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Consultoria

Têxtil

Olívia Matos de Figueiredo Neta


(Facilitadora)

João Pessoa /PB – 2017 – Setembro


Tecnologia Têxtil

Nunca será suficiente ressaltar a importância de escolher o tecido e/ou a


fibra certa, para sua criação. Considerando que os materiais fornecem o
necessário para dar suporte a silhueta e construção, a escolha do tecido pode
afetar todo e qualquer aspecto da sua produção, do conceito a forma, ao
consumidor, a sensação e coerência do design. Faerm(2012).

É importante perceber que apesar de serem agrupados por categorias,


os tecidos são geralmente associáveis, não existem regras rígidas para o uso
deles .Para alguns designers por exemplo, chiffon de seda pode ser um tecido
exclusivo para noite, enquanto outros podem incorpora-lo em roupas para o dia
Bryant(2012).

Lembrando ainda, que em alguns casos, a nomenclatura dos tecidos


pode mudar de cidade para cidade, de região para região, de uma década para
outra... Ex: Na região nordeste, conhecemos a cambraia, no sul se conhece a
lese. Antigamente as pessoas compravam uma ”fazenda” para roupa, hoje
compra-se tecidos. Ainda como exemplo, uma fábrica pode alterar a
nomenclatura de um mesmo tecido a medida que sua coleção muda.

Glossário

Linho: Leve tecido de verão (feito de fibras planas) com uma trama grossa e
natural. Conhecido por sua tendência a ampliar-se, o que é parte do seu
charme, está disponível em vários caimentos. Normalmente usado para calças,
camisas e blusas.

Georgete: Tecido com estrutura de ligamento tela, leve e transparente,


podendo ser feito de seda, lã, viscose, ou fibras sintéticas. Tem uma textura
como a do crepe, sendo um pouco mais opaco que o chiffon, possui uma
sensação seca ao toque. Veste bem e é ideal para blusas e vestidos.

Chiffon: Tecido fino, fluido, volumoso e delicado, geralmente 100% seda, mas
disponível com sintético e também. Muito utilizado em vestidos com drapeado e
blusas vaporosas. É uma marca registrada nos modelos do estilista Ellie Saab
juntamente com o tule francês e o gazar. Obs da tutora: No sul do Brasil,
existe (ou existia) uma tecelagem chamada Bratac, que produzia seus próprios
casulos, fornecendo seda de qualidade internacional. Com os resíduos se
produzia palha de seda, que era utilizada na área de decoração.
Gazar: Tecido fino e muito fluido, geralmente 100% seda, mas disponível
também com sintético. Muito utilizado em vestidos drapeados e blusas
vaporosas

Cetim Silk: Tecido leve, acetinado, fluido e agradável ao toque. Normalmente


feito com sintéticos. Ótimo para blusas mais elegantes e vestidos de festa.

Toque de Seda: Cetim melhorado. Como o próprio nome já diz, ele possui o
toque de seda, mas é comumente fabricado com sintéticos. Ótimo para
camisetas, combinações e forro de vestidos de festa. Algumas pessoas utilizam
o mesmo para vestido de festa.

Organza 1:Tecido plano, muito fino, geralmente misturado com seda e


sintético, usado para dar volume a vestidos de festa infantis.

Organza 2: Organza cristal. Um pouco mais encorpada do que a organza 1,


geralmente misturado com seda e sintético. Mais utilizada em vestidos de noiva
e debutante, para um volume mais encorpado.

Brim: Tecido de trama firme, durável e com uma construção sarja que
apresenta um padrão diagonal. Feito de algodão, seda, lã, viscose ou fibras
sintéticas. Ótimo para calças, saias justas e blazers. Ainda muito usado em
fardamentos da construção civil, pela sua resistência e durabilidade.

Denim 1: Jeans Elastex. A história do denim começou no século XV, na França


e se popularizou em 1853 com Levi Strauss. (Vale a pena pesquisar a história
desse tecido). Com diversas lavagens e cortes, o jeans é uma peça que
consegue destaque em qualquer estação do ano. O denim nessa gramatura e
com elastano na composição, é muito utilizado em calças, saias, jaquetas e
vestidos justos casuais.

Denim 2: Com gramatura mais leve e sem elastano, ele é perfeito para
camisaria masculina e bermudas mais soltinhas.

Denim 3: A viscose na composição, proporciona um toque mais macio. Ideal


para camisaria feminina com peças mais ajustadas ao corpo.

Tafetá: Tafetá Leonilda, é comumente usado como forro. Na moda infantil ele
costuma forrar a organza (vestidos de dama e de aniversário) e na moda adulta
costuma forrar tecidos mais encorpados como, tafetá de seda, cetim bucol,
tafetá lyon, ziberline, etc. (Noivas e debutantes)

Tafetá 1: Historicamente, é feito de seda, mas hoje é possível encontrar uma


variedade com sintéticos. Possui uma trama apertada e é conhecido por seu
volume, usado em silhuetas distintas, tipicamente em vestidos de noite ou
noiva.
Ziberline: Com um ligamento distinto e visível ou liso com brilho gloss, o
Ziberline ou Zibeline, originalmente, vem de uma mistura de mohair (cabra
angorá) em ligamento sarja. Longas fibras são deitadas em uma direção
acrescentando estrutura e corpo, fazendo com que seja ideal para ternos e
casacos que requeiram alta alfaitaria. No caso do Gloss, ele cai muito bem em
vestidos de festa e de noivas.

Cetim Bucol: Tecido volumoso que possui uma estrutura muito semelhante ao
tafetá, porém, mais macio e com um caimento menos estruturado. Ideal para
vestido de festa e conjuntos de saia e blazers femininos. Ideal para um mix
com renda.

Tricoline 1: Tecido denso, extremamente firme e muito macio. Originalmente


em lã, atualmente é feito em algodão e perfeito para camisas e blusas. Muito
utilizado em camisaria masculina e na moda infantil, não apenas com roupas,
mas também no feitio de enxovais, por causa da padronagem.

Tricoline 2: Com padronagem mais adulta, como poá e geométricos, e com


tecelagem mais leve, é muito utilizado para vestidos casuais e blusas.

Popeline : Tecido de peso leve a pesado, feitos com fios de algodão ou da sua
mistura com fios de poliéster ou elastano. Esse tecido robusto com trama
visível é usado em moda casual e esportiva para mulheres, como blusas mais
ajustadas, e vestidos leves. No caso da moda masculina, a versão do tecido
sem elastano é usado em camisaria.

Jacquard: Tecidos de padronagens complexas, como brocado, damasco ou


metalassê. Leva o nome de Joseph-Marie Jacquard (1752-1834), o inventor de
uma máquina de costura mecanizada que usava uma série de cartões
perfurados para controlar a tecelagem de padrões complexos.

Oxford: Originalmente produzido apenas com algodão, ganhou esse nome


devido ao processo de tecelagem que é denominado Oxford, que basicamente,
consiste em dois fios finos, tecidos de forma suave com um fio de gramatura
maior na direção do enchimento. A versão sintética é a mais procurada para
uniformes, pois ele é um tecido que não amassa com facilidade. Muito
procurado também para decoração: Toalhas de mesa, cortinas e guardanapos.
Obs da tutora: A única desvantagem é que esquenta muito. Normalmente as
pessoas o abandonam após a primeira experiência.

Two Way: Amplamente utilizado na confecção de uniformes, o Two Way


possui uma construção diagonal como a sarja e é composto por poliéster e
elastano (no máximo 6% da composição). Devido essa propriedade, ele é mais
confortável e é usado preferencialmente nas peças femininas, como calças,
vestidos, blazers, e outros.
Bengaline: Muito encorpado, esse tecido que é na sua maioria composto por
viscose, poliamida e muito elastano (em média de 4 a 5%) é perfeito para saias
mais justas e tubinhos simples para trabalho. Ele também não amassa.

Prada ou Stretch New: Usado normalmente em uniformes, o stretch new


também possui elastano na composição (de 3 a 4%), não amassa e por ser
acetinado, também ganha status de festa. Muitas pessoas fazem vestidos com
aplicação de renda. Perfeito para calças, saias, bermudas e blazers.

Linhão: Imita o linho rustico, mas é 100% poliéster. Tramas mais abertas e
levemente encaroçadas dão charme ao tecido. Ótimo para moda alfaiataria,
como, terninhos, calças, saias e bermudas femininas.

Mesclita: Visualmente muito semelhante ao linhão, mas não possui a mesma


textura, sua trama é mais fechada e a qualidade é um pouco inferior. Muito
bom para calças, ternos e tubinhos.

Crepe: Originalmente 100% seda, mas na sua maioria 100% poliéster, tem
como característica principal ser um tecido frisado, granulado e crespo.
Existem vários tipos e gramaturas de crepe. Dos transparentes aos mais
encorpados, do mais nobre ao mais popular. Perfeitos para vestidos de festa.
Obs da tutora: O chiffon e o georgete, são crepes.

Xadrez: Muito utilizado em camisaria, o xadrez vem em diversas padronagens,


gramaturas e materiais, como, algodão, lã, ou sintético. Alguns estilistas
produzem o xadrez com gramatura mais espessa para a confecção de
vestidos. (Vivienne Westwood, Alexandre Herchcovitch). Muito difundido no
movimento Grunge, também foi associado a um aspecto mais desleixado.
Muito utilizado em decoração (toalha de mesa e guardanapos) e mantas para o
frio (no caso, quando feito com lã).

Entretela Cavalinha: Tecido que se coloca entre as camadas de uma peça de


roupa para reforçá-la e estruturá-la. Ex: Corselet, gola, punho, dentre outros
acabamentos. A entretela pode ser costurada (entretela cavalinha) ou colada a
ferro quente (entretela colante). Pode ser 100% algodão ou sintético.

Algodão Crú: Possui várias nomenclaturas e vários tipos de construção (tipo


sarja, brim, etc). Pode ser uma tela pesada (lonita ou panamá) que serve para
pintura, pode ser usado mais leve como forro de bolso, pode ser usado para
confecção de ecobags, entretelas, etc. Também é muito utilizado na construção
de toile ou peças piloto. O encolhimento pode chegar às vezes até 10%
dependendo da estrutura de sua construção.
Viscose: Fibra artificial, obtida a partir de um processo químico, no qual a
celulose é tratada para a obtenção da matéria-prima. A viscose é um tecido
leve, frágil, absorvente, amarrota com facilidade, mas é ótimo para tingir. Ótimo
para blusas e vestidos leves da diária. Obs da tutora: As viscoses mais comuns
tem pouquíssima durabilidade, mas é claro que uma viscose de boa qualidade
com uma boa tecelagem faz toda a diferença (a tecelagem também é super
importante. Muitos tecidos vem “enviesados” de fábrica e isso prejudica o
corte).

Faite: 100% poliéster ou 100% poliamida. Muito usado em forros de bolso e


casacos. Não é muito apreciado, pois é muito quente.

Tafetá 2: Nessa versão, o tafetá vem acrescido de elastano na composição.


Ótimo para tubinhos e blazers.

Cetim com Elastano: Muito usado para camisetas e forros de tecidos mais
nobres, como georgete e chiffon.

Chiffon 2: Ao contrário do primeiro exemplar, esse é composto apenas de


poliéster, mas a estética foi mantida (o famoso amassadinho). Muito utilizado
em vestidos leves e camisetas.

Devoré: Também chamado de burnout, utiliza uma técnica em que um produto


químico ”come” uma das fibras do tecido deixando a parte de base da trama do
tecido à vista e assim uma padronagem é criada. Anteriormente, bastante
usado em veludo, onde se remove a pelugem de algumas partes deixando
apenas a pelugem do fundo.
REFERÊNCIAS

FAERM, Steven. Curso de design de moda: princípios, prática e técnicas.


São Paulo: Editora GG Brasil, 2012.

ROSA, Stefania. Alfaiataria: Modelagem Plana Masculina. Brasília: Senac,


2009.

PEZZOLO, Dinah Bueno. Moda e Arte – Releitura no Processo de Criação.


São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2013.

BRYANT, Wesen Michele. Desenho de Moda: técnicas de ilustração para


estilistas. São Paulo: Editora Senac, 2012.

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