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2018/19
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Índice
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1. LEIS GERAIS DA ELECTRICIDADE
Para o estudo dos fenómenos elétricos, não se pode imaginar uma disciplina de estudo
isoladamente. Serão necessários estudos em outras disciplinas, como a química, por exemplo.
Assim como a física visa explicar os fenómenos da natureza, a eletricidade (parte da física) visa
explicar os fenómenos elétricos, às vezes sem justificá-los, afinal são fenómenos da natureza!
O que acontece é uma transformação de energia, afinal “na natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma”. A energia elétrica é transformada em outra forma de energia, através de
um aparelho ou máquina elétrica, como a batedeira (energia mecânica de rotação), a lâmpada
(energia luminosa), o chuveiro (energia térmica) etc.
Matéria
É tudo o que existe e ocupa lugar no espaço. Tudo o que existe no universo é composto por
matéria, e toda matéria é composta por átomos.
Se pegarmos num punhado de sal de cozinha (cloreto de sódio), o dividirmos em partes, e cada
parte for novamente dividida, chegaremos a um grão. Continuando a divisão, chegaremos à
molécula NaCl. Se dividirmos esta molécula, teremos um átomo de sódio (Na) e um átomo de
cloro (Cl). Se dividirmos um átomo de sódio ou cloro, teremos então protões, neutrões e
elétrões. Veja que, até a divisão da molécula em dois átomos, podíamos diferenciar as matérias,
após a divisão dos átomos, não podemos dizer a quem pertencia um protão qualquer.
Átomo
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O átomo é composto de um núcleo, onde se encontram os protões e os neutrões. Os protões
possuem carga elétrica positiva, e os neutrões não possuem carga elétrica.
Curiosidades do átomo:
Um átomo em equilíbrio possui o mesmo número de protões e eletrões. Caso o átomo possua
maior número de protões, haverá uma força que tentará captar eletrões para o seu equilíbrio.
Caso o átomo possua maior número de eletrões, então a força irá expulsar eletrões para seu
equilíbrio. Para o equilíbrio completo, o átomo deverá ter 8 eletrões na última camada. Para
isto, os átomos agrupam-se, doando ou compartilhando os seus eletrões da última camada,
formando as moléculas.
A lei da eletrostática diz que “cargas de mesmo sinal se repelem, e cargas de sinal diferente se
atraem”.
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Sabe-se da Física que qualquer substância é constituída por partículas atómicas carregadas,
rodeadas por um Campo Eletromagnético.
A carga elétrica é uma grandeza que se manifesta por forças de atração ou repulsão entre
partículas.
Através da experiência somos levados a concluir que há duas espécies de cargas elétricas –
cargas positivas e cargas negativas; e ainda que, cargas do mesmo sinal se repelem e cargas de
sinal contrário se atraem.
Assim, além das forças gravitacionais de atração que atuam sobre todas as partículas atómicas,
existem também as forças repulsivas e atrativas de origem elétrica.
Contudo, na maioria das situações que iremos considerar, as forças gravitacionais podem ser
desprezadas em função das forças elétricas existentes.
Verifica-se então que, qualquer corpo pode ou não estar eletricamente carregado, ou seja,
possuir uma determinada quantidade de carga elétrica, pois a carga elétrica é uma grandeza
quantificável.
Relembre-se também que, a carga elétrica pode ser facilmente transferida de um corpo para
outro, uma vez que a carga elétrica é uma grandeza que se conserva.
Resumindo, a carga elétrica de uma partícula atómica é a propriedade que explica a “ligação”
entre essa partícula e o Campo Eletromagnético por ela criado.
Constituição do átomo
O modelo atómico proposto por BOHR no início do século, embora atualmente não seja
considerado inteiramente correto é, contudo útil para a visualização da estrutura atómica.
Assim, Bohr considerou o átomo constituído por um núcleo central cuja carga elétrica se
convencionou ser positiva. Gravitando à volta desse núcleo, em órbitas definidas, existem
partículas cuja carga elétrica se considerou negativa, chamada eletrões.
O núcleo é essencialmente constituído por duas espécies de partículas: os protões cuja carga é
positiva e os neutrões que são partículas sem carga elétrica.
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No estado normal o átomo é constituído por igual número de protões e eletrões e como a carga
elétrica do protão é numericamente igual à do eletrão (embora uma seja positiva e outra
negativa), resulta que no conjunto o átomo não tem carga elétrica, isto é , é eletricamente
neutro.
Chamam-se eletrões livres, os eletrões que devido à sua fraca ligação ao núcleo, se “libertam” e
circulam livremente pela estrutura atómica do material.
Refira-se que, como os protões do núcleo são cargas todas positivas, exercem entre si forças
elétricas de repulsão; contudo, o núcleo mantém-se coeso devido às forças nucleares que atuam
em oposição às anteriores.
As cargas elétricas (em repouso ou em movimento) criam um campo elétrico em toda a região
do espaço que as circunda. E esse campo atua sobre qualquer outra carga elétrica que se
coloque na sua presença, com uma força de origem elétrica (dada pela lei de Coulomb).
Diz-se, portanto, que num dado ponto do espaço existe um campo elétrico, quando uma força
de origem elétrica se exerce sobre uma dada carga colocada nesse ponto.
Quando um átomo possui um maior número de protões que de eletrões, dizemos que ele está
carregado positivamente com carga +q e chamamos de ião positivo. Quando um átomo possui
um maior número de eletrões que de protões, dizemos que ele está carregado negativamente
com carga -q e o chamamos de ião negativo.
Quanto maior a diferença entre o número de protões e de eletrões, maior será a carga elétrica.
Se dois corpos estão carregados eletricamente (com sobra ou falta de eletrões), podemos
comparar os seus potenciais e saber qual o corpo que está mais carregado. A isto damos o nome
de tensão elétrica ou diferença de potencial (d.d.p.).
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Assim como em medidas de comprimento, para medir uma diferença de potencial, precisamos
estabelecer uma referência, isto é, com o que estamos a comparar.
Vamos analisar uma pilha elétrica. Ela possui dois polos: um positivo e outro negativo. No polo
positivo, haverá falta de eletrões, e no polo negativo, haverá excesso de eletrões. Sabemos que
a pilha é de 1,5 Volts, mas o que representa isto? Representa que no polo positivo há uma
diferença de potencial de 1,5 V em relação ao polo negativo.
O instrumento utilizado para medir a tensão elétrica é o voltímetro. Como ele mede a diferença
de potencial entre os terminais de um componente (pilha), deve ser ligado em paralelo.
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Geração de Tensão por Atrito
Ao friccionarmos dois corpos, os eletrões da última camada de um corpo acabam por passar
para o outro corpo, devido ao atrito.
Ao aquecer o ponto de contato entre dois metais deferentes, aparece uma pequena tensão. O
valor desta tensão depende da temperatura. Este fenómeno é utilizado para medir a
temperatura de fornos.
Quando um cristal é submetido à tração ou compressão, produz-se tensão elétrica entre as suas
superfícies. O valor desta tensão é proporcional à pressão exercida sobre as superfícies do
cristal. Este fenómeno é utilizado em microfones de cristal, captadores de instrumentos
musicais, células de carga para balanças etc.
A luz que incide sobre determinados materiais (silício, germânio, selénio) provoca uma
separação das cargas elétricas. O valor desta tensão depende da intensidade da luz. Este
fenómeno é aplicado em painéis solares, calculadoras com painel solar etc.
Quando se movimenta um íman próximo de uma bobina, produz-se uma tensão induzida. Este
método é o mais utilizado para produção de eletricidade em larga escala. É o princípio de
funcionamento dos geradores e dínamos.
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1.3. Corrente Elétrica
Analise dois corpos carregados eletricamente e, entre eles, coloque um corpo eletricamente
neutro.
A essa circulação de cargas elétricas (no caso o eletrão) damos o nome de corrente elétrica, e é
ela que irá executar algum tipo de trabalho, seja aquecimento, iluminação, força etc.
Consideremos um condutor, com a seguinte forma, sob a ação de um campo elétrico exterior.
Suponhamos que n eletrões atravessam a secção reta de área S do condutor, num dado sentido,
no intervalo de tempo t.
Sendo a carga de cada eletrão q0 então a carga total que atravessa a secção reta S do condutor
no intervalo de tempo t, será:
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A intensidade de corrente elétrica será a carga total que passa num determinado sentido na
secção reta do condutor, na unidade de tempo:
Existem materiais que possuem os eletrões da última camada com pouca atração ao núcleo,
sendo facilmente capturados por outros átomos. Na verdade, estes eletrões não são ligados a
átomo algum, estando ali apenas para dar equilíbrio ao átomo, e ficar a circular pela estrutura
do material. A estes eletrões damos o nome de eletrões livres.
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Figura 11 – Eletrão livre
Qualquer corpo pode possuir no seu interior um determinado número de eletrões livres. Esses
eletrões livres podem existir em grande quantidade ou serem em número muito reduzido,
dependendo do tipo de material que constitui o corpo. Esses eletrões movem-se
desordenadamente no interior do material.
Quando se aplica um Campo Elétrico exterior a um dado corpo, as forças do Campo Elétrico vão
atuar sobre os eletrões livres desse corpo, deslocando-os todos no mesmo sentido e então dois
casos podem ocorrer: ou temos um material (corpo) condutor ou temos um material (corpo)
isolante.
1.4.1. Condutores
São materiais que no interior dos quais possuem um grande número de eletrões livres, que se
movem contínua e ordenadamente por ação de um campo elétrico exterior, servindo como
meio de condução da corrente elétrica. Ex.: cobre, ouro, alumínio, zinco, chumbo, prata, etc.
Outros materiais não possuem eletrões livres, logo, se os colocarmos entre dois corpos em que
há diferença de potencial, não haverá corrente elétrica, pois os átomos não irão ceder eletrões.
1.4.2. Isolantes
São materiais que no interior dos quais não possuem eletrões livres na sua estrutura, ou
existem em muito pequena quantidade, e que portanto, quando se aplica a esse material um
campo elétrico exterior muito poucas cargas se podem movimentar e como tal não conduzem
corrente elétrica. Ex.: borracha, amianto, madeira, vidro, mica, plástico, etc.
Estes materiais que dificultam a passagem de corrente elétrica, dizemos que possuem uma
resistência elétrica. A resistência elétrica é função da força com que os eletrões são atraídos ao
núcleo.
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Isolantes Condutores
Borracha Cobre
Ar seco Prata
Vidro Alumínio
Parafina Volfrâmio
Mica Zinco
Plásticos Latão
Baquelite Níquel
Porcelana Estanho
Cera Platina
Papel parafinado Ferro
Vidro comum Bronze
Fibra Carvão
Óleos minerais Ouro
Etc etc
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Arbitrou-se que o sentido positivo da corrente elétrica é o sentido oposto ao do
movimento dos eletrões livres; a corrente elétrica tem portanto o sentido dos potenciais
decrescentes.
Esses eletrões livres ao moverem-se vão chocar com as outras partículas estacionárias
que formam a rede cristalina do metal (protões, neutrões e eletrões não livres); essas
colisões são a causa da resistência oferecida pelo material condutor à passagem da
corrente.
Quando se dá a colisão, o eletrão perde parte da energia cinética que o Campo Elétrico
lhe tinha fornecido (porque perde velocidade); essa energia libertada é transmitida ao
metal e vai aumentar a energia térmica dos iões e portanto aumentar a temperatura do
material condutor (efeito de Joule). Portanto, a passagem da corrente elétrica provoca
um aumento da temperatura do material.
Notar também que o aumento da temperatura faz aumentar a agitação térmica
(movimento desordenado) dos eletrões livres, logo aumenta o número de colisões entre
esses eletrões livres e as partículas estacionárias que formam a rede cristalina do metal.
Assim, aumenta a resistência do condutor metálico quando aumenta a temperatura.
Após cada colisão os eletrões livres são novamente acelerados, pois ficam novamente
sujeitos às forças do Campo Elétrico. O movimento dos eletrões livres é portanto, uma
sucessão de acelerações (provocadas pelas forças do Campo Elétrico) e desacelerações
(provocadas pelos choques) e tudo se passa como se os eletrões livres se deslocassem
com uma velocidade média constante resultante das diversas acelerações e
desacelerações.
A unidade de medida da resistência elétrica é o OHM [Ω]. Para medir a resistência elétrica de
um material utiliza-se o OHMÍMETRO, instrumento destinado a este fim. Como o ohmímetro
utiliza um circuito eletrónico propriamente alimentado, não devemos ligar este instrumento a
um material submetido a uma tensão elétrica, pois pode danificar o instrumento. Portanto, para
medir resistência elétrica o circuito deve estar sem alimentação (desenergizado).
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Figura 12 – Símbolo de ohmímetro
R - ohm []
l – comprimento [m]
S – área [m2]
l – comprimento [m]
S – área [m2]
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Resistividade (ou resistência específica),
Secção do material, S
Comprimento do Material
Resistências
São componentes dotados de uma resistência com valor conhecido. Normalmente, são feitos
de carbono ou de fio. A sua finalidade no circuito é limitar a passagem de corrente elétrica.
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Figura 16 – Simbologia
O valor da resistência vem impresso no corpo da mesma, mas, em alguns casos, devido ao
pequeno tamanho, o valor vem em forma de código de cores.
O significado de cada banda é indicado nas Tabelas 2 e 3. Convém referir que a mesma cor pode
ter significados diferentes consoante a resistência seja de precisão ou normal.
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A figura anterior apresenta uma resistência de 4 bandas, que contém as seguintes cores:
Nas resistências de precisão o significado de cada uma das cinco bandas é o seguinte:
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A figura anterior apresenta uma resistência de 5 bandas, que contém as seguintes cores:
Exemplo:
250 V = 0,250 kV
85000 Ω = 85 kΩ
26000 mA = 26 A
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1.6. Circuito elétrico
Analise o circuito hidráulico seguinte:
A água que está no reservatório superior desce a tubagem em direção ao reservatório inferior,
mas é limitada pela turbina que se movimenta com a passagem da água e executa um
movimento giratório (executa trabalho).
Os eletrões em excesso no polo negativo da bateria, dirigem-se através dos fios condutores até
ao polo positivo da bateria, onde há falta de eletrões, mas este fluxo é limitado pela resistência
que, com a circulação de eletrões, produz calor e aquece o chuveiro.
Sabemos que o fluxo de eletrões num circuito elétrico vai do polo negativo para o polo positivo.
Este é o sentido real da corrente elétrica, mas, por convenção, analisa-se o fluxo de corrente
elétrica fluindo do polo positivo ao polo negativo, sendo este o sentido convencional da corrente
elétrica.
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1.7. Lei de Ohm
A lei de Ohm estabelece a relação entre, a queda de tensão ou diferença de potencial (V)
aplicada aos terminais do condutor em estudo, a sua resistência (R) e a intensidade de corrente
(I) que então o percorrerá.
Assim, consideremos um dado condutor representado pela sua resistência R, aos terminais do
qual é aplicada a diferença de potencial ou queda de tensão V.
Nessas condições, o condutor será percorrido por uma corrente de intensidade I, com o sentido
indicado na figura (sentido dos potenciais decrescentes).
Com,
V - [V]
I – [A]
R – []
Exemplo:
V = I x R 10 =I x 20 I = 10 / 20 I = 0,5 A
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1.8. Variação da resistência de um condutor com a temperatura
Consideremos um condutor de resistividade ρ e resistência R. Para variações relativamente
pequenas da temperatura (por exemplo, variações de 10º C), a lei de variação da resistividade e
da resistência com a temperatura são, respetivamente:
Em que
α→ Coeficiente de temperatura
Como já se disse anteriormente, nos metais (em que α > 0), a agitação térmica caótica dos
eletrões livres aumenta quando a temperatura aumenta, o que origina um maior número de
colisões entre partículas. Deste efeito resulta portanto, um aumento da resistência (e da
resistividade) nos metais, quando a temperatura aumenta.
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1.9. Associação de Resistências
Até aqui falamos de circuito elétrico com apenas uma carga, mas geralmente possuímos várias
cargas associadas.
No caso da figura 22, se uma das lâmpadas se queimar, as outras apagar-se-ão, pois não há
outro caminho para a corrente elétrica percorrer. A resistência elétrica total (que será sentida
pela corrente) será a soma das resistências parciais.
Todas as resistências (ligadas em série) são percorridas pela mesma corrente I. A diferença de
potencial ou queda de tensão nos terminais de cada uma das resistências é:
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Circuito equivalente:
Podemos substituir o conjunto das três resistências R1, R2 e R3 (em série) por uma só
resistência, desde que, quando ambos os circuitos estiverem a ser percorridos pela mesma
corrente I, tenhamos nos seus terminais a mesma d.d.p. ou queda de tensão V. Deste modo,
teremos:
Neste circuito V = R I, onde R é a resistência equivalente à série de resistências R1, R2, R3.
Vejamos, agora como relacionar as várias resistências. No primeiro circuito a queda de tensão V
será igual à soma das várias quedas de tensão entre os terminais das resistências R1, R2, R3.
E como,
Temos,
Ou seja:
Exemplo:
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1.9.2. Resistências em paralelo
Neste tipo de circuito, as cargas estão ligadas de forma a permitir vários caminhos para
a circulação da corrente elétrica.
Neste caso, o funcionamento de cada lâmpada não depende do das outras. A corrente total será
maior que qualquer uma das correntes parciais, logo, a resistência total será menor que
qualquer uma das resistências parciais. A fórmula para o cálculo é a seguinte:
Ou seja,
Circuito equivalente:
Podemos substituir o conjunto das três resistências R1, R2 e R3 (em paralelo) por uma só
resistência, desde que, quando ambos os circuitos estiverem a ser percorridos pela mesma
corrente I, tenhamos nos seus terminais a mesma d.d.p. ou queda de tensão V.
Então teremos,
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Figura 28 – Circuito equivalente ao representado na figura 27
Neste circuito:
Logo,
Vejamos, agora como relacionar as várias resistências. A corrente I será igual à soma das
correntes que percorrem as três resistências R1, R2, R3 (lei dos nós de Kirchhoff):
I = I1 + I2 + I3
Caso assim não fosse, era porque haveria acumulação de cargas no ponto a, o que não é
admissível.
Como,
Temos que,
Ou seja,
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Nota sobre Amperímetros e Voltímetros:
Sabe-se já que, quando um condutor é percorrido por corrente, ou seja, quando os eletrões
livres que nele existem se movimentam por ação de um campo elétrico exterior, ocorrem
choques dos eletrões livres com as partículas estacionárias que formam o material.
Então, sempre que há um choque, a energia cinética que o campo elétrico tinha fornecido aos
eletrões livres para eles se moverem, anula-se sendo convertida em calor, fazendo aumentar a
temperatura do condutor. Há, portanto uma transformação da energia do campo elétrico em
calor.
Pode então exprimir-se a quantidade de calor libertada por um condutor, em termos da queda
de tensão entre os seus extremos e da corrente que nele circula.
Seja V a queda de tensão ou a d.d.p. entre os extremos do condutor e seja Q a carga movendo-
se através do condutor (Q = I t ).
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Por definição de d.d.p., sabe-se que:
isto é, o trabalho realizado pelas forças do campo elétrico para mover os eletrões livres no
interior do condutor é:
Este trabalho (ou energia), como já se disse, transforma-se em calor sempre que há choques
dos eletrões livres com as partículas estacionárias do condutor.
EFEITO JOULE é a produção de calor com a circulação de corrente elétrica num condutor.
Potência Elétrica
E a energia elétrica dissipada por unidade de tempo, ou seja, a potência elétrica dissipada será
PJoule.
Para podermos comparar dois aparelhos elétricos, devemos utilizar a potência elétrica, que vem
a ser o trabalho realizado por unidade de tempo. O trabalho elétrico surge quando
movimentamos uma quantidade de cargas num condutor e é medido em Joule [J]. Um Joule
corresponde a um ampere impulsionado por um volt, durante um segundo.
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A potência elétrica indica a rapidez com que se realizará o trabalho. A sua unidade de medida
é o Watt [W], e um Watt é alcançado quando realizamos o trabalho de um Joule num segundo.
Potência Elétrica – P - indica a rapidez com que será realizado o trabalho elétrico. Unidade
⇒ Watt 1 W = 1 J . em 1 s
Equivalência de Unidades:
1 hp – 745,7 kW
Segundo as R.T.I.E.B.T as secções dos condutores dos circuitos das instalações de locais de
habitação devem ser determinadas em função das potências previsíveis, com os valores
mínimos indicados no quadro seguinte:
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Tabela 7 - Correntes admissíveis, para dois condutores carregados isolados a PVC
Outro fator da potência elétrica é o consumo. As companhias de energia elétrica cobram uma
média de quilowatt consumidos por hora. O wattímetro é um aparelho que permite que se
façam diretamente leituras de potências elétricas. A leitura é feita em watt ou kilowatt.
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O circuito tem 4 nós (1, 3, 4, 6 ); (2 e 5) são pontos do circuito, mas não são nós Exemplo de
ramo (3 – 4); Exemplo de malha (4 – 5 – 6 - 4)
A soma das correntes que entram num nó é igual à soma das correntes que dele saem.
Ou
Nota : As correntes que chegam ao nó podem ser consideradas, por exemplo, positivas e as
que saem negativas, ou o inverso.
A soma algébrica das tensões (d.d.p.) num circuito fechado ou malha é igual a zero.
Ou, A soma algébrica das forças eletromotrizes existentes na malha é igual à soma algébrica
de todas as quedas de tensão.
Esta lei é utilizada para análise de circuitos série, onde a corrente é a mesma em todos os
componentes, mas a tensão da fonte divide-se nos componentes do circuito.
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Figura 34 – Divisão de tensão num circuito
Atentemos na figura 31. A aplicação das leis de Kirchhoff na determinação das correntes de
ramo (I1 … I7) é feita do seguinte modo:
Num circuito com n nós podem escrever-se n-1 equações de nós independentes.
As equações de nós são independentes se em cada nova equação que se escreva existir pelo
menos uma corrente que não entrava em nenhuma outra equação anterior.
As equações de malha são independentes se em cada nova equação que se escreva entrar pelo
menos um ramo que não existia em nenhuma outra equação anterior.
nó 1 : I1 + I2 = I3
nó 3 : I1 + I2 = I4 + I7
nó 4 : I4 + I6 = I5
É um circuito formado por resistências que permitem obter, a partir da alimentação fornecida,
qualquer valor de tensão menor, necessária ao funcionamento dos circuitos.
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Figura 35 – Divisor de tensão
Divisor de corrente
Influência da Carga
Note que a corrente em cada resistência é a mesma, mas se aplicada uma carga, a corrente em
R1 será a soma da corrente em R2 e na carga (Lei de Kirchhoff), logo, devemos considerar a
corrente de carga para o cálculo da tensão de saída do divisor.
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1.13. Potencial ao longo de um circuito
Considere-se o seguinte circuito:
E1 + E2 = (1 + 2 + 2) . I I = 15/ 5 = 3 A
Teorema de Thévenin
O teorema de Thévenin estabelece que qualquer circuito linear visto de um ponto, pode ser
representado por uma fonte de tensão (igual à tensão do ponto em circuito aberto) em série
com uma impedância (igual à impedância do circuito vista deste ponto).
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Resumindo: qualquer rede linear com fonte de tensão e resistências, pode ser transformada
numa Rth (resistência equivalente de Thévenin) em série com uma fonte Vth (tensão equivalente
de Thévenin), considerando-se dois pontos quaisquer.
Considere que seja necessário calcular a corrente e a tensão (ou a potência) na carga. Sabe-se
que estes cálculos podem ser realizados com o auxílio das leis de Kirchhoff e da lei de Ohm. No
entanto o teorema de Thévenin permite transformar o circuito original num circuito bem mais
simples, denominado circuito equivalente de Thévenin.
O teorema de Thévenin garante que o circuito mostrado na figura anterior pode ser substituído
pelo circuito equivalente de Thévenin mostrado na figura seguinte.
A tensão de Thévenin VTH é a tensão existente entre os pontos A e B, na figura 39 sem a presença
da carga, conforme ilustra a figura 41.
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Figura 41 – Tensão de Thévenin no circuito mostrado na figura 39
Observe, na figura 41, que a tensão de Thévenin é a tensão aplicada na resistência R4. Esta
tensão pode ser calculada utilizando as leis de Kirchhoff e a lei de Ohm.
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É a fonte mais comum e utilizada para alimentar os circuitos. A tensão é gerada a partir de uma
transformação de energia (ex.: energia química em energia elétrica- pilhas) e mantém-se
constante em função da variação da carga. Quem varia é a corrente elétrica.
Estas fontes têm tensão V constante nos seus terminais, qualquer que seja a corrente I fornecida
ao exterior.
A fonte de tensão ideal fornece apenas tensão elétrica, mas a fonte de tensão real possui perdas
que atuam como se fossem uma resistência em série. Ora, qualquer resistência em série com
um circuito forma um divisor de tensão, logo, a tensão na carga será menor que a tensão
fornecida pela fonte.
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Este tipo de fonte, ao contrário da fonte de tensão, é elaborada a partir de circuitos eletrónicos,
como no exemplo abaixo, e a sua limitação está no facto de necessitar de uma carga mínima na
saída para que a tensão não atinja o valor da tensão de alimentação interna da fonte.
Figura 47 – Fonte de alimentação e circuito de regulação e a sua representação por uma fonte
de corrente constante
Estas fontes têm corrente I constante nos seus terminais, qualquer que seja a tensão V fornecida
ao exterior.
Assim como a fonte de tensão, a fonte de corrente também possui resistências e perdas internas
que se traduzem numa resistência em paralelo. Esta resistência, por estar em paralelo, irá
interferir no circuito. Portanto, quanto maior for o valor da resistência interna, melhor será a
fonte.
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Transformação de uma fonte de tensão numa fonte de corrente equivalente e vice-versa. Notar
que para o exterior dos pontos A e B as duas fontes são equivalentes, isto é, V e I são iguais nos
dois circuitos, ou seja a potência fornecida para o exterior é igual nos dois circuitos.
Para os dois circuitos serem equivalentes, quando se lhes aplica a mesma tensão V, as correntes
I devem ser iguais nos dois circuitos, logo:
E portanto,
Para o exterior de A e B as fontes são equivalentes, isto é, V e I são iguais nos dois circuitos.
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Para os dois circuitos serem equivalentes, quando são percorridos pela mesma corrente I, as
tensões V devem ser iguais nos dois circuitos, logo
E portanto,
Para o exterior de A e B as fontes são equivalentes, isto é, V e I são iguais nos dois circuitos.
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