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Neste artigo utilizo parte do material coletado durante a pesquisa realizada para a elaboração de um
Diagnóstico sobre o quadro da Intolerância Religiosa no Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi
solicitada pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro e foi
realizada entre os meses de novembro de 2010 e junho de 2011. Para a coleta de dados contei com a
preciosa colaboração de Janayna Lui, doutora em Antropologia pelo PPGSA/UFRJ.
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Professora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal Fluminense. Integrante do CEVIS e
da Rede de pesquisadores luso brasileiros de arte urbana. Colaboradora do ISER.
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Foram entrevistados: autoridades do sistema judiciário (promotor e delegado integrantes da Comissão de
Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro); lideranças religiosas que militam pelo respeito à
liberdade religiosa em âmbito local e nacional; estudiosos do tema. Foi convidado a nos conceder
entrevista o presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, mas o convite foi negado.
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Comunicação e Transformação Social 2. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2012.
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Para saber mais ver também Miranda, 1999.
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vodus (tradição jêje) e orixás (tradição nagô/ioruba), nos calundus, candomblés, xangôs,
batuques etc., ou de prática social nas rodas de capoeira, samba de roda, jongo e outras
manifestações culturais era abertamente reprimida, posto que oportunizava a reinvenção de suas
tradições culturais, associação e organização política”.
“Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa;
impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou
objeto de culto religioso:
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“Mesmo com o fim da escravidão no Brasil, no final do século XIX, os negros e afrodescentes se
mantinham em condições sub-humanas. O fim da escravidão não representou melhoria na
qualidade de vida desta população. Sem trabalho, sem estudo e sem moradia, iniciaram
construções de barracos (de madeira) nas encostas dos morros e na periferia das cidades.
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Para saber mais acessar www.policiacivil.rj.gov.br/museu/historico.html
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“Relatório de casos assistidos e monitorados pela comissão de combate à intolerância religiosa no
Estado do Rio de Janeiro e no Brasil” entregue a Martin Uhomoibai, presidente do Conselho de Direitos
Humanos da ONU, em 2009.
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Também não deixaram de ser perseguidos pelo novo governo, quando o assunto era o culto às
suas tradições religiosas. O Estado brasileiro utilizava-se de suas polícias para prender, invadir
casas e quebrar objetos litúrgicos daqueles que “entoavam seus atabaques para agradar os deuses
e rememorar seus ancestrais africanos”. O candomblé e a umbanda, como se denominam as
religiões de origem africana, eram oficialmente proibidos no Brasil, na forma da Lei. Esta
proibição, por parte do Estado brasileiro, durou quase um século no período republicano. No
final da década de 1950, por iniciativa da yalorixá Eugênia Ana dos Santos (filha de africanos
Gruncis e sacerdotisa da tradição yorubá), foi que o governo decretou o fim da proibição das
manifestações religiosas de origem africana no país”.
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Ambos os grupos têm origem no Rio de Janeiro, embora desenvolvam ações nacionais. Para saber mais
ver, respectivamente, www.portalceap.org.br e www.eutenhofe.org.br
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Dentre eles destaco o documento enviado a ONU e o Relatório anual da CCIR divulgados ambos no site
www.eutenhofe.org.br
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Mais detalhes do caso seguem à frente no texto.
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Para saber mais ver Vital da Cunha, 2008 e 2010.
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O respeito à liberdade religiosa tornou-se uma bandeira defendida nos mais variados
fóruns, congressos e seminários nacionais e internacionais. A conexão direta entre
direitos humanos e respeito à liberdade religiosa é produzida como meio de fazer valer o
que poderia parecer um direito privado e menor: o direito de professar uma religião e de
integrar seus cultos e rituais. Na VI Sessão do Conselho dos Direitos Humanos da
ONU, ocorrida em Genebra/2007, a Santa Sé tomou a palavra em defesa da liberdade
religiosa através de seu Observador Permanente, Arcebispo Silvano Tomasi. Ele
ressaltou uma característica singular do direito à liberdade religiosa e de culto. Em
pronunciamento disse: “O desenvolvimento da proteção e da promoção de todos os
direitos humanos fundamentais mostra que a liberdade religiosa pode servir como
elemento de síntese, como ponte entre as diversas categorias de direitos humanos". 11
No Rio de Janeiro e no Brasil, os principais argumentos acionados pelos grupos que
compõem o campo de militância contra a intolerância religiosa12 são:
1) a intolerância religiosa derivaria de ou escamotearia uma intolerância racial13.
Sendo assim, a intolerância religiosa seria fruto de ações pela evitação dos negros (de
suas expressões artísticas, culturais e, logo, religiosa);
2) a prática desta intolerância seria um atentado aos direitos humanos. Assim,
buscam promover uma adesão pública ao tema a partir do amalgama da democracia e
direitos humanos com o problema racial;
3) neste sentido, visam a associar como num formato de slogan a intolerância à
ignorância onde uma seria igual a outra;
4) a existência de um inimigo comum a todas as religiões: o neopentecostalismo
cujo representante máximo seria a IURD.
Neste cenário, estão unidos contra a intolerância religiosa as vítimas (atuais e do
passado) e seus antigos algozes. A Igreja Católica, como vimos, religião oficial de
Estado até a outorga da primeira Constituição da República em 1891 e religião
predominante em nossa cultura até o presente, é um dos principais aliados do
movimento pela defesa da liberdade religiosa no Rio de Janeiro e no Brasil. A mesma
11
Acesso: 01/01/2011. Fonte: http://storico.radiovaticana.org/por/storico/2007-
09/156151_aumenta_a_intolerancia_religiosa_no_mundo_a_santa_se_pede_defesa_da_liberdade_religios
a.html
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Mas a frente no texto há uma identificação de alguns grupos de grande destaque na atuação nesta
temática.
13
A Agência France Presse em Londres divulgou, em 01 de julho de 2010, dados do RELATORIO –
ESTADO DAS MINORIAS E POVOS INDÍGENAS NO MUNDO 2010 da ONG MINORITY RIGHT
GROUPS INTERNATIONAL no qual a intolerância religiosa no Brasil e em outros países poderia ser
categorizada como o “novo racismo”.
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Igreja Católica que se calou diante dos vários episódios de intolerância praticados pelo
Estado quando este era autor de invasões a terreiros e centros de umbanda e candomblé
no Rio de Janeiro durante os anos 1930 até os anos 1970 hoje participa dos eventos,
encontros e seminários em prol da garantia da liberdade religiosa.
O argumento que conecta a intolerância religiosa à intolerância étnica/racial é
contestado por teses como as de Flávio Pierucci (USP) e Ricardo Mariano (PUC-RS).
Para Pierucci, tal argumento teria como pano de fundo a afirmação de uma religião que
seria negra, uma religião original, substancial e ideologicamente/idealmente de negros.
O mesmo autor revela a fragilidade deste pensamento já que, além de ser autoritário e
politicamente orientado, o cristianismo evangélico é predominantemente negro e que as
religiões como candomblé e umbanda são cada vez mais freqüentadas e exercidas pelos
brancos brasileiros. Para Mariano, no entanto, o argumento que conecta intolerância
religiosa à intolerância étnica no caso brasileiro, considerando os principais atores em
campo, não faz sentido já que a IURD e as demais igrejas neopentecostais derivadas de
sua ideologia, estão centradas na questão espiritual, na “batalha espiritual” e não numa
“batalha étnica/racial”.
Muito embora esta seja uma importante discussão no campo da antropologia e da
sociologia da religião, não será aqui desdobrada. Contudo vale salientar que a menção e
discussão dos argumentos acionados pelos atores envolvidos na militância contra a
intolerância religiosa é importante porque é a partir deles que são moldadas as
demandas por políticas públicas em âmbito local e supralocal.
O que as pesquisas revelam
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“Art. 18. Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo
ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em
particular”.
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“Art. 2º. Ninguém será sujeito à coerção por parte de qualquer Estado, instituição, grupo de pessoas ou
pessoas que debilitem sua liberdade de religião ou crença de sua livre escolha”.
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O Congresso aprovou essa lei para promover a liberdade religiosa como objetivo da política externa
dos Estados Unidos e combater a perseguição religiosa em todo o mundo. A lei identifica ampla série de
ferramentas diplomáticas e econômicas que podem ser utilizadas para encorajar a liberdade de religião e a
consciência em todo o mundo como direito humano fundamental. As mais importantes dessas ferramentas
são o Relatório Anual sobre Liberdade Religiosa Internacional e a atuação direta norte-americana (através
do Escritório de Liberdade Religiosa Internacional) junto a governos estrangeiros. A lei também busca
promover a assistência norte-americana às democracias recém-formadas na implementação da liberdade
de religião e consciência.
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“Art. 12. Liberdade de Consciência e de Religião [...] 2. Ninguém pode ser objeto de medidas
restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças ou de mudar de
religião ou de crenças”.
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Esta legislação, que vem sendo alvo de controvérsias, pois favoreceria a perseguição a minorias
religiosas, foi aprovada em março de 2007 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.
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para o livre exercício de culto e de expressão religiosa, estudos internacionais
mostram um quadro alarmante:
1) A intolerância religiosa está presente em quase todos os países do mundo,
embora em diferentes gradações;
2) É mais grave em países comunistas (como Coréia do Norte, China e Laos) e
em países islâmicos (como Irã e Arábia Saudita);
3) Vem recrudescendo desde o início dos anos 2000;
4) É mais incidente contra os cristãos, pois estes estariam identificados com o
“dominador” ocidental;
5) A América Latina é considerada, relativamente, tolerante;
6) Estas pesquisas mostram oposições importantes que vêm se consolidando no
mundo e atravessam questões sociais, políticas e culturais, dentre elas a
questão da intolerância religiosa. Neste sentido, observa-se que o conflito
religioso é marcado pela oposição que vem se acentuando entre ocidente x
oriente e entre democracia x regimes ditatoriais e totalitários.
7) É importante ressaltar, ainda, a partir da análise destas pesquisas e de outras
fontes bibliográficas, que muitas das migrações e diásporas no mundo
resultam de perseguições religiosas, da intolerância religiosa praticada por
governos e sociedades contra minorias étnicas e religiosas.
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Relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional, do Escritório de Liberdade Religiosa Internacional
do Departamento de Estado dos EUA, é publicado todo ano a partir de 1999. O Centro Internacional de
Pesquisa em Liberdade Religiosa, do Hudson Institute (www.hudson.org) Center International Religious
Freedom Survey) é responsável pela pesquisa; Classificação de países por perseguição (WWL, sigla em
inglês) é uma lista de 50 países onde a perseguição de cristãos por motivos religiosos é pior. Este relatório
é publicado a partir de 2002;
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em países nos quais há relativa proteção legal para o exercício da liberdade religiosa,
esta encontra dificuldade em ser exercida pela violência praticada na sociedade e pela
morosidade dos órgãos punitivos e repressivos do Estado. É o caso, segundo este
relatório, da Indonésia e de Bangladesh (países que figuram no 5º e 6º lugares,
respectivamente, entre os 20 mais intolerantes).
Embora o Relatório apresente os comunistas, nacionalistas e islâmicos como os
países mais intolerantes do globo, salienta que não há nenhum continente que seja
tolerante e outro intolerante. Neste sentido, apresenta que países como Japão, Brasil,
Chile, Equador, Guatemala, Botswana, Mali, Nambia, Senegal e África do Sul estão
melhor colocados na pesquisa em termos do respeito à liberdade religiosa que países
como Bélgica, França, Alemanha e Grécia.
Ainda segundo o “Relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional 2010” a
Estônia e a Hungria são considerados os países nos quais mais há respeito à liberdade
religiosa. Os países que têm sua formação cultural-histórica ligada ao cristianismo e ao
budismo (Japão e Mongólia, por exemplo) são os países nos quais mais se respeita a
liberdade religiosa. A exceção, no caso dos países de tradição budista são os comunistas
que professam o materialismo como China21, Tibet, Laos e Coréia do Norte.
No cenário mundial, os países latino-americanos aparecem, em sua maioria,
como relativamente respeitadores da liberdade religiosa. O Brasil, seguindo o padrão do
que ocorre na maior parte dos países da América Latina, é avaliado como relativamente
tolerante. O Relatório de 2010, por exemplo, destaca a proteção legal para o exercício e
expressão de crenças religiosas distintas e salienta o caráter laico do Estado brasileiro.
No entanto, apresenta o número crescente de casos violentos de intolerância, sobretudo
contra seguidores de religiões de matriz africana sugerindo que somente a presença de
leis não é suficiente para se garantir o pleno exercício da liberdade religiosa. Se há
intolerância religiosa em âmbito social o Estado deve desenvolver mecanismos de modo
a garantir o exercício dos direitos pelos cidadãos afetados pela situação. Alguns casos
registrados na imprensa (como na matéria citada em seguida) são reveladores desta
situação no Rio de Janeiro e no Brasil.
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Em matéria veiculada na Folha de São Paulo de 24/04/2011, é apresentado o caso das “igrejas
subterrâneas” na China. Durante o domingo de Páscoa do corrente ano, policiais chineses detiveram mais
de 20 pessoas numa operação contra cristãos protestantes que realizavam serviços religiosos em público
em Pequim. Tratava-se de fiéis da Shouwang, uma das maiores “igrejas subterrâneas” chinesas. Estas são
igrejas que se recusam a deixar o Partido Comunista controlar seus rituais e doutrinas, ficando, assim,
ilegais perante o governo. “Os líderes da Shouwang estão em prisão domiciliar. O governo chinês alega
que o seu povo possui liberdade de religião, garantida pela Constituição. No entanto, a lei só permite o
credo em igrejas registradas oficialmente. As igrejas oficiais do país têm cerca de 20 milhões de fieis (...)
Estima-se que 50 milhões de cristãos chineses façam parte das "igrejas subterrâneas". De acordo com
Grammaticas (correspondente da BBC na China), ativistas cristãos chineses dizem estar sendo alvo de
perseguição em todo o território do país”. Ver www.folha.uol.com.br. Acesso em 24 de abril de 2011.
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Ver relatório anual da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa de 2009 e Relatório apresentado à
ONU em 2010 pela CCIR em www.eutenhofe.org.br
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Dados obtidos no primeiro semestre de 2011.
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Ver reportagem na íntegra em www.eutenhofe.org.br
25
“A simples mudança no sistema de dados significou um avanço importante, mas não o suficiente.
Deve-se preparar os policiais para lidar com esse tipo de caso, quebrando dogmas em relação à religião”,
diz Carlos Nicodemus, coordenador jurídico da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. “O
importante é que o fato seja registrado. Muitas vezes, uma investigação é demorada. Parece que não está
sendo dada a devida atenção. A polícia às vezes investiga sem condições, por conta do efetivo reduzido”,
diz o delegado Henrique Pessoa. “A Polícia Civil tem todo o interesse de que tudo que chega até nós seja
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da gestão pública) e o programa Sagrado – Canal Futura (iniciativa privada). Sobre estas
iniciativas podemos dizer:
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR): a comissão é
formada por diversas organizações religiosas, instituições estatais e vítimas de
intolerância religiosa. Foi fundada em março de 2008 a partir da mobilização de
religiosos em resposta a alguns acontecimentos sérios que ocorreram na cidade do Rio
de Janeiro. Paralelamente às manifestações (cuja de maior destaque até então são as
Caminhadas Contra a Intolerância Religiosa ocorridas desde 2009 na praia de
Copacabana, RJ), a CCIR começou a entrar com representações na justiça para garantir
o direito das vítimas. A ONG Projeto Legal atende, gratuitamente, as vítimas de
intolerância religiosa. O jurista Luiz Fernando Martins atua com ações coletivas,
representando a Comissão em vários órgãos do país. A Comissão se destaca, ainda, por
ter elaborado as bases do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e
entregou as propostas ao presidente da República, em 20/11/08, no Rio de Janeiro.
(texto inspirado no original “Quem somos” disponível em www.eutenhofe.org.br).
O Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP): “é uma
organização não-governamental, sem fins lucrativos, vinculação partidária ou religiosa.
Foi fundada no Rio de Janeiro, em 1989, por ex-internos da extinta Fundação Nacional
do Bem-Estar do Menor (Funabem) com a ajuda de representantes da comunidade negra
e do movimento de mulheres. A recorrente violação dos direitos fundamentais das
classes menos favorecidas foi na realidade a grande inspiração para a criação do
CEAP”. (disponível em www.portalceap.org.br). O pedagogo Ivanir dos Santos,
membro fundador do CEAP, é coordenador da CCIR.
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Propostas:
1) Bloco Informação e Diálogo:
Criação, em âmbito do estado, de um canal de diálogo permanente entre
lideranças religiosas, militantes e estudiosos com o poder público.
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pública em âmbito nacional. Assim, sustento que estas iniciativas devem ser
amplamente reconhecidas e incentivadas.
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