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Infâncias Digitais?
O autor afirma que, se as escolas, de certa forma, não foram atingidas pelo
aparecimento da tecnologia digital, o mesmo não pode ser dito da vida das
crianças quando estão fora da escola. Muito pelo contrário, a infância
contemporânea está cheia, em alguns sentidos até definida, pela mídia moderna
do consumo contemporâneo.
Mesmo assim, o aparecimento da tecnologia digital produziu e foi acompanhado
de algumas mudanças significativas nas experiências midiáticas das crianças.
O autor diz que, como foi observado por muitos autores, estas mudanças tiveram
implicações significativas, porém muito ambígua em termos de nossas
concepções de infância. Alguns argumentaram que a mídia moderna está
efetivamente destruindo a infância, ou pelo menos obscurecendo os limites entre
infância. Outros defensores da nova geração digital assinalam a tecnologia como
uma força de liberação das crianças, um meio para elas ultrapassarem a
influência indutiva dos mais velhos e criarem formas novas e autônomas de
comunicação e comunidade.
A retórica da geração digital leva também à ignorância do que se pode chamar
de banalidade de boa parte do uso da nova mídia.
Os jovens em relação ao uso da internet na escola, a maioria dos casos,
pouquíssimos jovens fazem o uso do mesmo. Poucas escolas oferecem amplo
ou irrestrito acesso à Internet para os alunos e muitas adotam sistemas de
filtragem de conteúdo, que transformam a navegação na web num obstáculo.
Sendo que alguns professores dão temas de casa relacionados à web, mas
estes, no geral, são restritos à visitação de sites sugeridos.
De acordo com o autor, este novo divisor digital poderia ser visto como sintoma
de um fenômeno ainda mais amplo, um abismo ainda maior entre o mundo da
criança fora da escola e as ênfases de muitos sistemas educacionais.
Para o autor, a cultura midiática infantil torna-se cada vez mais uma arena em
que os valores autoritários da seriedade e da conformidade são subvertidos e
questionados. Neste contexto, já não será surpresa se as crianças vierem a
perceber a escolarização com algo à margem de sua identidade e de seus
interesses ou, no máximo, como uma espécie de tarefa funcional.
Criar Conexões?