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CONFORTO SONORO NA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Acadêmicos de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ensino Superior do Amapá-CEAP

(1) Márcia Eliane de Souza Jesus- edf_eliane@hotmail.com


(2)José Valério Almeida Tavares Júnior- vavayd@hotmail.com
(3)Antônio Gilson Vieira dos Santos- gilsonvieira67@yahoo.com.br
(4)Diego Mont’Alvern

RESUMO
Este artigo traz informações sobre a poluição sonora na construção civil, tem por objetivo central
conscientizar a população sobre os malefícios que a poluição sonora pode acarretar nos trabalhadores da
construção civil. Para isso, este trabalho está organizado em tópicos, sendo eles: Ruído e ambiente de
trabalho; Ruído na construção civil; O trabalhador e a perda auditiva; Normas brasileiras de ruído. As etapas
de estudo para elaboração deste artigo foram à pesquisa bibliográfica realizada em bibliotecas e sites da
internet, a pesquisa de campo através de medições através de decibelímetro em um canteiro de obra e
posterior análise de dados. A partir disso, foi possível realizar um trabalho a respeito do nível de ruído
aceitável na construção civil.
Palavras-chave: Poluição sonora; construção civil; trabalhadores.

ABSTRACT

This article provides information on noise pollution in construction, aims to raise awareness of central harm
that noise pollution can result in construction workers. To this end, this paper is organized into topics, which
are: Noise and working environment; Noise in construction; Workers and hearing loss; Standards Brazilian
noise. The stages of study for the preparation of this article were performed bibliographic research in
libraries and internet sites, field research through measurements using decibel meter on a building site and
subsequent data analysis. From this it was possible to perform a work about the noise level acceptable in
construction.

Keywords: Noise; construction; workers.

INTRODUÇÃO

Este artigo é produto de atividades desenvolvidas junto à disciplina Conforto Ambiental Sonoro,
ministrado no 6º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ensino Superior do Amapá-
CEAP, pelo professor João Paulo Nardin Tavares, tendo como objetivo central analisar os impactos causados
pela exposição excessiva ao ruído nos trabalhadores das obras da construção civil.

Foram realizados estudos na temática Poluição sonora em um canteiro de obra de construção de


conjunto residencial em Macapá-AP. Os estudos visaram o bem estar dos trabalhadores, analisando quais os
danos causados pela exposição excessiva ao ruído durante o horário de trabalho.A preocupação em melhorar
a qualidade de vida dos trabalhadores nos levou a expor os malefícios causados pela poluição sonora ao ser
humano.

Embora as atividades da construção civil sejam de extrema importância para o desenvolvimento da


cidade por ofertarem um grande numero de vagas no mercado de trabalho e serem uma característica do
desenvolvimento, ela apresentadesvantagens para a saúde ocupacional de seus funcionários, pelas más
condições de segurança dos canteiros de obra, à falta ou o uso inadequado de equipamentos de proteção
individual (EPIs), a falta de informação, à falta de treinamento adequado e ao ritmo de trabalho imposto.

As atividades da construção civil, na sua maioria são geradoras de ruído, que expõem os
trabalhadores a níveis de pressão sonora variável durante as diferentes fases da obra. Para MAIA (1999), o
uso de máquinas e ferramentas facilita as tarefas dos trabalhadores, porém os expõe a ambientes de trabalho
cada vez mais ruidosos. Nesses ambientes, o ruído pode resultar em numerosos problemas de saúde,
provocando modificações nas atividades fisiológicas, tais como: stress, aceleração no ritmo cardíaco,
variação de pressão arterial, surdez e outros (JOSSE, 1975).

Os elevados níveis de ruído têm sido um grave problema nos ambientes de trabalho da construção
civil, ocasionado danos à saúde de inúmeros funcionários. Em muitos casos, o controle destes níveis de ruído
requer medidas de engenharia complexas, com custos elevados e que demandam bom planejamento técnico e
financeiro.

Mediante isso foram realizados estudos sobre o ruído ocupacional e seu controle onde existem
medidas que têm sido propostas nos aspectos legais, por meio de leis e regulamentações, no âmbito médico,
através de programas de conservação auditiva e no âmbito técnico-operacional, que tem como objetivo tratar
ambientes e fontes sonoras visando à atenuação do ruído.

Segundo RODRIGUES (2009) o ser humano, para seu bem estar, precisa estar em equilíbrio,
provendo de saúde física, psíquica e emocional. Considerando que o indivíduo passa pelo menos um terço do
dia no trabalho, sua qualidade de vida e bem estar estádiretamente vinculada à salubridade no ambiente de
trabalho. Para isso boas condições de trabalho devem ser garantidas

Estas condições envolvem questões relacionadas a jornadas e cargas de trabalho, materiais e


equipamentos disponibilizados para a execução de tarefas, bem como controle sobre fatores ambientais
indesejados como, iluminação, temperatura, ruído, vibração, poeira e gases (VIEIRA, 2005).

Para garantir que o ambiente de trabalhoseja adequado, os higienistas do trabalho consideram que o
ruído é um agente físico indesejável, com limites de tolerância determinados pela norma regulamentadora do
Ministério do Trabalho, NR-15.Os índices referentes ao ruído estabelecidos nesta norma foram baseados nos
índices determinados pela American Conference Governamental Industrial Hygienists (ACGIH), 1978.

Segundo SALIBA (2008), a ACGIH considera que o limite de tolerância para o ruído não protege
todos os trabalhadores dos efeitos da exposição ao mesmo, mas visa proteger a maioria dos funcionários. Por
outro lado, a NR-15 define Limite de Tolerância, que diz que se mantiverem os níveis sonoros e a exposição
ao ruído dentro dos limites estabelecidos, garante-se que qualquer trabalhador não terá dano à saúde. Embora
o dano causado ao indivíduo seja também função da suscetibilidade de cada indivíduo, este fato não é
considerado na NR-15.

O Art. 189 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT define que as atividades insalubres são
aquelas que expõem os empregados a agentes nocivos à saúde, acima de limites de tolerância determinados.

O controle do ruído compreende medidas que visam obter níveis de ruído aceitáveis e confortáveis
em determinado ambiente. A diminuição do ruído pode ser alcançada através de soluções técnicas, pela
adoção de equipamentos de proteção individual – EPIs – e/ou medidas administrativas, como por exemplo, a
diminuição da jornada de trabalho, alternância de posto de trabalho, dentre outros.

As medidas de engenharia de controle de ruído podem reduzir o ruído na fonte, na trajetória ou no


receptor. Podendo optar-se por modificações nas máquinas, no ambiente de operação das mesmas, ou então,
por modificações de layout. A escolha da melhor estratégia de controle de ruído envolve aspectos
econômicos e sociais, e deve ser efetuada buscando encontrar a solução que resulte no melhor custo-
benefício.

O controle de ruído no receptor limita-se ao uso de protetores auriculares individuais ou EPIs. A


utilização destes EPIs, além do desconforto e de dificultar a comunicação entre os usuários eles devem ser a

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última alternativa para o problema do ruído.

Os protetores auditivos são equipamentos de proteção individual que visam diminuir a dose de
exposição ao ruído para o trabalhador. A eficiência do protetor e seu funcionamento dependem de suas
características e das características do usuário (GERGES, 2000).

Para realizar a escolha destes protetores devemos levar em conta, o tipo do ambiente ruidoso, o
conforto, aceitação dos usuários,o custo beneficio e a durabilidade. Os protetores de inserção podem ser
auto-moldáveis, aqueles que são inseridos no ouvido e adquirem a forma do canal auditivo, ou então, ou pré-
moldado, com formas que encaixam bem no canal auditivo. Existe também o protetor tipo Concha que,
segundo GERGES, 2000, oferecem uma atenuação de ruído maior que os protetores de inserção. Esta
atenuação obtida está relacionada com a pressão que o protetor exerce sobre os dois lados da cabeça,
entretanto seu custo é mais elevado.

Existem também, os protetores que captam o som e emitem uma onda sonora igual ao som incidente
no ouvido, porém com defasagem de 180o, implicando no cancelamento do som incidente. Este sistema é
bastante eficiente para sons contínuos com frequências inferiores a 1.500 Hz. Como os demais protetores
auriculares são eficientes nas frequências médias e altas, a solução de protetores do tipo concha com
cancelamento ativo de ruído oferece excelente desempenho na redução da exposição ao ruído em diversas
situações.

Ressalta-se que a eficiência da utilização do protetor auditivo como medida de controle de ruído está
diretamente relacionada com a aceitação e conforto do usuário, pois o funcionário deve utilizar o protetor
durante toda a jornada de trabalho para que a redução da dose de exposição ao ruído seja máxima. Talvez
pela falta de informação a aceitação dos EPIs e reduzida, por isso é necessária a explicação nos canteiros de
obra sobre a sua importância e os malefícios que podem causar a sua saúde a não utilização.

Muitos dostrabalhadores da construção perdem sua audição lentamente, sem perceber, devido à
exposição excessiva ao ruído. Essa exposição não só causa danos ao aparelho auditivo como, também, pode
trazer aos trabalhadores cansaço e nervosismo, assim como enfermidades cardíacas, elevação da pressão,
insônia e outras.

Segundo NEITZEL et al. (2002), do Departamento de Saúde Ambiental da Universidade de


Washington, a exposição ao ruído foi reconhecida como um fator que causa uma perda de audição por
muitas centenas de anos. A Perda de Audição Induzida pelo Ruído (NIHL) está entre as doenças
profissionais mais prevalecentes na construção civil. Ela Acarreta consequências sérias às habilidades dos
profissionais para se comunicarem, dificultando o reconhecimento de advertências audíveis, podendo
conduzir as tensões no trabalho, somadas a um baixo nível de produtividade.

Os ruídos na construção civil provêm em grande parte dos equipamentos utilizados, que geram em
alta proporção o ruído impulsivo, presente em atividades como: bate-estacas, impacto devido à lascamentos,
processos de perfuração e retiradas de entulhos, entre outras. Níveis altos de ruído impulsivo podem causar
trauma acústico.

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MOURE (1998), em um estudo realizado em um canteiro de obra com 35 trabalhadores de uma
grande construtora, para avaliação do nível diário de exposição sonora, conclui que no emprego de protetores
auriculares ao longo da vida profissional, a sua atenuação acústica real é muito menor que a eficácia teórica
citada pelo fabricante.

As obras de construção civil acontecem em ambientes abertos, local que não proporciona condições
de isolamento sonoro, a não ser nos estágios finais da mesma, quando as atividades se tornam internas, como
no caso dos acabamentos.

Para DIAS e SLAMA (1998), torna-se necessário pesquisar novas metodologias, com a finalidade de
eliminar ou reduzir ao máximo a emissão de ruídos nos locais de trabalho, redigir normas e guias de
recomendações, abordar estratégias e medidas de luta contra o ruído e produzir estudos e previsões de ruído
nos locais de trabalho.

Segundo Seligman (1993), quem sofre de danos na audição tem problemas em se comunicar. Isso
acaba interferindo, sem dúvida, nas atividades sociais, no lazer, nas interações familiares, além das próprias
tarefas laborais. Assume-se uma auto-imagem negativa, levando à redução da qualidade de vida.

Consequentemente, dentre todas as enfermidades ocupacionais, a perda auditiva induzida pelo ruído
(PAIR) é a mais comum, especialmente entre os empregados da construção civil. No ambiente de trabalho
esse problema coloca o indivíduo diante de sérios riscos, pois sua capacidade auditiva fica seriamente
comprometida (RINGEN, 1994), progride antes mesmo de interferir na comunicação, diminui a qualidade de
vida e compromete a segurança pessoal (SEIXAS, 2002).

A situação nas regiões em desenvolvimento é ainda pior, pois menos esforços são dispensados para o
controle dessa situação. O setor da construção civil, afirma Maia (2001), emprega nas tarefas do dia-a-dia
máquinas cada vez mais velozes, operadas em ritmo acelerado. Como consequência, tornam o trabalho mais
ruidoso, causando perdas auditivas e outros efeitos em um número crescente de trabalhadores.

A PAIR manifesta-se em primeiro momento nos agudos, na faixa de 3.000 a 6.000 Hz. Nas baixas
frequências atinge perdas de até 40 dB e 75 dB nas altas(SILVA e COSTA, 1998). Aparece, normalmente,
depois de 03 anos de exposição e após 15 anos tende a se estabilizar nas altas frequências.

Algumas doenças causadas pela exposição excessiva aos ruídos são hipertensão e problemas
cardíacos, elas são exemplos de doenças que podem acarretar na dependência do uso permanente de
remédios. Além disso, pode comprometer o desempenho em leituras e a memória (WHO, 2001).

MELLO JR (1998) afirma: “o ruído industrial e as doenças ocupacionais dele decorrentes constitui
um objeto de estudo de grande relevância no âmbito internacional, devido às indenizações trabalhistas, a
redução da produtividade no trabalho e aos tratamentos médicos correlatos a tais doenças. Estes fatores
contribuem, anualmente, em bilhões de dólares para a diminuição do produto interno bruto de muitos países,
principalmente daqueles em desenvolvimento, bloco no qual o Brasil se encontra”.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução nº 1, de 8 de março de


1990, dispõe que os ruídos em níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10151:2000,
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, são prejudiciais à saúde e ao sossego público. O
CONAMA determina ainda que, na execução dos projetos de construção ou de reformas de edificações, o
nível de som produzido por uma delas não poderá ultrapassar os níveis estabelecidos pela NBR 10152:1987,
da ABNT.

A Resolução CONAMA nº 2, de 8 de março de 1990, institui o Programa Nacional de Educação e


Controle da Poluição Sonora – SILÊNCIO, e dispõe que os limites máximos de emissão poderão ter valores
mais rígidos fixados a nível estadual e municipal.

O Ministério do Trabalho e Emprego regulamenta as atividades no trabalho através de Normas


Reguladoras, relativas à segurança e medicina do trabalho. Dentre estas normas, estão as NR-9, NR-15 e
NR-17, que definem padrões e limites para exposição a ruídos.

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A NR-9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientes estabelece a obrigatoriedade da elaboração
e implementação por parte de todos os empregadores e instituições, do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais – PPRA, visando a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores.

Especificamente, a NR-15 - Atividades e Operações Insalubres - define critérios de insalubridade que


visam à proteção dos trabalhadores expostos ao ruído e fixa valores limites de tolerância para ruído contínuo
ou intermitente e ruído de impacto.

A NR-17 – Ergonomia define que nos ambientes nos quais haja solicitação intelectual e atenção
constante, os níveis de ruído devem estar de acordo com o estabelecido na NBR 10152:1987. Em caso de
não haver equivalência ou correlação com as atividades constantes em tal norma, o nível de ruído contínuo
ou intermitente aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB(A) e o nível para ruídos de impacto não
deverá exceder a 60 dB(C).

A FUNDACENTRO (2001) publicou a norma NHO 01 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao


Ruído - em substituição a antigas normas (NHT-06 R/E – 1985; NHT-07 – 1985; NHT-09 R/E – 1986), onde
as principais modificações e avanços são: o Trata tanto da avaliação da exposição ocupacional ao ruído
contínuo ou intermitente, quanto da avaliação ao ruído de impacto; o Introduz o conceito de nível de
exposição como um dos critérios para a qualificação e caracterização da exposição ao ruído e o conceito de
nível de exposição normalizado para interpretação dos resultados; o Adota o valor “3” como incremento de
duplicação de dose (q = 3 dB); o Considera a possibilidade de utilização de medidores integrados e de
medidores de leituras instantâneas.

Dentre as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionadas ao ruído,


destacam a NBR 10151:2000 – Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas Visando Conforto da Comunidade –
e a NBR 10152:1987 – Avaliação do Ruído Ambiente em Recintos de Edificação Visando o Conforto dos
Usuários, atualmente em revisão.

A NBR 10151:2000 fixa as condições exigíveis para a aceitabilidade do ruído em comunidade e


especifica um método para a medição, assim como as correções nos níveis medidos.

A NBR 10152:1987 fixa os níveis de ruídos em dB(A) compatíveis com o conforto acústico em
ambientes diversos bem como apresenta um método para avaliação espectral do ruído através das curvas NR
(Noise Rating) ou NC (NoiseCriteria).

OBJETIVOS

Neste contexto, este trabalho teve como objetivo desenvolver uma avaliação sobre o controle do
ruído nos locais de trabalho, por meio de ferramentas que permitiram predizer resultados sobre a elevada
atenuação dos níveis sonoros. Conscientizando os trabalhadores sobre os malefícios causados pela exposição
constante ao ruído, identificando os agentes motivadores e relacionando-os com a sua qualidade de vida.

MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia adotada neste estudo visou caracterizar os eixos teóricos-metodológicos do ruído na


construção civil. Além disto, foram identificados os potenciais níveis de ruídos em determinados locais de
um canteiro de obras em Macapá-AP. Permitindo a analise a partir de medidas realizadas com o
decibelimetro nos ambientes para viabilizar um tratamento acústico nas fontes sonoras, possibilitando
estabelecimento de diretrizes para tratamento acústico visando adequar os níveis de ruído às normas de
higiene ocupacional no canteiro de obras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No canteiro de obras observou-se aexistência de exposição ao ruído com valores superiores aos
aceitáveis para o conforto ambiental sonoro.Mesmo a empresa fornecendo para seus trabalhadores,
protetores auriculares, estes não se tornam suficientes para inibir o excesso de poluição presente em
determinados ambientes dos canteiros de obras, comparando com os permitidos pela NR-15.

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Podemos observar que a utilização dos protetores auriculares não é bem aceita pelos empregados
da empresa, por não saberem a importância desta medida de prevenção. Diante disto, observamos a
necessidade de divulgação e informação sobre a utilização de EPIs nos canteiros de obras.

Durante a pesquisa observamos as doses de ruídos em três ambientes: a sala de engenharia; o


refeitório e área de montagem de forma. Constatando que durante a montagem de forma o nível de ruído é
intenso.

NÍVEIS DE RUÍDO

NIVEL DE RUIDO PERMANÊNCIA(h) DR (Db)


LOCAL (Db)

SALA DE ENGENHARIA 71,3 08 horas 0,5

REFEITORIO 83,6 02 horas 0,19

MONTAGEM DE FORMA 97,6 08 horas 5,30

6
120
100
nível de ruido (dB)

80
60
40
20
0
SALA DE ENGENHARIA REFEITORIO MONTAGEM DE FORMA

Gráfico 01: Análise da Dose de Ruído em um canteiro de obra da construção civil,


locais que foram analisados.

5
DOSE DO RUÍDO (Db)

0
MONTAGEM DE
SALA DE ENGENHARIA REFEITORIO
FORMA
DR (Db) 0.5 0.19 5.3

Gráfico 02: Dose do Ruído nos locais analisados do canteiro de obras

Relação da quantidade de Tempo exposto ao ruído e o tempo permitido pela legislação, onde
podemos perceber que nos ambientes:

Sala de engenharia:

DR= 0,5 Db

Refeitório:

DR= 0,19 Db

Montagem de forma:

DR= 5,30 Db

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ANALISE DE RUÍDO NA SALA DE ENGENHARIA.

A coleta de dados foi feita às 16h31min no dia 07/03/2013. Neste horário a sala encontra-se com
vários funcionários efetuando o preenchimento de relatórios sobre o controle dos dados coletados em campo,
pelo período da manhã. Sendo o nível médio de ruído nesse horário de 71,3 db. Analisando a Dose do Ruído
(dR) obtemos o resultado de DR= 8/16 = 0,5, ou seja, a DR=0,5, então podemos concluir que a dose de ruído
é aceitável, não requer nenhuma consideração técnica, com uma atenção recomendada para controle ate o
momento desejável mais não prioritária.

Dessa forma podemos constatar que na salade engenharia o ruído esta aceitável não ocasionando
nenhum problema aos trabalhadores deste local.

ANALÍSE DE RUÍDO NO REFEITÓRIO

A coleta de dados foi feita às 07h03min no dia 12/03/2013. Neste horário o refeitório tá com um
fluxo de entrada e saída de pessoas, pois é o horário de encerramento do café da manhã servido pela
empresa. Tendo o nível médio de ruído de 83,6 db. Analisando a Dose de Ruído (DR), obtemos o resultado
de DR= 2/10,5 = 0,19, ou seja a DR=0,19, então podemos concluir que a dose de ruído é aceitável, não
requer nenhuma consideração técnica, com uma atenção recomendada para controle ate o momento desejável
mais não prioritária.

Nesse ambiente a dose de ruído se torna aceitável pelo fato de não permanecerem muito tempo no
refeitório. Em média permanecem 2h por dia impossibilitando assim um problema mais grave com o ruído
excedente.

MONTAGEM DE FORMA

A coleta de dados foi realizada às 07h50min no dia 11/03/2013. Neste horário se inicia a desforma
das placas em alumínio que forma as paredes da edificação, montadas e concretadas no dia anterior, onde a
principal ferramenta é o martelo e o saca flaquetas. Gerando um nível médio de ruído nesse horário de 97,6
db. Analisando a dose de Analisando a dose de Ruído (DR), obtemos o resultado de DR= 8/1,50 = 5,30, ou
seja, a DR=5,30, então podemos concluir que a dose de ruído é inaceitável, requer consideração técnica de
emergência, com uma atenção recomendada para controle imediata.

Observando esse valor da dose do ruído, constatamos que este ambiente requer medidas urgentes
para diminuir a exposição ao ruído destes funcionários que realizam a desforma, pois esse serviço pode
acarretar problemas graves para sua saúde.

Os protetores auditivos são equipamentos de proteção individual que visam diminuir a dose de
exposição ao ruído para o trabalhador. A eficiência do protetor e seu funcionamento dependem de suas
características e das características do usuário (GERGES, 2000).
A redução do ruído para os trabalhadores da desformar pode ser alcançada através de soluções
técnicas para diminuição de ruído no ambiente, ou então, caso a engenharia de controle de ruído não seja
suficiente, pela adoção de equipamentos de proteção individual – EPIs – e/ou medidas administrativas, como
por exemplo, a diminuição da jornada de trabalho, alternância de posto de trabalho, dentre outros.

Podemos reduzir também o ruído na fonte, na trajetória ou no receptor para diminuir seus impactos
com a exposição excessiva. Podendo optar-se por modificações nas máquinas, no ambiente de operação das
mesmas, ou então, por modificações de layout. A escolha da melhor estratégia de controle de ruído envolve
aspectos econômicos e sociais, e deve ser efetuada buscando encontrar a solução que resulte no melhor
custo-benefício.

Quando a atenuação do ruído na fonte sonora ou na trajetória do ruído for tecnicamente inviável,

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pode-se adotar o controle de ruído no receptor onde, geralmenterestringem-se ao uso de protetores
auriculares individuais pelos trabalhadores. Porem a utilização destes EPIs, além do desconforto e de
dificultar a comunicação entre os usuários,devem ser considerados a última alternativa para o problema do
ruído.

MOURE (1998), em um estudo realizado em um canteiro de obra com 35 trabalhadores de uma


grande construtora, para avaliação do nível diário de exposição sonora, conclui que no emprego de protetores
auriculares ao longo da vida profissional, a sua atenuação acústica real é muito menor que a eficácia teórica
citada pelo fabricante.
Considera-se que nas regiões em desenvolvimento menos esforços são dispensados para o controle
do ruído. O setor da construção civil, afirma Maia (2001), emprega nas tarefas do dia-a-dia máquinas cada
vez mais velozes, operadas em ritmo acelerado. Como consequência, tornam o trabalho mais ruidoso,
causando perdas auditivas e outros efeitos em um número crescente de trabalhadores.

Podemos considerar que o ideal para diminuição do ruído na construção civil seria o revezamento de
setor, diminuindo a exposição dos funcionários a partir da troca entre eles, ou o investimento em protetores
auriculares de qualidade visando a diminuiçãodos danos causados pela exposição excessiva ao ruído.
Analisando que os danos causados pela poluição sonora são muito sérios, todos os trabalhadores das obras
tem o direito de conhece-los e devem ser orientados corretamente sobre as medidas preventivas a serem
tomadas para diminuição de problemas de saúde ocasionados pelo ruído e a prevenção sobre PAIR (Perda
Auditiva Induzida pelo Ruído)

CONCLUSÃO

Este estudo abrangeu informações sobre o nível de ruído presente em uma construção civile os
problemas por ele acarretados na saúde dos trabalhadores dessas obras. Os dadoslevantados mostram que,
em todas as atividades do canteiro de obra, existem fontes geradoras deruídos produzidos por máquinas,
equipamentos e procedimentos, que geram níveis de ruído quepodem afetar a saúde dos trabalhadores destes
locais.

Um fator de destaque observado é a percepção auditiva dos trabalhadores no canteiro de obra,que


demonstraram estar habituados aos altos níveis de ruído. A falta de consciência e odesconhecimento da
gravidade dos efeitos que a exposição prolongada a níveis elevados de ruídotraz à saúde dos operários
agravam e contribuem para a não prevenção nos locais de trabalho, fazendo-se necessário um programa de
educação e conscientização para os trabalhadores emgeral da construção civil.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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