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Brasil
2019
Fábio de Moura Barros
Brasil
2019
Fábio de Moura Barros
ESTUDO SOBRE MIGRAÇÃO ENTRE SOFTWARES DE GESTÃO DA
MANUTENÇÃO/ Fábio de Moura Barros. – Brasil, 2019-
45 p.
CDU 02:141:005.7
Fábio de Moura Barros
Brasil
2019
Agradecimentos
HH Homem Hora
JIT Just-In-Time
MO Mão de Obra
MP Manutenção Planejada
OM Ordens de Manutenção
RH Recursos Humanos
SQL Structured Query Language
TI Tecnologia da Informação
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 Considerações iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Justificativa do tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Descrição do problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4.1 Objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.5 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 A manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1 A evolução da manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.1 Primeira geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1.2 Segunda geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1.3 Terceira geração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Tipos de manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.1 Corretiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.2 Preventiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2.3 Preditiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3 Sistemas de gestão de manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3 Gestão da Manutenção Assistida por Computador (GMAC) . . . . . . . . . 21
3.1 Sistemas de gestão de ativos empresariais (EAM) . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2 Sistemas integrados de gestão empresarial (ERP) . . . . . . . . . . . . . . 25
4 Revisão de planos de manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.1 Descrição da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.2 Metodologia TIMI de revisão de planos de manutenção . . . . . . . . . . . 28
4.2.1 Macro HouseKeeping (MHK) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2.2 Elaboração dos textos descritivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.3 Nivelamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.2.4 Auditoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1
1 Introdução
de cada cliente. Como resultado, não poderiam ser facilmente implantados em outro
lugar. Contudo, com o passar dos anos, padrões computacionais foram definidos (ex. MS
DOS, Windows, SQL) e, assim, a possibilidade do desenvolvimento de softwares de gestão
de manutenção/empresarial genéricos, reunindo as melhores práticas de negócios, que
poderiam ser aplicados a qualquer organização, sendo necessário realizar apenas pequenas
personalizações.
Então, no início dos anos 90, despontaram no mercado softwares com capacidade
de abarcar o gerenciamento de manutenção dos mais variados tipos de organizações, os
sistemas EAM (Enterprise asset management). Concomitantemente, tornou-se viável a
integração dos sistemas de informação de vários departamentos diferentes, dando origem aos
sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), que vieram a ganhar maior popularidade
no final dos anos 90, início dos anos 2000. Desde então, organizações em todo o mundo
mudaram suas estratégias de tecnologia da informação, comprando pacotes de software
prontos para uso ao invés de desenvolver sistemas de TI internamente e também realizando
a migração dos seus sistemas legados para sistemas adquiridos.
Entretanto, para se manterem atualizadas e competitivas, as organizações se veem
forçadas a atualizar seus sistemas de TI. Conforme o mercado desses softwares avança, de
tempos em tempos, um concorrente específico se apresenta mais promissor ou adequado
para determinado setor industrial ou tipo de organização, pressionando, assim, as empresas
deste ramo a migrar, na busca de utilizarem os melhores recursos de gerenciamento
disponíveis.
Contudo, a migração entre softwares de gerenciamento é um projeto que exige
muitos recursos, comprometimento e grandes mudanças em todo os setores envolvidos. Para
que o novo sistema implantado seja utilizado de maneira efetiva e eficiente, justificando
todos os recursos despendidos no processo de migração, se faz necessária a reengenharia,
em maior ou menor profundidade, de praticamente todos os processos organizacionais
abrangidos.
No caso da função manutenção, os planos de manutenção planejada (MP), responsá-
veis por gerar as ordens de manutenção periódicas, que incluem as intervenções preventivas
e as inspeções preditivas, são amplamente impactados quando há uma migração entre
software de gestão de manutenção. Seja esta migração entre softwares de mesma categoria
(ex. EAM para EAM) ou entre softwares de categorias diferentes (ex. EAM para módulo
ERP). Além disso, a migração deve ser breve, em função da organização não suportar dois
sistemas de gestão por muito tempo.
O modelo de gestão empregado pelo novo sistema implantado é, obviamente, em
alguns ou muitos pontos, diferente do anterior, causando assim discordâncias que impedem
uma migração simples e sem percalços. Como a estrutura dos bancos de dados entre sistema
são díspares, costuma-se ter um cenário pós migração muito deficiente, normalmente com
4 Capítulo 1. Introdução
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo geral
Descrever a metodologia utilizada pela TIMI no processo de revisão de planos de
manutenção planejada.
2 A manutenção
equipamentos.
Novas expectativas
ordem de magnitude à dependência da integridade das instalações - uma que vai além do
custo e se torna uma questão simples de sobrevivência organizacional.
Novas pesquisas
Além de maiores expectativas, novas pesquisas estão mudando muitas das crenças
mais básicas sobre tempo de operação e falha. Em particular, nota-se menor conexão entre
a idade de operação da maioria dos equipamentos e a probabilidade de falha.
No entanto, ainda segundo Moubray (1992), pesquisas de terceira geração revelaram
que não um ou dois, mas seis padrões de falha realmente ocorrem na prática. Uma das
conclusões mais importantes a emergir destas pesquisas é uma percepção crescente de que,
embora possam ser feitas exatamente como planejadas, muitas tarefas da manutenção
tradicional não são eficazes, enquanto outras chegam a ser contraprodutivas e até mesmo
perigosas. Isso é especialmente verdadeiro em tarefas realizadas em nome da manutenção
preventiva. Por outro lado, muitas outras tarefas, essenciais para a operação segura de
sistemas industriais complexos, não aparecem nos programas de manutenção.
A figura 2 ilustra em gráficos probabilidade x tempo os padrões de falha levados em
consideração por cada uma das três gerações.
Novas técnicas
Contudo, outros autores tem uma definição mais abrangente da manutenção corre-
tiva, incluindo os casos em que não é necessário chegar até a falha para que a manutenção
ocorra. Quando o desempenho de algum equipamento ou sistema está comprometido, a
manutenção que tem como intuito restaurar o desempenho original, é considerada uma
manutenção corretiva.
Para Kardec e Nascif (1999), a atuação em um equipamento ou sistema para correção
de falha ou para ajuste de desempenho é caracterizada como manutenção corretiva, pois
esta tem como função corrigir para o estado inicial sua atuação. Desta forma, a manutenção
corretiva não é apenas a manutenção de emergência.
Kardec e Nascif (1999) dizem que são dois os cenários possíveis que levam à
manutenção corretiva:
• Situação de falha.
Este tipo de manutenção é exercida quando existe uma preparação anterior à ação
de manutenção corretiva. Ocorre, por exemplo, quando o gestor decide que o equipamento
deve funcionar até a falha, ou antes da falha, com a identificação de uma perda de
desempenho, através de um acompanhamento preditivo. Otani e Machado (2008) ainda
atentam para o termo planejado, acentuam que tudo o que é planejado tem a tendência
de se tornar mais seguro, rápido e barato.
Para Kardec e Nascif (1999), tendo em vista que uma atividade planejada é
sempre mais barata, mais rápida e mais segura do que uma atividade não planejada,
esta será sempre de melhor qualidade. Esta vantagem da manutenção corretiva planejada
é proporcional à qualidade da informação fornecida pela inspeção do equipamento em
questão.
Até quando deixar o equipamento em operação até que a falha aconteça, esta é
uma decisão consciente do gestor e atitudes devem ser tomadas previamente, para que
a equipe esteja preparada quando a falha ocorrer. Pode-se mencionar, por exemplo, o
preparo de um Kit de reparo rápido, ou ter em estoque um equipamento idêntico ao que
está com os dias contados.(KARDEC; NASCIF, 1999)
Ainda para o mesmo autor, substituir uma política de manutenção corretiva não
planejada por uma planejada acarretaria nos seguintes fatores:
• Ter mão de obra com o aparato necessário para a realização dos serviços, que também
podem ser terceirizados.
2.2.2 Preventiva
Consta na norma NBR5462 ABNT (1994, p.7): "Manutenção preventiva é aquela
efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada
a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item".
Bertsche (2008) identifica as práticas de manutenção preventiva como métodos de
manutenção que são realizados a um tempo predeterminado ou com periodicidade definida,
após certa quantidade de horas de operações.
Para Kardec e Nascif (1999), são consideradas ações de manutenção preventiva
aquelas que são realizadas obedecendo um plano elaborado previamente, baseado em
intervalos de tempo definidos, como forma de refrear ou impedir falhas e quedas de
desempenho nos equipamentos e sistemas.
De modo oposto à política de manutenção corretiva, a política de manutenção
preventiva busca evitar ao máximo que falhas aconteçam, isto é, busca prevenir falhas. A
adoção da política de manutenção preventiva é imprescindível em determinados setores,
onde o fator segurança é preponderante, como por exemplo o setor aeronáutico.(KARDEC;
NASCIF, 1999)
Pelas palavras de Monchy (1989, p. 39), os objetivos visados pela adoção de uma
política de manutenção preventiva são:
Serviço: Métodos para a conservação do estado nominal, por exemplo, calibrações, ajustes,
limpeza, substituição dos lubrificantes e meios de resfriamento.
Inspeção: Métodos para a definição e avaliação da situação atual, por exemplo, inspe-
ção de corrosão, desgastes, vazamentos, conexões soltas, podendo ser periódico ou
contínuo por medição e análise.
• Falha humana.
• Falha de sobressalentes.
2.2.3 Preditiva
Consta na normal NBR5462 ABNT (1994, p.7): "Manutenção preditiva é aquela que
permite garantir uma qualidade de serviço desejada, com base na aplicação sistemática de
técnicas de análise, utilizando-se de meios de supervisão centralizados ou de amostragem,
para reduzir ao mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva".
2.2. Tipos de manutenção 17
a manutenção é direcionada pelo risco de uma falha ocorrer e tem como objetivo a busca
da redução do risco global do equipamento produtivo. Os maiores esforços de manutenção
concentram-se nos subsistemas onde o risco é alto ou médio, minimizando os esforços
em áreas de menor risco, com o intuito de diminuir o escopo de trabalho e os custos, de
uma maneira estruturada e justificada. O valor do risco calculado quantitativamente é
o fator utilizado para elencar ações de manutenção e inspeções. A implantação do RBM
sugere reduzir a chance de alguma falha inesperada culminar em um acidente, ambiental
ou humano.(FUENTES, 2006)
21
dos aplicativos atuais. Com o passar dos anos surgiram no mercado softwares genéricos, que
após pequenos ajustes poderiam ser aplicados a qualquer organização. No início, haviam
líderes claros, mas com o tempo as melhores características de cada produto se tornaram
padrão, os fornecedores se consolidaram e o processo de seleção se tornou mais complexo.
(CAMPBELL; JARDINE; MCGLYNN, 2011)
Desde que sua infraestrutura de hardware seja suficientemente robusta (por exem-
plo, largura de banda, confiabilidade, desempenho), pode-se implantar alguns produtos
CMMS/EAM completamente por meio de um navegador da Web padrão. As vantagens
incluem: controle de versão, máquinas de desktop potencialmente menores (menos potentes
e, portanto, mais baratas) e facilidade de expansão. O escopo dos principais aplicativos de
gerenciamento de manutenção é muito amplo, incorporando módulos para as seguintes
funções: (CAMPBELL; JARDINE; MCGLYNN, 2011)
• Finanças: contas contábeis, contas a pagar, contas a receber, ativos fixos, custeio
baseado em atividades, orçamentos;
i Equipamento em funcionamento
Rotas sensitivas: rotas de inspeção que não necessitam de instrumentação,
apenas o uso dos sentidos humanos (escutar, enxergar, sentir).
ii Equipamento parado
Manutenção preventiva: abertura de equipamentos para troca ou inspeção de
componentes internos, lubrificações que necessitam de equipamento parado.
• Revisão de frequências
Normalmente, as frequências de manutenção sugeridas pelos softwares de gestão
da manutenção usam base semanal. No SAP, as frequências sugeridas são: 1S, 2S,
4S, 12S, 24S e 48S (7, 14, 28, 84, 168 e 336 dias). A base semanal de frequências
faz com que as atividades sempre caiam no mesmo dia da semana, impedindo que
32 Capítulo 4. Revisão de planos de manutenção
Exemplos:
048s MANT PREV ELE #OF C-34E-04
Manutenção preventiva elétrica anual na correia C4 com envio de material para
oficina.
024S MANT PREV MEC #EX E-34E-01A
Manutenção preventiva mecânica semestral na UH do filtro A com envio de material
para a um serviço externo.
048s MANT PREV LEG #OF PSV-34E-01A
Calibração anual na PSV do acumulador hidráulico do filtro A. O LEG indica que é
um item de legislação (obrigatório NR13).
É válido ressaltar que, nas organizações onde esta metodologia já foi aplicada,
a equipe responsável pela manutenção preventiva também executa pequenas rotas de
4.2. Metodologia TIMI de revisão de planos de manutenção 33
inspeção, sem utilizar ferramentas de medição, apenas procurando com os sentidos (audição
e visão) condições inapropriadas de funcionamento, como por exemplo um rolamento
ruidoso. Essa prática é chamada de rota sensitiva, e se difere das rotas preditivas por
não coletar dados mensuráveis. Por estarem sob a responsabilidade da mesma equipe, as
rotas sensitivas são cadastradas no sistema da mesma forma que planos de manutenção
preventiva. A duração das rotas é definida com base em conhecimento tácito.
Concluída esta etapa, tem-se definido como será a grade de manutenção preventiva
da disciplina que está sendo trabalhada, em relação a quais ativos terão planos, quais
terão rotas e quais serão as frequências destes planos e rotas.
ii Corpo: Bloco textual onde constam as atividades a serem realizadas pela equipe
de manutenção. Organizadas em Tarefa, Ponto e Instrução, as atividades do Texto
Corpo são acompanhadas por um checklist a ser preenchido por seu executor, para
que fique registrado e ao alcance do gestor se a tarefa foi: realizada; não realizada;
realizada com anomalia. Nos dois últimos casos se deve informar, no espaço reservado
para tal, o motivo da não execução ou a anomalia identificada.
4.2. Metodologia TIMI de revisão de planos de manutenção 35
• Tarefa: composta por sentenças com verbos no infinitivo, indica a ação a ser
realizada. Exemplos: ajustar, conectar cabos do motor, inspecionar, limpar,
medir resistências, substituir, checar nível de lubrificante.
• Ponto: diretamente relacionado a tarefa, indica em qual área, aspecto ou
componente do ativo a tarefa deve ser executada. Exemplos: conservação e
pintura, aterramento, nível de óleo lubrificante, vibração anormal, conexões
pneumáticas.
• Instrução: o que de relevante deve ser levado em consideração para a execução
da tarefa (pode conter mais que uma linha). Traz informações adicionais ao
Ponto e Tarefa, como medidas de referência, detalhamentos, cuidados a serem
tomados, atitudes a serem tomadas e etc. Exemplos: lubrificação das partes
móveis, remover resíduos da manutenção, substituir 1200 litros de óleo, filtrar
óleo por 60 minutos, atentar para não inverter sequência de cabos, garantir
especificações de projeto.
Além disso, critérios para o preenchimento dos campos são sugeridos ao usuário da
planilha, como utilizar em "Tarefa", sempre que possível, apenas uma palavra, sendo
esta um verbo no infinitivo (ex. limpar vs fazer limpeza).
36 Capítulo 4. Revisão de planos de manutenção
iii Rodapé: O mais simples dos três blocos, os presets de rodapé podem conter: espaço
para sugestões e notas de observação sobre o andamento do serviço; informações
de conduta frente a situações adversas; informações sobre o plano de manutenção
gerador da OM, como: tipo do plano, autor, data de criação, revisor e etc.
Um exemplo de rodapé é apresentado abaixo na figura 13:
4.2.3 Nivelamento
Na etapa de nivelamento se procura distribuir a demanda de mão de obra, ao longo
dos dias, da maneira mais uniforme possível. Tradicionalmente, a atividade de revisão de
planos se limita a definição do tipo de manutenção (preventiva ou rota), da frequência,
da duração das atividades e dos roteiros de manutenção. Feito isso, coloca-se a massa de
dados no sistema e este inicia, de forma sistemática, a geração das OM semanais. Contudo,
como durante o cadastramento se definem datas aleatórias para o início de ciclo dos planos,
o que se tem na prática é uma consequente demanda de mão de obra desbalanceada, que
implica em uma geração alta de back log (atividades pendentes), por falta de MO para o
cumprimento das atividades programadas para as semanas mais carregadas.
Outro fato a ser considerado é que, por vezes, a demanda de MO gerada pela revisão
de planos é superior a MO disponível nos centros de trabalho. Uma vez que a implantação
38 Capítulo 4. Revisão de planos de manutenção
4.2.4 Auditoria
Assim como o nivelamento, na maioria das vezes, não há preocupação das equipes
de revisão de planos com o legado desta atividade. A auditoria, que se trata da comparação
de dados entre o software de gestão da manutenção e as planilhas, se faz necessária por
dois motivos:
5 Considerações Finais
5.1 Conclusões
Primeiramente, este trabalho contemplou diversos aspectos da manutenção, com o
intuito de contextualizar a metodologia de revisão de planos de manutenção desenvolvida
pela TIMI, identificando assim, quando e onde a metodologia pode ser aplicada. As práticas
descritas neste trabalho, definidas pela metodologia, são de grande valor pois são permeadas
por paradigmas importantes do meio industrial, essenciais para o bom funcionamento de
qualquer grande organização, como simplificação, padronização, automação, verificação e
documentação dos procedimentos realizados.
A metodologia aponta os pontos críticos do processo de revisão de planos de
manutenção e apresenta soluções flexíveis, podendo ser adaptadas à realidade na qual
serão aplicadas. Contudo, para cada passo da metodologia, há uma sugestão de solução
já aplicada e funcional. Dentre as práticas descritas, podem-se ressaltar: i) A revisão
de frequências: as frequências sugeridas permitem que o ciclo inteiro de manutenções se
repita a cada 48 semanas; ii) A padronização dos títulos das atividades: exibe de forma
fácil, simples e padronizada as principais informações sobre a atividade em questão; iii) A
elaboração de textos descritivos a partir de presets: agiliza e padroniza o processo árduo
de produção de textos e reduz drasticamente a probabilidade de erros; iv) A divisão das
instruções das tarefas de manutenção em Tarefa, Ponto e Instrução: permite instruções
padronizadas, simples e assertivas; v) O nivelamento da MO: imprescindível para que
o planejamento de manutenção possa ser executado, sem esta etapa todo o processo de
revisão seria em vão. Tornaria-se, pois, impossível colocar em prática as datas estipuladas
para as atividades de manutenção; vi) A auditoria: permite a documentação do serviço
realizado, serve como backup e como amostra para comparação com revisões futuras,
viabilizando a melhoria contínua do processo.
A metodologia TIMI de revisão de planos de manutenção indica os caminhos a serem
seguidos. Contudo, pontos cruciais do processo de revisão são baseados em conhecimento
tácito da equipe de manutenção da organização onde será aplicada, como por exemplo a
estimativa do valor HH necessário para cada atividade, ou a duração das rotas sensitivas.
Desta forma, quanto mais conhecedora dos processos internos for a equipe de manutenção,
melhor e mais definitivo será o resultado obtido com a aplicação da metodologia.
43
Referências