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CONSERVATÓRIO PERNAMBUCANO DE MÚSICA

Apresentação:
O CPM possui hoje cerca de 1.250 alunos, e um corpo docente formado por 95
professores. Funciona atualmente em dois prédios (sede e anexo), oferecendo cursos regulares
(Iniciação Musical, Preparatório e Curso Técnico em Instrumento e Canto) e Cursos de Extensão
(Livres). Promove, também, a reciclagem periódica dos seus mestres, com vistas à melhoria da
qualidade de ensino. Numerosos eventos, com artistas de alto nível, são realizados em seu auditório,
permitindo ao seu alunado assistir e participar de concertos, que, além de enriquecerem a vivência
curricular, reelaboram o gosto musical dos jovens aprendizes dos mais variados instrumentos. O
CPM possui uma Biblioteca, o Memorial Ernani Braga, e um estúdio de gravação; oferece cursos
nas seguintes áreas de Cordas (violino, violoncelo, contrabaixo, violão erudito, violão popular,
cavaquinho, bandolim e baixo elétrico), Percussão (bateria e percussão erudita), Sopro (trompete,
trombone, trompa, saxofone, fagote, clarinete, flauta transversa e flauta doce), Teclados (piano
erudito, piano popular, teclado, órgão e cravo) e Canto.

Histórico:
O professor e maestro Ernani Braga, liderando outros ilustres músicos da época,
desenvolveu uma campanha em prol da criação do Conservatório Pernambucano de Música, como
um meio de elevar o nível de ensino da música, através da educação musical. Ele não entendia
como Recife - capital aberta às grandes iniciativas culturais e com uma plêiade numerosa de
músicos - não tivesse um estabelecimento de ensino do gênero, dispondo de tão grande potencial
docente.
O deputado Arruda Falcão quis ser o intérprete deste grupo e apresentou o projeto de
criação do Conservatório Pernambucano de Música à Assembléia Legislativa, onde foi aprovado.
Com sede na cidade do Recife, a sua fundação deu-se em 17 de julho de 1930 e seria administrado
pelo Diretor - o maestro Ernani Braga - e pela Congregação dos Catedráticos, todos em caráter
definitivo.
O vocábulo "conservatório", na acepção específica de escola de música, provém da
cidade de Nápoles na Itália, onde o padre espanhol Juan de Tapia, em 1537, fundou o Conservatório
Della Madona de Loreta que recolhia crianças abandonadas, conseguindo excelentes resultados na
sua educação por meio do ensino da música, além de integrá-las à comunidade através da arte.
No primeiro Estatuto do Conservatório Pernambucano de Música, aprovado pela
Congregação dos Catedráticos em 1º de agosto de 1930, constavam os seguintes objetivos da
entidade:

1) difundir o ensino teórico e prático da música, acessível a todas as classes sociais;


2) criar uma biblioteca e um museu da música;
3) formar o orfeão e a orquestra do Conservatório.

Iniciava o Conservatório as suas atividades oferecendo cursos de teoria e solfejo, canto


coral, harmonia, piano, violoncelo e canto harmônico, sendo as disciplinas teóricas, de canto coral e
harmonia, ministradas coletivamente e as disciplinas de instrumento e canto lecionadas
individualmente. Recife via no fardamento verde dos alunos do Conservatório o acesso a uma arte
que, até então, era privilégio da burguesia. Entretanto, as audições dos alunos aconteciam no sempre
lotado Teatro de Santa Isabel, para um público elitizado.
O Estatuto tratava, das inscrições e formas de admissão, dos exames, dos concursos e
diplomas, dos deveres dos alunos, do corpo docente, das competências da Congregação e do
Diretor.
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O Conservatório funcionava em prédio alugado, situado na esquina da rua Riachuelo
com a rua da União, ponto central da cidade e de fácil acesso aos alunos e professores.
Outro Estatuto, aprovado em janeiro de 1937, determinava que o ensino da música
ministrado no Conservatório fosse orientado pelo Instituto de Música do Rio de Janeiro e criava os
cursos de Ginástica Rítmica e Danças Clássicas a serem oferecidos em anexo ao Conservatório.
Determinava também que, após 3 (três) anos de teoria e solfejo, o aluno freqüentaria as aulas de
Harmonia, não podendo diplomar-se nos cursos de Instrumento e Canto, sem ter cursado, no
mínimo, o primeiro ano dessa disciplina.
Através da Portaria nº 202, de 09 de março de 1941, do Secretário do Interior, foi
aprovado o Regulamento que mantinha os objetivos iniciais do Conservatório, inclusive aqueles que
visavam criar uma biblioteca e um museu de música e formar o orfeão e a orquestra, podendo-se
inferir que, após quase 11 (onze) anos de funcionamento, estes objetivos não haviam sido
alcançados.
Quando Pernambuco sofreu intervenção federal, o interventor Governador Agamenon
Magalhães nomeou nova Diretoria e, em 22 de março de 1941, transformou a entidade em
Autarquia Administrativa - Conservatório Pernambucano de Música, através do Decreto nº 603,
vinculando-a à Secretaria do Interior.
Os cursos ministrados permaneciam os mesmos, acrescidos, apenas, do curso de
História da Música. O regulamento inovava em relação aos cursos de extensão e aperfeiçoamento a
serem oferecidos fora do horário dos cursos regulares.
O regulamento ainda normatizava sobre: 1) o regime disciplinar discente; 2) as
competências da Congregação e do Diretor Presidente; 3) o quadro de pessoal docente e o concurso
de provimento dos cargos; 4) a escrituração escolar; 5) a conservação do acervo da Biblioteca; 6) as
penalidades para os funcionários; 7) a origem dos recursos e o regime financeiro; 8) e a organização
do patrimônio.
Ainda no ano de 1941, foi oficializada a criação da Orquestra Sinfônica do Recife, e
organizada pelo Governo do Estado com a colaboração do Conservatório, da Força Policial, da
Rádio Clube de Pernambuco e do Sindicato dos Músicos.
Assim organizado, o Conservatório prossegue suas atividades, com a gestão do Maestro
Cussy de Almeida desde 1967 (num período onde foram criados a Orquestra Armorial de
Pernambuco e o Estúdio de Gravação), até que em 14 de fevereiro de 1968, pelo Decreto nº 1.490 o
então Governador do Estado Dr. Nilo de Souza Coelho aprovava outro Regulamento que estabelecia
como finalidade do Conservatório a incrementação do bom gosto musical e a difusão e
popularização do ensino teórico e prático da música, nos níveis elementar e médio, para todas as
classes sociais.
O regulamento previa cursos de Iniciação Musical, Ginástica Rítmica (nunca
implantado), Teoria e Solfejo, Canto, Canto Coral, Harmonia e História da Música, Piano, Violino,
Viola, Violoncelo, Contrabaixo, Flauta, Oboé, Clarinete, Fagote, Trompa, Trompete, Trombone e
Percussão.
Previa a organização de:
a) um quarteto de cordas - para incrementar o gosto pelo estudo da música de Câmera (nunca
formado);
b) um coral estadual com repertório religioso, erudito, folclórico e popular (nunca
implantado);
c) uma banda de música infanto-juvenil (formada anos depois, e funcionando em períodos
esparços, sob o comando de alguns regentes, professores da casa);
d) festivais e concursos regionais e nacionais de música erudita e popular.
Regulamentava sobre a inscrição e admissão aos cursos, a sistemática de ensino, o
custeio, os exames e diplomas, o corpo discente, docente e a administração do Conservatório, que
se desdobrava em Diretor Presidente e Diretor Superintendente. O Regulamento criava os seguintes
órgãos: Secretaria, Assessoria Técnica e Assessoria Jurídica.
Pelo Decreto nº 2.297, de 04 de fevereiro de 1971, do mesmo Governador Dr. Nilo
Coelho, extinguiu-se o cargo de Diretor Presidente.
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O Conservatório Pernambucano de Música, atualmente está vinculado à Secretaria de
Educação e Cultura do Estado.
Para atender as novas demandas internas e externas do ensino musical, o Conservatório
entrou em nova fase de reestruturação organizacional, em agosto de 1989, buscando adequar-se à
nova realidade e aos desafios que, no final de século por certo, haveriam de surgir, passando por
uma ampla reforma administrativa e pedagógica concluída em 1990, cujo envolvimento dos
professores e dos profissionais de música na condução dos trabalhos constituiu o elemento de maior
força criativa na concepção de novo modelo organizacional.
Os produtos normativos obtidos desta reforma administrativa foram:
I - O ESTATUTO que abordava as finalidades da instituição; a questão democrática viabilizada pelo
Conselho Deliberativo com representantes de todos os segmentos da comunidade conservatoriana;
os princípios organizacionais; as diretrizes pedagógicas dos cursos regulares, de extensão, de
aperfeiçoamento e livres; e o regime financeiro.
II - O REGIMENTO GERAL - que tratava da estrutura organizacional do Conservatório; da
organização e funcionamento dos cursos; dos direitos e deveres dos corpos discente, docente,
técnico, administrativo e dos profissionais de música; e do regime disciplinar;
III - O MANUAL DE ORGANIZAÇÃO com as atribuições de todas as unidades da estrutura do
Conservatório;
Na gestão do Maestro Henrique Gregori, foram criados os concertos “Quartas
Musicais”.
Na primeira gestão da Profa. Elyanna Silveira Varejão, foi adotado o Projeto Suzuki,
criada a Biblioteca Henrique Gregori, e realizado em 1990 o primeiro concurso público para
contratação de professores através da Secretaria de Educação.
Na gestão do Maestro Clovis Pereira, o prédio vizinho ao CPM foi adquirido, e várias
salas de aula foram criadas.
Em 1994 foi realizado um Concurso Público para provimento das vagas surgidas após a
aprovação do novo quadro de professores e funcionários do CPM, na segunda gestão do maestro
Cussy de Almeida, os quais foram contratados diretamente para a instituição, diferente de anos
anteriores, onde todos os concursados passavam a ser ligados à Secretaria de Educação, e
encaminhados à disposição do Conservatório. O projeto Suzuki foi estendido à comunidade do Alto
do Céu.
Na segunda gestão da pianista Elyanna Caldas, foi proposta a inclusão dos cursos
regulares de música para formação do profissional-artista do nível médio do CPM, na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, apresentada ao Deputado Federal Carlos Vasconcellos
para defende-la na Câmara Federal. Em 1997, empreendeu-se uma reforma pedagógica nos cursos
do Conservatório, coordenada pela Professora Jussiara Albuquerque Corrêa de Oliveira, então
Diretora do Departamento de Teoria Musical, para ajustar o ensino profissionalizante de música
promovido pelo CPM, à Lei 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Além disso
foi criada a Orquestra de Câmara do CPM e integrados outros grupos como representativos da
instituição, entre eles o Sa Grama, o Quartetóide, o Trio Sonata e o Allegretto.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB desvinculou a educação
regular do ensino profissionalizante e o MEC criou o Programa de Expansão da Educação
Profissional - PROEP, com vistas a implementar as reformas da educação profissional no Brasil. A
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, e a atual Presidência do CPM, conseguiram a
aprovação do MEC para um projeto que fará do Conservatório Pernambucano de Música - CPM,
um dos Centros de Educação Profissional do Brasil na área de música, oferecendo cursos em todos
os níveis: da iniciação ao curso técnico de música.
Em 2003, o Governo do Estado tendou através do Projeto de Lei Complementar
1388/2003, no seu art. 53, tranformar o CPM em Organização Social, o que levaria a uma
privatização da casa, e sua consequente extinção. Através de uma forte pressão política realizada
pela comunidade da instituição, contando inclusive com abaixo assinado com mais de 5.000
assinaturas, uma movimentação principalmente dos professores e do ex-dirigente da escola,
Maestro Cussy de Almeida, e um forte envolvimento de vários deputados, o Conservatório foi
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poupado, e transformado em Superintendência, deixando seu quadro próprio para ingressar na folha
salarial da Secretaria de Educação do Estado.
Em 2005, foram inauguradas após mais de dois anos de obras, as novas instalações da
sede, com dezenas de salas num primeiro andar e uma dependência para ensaios.
Finalizando, ocuparam o cargo de Direção da instituição,
a) Ernani Braga - fundador (1930 - 1939)
b) Manoel Augusto dos Santos (1939 - 1967)
c) Cussy de Almeida (1967 - 1979)
d) Henrique Gregori (1979 - 1983)
e) Clóvis Pereira dos Santos (1983 - 1987)
f) Elyanna Silveira Varejão (1987 - 1990)
g) Cussy de Almeida (1991 - 1994)
h) Elyanna Silveira Varejão (1995-1998)
i) Jussiara Albuquerque C. de Oliveira - desde 1999

Fontes : página eletrônica do CPM (http://www.conservatorio.pe.gov.br/ em 16/02/2005, às


22:42 h); consulta a documentos da Escola e ao Prof. e pesquisador Sérgio Barza.

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