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Sintaxe

Introdução à Sintaxe
1. Conceito
A sintaxe é o estudo das palavras dentro das frases ou orações, da relação que elas
criam entre si para compor o significado. É também o estudo da relação das orações
dentro do período. A sintaxe é a ferramenta usada para formar uma frase
compreensível, por isso se as relações que as palavras estabelecem entre si dentro de
uma oração mudam, o sentido também muda, mesmo se usarmos as mesmas
palavras. Assim como na matemática, se você tem a operação 10 dividido por 2, o
resultado será diferente caso sejam invertidos os números. 10 dividido por 2 é igual 5,
mas 2 dividido por 10 é igual a 0,2. Percebemos que com a inversão dos números
obtivemos resultados diferentes.

2. Diferença entre frase, período e oração


Para entender melhor o sentido de sintaxe, é preciso compreender os conceitos de
frase, oração e período. Esses três elementos, apesar de possuírem significados
diferentes estão diretamente ligados. São os elementos essenciais para a criação de um
discurso. Comecemos pela frase, que possui um significado muito mais aberto. As frases
têm o objetivo de transmitir uma mensagem, então elas podem ser formadas por
apenas uma palavra ou ter uma complexidade muito maior. Sempre é possível
reconhecer o começo e o fim de uma frase oralmente, e na escrita normalmente se
identifica o começo por uma letra maiúscula e o final por um ponto.

Exemplo: “Silêncio!” e “Preciso que alguém envie ajuda para atender uma senhora que
foi atropelada e não está conseguindo respirar.”

Orações e períodos possuem conceitos mais definidos. Uma oração é uma frase ou um
fragmento dela que é formada por um verbo ou locução verbal. As frases compostas
por orações são chamadas de períodos. Os períodos podem ser simples ou compostos,
esta definição depende do número de orações em sua estrutura. Caso o período
possua apenas uma oração, é chamado de período simples; se é formado por duas ou
mais orações, é um período composto.

Exemplo: “Pare com isso” é um período simples. “Pare com isso, pois você está
passando dos limites” é um período composto.

2.1 Tipos de frases


A frase tem o objetivo de transmitir um conteúdo para alguém, e existem diversas
maneiras para se fazer isso. Na língua portuguesa algumas dessas formas de se
expressar já são muito comuns, e por isso a entoação delas tornou-se previsível. Esses
tipos comuns de frases podem ser classificados conforme as categorias a seguir:

2.1.1 Frases declarativas: Frases que declaram ou informam algo. Podem ser
tanto no sentido positivo quanto no negativo.

Exemplos: frase declarativa afirmativa: “Isto vai cair”; frase declarativa negativa:
“Isto não vai cair”.
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2.1.2 Frases interrogativas: Frases através das quais se procura obter alguma
informação ou faz-se um questionamento. Podem ser diretas ou indiretas.

Exemplos: frase interrogativa direta: “Isto vai cair?”; frase interrogativa indireta:
“Queria saber se isto vai cair”.

2.1.3 Frases imperativas: Normalmente empregadas em pedidos, ordens e


conselhos. São frases que têm o objetivo de influenciar as ações do receptor da
mensagem. Também podem ser afirmativas e negativas.

Exemplos: frase imperativa afirmativa: “Corra pelo campo”; frase imperativa


negativa: “Não corra pelo campo”.

2.1.4 Frases exclamativas: Frases usadas para expressar uma emoção ou


estado emotivo.

Exemplo: “Isto vai cair em mim!”.

2.1.5 Frases optativas: Frases usadas para desejar algo.


Exemplo: “Que seu sonho se realize!”.

2.2 Oração
Orações são conjuntos de palavras que, estruturadas em torno de um verbo, formam
uma mensagem. Isso significa que se não houver um verbo, a estrutura linguística não
será uma oração. As orações são a base para a construção dos períodos, e são
formadas por vários termos, alguns deles presentes em todas ou na maioria das
orações, é o caso do sujeito e do predicado. Outros termos não são tão frequentes, ou
têm um uso situacional: complementos e adjuntos são exemplos desse tipo de termos.
A função da oração é transmitir uma mensagem, ela pode ser completa ou ser
complementada com outra oração ou frase.

2.3 Tipos de Oração


Existem apenas três tipos de orações. São eles:

2.1.1 Orações absolutas:


São classificadas como absolutas as orações que, sozinhas, formam uma frase
completa. Ou seja, a oração, quando passa toda a mensagem sem ajuda ou
complemento de nenhuma outra frase ou oração, pode ser considerada absoluta.
Este tipo de oração é uma frase verbal.
Exemplo: Eu durmo muito.

2.1.2 Orações coordenadas:


Duas orações que se completam, mas que tenham equivalência sintática, são
classificadas como coordenadas. Em outras palavras, quando duas orações dentro
de um período se completam para passar uma mensagem, mas podem ser
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separadas e ainda manterem sentido individualmente, elas são classificadas como


coordenadas.
Exemplo: O coelho comeu a cenoura e saiu pulando.

2.1.3 Orações subordinadas


No momento em que há uma dependência de significado entre duas orações, elas
são consideradas subordinadas. Se há qualquer tipo de dependência ou hierarquia
entre duas orações ou mais, e a separação delas causa uma confusão em seus
significados, diz-se que elas são subordinadas entre si.
Exemplo: Ele fez o serviço, conforme foi pedido.

2.4 Sujeito
Sujeito é um termo essencial da oração, está presente na maioria delas, explícito ou
não. Sua existência, porém, não é sempre obrigatória. É com o sujeito que o verbo ou
locução verbal da oração se relaciona, seja ativa ou passivamente. A concordância
do verbo depende da pessoa e número do sujeito, por exemplo: se ele estiver na
segunda pessoa do singular, o verbo se flexiona (em pessoa e número) concordando
com o sujeito. Vejamos os exemplos abaixo:

 Daniel comeu muito.

É possível notar que o sujeito é “Daniel” pois é com ele que o verbo se relaciona.
Como o sujeito não é nem quem fala, nem com quem se fala, fica claro que ele
pertence à terceira pessoa. Daniel é apenas um, logo está no singular. O verbo
“comer” também está flexionado na terceira pessoa do singular, criando assim uma
concordância.

 Nós comemos muito.

Tomamos a mesma frase do exemplo anterior, mas o sujeito agora é “nós”, que é um
pronome pessoal da primeira pessoa no plural. O verbo continua nas mesmas flexões
de tempo e modo, mas sofreu variação de número para acompanhar o sujeito, e
agora está na primeira pessoa do plural.

 Tu comeu muito.

Temos um exemplo de erro de concordância verbal. Podemos perceber o “tu” como


sujeito, e já sabemos que este sujeito é um pronome pessoal de segunda pessoa no
singular. “Comeu” é a flexão do verbo “comer” na terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do modo indicativo. O verbo e o sujeito não concordam, o correto
seria trocar o “tu” por “você”, que apesar de se referir àquele com quem se fala, é
flexionado como terceira pessoa. Outra correção é mudar o verbo de “comeu” para
“comeste”.
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2.5 Tipos de sujeito


Nem todos sujeitos aparecem da mesma forma na estrutura da oração. Às vezes eles
não são explícitos, outras vezes não se pode defini-los, e em outros casos simplesmente
não existem. Os sujeitos podem ser classificados em:

2.5.1 Determinado simples


É o mais fácil de se perceber. O sujeito é classificado como simples quando o verbo
se refere a algo ou alguém que está explícito no texto, e esse referencial possui
apenas um núcleo, formado por um substantivo, pronome ou palavra
substantivada. Vale lembrar que o número do pronome ou substantivo não interfere
no tipo de sujeito, mas sim na sua concordância. É o núcleo único que o define
como simples.

Exemplo: A polícia fez um bom serviço.

2.5.2 Determinado composto


É muito semelhante com o simples, também possui núcleos explícitos na oração
formados por substantivo, pronome ou palavras substantivadas. A diferença é que o
sujeito composto possui dois ou mais núcleos. Não importa se os núcleos estão no
plural ou singular, a quantidade de núcleos é o que define o sujeito composto.

Exemplo: João e Maria fizeram um caminho de migalhas

2.5.3 Determinado oculto


Muitas vezes o sujeito não está explícito na oração, porém ele existe e é definido. O
sujeito está “escondido”, mas é possível identificá-lo por conta da concordância
verbal. O verbo ainda se relaciona com o sujeito, e por isso, mesmo ele estando fora
da oração, a concordância entre sujeito e verbo precisa existir. Muitas vezes o
contexto ajuda a descobrir o sujeito oculto.

Exemplos: Rastejei de dor – (Eu) Rastejei de dor.

2.5.4 Sujeito indeterminado


Às vezes não é possível descobrir quem é o sujeito da oração, apesar dele estar lá.
O sujeito indeterminado é aquele que não se refere a ninguém nem nada
especificamente, possui uma abrangência geral e não foi citado ou referenciado
em nenhum momento.

Exemplos: Falam mal de você; Necessita-se de funcionários; Vive-se bem, lá;


Normalmente se é honesto aqui.

2.5.5 Sujeito inexistente


Orações sem sujeito existem, mas são bem específicas. Há casos em que não se
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pode relacionar nenhum sujeito ao verbo, é o caso dos verbos que indicam um
fenômeno natural meteorológico, verbos com sentidos de existência e verbos que
indicam tempo.

Exemplos: Chove bastante; Há bastante gente no mundo; Faz frio no inverno.

OBS: Muitas vezes, advérbios podem assumir a função sintática de sujeito, como
pode ser visto nos casos abaixo:

 Amanhã será um bom dia – sujeito: “amanhã”, o dia de amanhã.

 Lá já anoiteceu – sujeito: “lá”, naquele lugar.

 Agora é a melhor hora – sujeito: “agora”, este momento.

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