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Centro Universitário Estácio de SC

Disciplina de Farmacologia
Prof. Dr. Fabricio Assini
ATIVIDADE 20% AV1
Use as palavras abaixo para escrever um texto entre 15-30 linhas sobre a farmacocinética e a
farmacodinâmica.
MEDICAMENTO, FÁRMACO, INTESTINO, VEIA PORTA, DISTRIBUICAO, RECEPTORES,
METABOLISMO, CITOCROMO P450, FASE 2, ENTERO-HEPÁTICA

Farmacocin ética
A farmacocinética consiste no estudo do caminho que o medicamento vai fazer a partir do momento
em que é administrado até ser eliminado, passando por processos de absorção, distribuição,
metabolismo e excreção. Neste caminho, o medicamento vai encontrar um local de ligação.
1. Absorção
A absorção consiste na passagem do medicamento do local onde é administrado, para a circulação
sanguínea. A administração pode ser feita via enteral, o que significa que o remédio é ingerido
através da via oral, sublingual ou via retal, ou parenteral, o que significa que o remédio é
administrado via intravenosa, subcutânea, intradérmica ou intramuscular.
2. Distribuição
A distribuição consiste no caminho que o medicamento faz depois de atravessar a barreira do
epitélio do intestino para a corrente sanguínea, podendo estar na forma livre, ou ligado às proteínas
plasmáticas, podendo depois atingir vários locais:
1. Local de ação terapêutica, onde vai exercer o efeito pretendido;
2. Reservatórios teciduais, onde vai ser acumulado sem exercer efeito terapêutico;
3. Local de ação inesperada, onde vai exercer uma ação indesejada provocando efeitos
colaterais;
4. Local onde são metabolizados, podendo aumentar a sua ação ou serem inativados;
5. Locais onde são excretados.
Quando um medicamento se liga às proteínas plasmáticas não consegue atravessar a barreira para
atingir o tecido e exercer ação terapêutica, por isso um medicamento que tenha alta afinidade para
estas proteínas, vai ter uma menor distribuição e metabolismo. No entanto, o tempo de permanência
no organismo vai ser maior, porque a substância ativa demora mais tempo a chegar ao local de ação
e a ser eliminado.
3. Metabolismo
O metabolismo ocorre em grande parte no fígado, podendo acontecer o seguinte:
6. Inativar uma substância, que é o mais comum;
7. Facilitar a excreção, formando metabólitos mais polares e mais hidrossolúveis de forma a
serem eliminados mais facilmente;
8. Ativar compostos originalmente inativos, alterando o seu perfil farmacocinético e formando
metabólitos ativos.
O metabolismo de medicamentos também pode ocorrer com menos frequência nos pulmões, rins e
glândulas adrenais.
4. Excreção
A excreção consiste na eliminação do composto através de várias estruturas, principalmente no rim,
em que a eliminação se faz pela urina. Além disso, os metabólitos também podem ser eliminados
através de outras estruturas como o intestino, através das fezes, o pulmão caso sejam voláteis, e a
pele através do suor, leite materno ou lágrimas.
Vários fatores podem interferir com a farmacocinética como a idade, sexo, peso corporal, doenças e
disfunção de certos órgãos ou hábitos como fumar e beber álcool, por exemplo.

Farmacodinâmica

A farmacodinâmica consiste no estudo da interação dos fármacos com os seus receptores, onde exercem o
seu mecanismo de ação, produzindo um efeito terapêutico.

1. Local de ação

Os locais de ação são os locais onde as substâncias endógenas, que são substâncias produzidas pelo
organismo, ou exógenas, que é o caso dos medicamentos, interagem para produzir uma resposta
farmacológica. Os principais alvos para a ação das substâncias ativas são os receptores onde se costumam
ligar substâncias endógenas, canais iônicos, transportadores, enzimas e proteínas estruturais.

2. Mecanismo de ação

O mecanismo de ação é a interação química que uma determinada substância ativa exerce com o receptor
produzindo uma resposta terapêutica.

3. Efeito terapêutico

O efeito terapêutico é o efeito benéfico e desejado que o medicamento provoca no organismo quando
administrado.

é o caminho que o medicamento faz no organismo. Não é o estudo do seu mecanismo de ação mais sim as
etapas que a droga sofre desde a administração até a excreção, que são: absorção, distribuição,
biotransformação e excreção.

A doença pode modificar as propriedades farmacocinéticas de uma droga por alterar sua absorção para a
circulação sistêmica e ou sua distribuição.

Farmacodinâmica: é como a droga age no organismo. Estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos
fármacos e dos seus mecanismos de ação. Utiliza os conceitos básicos da fisiologia, bioquímica, biologia
celular e molecular, microbiologia, imunologia, genética e patologia. É peculiar porque concentra a atenção
nas características dos fármacos.

AS FASES DA FARMACOCINÉTICA

1- Absorção: A absorção é a primeira etapa que começa com a escolha da via de administração até o
momento que a droga entra na corrente sanguínea. Vias de administração como intravenosa e intra-arterial
não passam por essa etapa, entram direto na circulação sanguínea. Existem fatores interferem nessa etapa,
dentre estes temos: o pH do meio, forma farmacêutica e patologias (úlceras por exemplo), dose da droga a
ser administrada, concentração da droga na circulação sistêmica,concentração da droga no local de ação,
distribuição da droga organicamente, as drogas nos tecidos de distribuição e a eliminação metabolizada ou
excretada. Temos ainda um fator a ser relevado que é a característica química da droga, pois esta interfere no
processo de absorção.

Feito de primeira passagem: É a metabolização do medicamento pelo fígado e pela microbiota intestinal,
antes que o fármaco chegue à circulação sistêmica. As vias de administração que estão sujeitas a esse efeito
são: via oral e via retal*(em proporções bem reduzidas).

2-Distribuição farmacológica: Nesta etapa a droga é distribuída no organismo através da circulação. O


processamento da droga no organismo passa em primeiramente nos órgãos de maior vascularização (como
SNC, pulmão, coração) e depois sofre redistribuição aos tecidos de menos irrigação (tecido adiposo, por
exemplo). É nessa etapa em que a droga chega ao ponto onde vai atuar. Nessa etapa poderá ocorrer: baixa
concentração de proteínas plasmáticas (necessárias para a formação da fração ligada) como desnutrição,
hepatite e cirrose, que destroem hepatócitos, que são células produtoras de proteínas plasmáticas, reduzindo
assim o nível destas no sangue.

3- Bio-transformação: Fase onde a droga é transformada em um composto mais hidrossolúvel para a


posterior excreção. A bio - transformação dá em duas fases:

Fase 1: etapas de oxidação, redução e hidrólise;

Fase 2: conjugação com o ácido glicurônico.

A fase 1 não é um processo obrigatório, variando de droga para droga e diferente da fase 2, obrigatória a
todas as drogas.

4- Excreção (eliminação): Essa é a fase que prepara a droga para a excreção, os compostos são removidos do
organismo para o meio externo. O fígado é o órgão que prepara a droga para a excreção.

Fármacos hidrossolúveis, carregados ionicamente, são filtrados nos glomérulos ou secretados nos túbulos
renais, não sofrendo reabsorção tubular, pois têm dificuldade em atravessar membranas. Excretam-se,
portanto, na forma ativa do fármaco. Os sítios de excreção denominam-se emunctórios e, além do rim,
incluem: pulmões, fezes, secreção biliar, lágrimas, saliva, leite materno.

FARMACODINÂMICA

É o estudo dos mecanismos relacionados às drogas, que produzem alterações bioquímicas ou fisiológicas no
organismo. A interação, a nível celular, entre um medicamento e certos componentes celulares – proteínas,
enzimas ou receptores-alvo, representa a ação do fármaco. A resposta decorrente dessa ação é o efeito do
medicamento.
Em 1953, Dost propôs o termo farmacocinética para descrever o movimento da droga através do organismo.
Até essa época, mesmo depois empregava-se a palavra farmacodinâmica para indicar não só o movimento da
droga no organismo, mas também seu mecanismo de ação e seus efeitos terapêuticos e tóxicos. Atualmente,
os campos da farmacocinética e farmacodinâmica estão mais bem definidos didaticamente.

Farmacocinética:
É o caminho que a droga faz no organismo. Note que não é o estudo do seu mecanismo de ação mais sim as
etapas que a droga sofre desde a administração até a excreção, que são: absorção, destribuição,
biotransformação e excreção. Uma vez que a droga encontra-se no organismo, essas etapas ocorrem de forma
simultânea sendo essa divisão apenas de caráter didático.

Farmacodinâmica:
É a área da farmacologia que estuda o efeito de uma determinada droga (ou fármaco, ou medicamento) em
seu tecido-alvo, ou simplesmente estuda como uma droga age no tecido-alvo. Entende-se tecido-alvo como o
orgão ou sítio onde uma determinada droga tem efeito.Relações entre farmacocinética e farmacodinâmica.
Na interação droga-organismo, farmacocinética estuda a ação do organismo sobre a droga, e, na
farmacodinâmica, observa-se a ação da droga sobre o organismo. (adaptado a partir de Penildon, 2006).

O estabelecimento de esquemas posológicos padrões e de seus ajustes na presença de situações fisiológicas


(idade, sexo, peso, gestação), hábitos do paciente (tabagismo, ingestão de álcool) e algumas doenças
(insuficiência renal e hepática) é orientado por informações provenientes de uma importante subdivisão da
farmacologia, a FARMACOCINÉTICA.

O termo CINÉTICA refere-se a um objeto em movimentação. Farmacocinética é a disciplina que usa


modelos matemáticos para descrever e prever a quantidade dos medicamentos e suas concentrações em
vários fluidos do organismo e as mudanças nestas quantidades com o tempo. Para fins didáticos e
conceituais, o comportamento das substâncias ativas, após administração, dentro do corpo humano é
usualmente dividido, de uma maneira arbitrária, em processos de absorção, distribuição, biotransformação e
excreção. Devemos ter clara a ocorrência simultânea destes processos no organismo vivo, apesar de que,
muitas vezes, assumimos a independência de cada um destes processos em relação aos outros; as variações
nas concentrações dos fármacos em alguns fluidos corporais são sempre o resultado da simultaneidade da
ocorrência destes processos, o que ocasiona taxas que estão continuamente sendo alteradas.

A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do desenvolvimento temporal dos processos de


absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Nestes estudos, os teores dos fármacos e
seus metabólitos (produtos da biotransformação) no organismo são determinados, permitindo a obtenção de
importantes dados sobre estas substâncias, tais como:

Condições para seu uso adequado, pela determinação da via de administração, posologia (doses e intervalo
entre as doses) e variações correlatas em função de patologias como insuficiência renal, alterações hepáticas
e outras.

Previsão de outros efeitos em potencial, como os colaterais, por exemplo, no caso de acúmulo do fármaco
em determinado compartimento (organotropismo); ou ainda os oriundos de interações medicamentosas no
nível dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Determinação dos principais
sítios de biotransformação. Determinação das vias de excreção.
Assim sendo, podemos afirmar que a compreensão e a aplicação cuidadosa dos princípios farmacocinéticos
podem freqüentemente auxiliar no estabelecimento e manutenção de quantidades terapêuticas e não tóxicas
dos medicamentos no organismo; isto por permitir uma escolha racional da dose, freqüência e via de
administração. Além disso, como supra referido, em muitos casos as características dos pacientes são
reconhecidamente responsáveis por alterações do movimento do fármaco naquele organismo, ou seja, das
propriedades farmacocinéticas desta substância em particular (Tabela 2). Ajustes apropriados na dose ou
freqüência de administração podem ser realizados, para compensar estas mudanças, evitando, assim, os
problemas potenciais da ineficácia terapêutica ou toxicidade. Em uma ampla visão, a compreensão da
farmacocinética pode favorecer as chances de segurança e eficácia da terapêutica medicamentosa.

A farmacocinética estabelece estreita relação com duas outras importantes áreas do estudo farmacológico: a
biofarmácia e a farmacodinâmica. O efeito ou resposta terapêutica é o resultado dos fenômenos que ocorrem
após administração de um medicamento e estes dependem, por sua vez, das características do fármaco, das
características do indivíduo e, o mais importante, da interação entre estes dois fatores: fármaco e indivíduo.
Didaticamente podemos dividir o estudo da resposta terapêutica em três fases:

-1. Fase Farmacêutica


-2. Fase farmacocinética
-3. Fase farmacodinâmica

Possíveis interferentes da farmacocinética

Características do Paciente
Idade
Sexo
Peso corporal total
Tabagismo
Consumo de álcool
Obesidade
Outros medicamentos em uso
Estados Patológicos
Disfunção hepática (cirrose, hepatite)
Insuficiência cardíaca
Infecção
Queimaduras severas
Febre
Anemias

As três fases da reposta terapêutica:


1. Fase farmacêutica: Estuda a liberação do fármaco a partir do produto farmacêutico. É constituída pelo
conjunto de fenômenos compreendidos entre a administração do medicamento e a absorção propriamente
dita, os quais determinam à intensidade e velocidade com que ocorre a entrada da substância ativa no
organismo. Estes fenômenos compreendem basicamente a liberação e a dissolução do fármaco contido no
produto farmacêutico.

Liberação: Ao ser administrado o fármaco encontra-se em uma forma farmacêutica (F.F.) a partir da qual
deve ser liberado; dependendo da F.F. empregada (comprimido, cápsula, suspensão, xarope, supositório, etc.)
e da via de administração utilizada, esta etapa pode ser mais ou menos complexa, rápida ou completa. A
liberação ocorrerá sob influência do meio biológico de aplicação [ex: pH e peristaltismo do trato
gastrintestinal (TGI) nas vias enterais (oral e retal)], principalmente para formas farmacêuticas sólidas, que
necessitam desintegrar-se para então liberar a substância ativa. A finalidade desta etapa é obter uma dispersão
no estado sólido do fármaco, no meio aquoso de administração, o que permitirá o cumprimento da etapa
posterior de dissolução.

Dissolução: Esta etapa, por sua vez compreende a formação de uma dispersão molecular na fase aquosa, ou
seja, a dissolução progressiva do fármaco, essencial para sua posterior absorção, desde que seja requerida
uma ação sistêmica e não local. A dissolução muitas vezes é a etapa determinante da velocidade do processo
de absorção.

A fase farmacêutica, importante etapa do estudo da resposta terapêutica é um dos objetos de estudo da
Biofarmácia, disciplina que vem despontando como um ramo importantíssimo da investigação de fármacos;
além de estudar esta fase de liberação e dissolução da substância ativa, a biofarmácia compreende também a
avaliação das interações, entre o fármaco e o organismo (local de administração), que determinam sua
biodisponibilidade. Este último termo define uma característica biofarmacêutica de um medicamento
administrado a um organismo vivo intacto e que expressa, simultaneamente, a quantidade e velocidade na
qual o princípio ativo (fármaco) alcança a circulação sangüínea geral, a partir de seu local de administração.
Devido à sua extrema importância e, principalmente, tendo em vista a regulamentação de medicamentos
genéricos em nosso país (Lei n0 9787 de 10/02/99 e Resolução n0 391 de 09/08/99), a biodisponibilidade de
fármacos será estudada em um tópico mais adiante.
2. Fase Farmacocinética: Como já foi dito esta etapa corresponde ao estudo da evolução temporal do
movimento do fármaco in vivo, que esquematicamente pode resumir-se nos processos de absorção,
distribuição, biotransformação e excreção de fármacos. Esta fase consiste, portanto, na identificação e
quantificação da passagem do fármaco pelo organismo.

3. Fase Farmacodinâmica: Estuda a interação de um fármaco específico com seu receptor, ou seja, a ação do
fármaco em seu sítio receptor com as alterações moleculares e celulares correspondentes (efeito
farmacológico), o que culmina no aparecimento do efeito terapêutico requerido.

O controle das concentrações plasmáticas constitui na atualidade uma prática habitual na terapia com
diferentes classes de fármacos, visando o estabelecimento de regimes de dosagem apropriados para
determinados pacientes. Isto, porque as concentrações de um fármaco no plasma correlacionam-se melhor
com a resposta farmacológica que a dose administrada, uma vez que esta relação não é afetada pelas
variações individuais dos processos farmacocinéticos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção
que, como sabemos, influi na resposta do paciente.

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