Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Débora Castro
Eduarda Alba
Giovana Tavares
Guilherme Tavares
Julia Ames
Jorge Vales
Sérgio Borges
Vitória Costa
CAPA: Eduarda Alba
ATM 202
SUMÁRIO
1. Aleitamento materno ***
2. Consulta de puericultura ***
3. Crescimento e desenvolvimento ***
4. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor
5. Imunizações
6. Enurese ***
7. Puericultura do sono
8. IVAS
9. Refluxo gastroesofágico ***
10. Sopro cardíaco
11. Diarreia- resumo baseado no artigo
12. Diarreia- resumo baseado na aula ***
13. Saúde bucal
14. Acidentes na infância
15. Constipação ***
16. Dermatoses mais comuns na infância
17. ITU ***
18. Obesidade ***
19. Bronqueolite
20. Asma
21. Sífilis Congênita
22. Intolerância a lactose e diarreia persistente ***
23. Doenças exantemáticas (infectocontagiosas)- Parte I
24. Doenças exantemáticas (infectocontagiosas)- Parte II
25. Epilepsia
26. Autismo
27. Cefaleias
28. Controle Esfincteriano ***
29. HAS ***
30. TDAH
31. Câncer
32. Emergências pediátricas
33. Genética
34. Anemia – Parte I
35. Anemia – Parte II
OBS: as aulas com três estrelinhas (***), se liguem, elas caem MUITO nas duas
provas!!
ALEITAMENTO MATERNO e ALIMENTAÇÃO
2. CONSULTA DE PUERICULTURA
Objetivos:
• Avaliar crescimento e desenvolvimento infantil.
• Diagnosticar e tratar.
• Educar
• Orientar pais; Identificar situações de risco
• Criar indivíduos sadios e educados.
A consulta ocorre de modo triangular entre o médico, a criança e mãe (coleta de informações
indiretamente).
A consulta é influenciada pela idade e sexo da criança e sexo do médico.
Prematuros <1500g
A termo: +- 3300g
Primeira Consulta:
5 a 7 dias (3 dias após a alta hospitalar).
• Checar condição do nascimento
• Manobra de Ortolani: no hospital, no 1o mês e no 3o mês.
• Teste do pezinho: coletar até o 5o dia de vida.
• Teste da orelhinha: durante o 1o mês.
• Teste do olhinho/ reflexo vermelho: no hospital
• Teste do coraçãozinho: no hospital.
• Reflexos: Tônico-cervical; Moro; Preensão Palmar; Preensão Plantar; Cutâneo-plantar;
Sucção; Pontos cardeais; Marcha.
• Coto umbilical
• Hérnia
• Sinéquia
• Pele: mancha mongólica, miliária, millium facial, impetigo.
• Fontanelas: posterior (fecha 2 meses); anterior (fecha 12-18 meses).
Retorno:
Em 1 mês.
Se amamentação com dificuldade: em 3 dias.
Sinais de alerta da amamentação:
• Bebê fica muito tempo sem mamar (mais de 4h).
• Bico da mama machucado.
• Bebe não ganha peso.
• Não evacua todos os dias.
• Não dorme entre as mamadas
*cólicas são normais após as 2 primeiras semanas.
*Regurgitação também costuma acontecer.
3. CRESCIMENTO e DESENVOLVIMENTO
Crescimento é divisão celular; Aumento de massa corpórea. Representa o
desenvolvimento físico.
Não é o mesmo que desenvolvimento, que diz respeito a aquisição de novas habilidades,
capacidade de realizar tarefas cada vez mais complexas. É qualitativo
FATORES:
• Genéticos:
o Alvo genético: Meninos: estatura do pai + da mãe + 13 * Meninas -13
o 2
• Ambientais: pré-natais; pós-natais; variação celular
• Processos Mórbidos
• Fatores Nutricionais: 40% das calorias são para o crescimento na 1a infância.
• Atividades Físicas
*Nos menores de 5 anos os fatores AMBIENTAIS são os mais importantes para o crescimento e
desenvolvimento.
PERÍMETRO CEFÁRICO: deve ser medido obrigatoriamente até os 2 anos, mas deve ser feito
até os 5 anos
RN: média- 34cm PC>PT
1o ano: aumenta 12cm em 12 meses. PC=PT
2o ano: aumenta menos de 2cm/ano
Pré-escola:
peso: 2kg/ano
Estatura: 6 a 8cm/ano
Escola:
peso:2,5 a 3,5kg/ano
Estatura: 6cm/ano
Adolescente:
Peso: secundário ao aumento de altura
Altura: 10cm/ ano (estirão).
CONSULTAS
• 1o ano: 1, 2, 4, 6, 9, e 12 meses.
• 2o ano: 18 e 24 meses.
• do 3o ano em diante: pelo menos 1 vez por ano.
DESENVOLVIMENTO
• Crânio-caudal
• Proximo-distal
1- Motor grosseiro: andar
2- Motor fino, adaptativo: usar mãos, visão e sensação.
3- Linguagem
4- Social, pessoal
PUBERDADE
Feminina
• Telarca – broto mamário (1o sinal).
• Pubarca
• Menarca
Masculina:
• Aumenta vol. Testículos (1o sinal).
• Pelos pubianos
• Aumento do pênis
• Semenarca
• Pelos axilares e faciais
• Mudança da voz (estímulo androgênico)
Perímetro Cefálico
2cm/mês no 1º trimestre; 1cm/mês no 2º tri; 0,5cm/mês no 2º semestre; Ou seja, Cresce 8cm
nos primeiros 4 meses e cresce 4cm nos últimos 8 meses.
Recém-nascido a termo:
Atitude – assimétrica; Tônus - Hipertonia flexora membros e hipotonia tronco; mãos fechadas.
(Predomínio REFLEXO/automático – iniciando a corticalização)
3 meses:
Tônus – Iniciando hipotonia fisiológica (Crânio-caudal); Abre as mãos.
Reflexos Primitivos: Desapareceram moro (3-4 meses), marcha reflexa, apoio plantar, reptação,
RTCA (esgrimista).
Motor Grosso: firma o pescoço e movimenta a cabeça.
Motor Fino: junta as duas mãos na linha média / preensão reflexa
Audição e Linguagem – lalação (inicia vocalização de vogais), iniciando localização lateral
Fixa olhar na mãe, sorriso social, reage a estímulo sonoro, acompanha objeto na linha média
com olhar, eleva a cabeça quando em decúbito ventral (inicia aos 2 meses).
Obs.: 4m idade limite para firmar o pescoço.
6 meses:
Tônus – Hipotonia fisiológica (alcança pé na boca).
Reflexos Primitivos: Preensão plantar, Cutâneo plantar extensor
Motor Grosso: Senta com apoio, iniciando sem apoio (tripé – sentado e mãos para frente
escorando no chão), rola e muda de decúbito. Em decúbito ventral, estende os MMSS e eleva o
tórax.
Motor Fino: Retira pano do rosto, preensão voluntária (pinça inferior – pega com os dedos de
baixo, não só com o polegar e o indicador). Alcança um objeto, leva objetos à boca.
Audição/Linguagem: Localiza e identifica sons, atende pelo nome. Aparecem as consoantes e
sílabas repetidas sem significado. Estranha pessoas desconhecidas.
9 meses: Atitude – Ativa (engatinha); Tônus – vai ficando semelhante ao do adulto.
Reflexos Primitivos: Preensão plantar, cutâneo-plantar pode ser extensor.
Motor Grosso: Senta sem apoio, engatinha; Pode ficar em pé com apoio. Obs.: engatinhar não é
obrigatório.
Motor Fino: transfere objetos de uma mão para outra, pinça superior (dedos em escada).
Linguagem:- sílabas repetidas com significado e início de palavras-frase; Gosta de brincar de
“esconde-achou”; Dá tchau.
12 meses:
Reflexos Primitivos: apenas preensão plantar. Se reflexo cutâneo plantar for extensor = Babinski.
Motor: Em pé, podendo ficar já sem apoio; Iniciando a marcha sem apoio
Coordenação Apendicular: pinça superior individual
Linguagem: Palavras frases de sílabas não repetidas, dissílabos (tau, mãe, aga).
Imita gestos: dar tchau, jogar beijo, palmas
18 meses:
Equilíbrio Estático: Domina a posição em pé.
Equilíbrio Dinâmico: Sobe escada de pé, com apoio.
Reflexos Primitivos: Desapareceram
Coordenação Apendicular: come sozinho com a colher; Chuta com o pé uma bola, constrói uma
torre com 3 cubos, faz garatuja retilínea (linha reta).
Linguagem: fala em média 10 palavras, palavras-frases.
Controle Esfincteriano: iniciando controle vesical diurno.
Limite para deambular sem apoio.
2 anos:
Permanece em pé com os pés juntos de olhos abertos.
Sobe e desce escada com os dois pés no mesmo degrau com apoio.
Chuta bola sob comando, constrói uma torre com 6 cubos. Garatuja circular.
Palavras (± 50), frases de 2 ou 3 palavras, ou mais.
Nomeia-se a si mesmo pelo pronome (EU).
Vesical diurno em consolidação, iniciando vesical noturno e anal.
Controle de esfíncteres
• 18 meses: controle vesical diurno iniciando;
• 2 anos: controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e anal
diurno.
• 3-4 anos: controle vesical e anal diurno consolidados. Vesical noturno em consolidação
• 5 anos: controle completo vesical e anal.
Fala
• 3 anos: podem ocorrer dislalias de supressão. Fase dos porquês; gagueira fisiológica.
• 4 anos: fala fluente. Raras trocas de sons (dislalias de troca).
• 5 anos: fala perfeita.
Janela da fala: 1-4 anos (época de aprender línguas de maneira mais facilmente).
Chupeta: atrapalha muito. Máximo até 1 ano e meio.
Figura Humana
5. IMUNIZAÇÃO
• Imunidade significa proteção.
• É constituída de mecanismos específicos e inespecíficos.
o A vacinação irá agir sobre a imunidade especifica
• Nosso organismo apresenta dois tipos de imunidade
o Ativa: organismo produz seus próprios anticorpos devido ao contato com
determinado antígeno, é o caso da das vacinas
o Passiva: recepção de anticorpos já prontos, como amamentação e uso de
imunoglobulinas (caso de mãe com hepatite B ativa, onde a crianças tem altos
riscos de desenvolver hepatite)
• A imunização ativa depende tanto de fatores do organismo (doença de base e idade, por
exemplo) quanto de fatores inerentes da própria vacina.
VACINAS
• Possuem níveis de sensibilização do organismo diferentes
• Seus mecanismos de ação também são desiguais, variando segundo seus
componentes antigênicos, que se apresentam sob a forma de:
o Suspensão de bactérias vivas atenuadas;
o Suspensão de bactérias mortas ou avirulentas
o Componentes das bactérias
o Toxinas obtidas em cultura de bactérias, submetidas a modificações químicas ou
pelo calor;
o Vírus vivos atenuados
o Vírus inativados
o Frações de vírus
• Há vários fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina que podem interferir no
processo de imunização, isto é, na capacidade desse organismo responder
adequadamente à vacina que se administra
o Idade;
o Doença de base ou intercorrente;
o Tratamento imunodepressor
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
• Oral
• Intramuscular: aplicadas na face anterolateral da coxa até que a criança complete 2 anos.
O bebê menor, por não caminhar, não tem a musculatura glútea tão desenvolvida
possuindo uma área pequena e levando a uma maior chance de atingir o feixe vasculho
nervoso. Também pode ser realizada no deltoide.
• Intradérmica: normalmente no musculo deltoide
• Subcutânea: normalmente no musculo deltoide
FORMAS DE VACINAÇÃO
• Combinada: Na mesma seringa há pelo menos 2 agentes imunizantes diferentes
o Protege contra 2 doenças no mínimo
o Exemplo: DTP ou DTPa e Pentavalente
• Simultânea: imunização de diferentes patógenos no mesmo dia.
o Podendo ser inclusive por vias e em locais diferentes
o Exemplo: aos 2 meses toma-se a Pentavalente e Rotavirus no mesmo dia.
.
CONTRAINDICAÇÕES
• Mais para vacinas de bactéria e vírus vivo atenuado.
• Paciente não deve apresentar:
o Imunodeficiência congênita ou adquirida: avaliar a situação clinica nesses
casos
o Corticoterapia: gera um esquema imunossupressor, uso de predinisona ou
equivalente por duas ou mais semanas de no mínimo de 2mg/kg/dia
o Neoplasia maligna
o Doenças agudas febril graves: aguardar febre passar para vacinar
o Tratamento imunossupressor: quimioterapia e radioterapia
FALSA CONTRAINDICAÇÃO
• Gripe: desde que não esteja com febre
• Desnutrição
• Doenças benignas comum
• Doença neurológica estável ou história familiar de convulsão
• Alergia não relacionada com componentes da vacina
• Tratamento sistêmico com corticoide com dose menor que a imunossupressora.
• Baixo peso ao nascer (abaixo de 2,5 kg) ou prematuridade
o Vacinas devem ser administradas na idade cronológica recomendada, não se
justificando adiar o início da vacinação
o Excetuam-se o BCG, que deve ser aplicado somente em crianças com >2kg
• Internação hospitalar
o Evita-se vacinar no hospital vacinas com vírus vivo atenuado, pois pode haver
crianças imunocomprometidas no hospital.
o Exemplo, pólio não é feita no hospital, pois sai nas fezes.
DOENÇAS PREVENIDAS
SARAMPO (vírus)
• Causa tosse, febre de 6 dias, exantema, conjuntivite, tosse, coriza
• Em imunocompetentes evolui para a cura sem sequelas
• Imunocomprometidos, crianças menores de 5 anos e idosos podem evoluir para
pneumonia, meningite, otite, encefalite e até óbito
• Vacina é vírus atenuado, contraindicada para imunossuprimidos pois pode causar
encefalite esclerosante subaguda, é oferecida na trivalente aos 12 meses e depois na tetra aos
15 meses
TUBERCULOSE
• Micobacteria tuberulosis BAAR
• Contaminação de pessoa para pessoa por gotículas
• Atinge pulmão, rim, ossos e gânglios
• Vacina BCG funciona apenas para as formas graves: miliar e meningite tuberculosa
TÉTANO (neurotoxina)
• Causado pelo clostridium tetatni, através de alguma ferida
• Primeiro sintoma é o trismo (contração do masseter)
• Neonatal: surge por volta do 7º dia de vida, criança tem espasmos devido ao toque e a
luz, pode ser devido à falta de higiene do cordão umbilical, mãe precisa ser vacinada
• DPT ou DPTa deve ser usada na gestante, DT em crianças a cima de 5 anos, a penta
também previne contra o tétano
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
AO NASCER
• BCG para crianças a partir de 2kg.
o Dose Única
o Bactérias vivas atenuadas
o Intradérmica
o Previne formas graves de tuberculose (miliar e meníngea)
o A TB meníngea é comum em lactente, por isso é crucial nesse período
• Hepatite B
o Primeiras 12hrs de vida.
o Antígeno de superfície do vírus
o Intramuscular profunda
o Reforço na Pentavalente (com 2 meses, 4 meses e 6 meses).
o Continua 3 doses para quem não fez ao nascimento.
o A 2ª dose em 1 mês e 3ª dose em 6 meses após a 1ª dose.
o Qualquer indivíduo pode e deve fazer, pois há um aumento de Hepatite B em
pacientes mais idosos por sobrevida e vida sexual não protegida.
AOS 12 MESES
o Meningococo C
o Pneumococo
o Triplice Viral
OUTRAS VACINAS
• Influenza: Crianças de 6 meses e 5 anos
• HPV
o Em 2017 ampliou a proteção para pacientes de baixa imunidade (transplantados
ou paciente oncológico): homens e mulheres de 9 a 26 anos
o Para imunocompetentes a idade se estendeu, meninos de 12 a 13 e meninas de 9
a 14
o Duas doses com intervalo de 0 e 6 meses nos jovens
o Não administrar em grávidas.
6. ENURESE
Micção Normal
• A micção nos bebês ocorre por contração reflexa da bexiga em conjunto com a
simultaneidade da contração vesical e relaxamento do esfíncter uretral.
• O armazenamento de urina resulta da inibição da contratilidade do músculo detrusor via
simpático e via nervo pudendo, associada a fechamento da uretra proximal e aumento do
tônus do esfíncter externo
• A criança apresenta esse reflexo de micção coordenado cerca de 15-20x/dia
• Com o tempo, a capacidade vesical aumenta, e por volta dos 2-4 anos de idade a criança
é capaz de iniciar o treinamento para controle de esfíncteres.
• Para alcançar o controle consciente da micção, algumas condições devem estar
presentes:
o Consciência da sensação de bexiga cheia
o Inibição cortical do reflexo de contração vesical
o Habilidade de conscientemente contrair o esfíncter externo
o Desenvolvimento normal da bexiga
o Desejo por parte da criança de permanecer seca (sem se urinar)
• Garotas geralmente adquirem controle da micção antes dos garotos e, usualmente, o
controle da defecação ocorre antes do controle da micção
Enurese
• Aos 5 anos, 90-95% das crianças são completamente continentes durante o dia, e 80-
85% são continentes durante a noite.
• Definição de enurese: ocorrência de micção involuntária à noite em crianças maiores de
5 anos, pelo menos 2 vezes por semana (idade na qual espera-se que a criança já tenha
adquirido controle de esfíncteres)
• Classificação:
o Primária (75-90% dos casos): em criança que nunca teve controle urinário
o Secundária (10-25% dos casos): a criança tinha controle prévio da micção (por pelo
menos 6 meses) e então passou a apresentar enurese
• Cerca de 75% das crianças com enurese urinam involuntariamente apenas à noite; 25%
são incontinentes durante dia e noite
o Crianças com padrão de incontinência durante dia e noite são mais prováveis de
possuírem alguma anormalidade de trato urinário
• A enurese monossintomática é mais comum que a não-monossintomática (associada com
urgência miccional, hesitação, aumento de frequência e incontinência durante o dia)
Epidemiologia
• Aproximadamente 60% das crianças com enurese são meninos
• Histórico familiar de enurese está presente em 50% dos casos
• Enurese primária é uma condição poligenética, mais relacionada aos cromossomos 12 e
13
• Se um dos pais foi enurético, seu filho tem 44% de chances de também ser; se ambos
foram enuréticos, o risco sobe para 77%
• A enurese sem sintomas diurnos atinge cerca de 20% das crianças na faixa etária dos 5
anos, e é resolvida de forma espontânea em aproximadamente 15% das crianças
acometidas a cada ano seguinte
• A prevalência nos adultos é inferior a 1%
Patogênese - Causas
• Atraso na maturação dos mecanismos corticais que permitem controle voluntário do
reflexo de micção
• Despertar defeituoso durante o sono
• Reduzida produção de ADH durante a noite, resultando em quantidade aumentada de
urina a ser eliminada (poliúria)
• Fatores genéticos (cromossomos 12 e 13q são os sítios prováveis dos genes da enurese)
• Fatores intrínsecos da bexiga (falta de inibição, capacidade reduzida, hiperatividade)
• Constipação
• Fatores orgânicos (ex.: ITU, obstrução do trato urinário)
• Distúrbios do sono
• Respiração prejudicada durante o sono em decorrência de adenoides aumentadas
• Fatores psicológicos (em geral estão mais ligados à enurese secundária)
Outras Características
• A enurese pode ocorrer em qualquer fase do sono, com predomínio da fase não REM
• As crianças num geral são mais difíceis de serem acordadas durante o primeiro terço da
noite e mais fáceis de serem acordadas no último terço; crianças enuréticas são mais
difíceis de serem acordadas em comparação às não-enuréticas
• Há risco aumentado de enurese em crianças com atraso de desenvolvimento, TDAH e
portadoras de transtornos do espectro autista
Tratamento
• O melhor tratamento é assegurar e orientar aos pais e à criança que se trata de uma
condição auto-limitada, não devendo, portanto, serem aplicadas medidas punitivas que
possam afetar o desenvolvimento psicológico da criança
• A ingesta de líquidos deve ser mais restrita após as 18-19h
• Evitar cafeína e excesso de alimentos açucarados após as 16h também pode trazer
benefícios
• Caso a criança ronque durante a noite e possua adenoides aumentadas, deve ser
considerado o encaminhamento ao otorrinolaringologista. A adenoidectomia pode curar a
enurese
• Tratamento ativo deve ser evitado em crianças menores de 6 anos, uma vez que a
enurese é bastante comum em crianças pequenas
• O tratamento possui maiores taxas de sucesso em crianças próximas da puberdade em
relação a crianças mais novas
• O tratamento funciona como um facilitador que requer participação ativa da criança, que
deve estar motivada a permanecer seca durante a noite
• A medida inicial mais simples a ser tomada é a terapia motivacional
• Acordar a criança algumas poucas horas após o início do sono para que ela urine permite
que a criança acorde seca, porém não é uma medida curativa
• Terapia de condicionamento: envolve o uso de um alarme sonoro ou vibratório ligado a
um sensor que é colocado na roupa da criança. Ao ocorrer a micção, o alarme é acionado
na tentativa de acordar a criança para que então ela urine. Possui taxa de sucesso de 30-
60%
• Terapia farmacológica: trata o sintoma da enurese, sendo considerada estratégia de
segunda linha
o Acetato de desmopressina: análogo do ADH. Possui efetividade de 40%, tendo
como possíveis efeitos adversos hiponatremia (na forma nasal) e convulsões (VO
e nasal)
o Terapia anticolinérgica (oxibutinina): usada em crianças com bexiga hiperativa ou
crianças refratárias ao tratamento
o Imipramina: antidepressivo tricíclico. É considerado de terceira linha
• Em casos mais complicados, pode ser efetiva a associação das terapias comportamental
e farmacológica
7. PUERICULTURA DO SONO
O sono é um estado comportamental reversível, com modificação no nível de consciência
e nas respostas a estímulos externos e internos.
O sono adequado é indispensável para um ótimo funcionamento do organismo.
Possui função restauradora para o corpo e para a mente, função homeostática, de
remodelagem de sinapses no SNC e de participação no processo de consolidação da memória
e do aprendizado.
Durante o sono profundo ocorre a secreção rítmica de GH pela hipófise.
O ciclo vigília-sono é regulado pelo ritmo circadiano e pelo impulso homeostático do sono,
sendo o mais importante sincronizador do ciclo a luminosidade e a escuridão. A luz diminui a
produção de melatonina pela glândula pineal e a escuridão estimula sua produção.
O impulso homeostático do sono depende do tempo de vigília desde o último período de
sono. Não dormir o suficiente resulta em sonolência.
• RN até 3 meses: ritmo ultradiano; dorme de 16 a 20h por dia, com períodos de sono de 3
a 4 horas intercalados com 1 a 2 horas acordado.
• A partir dos 3 meses: ciclo circadiano.
• 6 meses: 12 a 13 horas de sono
• 12 meses: 11 a 13 horas
• 3 anos: 11 a 12 horas
• 6 anos: 10 a 11 horas
• a partir dos 10 anos: 9 a 10 horas.
As sonecas diurnas, necessárias para completar o sono, são duas a três nos primeiros 6
meses, duas até 18 meses e uma até 3 a 5 anos, depois desse período desaparecem e o sono
necessário ocorr todo no período noturno.
Adolescentes costuma dormir em torno de 7horas/noite, gerando um débito de sono ao longo
dos dias.
Ações na puericultura:
• Orientar sobre padrões do sono.
• Higiene do sono
• Prevenção da síndrome da morte súbita do lactente
• Prevenção primária dos distúrbios comportamentais do sono
• Prevenção secundária (triagem)
Não criar associações negativas para o início do sono: não adormecer mamando, sendo
embalada, vendo TV.
Fazer uso dos objetos transicionais de 1 a 5 anos.
Não atender a criança rapidamente quando ela acorda a noite.
Não alimentar ou dar água durante a noite (madrugada) após o 3 o ao 6o mês.
DISTÚRBIOS DO SONO
• Dificuldade para iniciar ou manter o sono (insônia).
• Manifestações que ocorrem durante o sono como eventos comportamentais e
movimentação anormal (parassonias).
• Sonolência diurna excessiva.
Mioclonia hípnica
Contração única e súbita dos músculos das pernas no início do sono.
Ocorre na transição da vigília para o sono.
Pode ocorrer em qualquer idade – sensação de queda.
Pesadelo
Parassonia do sono REM.
Geralmente envolve eventos vividos.
É lembrado pela criança ao acordar.
Terror noturno
Parassonia do sono NREM.
Despertar parcial e abrupto.
Mais frequente em meninos.
Apresenta melhora espontânea.
Criança senta-se na cama com fácies de pavor, fitando o vazio, gritos, gestos e
manifestações autonômicas como taquicardia e taquipneia.
Não pode ser consolada pelos pais.
Dura de segundos a 20 mun.
NÃO é lembrado pela criança!
Sonambulismo
Realização de atividade motora complexa (sentar e andar) durante o sono NREM, com
amnésia completa do evento!
Mais frequente no terço inicial da noite.
Há dificuldade em acordar a criança e quando acorda apresenta estado confusional.
Investigar outras parassonias associadas.
Mais comum entre 6 a 10 anos.
Bruxismo
Movimento rítmico de atrito dos dentes durante o sono.
Contração involuntária e repetida dos músculos masseter, tempora e pterigoide.
Geralmente diminui com o crescimento.
Secundário a medicações psicoativas, ansiedade, distúrbios neuropsiquiátricos e
encefalopatias crônicas.
Necessita cuidados odontológicos.
Despertar confusional
Ocorre no sono NREM.
Geralmente dura de 5 a 15 min.
Criança chora de modo inconsolável, parece estar acordada, confusa, com os olhos
abertos ou fechados, não atende aos pais, apresenta agitação, movimentos de se debater,
sudorese e não é acordada mesmo com manobras vigorosas.
Ocorre amnésia do evento.
Mais frequente entre 3 e 10 anos.
8. IVAS
FARINGITE AGUDA
- EPIGLOTITE
EPIGLOTITE:
• Mais comum por H. influenza B;
• EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA;
• Clínica: febre alta, disfagia, toxemia, estridor, dor na garganta, sialorreia, rouquidão e
dispinéia;
• Crianças entre 2 e 7 anos;
9. REFLUXO GASTROESOFÁGICO
É o retorno passivo do conteúdo gástrico para o esôfago sem nenhuma implicação quanto à
etiologia. Em indivíduos normais, adultos ou crianças, esse retorno ocorre espontaneamente,
constituindo um evento fisiológico sem maiores consequências clinicas. Em pediatria é chamado
de refluxo gastroesofágico fisiológico ou não complicado. No entanto, se o refluxo ocorrer de
forma crônica e persistente e provocar complicações clínicas e /ou laboratoriais, seja pela
frequência aumentada dos episódios, seja pelo maior tempo de exposição da mucosa esofágica
ao material refluído, será considerada condição anormal – doença do refluxo gastroesofágico. É
a afecção esofágica mais comum entre crianças.
Como iniciar o raciocínio? Fazer uma boa anamnese:
• Quadro agudo, crônico ou recorrente?
• Horário do vomito (matinal, noturno)
• Relação com alimentação (antes, durante, depois)
• Relação com movimento (cinetose)
• Aspecto (amarelo, com resto alimentar/alimento não digerido, biliosos
*Nem todo vômito é por causa de TGI!
Infeccioso? (gastroenterite aguda, otite média aguda, pneumonia, sepse, ITU, hepatite)
Obstrutivo? (vômitos incoercíveis, perda de peso, distúrbio eletrolítico; estenose hipertrófica de
piloro, má rotação, volvo, invaginação intestinal, corpo estranho – cuidado no diagnostico tardio!)
Cirúrgico? Tóxico? Neurológico? Metabólico?
Etiologia:
Em situações fisiológicas, o refluxo ocorre principalmente:
• Durante o relaxamento induzido pela deglutição (RID) - o esôfago entra em ação com
movimentos peristálticos primários e abertura do esfíncter esofágico inferior,
possibilitando passagem para o estômago.
• Durante o relaxamento transitório do esfíncter esofágico do esôfago (RTEIE) – entende-
se por queda abrupta e prolongada da pressão no nível do EIE, ocasionando seu
relaxamento. O RTEIE ocorre independente de deglutição e de peristaltismo e tem sido
apontado como um mecanismo importante para ocorrência de RGE e DRGE.
Os fatores responsáveis pela progressão de um fenômeno fisiológico são desconhecidos;
acredita-se que a causa seja multifatorial - dismotilidade do esôfago (aumento do clareamento
esofágico), inadequação da barreira antirrefluxo (baixa pressão basal no EIE), RTEIE em
frequência aumentada e dismotilidade de estômago e duodeno (esvaziamento gástrico
retardado).
Tipos:
• Ácido: pH<4
• Fracamente ácido: pH 4-7
• Fracamente alcalino pH>7
Clínica:
Refluxo em recém-nascido
Extremamente comum, manifestando-se com regurgitações e esporadicamente vômitos
principalmente após as mamadas. São regurgitações passivas, sem náuseas, não causam
desconforto a lactente e não interferem na alimentação e ganho ponderal de peso,
caracterizando o RGE fisiológico do lactente. O fenômeno é autolimitado. Esses sintomas
atingem 67% das crianças de 2-5 meses de idade, diminuindo a prevalência a medida que a
idade aumenta. Estima-se que em torno de 3-5% desses lactentes apresentarão DRGE. Quando
a sintomatologia excede os 2 anos de idade, a condição, em geral, apresenta caráter crônico,
podendo persistir por toda a adolescência.
Lactentes têm características que aumentam o risco de regurgitação, como dieta líquida
e volumosa, menor complacência gástrica, relaxamento do EES durante episódios de RGE,
posição horizontal, esôfago abdominal mais curto, menor clareamento esofágico e esvaziamento
gástrico mais lento.
Diagnóstico:
Anamnese + exame físico: Sinais de alerta:
• Tipo de sintoma (típicos ou atípicos) • Abaulamento de
• Inicio do quadro, tempo de evolução, padrão de piora fontanela
• Associação com dor - não confundir com cólica do lactente!! • Convulsões
• Comportamento durante a regurgitação • Letargia
• Dieta (uso de LM/fórmula/recusa alimentar) • Macro/microcefalia
• Aspecto das fezes • Sinais meníngeos
• Padrão de sono • Febre
• Crescimento/desenvolvimento • Hepatoesplenomegalia
• Buscar sinais de alerta • Início do vomito >6m
O número de vezes que a criança vomita não é um critério • Diarreia
diagnóstico – deve-se procurar ativamente complicações! • Distensão abdominal
• Perda de peso
• Sangramento TGI
• Vomito bilioso
• Parada de evacuação
Exames complementares:
REED:
RX contrastado de esôfago, estomago e duodeno
Avalia ANATOMIA: estenose de piloro, volvo, má rotação, acalasia, estenose esofágica,
hérnia hiatal. Possui baixo custo e é de fácil execução; contudo, possui risco de aspiração e
exposição a radiação. Sugerem esses problemas vômitos excessivos com ganho ponderal
insuficiente e relato de disfagia em crianças maiores.
Cintilografia gastroesofágica com Tc99
Método não invasivo que permite tempo de observação maior que o REED pois a radiação
é menor. Capta os episódios de RGE durante trinta a sessenta minutos e documenta eventual
aspiração pulmonar. Esse método possui baixa sensibilidade para o diagnostico de RGE. É um
método adequado apenas para o estudo de esvaziamento esofagogástrico, podendo indicar
retardo no esvaziamento gástrico, um componente potencial na fisiopatologia da DRGE.
Identifica RGE não ácido (lactentes).
Tratamento
Tratar apenas se for DRGE!!!
Objetivo: alívio dos sintomas, promoção do desenvolvimento e crescimento adequados,
cicatrização das lesões, prevenção de complicações.
O tratamento pode ser conservador (orientações dietéticas, evitar tabagismo, orientações de
postura) ou medicamentoso (pró-cinéticos e inibidores da secreção ácida).
Conservador:
• Orientações dietéticas: evitar refeições volumosas e muito calóricas, não comer antes de
dormir, espessamento da dieta (fórmulas antirrefluxo): não diminuem o número, mas
diminuem o volume e a altura da regurgitação. Evitar alimentos que alteram o
esvaziamento gástrico e diminuem a pressão do EEI (gordura, fritura, café, chá,
chimarrão, chocolate, refrigerante, embutidos, condimentos.).
• Orientações posturais: posição prona é mais adequada e eficaz; porém em RN é
associada com risco de morte súbita, sendo assim recomendada apenas para maiores de
1 ano. Elevação da cabeceira (sem evidências de benefícios)
*RGE decúbito lateral esquerdo (DLE) = prona (mesma eficácia)
*RGE DLE ou prona causa menos refluxo que DLD e supina
Medicamentoso
• Pró-cinéticos: ajudam a controlar vomito e regurgitação, possuem ação no tônus do EEI e
no esvaziamento gástrico. Não agem nos relaxamentos transitórios do EIE, não têm ação
na cicatrização das lesões e na acidez. Consenso não indica uso rotineiro.
• *Metoclopramida: estreita margem terapêutica/toxica; muitos efeitos extrapiramidais
• *Domperidona: estudos limitados em pediatria. Efeitos adversos: cólicas, ef.
Extrapiramidais, etc.
• Antiácidos: Uso para alívio de sintomas, apenas sintomas esporádicos, precisa de altas e
múltiplas doses, pode diminuir disponibilidade de drogas.
• Antagonistas H2: Medida inicial para casos leves e moderados. Ranitidina é a mais
estudada em pediatria. Efeitos colaterais: cefaleia, ato de bater com a cabeça. Pode
desenvolver tolerância.
• Inibidores da bomba de prótons (IBP): Omeprazol, esomeprazol, pantoprazol, rabeprazol
já foram estudados em crianças. São superiores aos antagonistas H2. Possuem restrição
de uso para menores de 1 ano e possuem risco de hipocloridria sustentada. Devem ser
utilizados em jejum pela manhã 40min antes do café (pois inibe mais eficientemente as
bombas). Possuem forma de cápsulas e comprimidos dispersíveis de 10 e 20mg e
possuem efeito rebote.
• Baclofeno: agonista GABAérgico, age no relaxamento transitório do EEI. Deve ser
associado com IBP e possui efeitos colaterais neurológicos.
Cirúrgico:
• Fundoplicadura de Nissen
Indicações: estenose péptica, esôfago de Barret, complicações graves sem resposta ao tto.
10. SOPRO CARDÍACO
ANTECIPAÇÃO DIAGNÓSTICA
Existem determinadas doenças e situações que podem ter caráter teratogênico na gestação e
contribuir para o desenvolvimento de sopros patológicos
• LES : doença do colágeno
o Através de uma reação imunológica contra o feto pode levar a um bloqueio AV.
o Os fetos das gestantes com lupus devem ser avaliados do ponto de vista
cardiológico através do ecogardiograma fetal.
• Medicações como as usadas no tto de crises convulsivas
o Se usadas em altas doses no período de concepção do feto e no primeiro
trimestre podem trazer alguma teratogenicidade,
o Exemplo: Valproato de sódio, fenitoína, lítio, tetraciclinas
• Rubéola
o No primeiro trimestre pode desencadear cardiopatia congênita no feto.
o A principal cardiopatia seria a persistência do canal arterial ou estenose
pulmonar.
• DM tipo I
o Quando comparada a DM gestacional apresenta 8x mais chance de
desencadear cardiopatia congênita no feto.
o É indicação fazer ecogardiografia fetal em gestantes com essa doença
• DM gestacional
o Pode induzir o feto a um grau de hipertrofia das paredes do VE por aumento
das células cardíacas
o O feto pode apresentar hipertrofia septal, que é uma situação que se resolve
durante os primeiros 6 meses de vida, mas que tem que ser avaliada.
Também é importante para se analisar a condição do sopro e da cardiopatia estabelecer critérios
de identificação
• A época de apresentação dos sintomas é extremamente importante
o Uma criança de 5 anos com um sopro é diferente de um RN que nasceu a 1 hora
atrás e tem um sopro.
o Assim como, um RN que apresentou sopro dentro das primeiras 24hrs é muito
provável que ele tenha uma doença grave ao invés daquele RN que já tem 1
semana de vida, 1 mês de vida e que tenha um sopro sem repercussão maior.
• A anamnese deve incluir a história familiar buscando história de diabetes, rubéola, uso
de medicações, como foi a gravidez, se houve alguma situação propícia a alguma
alteração fetal.
o O feto com translucência nucal aumentada pode ser indicativo de malformação
fetal, alguma síndrome genética que possa fazer parte a cardiopatia. Síndromes
associadas Down, rubéola congênita, Marfan, Noonan, Turner. São síndromes que
tem envolvimento cardiológico
• Histórico de miocardiopatia hipertrófica, doença que mata até jogador de futebol,
merece atenção pois possui uma penetração em torno de 20%, ou seja, se um dos pais
tem a doença o filho tem 20% de chances de tê-la também
o Nesses casos, há um aumento do músculo cardíaco e quando o indivíduo realiza
esforço físico alto, pode gerar uma parada cardíaca
• Fetos com transluscência nucal aumentada também pode ser indicativo de
malformação fetal, ela representa uma medida obtida em ultrassom de primeiro trimestre
e está associada ao aparecimento de síndrome de Down
• Em casos de criança com alguma malformação genética, é necessária uma avaliação
cardiológica
SOPROS NA INFÂNCIA
• Podem ser fisiológicos ou patológicos:
o PATOLÓGICO: saber identifica-lo e tomar uma atitude médica mais imediata se
necessário
o FISIOLÓGICO: é o chamado sopro inocente, nesse caso não há nenhuma
estrutura anormal, é apenas um coração normal fazendo um som devido ao fluxo
de sangue em contato com as estruturas presentes, como válvulas, cordoálias e
paredes. Sem efeitos semiológicos e hemodinâmicos
• Sopro diastólico em criança nunca é normal, sempre é patológico.
Sopros inocentes
• Podem ser sistólicos ou contínuos.
• A criança não tem cianose, disfunção respiratória, cansaso, dificuldade para mamar, é
uma criança assintomática.
o Cansaço em RN: criança mama, para um pouco, mama, para, faz a chamada
mamada em dois tempos
o Cianose: quando faz esforço para mamãe o lábio fica roxinho e a ponta do dedo
também
• Sempre que uma criança foi identificada com sopro tem que saber se ele tem repercussão,
se essa criança é cansada.
• Na classificação dos sopros inocentes podemos encontrar (não é muito usada por ser
muito específica)
o Sopro vibratório de Still: Sistólico, na região do
precórdio
o Sopro de ejeção pulmonar, sopro de ramos
pulmonares
o Sopro supraclavicular
o Zumbido venoso: único sopro contínuo inocente.
Escuta na região do pescoço, de um lado apenas e
quando a criança vira o pescoço para o outro lado
esse sopro desaparece. Determinado pelo angulo
que se forma entre a jugular e a cava.
• A intensidade dos sopros pode ser dada por:
o Grau I – é aquele que quase não se auscuta.
o Grau II – já se torna perceptível.
o Grau III – é escutado em todos os focos do coração.
o A partir do Grau IV, eu digo que existe frêmito.
o Grau IV – você coloca a mão no peito da criança e sente roçar na mão.
o Grau IV – se escuta quase mal encostando na criança.
o Grau VI – é o que se escuta longe da pessoa.
PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL
• Em bebes nascidos a termo, o fechamento funcional do canal se dá em 12h e o
anatômico entre 14 e 21 dias
• Com o nascimento, há um aumento da oxigenação, gerando estímulo para o fechamento
do canal.
• Porém, os prematuros são imaturos para lidar com os prognósticos em torno de seu
organismos
• Por isso têm disfunção respiratória, doença intestinal (vasoconstrição intestinal) e são
mais propícios a terem a persistência do canal arterial
• Logo, a PCA em prematuros deve-se a imaturidade e hipóxia
• Em bebes normais deve-se mais a um defeito da camada endotelial e muscular média
Introdução
O aleitamento materno exclusivo por, no mínimo, seis meses e complementado até dois
anos tem impacto significativo na redução da incidência e na gravidade da doença.
Desenvolvimento da vacina contra rotavírus - Diminuição da incidência., na redução das
formas graves e no numero de hospitalização.
Manejo terapeutico com ênfase na terapia de reidratação oral (TRO) e na terapia de
reidratação venosa (TRV).
Os sais de reidratação oral (SRO), Zinco e Antibioticos demonstrou eficacia em casos
selecionados de disenteria (sindrome infecciosa com elimação de fezes mucosanguinolenta).
Manejo da DDA
DDA = Tem inicio abrupto, etiologia presumivelmente infecciosa, portencialmente
autolimitado, com um curso de menos de 14 dias, volume e/ou frequencia das fezes aumentados.
• Sindrome da Diarreia Aquosa - maioria dos casos.
• Sindrome da diarrei com sangue
Diarreia Persistente - Mais de 14 dias.
Independentemente do agente causal, na maioria dos episódios diarreicos de etiologia
infecciosa o manejo terapeutico se alicerça na manutenção do estado de hidratação e nutrição.
FISIOPATOLOGIA.
São dois os mecanismos conhecidos: Osmótico e o Secretor.
Osmótico:
Aumento da osmolaridade luminal (Ex; Rotavirus - Dano na mucosa do Intestino Delgado
proximal e redução da concentração lactase no bordo em escova, aumento da lactose não
digerida que aumenta a concentração luminal). Diarreia aquosa e explosiva.
Secretor:
Ativação excessiva do mecanismo secretor por Exotocinas bacterianas (ex: Vibrio Cholerae,
Escherichia coli enterotoxigênica) ou mediadores da inflamação (como na diarreia associada a
cepas de shigella.
Hidratação
Desidratação é a principal complicação da diarreia aguda e, consequentemente, a
avaliação do estado de hidratação é uma das primeiras atitudes a serem tomadas. A perda aguda
de peso é considerada melhor parâmetro para avaliação da desidratação:
• menor que 5% = desidratação leve
• maior que 5% e menor que 10% = desidratação moderada
• maior que 10% = desidratação grave
Em 1970, foi desenvolvido o soro de reidratação oral com intuito de corrigir a desidratação
decorrente de diarreia infecciosa grave, particularmente a diarreia por cólera. Esse soro era um
soro isotônico.
Com tudo, apesar do sucesso inicial, ocorreu uma mudança nos quadros de diarreia, que
passaram a ser mais comumente provocada por rotaviris (lembrando, rotavirus provocam um
diarreia osmótica, uma diarreia que não perde tanto Na, por isso que o soro inicialmente
desenvolvido para tratar diarreia provocada por cólera - diarreia secretora - não é tão adequado
para tratar as diarreias provocadas por rotavirus - diarreia osmótica).
Estudos confirmam o beneficio do uso de soluções hipotonicas (menor teor de Na) para
tratamento das diarreias não coléricas.
Pode ser feita hidratação por sonda nosagastrica, sendo que essa é tão efetiva quanto a
hidratação venosa em casos de desidratação moderada.
(Curiosidades: A adição de zinco, prebióticos, aminoácidos, dissacarídeos e polímeros de
glicose resultou apenas em uma melhoria modesta na eficácia do soro de reidratação oral.)
Embora a TRO deva ser usada de forma preferencial, e hidratação venosa é necessária
e vital em casos de desidratação grave.
Segundo as recomendações da OMS, as reposições das perdas deve ser feita, sempre
que possível, por via oral, e deve ser iniciada ainda durante a reidratação venosa. A hidratação
venosa deve ser suspensa logo que a criança esteja hidrata e alerta. (1/4 copo p/ crianças <2,
1/2 copo p/ crianças de 2 a 10 anos, volume livre p/ >10 anos)
Fluido que deve ser preconizado é o de solução hipotonica.
Próprio leite materno pode ser usado como fluido de reposição de perdas em crianças que
amamenta.
Soro caseiro ainda é aconselhavel pela caderneta da criança, mas a OMS, em 2015, fez breve
comentário sobre a possibilidade do seu uso e relata que, embora potencialmente eficaz, não é
recomendado, devido ao inadequado preparo e consumo.
Alimentação.
Manutenção de dieta adequada para idade é a prioridade para regeneração da mucosa
intestinal. Jejum ou restrição alimentar pode retardar o processo de regeneração das células
danificadas.
Não é aconselhado restrições alimentares. Nos casos de desidratação leve a moderada,
a alimentação deve ser oferecida 5 horas após o inicio da reidratação.
Manutenção do aleitamento materno durante o episódio diarreico, mesmo na criança com
desidratação leve a moderada, é consenso.
Crianças que podem ser beneficiar que restrição de lactose, seriam aquelas que possuem
um quadro de desidratação grave e as desnutridas. Sugere-se que na criança ainda não exposta
a fórmula lactea a base de leite de vaca deva-se evitar que essa primeira exposição ocorra
durante ou logo após o episódio de DDA, para evitar a sensibilização a proteina do leite.
Crianças que já iniciaram dieta sólida e possuem uma dieta balanceada e saudavel devem
continuar com a mesma dieta.
Sucos com elevado teor de frutose, sacarose e sorbitol deve ser evitados, pois, devido a
elevada osmolaridade, podem agravar as perdas de diarreia (suco de gelatina).
Ingestão de fibras podem diminuir o tempo de fezes líquidas.
Antiemético
Simples rehidratação pode ceder o quadro de vômitos.
Utilizar quando há vômitos intensos que possam aumentar o risco de desidratação e
hospitalização. Pode usar um anti-histamico, antagonista de serotonina-5HT
Antidiarreicos.
Não há indicação dessas drogas para DDA
Antisecretório
O uso desses farmacos podem trazer beneficios em diarreias secretóricas importantes (
ex: Diarreia por Colera), mas associado a terapia de rehidratação oral (TRO)
Zinco
Recomendado para crianças pertencente a grupo de risco que se concentram
basicamente em regiões mais pobres: menores de 5 anos, desnutridas, com história de episodios
anteriores de DDA ou de hospitalização.
Probiótico
Estudos realizados em países desenvolvido demonstraram efeito benéfico quanto a
duração dos episódios, redução das perdas fecais, hospitalização. Falta estudos em paises
subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
Antibiótico
Não são indicados na maioria dos episódios de DDA, mesmo quando a etiologia é
bacteriana. A quase totalidade dos casos tem um curso autolimitado e benigno desde que o
paciente se mantenha hidratado. Mesmo nos episódios diarreicos mais graves o uso de
antimicrobianos é uma conduta de exceção.
Há uma terapêutica antibiótica eficaz para a maioria dos agentes associados a DDA, mas o uso
indiscriminado pode prejudicar o paciente devido ao efeito devastador na microbiota intestinal,
um importante mecanismo de proteção.
OMS RECOMENDO O USO DE ANTIBIOTICOS NOS CASOS GRAVES DE DDA ASSOCIADA
A SHIGELLA E NA CÓLERA!!!!
Considerações Finais.
OMS em 2005 definiu os objetivos do tratamento: previnir/tratar a desidratação, previnir agravo
nutricional e reduzir a duração e a gravidade dos episódios diarreico. TRO/TRV, manutenção de
uma alimentação adequada e, alguns casos, do uso criterioso de medicações sintomáticas,
zinco, drogas antisecretoras, antibióticos.
12. DIARRÉIA
Resumo baseado na aula
PATOGÊNES:
• Desequilíbrio na abs/secr de água e eletrólitos
• Normalmente: capacidade abs> secretora
• Força osmótica age no lúmen e dirige água para dentro da luz estando ativo secretor
dos enterócitos
DIARREIA AGUDA:
• Causa mais frequente de parada do crescimento/desenvolvimento.
• Piora nutricional.
• Maioria de causa infecciosa – bactéria (crianças menores), vírus -40%-(rotavirus) e
parasitas.
• Menores de 6 meses: bactéria; de 6m a 2anos: viral?
Gravidade depende:
• Nutrição e imunidade do paciente.
• Gravidade do micro-organismo: virulência.
• Extensão e gravidade das lesões.
Classificação:
• Infecciosa e não infecciosa
• Alta ou baixa:
ID: poucas dejeções, grande volume, pode restos alimentares,
Cólon: grande n dejeções, pouco volume, tenesmo, pode sange e pús.
• Osmolar, secretória ativa, secretória passiva, alteração da abs iônica, aleteração da
permeabilidade, motora.
Diarreia Osmótica:
ROTAVÍRUS, causa infecção nas vilosidades do intestino delgado, impedindo a bs do
conteúdo alimentar causando diarreia. Há tbm cólica e fezes ácidas.
Diarreia Secretora:
Hipersecreção secundária à alteração na atividade enzimática. Cursa com diarreia
constate, principalmente a noite. Causa perda ativa com desidratação grave.
Característica de CÓLERA.
Diagnóstico:
• Anamnese e exame físico (peso, altura, hidratação).
• Laboratorias pouco elucidativos.
• Tempo
• Consistência das fezes
• Frequência
• Há sangue, febre, vômitos, dor abdominal.
Evolução:
• Normalmente as fezes começam mais moles e com o tempo ocorre aumento da
frequência.
• É considerada aguda até 14 dias de evolução!
• Sangue e pus: pensar em colite e microorg invasor.
• ID: grande quant, pequena frequência.
IG: pequena quant, grande frequência.
Fatores Agravantes:
• Desmame precoce, baixo peso, erro alimentar, condições de nutrição e imunológicas
ruins e problemas gestacionais.
AVALIAÇÃO
Terapia de Reidratação Oral:
• Menores de 1 ano: 50ml a 60 ml
• 1 a 10 anos: 60 a 100ml
• Crianças maiores: 100 a 200ml
• Crianças grandes: de acordo com a demanda
Tratamento Nutricional:
• A dieta ideal é a apropriada pra idade - saudável.
• ZINCO suplementar para maiores de 5 anos em um período de 10 a 14 dias. Auxilia na
diminuição da gravidade, duração e recorrência, melhora o sist. Imunológico.
• O uso de probiótico é controverso.
• Não usar anti-diarreircos e anti-peristalticos
Antibióticos:
• Aumenta o risco de reação adversa e podem levar a diarreia persistente.
• Cultura positiva não fecha diagnóstico pq pode n ser o invasor.
• Raias de sangue não indicam o tratamento com atb.
Cárie:
Uma das doenças crônicas mais prevalentes mundialmente
Pelotas:
Escolares 1-5 anos: 50% apresentaram cárie
Crianças nascidas na zona urbana nos municípios de Pelotas e Capão do Leão (coorte 2004):
crianças com 5 anos (nascidas de agosto a dezembro: 1123 crianças): 48,3% apresentaram
cárie
Cárie no dente decíduo – consequências na criança
• Dor significativa (afeta sono, atividades)
• Infecções: abcessos
• Malformações dos dentes permanentes (nasce diferente por estar em formação durante a
infecção – muito próximos)
• Maloclusões (perda de espaço – perde a estrutura normal e os adjacentes se aproximam: o
permanente não consegue nascer corretamente)
• Problemas emocionais (não sorriem por vergonha, são vítimas de abuso emocional)
• Exodontias: tratamento de canal, extrações
Cárie na infância:
Cárie precoce da infância / cárie de mamadeira/peito
Idade: bebês
Etiologia:
• Alta frequência de líquidos adoçados (mamadeira, peito, sucos...)
• Dormir mamando, mamar várias vezes (dorme com a mãe, mama muito durante a
noite): problema está na frequência, aquelas crianças que estão sempre comendo,
sempre tomando líquidos doces
• Ausência de higiene bucal
• Maturação do esmalte incompleta
Características:
• Rápida e grande destruição dentaria
• Dor/envolvimento pulpar (dor!)
• Muitos dentes
Processo:
• Início: mancha branca e aspereza/porosidade no dente
• Mancha começa a se esburacar: perde estrutura dentária
• Maior perda de estrutura
• Dentes sem coroa, grande parte destruída
Processo da cárie pode ser paralisados: diminuição da frequência de doces e higiene páram
o avanço. Isso fica mais difícil com a evolução, uma vez que a higiene dentro das cavidades é
quase impossível.
Resolução em casos graves é condicionada a especialistas: acesso difícil prevenção
Iniciativas preventivas devem ocorrer precocemente
O médico é o 1º profissional a entrar com contato com a criança: potencial impacto na
saúde bucal
Dentes decíduos:
Processo de erupção:
1º dente: média 8 meses; costumam ser os incisivos centrais inferiores (pode não ser!)
Varia desde o nascimento (crianças que nascem com dentes) até 16 meses
Sinais/sintomas:
• Inquietação
• Febre (?)
• Diarreia
• Salivação
• Prurido
• Inapetência
• Edema local e eritema
Erupção termina aos 30 meses: 20 dentes
Tratamento: sintomático:
• Frio local
• Mordedores
Importante investigar outras causas: doenças sistêmicas, estomatite herpética...
Importância dos dentes decíduos:
• Mastigação / digestão: sem estímulo dos decíduos, a criança não terá desenvolvido
essas habilidades ao nascer dos permanentes
• Fonação
• Deglutição
• Estética emocional
• Manter espaço para os dentes permanentes
Temporários: intima relação com os permanentes; infecções nestes têm repercussões grandes
na formação dos permanentes
2 molares, 1 canino, 4 incisivos
Dentes de leite têm raízes – se faz canal; raízes vão sendo absorvidas ao chegar o tempo de
trocar
Germes dos dentes permanentes: quando começam a se formar, intimamente relacionados
com a raízes dos decíduos
Vão nascer 3 dentes novos de cada lado, em cada arcada (12 dentes)
Orientações:
O pediatra deve avaliar a qualidade da higiene (academia americana de pediatria): O DENTE
LIMPO BRILHA, o esmalte é vítreo
Orientação deve ser fácil de fazer
Cárie/prevenção:
Frequência das mamadas
Não colocar açúcar antes de 1 ano
Limpeza dos dentes: higiene realizada pelo adulto (criança pequena não tem condições de
limpar seus dentes!), 1X AO DIA
A saúde da criança é responsabilidade do adulto
Início da higiene (tirar toda a sujeira, de todos os lados, de todos os dentes): limpeza
Desde o nascimento / aparecimento do 1º dente
Primeiros dentes:
• Anteriores: tecido/fralda/gaze úmida
• Posteriores: escova pequena e macia, dedeira
• Contato dos dentes: fio dental
Regra geral:
Aplicar na escova quantidade semelhante a grão de arroz em crianças bem pequenas. A partir
dos 3 ou 4 anos, usar técnica transversal (aplicar de um lado a outro)
Hábitos bucais: sucção
Importante papel no desenvolvimento emocional da criança
...
Objetivo é prevenir carie ou no mínimo paralisar o desenvolvimento das lesões
14. ACIDENTES NA INFÂNCIA
Causas externas
• Alta mortalidade
• 1º lugar em mortalidade em crianças de 5 a 19 anos
• Causados principalmente por acidentes automotores, quedas, queimaduras, armas de
fogo, intoxicações e afogamentos
• Crianças devem ser vigiadas o tempo todo acidentes são evitáveis
Principais Causas de Morte
• Menores de 1 ano: obstrução de vias aéreas
• De 1 a 14 anos: acidentes com veículos automotores
Dicas de Prevenção
• Proteger as janelas de residências, escolas e creches com telas e grades
• As piscinas devem ser protegidas com redes apropriadas ou cercas
• Proteger as crianças menores do risco de ferimentos com objetos e tomar cuidado com
as escadas e lajes, que devem ter acesso restrito
• Tomadas devem ser protegidas e a fiação elétrica não pode ficar exposta em locais por
onde circulam crianças
• Remédios, produtos de limpeza, inflamáveis devem ficar longe do alcance e nunca devem
ser guardados em recipientes de refrigerantes ou similares
• Afastar crianças de água ou alimentos muito quentes, e de qualquer situação onde exista
risco de fogo e chama
Desenvolvimento e Riscos
• As habilidades cognitivas, perceptuais e motoras da criança mudam com a idade e a
expõe a um risco diferente de acidentes, conforme a faixa etária
Segurança no Trânsito
• Código Nacional de Trânsito: respeitar a faixa de pedestres, uso obrigatório do cinto de
segurança, uso de assento apropriado para crianças menores em automóveis, transporte
de crianças sempre no banco traseiro
• Lei de 2010:
o 0-1 ano (ou até os 10 kg): uso de bebê-conforto de costas para o movimento do
carro
o 1-4 anos (ou de 10 a 20-22 kg): uso de cadeirinha (assento infantil) voltado para a
frente
o 4-7,5 anos: uso de assento de elevação (dispositivo posicionador do cinto de
segurança)
o A partir de 7 anos e meio: sentar diretamente no banco traseiro, com cinto de
segurança
o Até os 10 anos devem ser transportadas obrigatoriamente no banco de trás
• Motoristas devem dobrar a atenção ao passarem por locais por onde circulam crianças
como porta de escolas, clubes, áreas de lazer etc. Deve-se utilizar assento especial ao
transportar crianças em bicicletas e estimular o uso de equipamentos de segurança em
práticas esportivas
• Cinto de segurança de três pontas: após 1,45 cm ou 36 kg
Asfixia: Mais frequente no 1º ano de vida. Nunca deixar objetos pequenos ao alcance de
crianças; usar colchão firme e cobertas leves
Berço: O colchão deve ser firme, a distância entre as barras verticais deve ser pequena para
evitar que a criança caia por entre elas ou que enfie a cabeça, o deslizamento da parte lateral
deve ser protegido por duas travas separadas para impedir que outra criança consiga baixá-la,
a altura da grade lateral deve ser grande o suficiente para evitar que a criança pule
Queimaduras
• Tipos mais comuns: inalação de fumaça, escaldamento por líquidos quentes (principal
causa em menores de 5 anos), queimaduras elétricas, exposição excessiva ao sol
• Queimaduras por chamas são as mais graves, atingindo maior extensão e profundidade
da pele. O álcool é importante agente causador
• Maior fonte de queimaduras químicas em crianças: ingestão de soda cáustica
• Pilhas e baterias de eletrônicos representam perigo por conterem material corrosivo
• Acidentes por fios e materiais elétricos são mais comuns em crianças menores de 5 anos
Intoxicações: causa comum de morbidade em crianças menores de 6 anos. Tem como produtos
mais envolvidos os de limpeza, analgésicos, cosméticos e plantas
Quedas: causa mais comum de acidente não fatal. Lesões mais frequentes: TCE, cortes, fraturas
15. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Introdução
• Prevalência 30%, predomínio nos pré-escolares.
17 a 40% das crianças tem inicio no primeiro ano de vida.
• Considerado um problema comum.
• Está associada as queixas de evacuações infrequentes e dolorosas, incontinência fecal e
dor abdominal.
• Na maioria das crianças não é identificado uma doença subjacente.
• Constipação Funcional é responsável por mais de 95% dos casos de constipação em
crianças saudáveis de 1 ano de idade
A constipação crônica (duração superior a 2 semanas) pode ser caracterizado pela presença
isoladas das suas complicações:
• Escape fecal
• Dor abdominal recorrente
• Enurese ou Infecção do trato urinário de causa não estrutural. (Enurese= Perda inv. de
Urina)
Crianças maiores e adolescentes podem referir esvaziamento retal incompleto.
Denominações Específicas
• Disquezia - Ocorre em Lactantes maiores de 6 meses, caracteriza por 10 min de choro e
esforço intensos antecedendo a eliminação de fezes amolecidas ou macias (na ausência
de outras condições clinicas). (Porque: Acredita-se que ocorra nos lactantes que ainda
não desenvolveram a capacidade de coordenar o aumento da pressão abdominal com o
necessário relaxamento do assoalho pélvico)
• Encoprese - Defecação completa em local e/ou momento inadequado.
• Soiling (ou Escape) - Perda voluntária ou involuntária de fezes, podendo ser relacionado
ou não com a impactação fecal.
• Incontinencia Fecal = Encoprese + Solling - Evacuar em locais inadequados
Orgânica
Secundaria a alterações neurológicas ou do esfíncter anal
(Hipotonia - Down, Hipercalcemia, Erro Alimentar, Alergias, D.Celiaca, D. Hirschsprung,
Fibrose Cística, Hipotireoidismo, Analgésicos, Antiespasmódicos, Ferro, Anticonvulsivante)
Funcional
SEM causas orgânicas associadas, SEM sinais de alerta, Período vulneráveis ( introdução de
cereais/sólidos, fase anal do desenvolvimento, inicio da fase escolar)
Padrão retentivo
Associado a constipação.
Há constipação e impactação fecal:
- massa endurecida no abdómen inferior identificada pelo exame físico
- ou reto dilatado por uma grande quantidade de fezes no exame retal
- ou fezes excessiva no cólon2 distal, evidenciada pela radiografia
(Obs: É involuntária e pode ocorre soilling)
Fatores Etiológicos
A constipação funcional é responsável pela maioria dos casos de constipação em crianças
saudáveis de 1 ano de idade ou mais, sendo diagnosticada com base em anamnese e exame
físico.
A constipação crônica funcional é caracterizada por desvios no funcionamento de
mecanismos fisiológicos da evacuação, fatores alimentares, episódios de evacuação dolorosa e
fatores comportamentais
Os fatores alimentares merecem especial atenção no desenvolvimento e também na
perpetuação da constipação.
Primeiro ano de vida representa uma fase marcada por intensas mudanças no padrão
alimentar do lactente, sendo que o desmama é considerado um período no qual o lactente pode
mudar o padrão de evacuações no sentido de constipação. Observa-se uma freqüência de
evacuação diárias significativamente superior nos lactentes em aleitamento materno em relação
aos que recebem fórmulas ( aleitamento artificial aumenta em 4,5 vezes o risco de constipação).
O tempo de aleitamento materno da criança constipada também é menor.
A alergia ao leite de vaca (APLV) também pode estar envolvida na constipação. As
manifestações de proctite (inflamação da mucosa do reto) e colite alérgicas podem ser fatores
desencadeadores de evacuações dolorosas, com consequente retenção fecal.
Consumo de fibra pode melhor o transito intestinal, mas em alguns pacientes já constipado
pode piorar o quadro.
Sinais Agudos
Atraso na eliminação de meconio (após 48h de vida) - Sinal de Alerta
Febre, vômito ou diarreia - Sinal de Alerta
Sangramento Retal (exceto sangramento atribuido a fissura anal) - Sinal de Alerta
Distensão abdominal grave - Sinal de Alerta
Sinais Cronicos
Constipação desde o nascimentos aos primeiros meses de vida
Fezes em fita
Incontinencia urinaria ou Doença da bexiga
Perda ponderal ou baixo ganho de peso
Atraso no crescimento
Sintomas extraintestinais (principalmente déficits neurológicos)
Anomalis congenitas ou sindromes associadas a doença de Hirschsprung (Ex. Sindrome
de Down)
História familia de doença de Hirschsprung
Fisiopatogenia
Muitos eventos podem levar a defecação dolorosa. Fezes retidas podem levar a estase
prolongada no cólon, com reabsorção de fluidos e aumento no tamanho e na consistência das
fezes. A passagem de fezes de grosso calibre, de difícil eliminação, distende o ânus de forma
dolorosa, causando medo à criança e fazendo-a evitar evacuação. Assim, a criança responde a
urgência de evacuar contraindo o esfíncter anal e os músculos do glúteo.
Eventualmente, o reto se habitua ao estimulo de massa fecal retida, diminuindo a
sensibilidade em relação a urgência de defecar. Com o tempo o comportamento de retenção se
torno uma reação automática.
Distensão da parede do reto pode levar a perda fecal. Após vários dias sem movimentação
intestinais, podem ocorrer irritabilidade, distensão abdominal, cólicas e diminuição do apetite.
Avaliação
Anamnese + Exame Físico
Sinais de doenças orgânicas subjacente devem ser investigados
Suspeita de constipação funcional - Atenção a fatores psicossociais (histórico de evacuação
dolorosa, dificuldade em relação ao treinamento de controle de evacuação, retenção de fezes,
introdução de leite de vaca e tipo de dieta)
Suspeitar:
• Fezes grandes, duras, amorfa
• Sangramento vivo após evacuação
• Escape fecal
• Sensação de esvaziamento colônico incompleto)
Também Suspeitar:
• Diminuição do apetite - (Diminuição do esvaziamento gástrico, reflexo gastrocólico)
• Irritabilidade (“Hipereatividade")
• Diarreia cronica ( Pseudo-diarréia = Escape fecal)
• ITU de repetição, enurese
Exame Físico
Avaliação abdominal (presença de distensão ou não, presença de massa pélvica e
abdominal) exame neurológico. Avaliação da área perianal, da aparência e localização do ânus,
sua função sensitiva e motora. Realização de toque retal não é preconizada em todos os casos
(Em crianças de até 1 ano com sintomas de constipação, presença de sinais de alarme e grau
de constipação duvidoso (presença de apenas um Critério de Roma III).
Achados sugestivos de doença de Hirschsprung: canal anal estreitado e ampola retal vazia.
Na constipação intestinal funcional, é comum a ocorrência de distensão do reto, o qual
geralmente está repleto de fezes.
Exame de Imagem
Radiografia simples de abdome
Não está indica na avaliação de rotina para paciente com constipação funcional. Pode ser útil
para confirmar a retenção de fezes nos casos de história duvidosa, em obesos. Toque retal pode
confirmar a retenção fecal.
Enema baritado
Auxilia no diagnostico de doença de Hirschsprung. Diagnostico definitivo dessa doença deve
ser feito através de biopsia retal.
Exame de Laboratoriais
Apenas nos casos de sinais e sintomas sugestivos de doenças orgânicas.
Rastreamento de doença celíaca (dosagem sérica de antitransglutaminase)
Criança com déficit de crescimento e dor abdominal recorrentes devem realizar rastreamento
sorológico para doença celíaca por meio da dosagem sérica de antitransglutaminase
EQU e Urocultura
Em casos de impactação de reto sigmoide, especialmente associado a incontinência fecal. A
impactação fecal predispõe a infecções urinarias por causa da compressão mecânica da bexiga
pelo rota distendido.
TSH
Estudo de avaliação do trânsito do cólon
Não é útil para avaliação de rotina de constipação funcional. Tais estudos são indicados para
constipação refrataria ao tratamento clinico que ocorre em pacientes com transito intestinal lento.
Achados mais comuns de constipação por transito lento: eliminação de meconio após 24h de
vida, sintomas de constipação grave e refratariedade ao tratamento.
Manometria anorretal
Permite avaliar a função neuromuscular da região anorretal, incluindo a observação da presença
do reflexo inibitório retoanal, o qual está ausente na doença de Hirschsprung.
Tratamento
Orientações Gerais
Explicar para os pais os mecanismos de retenção e escape fecal, deixando claro que a
criança não é culpado por apresentar o escape e que não deve se sentir inferiorizada em relação
a sua ocorrência.
Recondicionamento do hábito intestinal, o que inclui orientação de permanência da
criança sentada no vaso sanitário por um período de 5 a 10 min, 2x/dia, após as grandes
refeições, afim de aproveitar o reflexo gastrocólico.
Crianças pequenas sentadas nos vasos sanitários ficam sem apoio para os pés, o que
dificulta a “prensa abdominal” e que, muitas vezes, elas tem medo de cair. Sendo assim,
recomenda-se o uso de apoio para os pés e também de um tampo auxiliar.
(Atividade Física / Diario de Evacuação - Foi ao banheiro e fez coco, foi ao banheiro e não fez
coco, sujou as calças / cuecas)
Dieta: Resolução de 25% dos casos em menores de 2 anos. Quantidade de agua, aleitamento
materno é fator protetor, mamadeira não substitui refeição
Desimpactação
O esvaziamento do fecaloma é considerado linha mestre do tratamento quando há
identificação da massa fecal via palpação abdominal, toque retal ou radiografia simples de
abdome. A desimpactação incompleta e a reimpactação são as principais causas de insucesso
terapêutico.
Utiliza-se enemas (via retal) com solução fosfatada, sorbitol, glicerina ou vaselina
(geralmente são necessários enemais diários por 2 a 4 dias) [Obs: pelo o que eu entendi ela só
vai cobrar se precisa usar medicamento ou não na prova, mas coloquei como titulo de
aprendizado mesmo =D]
Casos resistentes por via retal, emprega-se medicamentos orais em altas doses.
(Verificar se o tratamento foi efetivo)
Tratamento de manutenção.
Consulta frequente
Diário de evacuação e dor
Aceitação e ajuste de dose dos medicamentos
Mostrar importância da colaboração da criança
Considerações finais sobre o tratamento da constipação
1. O Polietilenoglicol (PEG) com ou sem eletrolitos é recomendado como tratamento de
manutençao de primeira linha. Lactulose quando não posso usar PEG
2. O Polietilenoglicol com ou sem eletrólitos também é recomendado como o tratamento de
primeira linha para desimpactação, só que em doses/kg maiores.
3. Enemas diarios quando não há disponibilidade de Polietilenoglicol para o tratamento de
desimpactação.
4. O tratamento de manutenção deve ser continuado por pelo menos 2 meses. Todos os
sintomas de constipação devem estar resolvidos por pelo menos 1 mês antes da decisão de
descontinuar tratamento. Redução gradual da dose.
(Obs: Tranquilizar Familiares e paciente quanto a segurança da medicação / A medicação
regulariza o movimento intestinal / Tempo de tratamento é até que a criança seja hábil a manter
o hábito regular. Pode precisar meses. NÃO É UM VIDRO, É UM TRATAMENTO!)
NÃO USAR ÓLEO MINERAL EM CRIANÇAS MENORES QUE 2 ANOS, COM DRGE E
NEUROPATAS!!!!!
Pré e Probiótico.
Pode ser considerado como intervenção preventiva e terapêutica para doenças gastrointestinais
(diarreia, constipação). Estão relacionado com a otimização da digestão.
Atualmente, há poucos estudos com metodologia adequada. Não há evidencias suficiente para
a recomendação de uso rotineiro dos pré e dos probióticos no tratamento da constipação
funcional na infância.
Medicamentos:
• Osmótico/Estimulante (Laxante) - Leite de Magnesi
• Osmótico (Laxante)
• Lactulose e Polietilenoglicol
• Estimulante (Laxante)-Senna,Bisacodil, Picossulfato
• Enemas (Via retal) - Fosfato de Sódio (Maiores de 2 anos), Sorbitol (Pode ser usado em
lactantes),
• Supositorio de Glicerina (APENAS EM LACTENTES!!)
Resumindo
- Lembrar das apresentações atípicas Doença de Hischsprung
- Não se contentar com “Cocô tá bem”
- Atenção aos sinais de alerta
- Priorizar orientação de dieta e hábito
- Manter bom vinculo com a família e paciente
Doença de Hirschsprung
- Ausencia de células ganglionares
(plexo mioentérico e submucoso)
do cólon - Contração sustentada
- Cólon proximal a região agangliônica
dilatada (por obstrução)
- 75% retossigmoide
- Toque retal explosivo ou em dedo de luva.
VERRUGA:
Proliferações epiteliais na pele e mucosas causadas por diversos tipos de HPV, têm
ubiquidade e ocorrem em qualquer idade, porém são mais comuns em crianças e adolescentes.
O contágio é direto ou indireto, particularmente pela exposição em piscinas, recintos esportivos,
praias e outros locais; são autoinoculáveis; o tempo de incubação é variável, em torno de três
meses. As verrugas, de acordo com o estado imunitário, podem involuir espontaneamente ou
aumentar em número e tamanho.
Verruga vulgar/comum: causada pelo HPV 2, 4, 7, 27, 29
Pápula ou nódulo queratótico, benigno em dedos, mãos, joelhos. . A lesão é pápula ou
nódulo, de consistência firme, hiperqueratótica, com superfić ie du- ra, em que observam-se com
frequência pontos escuros ou pretos, que correspondem a alças capilares trombo- sadas (Figura
30.11). As verrugas vulgares ocorrem em qualquer área da pele, porém são mais encontradas
no dorso das mãos e nos dedos; nestes, podem estar no lei- to ungueal ou nas dobras
periungueais
Verruga plantar
Possuem um tratamento mais doloroso e difícil. Como decorrência da pressão do corpo,
essas ver rugas são poucos salientes. O aspecto é de uma área central anfractuosa envolta por
um anel hiperqueratótico. Em virtude da pressão, a pro- liferação epitelial penetra na derme,
tornando-se muito dolorosa e, muitas vezes, dificultando a deambulação.
Verrugas planas: HPV 3, 10, 28, 41
Pápulas achatadas, em face, mãos e antebraços. Podem ser hipercrômicas,
normocrômicas e menos queratóticas.
Verrugas genitais / condiloma acuminado
Papilas vegetantes em mucosas ou queratosas (pele). Apresentam-se como pápulas
vegetantes, róseas, não corneificadas; ocorrem na mucosa da glande, na vul- va, no ânus e na
vagina (Figuras 30.16 e 30.17). Podem se desenvolver com aspecto similar à couve- -flor, daí a
denominação condiloma acuminado. Nas le- sões das mucosas peniana, vaginal ou retal, a
aplicação da solução de ácido acético 3 a 5% permite visualizar verrugas inaparentes que
adquirem cor esbranquiçada. Quando as verrugas atingem a pele da região ge- nital ou perianal,
o aspecto é de pápulas queratóticas pigmentadas, que podem estar associadas às lesões da
mucosa. As verrugas genitais em adultos, na maioria das ve- zes, transmitem-se sexualmente;
em crianças, deve ser investigada a possibilidade de abuso sexual.
Podem involuir espontaneamente.
Vacina HPV: meninas: 9-13 anos; meninos de 13-14 anos.
“MOLUSCO CONTAGIOSO”
Lesão benigna; O diagnóstico é clínico. Afecção frequente, causada por um parapoxviŕ us,
cujo tamanho oscila entre 200 a 300 nm, que atinge exclusivamente a pele e, excepcionalmente,
as mucosas. É de distribuição universal e mais comum em crianças. Transmitida pelo contato
individual, na área genital, em adultos, em geral, é por transmissão sexual; em crianças, é mais
frequente em atópicos. As lesões são mais abundantes e maiores em imunodeprimidos. A lesão
do molusco é uma pápula semiesférica, séssil, geralmente umbilicada ou com discreta depressão
central; assintomática, exceto se infectada, quando pode ser dolorosa. Geralmente, ocorrem
numerosas pápulas que podem se localizar em qualquer região da pele, mas são mais comuns
no tronco, nos membros e na genitália.
Anatomopatológico: queratinócitos com inclusões citoplasmáticas (corpos de Henderson-
Patterson)
Dermatoses eczematosas:
DERMATITE ATÓPICA:
Ocorre a partir do 3º mês de vida e a tendência é melhorar. Possuem causa
desconhecida. 75-100% dos pacientes são infectados por S. aureus (susceptibilidade à
infecção). A dermatite atópica (DA), denominada também eczema constitucional ou neurodermite
disseminada, é uma manifestação eczematosa peculiar, frequentemente associada à asma e/ou
rinite alérgica e, eventualmente, à urticária. Caracteriza-se pelo curso crônico, com perio
́ dos de
crises e de acalmia, de surtos de eczema, manifestando-se isolada ou simultaneamente ou
intercalando-se com as crises de asma ou rinite. Cerca de 30% dos individ ́ uos com eczema
atópico têm asma ou rinite alérgica e 15% têm surtos de urticária. Além disso, 70% re- ferem
antecedentes familiares de atopia (eczema, asma ou rinite alérgica). O quadro bem conhecido
́ se alba pode muitas vezes representar uma forma min
de pitiria ́ ima de eczema atópico, cujo fator
agravante ou desencadeante é a luz solar.
Lesões: xerose, prurido, placas eritemo-escamosas, crostas, liquenificação.
Critérios: 2 maiores; 3 menores; ou 1 maior e 1 menor.
Em 1984, no Reino Unido, foram estabelecidos e validados critérios mais simplificados
para o diagnóstico de dermatite atópica, que são bastante utilizados. Seguindo estes critérios, o
paciente apresenta a doença se houver a presença de lesões pruriginosas, associadas a três ou
mais dos seguintes itens:
✓ Comprometimento pregresso de pregas flexurais (cotovelos e
joelhos), pescoço ou ao redor dos olhos;
✓ Dermatite flexural atual;
✓ História pessoal de asma ou rinite alérgica (ou familiar, em pais
ou irmãos, se criança abaixo dos quatro anos de idade);
✓ Pele com tendência ao ressecamento no último ano;
✓ Início abaixo dos dois anos de idade.
Complicações: Eczema herpético/ erupção variceliforme de Kaposi complicação
grave, com quadro febril e lesões vesico-pustulosas.
Recomendações: Banho rápido, morno/frio, 1x por dia, com sabonete neutro e hidratantes
gordurosos.
PITIRÍASE ALBA
Dermatose com lesões hipocrômicas -> pouco descamativas, dermatose assintomática.
Acomete mais crianças e não é necessário tratamento. Quadro comum, caracterizado por
hipocromia, principalmente em crianças e adolescentes, em particular em individ ́ uos de pele
morena e com asteatose. Tem associação significativa com antecedentes atópicos, podendo ser
considerada minissintoma da dermatite atópica. Não tem nenhuma relação com a dermatite
seborreica. Exposição solar é o principal fator desencadeante no verão; sabões e banhos que
agravam a asteatose são fatores contribuintes no inverno. Manchas hipocrômicas, ligeiramente
descamativas, localizadas na face, na porção superior do dorso, nas faces externas dos braços
e, eventualmente, em outras áreas.
Diagnóstico diferencial: ptiríase versicolor (lesão descamativa) e vitiligo.
IMPORTÂNCIA
• Se envolve o rim, pode causar uma pielonefrite e evoluir para cicatriz renal (10-30%)
levando à hipertensão arterial secundária, insuficiência renal crônica e pré-eclâmpsia
o Como o órgão está passando por um professo inflamatório, esse pode vir evoluir
para uma fibrose.
o Onde há fibrose, não há tecido renal funcionando.
o Isso leva as consequências sérias, como insuficiência renal crônica
• O diagnóstico é muito importante para não tratar com antibiótico uma criança em ITU por
malformação
• Lactentes são o grupo de maior risco
• Habilidade de eliminar as bactérias quando estas cresceram muito:
o Ter um trato urinário normal: anatomicamente e funcionalmente, pois estruturas
posicionadas erradas dão mais chances para bactérias se desenvolverem
▪ Anatomicamente a preocupação maior é com os menores de dois anos,
pois podem ter nascido com uma má formação
o Ter uma resposta imunológica adequada: mecanismos de defesa, eliminação
de bactérias
EPIDEMIOLOGIA
• Mais comum no sexo feminino
o 7-8% nos primeiros 8 anos de vida
o 3-4 até 20:1 em realção com os meninas
o Devido a anatomia feminina: uretra mais curta, proximidade da vagina com o
ânus e necessidade de sentar no vaso para que a musculatura perineal relaxe e
toda urina consiga sair
• Meninos
o 2% nos primeiros 8 anos de vida
o Não circuncisados: 10-20:1, pois a falta de higiene na glande cria colônias de
bactérias, as quais levam a infecção
o Mais comum nos primeiros 6 meses de vida, pois possuem mais mal
formações que as meninas
• Geralmente causadas por enterobactérias
o E. coli (80 a 90%), localizam-se muito em períneo, anus, terço distal da uretra
o Klebsiella: mais em neonatos
o Proteus: quadros de estase urinária
IDADE E SINTOMAS
• Lactentes até 2 anos:
o Sintomas urinários, como disúria, não há como saber
o Diagnóstico é difícil
o Sintomas inespecíficos, normalmente demonstram desconforto
o Febre, vômito, choro, diarreia, irritabilidade, septicemia, icterícia prolongada, não
ganha peso
o Sempre investigar se ela tem uma malformação
o Lactante com mais de 38,5° sem febre, SEMPRE descartar infecção urinária
o Criança 2 e 24 meses há uma regra de predição para crianças febris: a presença
de 2 ou mais fatores presentes tem sensibilidade 95% e especificidade 31% para
ITU
DIAGNÓSTICO
Coleta de urina
• Crianças sem controle esfincteriano: por métodos invasivos
o Punção supra púbica
o Cateterismo vesical: sonda direto da bexiga
• Crianças com controle esfincteriano
o Jato médio
• Saco coletor não deve ser utilizado
o Válido apenas para exclusão de ITU pois o primeiro jato não consegue ser
desprezado dando mais de 80% de falso negativos
o É um saco, com um orifício esterilizado que se prende na criança na hora dela fazer
xixi
Qualitativo de urina (EQU)
• Sedimento urinário (urina tipo 1): microscopia
o Leucocitúria (80%): >5-10 leucócitos sugestivos de infecção
o Bacteriúria: Presença de bactérias no gram
o Urina turva, ph pode estar alterado
• Testes rápidos (fitinha reagente)
o Nitrito
▪ Bactérias entéricas G neg (E. coli) desdobram nitrato em nitrito
▪ Necessária urina permanecer 4 horas na bexiga para aparecer
▪ Crianças urinam mais frequentemente, as vezes em RN o nitrito aparece
negativo mas isso não exclui a infecção
▪ Quando positivo auxilia; negativo não exclui
o Estearase leucocitária
▪ Marcador de piúria, ou seja, se tem piócito ele é positivo
▪ Diferencia bacteriúria assintomática de ITU, pois nela há apenas leucócitos
▪ Falsos positivos são comuns: Doenças estreptocócicas, doença de Ela que
faz o diagnóstico
Quantitativo
• Urocultura com contagem de colônias
o Único exame para confirmação de ITU
o Deve ter a presença de bactéria e a contagem da sua quantidade
o Falso positivo de 85-99% com saco coletor
o Microrganismo único: se houver duas bactérias que cresceram é porque o exame
foi contaminado e precisa ser refeito
o Cada bactéria é 1UFC
▪ PSP (punção supra púbica): qualquer contagem é ITU
▪ CV (cateterismo vesical): >1000UFC/ml
▪ JM (jato médio): > 50.000UFC/ml
TRATAMENTO
• Objetivos
o Eliminar a infecção aguda
o Prevenir a urosepse com foco urinário, por isso sempre tratar em crianças
o Reduzir chance de dano renal (como cicatriz renal): quanto mais precoce, menos
lesão. Mais de 5 dias de retardo no tratamento, tem 3x mais chance de fazer cicatriz
renal
• Iniciar tratamento após coleta da urocultura para não perder tempo, caso venha
negativo se cancela o tratamento
• Empírico (sem ter a cultura): antibióticos com >20% de resistência bacteriana não devem
ser usados, nesses casos saber qual a maior prevalência de micro-organismos
causadores no local em que se vive o paciente
o Cefuroxima
o Sulfametoxazol
• Vias de administração
o Oral: mesmo em que tem pielonefrite, mas ela precisa aceitar a via
o Inicialmente parenteral, até passar o vómito, e após oral (terapia da troca)
o Parenteral
• Duração do tratamento – 7 a 14 dias
o Infecção urinária: 10 dias
o Pielonefrite: 14 dias
o Não existem comprovações de que tratamentos curtos (1 a 3 dias) como há em
adultos, funcionem em crianças
• Evitar antibióticos com excreção intestinal alta, como a amoxicilina: alteração de flora,
ela não seleciona as bactérias
• Resistência elevada : ampicilina e cefalexina.
• Não há consenso (Cochrane)
• Drogas VO
o Nitrofurantoína: pode usar se empiricamente se a criança não tem febre, não
existem mais formulas liquidas, precisa manipular
o Ácido nalidíxico
o Sulfametoxazol-trimetroprim: pode usar empiricamente pois era pouco usada
o Cefalexina: está muito resistente
o Cefuroxima
• Drogas EV
o Ceftriaxona: 75mg/kg cada 24hs, já não é mais a primeira escolha
o Cefotaxime: 150mg/kg/dia dividido em 3-4x
o Ceftazidime: 100-150mg/kg/dia dividido em 3x
o Aminoglicosídeo: dose única, é nefrotóxico
o Gentamicina
o Dose única diária
• Crianças não podem usar ciprofloxacino
• Bacteriúria assintomática
o Modelo de comensalismo na bexiga
o Não tratar
▪ Elimina bactérias de baixa virulência
▪ Profilaxia biológica
o Não solicitar urocultura sem sintomas e se não for tratar
o Exceto: gestantes e pré-operatório de cirurgia urológica
INVESTIGAÇÃO
• SEMPRE que tiver uma criança menor de 2 anos, na qual foi confirmada uma infeção de
urina, deve-se investigar para ver se não há má formações
• Identificar anormalidades estruturais: obstrução, litíase e RVU
• Repercussão da ITU sobre o rim
• Avaliar a fisiologia da micção.
• Excluir constipação: praticamente metade das crianças com ITU é constipada, pois
a criança segura o coco, cada vez mais ele vai aumentando de tamanho e ficando
mais dolorido para evacuar, assim o xixi também acaba sendo segurado, o que
favorece uma ITU
EXAMES DE IMAGEM
Ultrassonografia
• Sempre fazer, em qualquer idade
• Descarta hidronefrose, malformações e abscessos
renais
• Avalia tamanho renal e anatomia da região
• Pode evidenciar pielonefrite aguda
• É ruim para cicatrizes renais e refluxos
PREVENÇÃO
• Hábitos urinários adequados: controle esfincteriano na idade certa, ou seja, não querer
ensinar uma criança de 1 ano a ficar sem fralda
• Alimentação correta
o Prevenção obesidade
o Evitar constipação
• Evitar uso excessivo de antibióticos: acabam matando toda a flora e em algum
momento os micro-organismos vão se desenvolver em uma ITU
• Obesidade
o Estado de inflamação crônica e alteração de resposta imune
o Tem mais dificuldade de fazer xixi, pois se não abre bem as pernas a urina bate na
coxa e volta para dentro da vagina, deixando a criança toda urinada quando ela
levanta
RELEMBRAR
RN e lactentes:
• Descartar malformações urológicas
Pré-escolares e escolares
• Distúrbios das eliminações: constipado
Adolescentes
• Início atividade sexual
Investigação e quimioprofilaxia
• INDIVIDUALIZADO E BOM SENSO
18. Obesidade Infantil
Introdução
Uma das doenças mais importante do mundo moderno, devido a sua alta prevalência e por
interferir na saúde de praticamente todo o organismo.
Sobrepeso e Obesidade (2008 e 2009)
- 5 a 9 anos - 51,4% dos meninos, 43,8% das meninas
- 10 a 19 anos - 27,6% dos homens, 23,4% das mulheres
Obs:
“Não adianta decorar, tem que entender. Para minhas questões não adianta decorar” - Prof
Cris.
Diagnóstico da obesidade
Diagnostico clinico. Importante saber se o paciente possui excesso de gordura, que não é a
mesma coisa que excesso de peso. Logo, avaliação da composição corporal é mais importante
que a do peso.
Baixo 10 a 12 12 a 17
Ideal 13 a 20 18 a 25
Moderadamente Alto 21 a 24 26 a 29
Alto 25 a 30 30a 38
Muito Alto 31 a 42 39 a 43
Na pratica é utilizado o IMC associado a algum método que comprove que o excesso de peso
se trata de excesso de gordura.
Pode-se incluir a medida de circunferência abdominal na avaliação. Apesar de não ser adequado
fazer inferência sobre a composição corporal por meio dessa mensuração, é possível estimar se
há excesso de adiposidade abdominal - gordura nesse região tem implicação importante para
saúde, está associado a comorbidades como: Resistência Periférica a Insulina (RPI), HAS,
Aterosclerose e Dislipidemia.
Medida - Ponto médio entre a ultima costela fixa (decima) e a borda superior da crista ilíaca.
Valores acima do ponto de corte são indicativos de adiposidade abdominal elevada (ou seja, é
um dos métodos que dá indicio que o excesso de peso é excesso de gordura), criança deve ser
considerada de maior risco.
Classificação da Obesidade
Não é considerado uma doença única, mas a expressão final de quadros patológicos que
resultam no acumulo de gordura. Importante diferenciar aspectos Etiológico (origem) e clínicos.
O. Induzida por Farmacos - Fármaco provoca fome, retardando a saciedade, reduzindo gasto
energético ou favorecendo o acumulo de gordura (Ex: Corticosteroide, Antihistaminico.).
O. Induzida por doenças neurologicas - Perda central do controle da forme ou saciedade por
lesão anatômica e/ou funcional dos centros de controle hipotalâmico.
O. Sindromica - Ligado a síndromes genéticas que tem como uma das características a
obesidade. Normalmente também há outros dimorfismo e retardo neuropsicomotor.
O. Genética - Quando um indivíduo possui parte relevante dos genes ligados a obesidade ativos,
provocando a tendência para acumulo de gordura (Indivíduo possui grande dificuldade para
emagrecer e de manter um peso saudável).
CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE
Dislipidemia
São alteração patológicas das lipoproteinas circulantes. Hipercolesterolemia,
Hipertrigliceridemias, redução do HDL e elevação do LDL, são mais comum quando existe RPI.
Obs: Manguito de acordo com a faixa etária e referencia no ponto de corte (varia de acordo com
idade, sexo e percentil de estatura)
Problemas Ortopédicos
São muitas e depende da duração e a gravidade do excesso de peso. As pernas são acometidas
frequentemente em decorrência sobrecarga quadris, joelhos. Ex. Joelhos Valgos (que mostra a
vara), pés chatos. Normalmente as crianças obesas sentem dores, principalmente joelho e pés.
Problemas Dermatologicos.
Alteração mais comum é a Acantose Nigricans (escurecimento de algumas regiões do corpo,
como nuca as axilas e as articulações dos dedos). Está relacionado com Hiperinsulinismo.
Estrias, são indicadores ganha de peso importante em pouco tempo. Dermatites, comumente
chamada de assaduras, normalmente ocorre em partes do corpo pouco ventilada, consequência
do atrito constante da pele que se torna frágil e descamativa, pode ser area de proliferação do
fungos e bactérias.
Esteatose Hepatica
Também chamada de doença hepática gordurosa não alcoólica. Com o tempo pode evoluir para
atividade inflamatória, necrose, fibrose avançada, cirrose e CA.
(Fisiopatologia: Aumento de Ac. Graxo livre, aumentando a síntese hepática e esterificação em
triglicerídeos. Desvio da Lipólise para Lipogenese)
Quando houver hepatomegalia e aumento da ecogenicidade a ultrassonografia (Ecogenicidade
é um termo usado em ultrassonografia que descreve o quanto que um tecido, órgão ou líquido
deixa passar ou reflete as ondas sonoras do ultrassom (US), comparado com tecidos e órgão
próximos.), deve-se pensar na possibilidade de esteatose hepática, se essa criança for obesa,
especialmente naquelas RPI. Também suspeitar do quadro quando dosagens repetidas de
AMINOTRANSFERASES ( 2 ou 3 vezes acima do ponto de corte ) derem elevadas.
Sistema Respiratório
Peso abdominal da criança obesa exerce, na posição horizontal, forte pressão sobre o diafragma,
fazendo com que ele diminua sua capacidade de trabalho. Assim, ao deitar para dormir, pode
haver dificuldade respiratória importante, com períodos curtos de apneia. Esses períodos, apesar
de sutis , fazem a criança acordar dezenas de vezes no decorrer de uma noite (mesmo sem se
dar conta disso) dificultando o sono.
Sono
Excesso de peso pode interferir na qualidade do sono, assim como a má qualidade de sono pode
levar a um excesso de peso. Má qualidade do sono pode aumentar a fome, prejudica a
termorregulação, gera maior fadiga, aumenta o hormônio ligado ao estresse. Quantidade
necessária de sono é individual.
(Definição: presença de doze ou mais folículos de 2 a 9 mm em cada um dos ovários e/ou ovário
aumentado - mais de 10ml, em pelo menos um dos ovários)
Psicossociais.
TRATAMENTOS
Nutroterapia
Restrição calórica, pode ser através da prescrição de uma Dieta ou por Orientações Qualitativas.
Orientação qualitativa funciona bem quando há erros alimentares grosseiros (come muita
porcaria). Quando há criança tem uma alimentação variada, o problema está no excesso e nesse
caso é mais aconselhável um planejamento dietético.
Tomar cuidado para que a redução calórica não prejudique o crescimento físico e não provoque
deficiência de micronutriente. Cálculos calóricos devem ser adaptados para cada faixa etária.
Atividade Física
Ideal é que o paciente entenda como uma prescrição individual. Há um consenso de que são
necessários 90 min diários de atividade física moderada a intensa, para promover perda de
gordura. O American College of Sports Medicine recomenda a prescrição de programas de, no
mínimo, 30 min de condicionamento fisico suficiente para gastar 300kcal/sessão, 3 vezes por
semana, como forma de tratamento da obesidade.
Farmacoterapia
Não há fármacos antiobesidade para uso pediátrico no Brasil (há para uso adulto).
São divididos em: Medicamentos de ação indireta sobre a obesidade e os Antiobesidade.
Ação Indireta: ISRS, para pacientes que possuem anomalias psicológicas. (Síndrome do Comer
Noturno)
Antiobesidade:
- Catecolamina - Redução da fome e aumento do gasto energético.
- Sibutramina - Segura a partir dos 14 anos. Saciedade precoce e aumento do gasto energético.
No Brasil só é liberada para maiores de 18 anos.
- Orlistate - Atua inibindo a lipase pancreática, promovendo a redução da absorção de gordura.
No Brasil é restrito para adultos.
Suporte Social
Para que se obtenha sucesso no tratamento, todos os membros do ambiente familiar devem
estar envolvidos no processo de emagrecimento. Aborde o familiar; “ O que você faz e não
deverá mais fazer”, “ O que você não fa e deverá fazer"
Suporte Psicológico
Pode se dizer que toda criança obesa necessita de suporte psicológico para ter sucesso no
tratamento. Isso não significa dizer que toda criança necessitarão de psicoterapia, próprio médico
pode dar tal suporte para a criança.
19. BRONQUEOLITE
• Doença sazonal, que ocorre mais nos meses de inverno e algumas vezes na primavera
• Principalmente pelo vírus respiratório sincicial que nessa época do ano anda no hemisfério
sul
CONCEITOS DA DOENÇA
• Infecção respiratória aguda de etiologia na maioria das vezes viral que vai comprometer
vias aéreas inferiores (bronquíolo, por isso o nome da doença é bronqueolite) através de
um processo inflamatório agudo diferente da asma (doença inflamatória crônica) levando
a um quadro obstrutivo com um grau variável de intensidade.
HISTÓRIA
• Quanto a epidemiologia:
o Na grande maioria das vezes, crianças com menos de 18 meses, conceitualmente
com menos de 2 anos, mas a maioria é com menos de 18 meses mesmo.
o Maior frequência em gravidade: em menores de 1 ano, principalmente em bebês
prematuros por terem uma via aérea menor e naqueles que tem menos de 6 meses
por terem uma via aérea menor ainda.
o Se tivermos que definir um pico a idade que ocorre mais bqlt seria entre os 2 e os
6 meses de vida.
o Se sabe que a bqlt viral aguda é a principal causa de internação em lactentes e
bebes sadios( bebe nunca teve nada faz um quadro , de repente começa com
dificuldade respiratória interna).
• Fatores de risco:
o <de 6 meses(tamanho da via aérea).
o Prematuros (tamanho da via aérea).
o Recém nascidos do sexo masculino tem uma maior predisposição
o E pacientes que possuem alguma doença associada, por exemplo um cardiopata,
imunodeprimido, displásico que é neném que ficou mais de 3 semanas de uso do
O2 ou ventilçao mecânica, fibróticos, neuromiopatas, cardiopatias e ...
• Fatores associados:
• Um dos principais deles está o tabagismo, principalmente o materno porque a mãe
é quem fica a maior parte do tempo com a criança pequena, e com isso ela expõe
a criança a uma maior chance de diminuir seus movimentos muco-ciliares
• Aqueles que não são amamentados que é um fator de proteção
• Baixo nível sócio econômico pelo enfurnamento familiar, família com 5/6 filhos e
dormem todas juntas no mesmo quarto.
FISIOPATOLOGIA
• Basicamente há um edema bronqueolar, a via aérea se torna obstruída devido ao edema
dessa parede bronqueolar, então quando o ar passa no lugar mais apertado eu vou
auscultar uma sibilancia
• O principal causador sem sombra de dúvidas é o vírus respiratório sincicial (75-85%).
• Também pode ocorrer por vírus parainfluenza, influenza(gripe), rinovírus,
mucoplasma(mais raramente por ser bactéria), e eventualmente por algum tipo de
adenovírus que vão me causar alguns tipos deles uma bqlt mais grave, e quando eu tenho
o sub-tipo 3,5,7 e 21 esses 4 principalmente, podem determinar infecção muito graves
uma alta mortalidade uma bqlt necrosante que vai ser responsável por uma doença
chamada de bqlt obliterante. Que ocorre depois da bqlt, pct não se recupera, faz uma
lesão importante no bronquíolo e acaba em uma fibrose fechando e perdendo áreas
sadias no pulmão dessa criança.
• O VSR é um vírus de Rna, com dois sub-tipos, aparentemente o “A” tem uma maior
prevalência no nosso meio, tem uma distribuição sazonal, climas temperados
inverno/primavera e no tropical outono/inverno, ou seja dofimde março até metade de
novembro as crianças podem ter bqlt.
• Tempo de incubação da doença varia de 3-5 dias e a duração da doença entre 7-12 dias,
então começa com sinais de via aérea superior coriza, febre, tosse e rapidamente
progride para dificuldade respiratória com sibilancia. A 1ª semana: fase aguda da doença,
+ grave, e as vezes as crianças internam e precisam de um suporte respiratório, depois
vem a fase catarral que a criança vai tossir pra eliminar esses detritos da sua via aérea
e ao cabo de 2 semanas vai normalizar, ou seja uma bronqueolite pra melhorar bem
demora entorno de 3 semanas.
• O contrário, seria feito a partir de partículas virais que são transmitidos por secreções
ventilatórias nossas, e por fontes nossos corpos, toalhas, aventais, mãos. Mas o principal
contato se da pela não lavagem das mãos. Vírus tem extrema facilidade de ser passado.
Quadro clínico: 2-4 inespecífico, febre, coriza, perda de apetite, irritabilidade e progride em
3-7 dias com sibilos, falta de ar, e aumento da frequência respiratória.
Quadros mais graves: uso da musculatura acessória, abdome distendido devido ao aumento
da FR, “barriguinha de sapo”, tiragem intercostal, retração de fúrcula esternal, e ele vai utilizar
de alguns mecanismos para respirar melhor que são o batimento da asa do nariz, gemer não
por dor mas por fechar a glote não deixando o ar sair do pulmão e aumentando assim o tempo
do mesmo no leito capilar para otimizar mais o O2. Mecanismo de sipapo(?). conforme ele
vai piorando pode apresentar cianose perioral, de dedos, nasal e em casos mais graves os
pacientes passam a não respirar tendo apneia e retenção de CO2 ficam hipercapnicos e
começam a ter alterações do SNC com sonolência.
• Fatores que determinam maior gravidade:
• Prematuros com baixo peso ao nascer
• Desnutridos
• Infecção bacteriana secundária
• < 4 meses
• Imunodeficientes
• Doença debilitante crônica
DIAGNÓSTICO
• Clínico
• IVAS, tipagem respiratória, sibilância (1º episódio de sibilância do lactente)
• Bronquiolite ocorre uma vez! Se houver repetição de sibilância asmático ou lactente
sibilante
• Não ocorre na prática, mas pode-se identificar o vírus sincicial respiratório por
imunofluorescencia (pode ser feito triagem, mas não tem importância).
• Exames complementares:
• RX tórax: quando há suspeita de complicação
• Espessamento peribrônquico
• Eventualmente atelectasias (diagnóstico diferencial de pneumonia
bacteriana)
COMPLICAÇÕES
• Apnéia
• Insuficiência respiratória
• Atelectasia por plug de secreção que obstrui o brônquio
• Otite média
• Infecção bacteriana secundária
• Pneumotórax e Pneumomediastino (VM)
• Bronquiolite obliterante -2% dos caso
BRONQUIOLITE OBLITERANTE
• Adenovírus (maioria dos casos), VRS
• Mais freqüente no sul do Brasil, Argentina e Chile.
• Quadro inicial grave, com necessidade de VM e PNM associada
• Diagnóstico:
o Padrão-ouro: Biópsia pulmonar
o Exame de escolha: TMC tórax com imagens obtidas em ins e expiração
▪ Áreas localizadas de hiperinsuflação
▪ Atelectasias
▪ Bronquiectasias
▪ Padrão em mosaico: áreas mais escuras com áreas mais claras (baixa
perfusão), pode ser bronquiectasia
• Tratamento
1. Oxigenoterapia prolongada
2. Fisioterapia
3. Broncodilatadores e corticosteróides nas exacerbações funciona como DPOC
4. Suporte nutricional com satO2 baixa não consegue aproveitar o alimento
(geralmente são pacientes emagrecidos) fórmulas para crianças: 100mL com
100kg
TENDÊNCIA: REDUZIR A HIPOXEMIA COM O CRESCIMENTO DO PACIENTE
Diferentes nomes para o mesmo problema: bronquite, bronquite alérgica, bronquite asmática,
hiper-reatividade das vias aéreas, outros.
Conceito: doença inflamatória crônica (assim, exige um tratamento prolongado) da via aérea
caracterizada por limitação aguda ao fluxo aéreo e hiper-reatividade bronquial, de causa
multifatorial. Logo, pode ser desencadeada por alérgenos, vírus, poluentes, emoções etc.
1. Epidemiologia:
# A tragédia brasileira:
- 350.000 hospitalizações pelo SUS/96;
- 4% das causas de hospitalização;
- Terceiro maior custo (2,8% dos gastos) = $77mi;
- 70% dos óbitos ocorrem no hospital e 22% desses chegaram agônicos;
- Só 0,8% morrem em UTI;
- Os BD (broncodilatadores) são as medicações mais prescritas enquanto os antiinflamatórios
são os menos prescritos.
- Fatores de risco: ambiente, genética, alergia (ácaros -> locais quentes e úmidos), mofo,
emoções mas, principalmente, a fumaça do cigarro.
# Avaliação:
-Inflamação: marcadores da inflamação = eosinófilos;
- Hiperreatividade: provocação bronquial;
- Obstrução: função pulmonar por PEF (Peak Expiratory Flow = pico do fluxo expiratório);
- Clínica: história clínica.
# Eosinófilo
- Possui componentes que perpetuam a inflamação: IgE, IgG, complemento, zymosan,
proteínas básicas (MBP, EDN, EPO, ECP), citocinas (GR-CSF, TNF, TGF-alfa, TGF-beta, IL-
3,5,6),
- Inibido por corticosteroides (provoca apoptose);
- Mal inibido por beta2-agonistas;
- Causam hiper-responsividade, obstrução e remodelamento.
Patogenia:
• Destruição do epitélio bronquial;
• Deposição de colágeno sob a membrana basal;
• Edema;
• Ativação de mastócitos;
• Infiltrado de células inflamatórias: neutrófilos (especialmente na asma fatal), eosinófilos
e linfócitos (células Th-2).
3. Diagnóstico:
Função pulmonar
• Espirometria pré e pós broncodilatador em todos os pacientes com clínica sugestiva de
asma. Posteriormente, realizar no mínimo uma espirometria anualmente;
• Monitorizar a variação diurna de PEF durante 2 semanas em pacientes com clínica
sugestiva porém com espirometria normal;
• Provocação bronquial com metacolina ou exercícios quando se suspeita de asma mas a
função pulmonar é normal.
4. Clínica:
• Sibilância na ausculta;
• História de: tosse que piora à noite; episódios recorrentes de dispneia, sibilâncias ou
opressão torácica;
• Limitação ao fluxo aéreo reversível medida por PEF;
• Os sintomas pioram com: exercício, infecções virais, contato com animais, ácaros de
poeira, fungos, fumo/fumaça, pólen, mudanças de temperatura, riso, choro, durante a
noite.
Classificação:
• Leve (intermitente ou persistente -> 70%);
• Moderada;
• Grave.
5. Tratamento:
Farmacoterapia:
• Drogas para controle a longo prazo: corticosteroides; cromonas: CGDS e nedocromil;
beta2-agonistas de ação prolongada; metilxantinas; antileucontrienos;
• Drogas de alívio rápido dos sintomas: beta2-agonistas de curta ação; anticolinérgicos;
corticosteroides sistêmicos.
Corticoides sistêmicos:
✓ Aceleram a resolução da obstrução;
✓ Reduzem a frequência de recaídas;
✓ Efeito a partir de 4 horas (predinisolona é a escolha);
✓ Via oral tem similar eficácia à EV.
Colocou slide de Cromonas, mas só citou o nome não explicando nada. Do mesmo modo fez
com Metilxantinas.
Antileucotrienos:
✓ Melhoram a função pulmonar em pacientes com reatividade mediada por leucotrienos.
Para saber disso, faz-se prova terapêutica por 15 dias;
✓ Diminuem os sintomas e as necessidades de beta2;
✓ Seu papel no tratamento da asma não está bem estabelecido:
o Primeira linha em asma leve-moderada em vez de corticoides inalados a baixas
doses;
o Diminui as doses de corticoides inalados;
o Pacientes com falha no cumprimento de medicação inalada;
o Pacientes com asma e rinite alérgica.
Anticolinérgicos:
✓ Brometo de ipatrópio inalado;
✓ Pode ter algum efeito aditivo aos beta2 na crise asmática grave;
✓ Sua eficácia no tratamento a longo prazo não está demonstrada.
“O melhor tratamento para o estado de mal asmático é realizado 3 dias antes de seu início”. (T.
Petty, 1989).
6. Diagnóstico diferencial:
DIAGNÓSTICO
Teste não treponêmico: VDRL (IgG e IgM)
• Fácil realização e baixo custo
• Altamente sensível
• Esses que são usados de fato na prática
• Para triagem inicial
Teste treponêmico: FTA-ABS
GESTANTE
A sífilis congênita pode ser prevenida ou tratada eficientemente intrautero, desde que sejam
realizados o diagnóstico e tratamento da gestante, em momento adequado, e se evite a sua
reinfecção.
No momento que a gestante chega, independente se se ela já está contaminada ou não, deve
se fazer os rastreio pois diminui muito a incidência de transmissão para o RN
PREVENÇÃO: diagnosticar e tratar no pré natal
TRATAMENTO INADEQUADO
Importante para posterior diagnóstico e tratamento no RN, pois muitas mulheres fazem o
tratamento e acabam entrando em algum desses critérios:
• Uso de terapia não penicilínica, ou penicilínica incompleta
• Instituição de tratamento dentro dos 30 dias anteriores ao parto ou término da terapia
preconizada menos de 30 dias antes do parto
• Manutenção de contato sexual com parceiro não tratado, mãe se trata, porém, o pai
não e ela acaba fazendo reinfecção
o Parceiro SEMPRE deve ser tratado também
• Ausência de confirmação de decréscimo dos títulos reagínicos: tem VDRL positivo, trata
a mãe e em pouco tempo ela faz uma reinfecção
• Evidencia de reinfecção
TRANSMISSÃO VERTICAL
O T. pallidium dissemina-se para o feto através:
• Placenta • Membranas
• Cordão umbilical • Líquido amniótico para o feto
Ocasionalmente, o RN pode ser infectado pelo contato com lesão genital materna
O aleitamento materno não resulta em transmissão, a não ser que tenha lesão na mama
devido a sífilis secundária.
TRATMENTO DO RN
Todo RN com sífilis congênita confirmada ou provável deve ser tratado e acompanhado até
a confirmação da cura (NÃO VAI PERGUNTAR A DOSE, APENAS QUE DEVE TRATAR E
COM O QUE SE DEVE TRATAR)
Fluxograma é bem útil e importante, muito usado na prática
FISIOPATOLOGIA
Fisiologicamente
No duodeno:
Glicose
Lactose
LACTASE ABSORÇÃO
Ingerida Galactose
Patologicamente
No duodeno:
Glicose
Lactose
ABSORÇÃO
Ingerida Galactose
AUMENTO DA LACTOSE
Na luz intestinal
TIPOS DE INTOLERÂNCIA
Primária
• Congênita: alactásica congênita
o Ausência total de lactase ao nascimento
o Rarissima
o Diarreia intensa, acidose metabólica
o Ameaçadora a vida
o Suspender LM pois todo leite de mamífero tem lactose na sua produção e não
adianta apenas fazer a mãe parar de ingerir lactose
• Deficiência relativa de lactase do PMT
o Produção de lactase 70% do valor do adulto
o Nascidos com menos de 34 semanas apresentam deficiência relativa
o Níveis aumentam rapidamente após alguns dias do nascimento
• Ontogenética (hipolatasia tipo adulto)
o É a mais comum
o Geralmente sintomas são sutis e progridem com o passar dos anos (aversão ao
leite)
o Sintomas normalmente aparecem após 4-5 anos de idade (maioria na adolescência
e idade adulta)
Secundária
Ocorre por lesão da borda em escova e perda de massa enterocitária madura devido a uma
DOENÇA DE BASE:
• Gastroenterite aguda (GEA) persistente
• Parasitose (giardíase faz um atapetamento de mucosa não deixando o leite entrar em
contato com ela) e supercrescimento bacteriano
• APLV (alergia a proteína do leite de vaca): pode fazer tanta lesão no intestino que acaba
desenvolvendo uma intolerância
• Doença celíaca (muito comum)
• Desnutrição
• Cirurgia TGI
Qualquer infecção que causa um dano no intestino, seja por agressividade do microorganismo
seja por tempo de infeção é capaz de fazer uma intolerância secundária.
Lactase está presente no enterócito, porem apenas no enterócito MADURO. Então quando se
tem muita diarreia ou muita lesão intestinal, o turn over celular fica deficiente, ou seja, a célula
nunca fica madura e nunca cria lactase. Por isso quando se tira a causa da agressão, o intestino
se recupera e a lactase volta a ser produzida.
CLÍNICA
Sintomas são quase imediatos e a ocorrência e intensidade deles varia de pessoa para
pessoa, pois depende:
• Tempo de esvaziamento gástrico: quando menor mais rápido vem os sintomas
• Transito intestinal
• Nível de atividade enzimática
• Quantidade de lactose ingerida
• Característica da microbiota colônica
• Sensibilidade visceral: quanto de dor cada pessoa sente
A intensidade dos sintomas não é necessariamente relacionada ao grau de deficiência de
atividade enzimática pois depende também dos fatores citados a cima.
São dose dependente, quanto maior a quantidade ingerida, mais sintomas terá.
Os sintomas (todos no INTESTINO) mais comuns são:
• Diarreia: fezes aquosas, explosivas e ácida
• Dor abdominal: cólica
• Flatulência
• Borburigmo
• Distensão abdominal
• Vômitos
• Dermatite perineal devido ao Ph ácido das fezes
DIAGNÓSTICO
• Clínico: teste terapêutico
• Teste oral de tolerância a lactose: curva glicêmica
o Paciente chega no laboratório, coleta sangue e faz uma glicemia basal de jejum,
depois dela toma uma quantidade x de lactose, que na criança é 2g/kg até 50g (50g
é o que há em um litro de leite). Essa glicemia é medida novamente em 30, 60 e
120 minutos.
o Normalmente ao chegar no intestino a lactose é quebrada em glicose e galactose.
Logo, a glicemia irá para o sangue, aumentando seu valor. O normal é ela subir de
20 a 25 mg/dl desde o jejum em qualquer um dos horários medidos.
o Se não subir é porque a lactose não foi absorvida.
o Importante observar sintomas para ver se o paciente é tolerante ou é intolerante,
se tive diarreia e cólica é intolerante.
EXERCÍCIO
Teste oral de tolerância a lactose
Exemplo 1:
Glicemia de jejum: 80
Glicemia 30´: 85
Glicemia 60´: 90
Glicema 120min: 91
Apresentou diarreia e muita cólica
Resposta: não absorvedor intolerante
OBS: é intolerante por não tolerou os
sintomas
Exemplo 2:
Glicemia de jejum: 80
Glicemia 30´: 85
Glicemia 60´: 90
Glicema 120min: 91
Assintomático
Resposta: não absorvedor tolerante
OBS: não é a ausência de lactase/ presença
de lactose que causou os sintomas que
originaram a investigação
EDUARDA
Exemplo 3:
Glicemia de jejum: 80
Glicemia 30´: 95
Glicemia 60´: 100
Glicema 120min: 110
Assintomático
TRATAMENTO
Dieta de baixo teor de lactose: EVITAR o consumo de leite com lactose integra e derivados
• Leite de vaca (crianças maiores de 2 anos) com baixo teor de lactose
• Criança <2 anos usar fórmulas adequadas: NAM SL, Aptamil SL
• Leite de soja
• Iogurte e leite fermentado: lactobacillus e bifdobacterium degradam a lactose
• Medicamentos que contém lactose como excipiente podem ser usados
Reposição enzimática com lactase exógena:
• Obtida de fungos ou leveduras
• Cápsulas: 30 minutos antes de ingerir leite
• Preparações solúveis: adicionadas aos alimentos antes do consumo
A lactose é um probiótico, ou seja, é comida para microbiota, então o paciente depende de bons
probióticos para ter uma boa microbiota. Crianças que ficam restritas a lactose, no primeiro ano
de vida, preocupam por causa disso.
EVOLUÇÃO
Congênita
• Diarreia grave e ameaçadora à vida se não for suspenso o LM
• Restrição permanente
Ontogenética
EDUARDA
SEMPRE que houver suspeita de INTOLERÂNCIA A LACTOSE, SEM melhora clínica com
suspenção de lactose: considerar intolerância SECUNDÁRIA
APLV IL
Imunologicamente mediada Deficiência enzimática
Sintomas: TGI, respiratório, cutâneo
APENAS TGI
Tratamento exclusão TOTAL PLV Dieta de baixo teor de lactose ou
lactase
Evolução costuma ser boa Evolução depende do tipo
Não tolera NENHUMA quantidade de Tolera ALGUMA quantidade de leite
leite
Pode ter início precoce (lactente) Início mais tardio, 3-4 anos
Se chegar uma criança com suspeita de intolerância a lactose, com um ano de idade, ou
a mãe está falando errado: não é intolerância, é alergia, ou essa criança tem uma doença de
base e desenvolveu uma intolerância. NÃO será primária.
EDUARDA
DIARREIA PERSISTENTE
Episódio de início agudo de etiologia presumivelmente infecciosa, que perdeu seu
caráter autolimitado e prolongou-se por período superior a 14 dias.
IMPORTANCIA DO ASSUNTO
• Terapia de reposição oral (TRO): diminui as mortes por desidratação e aumenta diarreia
persistente.
• 30-60% dos óbitos por diarreia na infância (desnutrição)
• Ciclo: diarreia – desnutrição- diarreia
FISIOPATOGENIA E ETIOPATOLOGIA
BACTÉRIA
Lesão da mucosa
DISFUNÇÃO INTESTINAL
• Erro de manejo na fase e aguda: diminuição da ingesta, causando anorexia, vomito, jejum
• Problemas na imunidade do hospedeiro
DIAGNÓSTICO
Anamnese
• Caracterizar o quadro inicial da diarreia aguda: quando começou
• Verificar manejo nutrológico e medicamentoso
• História de infecções recentes: criança que já foi internada várias vezes por diarreia aguda
tem fator de risco para a persistente
Exame físico
• Avaliar hidratação e nutrição
Aval nutricional
• Hemograma, proteinograma, eletrólitos
• Na maior parte das vezes não precisa nenhum
Teste de tolerância a dissacarídeos
• Laboratorial (TTL ou hidrogênio expirado) ou teste terapêutico
Fezes:
• EPF, coprocultura, leucócitos fecais, sangue oculto, substancias redutoras e Ph
Estudo da morfologia intestinal
• Biópsia de D2 e/ou cólon
Na maior parte das vezes a história clínica e os três itens para se saber são SUFICIENTES
para o diagnóstico.
TRATAMENTO
Objetivo: interromper o ciclo má absorção/ lesão de mucosa
Suporte hidroeletrolítico e acidobásico, cuidar pra não deixar a criança com pouco aporte
nutricional.
Suporte/ recuperação nutricional:
• Dieta proteico/ calórica adequada com elevação teor calórico
• Reposição de micronutrientes: 110kcal/kg/dia
Depende da causa:
• Persistência do microrganismo (MO): trata o MO (cultural, EPF), primeiro a se pensar é
um parasita. Caso de remédio de vermes e não passou, fazer uma copocultura. Se vier
um bicho, trata-lo.
• Intolerância secundária a carboidratos: dieta sem lactose por 4 semanas (fórmulas com
baixo teor de lactose, soja) que é o tempo de recuperar os enterócitos.
• Intolerância à proteína: exclusão da proteína 4-8 semanas (soja, fórmula extensamente
hidrolisada ou de aminoácidos)
Desnutridos
• Vitamina A, acido fólico e zinco
Antibióticos
• NÃO são preconizados de rotina ou profilaticamente
• Usar apenas se há desnutrição grave, em imunodeprimidos
EDUARDA
PROFILAXIA E PROGNÓSTICO
• É o mesmo da diarreia aguda! Chamado política de saúde pública (normas da OMS)
• Tratamento adequado da diarreia aguda
• Dieta nutricionalemente adequada e boa hidratação
• Estimulo ao aleitamento materno
• Uso criterioso de medicamentos
• Educação de profissionais de saúde e familiares: TRO e reconhecimento de desidratação
• Vacinação
• Saneamento
• Hábitos de higiene
Quase todas as doenças passam por essas fases, embora, em alguns indivíduos,
principalmente faixa etária infantil, tem período prodrômico muito discreto.
Podem se classificar
- Maculopapulosas
- Vesico-crostosas
OBS.: Macula é uma mancha; pápula é uma mancha com elevação; vesícula é uma bolha com
conteúdo não purulento e pústula quando o conteúdo da vesícula é purulento.
A maioria das doenças são maculopapulosas, sendo o diagnóstico diferencial difícil. As
doenças vesico-crostosas estão em menor número e o diagnostico diferencial é mais fácil devido
ao maior número de detalhes relacionados a doença.
É “melhor” ter a doença em crianças, pois tem menos complicações do que os adultos. O
período prodrômico é exuberante em adultos, sendo muito incapacitante.
SARAMPO:
- Uma das doenças mais contagiosas que existe;
- Doença controlada, porém, tivemos alguns casos em Fortaleza-Ceara neste ano.
- No mundo há 4 milhões novos casos/ano e 800 mil mortes/ano.
- Doenças apenas controladas se continuar fazendo a vacina – indicador de qualidade de
saúde
- A vacina é feita aos 12 meses (Tríplice Viral) e aos 15 meses (penta viral).
- Fascie sarampienta: criança triste, abatida, grave.
- Doença cursa com comprometimento imunológico e
outras doenças podem aparecer.
**Manchas de Koplik: pequenos pontos brancos na
altura do segundo molar inferior, que antecedem o
exantema. 2 a 3 dias antes do exantema
*Os pródromos são febre e tosse. Podem persistir mesmo depois do aparecimento do
rash, principalmente a tosse (sinal de alerta). Rash não poupa palmas e plantas dos pés.
- Exantema típico, maculopapular, morbiliforme. Após surge uma descamação fina, em
forma de farinha, chamada de descamação furfurácea. Começa pela região facial e vai
descedndo
- É uma doença grave.
RUBÉOLA
Era pré-vacinal acometia principalmente pré-escolares. Após o surgimento da vacina
acomete adultos jovens, mas ainda há a preocupação com gestantes e contágio do feto (rubéola
congênita). O Brasil foi declarado livre em dezembro de 2015.
Vacina Tríplice Viral.
EDUARDA
Diagnóstico
- Clínico;
- Pode ser feito hemograma (leucopenia ou trombocitopenia - adultos jovens)
- IgM especifica para rubéola, importante para gestantes;
- Teste de avidez, importante para gestantes;
Complicações: artrite (em jovens), encefalite, panencefalite progressiva, trombocitopenia
grave (fenômenos hemorrágicos).
Manejo:
- Sintomático apenas – analgésico e antitérmico. Não há tratamento.
Evitar sempre AAS por conta da síndrome de REYE
Pode se fazer bloqueio vacinal até 5 dias depois do contágio.
Imunoglobulinas e corticoide apenas em imunocomprometidos
ERITEMA INFECCIOSO
Doença não erradicada, ocorreram surtos há pouco tempo. Não há vacina. É menos grave. É uma
doença mundial e frequente.
5 a 15 anos (40% a 60% dos adultos já tiveram infecção)
Etiologia: Parvovírus B19; vírus de DNA, único capaz de infectar humanos;
Transmissão através de gotículas da nasofaringe do infectado. A transmissão ocorre
antes das manifestações clínicas. Não necessita isolamento após o surgimento das lesões.
16 a 17 dias de incubação.
Alvo: células com antígeno P - fibras cardíacas, célula endotelial, células placentárias
(potencial fetopatica) e precursores de eritrócitos.
EDUARDA
Clínica:
Fase prodrômica: febre baixa, cefaleia, sintomas de IVAS, linfadenopatia não é
especifica – todas causadas por reação citopática do vírus.
1º estágio: face esbofeteada- forma mais comum da doença; palidez perioral bochechas
avermelhadas.
Diagnóstico
• Clínico
• Hemograma diminuição dos reticulócitos para níveis indetectáveis e hemoglobina normal;
• Sorologias IgM, fica elevado por 6 a 8 semanas;
• Em imunocomprometidos pode ser feito PCR de DNA viral.
• Complicações: artralgia, artrites, púrpura trombocitopenica; meningite asséptica.
EDUARDA
EXANTEMA SÚBITO
Lactentes: 6 aos 15 meses - aos 3 anos 80% das crianças já tiveram exposição ao
vírus.
Apenas 25% das crianças que adquirem infecção desenvolvem quadro clínico. A maioria
evolui apenas como uma doença febril inespecífica.
Etiologia: vírus herpes 6 e 7
O vírus tem tropismo por linfócitos T CD4, podendo infectar macrófagos, célula
endotelial, hepáticas, células da glia e precursores da medula óssea. O vírus provoca supressão
de todas as linhagens hematopoiéticas.
Autolimitada e em geral sem maiores complicações.
Transmissão pela saliva de adultos saudáveis portadores.
Incubação até 3 dias.
Clínica:
- febre alta; 12 a 24 horas após o desaparecimento da febre, surge um rash róseo (leve),
macular e não pruriginoso que começa pelo tronco e se dissemina para o pescoço, face e
extremidades. (se a criança foi erroneamente tratada com antibiótico nesse período, o
aparecimento do rash pode mimetizar alergia ao atb)
Diagnóstico
• Clínico
• Cultivo viral não está indicado
• Hemograma é desnecessário, porém se for feito – leucopenia com linfocitose.
Tratamento: sintomático - antitérmico, preferencialmente paracetamol. Não usar AAS devido
a Síndrome de Reye e não usar dipirona devido a risco de aplasia de medula.
DOENÇA DE KAWASAKI
Mais importante em termos de patogenia e eventos. Subdiagnosticada.
Vasculite febril generalizada, mais frequente em vasos de médio calibre e nas artérias
coronárias.
Maior prevalência na população asiática
Faixa etária crianças menores de 5 anos – mais acometida entre 1 e 2 anos - muito rara
antes de 1 ano, principalmente antes dos 3 meses.
Sexo masculino predominante
Agente etiológico desconhecido
Inflamação que atinge as 3 camadas do vaso - epitélio, mesotélio e endotélio - levando a
perda da integridade do vaso. Causa estenose da parede da artéria.
EDUARDA
Clínica:
- principal sintoma febre alta - (acima de 39ºC) e remitente - trata com antitérmico e volta.
+ clínica
Diagnóstico:
Critérios: Febre acima de 5 dias + 4 outros sinais: conjuntivite, exantema, alterações
mãos e ou pés, linfadenopatia cervical não supurativa.
*Envolvimento cardíaco é manifestação mais grave. Na fase aguda pode acontecer
óbito, devido a miocardite, pancardite ou pericardite. Na fase subaguda entre 2 a 4 semanas
formação de aneurismas. Ataques cardíacos súbitos na vida adulta podem ter envolvido a
doença no período da infância.
- Doenças polimórfica, na qual todos os sistemas podem ser acometidos.
- Hemograma com anemia; leucocitose com desvio a esquerda; trombocitose; VHS
elevado; PCR elevado. VHS (muito inespecífico) e PCR (não muito elevado) podem ajudar no
acompanhamento.
- Realizar Ecocardiograma, exame mais importante, em todos os casos no momento
do diagnostico; realizar novamente em 2 a 3 semanas e novamente em 6 a 8 semanas, se os
dois primeiros foram normais. Pode manifestar sintomas tardiamente.
- Se tiver alterações em coronárias realizar angiografia.
- Prognóstico depende do tamanho dos aneurismas
EDUARDA
Tratamento
Imunoglobulina IV até o 10º dia
Salicilatos em dose anti-inflamatória até o 14º dia ou até desaparecimento da febre. Após
reduzir a dose até o VHS zerar.
Terapia trombolítica em pacientes com trombose coronariana
Depende do grau do aneurisma pode fazer cirurgia com baypass arterial.
OBS.: Realizar a profilaxia da varicela e influenza em todos os pacientes que usarem salicilato,
incluindo adultos.
Dengue
Doença transmitida por mosquito. Tem baixa prevalência na região sul do país ( santa
catarina e Rio Grande do Sul) apesar de ser endêmica nas outras regiões. Alterações climáticas
sugerem que esta doença possa se disseminar para a região Sul no futuro, atualmente, são
poucos os casos e restritos a microregioes.
Sintomas:
- incubação 3-15 dias em media
- Fase prodromica inespecifica, com febre aguda sem manifestações de via aérea em
crianças pequenas de 1 a 5 dias (grupo de risco, atentar!)
- Crianças mais velhas - febre de iniciio subito com cefaleia e dor retroorbitaria, mialgia e
indisposição, artralgia, nausea, vomito e prostração
Fase exantemática : Erupção transitória generalizada, mácula que clareia com a digito-
pressão e pode ocorrer em 24-48h do início da febre, erupção cutânea generalizada,
morbiliforme maculopapular que poupa palmas e plantas dos pés. Fase de convalescencia
pode ter descamação.
Sintomas mais graves – choque, hipotensão, PA convergente, pulso firme e rapido,
enchimento capilar durando mais do que 2 segundos, dor abdominal, confusão mental,
sangramento, desidratação e extremidades frias.
O mosquito da dengue tem hábitos diurnos, sem muita autonomia, se encontra um foco
deve-se procurar nas proximidades. Os sintomas são inespecificos e podem ser confundidos
facilmente com outras patologias comuns aa infância. Quando houver febre persistente não
acompanhada por outros sintomas relacionados a vias aéreas (ou outros sinais localizados),
suspeitar do diagnostico de Dengue.
*Fase aguda – diagnóstico: procurar o vírus. Detectar o antígeno NS1 ou sorologia, antiviral
positiva no 6 ou 7 dia da doença e pode permanecer de 30 a 90 dias. Pede sem epidemia em
todos individuos suspeitos, com epidemia apenas nos casos suspeitos de denge grave.
EDUARDA
Teste Principal e que deve ser realizado sempre na suspeita de Dengue em crianças:
Prova do Laço:
1-Desenha-se um quadrado de aproximadamente 2,5 cm de lado
no antebraço da criança
2- Insular um manguito no braço homolateral até a pressão arterial
média ( com base na aferição previa de sinais vitais)
3- Espera-se 03 minutos (tempo adaptado para crianças)
4- Se houver o surgimento de petequias e/ou equimoses dentro da
área do quadrado delimitado, deve-se contar. Caso haja mais do
que 09, a prova é positiva.
Escarlatina
- TOXINA ERITROGÊNICA
- Transmissão por via aérea e gotículas de secreção altamente contagiosas, complicação
imediata de faringite estreptocócica.
- Muito rara antes dos 3 anos de idade (atinge de 3 a 15 anos)
- Os sintomas incluem Exantema, pele vermelha em aspecto de lixa, lingua em morango
branco e depois em morango vermelho, Palidez peribucal (Sinal de Filatov), Sinal de Pastia (que
é a líquenfação - exacerbação do exantema nas regiões de dobras cutâneas pelo corpo) e
Descamação lamelar (sai pedaços inteiros) nas regiões Palmo-Plantares que ocorre depois do
desaparecimento do exantema - geralmente após 07 dias do surgimento
Diagnostico: clínico!
• Sintomas
• Swab de Orofaringe
EDUARDA
• Teste Rapido de Antígenos (podem dar falso positivo, são raros e usados em
pesquisa, exceto nos EUA)
• ASO e a Anti DNAse D (mais vezes positiva)
• Leucocitose com desvio a esquerda
Tratamento:
1. Penicilina G benzatina de acordo com o peso do paciente.
2. Penicilina V oral
3. Eritromicina por 10 dias
Enteroviroses
Patologia muito recorrente durante a infância, geralmente o diagnostico como “virose”
gera frustração nos pais o que leva a indicações mais especificas do género do vírus em questão,
apesar da identificação destes vírus não ser possível apenas no ambiente clinico.
Sao causas por vírus de RNA do género Enterovirus, comuns:
1. Poliovirus 1-3
2. Coxsackie A e B
3. Echovirus
Estas infecções ocorrem durante todo o ano e são mais comuns em crianças pequenas,
de baixo nível econômico-social, que habitem regiões de grande
aglomeração e de baixa higiene
Transmissao- Contaminação:
• Fecal-Oral
• Respiratória
• Vertical
A intensidade das infecções é variável, mas geralmente
o prognostico é favorável.
Varicela
- Ainda existe muito pois é recente no calendário vacinal
- Doença causada pelo vírus varicela-zoster que é também agente causador do herpes-zoster
em indivíduos mais velhos.
- É um vírus termossensivel e alta contagiosidade
- Vacinação aos 15 meses
EDUARDA
Tratamento:
EDUARDA
Mononucleose
90% dos casos Virus Epstein Bar (EBV)
10%- Hepatovirus, HIV, toxoplasma…
Exposição universal, contato nos primeiros anos de vida. Raramente causa sintomas
sindromicos antes do 04 ano de vida.
Transmissão por contato com mucos, secreção de saliva ou secreção vaginal
A eliminação do vírus acontece ate 06 meses apos o surgimento de sintomas agudos ou
pode ocorrer a persistência(forma intermitente) durante toda a vida de um indivíduo, o que ocorre
em 1/3 dos casos.
A doença tem um período de incubação de 01 a 02 meses, os sintomas começam menos
intensos e progridem com a evolução do tempo. A fase aguda da doença dura de 02 a 04
semanas sendo que febre costuma persistir durante mais de 01 semana pelo menos. Sintomas
inespecificos incluem Cefaleia, mal-estar, mialgia, fadiga, náusea e dores abdominais.Ocorre
adenomegalia em cadeias cervicais.
O tratamento é sintomático, deve-se evitar esportes de contato
Considerar o uso de corticoide oral em caso de obstrução de via aérea (Predinisona
1mg/kg/dia VO)
* atenção: infecção por vírus EBV são potencialmente ontogênicas e principalmente nos casos
em que cursam juntamente com síndromes de imunodeficiencia( adquirida ou congênita)
EDUARDA
25. EPILEPSIA
Introdução
• É a manifestação neurológica mais frequente em pediatria, constituindo 1-5% das
emergências (não se incluindo o trauma)
• Em 80% dos casos a crise cessa espontaneamente antes do atendimento
• Costuma iniciar na infância ou adolescência, possuindo maior prevalência nessas fases
em relação à idade adulta
o 90% tem início antes dos 20 anos
o 60% tem início antes dos 3 anos (apesar de as porcentagens não fecharem é o
que foi dito em aula)
Epidemiologia
• Discreto predomínio no sexo masculino (1,7:1)
• É a doença neurológica mais prevalente no mundo (65 milhões de afetados), com
prevalência de 1% na população
• A probabilidade de se ter uma crise epilética na vida é de 9%
• Em casos de história familiar positiva, o risco de possuir a doença é:
o 2-3% se um dos pais é afetado
o 25% se ambos pais forem afetados
Fisiopatogenia
EDUARDA
Classificação
• Quanto à etiologia:
o Idiopáticas (65-75% dos casos): sem substrato lesional, relacionadas à
predisposição genética. A própria epilepsia é a doença, e não um sintoma de
alguma outra condição
o Sintomáticas: as crises representam um sintoma de lesão estrutural do SNC (ex.:
AVC, neoplasias, TCE, infecções, malformações, erros inatos do metabolismo,
facomatose, problemas perinatais)
• Quanto ao tipo de crise:
o Focais (parciais): semiologia inicial compatível com ativação de parte de um
hemisfério (ex.: parestesia em face relaciona-se à ativação da área responsável
pela sensibilidade dessa parte do corpo). Nesses casos é mandatória a
realização de exame de imagem no atendimento, a fim de identificar outros
quadros como AVC
o Generalizadas (bilaterais): semiologia compatível com ativação difusa de ambos
os hemisférios, devendo existir perda de consciência
Tipos de crise
• É de fundamental importância saber identificar o tipo de crise apresentada, pois a partir
disso pode-se orientar a investigação da causa da epilepsia, a possível síndrome
relacionada e o tratamento mais adequado
• Crise tônico-clônico generalizada:
o “Tipo grande mal”
o Fases: tônica e clônica
o Tônica: perda de consciência súbita com concomitante rigidez generalizada da
musculatura flexora e extensora (10-30 segundos)
o Clônica: sucede a fase tônica, sendo caracterizada por tremores rápidos que
tornam-se mais lentos, com movimentos tônicos concomitantes das extremidades
e tronco, até cessar a crise (30-60 segundos)
o Em geral nesse tipo de crise, a perda de consciência é completa
o Cianose, dilatação pupilar, salivação, sudorese, hipertermia e incontinência são
comuns
o Estado pós-ictal: estupor ou agitação e confusão mental pós crise de duração
variável (1-30 min)
o Dor pelo esforço muscular sentida após a crise também é comum
o Deve-se ter cuidado para que o paciente em crise não caia ou se machuque
o Se a crise tiver duração > 10 minutos o paciente deve ser levado ao PA
EDUARDA
o Etiologia variável:
▪ Idiopáticas: 5% dos casos, possuindo evolução e resposta favorável
▪ Sintomáticas: fatores pré, peri e pós-natais, malformações de SNC,
doenças metabólicas
▪ Provavelmente sintomáticas
• Epilepsia no pré-escolar e escolar:
o Predominam as epilepsias idiopáticas: epilepsia rolândica (benigna da infância
com descargas centro-temporais), epilepsia tipo ausência da infância, síndrome
de Lennox-Gastaut
o Epilepsia rolândica:
▪ Epilepsia benigna com espículas centrotemporais
▪ Idade de início: 3 -13 anos (pico 7-10 anos)
▪ Bastante comum
▪ Crises focais simples precipitadas pelo sono, envolvendo região orofacial
▪ Pode evoluir secundariamente para crises tônico-clônicas generalizadas
▪ Prognóstico excelente (remissão espontânea na adolescência - 16 anos)
▪ Risco de epilepsia na vida adulta: menos de 2%
▪ Tratamento: condutas divergentes sugere-se não iniciar tto após a
primeira crise se as crises forem esporádicas. Tratar se as crises são
frequentes, de início precoce e crises diurnas. A manutenção do tto
também é controversa, mantendo-se em geral até os 14-16 anos
▪ Monoterapia: carbamazepina ou oxcarbamazepina (BDZ à noite também é
uma opção)
o Epilepsia de ausência típica:
▪ Crianças neurologicamente normais
▪ Idade: 4-8 anos (pico aos 6-7 anos)
▪ São rápidas (menos de 30 segundos) e sem pós-ictal
▪ Evoluem para crise tônico-clônica generalizada em 40-60% dos casos
▪ Provocada pela hiperventilação (3-5 minutos de hiperventilação podem
desencadear crise). É estratégia utilizada durante realização de EEG e em
consultório para visualização da crise
▪ EEG típico: ponta-onda 3Hz bilaterais
o Síndrome de Lennox-Gastaut:
▪ Encefalopatia epiléptica com tipos variados de crises e associada a retardo
neuropsicomotor prévio e a outras encefalopatias epiléticas
▪ Idade de início: 1 – 8 anos (pico entre 3-5 anos)
▪ Tipos de crises (ocorrem diferentes tipos num mesmo indivíduo): ausências
atípicas, crises atônicas, tônicas, mioclônicas, tônico-clônicas
generalizadas
▪ EEG típico: descargas tipo ponta-onda lenta 1,5-2,5 Hz, atividade de base
alterada e lenta
▪ Refratária, com status epilético frequente
▪ Presença de alterações psiquiátricas
• Epilepsia na adolescência:
o Predominam as epilepsias idiopáticas
o Focais sintomáticas tornam-se mais frequentes
EDUARDA
Diagnóstico
• Anamnese: idade, patologias pregressas e atuais, características da crise, duração,
medicação utilizada, fator desencadeante, histórico pré-natal, história familiar
• Exame neurológico completo
• Exames laboratoriais:
o Se RN triagem para sepse
o Eletrólitos, glicemia, TORSCH
o Exame do líquor – avaliar se necessário!
o “Coleta de líquor é recomendada em crianças menores de 6
o meses de idade, qualquer criança com alteração de
o sensório sem causa definida ou com sinais meníngeos”
• Eletroencefalograma (EEG):
o Avaliar risco de recorrência, caracterizar síndrome epilética e a crise epilética
o 10-15% da população pode ter EEG alterado sem significado patológico
• Exames neurorradiológicos (nem sempre são necessários – ex.: epilepsia rolândica):
ecografia cerebral, RNM, TC de crânio
• Triagem toxicológica
Tratamento
• 80% das crises são auto-limitadas; paciente chega ao atendimento em pós-ictal
• Conduta fora do hospital: afrouxar a roupa, não colocar objetos na boca, liberar vias
aéreas, posicionar o paciente em decúbito lateral, proteger de traumatismos, se
prolongada ou primeira convulsão: levar ao PA
• Orientar os pais e o paciente
• Classificar a crise ou síndrome epilética
• Corrigir causas adjacentes
EDUARDA
É um transtorno do desenvolvimento;
Manifestações comportamentais que definem o autismo incluem déficits qualitativos na interação social
e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de
interesses e atividades.
Déficits clinicamente significativos na comunicação social e nas interações (1 item só).
Sintomas tem que estar presentes desde o início da infância. Pode não se manifestar completamente até
que a demanda social atinge a limite da capacidade.
A grande variabilidade no grau de habilidades sociais e de comunicação e nos padrões de comportamento
que ocorrem em autistas tornou mais apropriado o uso do termo transtornos invasivos do
desenvolvimento (TID).
Prevalência vem aumentando: 1 autista para cada 68 crianças.
Aumentando pelo conhecimento, é o que se acredita, pois os profissionais estão conhecendo mais o que
é autismo.
É mais prevalente em meninos (até 4:1).
A maioria dos moderados e graves tem algum nível de deficiência intelectual. Mas dos autistas leves, a
maioria tem a inteligência dentro dos níveis da normalidade.
EDUARDA
Qualidade da interação
Isolamento, comportamento social impróprio, aproximações bizarras.
Criança faz o que ela quer (sem seguir grupos).
Pobre contato visual.
Não atender ao chamado.
Indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto. (Tem afeto mas não sabem demonstrar).
Dificuldade em fazer amigos.
Comunicação e linguagem: em geral primeira queixa é atraso na fala. Na fala verbal e não verbal. Pode
nunca ter falado ou pode começar a falar e depois parar.
Não compensada por outros meios (apontar, usar mímica).
Jargões, ecolalia (uma das principais características), reversão de pronome (“Budi quer batata frita”), uso
estereotipado, repetitivo ou idiossincrático de linguagem, não mudam o tom, não estabelecem uma
conversação/diálogo (em geral é um monólogo ou interrogatório), dificuldade em entender sutilezas ou
sarcasmo (para eles é literal e concreto).
É atraso só da linguagem? Diferenciar. Não terá problemas de interação.
Comportamental:
Repetitivo e estereotipado (sem significado), que podem ser motoras ou verbais. Em geral é ritmada.
EDUARDA
Comportamento restrito, ou seja, se fixar em partes de objetos ou querer que tudo seja da cor azul, por
exemplo.
Ficar olhando para o ventilador (em geral gostam de coisas que giram ou piscam)
Não usam o brinquedo a partir do objetivo pra que foi feito.
Muito resistentes à mudança (do caminho, da rotina). Inflexíveis. Acalma-os saber previamente o que vai
acontecer depois.
Transtornos sensoriais:
Bem comuns. Sentidos exacerbados. Percebem muitos detalhes, cores, sons. Escutam mais alto.
Muitos têm comportamento auto agressivos (bater a cabeça, arranhar os braços...) São pouco tolerantes
a frustrações.
Agitados. Transtorno de sono.
Alergias alimentares.
“Birras”: desencadeados por barulho muito grande, algo que não conseguiu, por não compreender a
situação. Aí não consegue se expressar.
Não compreende futuro, temporalidade (importante estudar para o futuro).
Características bem precoces: atenção conjunta. Na aula o exemplo foi o vídeo das gêmeas que se
comunicavam pelo olhar enquanto o pai tocava uma música com o violão
Em geral, não sorri muito. Não compartilha sorrisos.
Não aponta para mostrar as coisas, pode apontar para pedir coisas que ele quer.
Entre 1 e 2 anos, apoptose programada para limpar sinapses e neurônios que não usaremos mais. Nos
autistas isso não acontece. Eles têm um cérebro maior, mas não funciona corretamente.
Assimetria de ativação de áreas direita e esquerda, macrocefalia (perímetro cefálico maior).
Neurônio espelho: ativa olhando a atividade que o outro está fazendo. Conseguimos dessa forma imitar.
Autistas ativam muito menos áreas de neurônio espelho. Dificuldade de imitar e de compreender o que o
outro está fazendo.
Atenção dos autistas se fixa em detalhes.
Epilepsia: comum. 25-30% tem. Risco maior antes dos 5 ou depois dos 10.
Diagnóstico é clínico!! Pode não ser fácil, exigir auxílio de outros profissionais ou de parecer da escola.
Quanto mais cedo diagnosticar melhor pois a plasticidade cerebral é maior.
Avaliação genética (pelo Sus é muito restrito)
EEG
Asperger está dentro do espectro autista: tem QI normal e não tem atraso na fala. A comunicação é
alterada. Têm interesses fixos, sabem muito sobre o que gostam.
As escalas servem para auxiliar, não para diagnóstico. M-CHAT entre 1 e 2 anos. A partir de 4 ou 5 anos:
ASQ
Tratamento:
Deixar a criança com mais autonomia e adequá-la ao mundo real.
Psicólogo, musicoterapia, pet terapia, equoterapia, terapia ocupacional, fonoaudióloga.
EDUARDA
Medicações só quando tem sintomas que estão intensos e prejudicando a criança, como agressividade.
Antipsicóticos (maioria), anticonvulsivos estabilizadores de humor. Risperidona, ác. Valpróico, valproato
de sódio... Ritalina só para autistas bem leves, Propanolol e clonidina são bons para agressividade (cuidar
efeitos colaterais). Crianças com Asperger tem mais sintomas de depressão.
27. CEFALEIAS
Introdução
• Queixa comum em pediatria
• Chega a acometer 90% das crianças em idade escolar
• Impacto negativo sobre a qualidade de vida e performance escolar
• A grande maioria são primárias: mais comuns são enxaqueca e cefaleia tensional
• Familiares de 1º ou 2º graus com cefaleia – caráter genético
• A prevalência aumenta com a idade
• A proporção entre os sexos varia:
* antes dos 7 anos, prepondera nos meninos
* entre 7-11 anos, equivalem-se
* a partir daí, passa a ter a proporção de 3 meninas para cada menino
Avaliação Diagnóstica
Anamnese:
• Onde se localiza a dor? Lado, frontal, toda a cabeça...
• Qual o tipo de dor? A criança pode não saber dizer, então desenhos ajudam (fincada,
pressão, pulsátil, em aperto...)
• Como começaram? Se teve acidente que bateu a cabeça, algum fator desencadeou...
• Quando começaram?
• Estão piorando, melhorando, ou mantendo-se iguais?
• Com que frequência ocorrem? Critério para tratamento.
• Quanto tempo duram? A dor dura quanto tempo
• Existe horário ou circunstância especial para seu aparecimento? Acorda de madrugada
com dor (alerta)
• Tem sintomas que precedem a dor? Dor abdominal, visão borrada, parestesia...
• Onde se localiza a dor?
• Qual o tipo de dor?
• O que melhora a dor?
EDUARDA
Sinais de Alerta
Situação de urgência – identificar e encaminhar para exame.
Início abrupto de dor de cabeça muito intensa, caráter da dor, “despertar noturno” – acorda
de madrugada com a dor; hipertensão intracraniana, mudanças no padrão da dor (mudou o
lugar da dor, começa a ter sintomas associados), queixas na escola que podem sugerir
disfunção neurológica.
Classificação
Cefaleias Primárias: Principalmente enxaqueca (migranea) e tensional
Cefaleias Secundárias: provocadas por doenças
a) Benignas e reversíveis
b) Potencialmente graves
c) Graves que requerem imediata intervenção
EDUARDA
AGUDAS
Localizadas
Pós traumática
Primeiro episódio de
enxaqueca
Generalizadas
Hipertensão
Hemorragia Intracraniana
Por esforço
Primeiro episódio de
enxaqueca
AGUDAS E RECORRENTES
Enxaqueca
Cefaleia em salvas
CRÔNICAS E NÃO-
PROGRESSIVAS
Cefaleia tensional
Psicogênica
CRÔNICAS E PROGRESSIVAS
Hipertensão intracraniana
idiopática
EDUARDA
Enxaqueca
• Aura: grupo de sintomas neurológicos que ocorrem logo antes da crise de
enxaqueca (visuais - mais comum, sensoriais, fala)
• Pródromo: sintomas que ocorrem entre um e dois dias antes da crise de enxaqueca
(fadiga, náuseas, irritabilidade, bocejos). Muito raro em crianças.
Características da Enxaqueca em Crianças (<15 anos, diferentes do Adulto):
- Crises mais curtas - de 1 a 48 horas
- Comumente bilateral
- Desordens digestivas são mais importantes
- Cefaleia occipital é rara, devendo-se atentar para lesões estruturais
EDUARDA
- Indolente ou persistente
- Intensidade moderada a grave
D. Durante a dor ocorre ao menos 2 dos seguintes
- Anorexia
- Náuseas
- Vômitos
- Palidez
E. Excluídas outras causas
Muitas vezes se faz ECG porque alguns quadros de epilepsia cursam com dor abdominal de
característica semelhante, mas nesse caso as crises geralmente duram menos tempo.
Cefaleia Tensional
• Mais comum entre crianças de 8 a 12 anos (tem mais ansiedade, nervosismo)
• Predomínio sexo feminino
• Relacionada a estresse emocional ou físico, doenças psiquiátricas, disfunção
Oromandibular
• Frequência, duração e intensidade das crises são menores que na enxaqueca,
assim como o uso de medicações para resgate
• As vezes pode ser difícil a diferenciação com enxaqueca, devido a sobreposição de
alguns sintomas
• CRÔNICA: tem dor de cabeça mais de 15 dias por mês.
• Diagnóstico: observação por mais tempo.
• Em geral bilateral, caráter em pressão, atividade física não interfere, não tem
náusea e/ou vômito, sem foto ou fonofobia.
EDUARDA
Sinais de Alerta:
Comorbidades:
• Psiquiátricas: ansiedade, Tourette e depressão
• Distúrbios do sono
• Epilepsia
• Comportamentais: TDAH
• Doenças em geral: asma, atopia, obesidade, anemia (interferem no sono,
respiração, oxigenação)
Tratamento:
Cefaleia Secundária: tratamento da causa
Cefaleia Primária:
• Estabelecer o impacto da cefaleia na vida da criança
• Diário: ver precipitantes (evitá-los)
Não Medicamentoso:
• Biofeedback
• Relaxamento
• Psicoterapia
Orientações: Higiene do sono, atividade física, limitar cafeína, estilo de vida saudável
Tratamento Farmacológico da Enxaqueca – crise:
• Objetivo: resposta rápida e sustentada
EDUARDA
INTRODUÇÃO
• Quais os riscos da retirada de fraldas? Disfunções miccionais
o A disfunção miccional durante a infância é um fator de risco para doenças renais e
urológicas importantes
• Etapas da maturação
o Ao nascer:
▪ Bexiga não inibida
▪ Micção automática
▪ Ato reflexo
o 1 – 2 anos:
▪ Mielinização das fibras nervosas sensação de bexiga cheia (plenitude
vesical)
EDUARDA
o 2 – 3 anos
▪ Controle voluntário
TRATO GENITOURINÁRIO
CICLO MICCIONAL
TRATO INTESTINAL
• Aparelho intestinal:
o Mesma região anatômica
o Mesma inervação
o Mesma relação com a musculatura pélvica
CONTROLE ESFINCTERIANO
• Marco do desenvolvimento
• Todas as crianças irão adquirir
• Preocupação para os pais
o Gera ansiedade Coorte de 2004: 67% dos pais acha que todos vão estar
treinados até 18 meses
o Necessário educar os pais com orientações sobre a época de treinamento e
sobre o treinamento em si
5. Local
o Penico
o Vaso com redutor e apoio para os pés
6. Métodos não há estudos que comprovem a eficácia e nem que comparam os métodos
BRAZELTON
• Passivo, método lento
• Capacita a criança a aprender por si mesma
• Habilidades necessárias à criança: sentar, caminhar, entender comandos, ter autonomia,
sentir-se segura, querer agradar os pais e imitá-los
• Habilidades necessárias aos pais: seguros, livres de ansiedade, tempo, não punir
• A partir dos 24 meses:
o Comprar penico, apresenta-lo à criança, deixar junto aos brinquedos e sentar com
roupas.
o Após uma semana sentar com fraldas; retirar coco das fraldas despejar no
penico despejar no vaso.
o Repetir até a criança aceitar, quando aceitar sentar sem fraldas.
AZRIN E FOXX:
• Intensivo à base de condicionamento e imitação
EDUARDA
ELIMINAÇÃO PREOCE:
• Mãe reconhece sinais de eliminação e coloca o bebe sobre o vaso
• Inicia a partir de 2 – 3 semanas
• Não é um treinamento, pois nessa fase a criança evacua por ato reflexo
7. Medidas higiênicas
o Lavar as mãos
o Limpar-se após urinar ou evacuar
COMO ENSINAR
1. Treinamento dos pais
2. Treinamento da criança O controle do esfíncter anal é mais fácil de se adquirir,
o Comportamento social pois a criança evacua menos vezes por dia e
o Reconhecer sinais do corpo geralmente é por influência do reflexo gastrocolico.
o Controlar eliminações
INFLUÊNCIAS
• Sexo (meninas > meninos) meninos também aprendem sentados
• Raça (branco > negro)
• Idade do início do treinamento: pode gerar trauma
• Eventos estressantes
QUANDO INCIAR?
A partir dos 24 meses a criança começa a mostrar interesse no assunto.
Interessante comprar penico para se familiarizar perto dessa idade.
• A medida que a pessoas vão aumentando a sua idade, os fatores de pressão arterial,
também vão modificando. Fatores de risco conhecidos, em adultos, também são
encontrados nas crianças:
– Obesidade
– Sedentarismo
– Alimentação
Definição
• Pressão arterial
– É a pressão do sangue dentro das artérias mantida pela contração do ventrículo
esquerdo, elasticidade da parede dos vasos arteriais, assim como pela
viscosidade e volume sanguíneo.
EDUARDA
As pressões variam de acordo com a idade, por alteração vascular. Por isso um idoso de 80
não pode ter a pressão arterial de uma criança de 8 anos. Quanto MENOR a criança, MENOR
é a PA. O valor de 120/80 é ótimo para um adulto, já para uma criança, SEMPRE É HAS.
• Hipertensão
Os valores das PA dos adultos é baseada em estudos de morbidade/mortalidade, que não
podem ser realizados em crianças. Então em crianças é feito medidas de milhares de crianças,
e é feita uma curva de percentis (chamado força tarefa). HAS em criança não é tão comum.
• Obesidade e TV
• Cada hora a mais na TV dobra o risco de obesidade, que aumenta risco de
HAS e IMC aumenta valores de PA, sendo assim, criança obesa é
obrigatório ser aferida a PA
• Diminui horas de atividade física
* Intervenção precoce é importante
* 90% da HAS em criança é secundária, esses valores vem diminuindo, e os valores de HAS
essencial vem aumentando, principalmente acima dos 10 anos e é mais prevalente em negros.
* Quanto maiores os valores de PA, maior deve ser a busca por uma causa secundári0.
Quando deve medir a PA em crianças?
• Em todas as crianças acima dos 3 anos de idade e em TODAS as consultas pediátricas
• Em menores de 3 anos somente em situações especiais
• Doenças congênitas do coração
• ITU de repetição
• Hematúria ou proteinúria
• Malformações urológicas
• Doença renal
• História familiar de doença renal congênita
O que vai acontecendo com uma criança que nunca foi aferido a PA e é hipertensa? Lesão de
órgãos alvo (rim, retina, coração é o primeiro órgão a ser afetado)
* Crianças maiores, porém da mesma idade que outras, tem MAIOR PA, que as menores.
* HAS com medidas maiores que o percentil 95!!
* Geralmente faz três medidas em ocasiões diferentes.
• Ambientais
– Tamanho corpóreo (mais massa, mais Débito Cardíaco)
• Maior determinante da PA em crianças
– Aumento da ingestão de sódio (alimentos com muito sódio, elevam a PA)
• Sódio sensíveis
– Diminuição da ingestão de potássio (funciona como protetor do aumento da PA)
• Frutas, verduras, legumes
Classificação
• Normotensos
– Valores abaixo do percentil 90
• Pré-hipertensos
– Valores entre os percentis 90-95
• Hipertensão arterial
EDUARDA
• Adolescentes
– Pré-hipertensos
• Valores entre os percentis 90-95 ou PA>120/80 (mesmo que na tabela
seja um valor normal)
* não arredondar os valores!
• HAS do avental branco, muito mais em crianças que adultos, eleva PA. Criança fica
imóvel, mas a Frequência Cardíaca está elevada, assustada. Diagnostico com mapa
• HAS mascarada, paciente que fica tão tranquilo que a PA normaliza. Diferente do dia a
dia que está alta. Diagnóstico com mapa feito em casa também.
Etiologia
• Nunca esquecer, que quanto MENOR a idade e MAIOR o nível tensional, maior o risco
de hipertensão secundária.
Primária (essencial)
• Sem causa definida, investigou e não encontrou causa aparente
• Mais comum em adolescentes
• Multifatorial
• Aumento de sua prevalência com o aumento da obesidade
• Perfil do paciente
• Assintomático
• > 6 anos
• HA leve /moderada ou lábil
• História e exame físico negativos
• História familiar negativa, exceto para HAS essencial e doença
cardiovascular
Secundária
• Renal: primeira causa, pedir Ultrassom para avaliar os rins, ver tamanho,
posição...
• Doenças parenquimatosas (maioria)
• Nefropatia do refluxo (aumenta produção de renina)
• Uropatias obstrutivas
• Doenças renais congênitas ou adquiridas
• Renovascular
• Cardíaca: segunda causa
• Coarctação de aorta (obstrução), uma das causas em medir a PA no MS
Direito pela vascularização
* tem que palpar os quatro pulsos da criança: normalmente tem pulso mais fraco em MMSS do
que em MMII, normalmente a pressão é inicialmente sentida em MMSS. Na coartação de aorta
a PA é maior nos membros superiores que nos inferiores
* teste do coraçãozinho não detecta coarctação porque só vê diferença de saturação (shunts)
• Endócrina
• Hipertireoidismo
EDUARDA
• Síndrome de Cushing
• Drogas
• Antiinflamatórios não-esteróides
• Anticoncepcionais orais (adolescentes)
• Descongestionantes sistêmicos
• Anfetaminas
• Corticosteroides
* quanto menor a criança e maiores os valores de PA mais tem que se investigar as causas
secundárias!
Diagnóstico
Exame físico
• Peso
• Altura
• IMC
• PA nas 4 extremidades (descartar coarctação de aorta, normalmente nossa PA em MS é
mais alta e com a doença ela é mais baixa)
• Exame físico completo
– Pulsos
– Sopros cardíacos
EDUARDA
Investigação
• Exames COMPLEMENTARES
– Não substituem anamnese e exame físico
– Função renal, eletrólitos, hemograma, glicemia, ácido úrico, sedimento urinário,
perfil lipídico, micro-albuminuria (sinal de dano gromerular).
* micro- albuminúria é para avaliar se o dano renal está causando HAS, não se o dano
glomerular é causado pela HAS
* pode haver aumento de ventrículo esquerdo e aumento de espessura de carótida
Terapêutica
• NÃO farmacológica (mais importante)
– Redução de peso, condicionamento físico, intervenção dietética
• Farmacológica
Conduta
• Normotenso < P90
– Verificar sempre a PA no próximo exame
– Encorajar:
• Dieta saudável, atividade física, sono adequado
• Pré-hipertensão
– P90-95 ou > 120/80 (adolescentes)
– Verificar novamente em 6 meses, mas normalmente se vê o paciente mais cedo
– Se sobrepeso/obesidade:
• Controle do peso
– Atividade física: aeróbicos 30-60min/dia
– Dieta
• Hipertensão estágio 1
– P95 a 99 + 5mmHg
– Verificar novamente em 1-2 semanas ou antes se sintomático
– Se sobrepeso/obesidade:
• Controle do peso
– Atividade física: aeróbicos
– Dieta
• Hipertensão estágio 2
– >P99 + 5mmHg
– Se sobrepeso/obesidade:
• Controle do peso
– Atividade física: aeróbicos
– Dieta
EDUARDA
– Terapia medicamentosa!!!
• Medicamentos
– Sem dados sobre efeitos dos medicamentos no crescimento e desenvolvimento
em crianças, pois são feitos apenas em adultos. Cuidado com medicamentos,
porque eles não são feitos, especificamente, para crianças
– Usos:
• Hipertensão sintomática
• Hipertensão secundária
• Lesão hipertensiva à órgãos-alvo
• Diabetes tipo 1 ou 2
• Hipertensão persistente após medidas não farmacológicas
• Dislipidemia associada
• HAS noturna (MAPA)
Terapêutica: META
– HAS primária, não complicada, sem lesão em órgãos-alvo
• PA < P95
– HAS secundária, diabetes, lesão em órgão-alvo
• PA < P90
– Insuficiência Renal Crônica
• PA <P75
– Proteinúria
• PA <P50
* a PA deve ser baixada lentamente!
7 alertas
1. Aferir a pressão arterial
2. Ambientais: obesidade, sedentarismo
3. Genético
4. Tabelas de referências atualizadas
5. Diagnóstico
6. Investigar
7. Tratamento
EDUARDA
30. TDAH
Tríade:
- Sempre tem que apresentar os três, as vezes algum se manifesta mais que outro.
- Diagnóstico baseado nos critérios do DSM IV.
Epidemiologia:
- Predomínio em meninos (subdiagnóstico de meninas?)
- 10 a 60% persistem com os sintomas na vida adulta.
- meninas com TDAH: desatenção.
- Meninos com TDAH: hiperatividade e impulsividade.
- Risco aumentado de desenvolver outras síndromes disruptivas do comportamento, principalmente
Transtorno de Conduta e Abuso de Drogas (TOD), Transtorno de conduta, violência...
Etiologia:
- Multifatorial: genética e ambiental.
o Genética:
▪ Não existe um gene específico, mas sim predisposição (vulnerabilidade).
▪ Risco de 2-8x maior do que a população em geral se há histórico familiar (pais).
o Ambientais:
▪ Fatores pré-natais: infecções, drogas, radiação.
▪ Fatores perinatais: eclampsia, sedação materna, pós-datismo, distírbios
respiratórios do RN, aspiração de mecônio, descolamento prematuro de pracenta,
anomalis do cordão umbilical, baixo peso ao nascer.
▪ Fatores pós-natais: meningites, encefalites, hemorragias, TCE, intoxicações,
tumores cerebrais.
▪ Fatores psicossociais: condições psicoativas da família, ambiente familiar em geral
– limites: “é uma criança com TDAH ou uma sem limites?”
Neurobiologia:
- envolvimento das catecolaminas, em especial da dopamina e noradrenalina – serotoninérgico?
- É aceitável hiperatividade pura em crianças, sem lesão, dos 4 a 5 anos de idade = imaturidade
da região pré-frontal (“freio motor”).
- Processo neuromaturacional:
o póstero-anterior:
▪ Primeiro mieliniza região da visão.
▪ Por último mieliniza as áreas anteriores.
* Não faz diagnóstico antes dos 5 anos *
EDUARDA
Diagnóstico:
É Clínico!!!
Contextualizar os sintomas!
- Anamnese com pais, pacientes e professores/ encaminhamento de escalas objetivas para escol
e para os pais (SNAP)
o Observação durante a consulta não exclui TDAH, pois paciente pode ter controle voluntário
dos sintomas
- Avaliação neurológica: exame neurológico evolutivo e funções corticais
o Comum encontrar alteração de persistência motora
- Testagem psicológica/ psicométrica (WISC): descartar retardo mental
Pistas diagnósticas:
▪ Duração dos sintomas: desde idade pré escolar ou vários meses de sintomas
▪ Persistência dos sintomas em vários ambientes
▪ Prejuízo social ou acadêmico.
▪ Entender bem cada sintoma
▪ Cautela antes dos 6 anos
▪ Nos adolescentes, rebaixar o limiar dos critérios diagnósticos e valorizar mais o
prejuízo
▪ Excluir outros transtornos psiquiátricos
Tipos de TDAH:
- Combinado:
o 6 ou mais sintomas de desatenção e 6 ou mais de hiperatividade – impulsividade
o persistem há pelo menos 6 meses.
o Corresponde à maioria das crianças e adolescentes
o Maior prejuízo no funcionamento global
- Desatento:
o 6 ou mais sintomas de desatenção e menos de 6 de hiperatividade/impulsividade
o persistem há pelo menos 6 meses
o dificuldade no aprendizado
o meninas
- Hiperativo:
o 6 ou menos sintomas de hiperatividade e menos de 6 de desatenção
o persistem há pelo menos 6 meses
o dificuldade de relacionamento e comportamento, não necessariamente há prejuízo escolar
o agressivos e impulsivos
Diagnóstico diferencial
- epilepsia, principalmente tipo ausência
- déficit auditivo e/ou visual
- déficit cognitivo, sequelas neurológicas
- transtorno psiquiátrico
- patologias agudas ou subagudas
- aterações psicológicas reativas a problemas familiares, sócio-econômios, violência
Exames Complementares
*geralmente não são feitos
- EEG: inespecífico
EDUARDA
Tratamento
- Interdisciplinar, educacional
- Orientação psicoterápica (individual e familiar)
- Orientação psicopedagógica, reforço escolar
- Orientação para pais
- Orientação para professores
- Psicoestimulantes:
o Aumentam catecolaminas na fenda sináptica (dopa e noepinefrina)
o Diminui impulsividade
o Aumenta vigilância
o Melhora memória recente
o Melhora desempenho acadêmico
▪ Ex: Metilfenidato (Ritalina)
▪ Uso no período de aula e durante a semana (maioria)
▪ Usar 30 min antes da aula – dura em torno de 4 horas
▪ LA (longa duraçãoo, 20,30 e 40mg): usadas quando paciente estuda há tarde e
chega em casa e ainda tem atividades para fazer
▪ Não devem ser usadas após as 17h – interfere no ciclo circadiano
▪ 25% não respondem bem ao psicoestimulantes, podendo ser usadas outras
classes de drogas, como antidepressivos (Imipramina - pct com tique, depressão
ou enurese, uso continuo; Clonidina; Bupropiona – mais em adolescentes;
Atomoxetina)
o Efeitos adversos:
▪ Perda de apetite
▪ Insônia
▪ Irritabilidade
▪ Cefaleia, piora crises de enxaqueca
▪ Sintomas gastrointestinais
Quando parar o TTO?
- cerca de 1/ 2 anos assintomático
- suspende-se a medicação para avaliar a necessidade de continuar o uso
- Tto não vicia!!!
- Sempre segue tto tentando tirar a droga
Prognóstico
- 70% boa resposta e boa tolerância aos estímulos
- redução de 50% dos sintomas
- 50% doas adultos diminuem hiperatividade e mantém a desatenção e impulsividade
EDUARDA
ADULTO CRIANÇA
- Epitelial (carcinoma) - Mais comum no sistema
- Relação com fatores ambientais sanguíneo, pode atingir tecido de
sustentação
- Geralmente é embrionário (melhor
resposta terapêutica)
- Crescimento rápido
PREVALÊNCIA
1º. Leucemia: muito mais do que o resto
2º. SNC (países desenvolvidos) ou linfoma (países em desenvolvimento ou sub
desenvolvidos)
3º. Outros
PICOS DE IDADE
• Leucemia: 2 – 5 anos
• LH: adolescente
• LNH: um pouco anterior ao LH
• Ósseos e musculares: pico hormonal (adolescência)
• Neuroblastoma: recém nascidos - relato de diagnósticos em pré termo (34 semanas)
LEUCEMIA
• É o mais frequente
Nem toda leucemia tem anemia Em algum momento da evolução
do câncer algumas séries sanguíneas deixam de ser produzidas ou são
produzidas em excesso na medula em função da infiltração da célula
precursora
SNC
• Criança pequena, pico maior aos 10 anos
• Tumor sólido abordagem cirúrgica
• Não precisa saber se é maligno ou benigno, pois precisa fazer a excisão de qualquer
forma. O prognóstico se dá pela localização do tumor. Alguns tumores são benignos;
contudo, o paciente morre disso, pois não tem possibilidade de intervenção cirúrgica. Além
disso, por ser benigno o crescimento é lento, logo, a QT não funciona. A RT só pode ser
utilizada em >3anos.
NEUROBLASTOMA
• Menores de 1 ano cura
• Pode ter cura espontânea
• Massa mediastinal (idem ao linfoma) ou crescimento na adrenal
o Palpar abdome palpar o tumor
• Sintomas para neoplásicos (ex.: diarreia secretora de K+)
• Não conseguem comer
TUMORES HEPÁTICOS
• Raríssimos
• Carcinoma em crianças mais velhas
• Nos menores é blastoma, de células de sustentação do hepatócito
EDUARDA
RABDOMIOSSARCOMA
• Câncer de músculo estriado
• Pode acometer qualquer local (ex.: cremaster)
• Raríssimo, “3% dos 3%”
• Aumento de volume da região acometida e algia
RETINOBLASTOMA
• Uma das causas do exame do olhinho
• Raro
• 99% de cura de diagnóstico precoce
• Ele descola a retina. Pode se enxergar o tumor no exame de fundo de olho (não só no
reflexo vermelho)
• Mãe queixa-se que tira a foto da criança e sempre tem um olho vermelho e um branco (o
mesmo)
• Acomete bebês
• Tratamento:
o Se pequeno, acomete só retina: excisão (tira o olho, coloca uma prótese)
o Se cresceu, acomete além da retina: QT e RT (área de radiação nunca mais vai
crescer, esteticamente face fica mais feia e assimétrica do que a retirada do olho)
o Se acometeu o nervo óptico: “já era”
OSTEOSSARCOMA
• Adolescentes
• Fraturas patológicas (pratica esporte e quebra)
• Ossos longos
• Tratamento cirúrgico
EWING
• Ou muscular, articular ou ossos como coluna, escápula, pelve
• Adolescentes
• Fratura patológica, dor
• RX é suficiente para diagnóstico
GERMINATIVOS
• Olhar o TANNER muito frequente produção de hormônio, suspeitar se a criança estiver
fora do esperado
• TERATOMAS: pelve, quanto mais maduro mais benigno é (encontra-se de tudo: pelos,
unhas, dentes)
CÓRTEX DA ADRENAL
• Muita virilização
• Bebê voz grossa, pênis desenvolvido
• Comportamento brabo
• Musculartura mais rígida (semelhante à de adulto que tem hormônio)
• Acne na infância PROBLEMA
HISTIOCITOSE
• Não é câncer, mas funciona como se fosse
• Proliferação de histiócito
EDUARDA
o Pode acometer qualquer local ossos, ouvido (otite supurativa que não cura)
MELHORA NO TRATAMENTO
• Dados de um grupo que trata leucemia no melhor hospital de oncologia infantil: em 1960
curava-se 10% e em 2007 uma pesquisa revelou cura em 90% dos casos
• Oncologia pediátrica partiu do 0% de cura para >70%
BASE
Olhar, ver o que é e agir
Avaliar
Intervir Identificar
RISCO
Primeiro ato a se fazer é avaliar o quanto essa criança está em risco, podem ser:
• Potencialmente fatal (normalmente devido a causas pulmonares)
o Respirações ausentes ou agônicas (cansada)
o Desconforto respiratório intenso
o Cianose
o Diminuição do nível de consciência
• Sem riscos de vida (todo o resto)
AVALIAÇÃO
EDUARDA
DISFUNÇÃO
• Alerta
• Voz
• Dor
• Não responde
ESCALA DE GLASGOW
• Também entubar se <8
EDUARDA
COMPRESSÕES
• Comprimir 1/3 do tórax de forma ritmada
• Frequência 100-200 bpm
• Se estiver sozinho fazer no mínimo um minuto de reanimação antes de chamar ajuda
pois uma pessoa só cansa e acaba fazendo o movimento errado
• Metade inferior do esterno pois é a região mais firme
• Em bebes muito pequenos se faz as compressões apenas com o polegar
TIPOS DE CHOQUE
Hipovolêmico (ex: sequestro esplênico) • Embolismo pulmonar
• Hemorrágico Distributivo
• Não hemorrágico • Séptico: tratar com antibiótico
• Tratamento é soro • Anafilático
Cardiogênico • Neurogênico
• Bradi ou taquiarritmia
• Miocardite
• Congestão
• Envenenamento
• Incomum em crianças
Obstrutivo
• Canal arterial
• Pneumotórax: principal
• Tamponamento
EDUARDA
URGÊNCIAS
Pode-se pensar mais em que vai querer fazer
Cetoacidose diabética
• Cetose
• Acidose metabólica
• Náuseas/ vômitos/ poliúria/ desidratação
• Normalmente o paciente não sabe que é diabético
• Não necessariamente precisa ter hiperglicemia, 180/200 já é suficiente para desencadear
um quadro
• Tratamento é feito tirando o paciente da acidose
Crise convulsiva
• Fenobarbital em lactantes
• Diazepam em crianças, não deve ser diluído pois ele cristaliza
• O primeiro passo é tirar da crise, para depois pensar no motivo de porque ela ocorreu
Asma
• Broncodilatador
Anafilaxias
• Criança inchada e com estridor
• Adrenalina: é segura
Netropenias febris
• <500 granulócitos
• Alta chance de fazer um choque séptico e morrer dentro de 24h
• Antibiótico largo espectro antes de qualquer ação
• Criança pequena deve ser internada por pelo menos 48h
Anemia falciforme
• Fazem AVC
• Hidratação e transfusão de troca
Intoxicações
• Lavagem gástrica
• Carvão ativado: consegue puxar algumas substâncias do sangue, pode ser dado na
mamadeira da criança
• Antídoto
o Naloxone: opioides
o Flumazenil: benzodiazepínicos
Acidentes com animais peçonhentos
• Antídoto: quanto antes colocar, melhor
33. GENÉTICA
EDUARDA
História familiar
• Deficiência intelectual não explicada na família;
• Morte precoce por causa desconhecida;
• Condições neurodegenerativas de início em idade adulta;
• Doença cardíaca/morte súbita;
• AVE em idade jovem;
• Câncer;
• Alterações metabólicas (hipoglicemia, hipercolesterolemia, DM2 em idade inesperada).
Heranças Mendelianas (revisada marota sem grande implicação ao que está por vir abaixo).
Associação: é associação não aleatória de defeitos congênitos. Ou seja, é mais comum que
algumas anormalidades estejam presentes juntas do que isoladas. Porém, não é considerada
uma síndrome pois não tem a mesma etiologia, não são causadas por um gene específico.
Exemplos: V.A.C.T.E.R.L.:
o V: anomalias da coluna Vertebral;
o A: atresia Anal;
o C: anomalias Cardiovasculares;
o T: fístula Traqueoesofágica;
o E: atresia Esofágica;
o R: anomalias Renais e/ou anomalias do Rádio;
o L: defeitos nos membros (do inglês Limb).
Erros na morfogênese:
Exame físico: buscar etiologia que unifique sinais e sintomas aparentemente não relacionados.
CRÂNIO:
✓ Dolicocefalia: distância dos olhos ao occipital é maior que a distância entre as orelhas.
Etiologia: craniossinostose (suturas cranianas se fecharam mais cedo).
✓ Trigonocefalia.
CABELOS:
✓ Implantação alta, para trás.
✓ Dois redemoinhos: relação com fechamento do tubo neural.
FACE:
✓ Mucopolissacaridose: face grosseira, inchada (erro inato do metabolismo).
FRONTAL:
✓ Proeminência: bossa sanguínea ou bossa óssea.
✓ Retraído.
✓ Glabela proeminente: sutura metópica que fechou precocemente.
EDUARDA
MAXILA:
✓ Hipoplasia da face média.
✓ Maxila anteriorizada: parece micrognatia (=anormalidade na MANDÍBULA).
MANDÍBULA:
✓ Micrognatia.
FENDAS:
✓ Úvula bífida: mesma síndrome da fenda palatina.
✓ Fenda na pálpebra.
PESCOÇO:
EDUARDA
✓ Pescoço curto.
✓ Excesso de pele (ex.: Síndrome de Down).
REGIÃO PERIORBITAL:
✓ Fenda palpebral oblíqua para baixo.
✓ Epicanto (de cima para baixo ou vice-versa).
✓ Cílios longos.
✓ Anoftalmia (cuidado ao afirmar isso, pois o vivente pode ter globo ocular, no entanto a
pálpebra está fechada, fendida. Geralmente não conseguem enxergar mesmo após
cirurgia).
✓ Sinofris (=monocelha).
✓ Sem sobrancelha.
OLHOS:
✓ Hipertelorismo ocular: olhos com distância maior que o normal.
✓ Hipotelorismo: olhos com distância menor que o normal.
✓ Proptose: olhos “para frente”. Geralmente associada com raiz nasal baixa.
✓ Profundos.
✓ Ptose (pode ser congênita).
ORELHAS: procurar anormalidades tendo como base a anatomia normal completa do ouvido
externo.
✓ Ausência.
✓ Lóbulo pequeno ou grande.
✓ Apêndice pré-auricular (associado com anormalidades renais).
NARIZ:
✓ Asa nasal hipoplásica.
✓ Asa nasal longa.
✓ Asa nasal invertida (ex.: acondroplasia).
FILTRO E LÁBIOS:
EDUARDA
✓ Filtro apagado: pensar em álcool durante a gestação. Pode ter associação com
microcefalia.
✓ Ausência de úvula.
✓ Hipertrofia gengival.
✓ Língua bífida.
✓ Língua nodulada.
MÃOS:
✓ Prega palmar única: síndrome de Down. É sinal de que o concepto se mexeu pouco
durante o período intrauterino.
PÉ:
✓ Plano.
✓ Cavo.
✓ Polidactilia pós ou pré axial.
PELE:
✓ Efélides (sardas na região axilar e inguinal) + no mínimo 6 manchas maiores que 1cm =
diagnóstico de hemocromatose (dominante).
✓ Pele seca: ictiose.
*Down: além das características que já conhecemos, também podem ter diástase do reto
abdominal.
* Síndrome de Williams: boca grande, felizes, íris estrelada. Pode ser associada ao autismo,
baixa estatura e microcefalia.
*Trissomia do 18:
*Autismo: descartar outros problemas e fazer respectiva triagem (ex.: X frágil, esclerose
tuberosa, Rett). Aconselhamento genético (10-20%). Se pais já tiveram um filho com autismo, o
2º tem 20% de chance de ter. Se tiveram dois filhos com autismo, o 3º tem 35% de chance de
ter).
Exames/pesquisas:
o Cariótipo: não avalia mutação;
o CGH array;
o FISH: marcadores -> sabe-se o que está procurando;
o Sequenciamento Sanger: exame que se vê as mutações;
o Exoma.
Oncogenética:
- Retinoblastoma;
- Doenças neuromusculares (distrofia muscular de Duchenne/Becker, atrofia muscular espinhal).
34. ANEMIA
Parte I
Antes do nascimento o concepto não respira, ele tem que tirar o oxigênio de dentro da
placenta materna, que é tem pouco oxigênio. Por isso que o bebe intrauterino possui um
hemoglobina diferente, isso que faz com que ele consiga respirar. Essa hemoglobina se
chama Hemoglobina Embrionaria, que não é visto em crianças. Um bebe que tem
hemoglobina embrionária é tão novo, prematuro extremo, que ele não seria viável. Quanto
mais novo, mais hemoblobina fetal ( ela mudou o nome, não sei se é a mesma da
hemoglobina embrionaria ).
O que é a Hemácia?
A hemacia é uma célula anuclear por isso ela possui uma duração média de 120 dias, na
circulação. Ela é removida pelo Fígado e principalmente pelo o Baço (algumas doenças é
indicado a retirada do baço ) para que a "Hemácia Ruim" dure mais tempo.
O que é anemia?
É a redução da Hemoglobina ou da “massa eritrocitária” (quantidade de hemácias), mas
isso varia segundo idade, sexo e onde agente mora. Pessoas a nível do mar precisam de
uma certa quantidade de hemoglobina, quem mora em lugares mais elevados, como no
auto de uma montanha, precisa de uma quantidade de hemoglobina diferente daquelas
pessoas que moram ao nível do mar.
Sempre que a gente tem uma anemia, vai estimular o Rim funcionante e produzir
eritropoetina que é responsável por estimular a produção de eritrócito. (Obs; Caso
paciente tenha uma patologia renal, a produção de eritropoetina pode ficar prejudica)
EDUARDA
ANEMIA É UM SINTOMA!!!!!
Nem sempre que uma pessoa tiver uma anemia significa que ela tem uma doença
hematológica. Uma grande maioria das anemias são decorrentes, são sintomas de outras
doenças.
Não é possível determinar diagnóstico só com hematócrito, é preciso ter todo hemograma.
Contagem de hemácias
- Concentração de hemoglobina (Hb)
- Hematócrito ou volume globular (Ht)
Hemoglobina corpuscular média (HCM)
Bebe recém nascido, possui muita hemoglobina fetal, e em um ambiente que tem
pouco oxigênio ele precisa de uma hemoglobina 18, super alta. Se esse hemograma
estivesse com 12 de hemoglobina, o que é normal para um adulto, para um bebe seria
super baixo.
Bebe nasce com muita hemoglobina fetal, e essa vai sendo destruída. A própria
adaptação respiratória vai fazer com que esse bebe produza menos hemoglobina. Esses
valores vão baixando até os 02 meses, onde podemos encontrar uma hemoglobina 09 e
isso ser normal.
- Ou há pouca produção
- Ou há muito destruição
- Ou há perda
Perda sanguínea
Será uma perda visível, ou o diagnostico será através dos exames de urina e fezes.
Aumento da destruição
- Membrana da hemácia está ruim = Esferocitose
- Defeito de hemoglobina (anemia falciforme, muito frequente) (Pelotas há bastante caso).
- Talassemia
- Deficiência enzimática - G6PD ( Glicose-6-fosfato desidrogenasse ), é uma antioxidante. Hemácia foi
produzida com pouco G6PD, se eu comer ou me expor a um agente oxidante, como a minha hemácia possui
pouca enzima antioxidante, ela vai ser oxidada mais rapidamente. Logo, essa pessoa só terá sintoma se ela
se expor a agentes oxidante.
- Incompatibilidade materno fetal, mãe Rh Neg. com o filho Rh Positivo. Mãe e filho com tipagem sanguínea
diferente. Intrauterino mãe e filho não trocam sangue, mas toda vez que a placenta descola, o sangue fetal
pode entrar em contato com o sangue materno. Isso fará com que a mãe produza anticorpo, que irá
ultrapassar a barreira placentária, atingindo, atacando as hemácias do feto. Mãe precisa fazer a Ragam
durante o parto, em qualquer momento que corre um deslocamento de placenta, durante um aborto.
- Auto-imune (Rara)
- Colágeno (?) (Rara)
- Toxicidade por drogas (Ex: AZT, muito toxico para hemácia, fazendo um anemia Macrocítica, com VCM
bem alto, mas é só parar o remédio que resolve. Drogas com função neurológicas também alteram a
hemoglobina)
- Malária - um parasita intrahemacia
Diminuição da produção
Pode ser por falta de nutriente, falta de comida. Através de uma dieta ruim, que tem uma deficiência
de ferro.
Exame Físico é fundamental apalpar barriga, para avaliar tamanho do fígado e do baço.
Eritroblasto é hemácia com núcleo, normalmente não se vê eritroblasto fora de medula, a não ser
que há uma destruição de hemácia muito grande e a medula não deu conta de maturar e está
mandando células novas para a circulação.
mais a minha medula está produzindo e isso da uma grande pista. Se um paciente tem um
reticulócito alto quer dizer que há produção, isso indica que a medula está normal. Logo,
não há justificativa para investigar essa medula.
Se faz uma punção de medula, quando diagnóstico não foi possivel através da história, exame físico
e pelos exames laboratoriais. Avaliação da medula óssea dará informações de como está a produção
na medula. Após a punção é feito um esfregaço onde será feito a contagem dos tipos de células -
haverá todos os tipos de células presente na lamina.
Obs: Quando deseja avaliar Reticulócito é preciso especificar no exame, pois é feita uma coloração
diferente para avaliar essas células.
Anemia Ferropriva.
Todas as hemoglobinas precisam de ferro para carregar oxigênio. A hemoglobina é feita de um
ferro e quatro globina. Sem o ferro as globinas não “colam”.
Há o Fe+2 e o Fe+3, é muito fácil ocorre a mudança entre esses Fe, o que indica que eles
são muito reativos. Ferro não é usado apenas pela hemoglobina, ele é utilizado por uma
diversidade de outras enzimas. Logo, quando há deficiência de Fe, todo o funcionamento do corpo
estará com algum gral de défice de funcionamento.
Há o Ferro não heme, que é o ferro encontrado nas verduras como beterraba (Fe da
beterraba é não heme e está dentro da fibra, como a gente não consegue digerir fibra, os humanos
absorvem muito pouco do Fe presente na beterraba). Ferro que o ser humano absorve com mais
propriedade é o Fe de origem animal, que é o Fe heme. (Obs: Gema do ovo é rica em Fe, mas
sua gema possui quelante de Fe, que dificulta a absorção.)
O Fe não heme entra pela enzima DMT -1, que é o mesmo espaço onde entra o Ca. Por isso
que não se deve tomar leite próximo das refeições como almoço, pois o Ca do leite vai competir
com Fe, diminuindo absorção do Fe.
Ferro heme pode ser influenciado pela Ca, mas não é tão influenciado como o Fe não heme. Fe
heme auxilia na absorção do Fe não heme.
EDUARDA
Onde o Fe é guardado?
Fígado (Fígado bovino realmente possui mais ferro que a carne, mas isso não é justificava para
seu consumo), Sangue, Medula, Fagócitos
Ser humano possui uma reserva hepática de 1000mg e a mulher na gestação perda
1000mg de Fe. Logo, quase 100% das gestantes terão deficiência de Fe por causa da gestação.
Por isso que é recomendado a gestante tomar Fe na gestação. (Ferro suplementado provoca
algumas mudanças intestinais, como constipação)
Ser humano absorve menos de 10% do que consumo de Fe. Os alimentos cítricos auxiliam
na absorção de Fe. Já os Tanios, como cafeína, alguns também presente no suco de uva, no
vinho, diminuem a absorção de Fe.
Primeiro - Há o estado pré-latente, paciente vai ter só a Ferritina baixa, não há sintomas,
não há alteração no hematócrito
Segundo - Fe sérico começa a cair, capacidade de ligação aumenta, mas ainda não há uma
anemia.
Terceiro - Hemoglobina normal, mas o VCM está pequeno, isso ocorre porque há pouco
Fe. Tendo pouco Fe o corpo “coloca” menos Fe por hemácia, para dessa forma continuar tendo o
mesmo numero de hemácia circulante. Há redução do tamanho da hemácia, mas não no numero
delas.
Comentário: Toda vez que um paciente estiver doente, o Fe sérico tende a estar baixo, porque o
corpo coloca o Fe para dentro das células.
Capacidade de ligação do Fe, é o quanto transferrina (molécula que circula com o ferro) está vazia.
Com os 3 parâmetro, é possível avaliar o que o paciente tem.
Cerca de 10% dos países desenvolvido e 50% dos países em desenvolvimento tem anemia. Há
estudos feitos no Brasil que apontam territórios com 83%. Principalmente até os 02 anos. Isso
corre porque nessa idade há um crescimento acentuado.
No Trato Gastrointestinal a carência de Fe reduz acidez, faz gastrite atrófica, diminui a absorção
da L… (????) e consequentemente diminui a absorção de Fe também. Então, quanto maior a
deficiência de Fe, mais difícil será para absorver Fe.
Reposição de Fe prematuro
Toda criança nascia a termo ele nasce com quantidade de Fe suficiente para 06 meses se ele seguir
mamando. Em prematuro, quanto mais prematurao menos Fe ele tem, mais ele precisara repor, maior a
reposição. Todo prematuro é necessário repor Fe a partir dos 30 dias de vida.
Fator de Risco.
Nasceu pequeno, prematuro. Uma gestação múltipla, porque a mãe não possui Fe suficiente para
dar para essas crianças. Velocidade de crescimento, criança que cresce mais rápido terá mais
predisposição a anemia e carência dietética.
Obs: Leite de vaca possui uma proteína muito grande, que não estamos adequadamente
preparados para digerir, essa proteína nas crianças podem provocar lesão na mucosa,
microsangramento que poderá culminar em uma anemia.
Resuminho.
Reposição de Fe:
De 4 a 8 mg/kg, acima de 8 não adianta, pois não há absorção. Normalmente se trata por 03 a 04
meses. Transfusão é indicada quando a criança está quase morrendo.
Bebe a termo - aos 06 meses ou quando parar com aleitamento materno exclusivo Prematuro -
35. ANEMIA
Parte II
Anemia Falsiforme
Diagnostico é feito no Teste do Pezinho, com 5 a 6 dias de idade.
A Doença Falsiforme é uma alteração genética caracterizada por um tipo de hemoglobina mutante
designada como hemoglobina S (ou Hb S), que provoca a distorção dos eritrócitos, fazendo-os tomar a forma
de “foice” ou “meia-lua”. A expressão doença falciforme define as hemoglobinopatias nas quais pelo menos
uma das hemoglobinas mutantes é a Hb S. As DF mais frequentes são a anemia falciforme (ou HbSS), a S beta
talassemia ou microdrepanocitose, e as duplas heterozigoses Hb SC e Hb SD.
Ministério da Saúde.
Acontece que há muitos indivíduos heterozigoto na população e esses indivíduos não sabem que
estão doente.
Pode ocorre em qualquer etnia, branco, negro, indigna. Sendo que a prevalência na população
negra, no Brasil, é ligeiramente maior que os demais. Também é mais prevalente na região norte
e nordeste do Brasil.
2.000.000 de Heterozigoto no pais e em torno de 8.000 doentes.
Pelotas, considera a cidade do RS que possui mais anemia falciforme, devido a forte imigração
negra.
Hoje em dia há anemia falciforme em qualquer lugar, pois os indivíduos que moravam na África,
por exemplo, sofreram uma imigração forçada e acabaram por miscigenar, distribuir o gene
falciforme para varias regiões do mundo e para varias etnias.
EDUARDA
Em 1956, Vernon Ingram demonstrou que a diferença entre falcêmicos e normais residia na substituição
do sexto aminoácido da cadeia β da hemoglobina onde o ácido glutâmico (GLU) é substituído por valina
(VAL), provocando alteração conformacional na molécula.
Esse pequena troca provoca um monte de complicação. Essa hemácia quando for submetida a
hipoxia, desidratação, infecção, as vezes até estresse psiquico, ele vai polimerizar e essa
polimerização vai modificar sua conformação. A hemácia em vez de ficar bicôncavo ela vai adotar
uma forma de foice. No momento que ela fica na forma de foice, ela perde toda elasticidade que
ela tinha na sua forma bicôncavo. Então, na hora que essa hemácia passar por uma vaso de
pequeno calibre, ela tendera a formar um obstrução. Isso fará com que essa hemácia obstrua
em vários ligares que há vasos sanguíneos de pequeno calibre, isso é, todas as periferias
vasculares. Não haverá aporte de sangue para o tecido, desenvolvendo um processo isquêmico,
similar a necrose, provocando dor muito intensa.
(Comentário: Muitos dos paciente que a gente tem aqui no ambulatório possuem opioide em
casa, e só irão para o PS quando os opiodes não conseguem sanar as suas dores.)
(Comentário: Teste do pezinho aqui na cidade começou em 2002 e em alguns outros lugares do
estado só iniciou em 2015, para anemia falciforme)
Eletroforese de hemoglobina é o único outro exame que faz diagnostico de anemia falciforme.
Teste de Falcisação. - Coleta o sangue, coloca na lamina, coloca a lamínula em cima tapando
todo o ar e espera por algum tempo até a célula virar foice - cria-se um ambiente anaeróbio.
Problema desse exame é que os pacientes com traço falciforme também vão foicisar. E se o
examinador apertar um pouco a mais a lamínula, a célula, mesmo as saudáveis, irão ficar com
formato de foice
Icterícia, por ser uma doença hemolítica. A hemácia, quando ocorre a crise, vai durar menos
tempo, vai morrer mais rápido. Logo, não precisa se alarma caso um paciente falciforme fique
Ictérico.
Todas as pessoas que tiveram uma anemia hemolítica, qualquer que seja, vai apresentar uma
palidez, uma icterícia - hemólise provoca aumento de bilirrubina e do Fe na circulação sanguínea.
O Fe não será excretado, logo não haverá uma carência de Fe, mas a bilirrubina é excretada e
como há mais bilirubina na circulação a excreção será maior e esse excesso pode acabar por
desencadear a formação de um calculo na visicula biliar.
Ictérica também pode ser provocada por esse mesmo calculo.
( Comentário: Os bebes possuem a síndrome “Mão e Pé”, eles possuem uma crise algica nos
“dedinho”, ficando com os dedos inchados e com muita dor, mas isso corre em um bebe de 06
meses, 01 ano. Eles não vão identificar a o local da dor, é preciso examinar e perceber que os
dedos das mãos e dos pés estarão inchados.)
Ulceras, alguns pacientes vão apresentar ulceras similares as dos diabéticos, ulceras perto de
maleolo. Isso ocorre, porque o sangue não consegue circular adequadamente, devido as lesões
EDUARDA
vasculares. As medida de prevenção são as mesmas dos diabéticos (coloca o pé para cima,
exercícios e em caso de infecções pode se usar antibióticos).
Pode ocorrer no Baço o que chamamos de “Sequestro Esplênico”. Baço aumenta seu volume
em poucas horas podendo levar a um choque hipovolêmico, que se não tratado pode levar a
óbito.
Baço ficará aumentado, paciente pálido e abatido. Deve ser prescrito soro e sangue
imediatamente. Soro serve para dar tempo do sangue ficar pronto para ser transfundido. Não
pode transfundir um volume muito grande, pois o sangue sequestrado pelo baço em algum
momento vai ser devolvido para a circulação sistêmica (de 04 levo o paciente para 08 ???). A
etiologia do Sequestro Esplênico é desconhecida. Nem todos os pacientes terão esse Sequestro
Esplênico.
Alguns pacientes possuem muitas lesões de microcirculação que acaba “destruindo” o baço.
Para esses pacientes considera-se que eles não tem o baço, então eles serão tratados como
asplênicos desde que nascem. Inicia-se antibiótico com 02 meses e eles mantêm antibiótico
profilaxia até os 05 anos de idade. Porque depois dos 05 anos os riscos de infeções são menores
e porque há uma forte campanha de vacinação.
Antibiótico via oral ou benzetacil, a cada 15 dias, como em febre reumática. Tratamento da
[ Comentário: Anemia do SS está em geral entre 07, 06 basal, esse é o valor basal do paciente,
ele viverá com isso. Não pode é passar de 10, pois estaremos aumentando concentração
intravascular, aumentando o numero de hemacia, e esse aumento da concentração intravascular
precipita a falcifisação das outras. Devemos manter o valor de 10, no máximo para esses
paciente. Se ocorre uma situação muito grave, onde ocorre a falcisação de todas as hemácias,
obstrui pulmão - síndrome torácica - simulando muitas vezes pneumonia. Casos como esse
podem levar óbito. Em alguns casos é indicado transfusão, com intuito de trocar o sangue
circulante, tirar as hemácias falciforme do paciente.]
Transplante - É uma alternativa no tratamento. Faz 02 anos que foi liberado. Transplante é
possível quando eu tenho um irmão doador.
Paciente Falciforme é um paciente extremamente grave, é uma “bomba relógio”. Pois ele pode
estar bem em um momento e em pouco tempo apresentar uma febre, uma dor torácica, que
evolui para choque e acabar morrendo. Paciente com falciforme, na duvida deve ser tratado.
"Está com febre, da antibiótico, depois confere o que tem.”
[Comentário: O falciforme como média possui um QI mais baixa, porque, assim como ele obstrui
o baço, o rim, ele acaba por obstruir algumas regiões do cérebro. Em uma investigação bem
apurada, pode se encontrar microinfartos. Isso não significa que eles terão um retardo, ou que
serão burros.]
EDUARDA
[Comentário: O traço possui em torno de 30 a 40% de S. Como há a hemácia norma, ele acaba
que nunca obstrui de forma significativa, pois a outra hemácia acaba compensando]
Talassemia
Na Hemoglobina normal possui duas cadeias alfa e duas cadeias beta. O problema da talassemia
é que há menor quantidade de alfa ou menor quantidade de beta.
É uma anemia hemolítica, logo a reposição de Ácido Fólico, comentado anteriormente, também
é indicada. Há varias formas de Talassemia.
Alfa Talassemia - Pode provocar sintomas brandos como uma anemia leve ou pode apresentar
uma anemia tão intensa que acabam indo a óbito.
Sempre que a transfusão é indicada, tenta-se fazer com que essa sangue seja o mais parecido possível
com o sangue daquele que está recebendo, para diminuir a inflamação. Uma das medidas que podem ser
adotadas para diminuir a inflamação é tirar os leucócitos do sangue doado, pois quanto mais leucócito o
indivíduo receber maiores a chance desse indivíduo ficar “alérgico” ao sangue doado.
Pode, também, irradiar o sangue, para deixar o sangue mais “limpo”, menos imunogênico.
EDUARDA
Antigamente a Talassemia maior provocava muitas morte, hoje em dia com terapia quelante e
transfusão é uma doença mais controlada.
[Comentário: No geral o que eu faço, eu peço Fe. Dou o Fe. Não melhorou? Ai… eu peço a
eletroforese, pois é um exame um pouco mais caro.]
Talassêmico normalmente é mais avido por Fe, o que é ruim para eles, pois eles irão fazer muito
mais hemocromatose. Eles acabam absorvendo muito mais o Fe dietético do que uma pessoa
saudável.
Anemia Megaloblastica.
A chance de você verem isso na infância é muito baixa.
Decorrente de alguma medicação; ou por carência nutricional, por não ter ingerido em quantidade
suficiente ou por ter algum distúrbio gastrointestinal que dificultou, impossibilitou essa absorção.
Essa carência faz com que não ocorra a produção adequada de DNA, fazendo com que a
hemácia fique maior.
Em geral não se consome muito Folato, não há muito Folato disponível na natureza, mas o leite
materno possui muito Folato, sendo o grande fornecedor desse nutriente.
A carência de B12 é vista principalmente nas pessoas vegetarianas restritas, pois B12 só esta
presente em alimentos de origem animal. Pode ocorre deficiência de B12, por um mal
funcionamento do fator intrínseco, produzido pelo estômago.
Alem dos sintomas de anemia há sintoma de memória. Pessoa fica muito mais cansada, apática
do que a quantidade de anemia que ela tem.
Paciente esferocítico terá uma anemia leve, 10 a 11. Ele ficara num basal de consumo e
produção. Toda vez que ele tiver um estresse, principalmente estresse infecioso, o paciente terá
EDUARDA
um anemia. A quanto será necessário transfundir ou não dependerá da anemia que esse
paciente vai ter.
Crianças que possuem um hemoglobina basal muito baixa é indicado retirada do baço. O baço
é o responsável por filtrar o sangue e em alguns momentos é preferível ter um sangue ruim do
que não ter. Por isso que em alguns casos é indicado a esplenectomia. Uma boa parte de
problemas hematologicos é resolvido com a retirada do baço.
Reticulocitose - porque é um paciente que está sempre produzindo. Quanto mais anemia ele
tem, mais reticulócito ele tem ( o contrario da deficiência de Fe, como há uma carência de
substrato haverá uma reticulócito baixo)
Paciente que a Mãe fala “toda vez que ele fica resfriado ele fica larajinho”
Tratamento: “Sempre a mesma coisa” Vacina, Ácido Fólico, controlar o quão anêmico ele fica.
[Comentário: Todas essas anemias de hemácias eles são mais suscetíveis a infecção por
parvovirus. Parvovírus b19 ele faz um exantema viral que vai dura uma semana a 10 dias. Para
as crianças com enemia ele faz pancitompenia, diminuição global de elementos celulares do
sangue. Se não curar, se não internar, há risco de infecção caso eu não transfunda, por
plaquetopenia… Podendo levar a criança a óbito. Pancitopenia normalmente dura 15 dias, mas
se ela for muito intensa pode acabar em óbito.]
G6PD - Glicose-6-Fosfato
É uma doença recessiva, ligada ao X. Apesar disso há relatos de paciente mulheres, isso é, não
exclui o sexo feminino.
Só é diagnosticada quando investigada. Hoje em dia o Teste do Pezinho Master (pago) faz
diagnóstico de G6PD.
G6PD é um antioxidante, toda vez que o paciente entrar em contato com um oxidante (como
presente em algumas medicações, alguns antialérgicos, alguns antibióticos, comida como feijão
em fava, ou a vitamina k) provocará uma oxidação das hemácias com maior facilidade e
frequência, provocando uma hemólise maciça, gerando um risco de morte devido a um quadro
de anemia aguda.
É uma anemia normo normo, com reticulócito aumentado, pois a medula desses pacientes
produz reticulócito normalmente. Como todo hemolítica haverá muita bilirrubina, DHL
(desidrogenase láctica) aumentada, porque quando há hemólise há aumento do DHL.
Não pode:
Paracetamol e Dipirona, alguns antibióticos…
(Comentário: Com essas doenças vocês fazem quase todos os diagnósticos de doenças de
hemácia… )