica o motivo. Jesus. Através de todo o livro, podemos ver
Marcos deseja destacar um segundo ponto: Jesus vencendo os poderes demoníacos, a
Jesus, embora Filho de Deus, era também doença, a ignorância, os inimigos e por último a
humano. Marcos salienta as emoções do Mestre morte. O Pai o apoiou, e Ele cumpriu a tarefa
mais que qualquer outro escritor, vendo-o como que lhe foi confiada.
alguém igual a nós em todos os aspectos,
porém sem pecado. Jesus ficou cansado, com
fome, desanimado; foi encorajado, fortalecido; Esboço
mostrou-se determinado e resoluto. Todos 1. P ró lo g o 1. 1-13
podemos nos identificar com Ele, pois, como 2 . 0 p rim e iro m in isté rio d e J e su s 1. 1 4 - 9.1
seres humanos, experimentamos sentimentos 3 . A tra n sfig u ra ç ã o e a v ia g e m p a r a J e ru sa lé m
similares.
9.2 - 10.52
Em terceiro lugar, Marcos escreve para
4 . A últim a s e m a n a d e J e s u s 11.1 - 15.47
encorajar os cristãos que estavam sendo
5 . A re ss u rre iç ã o d e J e su s 16. 7 -8 (2 0 )
perseguidos. Ver a resistência de Jesus a seus
H a H H H H il N ovo Testamento 2 5 7
Lucas
Autor: Lucas
Data: c. 65 d.C.
Conteúdo
Lucas, médico da Antiguidade e companheiro
de viagem do apóstolo Paulo, escreveu o
terceiro evangelho. Ele reuniu o que
evidentemente pretendia ser uma história do
movimento cristão desde o início até os seus
dias. Sua obra inclui: o evangelho sobre Jesus
de Nazaré como primeiro volume; o livro de
Atos, que trata do trabalho do Cristo
ressurreto na vida de seus seguidores, como
segundo; e talvez um terceiro volume, que se
perdeu ou jamais chegou a ser escrito devido
à perseguição daqueles dias (na qual Lucas
pode ter morrido). Paulo e Pedro morreram
aproximadamente nessa época, sendo então
possível que o mesmo tenha acontecido a
Lucas.
Os quatro primeiros versículos do Evangelho
de Lucas contam os fatos históricos do
período da elaboração do livro e também
como os escritores antigos faziam suas obras.
Lucas revela que o Cristianismo despertara a
Tecelã dos tempos bíblicos.
atenção das pessoas, a ponto de "muitos"
terem começado a escrever histórias do novo detalhado dos fatos, entrevistando as pessoas
movimento (Marcos era sem dúvida um que os haviam testemunhado desde os
deles). Isso era bom, mas também primeiros dias de Jesus. A pesquisa resultou
preocupante. Lucas temia que a verdade se no evangelho que leva o seu nome. O livro
perdesse em meio a tantos escritos, caso o está endereçado a um oficial romano
material não fosse cuidadosamente chamado Teófilo, sem dúvida para convencê-
verificado. Portanto, resolveu fazer um estudo lo de que o Cristianismo não constituía uma
Detalhe da cidade antiga de Belém.
ameaça ao império, sendo também o profecia Lucas enxerga como um evento
caminho indicado por Deus para a salvação. extraordinário da história secular. E lista seis
notas históricas (3.1,2) para assegurar a
Temas Teológicos
exatidão. A informação é tão precisa nesta
O Evangelho de Lucas possui várias
parte do evangelho, que sua fonte (ou grande
características. Lucas faz questão de associar
parte dela) deve ter sido Maria, a mãe de Jesus.
Jesus à história mundial. Em sua genealogia,
Lucas se esforça ainda para demonstrar a
remonta aos ancestrais de Cristo até Adão, em
relação do Reino de Deus com os necessitados.
vez de limitar-se a Davi ou Abraão, como fez
Ele mostra que Jesus viera para trazer boas
Mateus. Isto não teria grande significado para o
novas aos pobres, oprimidos, enfermos,
leitor gentio, mas o fato de traçar Jesus até
quebrantados e cativos e também para libertar
Adão torna-o parte da história.
os homens e mulheres da servidão e opressão. E
Lucas demonstra também especial interesse no
uma mensagem espiritual que sensibiliza o
nascimento e na infância de Jesus. O que
indivíduo e a sociedade em geral.
Mateus interpreta como cumprimento de
Outro interesse de Lucas são os relacionamentos
260 Síntese dos Livros da Bíblia
sociais. Ele descreve, com simpatia e interesse, o necessidade está convidado a ir a Jesus para
lugar que as mulheres ocupavam entre os ser salvo.
seguidores de Jesus. Também percebe que o
fato de Jesus aceitar as mulheres contrariava Esboço
algumas regras da época. Jesus não temia ]. Prólogo 1.1-4
estabelecer novos padrões, especialmente para 2 .0 nascimento e infância de Jesus 1.5 - 4.13
quem não era tratado com justiça. 3 .0 ministério de Jesus na Galiléia 4.14 -
Finalmente, Lucas preocupa-se em mostrar a
9.50
dimensão universal do evangelho de Cristo.
4. A viagem de Jesus a Jerusalém 9.51 - 19.27
Mateus também demonstra o mesmo interesse,
5. Entrada triunfal e última semana em Jerusalém
mas fala como judeu. Lucas fala como gentio,
19.28-23.56
mostrando que o Evangelho é para todos -
6. A ressurreição e as aparições pós-ressurreição
homens, mulheres, escravos, livres, judeus,
de Jesus 24.1-53
gentios. Desse modo, quem tiver alguma
Império Romano
O ta v ia n o A ugusto Lc 2.1 C é sa r Reinou durante a prim eira m etade
31 a .C .-1 4 d .C . d a vid a d e Jesus.
Tibério Lc 3.1 C é sa r Reinou durante a seg u n d a m etade
14-3 7 d .C . d a vid a d e Jesus.
C lá u d io At 1 1 .2 8 ,1 8 .2 C é sa r O rd e n o u q ue tod os o s judeus
4 1 -5 4 d .C . saíssem d e Rom a.
N ero A t 2 5 .2 1 -2 5 ; C é sa r Paulo a p e lo u a ele durante sua
5 4 -6 8 d .C . 27.1; 2 8 .1 9 p risão por Félix e Festo. D ecapitou
Paulo e crucificou Pedro.
Palestina
Glossário: César - imperador omano; Procurador - governador de um território (Judéia etc.), que não tinha a
posição de província; Tetrarca - governante de uma província (a província representava originalmente um quarto
do todo).
*Quando Herodes morreu, em4 a.C., a Palestina foi dividida por Augusto entre os três filhos de Herodes.
João prossegue, recapitulando muitos fatos esperança, consolo, Deus, Céu e alegria, nos
também constantes dos outros três evangelhos termos mais pessoais imagináveis. E um dos
mas com uma interpretação especial, que trechos mais populares da Bíblia, contendo
extrai deles um sentido mais profundo. Ele palavras familiares como "Eu sou o caminho,
registra alguns incidentes não mencionados e a verdade, e a vida" (14.6) e "Ninguém
pelos outros. Um grande número de histórias tem maior amor do que este: de dar alguém a
deveria estar circulando na época, e João sua vida pelos seus amigos" (15.13).
afirma que, se tudo que Jesus fez fosse Temas Teológicos
escrito, seria difícil encontrar espaço Ao escrever o seu evangelho, além de nos
suficiente no mundo para todos os livros a dar alguns fatos básicos sobre a vida de
respeito dEle (21.25). Jesus, João tenta comunicar várias coisas.
Uma seção especial deste evangelho, os Primeiramente, que Jesus é Deus. Muitos
capítulos 14 - 17, não tem paralelo nos naqueles dias (e nos nossos também!)
sinóticos. Só João contém o trecho conhecido duvidavam disso. Jesus era, e continua sendo,
como "o discurso no cenáculo", onde Jesus o Deus eterno do Universo, juntamente com o
fala sobre vida, espiritualidade, oração, Pai e o Espírito Santo.
Modelo do templo de Herodes, Jerusalém.
Em seguida, João destaca a natureza humana pastor, e nós, as suas ovelhas. Ele é a porta
de Jesus. Ele era tanto homem quanto Deus. mediante a qual entramos na vida. Ele é o pão
Nasceu, viveu na Palestina, bebia água e se da vida que alimenta as nossas almas. Ele é a
alimentava; ficava cansado ao viajar; sofreu e água que cura a nossa sede mais profunda. Ele
morreu. João acha necessário ressaltar a é a vinha da qual somos os ramos. Todas essas
humanidade de Jesus, porque alguns intelectuais figuras de linguagem têm a intenção de nos
da época consideravam o Cristo um fantasma, mostrar que, sem Jesus, nada podemos fazer.
apenas de passagem por este mundo, sem Vivendo com esse conhecimento, nossa alegria
nunca realmente fazer parte dele. João será completa (15.11).
argumenta que só um verdadeiro ser humano
poderia salvar a humanidade.
Esboço
Em terceiro lugar, seu evangelho foi escrito
1. Prólogo 1.1-18
especificamente para que pudéssemos crer em
2. Ministério de Jesus na Galiléia 1.19- 12.50
Jesus e "ter vida em seu nome" (20.31). João
3. Jesus em Jerusalém pela última vez 13.1-38
tem interesse em que os que ouçam falar de
4. Discurso no cenáculo 14.1 - 17.26
Jesus se beneficiem com esse conhecimento.
5. A morte, ressurreição e aparições de Jesus aos
Por último, João enfatiza o relacionamento
íntimo entre Jesus e seus seguidores. Ele é o bom discípulos 18.1 - 21.25_________________
Distâncias entre Cidades Importantes Cafamaum
144 km
do Novo Testamento e Jerusalém
M 57 km
Mar da Caliléia
Nazaré
112 km •
482 km até
Antioquia
2.253 km »Cesareia
até Roma 86 km
Samaria
GRANDE MAR 56 km
214 km até
Damasco
Emaús
12 km
JERUSALÉM
Betânia
3 km
Hebrom
160 km 40 km
Mar Morto
TV?F-
S$j|g
M A C E D O N IA .m3m*
ITÁLIA Jfs] $ & £ * >' ■ ’U T • - S Íl
Somo .
• v
•Tiro
MAR MEDITERRÂNEO
Jerusalém
JUDEIA
A lexandria*
CIRENE . Leontópolis ARÁBIA
Iv^ênfis
EGITO
Rio Nilo
Tessalônica »Filipos
Mitilene GALÁCIA
Atenas
Corinto
CRETA CHIPRE
MAR MEDITERRÂNEO
Ptolemaida
,Cesaréia
JUDÉIA
Jerusalém
Esboço
1. Os primórdios da Igreja /. I - 2.47
2. O Evangelho em Jerusalém 3 .1 - 7.60
3. Propagação do Evangelho em Samaria, Jope e Antioquia 8.1 - 12.25
4. Viagens missionárias de Paulo 13.1-21.16
5. Prisão de Paulo e viagem a Roma 21.17 - 28.31
cartas da prisão (Efésios, Filipenses,
Epístolas (Cartas) Colossenses, Filemom), e cartas pastorais
(1 e 2 Timóteo, Tito). A Carta a o s f reus e
A terceira porte do N ovo Testamento contém considerada por alguns eruditos somo
as cartas dos escritores apostólicos. A maioria tombem da autoria de Paulo. As cartas
delas foi escrita pelo apóstolo Paulo restantes (Tiago - Judas) são chamadas
(Romanos - Filemom). Seus escritos foram "gerais" ou católicas, porque a mpioria delas,
subdivididos em cartas (Romanos, 1 e 2 exceto 2 e 3 João, foram escrita? à Igreja em
Coríntios, Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses), geral e não a igrejas locais ou Indivíduos.
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I 274 Síntese dos Livros da Bíbiia
descobriu a mesma coisa mais tarde, ao tentar tomamos conhecimento deste poder à medida
obter a salvação apenas pelas regras que confiamos nEle. Encontramos também
monásticas. As regras, quer judias, pagãs ou nesta carta uma discussão de como viver na
cristãs, não salvam; só Deus salva. prática o modo cristão (capítulos 12 - 15).
Paulo acompanha esses discernimentos com Uma parte importante de Romanos é o
uma longa discussão sobre os benefícios da comentário sobre Israel e a Igreja (capítulos
vida cristã e o modo de vivê-la. Os benefícios 9 - 11). Ele mostra que Deus operou em toda
são belissimamente detalhados no capítulo 8. a História, mas especialmente em Israel. Isto
Dois pontos bastam para resumir o todo. fez surgir o problema da razão, onde Deus
Primeiro, Deus nunca deixa de amar-nos. parece colocar certas pessoas de lado. Paulo
Nada na criação pode separar-nos do argumenta que este é apenas um dilema
Soberano da criação (8.37-39). Segundo, aparente. Na verdade, só os crentes em Israel
Deus tem poder para fazer com que todas as eram realmente Israel, e os crentes em Jesus
coisas colaborem para o nosso bem (8.28). continuam agora, como Israel espiritual. Isto
Não se pode explicar exatamente como Deus não significa, porém, que Israel tenha sido
faz isto; mas, por ser Deus, Ele pode, e
Novo Testamento 2 7 7
Esboço
1. Saudações 1.1-7
2 .0 mundo inteiro é pecador 1.8-3.20
3 .0 fato da salvação 3.21 -5.21
4. Aplicação da salvação 6.1 - 8.39
5. Israel e a Igreja 9.1-11.36
6. Diretrizes para o crente 12.1 - 15.33
Moeda mostrando um navio romano.
7. Saudações finais 16.1-27
Paulo afirma que somos salvos pela fé e colher. A fé traz vida. Uma vida de egoísmo e
libertos mediante um conjunto elaborado de maldade traz a morte. A opção está diante
argumentos. Ele mostra que o seu apostolado de nós, e Paulo insiste que escolhamos a vida.
lhe dá o direito de falar com autoridade; que
o Jesus ressurreto lhe revelara a verdade; que
seus ensinos eram coerentes com o Antigo
Testamento, e nisto concordavam os outros
apóstolos em Jerusalém; que o Espírito Santo Esboço
confirmara a verdade da sua mensagem, 1. Introdução 1.1-9
operando milagres e que o seu evangelho 2. Paulo defende o seu apostolado 1.10 - 2.10
produzia bons resultados na vida do 3. Paulo defende o seu Evangelho 2.11-21
indivíduo. Quem não concordasse deveria ter 4. A salvação e os seus benefícios 3.1 -4.31
cuidado para não acabar lutando contra 5. A liberdade que Cristo nos dá 5 .1 -6 .1 8
Deus. O que os homens plantam é o que irão
Colossenses
Autor: Paulo
Data: 60 ou ó l d. C.
Conteúdo
Paulo escreveu esta carta enquanto se
achava preso em Roma. Ela faz parte de um
grupo chamado "cartas da prisão"
(Filipenses, Efésios e Filemom). Não há
evidência de que Paulo já tivesse estado em
Colossos, mas ele evidentemente conhecia as
pessoas do lugar. Elas foram provavelmente
convertidas em Efeso, uma cidade vizinha,
quando Paulo ministrou ali, na sua terceira
viagem missionária (veja o mapa na p. 281).
Paulo permaneceu em Efeso durante dois
anos e meio, e Lucas registra que todos os
moradores da Ásia (Ásia Menor, o que inclui
Colossos) tinham ouvido a Palavra do Senhor
(At 19.10). A carta em si não é tão pessoal
quanto outras missivas de Paulo, e isto é
compreensível. Ele menciona um mensageiro
especial, Epafras, elo entre o apóstolo e a O teatro, Afrodisias, perto da antiga Colossos.
igreja de Colossos (1.7), assim como uma
ou o ensinamento por si só levaria à
série de outras pessoas suas conhecidas
estreiteza de idéias e à justiça própria. A
(4.10-17).
prática ou a ação por si só levaria ao conflito
Como acontece com muitas das cartas
e ao erro. Em conjunto, tendo a doutrina
paulinas, Colossenses pode ser dividida em
correta como base, é possível viver de modo
duas partes principais, a primeira doutrinária
agradável a Deus, a nós mesmos e aos
e a segunda prática. E significativo que as
outros.
cartas de Paulo sejam sempre arranjadas
deste modo, com a doutrina em primeiro Temas Teológicos
lugar. O ensino correto deve ser sempre o Na parte doutrinária desta carta, a ênfase
fundamento para a ação correta. A doutrina recai no que os teólogos denominam
N ovo Testamento 291
cristologia, ou a doutrina de Cristo. Paulo dos judeus piedosos esperava. Ele veio para
pretende ressaltar a natureza ímpar de Jesus, vencer o mal em todas as suas formas,
que é a imagem ou reflexo expresso do Deus todavia apresentou-se como um servo de
invisível. Ele participou da criação do mundo Deus disposto a morrer. De fato, foi a morte
e de todas as coisas nele contidas. Ele tem de Jesus que possibilitou a destruição do mal
igualmente parte na tarefa de mantê-lo (2.13-15). Para os que são capazes de crer, a
existindo. Nada subsiste sem Cristo, que verdade está diante dos olhos. Se
também é o cabeça ou o chefe da Igreja. pudéssemos esquecer de nós mesmos e viver
Paulo salienta que as qualidades eternas de para Deus e os outros, encontraríamos a
Deus, que poderiam ter ficado para sempre verdadeira vida. Jesus apontou o caminho,
ocultas de nós, foram reveladas em Cristo, morrendo pelos nossos pecados e voltando a
que se tornou um de nós. Porém, dois viver.
detalhes sobre a sua vinda ao mundo Segundo, o auto-sacrifício de Jesus não foi
merecem destaque. simplesmente para nossa contemplação e
Primeiro, não foi da maneira como a maioria reflexão. Seu propósito, determinado por
Fonte de Trajano, em uma rua da antiga Efeso.
292 Síntese dos Livros da Bíblia
Deus, é tornar-nos pessoas melhores. Como maridos e filhos; temas de oração, pureza
cristãos, temos tudo que precisamos para pessoal e liberdade cristã.
viver. Cristo nos libertou de todas as forças
malignas, está sentado à destra de Deus e
devemos pensar nas coisas que são de cima Esboço
e não nas que são da terra (3.1-4). 1. Saudação de abertura e oração 1. 1-12
A prática sucede à doutrina, e ambas, em 2. Ensino cristológico 1.12-2.15
alguns casos, se misturam. Os pontos são:
3. Implicações práticas da cristologia 2.16 - 4.6
como viver a vida cristã; como ter paz
4. Comentários finais e despedidas 4.7-18
pessoal; comentários sobre os pais, esposas,
Cristo. 0 apóstolo sabia como era difícil Paulo ocupa a última parte de sua carta
permanecer fiel, especialmente em meio à discutindo um mal-entendido grave que
forte perseguição, e estava profundamente surgira sobre a volta de Jesus. E difícil saber
grato a Deus pela maneira como eles exatamente o problema, mas ele
continuavam firmes em seu compromisso. evidentemente assumira duas faces. De um
Paulo lembrou-os de que Jesus não só nos lado, alguns ficaram confusos sobre quem iria
livrou dos nossos pecados, mas nos beneficiar-se com a volta de Cristo, supondo
resguardará de todo mal quando voltar. que só os vivos seriam incluídos - assim, os
A carta prossegue neste teor, falando sobre o que morressem antes de Ele voltar seriam
ministério do apóstolo e de como iam as simplesmente deixados de lado. Do outro,
coisas em sua vida. Ele também fora estavam aqueles preocupados com a idéia de
perseguido e, portanto, compreendia o que quando Cristo voltaria, chegando ao ponto
os tessalonicenses estavam enfrentando. de abandonar seus ofícios e tornar-se um
Outros haviam sofrido igualmente por Cristo, peso para a igreja. Paulo corrige esses
em especial os crentes da Judéia (a terra de problemas, e passa a destacar o fato da volta
Israel). Nunca foi fácil ser cristão, era o que de Cristo e o que isto deveria significar para
Paulo desejava compartilhar com aqueles nós. Esta é a certeza que irá encerrar a era
novos seguidores do Senhor. Ele falou de presente, trazendo consolo para os cristãos e
maneira muito pessoal, afirmando que o seu juízo sobre os incrédulos. Devemos viver com
cuidado por eles era como o de uma ama, ou expectativa, alegria e coragem à luz da sua
o de um pai por seus filhos. Em tudo havia a ocorrência em breve.
intenção prática de ajudar os tessalonicenses
a viver melhor.
Um problema especial relativo ao casamento
Esboço
e à santidade pessoal havia surgido, e Paulo
1. Saudações e exortações de Paulo aos
trata especificamente do caso. O mundo
tessalonicenses 1.1-2.20.
antigo era notoriamente negligente nessas
2. Aleqria de Paulo com as notícias de Timóteo
questões, criando graves problemas para os
3.1-13
que tentavam manter suas vidas em ordem.
3. Tratadas as questões morais 4.1-12
Paulo lhes garante que, com a graça e a
4. A volta de Cristo e o dia do Senhor
força de Deus, eles iriam vencer as tentações
4.1 3-5.28
e obstáculos ao crescimento cristão.
v.
298 Síntese dos Livros da Bíblia
pequenos impérios para si mesmos, isto teria significado a nossa perdição eterna.
independentes das igrejas estabelecidas. Por causa do seu amor por nós, Ele se dispôs
a deixar temporariamente tudo para trás, a
Temas Teológicos fim de nos trazer a salvação. O sumário de
Num curto resumo explicativo sobre Jesus, Paulo termina com uma ênfase sobre a
Paulo esboça alguns elementos essenciais da ascensão de Cristo e a pregação do
fé (3.16). A fé cristã é um profundo mistério; Evangelho ao mundo.
só Deus sabe tudo o que há para saber. Paulo reitera, também, outros pontos
Nossa parte é confiar em Deus e não nos teológicos, tais como o lugar da oração, a
preocuparmos com as coisas sobre as quais ressurreição, a natureza de Deus e os
não temos controle. A encarnação e a benefícios da morte de Cristo.
ressurreição de Cristo estão no centro da O material prático desta carta cobre duas
nossa fé. Jesus poderia ter permanecido para áreas, a vida pública da igreja e a existência
sempre com o Pai em sua glória eterna, mas privada. O material sobre a vida da igreja
deve ser estudado cuidadosamente, por todos ênfase sobre a liberdade apropriadamente
os que aspiram ocupar um cargo. Paulo lista exercida. E evidente, que alguns desejavam
os requisitos para aqueles que querem servir controlar a vida de outros, mas Paulo não
como bispos [ou anciãos) e diáconos. Há permite isso. Devemos tomar nossas próprias
algumas diferenças nas exigências, mas, elas decisões sobre o que comer ou beber, se
basicamente requerem que o indivíduo seja devemos ou não casar, e como tratar de
totalmente dedicado em sua vida e coração. nossos negócios pessoais (4.1-10). Nossas
Um líder é também designado para cuidar necessidades básicas não devem ser
das viúvas, uma categoria feminina desprezadas, porque Deus nos fez assim.
extraordinariamente grande na Antiguidade. Mas, elas não devem dominar-nos,
O fato de haver liderança na igreja indica transformando-nos em glutões, bêbados ou
que todos temos necessidade de ordem e adúlteros. Tudo deve ser colocado no seu
disciplina. Assim como uma casa ou um devido lugar, sob a orientação do Espírito e
negócio não funcionam bem sem chefes e com uma atitude de humildade.
regulamentos, a igreja precisa ter os seus
Esboço
líderes, guiados pelo Espírito e responsáveis
1. Saudação e tarefa para Timóteo 1.1-20
diante de Deus e do povo.
2. Os líderes da igreja e a adoração 2.1-3.16
O material dedicado à vida cristã abrange,
3. Regulamentos gerais 4.1-16
na prática, os relacionamentos e atos
4. Regulamentos e instruções específicos 5.1-6.10
humanos. Há material sobre filhos, pais,
maridos, mulheres e servos. Há também uma 5. Tarefa final para Timóteo 6.11-21
atmosfera e se tornam também assim. Quando recebemos dons de Deus, mas eles devem ser
somos pais, nossa tarefa é continuar esse usados. Se não forem, irão murchar e morrer,
padrão, a fim de nossos filhos viverem também como um músculo que deixamos enferrujar por
diante do Senhor. E significativo que Paulo tenha falta de uso. Se praticarmos os nossos dons, eles
destacado as duas mulheres em sua irão crescer e fortalecer-se. No caso de Timóteo,
recomendação, talvez porque o pai fosse isto incluía defender a fé contra o erro.
incrédulo ou tivesse morrido. Em qualquer caso, A segunda incumbência é, em essência, uma
pela graça de Deus, um dos pais pode dar o ordem para ser forte na graça de Deus. Paulo
exemplo, se necessário. usa uma lindíssima coleção de metáforas para
Paulo continua suas instruções, lembrando descrever a vida cristã. O cristão é como um
Timóteo de despertar os seus dons. Todos soldado, cuja tarefa é cumprir as ordens do
comandante. Nenhum soldado ousaria entrar
Paulo usa o lavrador como metáfora.
na batalha por conta própria; assim também o
cristão fiel não deserta o seu posto na luta
contra o inimigo. Paulo já usara esta metáfora,
descrevendo-a como a armadura de Deus que
devemos usar para defender-nos dos males de
nossos dias (Ef 6.1-17). O cristão é também
como o atleta que se prepara para a corrida,
corre com determinação e obedece às regras.
Nós também devemos lembrar que, como
cristãos, a disciplina e a honestidade têm
grande importância se quisermos vencer.
Finalmente, o cristão é como um lavrador que
ara a terra endurecida para produzir o melhor
que ela pode dar. A vida do agricultor nunca é
fácil, mas as recompensas valem a pena. O
cristão deve também colocar a mão no arado e
não virar para trás. Em todas essas figuras temos
diante de nós o exemplo de Jesus Cristo.
A terceira incumbência é cuidar do rebanho e
manter-se vigilante em relação ao mundo. Deus
tem todo tipo de pessoas em sua igreja e todas
devem ser cuidadas. Quanto a nós, devemos
fugir das paixões malignas, manter o coração
Relevo de um gladiador, Mileto.
puro e evitar conflitos. O servo de Deus não para fazer o que precisa ser feito, a fim de
deve ser briguento ou preconceituoso. Quando cumprir a vontade de Deus. Paulo encerra esta
a pessoa é assim, esse é um sinal seguro de que parte com palavras memoráveis: "Combati o
Deus não está com ela. No que diz respeito ao bom combate, acabei a carreira, guardei a fé"
mundo, o servo de Deus deve estar alerta para (4.7). Timóteo deve lembrar que não está só.
o seu mal e recusar-se a tomar parte nele. No Outros haviam ido adiante dele, estabelecendo
mundo há arrogância, cobiça, ódio e um exemplo para que pudesse seguir.
indecência. Esses pecados devem ser mantidos
longe da vida da igreja e dos cristãos. A Esboço
tragédia está em que algumas vezes essas 1. Saudações 1.1-5
2. Primeira incumbência: Lembre-se da sua parte,
coisas são encontradas até entre os crentes.
desperte o seu dom 1.6-18
Quando isto acontece, elas devem ser tratadas 3. Segunda incumbência: Seja forte na graca de Deus
com bondade, mas, firmemente. 2.1-19
A quarta incumbência dada A Timóteo é pregar 4. Terceira incumbência: Seja vigilante 2.20-3.17
a palavra e ser um exemplo para a 5. Quarta incumbência: Pregue a palavra 4.1-8
6. Saudações finais 4.9-22
congregação. Devemos estar sempre prontos
3 0 2 Sí ntese dos Livros da Bíblia
mentes estão vazias ou cheias de inveja e os olhos para Deus, em oração, em todos os
ambição. Quando tal pessoa abre a boca, eventos da vida. Deus tem poder para ajudar, e
surge a discórdia. Uma tempestade maligna se Ele aprecia que oremos. A oração é sempre
desencadeia, resultando em enorme sofrimento. ouvida e a sua resposta é sempre certa, não
A verdadeira sabedoria é bondosa, pacífica e importa qual seja, porque Ele sabe o que é
mansa (3.13). Assim como Jesus foi sábio entre melhor para nós.
nós, um servo de todos, devemos também ser
sábios em boas obras, decência e humildade. Esboço
A verdadeira espiritualidade é desinteressada, 1. Natureza da verdadeira espiritualidade 1.1-27
generosa, imparcial e paciente. Tudo isto é 2. Relação entre fé e obras 2. 1-26
enfatizado em 4.1 -5.7. Não devemos só 3 .0 dever de refrear a língua 3.1-18
pensar em nós mesmos, mas aprender o que
4. Exortações práticas 4.1-5.7
significa amar tanto de fato como em teoria.
5. Elogio à oração e à paciência 5.8-20
Finalmente, a verdadeira espiritualidade levanta
Tesouros do Templo exibidos depois que Roma destruiu Jerusalém em 7 0 d.C.: relevo romano.
310 Síntese dos Livros da Bíblia
forte apoio desde o começo. Pedro era Terceiro, Pedro ocupou muito espaço em seu
claramente uma rocha, da qual dependia o livro, falando sobre como viver de modo cristão.
crescimento da Igreja. Pedro nem sempre foi, no Devemos compreender que nosso tempo na terra
entanto, uma rocha. Sua negativa ao Senhor na é curto; nossas vidas são como a erva que
crucificação, assim como a discussão com Paulo murcha. De acordo com isso, devemos
(Gl 2.11-14), mostram que o seu zelo podia permanecer firmes e recusar a conformação com
esquentar e esfriar. Depois da morte e os padrões destrutivos da era em que vivemos. E
ressurreição de Jesus, Pedro exerceu o seu fácil tornar-se como os demais, mas é preciso
ministério em Jerusalém e foi depois obrigado a resistir a essa tentação. Quando surgem
viajar, tendo acabado em Roma, onde veio a perseguições, devemos estar prontos a sofrer,
ser martirizado durante o reinado de Nero, em como Jesus sofreu. Ele deixou um exemplo para
alguma época entre 64 e 68 d.C. Esta carta seguirmos (2.21-25). Quando Satanás ataca,
deve ter sido provavelmente escrita por Pedro devemos resistir a ele pela fé, sabendo que, se
durante aqueles dias difíceis. recusarmos a sua oferta, ele se afastará de nós
(5.8,9). Devemos lançar todo cuidado e
Temas Teológicos
ansiedade sobre aquEle que se importa conosco.
O livro de 1 Pedro contém vários temas.
Quarto, Pedro inclui instruções específicas aos
Primeiro, Pedro queria que os leitores refletissem
maridos, mulheres, servos e crentes como
sobre a grandiosidade da salvação. Temos uma
cidadãos. Suas palavras giram ao redor do
herança reservada nos Céus. Ela não murcha, é
compromisso de amor mútuo, com a idéia de
imutável e protegida por Deus. Se nos for
tornar a vida melhor para todos. Finalmente,
pedido que deixemos esta vida terrena, isto não
Pedro escolhe os líderes para serem
tem importância em comparação com a glória
admoestados. Os que desempenham a
que será nossa. Se não nos pedirem para
supervisão devem compreender que se acham
morrer pela nossa fé, vale a pena, então, viver
sob a autoridade de Deus. Ninguém é superior
por ela. a ninguém, estamos todos sujeitos a Deus. Todos
Segundo, Pedro enfatiza a necessidade do devemos revestir-nos de humildade, porque
crescimento espiritual. Quando nos tornamos Deus resiste aos soberbos e dá graça aos
crentes, somos como crianças necessitadas de humildes.
uma alimentação simples. A medida que
crescemos, precisamos de alimentos mais Esboço
substanciais. Os crentes crescem, alimentando-se 1. Natureza da nossa salvação 1.1-21
de oração, meditação, leitura da Palavra de 2. Crescimento como cristão 1.22-2.10
Deus e comunhão. Seria ótimo se todos 3. Instruções para a vida cristã 2.11-3.22
pudéssemos obter instantânea perfeição, mas
4. Exortações éticas 4.1-19
não é assim. E necessário esforço, tempo e
5. Admoestações aos líderes da igreja 5.1-14
paciência para crescer.
3 12 Síntese dos Livros da Bíblia
Temas Teológicos
Este livro curto contém três temas básicos. Esboço
Primeiro, Pedro quer reanimar os crentes na 1. A vida cristã 1.1-21
sua vida cristã. O poder divino de Deus nos
2. A natureza da impiedade 2.1-22
deu tudo o que precisamos para viver para
3. Cristo com certeza voltará 3.1-18
ele, mas cabe a nós fazer uso desse poder.
Pedro diz que realmente "participamos da
Efígie do imperador Nero numa moeda.
natureza divina" (1.4). Isto tem,
provavelmente, o mesmo significado das
palavras de Paulo, ao afirmar que os cristãos
são o corpo de Cristo e estão unidos com Ele.
A maneira concreta de usarmos o poder de
Deus é a prática das qualidades espirituais:
fé, virtude, conhecimento, domínio próprio,
perseverança, bondade, afeto fraternal e
amor. Quando essas virtudes são encontradas
em nossa vida, podemos ter a certeza de que
o nosso chamado e eleição são verdadeiros.
Um segundo tema neste livro é a descrição
daqueles que rejeitam o Evangelho. Eles são
descritos numa longa série de declarações
nada elogiosas (2.1-22). Pedro está,
provavelmente, usando algum material
N ovo Testamento 313 ]
1 , 2 , 3 João
Autor: João
Data: c. 90-95 d.C.
Conteúdo
Estas três cartas são melhores compreendidas
em conjunto, por terem sido escritas ao
mesmo tempo para a mesma igreja e pelo
mesmo autor. João tinha sido um dos
primeiros seguidores de Jesus, mesmo durante
os dias de João Batista. Ele era pescador e
tinha um temperamento violento, recebendo o
apelido de "filho do trovão". João ligou-se
profundamente ao movimento cristão e se
tornou um dos três discípulos do círculo
íntimo, junto com Pedro e Tiago. Na
crucificação, Jesus pediu ao discípulo que
cuidasse de sua mãe, Maria, indicando assim
sua confiança nele. João escreveu a vida
maravilhosa ou evangelho de Jesus, que é o
quarto livro do Novo Testamento. A
associação com Jesus transformou o
Igreja de São João, Éfeso.
temperamento de João, passando de
extremamente agressivo e turbulento a sereno a negação de Ele ser Deus, mas de ser
e amoroso. Ele morou em Efeso na maior homem. Em nossos dias o oposto acontece.
parte da sua vida, mas a certa altura foi As pessoas não têm problema em ver Jesus
exilado para a ilha de Patmos, onde recebeu como humano, mas algumas vezes resistem à
as visões descritas no livro de Apocalipse. idéia de que Ele pudesse ser Deus
Temas Teológicos encarnado. João enfatiza que Jesus era de
Perto do final do século, surgiram falsas fato homem. Ele podia ser visto, tocado e
teorias que precisavam ser combatidas. Em ouvido. O próprio João conheceu
particular, uma que negava a humanidade de intimamente a Jesus como um ser humano.
Jesus. E interessante notar que o primeiro erro Nesta primeira carta, a mais longa das três,
cristológico (falso ensino sobre Jesus) não foi João ocupa um bom espaço discutindo a
314 Síntese dos Livros da Bíblia
necessidade de viver como cristão e como pessoa não nomeada, a quem ele chama
isso funciona na prática. Devemos reconhecer "senhora eleita". João diz basicamente duas
nossa necessidade de Deus; cumprir os seus coisas a ela:
mandamentos, amar os outros seres humanos, Primeira, enfatiza a necessidade do amor na
resistir às tentações do mundo, da carne e do vida cristã. Sem amor não conhecemos a
diabo; resistir ao pecado e provar as Deus. Segunda, enfatiza a necessidade da
palavras de qualquer pessoa que afirme estar doutrina correta e de estar em guarda contra
falando a verdade. João enfatiza a os que rejeitam a verdade.
importância do amor. Deus é amor, e os que A terceira carta de João é dirigida a um
sabem como amar da maneira certa presbítero chamado Gaio. Trata-se de uma
conhecem verdadeiramente a Deus. O exortação prática para exercer a
verdadeiro amor liberta e cura. Deus enviou hospitalidade, seguir a verdade, imitar o que
Jesus à terra para personificar e manifestar é bom e resistir ao que é errado.
esse amor, a fim de que, ao crermos nEle,
possamos ter um amor semelhante como
Esboços
garantia de que Deus é nosso.
1João
João desejava, também, que os cristãos
1. Viver como cristão J.l-2.2
percebam os perigos que os rodeiam. Tanta
2. Viver em comunhão com Deus 2.3-29
coisa é anticristã! Se não tivermos cuidado,
podemos nos deixar envolver. Conhecer é 3. Viver afastado do pecado 3.1-24
resistir ao diabo e às suas contínuas tentativas 4. Viver em amor 4.1-21
para controlar nossas vidas. 5. Viver com confiança em Deus 5.1-21
Finalmente, João queria que os cristãos 2 João
tivessem confiança em Deus e na sua obra em 1. Saudações 1-3
sua vida. Não devemos ser vencidos pela 2. Observações sobre o amor e a doutrina
dúvida, desespero, ansiedade ou medo. Deus 4-11
está no controle e é confiável. Podemos ter 3. Comentários finais 12,13
certeza da vida eterna, porque temos-certeza 3 João
sobre Deus. Este conhecimento deve permitir 1. Saudações 1-4
que vivamos livremente, sendo fortes diante 2. Exortações à vida cristã 5-12
da oposição. 3. Comentários finais 13,14
A segunda carta de João foi escrita a uma
termos velados. 0 livro de Apocalipse foi sempre. Como Leão, defende os que são
também escrito para mostrar o triunfo do bem seus com um cetro de ferro e tem autoridade
sobre o mal e a certeza da derrota de para abrir o livro que contém a ira de Deus.
Satanás. Nunca devemos esquecer que o mal Ele mesmo derrama a ira sobre os que
sobrevive porque permitimos que ele nos perseguiram os cristãos. Ele derrota Satanás e
domine. Devemos resistir sempre contra ele, suas forças, estabelecendo a sua justiça para
usando o poder que Deus nos dá. Finalmente, sempre.
o livro foi escrito para mostrar como é O final do livro é uma nota de grande
possível vencer mediante o poder do consolo e encorajamento. Depois das trevas
Cordeiro de Deus, que foi morto e surge vem a luz; depois do sofrimento vem a paz;
como um leão triunfante devorando os seus depois do trabalho vem o descanso; depois
inimigos. das lágrimas vem a alegria para sempre. E
A personagem principal do livro é a figura do maravilhoso compreender que a vida tem
Cordeiro, que foi morto mas vive, e também a significado e vale a pena. Esta compreensão
do Leão. E difícil imaginar como tudo isto nos dá coragem para prosseguir, aconteça o
apareceu a João no curso das suas visões, que acontecer.
mas é assim que ele as descreve. O escritor
só tem palavras humanas para descrever o
que foi uma experiência inefável. O Cordeiro,
que foi morto, recebe honra, glória e Esboço
bênçãos, porque o seu sangue purifica os 1. As sete cartas 1.1-3.22
cristãos dos seus pecados. Ele, que é a luz do 2 .0 curso dos eventos mundiais levando
Céu, prepara um banquete para os que à volta de Cristo 4.9-19.21
creram e suportaram sofrimentos em seu 3 .0 juízo final 20.1-15
nome. Ele está assentado no trono do céu, 4. Os novos céus e a nova terra 21.1-22.21
compartilhando a glória de Deus para
Leon Morris
Adoção
T ra ta -s e d o p ro c e s s o p e lo q u a l u m a p e ss o a , q u e n ã o p e r
te n c e a u m a d e te r m in a d a f a m ília , é f o r m a lm e n te n e la
in tro d u z id a , to rn a n d o -s e se u m e m b ro p le n o e leg al, c o m
to d o s o s d ire ito s e re s p o n s a b ilid a d e s d e s s a p o siç ã o . A p rá
tic a d a a d o ç ã o n ã o e ra c o m u m e n tre o s ju d e u s , s e n d o m a is
d if u n d id a n o m u n d o g re c o -ro m a n o . O a p ó s to lo P a u lo e m
p re g o u o te rm o p a ra ilu s tra r a v e rd a d e d e q u e o s c re n te s
re c e b e r a m a “ filia ç ã o ” n a fa m ília c e le stia l; e le s p o d e m c h a
m a r D e u s d e “ P a i” (R m 8 .1 5 ; G 1 4 .6 ). A a d o ç ã o to rn a c la ro
q u e a n o s s a filia ç ã o n o s é c o n fe rid a d e m o d o d ife re n te d a
d e C ris to , q u e é in e re n te .
Glossário de Termos Bíblicos Importantes 323
Aliança
A c o r d o s o le n e , ta l c o m o o p a c to e n tr e J a c ó e L a b ã o (G n
3 1 .4 4 ) . O a m o r e a g r a ç a d e D e u s s ã o m o s tr a d o s e m s u a
d is p o s iç ã o p a ra f a z e r a lia n ç a s c o m o s e u p o v o . Q u a n d o
D e u s p r o m e te u a N o é q u e n ã o m a is d e s t r u ir ia o m u n d o
c o m u m d ilú v io , f e z u m a a lia n ç a c o m e le (G n 6 .1 8 ; 9 .9 -
1 7 ). U m a a li a n ç a m u ito im p o r ta n te e x is tia e n tr e D e u s e
I s r a e l (Ê x 2 4 .1 - 8 ) , d e s c r ita n o liv ro d e H e b r e u s c o m o a
“ a n tig a a lia n ç a ” . Q u a n d o o p o v o q u e b r o u r e p e t id a m e n
te e s s a a lia n ç a , D e u s p r o m e te u u m a n o v a , b a s e a d a n o
p e r d ã o e e m g r a v a r a s u a le i n o c o r a ç ã o d a s p e s s o a s (J r
3 1 .3 1 - 3 4 ) . J e s u s in a u g u r o u e s ta n o v a a lia n ç a c o m o se u
s a n g u e (M c 1 4 .2 4 ; 1 C o 1 1 .2 5 ).
Amor
I n te r e s s e b o n d o s o d e D e u s p e la h u m a n id a d e . T o d a s as
re lig iõ e s tê m a lg u m a id é ia d a im p o rtâ n c ia d o am o r. A te
o lo g ia c ris tã e n fa tiz a a im p o rtâ n c ia d o a m o r, p o rq u e D e u s
re v e lo u q u e E le é a m o r (1 J o 4 .8 ,1 6 ). O a m o r é ta n to o q u e
D e u s é c o m o o q u e E le fe z , p o is s e m p re a g e e m a m o r.
O a m o r é u m a r e a lid a d e tr a n s itiv a — is to é, e x ig e u m
o b je to . N a B íb lia , o a m o r é d e s c r ito c o m o p e s s o a l (e n tre
p e s s o a s ) e d e s p r e n d id o (d e s e ja n d o o m e lh o r p a ra o u tro s).
O s c r is tã o s v ê e m o a m o r d e D e u s n o f a to d e te r e n v ia d o
s e u F ilh o p a r a m o r r e r n a c ru z a fim d e s a lv a r o s p e c a d o
re s (R m 5 .8 ; J o 3 .1 6 ; 1 J o 4 .1 0 ). O s c r is tã o s d e v e m s e r
c o n h e c id o s p e lo f a to d e a m a r e m a D e u s e a o p r ó x im o
(J o 13 .3 4 ,3 5 ). O se u a m o r n ã o d e v e s e r c o m o o d o m u n
d o (L c 6 .3 2 ,3 5 ). O a m o r se m a n if e s ta m e l h o r m e d ia n te
a to s e, n a m a io r ia d o s c a s o s , d e v e s e r id e n tif ic a d o c o m o
q u e f a z e m o s - e m n o s s a c o m p a ix ã o e d e d ic a ç ã o a o s q u e
n o s ro d e ia m , s e m le v a r e m c o n ta a v ir tu d e d o o b je to (1
J o 4 .1 9 ). N o s s a s a titu d e s e c o m p o r ta m e n to a m o r o s o s
d e v e m r e f le t ir o a m o r d o c ria d o r. J e s u s d is s e q u e a p e n a s
d o is m a n d a m e n to s s ã o n e c e s s á r io s p a r a g o v e r n a r a s n o s -
324 Pesquisando a Bíblia
À direita: Parte do sa s v id a s : a m a r a D e u s e a o p ró x im o . S e ta l e s p é c ie d e
aqueduto romano, a m o r f o r d e m o n s tr a d a , to d a a L e i e o s P r o f e ta s e s ta r ã o
Cesaréia marítima. c u m p r id o s .
Apóstolo
A lg u é m “ e n v ia d o ” , g e r a lm e n te , “ u m m e n s a g e ir o ” . N o
N o v o T e s ta m e n to , a p a la v r a se r e f e re e s p e c ia lm e n te a
12 h o m e n s e s c o lh id o s p o r J e s u s p a r a e s t a r e m c o m E le ,
o s q u a is e n v io u p a r a p r e g a r e e x p u ls a r d e m ô n io s (M c
3 .1 4 ,1 5 ) . O u tr o s in d iv íd u o s , a lé m d o s 12, u s a v a m o tí tu
lo - p o r e x e m p lo , P a u lo e B a r n a b é ( A t 1 4 .1 4 ). O s a p ó s
to lo s f o r a m fig u ra s im p o r ta n te s n a I g r e ja P rim itiv a (1
C o 1 2 .2 8 ), n o m e a d o s p o r C ris to , e n ã o p o r h o m e n s (G l
1 .1 ) e te s te m u n h a r a m c o m a u to r id a d e o q u e D e u s tin h a
f e ito e m C r is to (A t 1.2 2 ).
Arrependimento
E n tr is te c e r - s e e e s q u e c e r o p e c a d o , u m a f a s ta m e n to s in
c e r o d e tu d o q u e é m a u . I s to é m a is d o q u e p e s a r o u
re m o r s o , a titu d e s q u e in d ic a m n a d a m a is q u e tr is te z a p e lo
p e c a d o . O a rr e p e n d im e n to e r a e n fa tiz a d o n o s d ia s d o A n
tig o T e s ta m e n to (E z 1 4 .6 ; 1 8 .3 0 ). F o i o p r im e ir o ite m n a
p r e g a ç ã o d e J o ã o B a ti s ta ( M t 3 .1 ,2 ), d e J e s u s (M t 4 .1 7 )
e d o s a p ó s to lo s (M c 6 . 12 ; c f. A t 2 .3 8 ). A lé m d o a r r e p e n
d im e n to , é n e c e s s á r io te r fé. M a s o a r r e p e n d im e n to é
in d is p e n s á v e l. O p e c a d o d e v e s e r d e f in itiv a m e n te e s q u e
c id o .
Céu
H a b ita ç ã o d e D e u s (1 R s 8 .3 0 ) e d o s a n jo s (M c 1 3 .3 2 );
o s c r e n te s e s ta r ã o lá n o m o m e n to d e v id o (1 P e 1 .4 ). O
N o v o T e s ta m e n to u s a fig u ra s s u r p re e n d e n te s p a r a e x p r e s
s a r a m a r a v ilh a e b e le z a d o C é u (p o r tõ e s d e p é r o la s e
u m a r u a d e o u ro - A p 2 1 .2 1 ) . C é u s ig n if ic a a le g r ia p e r e
n e n a p resen ça de D eus.
326 Pesquisando a Bíblia
Conversão
A to d e c is iv o n o q u a l u m p e c a d o r se a f a s ta d o se u p e c a
d o e m s in c e r o a r r e p e n d im e n to a c e ita n d o a s a lv a ç ã o o f e
r e c i d a p o r C ris to . A id é i a d a c o n v e r s ã o é a d e v ir a r-s e . O
in d iv íd u o e s tá s e g u in d o u m a e s t r a d a e c o m p r e e n d e q u e
to m o u o c a m in h o e r r a d o . N u n c a c h e g a r á a o s e u d e s tin o
se c o n ti n u a r n e s s a d ir e ç ã o . A p e s s o a e n tã o “ s e v ir a ” , o u
“ é c o n v e r tid a ” . D e ix a d e s e g u ir n a d ir e ç ã o e r r a d a , e c o
m e ç a a a n d a r n a c e rta . A c o n v e r s ã o m u d a o c u r s o d a
v id a d a p e s s o a d o c a m in h o e r r a d o p a r a o c e r to , o c a m i
n h o q u e D e u s q u e r.
Cristo
T ra d u ç ã o d o te rm o g re g o q u e sig n ific a “u n g id o ” ; “ M e s s i
a s” e d a p a la v ra h e b ra ic a c o m o m e s m o se n tid o . N o s d ias
d o A n tig o T e sta m e n to , D e u s u n g ia p e s s o a s p a ra d e te rm i
n a d o s se rv iç o s, e s p e c ia lm e n te o rei (2 S m 1.14; 2 3 .1 ) e o
s a c e rd o te (L v 4 .3 ). C o m o te m p o , su rg iu a c o m p r e e n s ã o d e
q u e u m “ u n g id o ” e s p e c ia l se ria e n v ia d o , o q u a l fa ria a v o n
ta d e d e D e u s d e m a n e ira m u ito p a rtic u la r (D n 9 .2 5 ,2 6 ). E ste
E s c o lh id o é m e n c io n a d o , m u ita s v e z e s, s e m o u s o d o ter
m o ungido (Is 9 .6 ,7 ; 11.1 -9 ). O N o v o T e s ta m e n to m o s tra
q u e Je s u s e ra e s te E s c o lh id o , o M e s sia s d e D e u s (Jo 4 .2 5 ,2 6 ;
cf. M t 2 3 .1 0 ; M c 9 .4 1 ).
Discípulo
N o s te m p o s b íb lic o s , u m e s tu d a n te . E n q u a n to o a lu n o d e
h o je e s tu d a u m a s s u n to (lei, a rq u ite tu ra e o u tro s ), o d is c í
p u lo d e a n tig a m e n te a p re n d ia d e u m p ro fe sso r. A d e d ic a
ç ã o a u m p ro fe s s o r e s p e c ífic o e ra a e s s ê n c ia d o d is c ip u la -
d o . O s fa rise u s e J o ã o B a tis ta tin h a m d is c íp u lo s (M c 2 . 18).
O s ju d e u s se c o n s id e ra v a m d is c íp u lo s d e M o is é s (Jo 9 .2 8 ).
O te rm o é m u ito u s a d o n o s E v a n g e lh o s e e m A to s p a ra os
se g u id o re s d e C risto . A p re n d ia m c o m E le e d e d ic a v a m -s e
a E le d e to d o o c o ra ç ã o . Is to sig n ific a v a c o lo c a r C ris to a c i
Glossário de lermos bíblicos Importantes ií/
Dízimo
P a la v ra q u e sig n ific a “ u m d é c im o ” , u s a d a e m re la ç ã o à o fe r
ta d e u m d é c im o d e tu d o c o m fin s re lig io so s. A b ra ã o d e u
u m d é c im o p a ra M e lq u ise d e q u e , o sa c e rd o te -re i (G n 14.18-
2 0 ). O s is ra e lita s tin h a m o rd e m p a ra d a r o d íz im o a o s le v i
ta s (N m 1 8 .2 1 ,1 4 ); e o s le v ita s, p o r su a v e z, d e v ia m dai' u m
d é c im o d o d íz im o a o s sa c e rd o te s (N m 1 8 .2 5 -2 8 ). O d íz im o
e ra tira d o d e c o is a s c o m o c e re a is , fru ta s e a n im a is (L v
2 7 .3 0 -3 2 ). N ã o h á m a n d a m e n to p a ra d ai' o d íz im o n o N o v o
T e s ta m e n to (cf. I C o 16.2), m a s m u ito s c ristã o s a c re d ita m
q u e o c o n c e ito é u m e x e m p lo ú til p a ra a su a c o n trib u iç ã o .
Dons Espirituais
D o n s e s p e c ia is d o E s p ír ito ( c h a rism a ta ; p o r e x e m p lo ,
R m 1 2 .6 -8 ; 1 C o 12.4-1 1 ,2 8 -3 1 ). H á a lg u m a d is c u s s ã o ,
q u a n to à id é ia d e e s s e s d o n s te r e m s id o d a d o s c o m o c o n
c e s s õ e s p e r m a n e n te s à I g r e ja c r is tã , o u s o m e n te d u r a n te
o s s e u s p r im e ir o s a n o s . E m te m p o s m o d e r n o s , o s c a r i s
m á tic o s r e iv in d ic a m a p r á tic a d e d e te r m in a d o s d o n s , e s
p e c i a l m e n t e “ l í n g u a s ” e “ p r o f e c i a ” . O u tr o s c r e n t e s
e n f a tiz a m m a is o fr u to d o E s p ír ito q u e o s d o n s e s p i r it u
a is (G1 5 .2 2 ,2 3 ) .
Doutrina
“ E n s in o ” ; s i g n if ic a n d o o c o n te ú d o e m v e z d e a o a to d e
e n s in a r. O te r m o g re g o p o d e s e r e m p r e g a d o q u a n to à s
d o u tr in a s d e h o m e n s (M t 1 5 .9 ), p o ré m , m a is im p o r ta n te
a in d a , se r e f e r e a o s e n s in a m e n to s d e J e s u s (M t 7 .2 8 ) e
m a is ta r d e a o s d o s s e u s s e g u id o re s . “A m in h a d o u tr in a ” ,
d is s e J e s u s , “ n ã o é m in h a , m a s d a q u e le q u e m e e n v io u ”
(J o 7 .1 6 ; o u s e ja , d e D e u s ). A p a la v r a é u s a d a p a r a a
d o u tr in a c r i s tã (A t 2 .4 2 ), à q u a l o s c r e n te s d e v e m o b e d e
c e r d e to d o o c o r a ç ã o (R in 6 .1 7 ) . É im p o r ta n te “ c o n ti n u
a r ” n a d o u tr in a (2 J o 9 ) e s e r c a p a z d e e n s i n á - la e d e
c o n te s ta r o s q u e s e o p õ e m a e la (T t 1 .9 ).
Eleição
E s c o l h a d e D e u s . A id é i a d e e l e i ç ã o r e m o n t a a A b r a ã o
(G n 1 2 .1 - 3 ) . D e u s e s c o l h e u f a z e r u m a n a ç ã o d o s d e s
c e n d e n te s d e s s e p a tr ia r c a . E s c o lh e u Is ra e l p a ra s e r o
s e u p o v o . R e a li z o u o s s e u s p r o p ó s i t o s m e d i a n t e e s s a
n a ç ã o e n o te m p o o p o r t u n o e n v io u o s e u M e s s ia s c o m o
j u d e u . D e p o is d is s o , D e u s c o n ti n u o u a e s c o l h e r o u e l e
g e r p e s s o a s d e a c o r d o c o m o s e u p r o p ó s i t o ( R m 9 .1 1 ) ,
g r a ç a ( R m I 1 .5 ), a m o r (1 T s 1 .4 ) e p r e s c i ê n c i a (1 P e
1 .2 ). O s “ e l e i t o s ” p o d e m c o n f i a r n o c u i d a d o d e D e u s
( L c 1 8 .7 ) e n a c e r t e z a d a s u a s a l v a ç ã o ( R m 8 .3 3 ) . D e
v e m v i v e r d e a c o r d o c o m a s u a p o s i ç ã o (C l 3 .1 2 - 1 4 ) .
H á m is té rio n o c o n c e ito d e e le iç ã o , p o rq u e sa b e m o s
t a m b é m q u e D e u s d e s e j a a s a l v a ç ã o d e to d o s (1 T m
2 .4 ) .
Encarnação
S i g n i f i c a d o li te r a l: “ t o r n a r - s e e m c a r n e h u m a n a ” ( l a
tim carnis, “ c a r n e ” ); a d o u t r i n a d e q u e o F il h o d e D e u s
t o r n o u - s e h u m a n o ( J o 1 .1 4 ). J e s u s n ã o b r i n c o u d e t o r
n a r- s e h o m e m , m a s fe z - s e c a rn e c o m to d o s o s p r o b le
m a s e f r a q u e z a s i n e r e n t e a e la . E n c a r n a ç ã o , n o p e n s a
m e n to c ris tã o , s ig n ific a q u e C ris to e ra ta n to D e u s
q u a n to h o m e m .
Evangelho
“ B o a s n o v a s ” . A p a la v r a evangelho v e m d e d o is te r
m o s a n ti g o s . N ã o h á B o a s N o v a s c o m o a s q u e D e u s
e n v io u o s e u F ilh o p a r a m o r r e r n u m a c r u z , a fim d e
Glossário de Termos Bíblicos Importantes 329
li v r a r - n o s d o s n o s s o s p e c a d o s . I C o r ín t io s 1 5 .1 -1 1 d á
u m r e s u m o d a s B o a s N o v a s , o u E v a n g e lh o , p r e g a d a s
p e lo a p ó s t o lo P a u lo . O te r m o e n f a t iz a a v e r d a d e d e q u e
a s a lv a ç ã o é in t e ir a m e n t e g r a tu ita . A p a r t i r d o s e u u s o
n a m e n s a g e m c r i s tã c e n tr a l, a p a la v r a v e io a s e r u ti li
z a d a c o m o t í tu l o d e c a d a u m d o s q u a tr o liv r o s (M a te u s ,
M a r c o s , L u c a s , J o ã o ) q u e c o n ta m a h is tó r i a d a v id a e
m o r te e x p ia t ó r i a d e J e s u s .
Expiação
O s e n tid o lite r a l d a p a la v r a é u n ir o s q u e e s ta v a m s e p a
r a d o s . O te r m o fo i u s a d o c o m r e s p e ito à m o r te d e C ris to
p a r a r e u n i r D e u s e o s p e c a d o r e s . O p e c a d o o s s e p a r a ra
(Is 5 9 .2 ) e o s to r n a r a in im ig o s (C l 1.2 1 ), s e n d o e s ta , p o r
ta n to , u m a q u e s tã o g ra v e . E ra n e c e s s á r io u m a to d e v á r i
a s f a c e ta s p a r a r e m o v e r e s s e p e c a d o . P a la v r a s c o m o re
d enção e reconciliação e x p r e s s a m a s p e c to s s ig n if ic a ti
v o s d a o b r a r e d e n to r a d e C ris to . O q u e ti n h a d e s e r fe ito
s o b r e o p e c a d o , a m o r te d e C r is to c u m p r iu , p o s s ib ilita n
d o a s s im a s a lv a ç ã o p a r a o s p e c a d o r e s .
Fé
C o n f ia r n o q u e D e u s f e z e m v e z d e e m n o s s o s p r ó p r io s
e s f o r ç o s . N o A n tig o T e s ta m e n to , a p a la v r a f é r a r a m e n
te é m e n c i o n a d a . O te r m o con fiança é u s a d o c o m f r e
q ü ê n c ia , e v e r b o s c o m o crer e co n fia r s ã o e m p r e g a d o s
p a r a e x p r e s s a r a a ti tu d e c o r r e ta e m r e l a ç ã o a D e u s . O
e x e m p l o c lá s s ic o é o d e A b r a ã o , c u ja f é fo i im p u ta d a
c o m o j u s t i ç a (G n 1 5 .6 ). N o c e n tr o d a m e n s a g e m c r is tã
e s t á a h is tó r i a d a c ru z : a m o r te d e C r is to p a r a tr a z e r a
s a lv a ç ã o . A f é é u m a a ti tu d e d e c o n f i a n ç a , n a q u a l o
c r e n t e r e c e b e a b o a d á d iv a d a s a l v a ç ã o d e D e u s ( A t
1 6 .3 0 ,3 1 ), p a s s a n d o a v iv e r n e s s a p e r c e p ç ã o (G l 2 .2 0 ;
c f. H b 1 1 .1 ).
330 Pesquisando a Bíblia
Inferno
H a b ita ç ã o d e S a ta n á s e s e u s a n jo s (M t 2 5 .4 1 ) . d e s c r ita
n a B íb l ia p e la fig u r a d o f o g o e te r n o , tr e v a s e x te r io r e s ,
e s t a r p e r d id o , p e r e c e r e n tr e o u tr a s . F ic a d if íc il im a g in a r
u m e s ta d o q u e p o s s a s e r d e s c r ito d e ta n ta s m a n e ir a s d i
f e r e n te s . É c la r a m e n te h o r r ív e l e d e v e s e r e v ita d o a to d o
c u s to (M c 9 .4 3 ).
Ira de Deus
N a E s c r i t u r a , a o p o s i ç ã o f o r te e v i g o r o s a d e D e u s c o n
t r a t o d o o m a l. H á u m v e r b o g r e g o q u e p o d e s e r u s a d o
ta n t o c o m r e s p e i t o à ir a c o m o a o b r o t a r d o s r e b e n t o s
d e u m a p la n t a q u a n d o a s e iv a s o b e . E le i n d i c a o ti p o
d e ir a q u e r e s u l t a d e u m a í n d o l e c o n t r o l a d a e c o e r e n
te , e n ã o a p r o v o c a d a p e la p e r d a d o c o n t r o l e . A ir a d e
D e u s é a s s im , a o c o n t r á r i o d a h u m a n a . P a r a n ó s , a ir a
te m s e m p r e e le m e n to s d e p a ix ã o , f a l ta d e d o m í n io p r ó
p r i o e ir r a c i o n a lid a d e . M a s a ir a d e D e u s é d if e r e n te .
Juízo Final
A v a lia ç ã o d e to d a a h u m a n id a d e c o m b a s e e m s u a s o b ra s ,
p o r o c a s iã o d a v o lta d e C r is to (M t 2 5 .3 1 ,3 2 ). O s p e rv e r -
332 Pesquisando a Bíblia
s o s s e r ã o c o n d e n a d o s p o r c a u s a d a s s u a s m a ld a d e s . A
s a lv a ç ã o é p e la g r a ç a , m e d ia n te a fé ( E f 2 .8 ); o j u í z o
f in a l te s ta r á o q u e o s c r e n te s f iz e r a m c o m a s s u a s v id a s
(1 C o 3 .1 3 - 1 5 ) . A lg u n s s e r ã o r e c o m p e n s a d o s (L c 1 9 .1 6 -
19). P o r ta n to , e m b o r a a n o s s a s a lv a ç ã o d e p e n d a d o q u e
C r is to fe z , n o s s a re c o m p e n s a e te r n a e s tá re la c io n a d a c o m
o u s o q u e f iz e r m o s d o s d o n s d e D e u s p a r a n ó s .
Justiça (Retidão)
In te g r id a d e , e s p e c if ic a m e n te d ia n te d e D e u s . E n tr e o s
g re g o s a r e tid ã o e r a u m a v ir tu d e é tic a . E n tr e o s h e b re u s
e r a u m c o n c e ito le g a l. O h o m e m ju s to , o u re to , e ra a q u e le
q u e o b ti n h a u m v e r e d ito d e a p r o v a ç ã o , q u a n d o ju l g a d o
n o tr ib u n a l d a ju s t i ç a d e D e u s . A m o r te d e C r is to r e m o
v e u o s n o s s o s p e c a d o s e to r n o u p o s s ív e l a o s p e c a d o r e s
te r e m a “ju s t i ç a d e D e u s ” , is to é , u m a p o s iç ã o r e ta d ia n
te d E le (R m 1 .1 6 ,1 7 ; 3 .2 2 ; 5 .1 7 ). O d o m d a ju s t i ç a d e v e
s e r s e g u id o p e la r e tid ã o d a v id a (R m 6 . 1 3 ,14 ).
Justificação
U m te r m o le g a l s ig n ific a n d o “ a b s o lv iç ã o ” , u m a d e c la ra
ç ã o d e q u e a lg u é m e s tá liv re d e q u a lq u e r a c u s a ç ã o . O s
p e c a d o re s e s tã o e rra d o s d ia n te d e D e u s, q u e b ra r a m a s su a s
le is e m e r e c e m c a s tig o , m a s , C ris to to m o u o lu g a r d e le s
n a c ru z . A g o ra , q u a n d o c o n fia m e m C ris to , s ã o d e c la ra
d o s re to s , a b s o lv id o s e ju s tif ic a d o s . A c ru z m o s tr a q u e
D e u s é ju s to , n ã o s im p le s m e n te p e lo fa to d e p e rd o a r, m a s
p e la m a n e ira c o m o re a liz a isto . E s q u e c e r o s p e c a d o s d e
m o n s tra r ia m is e ric ó rd ia , m a s n ã o ju s tiç a . O p e r d ã o p o r
in te rm é d io d a c ru z m o s tr a a m b a s a s c o is a s (R m 3 .2 5 ,2 6 ).
Línguas
F a la r n u m id io m a n ã o a p re n d id o . L u c a s e s c r e v e u s o b r e
o d o m d e lín g u a s n o d ia d e P e n te c o s te s (A t 2 .4 -6 ), q u a n d o
Glossário de Termos Bíblicos Importantes 333
to d o s c o m p r e e n d e r a m o q u e e s t a v a s e n d o d ito . E m o u
tr o s p o n to s le m o s s o b re a c a p a c ita ç ã o d e p e s s o a s p e lo
E s p ír ito p a r a f a la r e m p a la v r a s q u e n e m e le s n e m q u a l
q u e r o u tr o e n te n d ia m , a n ã o s e r q u e tiv e s s e m o u tr o d o m ,
o d a in te r p r e ta ç ã o (1 C o 1 2 .1 0 ,2 8 ). P a u lo d e c la r a q u e o
p o s s u id o r d o d o m d e lín g u a s f a z u s o d e le p a r a f a la r s o
b re D e u s m a s n ã o e d if ic a n in g u é m s e n ã o a si m e s m o (1
C o 1 4 .2 -4 ). S u a m e n te n ã o e s tá a tiv a (1 C o 1 4 .1 4 ). O
a p ó s to lo n ã o p r o íb e , p o ré m , o u s o d o d o m ; p o is ta m b é m
fa la v a e m lín g u a s (1 C o 1 4 .1 8 ). O q u e fe z fo i r e g u la
m e n ta r o se u u s o (1 C o 1 4 .2 7 ,2 8 ) e , a se u v e r, a e d if ic a
ç ã o e r a m a is im p o r ta n te (1 C o 1 4 .4 ,5 ).
Messias
V eja C risto
Pecado
Q u a lq u e r c o is a q u e d e ix e d e c o n f o r m a r - s e c o m a lei d e
D e u s . O m a l é u m f e n ô m e n o c o m p le x o n a s E s c r itu r a s .
A id é ia d e p e c a d o é tr a n s m itid a p o r d iv e r s a s e x p r e s s õ e s
c o m s ig n if ic a d o s c o m o e r r a r o a lv o , r e b e la r - s e , d e s v ia r-
s e , tr a n s g r e d ir , tr o p e ç a r e tc . P e c a d o é b a s ic a m e n te “ in i
q ü id a d e ” (1 J o 3 .4 ) r e f e r in d o - s e a u m a a titu d e in te rio r,
a s s im c o m o à q u e b r a d o s m a n d a m e n to s e s c r ito s . T o d o s
c o m e te m p e c a d o (1 R s 8 .4 6 ; R m 3 .2 3 ). N e g a r q u e p e c a
m o s é to r n a r D e u s m e n tir o s o (1 J o 1 .1 0 ); to d o s o s tr a to s
d e D e u s c o m a h u m a n id a d e s ã o f e ito s c o m b a s e n a n o s
sa c o n d iç ã o d e p e c a d o re s . M a s o s a n g u e d e J e s u s n o s
p u r if ic a d e to d o p e c a d o (1 J o 1.7).
Propiciação
O fe re c e r o q u e p o s s a a fa s ta r a ira , p a g a r o p re ç o . P ro
p i c i a ç ã o t e m a v e r c o m p e s s o a s ; e x p ia ç ã o , c o m c o i
s a s . O p e c a d o p r o v o c a a ir a d e D e u s ; p a r a a s p e s s o a s
334 Pesquisando a Bíblia
s e r e m p e r d o a d a s , a l g o p r e c i s a s e r f e i t o s o b r e a ir a
d E le . A m o r te d e J e s u s n a c r u z r e s u l t o u n u m p r o c e s s o
d e p r o p i c i a ç ã o ; f o i o m e i o p e lo q u a l a i r a d iv i n a d e s -
v io u -s e d o s p e c a d o re s .
Redenção
O r ig in a lm e n te , o p a g a m e n to d o p r e ç o p a r a o b te r a lib e r
ta ç ã o d e u m p r i s io n e ir o d e g u e rr a . A p a la v r a v e io a s e r
u s a d a ta m b é m p a r a a lib e r ta ç ã o d e u m e s c r a v o e, a lg u
m a s v e z e s , d a p e s s o a c o n d e n a d a à m o r te (E x 2 1 .2 8 -3 0 ) .
R e d e n ç ã o s e m p r e s ig n if ic a p a g a m e n to d o p re ç o p a r a a s
s e g u r a r a lib e r d a d e . O s p e c a d o r e s se to r n a m e s c r a v o s d o
p e c a d o (J o 8 .3 4 ); n ã o c o n s e g u e m lib e r ta r - s e s o z in h o s
d e s s a e s c r a v id ã o . A m o r te d e C r is to n a c r u z fo i o p a g a
m e n to d e u m r e s g a te (M c 1 0 .4 5 ) p e lo q u a l o s p e c a d o r e s
s ã o lib e rto s . D e p o is d e r e m id o s , d e v e m v iv e r c o m o p e s
s o a s liv re s (1 C o 6 .1 9 ,2 0 ; G l 5 .1 ).
Regeneração
N a s c e r d e n o v o ; o a s s u n to d o d iá lo g o d e J e s u s c o m
N ic o d e m o s e m J o ã o 3 ( c f . T t 3 .5 ) . E s t a p a l a v r a n ã o é
m u i t o e n c o n t r a d a n a s E s c r i t u r a s , m a s a id é i a é im p o r
ta n t e . A r e g e n e r a ç ã o é v i s t a c o m o u m a o b r a d o E s p í
r ito S a n to (J o 3 .5 - 8 ) . O “ h o m e m n a t u r a l ” s e m p r e p e n s a
n a s a l v a ç ã o ( c o m o q u e r q u e e la s e j a e n t e n d i d a ) c o m o
se d e p e n d e s s e d o p r ó p r i o s e r h u m a n o , m a s J e s u s e n
sin o u q u e u m a o b ra d iv in a é n e c e s s á ria p a ra q u e q u a l
q u e r u m s e j a s a lv o . O s p e c a d o r e s d e v e m r e n a s c e r e s
p ir i t u a l m e n t e .
Reino de Deus
E x p r e s s ã o u s a d a p r im e ir o p o r J e s u s , e m b o r a a id é ia d e
q u e D e u s r e in a c o n s te d e to d o o A n tig o T e s ta m e n to . A
v in d a d o R e in o d e D e u s e ra o tó p ic o m a is f r e q ü e n te n o s
Glossário de Termos Bíblicos Importantes 3 35
d e q u e D e u s é u m g r a n d e D e u s , c u m p r id o r d a s u a v o n ta
d e n o s a s s u n to s h u m a n o s . E le q u e r, e s p e c ific a m e n te , s a l
v a r a s p e s s o a s p o r m e io d a v id a , m o r te , r e s s u r r e iç ã o e
a s c e n s ã o d e J e s u s . E m u m s e n tid o , o R e in o d e D e u s é
u m a r e a l id a d e p re s e n te . A s p e s s o a s e n tr a m n e le a g o r a
( M t 2 1 .3 1 ) . E m o u tr o s e n tid o , é o f u tu r o (M t 1 6 .2 8 ). O
c o n tr o le d e D e u s é c la r o e m a m b o s o s a s p e c to s , e n o
fin a l s u a v o n ta d e s o b e r a n a s e r á p e r f e ita m e n te c u m p r id a
(1 C o 1 5 .2 8 ).
Remanescente
A lg o q u e r e s to u . N o A n tig o T e s ta m e n to , a lg u m a s p a s s a
g e n s se r e f e r e m à d e s tr u iç ã o to t a l d e u m a n a ç ã o (p o r
e x e m p lo , o s b a b ilô n io s e m J r 5 0 .2 6 ). Q u a n d o p o r é m ,
D e u s e n v ia o ju í z o s o b r e o s e u p o v o , n ã o d e s tr ó i o s fié is
c o m o s p e r v e r s o s , m a s d e ix a u m r e m a n e s c e n te (E z 6 .8 ;
M q 2 .1 2 ), c o n c e ito q u e r e p r e s e n ta v a a p a r te fie l d a n a
ç ã o , e m b o r a a m a io r ia d o p o v o r e je ita s s e o s c a m in h o s
d e D e u s (Is 4 .2 -4 ) . O fa to d a e x is tê n c ia d e u m r e m a n e s
c e n te é a tr ib u íd o a o p r ó p r io D e u s (Is 1.9; S f 3 .1 2 ). O
r e m a n e s c e n te é e n tã o o v e r d a d e ir o p o v o d e D e u s , c o n
c e ito ta m b é m e n c o n tr a d o n o N o v o T e s ta m e n to , “ u m r e s
to , s e g u n d o a e le iç ã o d a g r a ç a ” ( R m 1 1 .5 ).
Ressurreição
O le v a n t a r e a tr a n s f o r m a ç ã o d e a lg u é m q u e m o r r e u .
R e s s u r r e iç ã o s i g n if i c a t r a z e r d e v o lta a e s t a v id a a l
g u é m q u e j á a d e ix o u ; p o r e x e m p lo , a r e s s u r r e i ç ã o d o
f ilh o d a v iú v a d e N a im (L c 7 .1 1 - 1 5 ) o u a d e L á z a r o (J o
11). R e s s u r r e iç ã o é ta m b é m , m a is q u e is s o . J e s u s r e s
s u s c ito u n o te r c e ir o d ia d e p o is d a s u a m o r te , m a s s e u
n o v o c o r p o e s ta v a tr a n s f o r m a d o . N ã o se a c h a v a m a is
s u je ito à s li m ita ç õ e s d a s u a v id a te r r e n a (L c 2 4 . 16 , 3 1 ;
J o 2 0 .1 9 ) . A r e s s u r r e i ç ã o d e J e s u s , d e p o is d a s u a m o r te
3 36 Pesquisando a Bíblia
e x p ia t ó r i a , é b a s e p a r a a f é c r i s tã (1 C o 1 5 .1 4 -1 9 ) . O s
c r e n t e s s e r ã o ta m b é m r e s s u s c i ta d o s (1 T s 4 .1 6 ; 1 C o
1 5 .4 2 -5 7 ).
Revelação
D e s c o b r ir , to r n a r c la r o o q u e n ã o e r a c o n h e c i d o a n te s .
A p a la v r a p o d e s e r u s a d a c o m r e l a ç ã o a a lg o q u e D e u s
to r n a c o n h e c id o d u r a n te u m c u lto d a ig r e ja (1 C o 1 4 .2 6 );
m a s n o g e r a l , te m a v e r c o m a lg o n u m a e s c a l a m a io r,
c o m o a j u s t i ç a e a ir a d e D e u s ( R m 1 . 1 7 , 18 ; o u o ju í z o
d iv in o , R m 2 .5 ) . P o d e s e r u s a d a p a r a d e s c r e v e r u m li
v ro (A p 1 .1 ). D e u s r e v e la f a to s m e d i a n te o E s p ír it o (1
C o 2 .1 0 ) . O E v a n g e lh o n ã o f o i in v e n ta d o p o r u m h o
m e m , m a s r e v e l a d o p o r C r is to (G1 1 .1 1 , 12 ). A p le n i tu
d e d a r e v e l a ç ã o a g u a r d a a v o lta d e C r is to (2 T s 1 .7 ; 1
P e 1 .1 3 ).
Salvação
L ib e r d a d e d e v á r io s tip o s , p o r e x e m p lo , lib e r ta ç ã o d o
in im ig o (E x 1 4 .1 3 ). N a B íb lia , é D e u s q u e tr a z a s a lv a
ç ã o d o s m a le s te m p o r a is e e s p ir itu a is . A s s im s e n d o , n o s
E v a n g e lh o s , r e f e r in d o - s e à s s u a s c u r a s m i la g r o s a s , J e
su s d iz a lg u m a s v e z e s : “A tu a f é te s a lv o u ” , s ig n if ic a n d o
“ te c u r o u ” (L c 1 8 .4 2 ). D e m o d o c a r a c te r ís tic o , o te r m o
se r e f e re à s a lv a ç ã o d o p e c a d o (R m 1 .1 6 ; I T s 5 .9 ). S a l
v a ç ã o s ig n if ic a d e r r o ta d e c is iv a d o p e c a d o n a c ru z , m a s
ta m b é m v it ó r i a s o b r e o m a l n a v id a d iá r ia d o c r e n te . O
s e u p le n o s e n tid o só s e r á d e s c o b e r to n a v id a fu tu ra (H b
9 .2 8 ; 1 P e 1.5 ).
Santificação
P r o c e s s o d e a lc a n ç a r a s a n tid a d e . D e u s d is s e a Is ra e l:
“ S e re is s a n to s , p o r q u e e u s o u s a n to ” (L v 1 1 .4 4 ,4 5 ). D e s
d e q u e D e u s q u e r q u e s e ja m o s c o m o E le , é n e c e s s á r io
Glossário de Termos Bíblicos Importantes 337
q u e o s e u p o v o s e ja u m tip o e s p e c ia l d e p e s s o a s , h o m e n s
e m u l h e r e s s a n to s . A id é ia b á s i c a é “ s e r s e p a r a d o p a r a
D e u s ” ; o s q u e fo r e m e n tã o s e p a r a d o s d e v e m v iv e r d e
m a n e i r a a g r a d á v e l a D e u s . E le s n ã o tê m p o d e r p e s s o a l
p a r a is s o , m a s D e u s o s c a p a c i ta (2 C o 3 .1 7 ,1 8 ). A s a n t i
f i c a ç ã o n ã o é u m a o p ç ã o . D e u s r e q u e r is s o d e to d o o s e u
p o v o (1 T s 4 .3 ).
Segunda Vinda
A v o lt a d e C r is to n o f im d o m u n d o , p a r a e s t a b e l e c e r o
R e in o d e D e u s (1 C o 1 5 .2 3 -2 5 ) . O N o v o T e s ta m e n to
n ã o u s a e s t a e x p r e s s ã o ; r e f e r e - s e s im p l e s m e n t e à “ v i n
d a ” (pa.rou.sia), ta m b é m c h a m a d a d e “ m a n i f e s t a ç ã o ” d e
J e s u s (1 C o 1 .7 ), o u d e u m “ a p a r e c i m e n t o ” ( T t 2 .1 3 ) .
H á c o n te n d a s o b r e a r e l a ç ã o e n tr e a s e g u n d a v in d a d e
C r is to e o s m il a n o s o u M i lê n i o (A p 2 0 .4 ) , m a s n e n h u
m a q u a n to a o fa to d e q u e s e r á u m a in t e r v e n ç ã o d e c i s i
v a e in d i s p e n s á v e l d e D e u s . A v in d a d e C r is to p a r a d e s
tr u ir to d o o m a l, s e r á a c u lm in â n c i a d a s u a o b r a r e d e n
to r a .
Segurança
A c e r te z a d a s a lv a ç ã o , p o r c a u s a d a s p r o m e s s a s d e D e u s
e d a e f ic á c ia d a e x p ia ç ã o d e C r is to (1 J o 5 .1 3 ). A p a la v r a
n ã o o c o r r e m u ita s v e z e s n a B íb lia , m a s a id é ia é f r e
q ü e n te . B a s ic a m e n te , a s p e s s o a s n ã o re c e b e m a s a lv a
ç ã o p e lo s s e u s p r ó p r io s e s f o r ç o s ; se a s s im f o s s e , e s t a r i
a m s e m p r e in s e g u r a s , j a m a is s a b e n d o s e tin h a m s id o s u
f ic ie n te m e n te b o a s . M a s C r is to fe z tu d o o q u e e r a n e c e s
s á r io , e p o d e m o s c o n f ia r n a s u a o b ra p e rf e ita . A lé m d o
m a is , o s c r e n te s tê m e v id ê n c ia d o p o d e r d e D e u s e m s u a s
v id a s (1 J o 2 .3 -5 ; 3 .1 9 -2 1 ) . N o s s a s e g u r a n ç a r e p o u s a n a
c e r te z a d e q u e a o b r a in i c ia d a p o r D e u s s e r á c o m p le ta d a
(F p 1.6).
338 Pesquisando a Bíblia
Soberania
T e rm o u s a d o p a r a d e s c r e v e r o fa to d e q u e D e u s é a a u to
r i d a d e s u p r e m a s o b r e tu d o . D e u s c rio u o m u n d o e tu d o o
q u e n e le e x is te . T o d a a o r d e m c r ia d a n E le s u b s is te . E
E le q u e m g u ia o s a s s u n to s d o s s e r e s h u m a n o s e d a s n a
ç õ e s . I n te r a g in d o p r o v i d e n c ia l m e n t e e m tu d o q u e a c o n
te c e . O p e r a p a r a o b e m d o m u n d o e ir á , fin a lm e n te , le
v a r to d a s a s c o is a s a u m a c o n c lu s ã o s a tis f a tó r ia . P o r s e r
D e u s , te m o d ir e it o a b s o lu to d e r e a l iz a r a s u a v o n ta d e .
A lg u m a s v e z e s , a s o b e r a n ia é e r r o n e a m e n te in te r p r e ta
d a , s ig n if ic a n d o q u e D e u s f o r ç a a s u a v o n ta d e s o b r e as
p e s s o a s , e q u e n ã o p o d e m o s to m a r liv r e m e n te n o s s a s
d e c is õ e s . Is to é fa ls o . A s o b e r a n ia d e D e u s in c lu i o liv re -
a r b ítr io d o s s e r e s h u m a n o s . O q u e to r n a is s o e fe tiv o é
q u e n o fin a l s u a v o n ta d e é s e m p re c u m p r id a - a lg u m a s
v e z e s e m c o n ju n to e o u tr a s a p e s a r d a s n o s s a s e s c o lh a s
p e s s o a is .
Versículos-chaves para a Vida Cristã 3 3 9
Você vai descobrir que a memorização fica nossa língua de cânticos; então, se dizia entre
fácil quando se lê o versículo várias vezes por as nações: Grandes coisas fez o Senhor a
dia. Copie o trecho num cartão e cole num estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, e,
lugar em que possa vê-lo constantemente - por isso, estamos alegres.
no painel do carro, no seu caderno de Salmos 126.2,3
anotações, no espelho, na sua mesa de
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
trabalho, na geladeira. Lembre-se, esta curta
Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus
lista de versículos vai ajudá-lo a começar a
de toda a consolação, que nos consola em
fazer da Bíblia uma parte importante da sua
toda a nossa tribulação, para que também
vida mediante a memorização.
possamos consolar os que estiverem em
alguma tribulação, com a consolação que
Compreendendo Deus nós mesmos somos consolados de Deus.
2 Coríntios 1.3,4
Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro
bem presente na angústia. Pelo que não Porque o Senhor não vê como vê o homem,
temeremos, ainda que a terra se mude, e pois o homem vê o que está diante dos olhos,
ainda que os montes se transportem para o porém o Senhor olha para o coração.
meio dos mares. 1 Samuel 16.7
Salmos 46.1,2
Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais
Para que o saibais, e me creiais, e entendais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom
que eu sou o mesmo, e que antes de mim ânimo; eu venci o mundo.
deus nenhum se formou, e depois de mim João 16.33
nenhum haverá.
O qual [Cristo] é a imagem do Deus invisível,
Isaías 43.10
o primogênito de toda a criação, porque nele
Então Ele nos salvou - não porque fôssemos foram criadas todas as coisas que há nos
suficientemente bons para sermos salvos, mas céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam
por causa da sua bondade e compaixão - tronos, sejam dominações, sejam principados,
quando lavou os nossos pecados e nos deu a sejam potestades; tudo foi criado por ele e
nova alegria de sermos a morada do Espírito para ele. E ele é antes de todas as coisas, e
Santo, que Ele derramou sobre nós com todas as coisas subsistem por ele.
maravilhosa abundância - e tudo por causa Colossenses 1.15-17
daquilo que Jesus Cristo nosso Salvador fez.
Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e
Tifo 3 . 5 , 6 - A Bíblia Viva
a honra, e a vitória, e a majestade; porque
Então, a nossa boca se encheu de riso, e a teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu
Versículos-chaves para a Vida Cristã 341
Compreendendo a Minha
Relação
/
com Deus
Porque Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigénito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna.
João 3.16
pedir a razão da esperança que há em vós, Honra a teu pai e a tua mãe, como o
tendo uma boa consciência, para que, Senhor, teu Deus, te ordenou, para que se
naquilo em que falam mal de vós, como de prolonguem os teus dias, e para que te vá
malfeitores, fiquem confundidos os que bem na terra que te dá o Senhor, teu Deus.
blasfemam do vosso bom procedimento em Deuteronômio 5.16
Cristo. Ora, o Deus de paciência e consolação vos
I Pedro 3.15 conceda o mesmo sentimento uns para com
os outros, segundo Cristo Jesus, para que
Visto que vocês foram escolhidos por Deus,
concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus
que lhes deu um novo tipo de vida, e por
e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
causa do seu profundo amor, e preocupação
Romanos 15.5,6
por vocês, também você devem pôr em
E, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a
prática a bondade e uma piedade cheia de
alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas,
compaixão pelos outros. Não se preocupem
e a tua escuridão será como o meio-dia.
em causar-lhes uma boa impressão, mas
Isaías 58.10
estejam preparados para sofrer com
paciência e resignação. Sejam amáveis e Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e
prontos para perdoar; jamais guardem emprestai, sem nada esperardes, e será
rancor. Lembrem-se que o Senhor os perdoou, grande o vosso galardão, e sereis filhos do
portanto vocês devem perdoar os outros. Altíssimo.
Colossenses 3.12,13 - A Bíblia Viva Lucas 6.35
344 Pesquisando a Bíblia
Estão divididos por assunto, a fim de facilitar o seu GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo
ALEXANDER, Part, dir. ger. Enciclopédia ELLISEN, Stanley A. Conheça melhoro antigo
Ilustrada da Bíblia. São Paulo, Edições testamento. São Paulo, Vida, 1991.
Paulinas, 1987 ARCHER, Gleason L., Jr. Merece confiança o
ALEXANDER, Part & David, eds. O mundo da antigo testamento? São Paulo, Vida Nova, 1974.
São Paulo, Vida Nova, 1978. HORTON, Stanley M., ed. Teologia sistemática.
HALLEY, Henry H. Manual bíblico. São Paulo, Rio de Janeiro, CPAD, 199ó.
Vida Nova, 1983. MENZIES, William W. & HORTON, Stanley M.
PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia livro por Doutrinas bíblicas. Rio de Janeiro, CPAD, 1995.
Cultura e Arqueologia
DANIEL-ROPS, Henry. A vida diária nos tempos de
Jesus. São Paulo, Vida Nova, 1983.
UNGER, Merril F. Arqueologia do Velho
Testamento. São Paulo, Imprensa Batista Regular,
1980.
Atlas bíblico Macmillan. Rio de Janeiro, CPAD,
1997.
PACKER, J. I. et. alii. Vida cotidiana nos tempos
bíblicos. São Paulo, Vida, 1984.
346 Indice Remissivo
Encarnação 298 307, 308 , 329; 72, 75; gráficos 70, 259, 262
En-Gedi foto 168 referência bíblica 131 Herodianos gráfico 26
Ensinos de Jesus 92-100 Fenícia 27; gráfico 161 História (divisão do Antigo
Epístola de Jeremias 245 Festas 30, 35, 182; Testamento) 158; gráfico
Epístolas 273-316 gráficos 22, 247 161; ver também Israel; Judá
Erasmo 125 Figos 29 Homens 1 8 -2 1 ,2 9 ,3 2 -33
Esaolas 18-19; foto 18 Figueiredo, Antônio Pereira de Hospitalidade 30
Escribas gráfico 27 126
Escritura(s) 123, 131-138; ver Filemom 305; gráfico 2 5 0 Igreja 110, 119-120, 252,
também Bíblia Filho do Homem 212 270, 276, 291, 317; doutrina
Esdras 242; escritos de 178; Filipenses 288-289; gráfico 250 da 101-114; história da
gráficos 69, 145 Filipos foto 289 Igreja Primitiva 267-272; líderes
Esdras, 1 & 2 242 Flauta 29; ver também Música da 297-299, 302 ; gráfico 103
Esfinge foto 65 Impostos 25-26, 27, 75, 170
Espírito Santo 75, 76, 105, 109, Gálatas 283-284; gráfico 250 Inferno 330
110, 119, 123-124, 138,,210, Galiléia 27, 77, 79; mar da, Inspiração 122-124
2 1 8 ,2 8 1 ,2 8 3 ,2 8 4 , 341; fotos 78, 251 Instrumentos musicais 29
referência bíblica sobre o Galileus gráfico 27 Intercessão 108
advento do 131 G álio 40 Ira de Deus 330
Essênios gráfico 26 Gênesis 143-144; gráfico 145 Isabel 74
Ester 5 5 ,5 6 , 182, 243; gráficos "Gênio alado" foto 203 Isaías 40, 45, 51; escritos de 200-
68, 145 Getsêmani fofo 88 202; gráficos 145, 161, 179
Evangelho 328-329; referências G ideão gráficos 161, 165 Isis gráfico 46
no Antigo Testamento 135-136, Gladiador figuras 288, 301 Israel 119, 141, 143, 154, 170-
200 Gólgota 49; mapa 89 172, 175-176, 215-216, 276-
Evangelhos 72, 107, 118, 277; comércio de 26-28;
Graça 328; ver também Alegria
2 49-264 história de, 143-182, 201, 203;
Evangelhos sináticos 118,249, política de 25-26; as tribos de
255 Habacuque 229-231; gráficos 157; gráficos 63-72, 76, 179;
Exatidão bíblica 117 145, 179, 225 mapas 43, 61, 147, 173, 174
Exegese 132 Hanukah gráficos 22, 247 Istar, porta de figura 213
Êxodo 146-148; Harrison, R. K. 6; escritos de
gráficos 63-64, 145 38-70 Jael 23
Expiação 88-91, 152, 329; Hator gráfico 46 Jeoaquím 45; gráficos 68
gráfico 22 Hazor foto 162 Jeremias 45, 123, 203-204,
Ezequiel escritos de 209-210; Hebreus, Epístola aos 306-307; 207, 245;
gráficos 145, 161, 179, 225 gráfico 250 escritos de 203-208; gráficos
Hebrom foto 143 145, 179, 224 ; ver também
Família 14-15,18-23,287, Herança das 12 tribos mapa 163 Carta de Jeremias
2 99 -3 0 0 Herodes Antipas 79, 88; gráfico Jericó 4 7 -4 8 ,5 0 ,5 8 , 160; mapas
Fariseus gráfico 26 262 ; mapa 89 43, 61, 81, 265 ; foto 160
Fé 2 3 1 ,2 7 8 ,2 8 3 ,2 9 8 ,3 0 6 , Herodes, o Grande 1 9 ,3 5 ,4 8 , Jerusalém 4 0 ,4 7 ,4 8 -5 0 , 180,
Indice Remissivo 349
203, 207, 279, 306-307; Jope foto 222 Lutero, Martinho 125, 274
gráficos 63-70, 161; mapas 43, Jordão, rio foto 77 Luz 23, 29
61,81, 171, 173, 174,266, José 74, 76
270, 272; fotos 15, 88, 90,117, Josué 3 8 ,4 7 ,4 8 , 104, 157; Macabeus 246
122, 181, 182, 205, 207, escritos de 160-162; gráficos Macabeus, 1 & 2 246
230, 233, 237, 252, 307 64, 145, 161 M acpela foto 143
Jesus 33, 47, 101-114; no Antigo Judá, história de 170-182; 208- Malaquias 236-239; gráficos
Testamento 201-202; batismo 239; gráficos 161, 179; mapas 1 4 5 ,2 2 5
de 76-79; como Deus 92-94, 61, 171, 173, 174 M alcã (Moloque) gráfico 46
260, 263-264, 290-291, 329; Judas, Epístola de 316; gráficos Mapas, índice de 9
ensinos de 92-100, 252; nos 250, 275 Marcos 118; escritos de 255-256;
Evangelhos 251-264; na história Judas Iscariotes 87-88; gráficos 250, 275
do mundo, 258 ; como humano gráfico 259 Mares na Bíblia 49
92-94, 256, 2 6 4 ,3 1 3 ,3 2 8 ; Judite 23, 242-243 M aria 72-75, 105, 258;
ministério de, na Peréia e Judéia Juizes 164-165; gráficos 64, 145, gráfico 135
83; morte e ressurreição de 87- 165 M arido, esposo 19-23
91; e as mulheres, 12-14; Julgamento 76, 109, 154, Mateus 118; escritos de 2 5 1-
nascimento e infância de 72-76; 160-162, 169, 176, 2 0 9 ,2 1 0 , 252 ; gráficos 250, 275
nomes de 97; poder de 256, 217-218, 224, 225, 228-229, McDonald, H. D. 6; escritos de
258; retorno de 295, 2 32, 239; definição de 116-130
296, 302; e a salvação 332 Medicina 35
274-276; vida de 255-256; sua Justiça 332 M egido foto 170
visão em relação a Deus 92-94; Justificação 332 Mel 29
sua visão em relação à Menorá fotos 183, 239
humanidade e ao pecado 96; Kinah, ritmo 207 M erodaque gráfico 46
sua visão em relação a si Mesopotâmia 25, 42, 56-57;
mesmo 94-96; Lã 27, 30, 33 mapas 147, 266
gráficos 59, 70, 84-87, 97; Lamentações 207-208; gráfico Messias 77, 79-80, 101, 306,
mapas 89, 266; ver também 145 ' 326, 333 ; profecias sobre o, no
Ressurreição Laodicéia foto 318 Antigo Testamento 201-202,
Jó 186-187; gráfico 145 Laquis figura 226 204, 212, 224, 225, 235-236,
João 120, 313; escritos de 260- Lei 1 4 8 ,1 5 7 ,2 0 4 ,2 1 0 ,2 4 8 ; 239; gráfico 135-136; ver
264, 313-314, 317-319; gráficos livros da 116, 120, 140, lambém Cristo; Jesus
250, 259, 275 146-157 Metais 27
João, 1, 2 & 3 313-314; gráfico Levítico 150-152; gráfico 145 Milagres de Jesus gráfico 86-87
2 50 Línguas 332-333; ver lambém Miquéias 226-227; gráficos 145,
João Batista 72, 76-77, 79, Dons espirituais 179, 224
239; gráficos 135, 259 Linho 27, 30, 33, 34 Moisés 38, 52, 119, 160; escritos
Joel 217-218; gráficos 145, 179, Lira 29; ver lambém Música de 140-157; gráficos 149, 161
224 Literatura 28 Moloque gráfico 46
Jóias 20, 30, 34, 48 Lucas 290; escritos de 257-260, Morris, Leon 6; escritos de 322-338
Jonas 222-223; gráficos 145, 224 267-272; gráficos 250, 275 M orte 289; de Cristo 87-89, 281,
350 Indice Remissivo
291, 298; referências bíblicas mapas 62, 81, 254 Pescaria foto 78
(de Cristo) 131 Pano de saco 30 Pesos e medidas gráfico 36-37
Mulheres 260; na Panteão 42; foto 4 4 Pilatos, Pòncio 106; qráficos 70,
cultura 19-23; influência de Pão 29; ver também Alimentação 262
300; Jesus e as 14; Parábolas na Bíblia gráfico 84-85 Pirâmides foto 60
livros sobre 166, 182, 242-243, Páscoa 87; gráficos 22, 247 Poesia (divisão do Antigo
245-246 Pássaros 30, 128 Testamento) 184-197
Muro Ocidental fotos 117, 122, Pastores fotos 95, 219 Política 25-26; gráfico 26-27
207 Patriarcas hebreus 1 4-15,58; Prata 34
Música 28-29, 189; figura 228 gráfico 63; ver também Cultura Primeiro Período do Bronze 58
Nabucodonosor 44,211 Paulo 42, 101, 120, 122, Profecia 135-136, 252, 258; ver
Naum 228-229; gráficos 145, 224 268; escritos de 274-307; também Messias, profecias
Nazaré foto 73 viagens missionárias de 277, sobre o, no Antigo Testamento;
Nazarenos gráfico 27 283, 284, 288, 290, 292, 297, Dons espirituais
N ebo gráfico 46 302; gráficos 59, 70, 250, Profetas 118-120; divisão do
Neemias 56; escritos de 180; 275; mapas 269-272 Antigo Testamento 116, 198-
gráficos 69, 145 Pecado 91, 106, 143, 144, 239; profetisas 182; gráficos
Nero figura 312 152, 154, 164, 172, 200-202, 179, 224-325
Nicodemos 79 203, 215-216, 220, 239, 274; Profetisas, lista de 182
Nínive 40, 222-223, 228; gráfico definição de 329, 333, 336; Propiciação 333-334
67; mapa 62; figura 228 perdão do 111; referências Prosélitos gráfico 27
Noiva 19-20; foto 21; adornos da bíblicas 341; visão de Jesus em Prostituta 35, 215
ver Adornos; preço da 20 relação ao 96, 98-99; qráfico Provérbios 28, 191-192; gráfico
Noivado 19 153' 145
Nômades foto 155 Pedro 101, 124; escritos de Publicanos gráfico 27
Novo Testamento 116-138, 248- 310-312; gráficos 259, Purim 56, 182; gráficos 22, 247
319; gráficos 250, 259 263, 275
Números 154-156; gráfico 145 Pedro, 1 310-311; gráfico 250 Quarto Concílio Laterano
Pedro, 2 213; gráfico 250 gráfico 103
Obadias 221; gráficos 145, 225 Pentateuco 141-157; gráfico 64 Quemos 46
O ração 289, 298, 342 Pentecostes 1 0 9 ,2 1 8 ,3 1 0 ;
O ração de Manassés 246 gráficos 22, 247, 2 59 Ras Shamra 52-55
Ornamentos 34 Perdão 111, 1 6 9 ,2 0 2 ,2 0 8 ,2 1 8 , Redenção 119, 143, 146,
Oséias 215-216; gráficos 145, Peregrinações no deserto gráfico 148, 194; definição de
179, 224 334
64; mapa 146
Osíris gráfico 46 Refeições 29-30
Peréia 83; mapa 81
Ouro 23, 32, 34; gráfico 28 Regeneração 334
Pérgamo foto 304
Registros antigos 45, 47, 48, 50-
Período Calcolítico 58
Pai 14, 20; Deus, o 104 52; gráfico 63-70
Período do Bronze M édio 58, 63
Palestina 47, 178, 180; cultura da Reino de Deus 80, 104; definição
Período Neolítico Pré-cerâmica 58
25, 30, 38; gráficos 26-27, 67, de 334-335; visão de Jesus em
Perkin, Hazel 6; escritos de 12-37
68, 262-263; relação ao 96-98
índice Remissivo 351
Reis, 1& 2 170-172; gráfico 145 Seda 30,32 Timóteo, 2 299-301; gráfico 250
Remanescente 335 Segunda vinda 337; ver Tito 297, 302; gráfico 250
Ressurreição 87-91, 136, 278, também Jesus, retorno de Tobias 242
2 98; definição de 335-336; Segurança 337 Torre de vigia foto 2 0 P
doutrina da 106-107; Seitas e partidos na Palestina do Traduções 124-130, 133-134;
nosso futuro 111-114; Novo Testamento gráfico 26-27 gráfico 127
referências bíblicas 91, 131 Selo foto 234 Traduções da Bíblia em português
Revelação definição de 3 36 Senaqueribe figura 226 125-129
Rios na Bíblia 49 Septuaginta 124; gráfico 127 Trajano, fonte de foto 291
Rolos do (manuscritos) do mar Sermão do Monte 2 5 1; referência Transfiguração 80
Morto 50-52; gráfico 70 bíblica 131; foto 82 Tributo 25; foto 202
Roma gráfico 262-263; Serviço militar 19-20 Trigo 27
mapas 265, 266, 273; fotos Servo sofredor 202 ; gráfico Tumba, túmulo 4 7 , 4 8 , 4 9 ,5 2 ,5 6 ,
137,276, 294 135-136 91; fotos 90, 303
Romanos 274-277; gráfico 250 Shofar foto 13 Tyndale, William 125
Rosh Hashanah gráficos 22, 247 Sinagoga foto 310
Rute 166; gráfico 145 Síria 25, 28; gráficos 67, 70; Ugarite 52-54, 58; mapas 43, 62
mapas 61, 81, 147, 266, 269 Último Período do Bronze 48, 58
Sabedoria 1 9 1 ,2 4 3 -2 4 4 ,3 0 8 Soberania 338
Ur 56-57; mapas 43, 62
Sabedoria de Salomão 243-244 Sofonias 232; gráficos 145, 179,
Sacerdócio 307 224
Vegetais 29
Sacerdotes 34, 101, 150 Sucote gráficos 22, 247
Verdade 242
Sacrifício 152; gráfico 153 Susã 54-56; mapas 43, 62, 266
Vestuário 20, 30-34
Saduceus gráfico 26 Susana 245-246
Viagens missionárias de Paulo
Salmos 189-190; gráfico 145
gráfico 259; mapas 269-272
Salomão 19, 30, 47; escritos Tabernáculo ver Templo
Vida Cristã 276, 281, 287, 292,
de 191-197; templo de 23, 27; Teatro fotos 39, 290, 297, 304
297, 298-299, 300, 302, 307,
gráficos 64, 161 Tecelagem foto 31; figura 257
311,312, 3 14 ,3 1 6 ,3 3 9 -3 4 3 ;
Salomão, cisternas de foto 243 Templo 23, 40, 45, 48, 154, 170,
visão de Jesus em relação à 98-
Salvação 287, 311; definição de 176, 178, 233-234, 235;
100
336; referência bíblica 340 gráficos 22, 59, 64, 156, 161,
Vida de Cristo 72-91; gráficos
Samuel 168-169; gráficos 161 261; mapa 89; figuras 176-177,
2 50, 259
Samuel, 1 & 2 168-169; gráfico 264, 309
Vida eterna 111-114
145 Tessalônica foto 293
Vida religiosa 29
Santificação 336-337 Tessalonicenses, 1 292-295;
Vida social 29-30
Santo Sepulcro, igreja do foto 253 gráfico 250
Vinho 27, 29, 30
Sardes foto 315 Tessalonicenses, 2 296;
Visões de Daniel 211-212; de
Sardes, ginásio de foto 315 gráfico 250
Esdras 242; de Ezequiel 209-
Sarmento, Francisco de Jesus Maria Tiago 308; escritos de 308-309;
210; de João 313, 317-319; de
gráficos 250, 259, 275
126 Zacarias 235-236
Timóteo 1 16,292,297-301
Saul 60, 168-169; gráficos 64, 161 Vulgata 124; gráfico 127
Timóteo, 1 297-299; gráfico 250
352 Indice Remissivo
White, R. E. O. 6; escritos de 3 0 9 ,3 1 2 ,3 1 8 ,3 4 1
101-114 União das Escrituras: 293
Wycliffe, John 125
Créditos das
Fotografias
Biblioteca Britânica: 121
Clifford Shirley: 331
Escritório de Turismo Nacional da
0
CPAD