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do subdesenvolvimento ico do desenvolvimento industrial A teoria do desenvolvimento, na forma como é concebida nos ‘aides centros universitérios do mundo ocidental, tem 0 p nitado de “mostrar a natureza das variéveis no econdm 1 que determinam, em tkima instincia, «taxa de erescimento da produgio de uma economi ca, caberia reconstituir os seus processos fimndamentais, dle ma- neita que fosce possivel identificar aquelas varkéveis exsgenas que respondem pels variagBes no ritmo do crescimento e pela inten- sidade deste, Dentro dessa linha de pensamento tém sido cons truidos os maltiplos modelos de desenvolvimento que fignram tne bibliografia corrente, Esse ponto de vista, entretant®; apr senta a falha fundamental de ignorar que o desenvolvimento eco- la dimensio historica. A teoria do desen- ‘yolvimento que se limite a recer tituir, em um modelo abstrato — derivado de uma experiéncia hist6rica limitada —, as arti- des de determinada estrutura nao pode pretender elevade sgrau de generalidade, Demais, o probler Ge desenvolvimento aleangado pelos distintos Dada uma estrutura econdmi- némico possui u nao se cinge ao nivel 1. Nicholas Formulagies idSmticas da teoria do Thee nos dez anos constitu simples te iariod ¢ Bomar >ESENYOLYIMENTO = SUBDESENVOLVIMENTO Revolugao Indust cal eri In si 1 com conentemente Ie ch 2 somal per seu féndmeno auténome. Com ef advent de uma economia industial na Europa nos it iS cfnies do século XVI, ao provocar uma rutin na econ Dural da pc, representou uma mudang de natu rol ao mesmo titulo da descoberta do f ia a (ogo, da roda ou a : No, eeu anterior Revolugio de » Nomundoanetor Revol leservolvimen- nOmico era, basicamente, um proceso de el Pesenas unidadesecondmicas ede ethene 0. Na classe comexclalextava 9 agent ; ‘a classe comercial estava 0 agente dina mento, Promovendo a ace mercados mais visto do teabs frutos do au riava for 0 € possibiltava @ eipecalizac ento resultante de fe produtivided em grande pai caaadae em le parte pelos grupos dirigentes das come ie }toras do comércio, 0 que tornava po: nunidades pro- centragbes de cay ‘is importantes con- entre os ual fi -eiro. Contudo, como a - 8 grupos dirigentes « articulasao : fase comercial ¢ 0 Tesponsiveis plas fiss produtivas er St eet prensa ve reduzida ou nula, @ acu- aks ae 8 luctos nas maos dos comerciantes pouco ‘hum efeito tina sobre a senias de prod in de ‘ists do comerciante dessa €poca, a insersio : ia em abrir novasfrentes de trabalho, io de concorrentes. Os métodos di Sfo.de concorten le produga specais chegavam a preacupiclo, __Vimmos, em capitulos anteriores vento, na Europa do século Xvi dustrial, Uma vez Do ponto de lucrativa con- anciar a destrui- 6 em casos muito dial sofreram nto da economia m oo se aim pda idea transformegio. Em sua oe ome een oni O primeira «a ELEMENTOS DE UMA TEORIA 00 SUSDESENVOLVIMENTO respeito aos fatores caussis-genéticos df crescimento, os quais san a ser enddogenos a0 sistema econdmico, O segundo € um do avan- necto particular do primero e se refere ao imperative do 2 io tecnoldgico, que se traducitem fntima articulagto do proces: si de formagdo de capital com 0 avango Nas economias pré-industriais, jucro dle operagies efetuadas dentro do proprio sistema ‘9 do intercdmbio externo — consistia, em grande parte, opriasto direta de bens ¢ servis disposicio da coletividede to lucto do proprietirio agricola era aquela parcela do pro ‘manecia em suas mos para sustentar a fa provinha dos bens econdmico, & uma dato da terra que per inifia e outros dependentes; o do comerciante ' consumidos diretamente, assim como do ouro que ele ermititia aumentar o giro do ne- vam em nfvel mais alto ce servigos conseguia amoedar € que Ihe ps ‘Se 08 estoques no fim do ano esta fa-se uma redugio nas compras ¢ tudo ustamento néo pode gocio. que 0 desejado, plane voltava 4 normalidade. Psse tipo facil de cntretanto, ocorter em uma economia industrial. © Tucro in- ‘al, sendo pagamento a um fator de produsio (a atividade do organizador on empresitio), inconpora-se, necessariamentes fo progo de venda do artigo, no momento em que este passa das ‘ios do produtor as do comerciante, Fm conjunto com outros pagamentos a flores, constitui a contrapartida financeira de ums operagio de produgao. Destarte, 36 chega a ter existéncia real quando 9 bem produvido € vendido 20 consumidor final. Até esse momento, qualquer pagamento a faiores de producao constitui o, Para que a totalidade da produsio simples operagio de créci cneantre eompradot, & necessério, pois, que a soiia global dos pagamentos aos fatores “yealizados durante a produgao seja des- » 0 produtor nao encontre comprador e 0s estoques, tendam 4 aument ti ‘4 — a0 contririo do que ocorria com 0 Comerciante — em condigées de poder transferir a pressdo pars ero de artesios ou produtores domésticos. Se qui a pendida. em maos do produtor, nao se encontrars SEE Eee eee DESENVOLVINENTO € sUaDESENVOLVINENTO ser liquidar os estoques acumulados involuntariamente e perma. necer no mercado, teré de ofececer a mercadoria por mais baixo reco Es por que os custos de predugao passaim a ocupar o cen. to de suas preocupagées. Bre Do ponto de vista do empresério industrial que participa de ‘um mercado de concorréncia, a elasticidade-preso da proc rad imercadoria que ele oferece é infinita. Sue principal arma de ata. que, na luta para expandir o aa a mercadoria por um prego do, em dado momento, Esse py toque os Produtores detinham, entio, em suas mios 2 lideranga iniciar-se a mecanizagéo da industria téxtil) na oferta dos tecidos de [a ent prititeiro lugar, e, depois, a dos tecidos de algodao tomou extract slobal crescesse na forma requerida para absorver todo o incre- mento da produsao. ‘Tev am prolongado periods (le baixd nos pregos dos tecidos; baixa ess centuada, que perinitit’ desorgas ida a produgao artesanal dentro da pré- Winias e, mais ‘em aii gran- D da Re- volugao Industrial, em sua primeira ctapa, atuava pelo lado da oferta, concentrando-se a atengéo do empres fa de, por todos 98 meios, reduzir os custos, resulta que as téc- nicas de produgio passam i a constituir 0 ponto crucial de ae Ponto crucial de todo 0 experimental surge icos € a ciéncia es ds ids de algpdo na Inga. 0 Industrial, vee W, alu Ww. The Process of ta Grown (Oxo 4, ELEMeNTOS DE UMA TEORIA DO SUBOESENVOLUMENTO firme baixa dos pregos de certo rwimero de mercadorias imo geral. Foi através do )-preco que atuaram os mec fendentes a destruir um namero cada ver maior de segments de base artesanal. © crescimento da scessariamente, menor que 0 do produto fia escala de produgdo e pt lade mantinha-se em n{vel atrativo. Por outro lado, como io havia pressio dos assalariados, em razao da crescente oferta de mio de obra provocada pela pr nnato, os frutos dos aumentos de produ populagio consumidora pocliam ser retid ie, pelo empresirio, Superada a primeisa etapa do desenvolvimento, “ durante a qual foram erodidas as velhas estruturas econdmicas, os fatores dindmicos da economia industrial comegaram a operat, si- multaneamente, do lado da oferta e do da procura. Gom efeito, 20 clevar-se a produtividade fisica nas inditstrias de bens de consu- ‘mo, os empresirios desse setor se via beneficiados por maiores Iueros que se traduziam em aumento de procura no setor dos 4 Enquanto nao aumentava a produtividade fisica 'o setor, sua rentabilidade se mantinha mais alta que no conjunto da economia, estimulando wim aumento zelativo dos in- ‘yestimentos nele. Esse aurmento telativo da procura de bens de ca- pital acarretava aceleracio do crescimento. Enquanto nao surgisse idade no setor de bens jos, em i ‘um aumento compensatério da prod 10 do produto real ficaa também a substituigso de Em outras palavras toda vez que de bens de consumo, com procura de preside de procura no selor de bens de capital Poe ete eee meee eet eee DESENVOLVIMENTO € SUBDESENYOLYIMERTO de capital, a expansio do conjuinto de empresas que 0 compu nham processava-se através de absorcio de mao de obra, diante da qual nao se levantayam entraves, pois 0 aumento prévio de produtividade fisica no setor de bens de consuimo provocava uma fiberasao de forga de trabalho. Ora, obra empregada ma industria de bens de « fica, necessa- riamente, acréscimo da procura de bens de consumo, Essa nova modificagio no volume e na estrutura da procura vinha aletar, ‘ais uma vez, a orientagao das inversdes, em beneficio, agora, das dstrias de bens de consumo. O que interessa reter de tudo isso € que a acio dindmica tanto opera do lado da oferta como do da rocura dos bens finais de consumo, As obscrvayies anteriores referem-se ao modelo cond intensa belicosidade (ao alcangarem as linhas de comérc! quase saturagio), problema dos custos de produto se foi apro- fundando no campo econdmico como um elemento de crescente importancia, jé na primeira metade do século XVII, 0s procedi- :mentos técnicos mais adiantados cram disputados e por toda par- te objeto de espionage.’ Procurava-se atrait pessoas, de qual- Auer modo, que possufssem experiéncia técni p de crescimento em profundidade, cuja forga dinamica resultava das préprias trans- formagies internas do sistema econdmico, Bssas transfon ndo se processavam, entretanto, de forma en 4 ELEMENTOS DE UNA TEORLA 90 SUBDESENVOLYIMENTO todas as frentes, assim como ia recebeu enorme impulso, m Sa al : 19s is téenicas de produsio. a aplicagio dos principios cier : Gri ee em consequencia, um acervo de inovasdes tGenicas ean nl de dessas novas smanente aumento, ¢ a viabilidade econdr formas de produsao ficava na dependéncia do juizo i condicoes 0 j smpresa. Na medida em que as con in Réenicas iam sendo incorporadas aos processos produtivos. Mas, embora 0 avango da ciéncia ¢ da técnica adqu ra erevente — arpliando-seo espetto dé possi jcas pottcais —, as condzesecondmicas ¢ que deter navam, em ead caso efse tipo de tecnologia ast wilizaday 1 Na pi imeita fase do desénvolvimento, caracterizado pela al é< rio do opel ‘cao do sistema pré-capitalista,o sal strgio do sistema pt to se processava em condicoes de sti vel de sala- oferta de mao de obra totalmente elistica, em um nivel de 7 i ‘termos de alimentos. Como os precas dos rados, medidos exatamente em termos de ali- produtos manufatu mentos, estavam em de pregos, no seria posst artesanal —, depreende-se que os produtos manufaturados, deveria act fdentemente co! laturas ha Toes Tats: Em tals eondigOe concorréncia,a produgao ‘medido em termos de a subir, nnegar que as : econdmicas quanto maior fosse a redugao do 6. stein dalgdto pets 7 osc 18010040 1650Ver WW ROO hate gun pues spéndiceM WersBes no setor ind! de pea oferta real de equiipamentos que por outros fatores de na- za estritamente econdmica. A produgao de nt equipamentos fetuava-se em base semiartesanal, permanecendo em segundo plano a preocupagao de reduzir-Ihe os custos, Seria p te necessitio qui ressirio que a de equipamentos alcangasse certa tor para que o problema da escolha da t6 amular-se em termos rigorosamente econdnicos. comecasse a for- ‘Com uma oferta elistica de mao de obra, o principal fator de- mo do crescimento econdmico ¢ capacidade produtiva da indi da renda: sendo maior essa parti- imbém, a pal us srendas € regulado is € pouco afetado por modificagdes de curto prazo no nivel da renda global, e que o consumo dos assa- lariados ¢ determinado pelo nivel de sua renda corrente, apresen- tando-se praticamente mula sua capacidade de poupanga, cabe concluir que © méximo consumo real da classe assalariada tem a determiné-lo, por um lado, a oferta total de bens e servicos de consumo ¢, por outro lado, o nivel do constimo das classes no assalariadas. Ora, a oferta ‘ determinada pelo 8, Para. uma anlise deste p Review of Econo {-ELEMENTOS DF UMA TEOA'A DO SUBDESENVOLIMENTO fi produgdo de bens de consumo e a de bens de capi pplementares, torna-se dbvio que o aumento relativo de uma im- plica a redugao relativa da outra. Ao transferirem-se trabalhado- 0 de bens de capital, a procura se mantém in: transferéncia sem aumento do salitio médio, Se este aumenta, para induzir os operdrios a trocarem de seto procura de bens de constimo, 20 mesmo tempo que s€ Te ‘sua oferta no mercado, Na pratica, semelhante situagdo acarseta- tia elevagao do nivel de pregos dos bens de consumo, reducio no salirio real médio ¢, conseque m aumento da par pagdo dos lucros no produto, Com efeito, se levamos em ct que a producéo de bens de capital tem que ser comprada pelos cempresirios, com parte dé is liicros, ¢ que 0 consumo da classe dugao da producto de bens de consumo fari o si wumento da producto de bens de, ca Ik o dos Qualguer desses fend ‘menos acarreta modificagdes na distribuicao da rendayprovocan- do reag6es dos grupos so: A atita interessados. A atitude destes ¢ que, em tltima instincia, determinaré a forma de distribuigao da ren- dggastrura da prods, (A primeira fase do desenvol por um aumento substancfal da pa dustrial se caracterizou ago da incistria de bens de equipamentos — no to- tal da produgao ind relho produtivo Tor miito provavelmente acompanhada de al- rragbes na disttibuigdo da renda, crescendo a massa total dos de salérios. Nao sera fill Iueros com mais intensidade que a precisar quando sé concluiu essa mento industrial, mas tudo indica que a total absorgao da econo ta ea consequente absorgio do excedente estru mia pré-capi DESENVOLUIMENTO F SUBDESENVOLNINEWTO tural de mao de obra devem ter coincidido com o encerramen dessa fase. A partir de entao, a oferta de mio dé obra tornouw-se pouco elistica, melhorando a posigao de baryanha da classe tra- balhadora, 0 que ctiou sérias dificuldades d absorgio da grande ssa de bens de capital em permanente prodtigio. Foi uma si tuasiio que se configurou com absoluta clareza, na Inglaterra, ji no comego do titimo quartel do século passado: para absotver 0 {grande e crescente volume de bens de capital era necessério trans- ferir mio de obra desse setor para o de bens de consumo, 0 que tera ocaionedo wna reduc relative da produ de bens de apital com redistribuigao da renda a favor dos grupos assalaria- dos, Tal tendénci levaria a wma reduso no ritmo elec € a uma baixa da taxa de lucro. A economia inglesa logrou evitar indsia precoce langando-se numa grande ofensiva interna 1. Foi quanto bastou para que tivesse inicio a fase de total lizag2o do comércio ingles, das ma pital, que mantinbam a as exportagdes de ca- A segunda fase do desenvolvimento das economias indust ido a oferta de mio de obra se torna po de produgao de bens de capital e a possibilidade de absorcio des tes, Visto de outro Jado, este fendineno apresenta-se da forma se- oferta de capi buigao da renda a favor dos trabathadores. A redistribuigao acar- retaria, entretanto, uma baixa na taxa de lucro, desencadeando Por seu lado uma série de reagdes tendentes a reduzir o volume de inversdes, a criar desemprego temporirio, a reduzir ritmo do {crescimento econdmico etc. O ponto crucial do problema estava, Portanto, na relativa inclasticidade da oferta de mio de obra, Ou. se aumentava a elasticidade da oferta de trabalho out haveria que reduzir a importincia relativa da produgao de bens de capital ¢ 4: FLEWEITTOS OF UMA TEORIA DO SUBDESENVOLVIMENTO. permitir que, nessa conformidade, a renda se redistribuisse a fa- fato de terein a8 economies capi a, ao mesmo tempo que vor dos grupos assalariados talistas Logrado solucionar esse probler mantinham 0 nivel de part sea manutengio da elevada tax racterizou a segunda etapa do desenvolvimento industrial moder- no. A fase de grandes exportacdes de bens de capital, em fins do século passado e comecos do atual, constitu um simples periodo — assumindo grandes proporgdes apenas no caso do Jaterra — que teve a virtu- de de permitiro refinamento de solugées mais definitivas. Encon- traram-nas na propria tecnologia, progressivamente orientada no sentido de cortigit o desequilibrio fundamental que se formara za etapa anterior. ‘Um excesso estrutural da oferta no setor de bens de capi tende a refletir-se em redugio dos custo3 da frversio no setor de pens de consumo, onde 586 utilizados em sua grande maioria os ,edida em que 0s equipamentos mais baratos jas de bens de consumo ~ seja para reposigao, seja para ampliagao —, a rentabilidade desse setor ten- de a aumentar, com respeito ao conjunto da economia. Or maior rentabilidade no setor de bens de cons © uma fragio maior dos bens de consumo produzidos nao é consumida pelos operarios dessa mesma indus. tria, e, portanto, fica livre para ser consumida no setor de bens de capital, Como esse Setor nao esté em crescimento, manifesta-se uma presséo no sentido da baixa dos pregos dos bens de consu- raga do salério setor manufatu- forte- de transi primeiro pais a industrializar-se, a L iiltima iistineta, mo, gue, em altima instanci real, em termos de mercadorias pro reiro. A tendéncia & elevacao do salério real incidliré ‘mente sobre as indlstrias de bens de capital que jd estefam ope- rando com baixa rentabilidade. Dessa situagae decorre que as récicas mais avangadas — que implicam maior densidade de ca- pital por pessoa ocupada — encontram condigSes econdmicas PE ee eee eee eee ee mmr ene eee eer DESENVOLVINENTO E suaDESENVOLUIMENTO ilatnent mais favoraveis nas indistrias produtoras de bens pital. E 0 avango mais ripido da tecnologia nas inchistrias produtoras de bens de capital tem consequéncias fundanient : pots tod detenlvinent ds enomi, Cran us pr gavin fala mais intanearsente que nas inddstras de bows Ge consumo, os pres ds egupaneiostendem a dena em de produtos manufiturados de consumo, o que induz a substitu, nas induisttias de bens de consumo, mao de obra por equipamentos. Dai results uma tendéncia a aumentar o de mecanizasao em todo o sistema, isto 6, a aumentar a densidede de capital fio por pessoa ocupads. Como o prey dos equipa: ‘mentos, em termos de manofaturas de consi (e, portant, om ‘orm de salrios reais), vem diminuindo, a maior moecaniagta alo implica, necessariamente,redugio da tara de renabiidade dos novos capitaisinvertidos? fete O forte avango relativo da tecnologia nas indstrias de bens fe capital permiti conciliar a forma de distribuigao da rend: queers alizara no perfodo de absoredo da economia pré-capita- = ca fone participagao das induistrias de bens de capital roduto total, com uma oferta de mio see de obra relativamente Equipamentos que provocavam substanciais aumentos produtivdade fsca nas indstrias de bens de consumo (como os teares automaticos) eram obtidos da indiistria de bens de capital sumo). A rest digdes de rental ~~ de cm lade para processos tecnologicamente ainda avangados. Observado © mesmo fendmeno de outro ponto ic vista, pode-se dizer que a tecnologia foi orientada no sentido de permitir combinagoes de fatores em que entravam quantida- 9: Pasa oe ans agua ds mercies ent ogo colt de enol er Joan Robison, The Acuna necanizacdo & a ex of Capital (Lond, “4: ELEWENTOS DE UWA TEORIA DO SWBDESERVOLVIMENTO des crescentes de capital (definido a home ocupado, Aquelas invengées que possibilitay mia do fator mao de obra (dado um nivel de producéo ja alcan- ado) tinham preferéncia as qne permitiam aumento da produt- \ dade fisica do trabalho, mas ndo permitiam reduzir a procura Yo fator mao de obra. Em particular no setor agricola — grande Viveiro de mio de obra —realizou-se esforgo substancial no sen- ‘ido de reduir a procita do fator trabalho. A mecanizagao agri- ia em fins do século passado, troue enorme desafogo t cola, iniciada fo mercado de trabalho, contribuindo, substancialmente, para is economias de que se mantivesse elevado o nivel das inversbes na mais adiantado grau de mecanizagao. ‘As observacies anteriores evidenciam, com clasera, a intima ndéncia exist tre a evolucdo da tecnologia nos nterdependéncia existente ent pafsesindusrilizados eas condigbes historias do seu deseovel- forma em que se apre= -Gimento econdmico. Essa tecnologia» senta hojer Incorporada aos equipamentos industriais, resulta, portanto, de um lento processo de decuntagto, Nesse processo in - fluiratn, de maneira fundamental, ‘Condigoes especificas de algu- ‘mas nagées, sobretudo da Inglaterra e dos Estados Unidos, paises jos pontos de vista, constituiram um s6 sistema eo ra metade do século XIX." Derivar um sm seu esti- 10 sentido convencional) por que, sob ¥ jpomico durante @ primeii jnodelo abstrato do mecanismo dessas economias, € fio atual,¢ atrbuir-he vader universal valeria por uma reencar- jhagio do homo aeconomicus, em caja psicologia rudimentar os “eMdesicos pretenderam assentar as leis econdmicas fundamentals, ‘A dualidade Gbvia que existe ¢ se agrava, cada dia mais, entre as volvidas exige uma formu- ‘economias desenvolyidas ¢ as subdesenvolv Jagdo desse problema em termos distintos. ‘uma andlise da interdependéncia do desenvolvimento terra dos Estados Unidos no século XIX ver, do td Beast Rio de J SEE eee eee EL eee eee een eee DESENVOLVIMENTO F SUBDESENVOLVIMENTO As estruturas subdesenvolvidas © advento de um niicleo industrial na Europa do século xvii Provocou uma rupiura na economia mandial da época e passou # condicionar 0 desenvolvimento econémico subseqnente em ‘quase todas as regides da Terra. A ago desse poderoso nuicleo ndmico passou a exercer-se em trés diregdes A primei- 1 iinha de desenvolvimen ntr ocidental, no Primcira, a liberagdo de mi de obra era mais rapida que a absorgao, o q aes ee esse fator totalmente elistica; na segunda, a oferta da mao de da desarticulagio da c tende a esgotar-se, o que exige uma reo} a esta manter a flexibilidade do sistema, para que os fatores se combinem em proporgdes compativeis com a sua ofetta. Des (7% forma, 0 desenvolvimento da tecnologia — isto é as transfor. passa a ser cada vez ito da economaia industrial para além de suas fron- ruvesse terras ainda desocupadas e de ca- jeer as da propria Europa, Faiores varios res- oF. essa expansto, No caso da Austrilia e do Oeste Rorte-americano, o ouro desempenhou um papel bisico. A rev lugto dos transportes ma do tracer cereals de grandes distancias para comp: mezeado europea, fo det. siva em outros casos, Mas importa ter em conta, entretanto, que «ese deslocamento de Frontera nao se diferenciava, basicament 4. ELEWENTOS OE UMA TERIA OO SUBDESENVOLYIMENTO do proceso de desenvolvimento da prépria Europa do qual fazia parte, por assim dizer: as economias australiana, canadense ou estadunidense nessa fase eram simples prolongamentos da eco- nomia industrial europeia. As populagdes que emigravam para ess 0s naturais, alcangavam, rapidamente, niveis de produ renda bastante altos. Se considleramos que essas “colon estabeleciam onde prevaleciam condigoes nalmente favoraveis, explica-se que suas populagbes haj , elevados niveis de vida, comparativamente dos pa 3) ‘A terceifa linha de expansio da economia industrial europeia foi em directo as regides ja ocupadas, algumas delas densamente povoadas, com seus sistemas econdmicos seculares de tipos, mas todos de rosas economias cai gio nio se fez de maneira uniforme. Em alguns casos, 0 in- nhas de comérci rias-primas cuja procura crescia nos centros industries, do impacto da expansio capitalista sobre as estruturas variou de regio para regio, a0 sabor de cireunstin 10 de penetragao capitalista e da intensidade desta. resultante foi quase sempre a criagao de estruturas hibrida ‘comportar-se com tra, a manter-se dentro da estrutura preexistente. Esse especificamente, 0 fen’ no do subdesenvolyimento contemporiineo. O subdesenvolvimento é, portanto, um processo hist6rico au- tonamio, ¢ fio’ uma etapa pela qual tenham, aecessariamente, passado as economias que jé alcangaram grau superior de desen- volvimento, Para captar a esséncia do problema das atuais eco- hnomias subdesenvolvidas necessério se torna levar em conta essa rte das PE Ee eee eee eee eee ie eee et eee ee peculiaridade, Consideremos o caso tipico de uma economia que Aas ‘uma cuna capitalista, sob a forma de atividades produ- vas destinadas & exportagao. Seja 0 caso de uma exploracio mincira, sob controle de empresa capitalista que organize no Somente a produsio, mas também a comercializagdo do produto. intensidade do impacto desse nticleo na velha estrutura depen- derd, fundamentalmente, da import ele dé otigem ¢ que fique & Depende, portanto, do_volume de mio de obra que absorva, do €o salitio real médio e da totalidade de impostos que pa- gue, Este Gltimo item i fem teve reduzida importancia nas etapas ini- ciais de : ae ia relativa da renda a letividade, posigao dentro da inks Me expansao capitalist, pols para atzair 0 capital foraneo avam-se estimalos de todo tipo, inclusive o da total isengao de 1 do salétio real era e € determinado pelas con- impostos. O nivel dices de vids CaIRTNG foe algo superior & media regional para que se depe- Fuse ime oferta de mao de obra totalmente elistica, Assim sen- » © fator decisive era o volume de mio de obra absorvida pelo niieleo ca ake cpitlista, Ora, a experncia demonstra que esse volume Gemio de obra nao atingas via de repr, grandes proporsoes. No ls economia especializadas na exploragao de mente alcancava 58) da populagdo e1 A igo as novas empresas entravam em contato com as are ate ais ¢ tratavam de habilité-las & execusio de medi- ee oe eutni € oxtas jo resultado se fi sent num re faeaeiaee le mortalidade, com correspondente aumento da ee mento vegetativo da populacao. Ao cabo de algum » 'umero de habitantes havia aumentado o suficiente para restabelecey di rele entre ulacdo € recursos, que pre- lade de tr 4 anterior atu econdmica da regio onde penetrou a empress ca ' — no exemplo do pardgrafo anterior — nto se modifi 4 ELEMENTOS OF UMA TEORIA DO SUBDESENVOLVIMENTO ca, necessariamente, como consequéncia dessa penetraglo. Ape nas uma reduzida fragio da mao de obra dispontvel é absorvida pela empresa foraneas os salirios pagos a essa mio de obra no sio pelas condigées de vida prevalecente nar bém, que era de esperar que a populagio aumentasse sua taxa de esim tam- se localizou quase cxclusivamente como um agente massa de salirios, seria necessario que o montante dos pagamen- tos ao fator trabalho alcangasse grande importincia relativa para Provocar modificagdes na estru econémica. O fendmeno até certo ponto, idéntico ao observado na primeira fase do desen- volvimento da economia capitalista, quando o sistema artesanal preexistente ia sendo destruido e absorvido. Fase anterior ao mo- mento cin que o setor capitaisfa, em expansao, absorveria a tota- idade ou quase totalidade dos recursos de mao de obra, permi- \do que os saldrios reais, antes determinados em fungio das condigdes preexistentes de vida, passem a ser condicionados pelo nivel de produtividade. Ainda assim a similitude € aparente, pois, a empresa capitalista que penetra em uma regiéo de velha col6=\, nizagio e estrutura econdmica arcaica nao se dinamica- mente, a esta tiltima, pelo simples fato de que a massa de lucros } por ela getadas nao se integra na economia local. O dinamismo da economia capitalista resulta, em ultima ins- tancia, do papel que nela desempenha a classe empresarial & qual eabe reprodutiva uma parte substancial da ren- da em permanente processo de formagao. Jé nos referimos ao fato de que o consumo da classe cap a é determinado por fatores institucionais e, praticamente, independe de flutuagbes, a curto prazo, no nivel da renda global. i este, por certo, o elemento mais rel no dispéndio da colet lade, Por outro lado, 0 consumo dos assalariados tem a determind-lo o nivel global de emprego, cabendo-lhe um papel ancilar no processo de desenvolvimento. ‘Assim sendo, o que garante 6 dinamismo & economia capitalista ar de forn Bee eee eee eee eee eee ee eee DDESENVOLUIMENTO F SuaDesENVOLYIMENTO €2 forma como se utiliza a massa de renda que reverte aos em- presdrios e que estes poupam, Ora, trata-se de uma parcela qt niio se vincula a regido onde est localizada a empresa: sua t zacdo depende, quase exclusivamente, das condigdes prevalecen- tes na economia a que pertence o capital. Considere-se 0 caso dos ‘capitais ingleses invertidos em empresas produtoras de ché, bor- racha ou metais, no Sudeste da Asia. A renda gerada por esses 1a economia local, em parte na iglesa. E, provével que a parcela correspondente a eco- proporgio, a massa de poupanga que todos os anos a economia inglesa necessita de transformar em capacidade produtiva deriva de rendas proyenientes de empresas localizadas em todas as par- tes do mundo, As observagtes do parigrafo anterior explicam por que a ex- pansio do comércio internacional no século XIX — expansao decorrente do desenv Ida terminou uma pr talista de producéo. © deslocamento da fron raduziu-se, quase sempre, na formagao de economias em que um nécleo capitalista passava a coexistir, pacifi- camente, com uma estrutura, Na verdade, era raro vermos local apenas como elemento formador de uma massa de saldios. Somente quando © tipo de empresa requeria a absorgio de grande mimero de as- salariados — como foi o caso das plantagies de ch, no Ceiléo, ¢ de borracha, na Birmania — € que o efeit talista sobre a economia local assumia maior importancia, Se a oferta de mao de obra local era relativamente escassa, como ocor- reu nesses dois pases, apresentava-se, deste cedo, a possibilidade de elevagdo do salério real, ainda que tal tendéncia pudesse ser da organizagso capi- nsNTOS OF UMA TEORIA DO SUBDESENVOLVINENTO parcialmente anulada — e assim ocorreu nos dois casos eitados — mediante a importagio de mao de obra proveni de baixo nivel de vida. Contudo, apesar dessa mel oes de vida, ndo se registrava uma modificagao estrutural no sis- to €, nid se dava o passo fundamental exigido i B desde para a criagio de uma ¢ 9 momento em que a3 que continuasse a expandir-se, naqueles patses, a produgdo de cha ‘ou borracha, criou-se uma situacéo de equilibrio em um nfvel permanente de subemprego de fatores, que seria inconeebivel numa economia tipicame! ios esto determinados pelas condigdes de subsisténcia — e, portanto, & alta a margem de lucro —, a empresa fica em condigées de ab- ~ sorver fortes quedas de pregos, razio pela qual o nivel de empre~ g0 pouco flutua, As guedas de pregos, ao afetarem, de preferén- cia, a margem de lucro, concentram seus efeitos na propria re a inglesa, na qual esto integrados os lucros da empresa. Mutat a recuperagio dos precos e a etapa de bonanga passam. quase despercebidas no pais onde se localiza a empresa, a menos que fatores de outra ordem aconselhem a ‘eros para expandir o negécio na propria regido onde sdo aufer. dos, A decisio relativa a uma possivel ampliagdo dos neg6« tomada de Londres, em fungo dos interesses da economia ingle~ sa no seu conjunto, Eis por que, nio obstante os chamados mi- \s sejam relativamente fortes em economias como canas, estas continua a comportar-se como estruturas pré-capitalistas. Nio seria justo, entretanto, supor que as economias hibridas 0s fazendo referencia se comportem, em todas as_cir- € o Brasil é um bom exemplo — a massa de saldrios no setor ligado ao mercado internacional foi suficiente para dar cardter monetétio a sportante faixa do sistema econdmico, © cres- ccimento dessa faixa monetéria implicou importantes modifica See eee eee eee eee eee eae eee DESENVOLVMINT F syBDESERVOLYINENTO EMpreRO, Numa economia desse tipo, tende a set relativamente estével, em lor das exportagdes flutue ao sabor das osci- { internacionais das matérias-primas. A estabili- dade da renda monetéria interna, em confronto com a instabili- dace da capacidade para importar, cria fortes pressdes sobre 0 Dalango de pagamentos nas fases de baixa dos pregos internacio- ¢ dificults a adocao das regras do padréo-ouro. Na medida em que foi crescendo a importancia relativa da renda monetaria dentro da economia brasileira — como resultado da expansio do; setor ligedo ap mercado internacional — tendeu a aumentar a Pressao sobte 9 balango de pagamentos nas fases de baixa dos 5 Surgiram, as is a criagao de atividades ligadas ao proprio mercado interno. Nas fa- ses de forte dectinio dos pregos de exportagio, a rentabilidade dos neg6cios ligados ao mercado interno tende a crescer em termos relativos, pois aumentam os precos das mercadori 80 mesmo tempo que se mantém o nivel da renda monetéria, Quan Por capitais nacionais — como foi o caso, no Brasil, durante a eae SiO cafeeira — 9 problema apresentava ter em conta ue esses lucros nao desempenhavam, na economia cafeé mesmo papel que cabia aos lucros de uma economia industri O elemento dinamico da economia cafeeira era a procura externa, enio o volume das inversées nela realizadas, Se essas inversbes se revelasscm excessivas, o efeito tiltimo podia ser uma perda de ren- da real, através da baixa de precos, Nas repiiblicas centro-ameri- canas pode-se observar, lado a lado, os dois fendmenos: 0 do efei- 66 4 ELEMENTOS DE UUNA TEORIA Do sUBESEWOLEIKENTO to da incrustagio de empresas estrangeiras — no caso das plan. tacbes de banana — ¢ 0 do efgito de uma expansio controlada por capitais nacionais — no caso das plantagdes de café. O re sultado nao foi muito distinto, se bem que desse o café origem ros, além do de salirios. Lucros que foram in- dade cafeicultora, na medida em que a idade de terras e mao de obra o permitiu. Mas, wma vez esgotadas as possibilidades de expansio do setor cafeeito, a expe- ‘éncia demonstrou que os novos capitais nele formados tendiam um fluxo de antes a expatriar-se que a buscar outros campos de a} tro do sistema. magnitude. De falo, dada a grande i para plantar café e a elasticida as inversbes na cafeicultura nao encontraram se, assim, que se caultor, nas fases de prosperidade, tendiam a concentrar-se nesse mesmo setor, sem desempenhar qualquer papel fundamental no sentido da modificagao da estrutura do sistema. A tinica diferen- Ga com respeito & experiéncia centro-americana, estava em que, havendo oferta elistica de fatores, os propria base que os gerava. E essas volumosas inversdes efet das no setor cafeicultor — mesmo quand i Tee eee ee state ete ESENYOLUIMENTO & SUBDESENVOLMIMENTO ia de subsistencia preexistente e financiavam a imigragio euro- peia, promovendo, assim, a expansto do setor monetirio dentro dda economia. Como as necessidades de manufaturas desse setor eram bastante clevadas, surgia um mercado de produtos manu- faturados, que justificaria, mais tarde, a criagio de um niicleo industrial, tornando possfvel, com o tempo. a transformagiio es- trutural da economia. O elemento dindmico, na primeira etapa do desenvolvimento industrial europeu, atuou, conforme vimos, pelo lado da oferta, A ago empresarial — através da introdugao de novas combina- .90es de fatores — criou sua propria procura, na medida em que conseguiu oferecer um produto mais barato ¢ mais abundante. No caso do desenvolvimento induzido de fora para dentro — com foi o brasileiro — formow-se, primeiramente, a procura de manufaturas, satisfeita com importagées. © fator dinamico atua- ria do lado da procura, a partir do momento em que esta no pudesse ser satisfeita pela oferta externa. Por um lado, a estabi- lidade do nivel da renda monetéria e, por outro, a instabilidade da capacidade para importar aghram, cumulativanaente, no se do de garantir atrativo as inversbes ligadas ao mercado interno. A habil politica de controle artificial da oferta de café, iniciada no primeiro decénio deste século, deu maior estabilidade a capaci- dade para importar e, muito provay fetou de forma ne- gativa o desenvolvimento do micleo industrial em formaczo, Mas note-se que essa politica tornou mais profunda e de efeitos mais duradouros a crise cafecira, iniciada em 1929, precipitando, as- sim, as transformag6es estruturais que se vinham anunciando, © micleo industrial, criado com base na procura preexisten- te de manufaturas e tu antes atendida com importagoes —, ini- ciou-se partir de industrias ligciras, produtoras de artigos de consumo geral, como tecidos ¢ alimentos elaborados. Passam a covxistir, entio, trés setores dentro da economia: no primeiro, predominam as atividades de subsisténcia e é reduzide 0 fluxo no segundo esto as atividades diretamente ligadas ao 4 ELEMENTOS DE UNA TEORIA Do SUBDESENYOLYIMENTO comércio exterior; no terceiro, finalmente, as que se prendem 20 mercado interno de produtos manufaturados de consumo geral. Depata-sé-nds, portanto, um tipo de estrutura econdmica subde- senvolvida bem mais complexo que’ o da simples coexisténcia de empresas estrangeiras com remanescentes de um sistema pré- fa, Nas estruturas subdesenvolvidas de gran inferior, a masia dé sélérios gerada no setor exportador constitui 0 Gnico elemento dinamico. A expansio do setor exportador engendra um fluxo maior de renda monetéria, que torna possivel a absor- {20 de fatores antes ocupados no setor de subsisténcia, Se se man- {gm estacionério 0 setor exportador,o crescimento da populacSo forgaré 3 reducao do salério real médio e ao declinio da renda por habitante.~ : [Nas estruturas subdesenvolvidas mais complexas — onde jé existe um méicleo industrial ligado a0 mercado interno — podem surgit reacdes cumulativas tendentes a provocar transformagbes estruturais no sistema, O fator dinémico bésico continua a ser a procura externa; a diferenga esta em que a ago desta é multi- plicada internamente, Ao crescer a tenda monetatia por indusio externa, crescem também os lucros do miicleo industrial ligado a0 mercado interno e aumentam as inversbes nesse nticleo, 0 que também afeta, favoravelmente, o nivel da renda monetéria — com consequente redugio da importincia relativa da faixa de subsisténcia. Contuco, como a expansio do setor extemo é acom- panhada de melhora na eapacidade de importacio, o poder com- petitive das importagées aumenta nessas fases, vie de regra, re- diizindo-se dimagnitude real do multiplicador interno da renda, A diferenga maior ocorre, entretanto, na etapa seguinte de con- tragao da capacidade de importagao, ao declinarem os precos dos produtos exportados. Como a renda monetéria se mantém em nivel relativamenté alto, 0 declinio da capacidade de importag3o acarreta forte desvalorizagio cambial. © mticleo entra, assim, em. etapa de bonanga cxatamente na fase de declinio da rentabilida- de no setor exportador. Embora decline o nivel da renda mone- Pee DESeHVOLVIMENTO F SUBDESENVOLINE;TO tiria, devido a desvalorizagao cambial, melhorando a rental setor ligado a0 mercado interno, Contud de crescimiento sao fi © €, em parte, aparente, pois os pregos de reposigdo dos equipamentos importados erescem com a desvalorizagio cambial éncia de uma impo tes de atividades ligadas ao mercado interno, numa etapa de aumento relativo dos precos de equipamentos industria, faz surgit uma sas inversdes no provocam modificagées permanentes na estra- ia de emprego da coletividade, o scu aumento relativo tende, if tancia, a frear 0 proprio processo de crescimento, etapa superior do subdesenvolvimento é aleangada quando se diversifica 0 nticleo indust 10s requeridos pela expansao de sua capa- fato de se alcangar essa etapa no implica que procura pieexistente — formada, principalmente, por inducéo externa — e nio nas inovagées introduzidas nos processos produ- tivos, como ocorre nas economias industriais totalmente dese istema 6 capay de ir dos bens de capital de que necessita para expendi 7 epeas rodutiva, o processo de crescimento pode cont is tempo, mesmo que haja estancamento da capacidade de im- rlagio. O desenvolvimento se opera em tais condigbes, . com forte presse inflaciondria, por uma série de razoes w observaremos, mais detidamente, em capitulos seguintes, «4, SLEMENTOS DE UNA TEORIA DO SUADESENVO! .¢ anterior: 0 subdesenvolvimento n&o spa necesséria do processo de formagto das ec- tas modernas. lis em 1m processo particular, jenetragao de empresas capi ‘struts arcaiss, O fendmeno do subilesenvolvimenito apee- senta-se sob formas varias ¢ em diferentes estadios. O caso mais simples € 0 da coexistencia de empresas estr produ de uma mercadoria de exportacio, com uma larga de subsisténcia, coexisténcia esta que pode perdurar, cm txilbrio esttico, por longos periodos. O caso mais complexo — ‘exemplo do qual nos oferece o estadio atual da economia bra~ sileira —~ é aquele em que a economia apresenta trés setores: um, principalmente de subsisténcia; outro, voltado sobretudo para a exportagio € 0 terceizo, como um nucleo industrial ligedo a0 mercado interno, suficientemente diversificado para produzit parte dos bens de capital de que necessita para seu prprio cres- cimento. O niicleo industrial ligado a0 mercado interno se de- senvolve atravds de um processo de substituigao de manufaturas antes importadas, vale di es de permanente con- cotréncia com produtores forincos. Daf resulta que a maior preo- cio do industrial local é a de apresentar um artigo similar de inidstralizaga0, falifatinras. Assim séiido, ait i sas S10 aquelas que permitem aproximar-se da estrutura de custos ¢ pre- os dos paises exportadores de manufaturas, © nfo as que pet ‘tam uma transformagao mais répida da estrutura econdmica, ado pritico disso ages TeCnOTOEICAS que Se ATTGUTART Mais vant pela absorcio do setor de sub: mesmo que cresea o setor industrial ligado ao mercado inter- ro € aumente sua participagio no produto, mesmo que cresga também, a renda per capita do conjunto da populagio — é que a truttra ocupacional do pafs se modifica com lentidao. O con- tingente da populacio afetada pelo desenvolvimento mantém-se reduzido, declinando muito devagar a importancia relativa do setor cuja principal atividade ¢ 2 produgao para subsisténcia, Explica-se, deste modo, que uma economia onde a produgio in- dustrial jé alcangou elevado grau de diversificagao e tem uma pac- ticipagao no produto que pouco se distingue da observada paises desenvolvidos apresente uma estrutura ocu mente pré-capii ional tipica- © que grande parte de sua populagao esteja aha aoa bendcon do dcicwvohimerss, = Como fendmeno especifico que &, 0 subdesenvolvimento re- quer um esforco de teorizacao autOnomo: A falta desse esforgo tem levado miuitos eéoriomistas a ekplicar, por analogia com & ‘experiéncia das economias desenvolvidas, problemas que $6 po- ‘dem ser bem equacionados a partir de uma adequada compre! sdo do fendmene do subdesenvolvimento, A tendéncia ao dese {quilibrio no balangé de pagaiiieitos € daquclas que, a falta de um marco te6rico adequado, mais tém sido incorretamente das e mal interpretadas nos paises de economia subdesenvolvida, como no caso do Brasil. 5 0 desequilibrio externo nas estruturas subdesenvolvidas Causas estruturais de desequilibrio Dentro da linha de ideias tragada no capitulo anterior, podemos definir uma estrutura subdesenvolvida como aquela em que a plena utilizagio do capital disponivel nao € condigio suficiente pata a completa absorgio da forga de trabalho, no nivel de pro- dutividade correspondente & tecnologia que prevalece no setor dindmico do sistema, fa heterogeneidade tecnolégica entre res ou departamentos de uma mesma economia que caracteriz © subdesenvolvimento. Segundo a teoria econdmica corrente, @ mobilidade de fatores ¢ a flexibilidade dos cocficientes de pro- dugio deveriam impedir 2 formagio de tais departamentos dis- ‘intos do ponto de vista tecnolégico.' © alcance desse esquema tedrico — que tem implicitas fungoes de producdo homogéneas ¢ lineares — é no entanto, extremamente limitado, Prevalece, apenas, naqueles casos em que o empresitio tem opgio entre tecnologias diferentes que the propiciam toda uma gama de com- Dinagées de fatores. Do ponto de vista do empresirio de pais subdesenvolvido, nao somente a tecnologia se apresenta como vvariivel independente — sendo os equipamentos importados de paises altamente industrializados — mas também a propria for- ma de desenvolvimento do setor industrial de uma econo. subdesenvolvida, seguindo a linha da substituigto de importa- ‘s2nio Guin), Rio de Janciro, 1957,

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