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Análise Cinemática de Mecanismos - PMR EPUSP PDF
Análise Cinemática de Mecanismos - PMR EPUSP PDF
2006v3
B
RBA = RBAe i(θ2 + 90 )= RBA i e i θ2
θ2 + 90
iθ 2
e
= RAO 2 A
R AO 2
θ2
O2
RAO
D
RO2 O RDC
y θ
R DC j
x
R DC i C
O
x
1
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
Um vetor no plano XY pode ser representado por seus componentes em X e em Y. Na figura 1 isso é
→ ∧ ∧
x y x y
mostrado claramente para RDC = RDC i +RDC j, onde RDC = RDC cosθ e RDC = RDC senθ.
Outra maneira de representar um vetor no plano é pela forma polar, análogo aos fasores vistos no curso
→
de eletrotécnica. RAO2 = RAO2 eiθ2 . Relembrando a Relação de Euler: eiθ = cos(θ) + i sen(θ). Então,
→
RAO2 = RAO2 eiθ2 = RAO2 [cos(θ2 ) + i sen(θ2 )].
◦ ◦ ◦
Note que, da Relação de Euler, i = ei90 . Dessa forma, ieiθ2 = ei90 eiθ2 = ei(90 +θ2 ) . Então, ieiθ2
equivale a uma rotação de +90◦ em relação a θ2 .
Convenção para Ângulos: em cursos de mecanismos é padrão considerar um ângulo como positivo se
ele for medido no sentido anti-horário a partir da direção vertical. Se medido no sentido horário deve-se
utilizar o sinal de menos. É importante lembrar que a medida do ângulo de um vetor deve ser feita no
seu ponto de origem e não em sua extremidade final. Todos os ângulos indicados na figura 1 estão no
sentido anti-horário a partir da horizontal e, portanto, são positivos. Entretanto, observe na figura 2 como é
importante medir o ângulo a partir da origem do vetor.
y
θ3
B
iθ3 θ3 − π
RBC = RBC e
θ2+π
iθ2 θ2
RAO = RAO e
2 2
A
θ2
O2
i (θ2 +π)
RAO = RAO e
2 2
i (θ2 +π)
ROA = ROA e
2 2
O
x
→ →
Como 0 ≤ θ2 ≤ π, então RAO2 = RAO2 eiθ2 e o vetor no sentido oposto é RO2 A = RO2 A ei(θ2 +π) .
→ →
Como π ≤ θ3 ≤ 2π, então RBC = RBC eiθ3 e o vetor no sentido oposto é RCB = RCB ei(θ3 −π) .
Equivalência entre a decomposição vetorial e a forma polar: dado um vetor no plano XY representado
→
na forma polar por RAO2 = RAO2 eiθ2 = RAO2 [cos(θ2 ) + i sen(θ2 )], teremos:
2
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
Elo 3 θ4
RBA B
A θ3 R CB Elo 4
Elo 2 RAO q
2
O ROC C
Elo 1 Elo 1
Figura 3: Mecanismo plano de 4 barras.
A resolução gráfica usando régua e compasso é muito simples, e é mostrada na figura 4. Há duas
soluções possı́veis dadas pelos pontos B e B 0 . Por outro lado, a solução analı́tica se torna bastante
complicada pois se baseia num sistema de equações não-lineares.
raio = R BA
B
A
raio = R CB
Elo 2
q2
O C
Elo 1 Elo 1
B
O método para determinação analı́tica consiste em encontrar uma ou mais equações vetoriais de caminho
fechado (loop) e, em seguida, formar o sistema de pares de equações escalares (componentes em X e em
Y) e resolver o sistema para as incógnitas especificadas.
No problema em questão, o caminho fechado pode ser encontrado ligando os vértices do polı́gono
OABC. Existe sempre mais que uma forma de equação vetorial para o polı́gono, dependendo da seqüência
dos vértices escolhidos.
3
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
→ → → → →
Uma possı́vel equação vetorial, mostrada na figura 3, é: RAO + RBA + RCB + ROC = 0 . Na forma
◦ →
polar: RAO eiq2 + RBA eiθ3 + RCB eiθ4 + ROC ei180 = 0 .
Equações Escalares:
Componente em X: RAO cos(q2 ) + RBA cos(θ3 ) + RCB cos(θ4 ) + ROC cos(180◦ ) = 0 (1.3.1a)
Componente em Y: RAO sen(q2 ) + RBA sen(θ3 ) + RCB sen(θ4 ) + ROC sen(180◦ ) = 0 (1.3.1b)
No sistema de equações 1.3.1 os parâmetros variáveis no tempo são: q2 , θ3 e θ4 . Então, pode-se utilizar
o conceito de funções nessas variáveis para tratar matematicamente essas equações. Denominando essas
funções de f1 e f2 obtém-se:
f1 (q2 , θ3 , θ4 ) = RAO cos(q2 ) + RBA cos(θ3 ) + RCB cos(θ4 ) + ROC cos(180◦ ) = 0 (1.3.2a)
f2 (q2 , θ3 , θ4 ) = RAO sen(q2 ) + RBA sen(θ3 ) + RCB sen(θ4 ) + ROC sen(180◦ ) = 0 (1.3.2b)
Resolve-se o sistema para encontrar as incógnitas (no caso, θ3 e θ4 ) por método analı́tico (quando
possı́vel) ou por método numérico. O método numérico de Newton-Raphson será visto em detalhes mais
adiante no curso. →
Outra possı́vel equação vetorial para o polı́gono OABC está mostrada na figura 5, e é dada por: RAO +
→ → →
RBA = RCO + RBC . Esta equação vetorial está particularizando o ponto B. Na forma polar: RAO eiq2 +
◦ 0
RBA eiθ3 = RCO ei0 + RBC eiθ4 . Note que ao invés de usar o ângulo θ4 está sendo usado o ângulo θ40 =
θ4 − 180◦ .
O sistema de equações escalares correspondentes será:
f10 (q2 , θ3 , θ40 ) = RAO cos(q2 ) + RBA cos(θ3 ) − RBC cos(θ40 ) − RCO cos(0◦ ) = 0 (1.3.3a)
f20 (q2 , θ3 , θ40 ) = RAO sen(q2 ) + RBA sen(θ3 ) − RBC sen(θ40 ) − RCO sen(0◦ ) = 0 (1.3.3b)
Elo 3 θ4
RBA B
A θ3 R BC Elo 4
Elo 2 RAO q θ4
2
O RCO C
Elo 1 Elo 1
Figura 5: Outra equação vetorial, particularizada para o ponto B.
É importante notar que ao resolver o sistema de equações 1.3.2 ou 1.3.3 deverão ser encontradas duas
possı́veis soluções: uma correspondendo ao ponto B e outra correspondendo ao ponto B 0 da solução gráfica
(figura 4).
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
1.4 Velocidade
Velocidade Linear
→
→ dR
V= (1.4.1)
dt
Velocidade Angular
→ dθ
ω= br (1.4.2)
dt
onde rb é um vetor unitário do eixo de rotação instantâneo.
1.5 Aceleração
Aceleração Linear
→
→ dV
A= (1.5.1)
dt
Aceleração Angular
→
→ dω
α= (1.5.2)
dt
Tranco (Jerk)
→
dα → dA
ϕ= ou J= (1.5.3)
dt dt
5
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
B A
Vk
C
O x
V
1111111111111111111111
0000000000000000000000
A
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
A
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
RA
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
α α RAB
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
RCO
C B
θ θC RBC
O x
No mecanismo plano da figura 7, uma equação que define a posição do ponto A é:
→ → → →
RA = RCO + RBC + RAB (1.6.1)
◦ ◦
RA eiθ = RCO eiθC + RBC ei0 + RAB ei90 (1.6.2)
Note que as variáveis no tempo são: RA , θ, RBC e RAB . Mas, deve também ser respeitada a relação:
RAB
tan(α) = (1.6.3)
RBC
A velocidade pode ser obtida como a derivada em função do tempo da posição. Para a equação
vetorial 1.6.1:
→ → →
→ dRCO dRBC dRAB dRBC ∧ dRAB ∧ ∧ ∧
x y
VA = + + = i+ j= VA i +VA j (1.6.4)
dt }
| {z dt dt dt dt
=0
6
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
Para a forma polar, equação 1.6.2, a derivada no tempo dos termos a esquerda da igualdade fica:
d(RA eiθ )
dRA iθ d(iθ)
= e + RA eiθ = o resultado deve ser a velocidade na direção α = VA eiα (1.6.5)
dt dt dt
◦ ◦
d(RCO eiθC ) d(RBC ei0 ) d(RAB ei90 ) ◦ dRBC ◦ dRAB ∧ y
∧
+ + = ei0 + ei90 x
= VA i +VA j (1.6.6)
| dt
{z } dt dt dt dt
=0
→ →
y ∧
→ d2 RBC d2 RAB d2 RBC ∧ d2 RAB ∧ dVAx ∧
dVA ∧ ∧
AA = 2
+ 2
= 2 i + 2
j= i + j= AxA i +AyA j (1.6.7)
dt dt dt dt dt dt
Analogamente, para a forma polar:
◦ d2 RBC 2
i90◦ d RAB
∧ y
∧
AA eiα = ei0 + e = A x
A i +AA j (1.6.8)
dt2 dt2
VA/R
1111111111111111111111
0000000000000000000000
0000000000000000000000
1111111111111111111111
VR
0000000000000000000000
1111111111111111111111
A
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
VA
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111VR
0000000000000000000000
1111111111111111111111
α α
0000000000000000000000
1111111111111111111111
0000000000000000000000
1111111111111111111111
O x
A posição do ponto A é dada pelas mesmas equações da seção anterior (ver figura 7, equação 1.6.1 e
equação 1.6.2):
→ → → →
RA = RCO + RBC + RAB (1.7.1)
7
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
◦ ◦
RA eiθ = RCO eiθC + RBC ei0 + RAB ei90 (1.7.2)
→ →
Entretanto, agora o vetor RCO varia no tempo, pois o ponto C da rampa se move com velocidade V R .
→
As variáveis no tempo são: RA , θ, RCO (que deve acompanhar o movimento de translação da rampa),
RBC e RAB . E, também, deve ser respeitada a relação:
RAB
tan(α) = (1.7.3)
RBC
A velocidade absoluta do ponto A é obtida derivando-se no tempo a equação 1.7.1:
→ → →
→ dRCO dRBC dRAB → dRBC ∧ dRAB ∧
VA = + + = VR + i+ j
dt
| {z } dt dt dt dt
→
=VR
→ ∧ ∧ → →
x y
= VR + VA/R i +VA/R j= VR + VA/R (1.7.4)
→
onde V A/R é a velocidade relativa de A (velociade de A em relação a R). Para a forma polar:
◦ ◦
→ d(RCO eiθC ) d(RBC ei0 ) d(RAB ei90 )
VA = + +
| dt
{z } dt dt
→ →
=VC=VR
→ ◦ dRBC ◦ dRAB →
y b
= VR + ei0 + ei90 x b
= VR + VA/R i + VA/R j (1.7.5)
dt dt
A aceleração é obtida de forma análoga, derivando a velocidade em relação ao tempo:
→ → → →
AA = AR + AxA/Rbi + AyA/Rbj = AR + AA/R (1.7.6)
→ → → →
RA = RO2 O + RAO2 = RO2 O + RAO2 eiθ2 (1.8.1)
→
Note que RO2 O é invariante no tempo.
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y
VA
ω2 θ2 + 90
Elo 2
A
2
O
A
R
θ2
O2
Elo 1
RO2 O
RAO
O
x
Figura 9: Rotação pura do elo 2 por um eixo de rotação passando pelo ponto de articulação O2 e
∧
com direção paralela à k.
Sabemos do curso de Mecânica Geral que para um corpo rı́gido em rotação pura:
→ → →
VA = ω 2 ∧ RAO2 (1.8.2)
No caso de mecanismos planos, o eixo de rotação é sempre normal ao plano do mecanismo, ou seja,
→ ∧
ω = ω k. Portanto, em mecanismos planos, a velocidade é sempre perpendicular ao vetor de posição do
ponto em relação ao eixo de rotação no plano do mecanismo. Derivando no tempo, obtém-se a velocidade:
→ d(iθ2 ) iθ2
VA = RAO2 e = RAO2 iω2 eiθ2 (1.8.3)
dt
◦
Note que i = ei90 . Então,
→ ◦ ◦ +θ )
VA = RAO ω2 ei90 eiθ2 = RAO ω2 ei(90 2
(1.8.4)
→
Essa última expressão demonstra que a velocidade linear absoluta é perpendicular a RAO2 .
A aceleração total no ponto A em rotação pura possui dois componentes de destaque: o componente
→T →N
tangencial AA , e o componente normal AA , figura 10. Note que, no caso geral, o componente de aceleração
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
y
α2
A
T
A ω2
AA VA θ2 + 90
A
N
AA
Elo 2
θ2
O
x
Elo 1
Figura 10: Aceleração de um ponto A num corpo rı́gido em rotação pura articulado no ponto O.
→
tangencial não precisa ter o mesmo sentido da velocidade linear (que neste caso é perpendicular a RAO2 ),
enquanto que o sentido da aceleração normal é sempre para o eixo de rotação.
→ → → → → →
VB = VA + ω k ∧ RBA = VA + VBA (1.9.1)
y
ωk
VA VA
Elo k A
VAB VB
RBA
RA B
RB
x
Figura 11: Pontos A e B de um mesmo corpo rı́gido em movimento composto.
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
→ → → →
VB = VA + VBA = VA + iωk RBA eiθ (1.9.2)
→
Diferença de Velocidade : VBA = iωk RBA eiθ (1.9.3)
Analogamente, a aceleração de qualquer ponto pode ser determinada desde que se conheça a aceleração
de pelo menos um dos pontos do corpo rı́gido, a velocidade angular e a aceleração angular, conforme o
esquema da figura 12.
y
AA
AA
Elo k θ αk
A AB
AAB ωk
RBA
RA B
RB
x
Figura 12: Aceleração de dois pontos num mesmo corpo rı́gido em movimento composto.
→ → → → →T →N →
AB = AA + ABA = AA + ABA + ABA = AA + RBA iαk eiθ − RBA ωk2 eiθ (1.9.4)
→
onde ABA é a diferença de aceleração entre dois pontos de um mesmo corpo rı́gido.
Note que esses conceitos de diferença de velocidade e de diferença de aceleração só valem para pontos de
um mesmo corpo rı́gido.
Sejam dados a velocidade angular ω3 do elo 3 (barra), o ângulo θ3 do elo 3 naquele instante, e a
velocidade relativa V4/3 (velocidade de deslizamento) do elo 4 em relação ao elo 3. Deseja-se determinar a
→
velocidade absoluta no ponto B (V B ).
Observe que o ponto B pertence de fato ao elo 4, e, para um observador num referencial inercial (origem
O), sofre a ação composta da rotação-translação da barra 3 e do deslizamento relativo do prisma 4 em
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y
α3
ω3
Elo 4
B B3 B4
AA
Elo 3
θ3
VA A
Diagrama de corpo livre
Elo 2
O x
Figura 13: Elo 3 (barra) em rotação pura e elo 4 em movimento relativo de deslizamento em relação
ao elo 3 através de junta prismática.
→ →
RBO = RAO + RB3 A eiθ3 (1.10.1)
Ao derivar no tempo para obter a velocidade, deve-se notar que tanto RBA como θ3 variam no tempo.
→ →
A variação de RAO no tempo dá a velocidade conhecida no ponto A (V A ). Então:
→ → → →
VB = VA + VBA + V4/3 (1.10.3)
→
→ dVB → d[V4/3 eiθ3 + RBA iω3 eiθ3 ]
AB = = AA + (1.10.4)
dt dt
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
T
y A BA
α3 AA
ω3 AB A Coriolis
N
Elo 4 A BA
V4/3
B VBA B4
B3
AA
Elo 3 AA
N
A BA
θ3
VA A VA
Diagrama de corpo livre
Elo 2
O x
Figura 14: Movimento relativo de dois elos e diagrama de corpo livre correspondente.
→ dV4/3 iθ3
→ d[eiθ3 ] dRBA iθ3 d[iω3 ] iθ3 d[eiθ3 ]
AB = AA + e + V4/3 + iω3 e + RBA e + RBA iω3 (1.10.5)
dt dt dt dt dt
→ →
AB = AA + A4/3 eiθ3 + V4/3 iω3 eiθ3 + V4/3 iω3 eiθ3 + RBA iα3 eiθ3 − RBA ω32 eiθ3 (1.10.6)
| {z } | {z } | {z } | {z }
→ → →T →N
A 4/3 A Coriolis A BA A BA
→ →
onde A4/3 é a aceleração relativa do corpo 4 em relação ao corpo 3. ABA é a diferença de aceleração, pois
os pontos B e A estão no mesmo corpo rı́gido.
Agrupando-se os termos da equação 1.10.6 de mesma direção resulta em:
→ →
AB = AA + [A4/3 eiθ3 − RBA ω32 eiθ3 ] + [2V4/3 ω3 ieiθ3 + RBA α3 ieiθ3 ] (1.10.7)
| {z } | {z } | {z } | {z }
→ →N → →T
A 4/3 A BA A Coriolis A BA
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
Elo 4 B Elo 4
Elo 3
Elo 3 Elo 1
Elo 1 A
ω2
ω2
Elo 2 θ2 α
Elo 2 θ2 α O
D C
Elo 1 Elo 1
B Elo 4
Elo 3
Elo 1
ω2
A θ3
Elo 2 θ2 α
O
D’ C
Elo 1
Figura 16: Representação vetorial de um possı́vel caminho fechado do mecanismo manivela - biela -
pistão.
→ → → → → →
RAO + RBA + RCB + RDC + ROD = 0 (1.11.1)
14
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
◦ ◦ ◦ →
RAO eiθ2 + RBA eiθ3 + RCB ei270 + RDC ei180 + ROD ei180 = 0 (1.11.2)
Note que o problema tem 3 incógnitas: θ3 , RCB , e RDC . Decompondo a equação anterior na parte real
e na parte imaginária, obtêm-se duas equações. A terceira equação necessária vem da relação geométrica
entre RCB e RDC :
RCB
tan α = (1.11.3)
RDC
Obtenha você mesmo a solução do problema de posição como exercı́cio. Note, porém, que esse
problema tem dois conjuntos de soluções, representados na figura 17.
B Elo 4
Elo 3 Elo 4
Elo 1 Elo 3 θ3
A Elo 1
ω2
ω2
Elo 2 θ2 α Elo 2
O α θ2
D C
Elo 1 Elo 1
Figura 17: Duas possı́veis soluções da posição do mecanismo manivela - biela - pistão para um mesmo
conjunto de condições iniciais.
◦
dRAO iθ2 d[eiθ2 ] dRBA iθ3 d[eiθ3 ] dRCB i270◦ d[ei270 ]
e + RAO + e + RBA + e + RCB +
dt dt dt dt dt dt
◦ ◦
dRDC i180◦ d[ei180 ] dROD i180◦ d[ei180 ] →
e + RDC + e + ROD =0 (1.11.4)
dt dt dt dt
Lembre que RAO , RBA , e ROD são constantes no tempo. Além disso, as direções de RCB (vertical) e
RDC (horizontal) também não variam no tempo. Então,
◦ ◦ →
RAO ω2 ieiθ2 + RBA ω3 ieiθ3 + ṘCB ei270 + ṘDC ei180 = 0 (1.11.5)
| {z } | {z } | {z }
→ → →
VA V BA −VB
Ou seja,
→ → → →
VA + VBA − VB = 0 (1.11.6)
→
Para entender a razão do sinal negativo em V B da equação anterior, note da figura que o vetor posição
do ponto B (vetor que liga o ponto B à origem) é:
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinemática
→ → → → → →
RB = RA + RBA = −ROD − RDC − RCB (1.11.7)
Para determinar as incógnitas ω3 , VBx , e VBy é necessário decompor a equação (1.11.5) nas suas partes
real e imaginária. Além disso, lembrar que o pistão onde está o ponto B só pode se mover na direção do
plano inclinado de α, ou seja,
VB y ṘCB AB
tan α = | |=| | = | y| (1.11.8)
V Bx ṘDC AB x
RAO ω2 i[cos θ2 + i sin θ2 ] + RBA ω3 i[cos θ3 + i sin θ3 ] + ṘCB [cos 270◦ + i sin 270◦ ]+
→
+ṘDC [cos 180◦ + i sin 180◦ ] = 0 (1.11.9)
Parte Real:
Parte Imaginária:
As equações para as acelerações podem ser obtidas por derivação direta das equações (1.11.10) e
(1.11.11), e pelo uso da relação (1.11.8):
Parte Real:
−RAO α2 sin θ2 − RAO (ω2 )2 cos θ2 − RBA α3 sin θ3 − RBA (ω3 )2 cos θ3 − R̈DC = 0 (1.11.12)
Parte Imaginária:
RAO α2 cos θ2 − RAO (ω2 )2 sin θ2 + RBA α3 cos θ3 − RBA (ω3 )2 sin θ3 − R̈CB = 0 (1.11.13)
AB y
tan α = | | (1.11.14)
A Bx
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinética
Y G k RC G C k+1 RC
Elo k RB
k k
Ck G
k+1 k+1
k
Gk
Elo k+1 G k+1
Bk RD G
k+1 k+1
B k−1 D k+1
1
k−
1G
Elo k−1
k−
B
R
G k−1
RA G
k−1 k−1
A k−1
O X
Considere em particular o elo k com massa total mk , figura 19. Esse elo pode ser subdividido em
partı́culas ou pontos materiais. Cada um desses pontos materiais possui uma fração da massa total mk .
Dois desses pontos materiais, P com massa dmP e Q com massa dmQ , estão representados na figura. A
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinética
→
interação entre os pontos materiais P e Q do mesmo corpo rı́gido k resulta num par de forças internas F P Q
→
(força de P em Q) e F QP (força de Q em P ). Pela 3 a Lei de Newton, essas forças correspondem a um par
→ →
ação-reação e, portanto, F P Q = −F QP . O mesmo ocorre para quaisquer pares de pontos internos do elo k.
Portanto, as forças internas sempre ocorrem em pares ação-reação e a resultante de todas as forças internas
é nula.
FP
Gk αk
P ωk
R GQ
Ck
R PQ
Q
Bk
AQ
Por outro lado, as forças de interação com outros corpos ou campos externos possuem reação fora do
→
corpo em questão. Seja uma força F P atuando no ponto genérico P cuja reação está fora do elo k. Seja
dmp a massa do ponto material P e suponha conhecida a aceleração do ponto Q. Pela 2a Lei de Newton,
→ →
dF P = AP dmP .
Outras forças com reação fora do corpo k atuam em outros pontos, inclusive a força peso que é aplicada
no centro de massa. Então, a resultante de todas as forças atuando em pontos do elo k, mas com reações
externas ao elo k, é dada por:
X→ Z →
F ik = AP dmP (2.2.1)
Repare que nesta equação (2.2.1) a somatória que aparece à esquerda da igualdade representa apenas
forças cujas reações são externas ao corpo (elo k); enquanto que a integral à direita da igualdade envolve
todos os pontos materiais do elo k. Nessa integração os termos representando pares de forças internas vão
se anular, restando apenas as parcelas dos pontos com forças externas.
→ → →
Se for conhecida a aceleração AQ do ponto Q, a velocidade angular ω k e a aceleração angular α k do elo
→
k, então é possı́vel encontrar a aceleração em qualquer ponto P genérico distante RP Q :
→ → → → → → →
AP = AQ + ω k ∧ ( ω k ∧ R P Q ) + α k ∧ R P Q (2.2.2)
Substituindo a equação (2.2.2) em (2.2.1), e lembrando que qualquer ponto do corpo rı́gido k tem mesma
→ →
velocidade angular ω k e aceleração angular α k :
X→ Z h→ → → i
→ → →
F ik = AQ + ω k ∧ ( ω k ∧ RP Q ) + α k ∧ RP Q dmP
Z → Z →
Z →
→ → →
= AQ dmP + [ ω k ∧ ( ω k ∧ RP Q )]dmP + [ α k ∧ RP Q ]dmP (2.2.3)
→
Z Z → Z →
→ → →
= AQ dmP + ω k ∧ ( ω k ∧ RP Q dmP ) + α k ∧ RP Q dmP
18
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinética
Lembrando que:
Z
dmP = mk (2.2.4)
→
Z →
Z → →
1
RGQ = RP Q dmP =⇒ RP Q dmP = RGQ mk (2.2.5)
mk
Então:
X→ → → → → → →
F ik = AQ mk + ω k ∧ ( ω k ∧ RGQ mk ) + α k ∧ RGQ mk
h→ → → → → → i
= mk AQ + ω k ∧ ( ω k ∧ RGQ ) + α k ∧ RGQ (2.2.6)
→
= m k AG
Portanto, a equação 2.2.6 mostra que basta aplicar a resultante das forças com reações externas no centro
de massa do corpo para ter o efeito equivalente a todas as forças individuais.
Os casos mais comuns de forças com reações externas a considerar em mecanismos são: peso, cargas
aplicadas, forças em juntas, forças de atrito de partes em contato.
Também, é importante observar que normalmente são determinadas as acelerações em pontos de
→ → → →
articulação (juntas) durante a análise cinemática. Assim, é só usar a expressão AQ + ω k ∧ ( ω k ∧ RGQ ) +
→ → →
αk ∧ RGQ para determinar a aceleração no centro de massa, sendo AQ a aceleração conhecida numa junta
Q.
Caso seja conhecida apenas a aceleração de um ponto em outro elo k − 1 que realiza movimento relativo
ao elo k, a equação para o fator Ap fica um pouco mais complexa. Considere, por exemplo, o caso da barra
em movimento composto de rotação e translação e com um prisma se movendo por ela. Esse problema já
foi considerado na seção 1.10. Basta substituir Ap por uma equação análoga à (1.10.6).
Como exemplo, considere o elo k do mecanismo da figura 18. Suponha que já tenha sido feita a análise
cinemática completa e que, portanto, já se conheça a aceleração no ponto B de articulação entre os elos
→ →
k − 1 e k. Suponha também que sejam aplicadas as forças externas RP1 e RP2 e o peso do elo k seja Pk . Por
→
fim, as forças externas transmitidas pelas juntas B (a força F (k−1)(k) do elo (k-1) no elo (k)) e C (a força
→
F (k+1)(k) do elo (k+1) no elo (k)). Veja a figura 20.
A equação vetorial de forças para o elo k é:
→ → → → → →
F (k−1)(k) + F (k+1)(k) + F P1 + F P2 + P k = mk AGk (2.2.7)
→
Mas, se for conhecida a aceleração AB do ponto B:
→ → → → → → →
AGk = AB + ω k ∧ ( ω k ∧ RGk B ) + α k ∧ RGk B (2.2.8)
A decomposição da equação vetorial de força nas direções X e Y resulta em duas equações escalares:
x x
F(k−1)(k) + F(k+1)(k) + FPx1 + FPx2 = mk AxGk (2.2.9a)
y y
F(k−1)(k) + F(k+1)(k) + FPy1 + FPy2 + Pk = mk AyGk (2.2.9b)
19
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinética
FP
2 F (k+1)(k)
FP
1
Gk C k+1 RC
RG
k
Ck k+1Gk+1
R
F (k−1)(k)
Gk Bk Ck G k+1
Bk Pk RD
F (k+1)(k) k+1 k+1
G
AB
B k−1 D k+1
1
k−
1G
F (k−1)(k)
k−
B
R
G k−1
RA
k−1Gk−1
A k−1
Y G k RC G
k k
RB Gk
Ck
T (k−1)(k) k
Bk
Elo k
T (k)(k−1) C k+1 RC G
k+1 k+1
Elo k+1 G k+1
T (k−1)(k)
1
k−
1G
RM G
k−
B
R
B k−1 k+1
B G k−1 RD
motor atuando
G
k+1 k+1 FM
RA M
na junta B
M
FM G
k−1 k−1
X
A
Os torques externos (normalmente provenientes de algum tipo de motor) são dados simplesmente pelos
→
seus valores. Por exemplo, T (k−1)(k) é o torque proveniente de um motor fixo ao elo (k-1) sendo aplicado
no elo (k).
A cada força com reação externa aplicada num ponto material genérico P corresponde um torque (ou
→ →
momento) em relação ao centro de massa G dado por RP G ∧ F P .
20
Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinética
→ → → →
RP G ∧ F P = RP G ∧ AP dmP
→ h→ → → → → → i (2.3.1)
= RP G ∧ AG + ω k ∧ ( ω k ∧ RP G ) + α k ∧ RP G dmP
Então, de maneira análoga ao que foi feito para o equacionamento das forças, deve-se integrar o efeito
P→
do torque de todos os pontos materiais que constituem o elo k. O torque resultante T iP das forças
externas e dos torques externos relativo ao centro de massa Gk do elo k será:
X→ Z → →
T iP = RP G ∧ F P
Z h→ → → → i (2.3.2)
→ → →
= RP G ∧ AG + ω k ∧ ( ω k ∧ RP G ) + α k ∧ RP G dmP
X→ →
T iP = IGzzk α k (2.3.3)
O exemplo seguinte, figura 22, considera dois elos consecutivos (k) e (k+1) de um mecanismo. Supondo
que há um motor elétrico fixo no elo (k) e conectado por um eixo ao elo (k+1), esse motor aplicará um torque
→ →
T (k)(k+1) = T M ao elo (k+1). Ou seja, o elo (k+1) girará impulsionado pelo eixo do motor. Por outro lado,
→ →
haverá uma reação T (k+1)(k) = −T M no elo k.
Elo k+1
G k+M
Elo k
G k+1
Gk 111111
000000
000000
111111
000000
111111
000000
111111
000000
111111 Motor
000000
111111
Figura 22: Aplicação de torque por um motor fixo ao elo k e conectado por eixo ao elo k+1.
As forças e torques atuando nos elos k e k+1 estão representados em detalhe na figura 23. Note que
para o elo k que contém o motor, o centro de massa a ser considerado é G0k+M do corpo k e do motor em
conjunto.
Elo k:
Forças:
→ → → → →
F (k−1)(k) + F (k+1)(k) + P k + P M = mk AG0k+M (2.3.4)
x x
F(k−1)(k) + F(k+1)(k) = AxG0k+M (2.3.5a)
y y
F(k−1)(k) + F(k+1)(k) + Pk + PM = AyG0 (2.3.5b)
k+M
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Mecanismos - PMR/EPUSP Análise Cinética
F(k)(k+1)= F(k+1)(k)
F(k+1)(k)
T(k)(k+1)= T(k+1)(k)
T(k+1)(k)
G k+M G k+1 F(k+2)(k+1)
Gk B
B
F(k−1)(k)
Pk + Pmotor C
A
Pk+1
Figura 23: Detalhes das forças externas e torques externos atuando nos elos k e k+1.
Torques
→ → → → → →
−T M + RAG0k+M ∧ F (k−1)(k) + RBG0k+M ∧ F (k+1)(k) = IGzz0k+M α k (2.3.6)
h i
x y y x
− TM k̂ + RAG0
k+M
F(k−1)(k) − R AGk+M (k−1)(k) k̂+
0 F
h i
x y y x
+ RBG 0
k+M
F(k+1)(k) − RBG0 F(k+1)(k) k̂ = IGzz0k+M αk k̂ (2.3.7)
k+M
Elo k+1:
Forças:
→ → → →
F (k)(k+1) + F (k+2)(k+1) + P k+1 = mk+1 AGk+1 (2.3.8)
x x
F(k)(k+1) + F(k+2)(k+1) = AxGk+1 (2.3.9a)
y y
F(k)(k+1) + F(k+2)(k+1) + Pk+1 = AyGk+1 (2.3.9b)
Torques
→ → → → → →
T M + RBGk+1 ∧ F (k)(k+1) + RCGk+1 ∧ F (k+2)(k+1) = IGzzk+1 α k+1 (2.3.10)
h i
x y y x
TM k̂ + RBG F
k+1 (k)(k+1)
− R BGk+1 (k)(k+1) k̂+
F
h i
y y
+ RCGk+1 F(k+2)(k+1) − RCGk+1 F(k+2)(k+1) k̂ = IGzzk+1 αk+1 k̂ (2.3.11)
x x
22