Axel Bergstedt

Os Reis no Trono do Davi

Uma apresentação através do livro Crônicas II

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO TEOLÓGICO – ABEL

Área de Concentração: Liderança Cristã
Belo Horizonte – MG
2004
Os livros Crônica tem o titulo “Acontecimentos dos dias”, na Bíblia hebréia. O nome “Crônica” vem de
Hierônimo, que chamava os livros de “Crônica da História Divina”.Tratam, pois, de Adão ao fim do exílio
babilônico.
O livro não detalha toda a história judaica, mas concentra-se na dinastia de David, escolhida de Deus, e o
santuário que erigiram á ordem do Senhor. A história do Reino do Norte, Israel, que se separava de Judéia
depois de Salomão, não se trata, por conseguinte, nesse livro, ao contrário dos livros Reis, que tratam os dois
reinos da mesma forma. O relato visa, antes de tudo, a glorificação da dinastia e do culto em Jerusalém.
Detalha as contribuições dos respectivos reis para construção, restauração e culto no templo.
O autor é desconhecido. A preferência que dedica aos cantores do templo leva a supor, que talvez faz parte
desse grupo. Ele alista cinco gerações desde Zorobabel, neto de rei Joaquim (Jeconias) (1Cr. 3.19-24). Ele
atuava em Jerusalém depois do exílio, no ano 537.* A lista termina, por conseguinte, mais ou menos no ano
400. Supõe-se que também o autor vivia neste tempo, alistando então as gerações até o tempo dele, ou talvez
(pouco) depois.
Grandes partes da Crônica são evidentemente copiados dos livros Reis. As outras partes relevam o culto e a
correspondência dele com as leis mosaicas. Visa então o ensinamento religioso dos judeus.
Em certos detalhes contraria os livros Reis ou outros livros, como no caso do exemplo da anotação no pé da
pagina. Algumas contrariedades da datação foram já explicadas por cientistas; os livros Crônica e Reis
relatam, por exemplo, muitas vezes mais anos de governo de um rei do que combina com datas históricas
externas ou mesmo com outras datas da Bíblia. A causa seria que a Bíblia conta também os anos de co-
regência de um príncipe herdeiro real, aumentando assim os anos do governo. Restam, contudo, certas
dúvidas e questões abertas.
O livro mostra claramente, como Deus é fiel ao seu povo e às suas promessas. Tenta realizar seu plano
através de pessoas que moram em Judá. Os reis, que colaboram fielmente contam com a ajuda poderosa do
Senhor, enquanto a política de reis maus logo traz calamidades e tribulações.

Fundo político: Os países envolvidos

Israel: País pequeno no litoral leste do Mar Mediterrâneo. Conquista da terra (Canaã) sob comando de Josué,
mais ou menos depois de 1406 a.C., se seguir a datação da Bíblia. Muitos cientistas supõem, todavia, o
século XIII como início da conquista, o ano 1210, por exemplo. No ano 1030 ou uns anos depois, talvez
1025 ou 1026, torna se reinado, com rei Saul e depois, cerca de 1011 a.C., rei David, primeiro da dinastia
davídica, e seu filho Salomão. Depois da morte de Salomão, 931, o reino se dividiu. As tribos Judá e
Benjamin ficam com a dinastia davídica e a capital Jerusalém, formando o Reino do Sul, ou “Judá”, as outras
tribos formam o Reino do Norte, chamado “Israel” ou “Efraim”, com a nova capital Samaria e outros reis,
que pecam muito e são varias vezes derrubadas e substituídos por outras dinastias.

Filístia: Pais muito pequeno no mesmo litoral. Inimigo encarniçado de Israel desde o início.

Edom, Moabe, Amom: Três paises pequenos ao longo da fronteira leste de Israel; então entre Israel e o
deserto arábico. Subjugados por David e Salomão. Quase sempre inimigos de Israel.

Fenícia: Paisagem no estreito litoral ao norte de Israel com cidades portuárias ricas e bem protegidos. Os reis
das cidades tem geralmente uma grande frota para guerra e os comerciantes singram todo o Mar
Mediterrâneo. Destacam-se Tiro e Sidom. Hoje fica lá o Libanão.

Síria: Reino pequeno, temporariamente média, no nordeste de Israel. Conquistado temporariamente por
David e Salomão. Capital: Damascus. Conquistado 732 pelos assírios.
______________________________________________________________________________
*ver Esra 3.2, Mt.1.12, Ageu 1.1. Parte-se do princípio de Zorobabel ser filho de Sealtiel, primogênito de rei Joaquim, como consta
desses três livros. Crônica, apresentando-o como filho do terceiro filho de Joaquim, Pedaías, seria errado.
Egito: Império mais antigo, desde 3000 a.C. No século XVII sob domínio dos hicsos, intrusos de Ásia. Egito
governava também o Sinai e quase sempre Canaã, onde ficava mais tarde Israel.
Provavelmente era no tempo dos Hiksos e seus faraós que José foi vendido para Egito, origem da tribo de
Israel no Egito. O “Novo Reino” consolidou se no Egito, mais ou menos no ano 1650 a.C., depois da
expulsão dos hicsos. A nova “Décima Oitava Dinastia” contem faraós famosos como Tutmés (Tutmose) I e
III, Rainha Hatseput, Amenotepe IV (Akhenaton) e Tutancamom. No ano 1348 o general Haremhab trepa ao
trono. Depois da morte dele segue se a Décima Nona Dinastia com Ramses I, Setos (Seti) I, Ramses II. O
éxodus dos israelitas localiza-se entre 1486 e 1250. Com tanta incerteza não e possível associar esse fato a
determinado faraó.
Depois desse tempo o poder egípcio diminuía. Perdiam o controle de Canaã, o que foi conquistado pelos
israelitas. No Egito seguiram-se a Vigésima Dinastia com faraós Ramses III – XI, a Vigésima Primeira
Dinastia trouxe sacerdotes do Amun ao poder, e o primeiro faraó da Vigésima Segunda Dinastia, 945 a.C., é
um merceeiro da Líbia chamado Sisaque. Ele surge em 2 Cronicas 12.2 atacando Jerusalém e roubando os
tesouros.
Essa dinastia líbica foi sucedido por duas outras, uma também da Líbia, até o príncipe etíope, governador
provincial no sul de Egito, onde hoje fica o Sudã conquista o trono, estabelecendo a Vigésima Quinta
Dinastia. Era uma família negra, e o último faraó dela se chamou Tiraca. Ajudou aos judeus, quando rei
Senaqueribe da Assíria atacou Judá (ver 2Reis 18.21ss), 701 a.C., mas seu exército não pôde afugentar os
assírios. O sucessor de Senaqueribe, o filho Esaradom, invade até Egito, derrubando Tiraca, que se resignou
com sua província no sul.

Mitani: Reino poderoso no nordeste de Israel, onde depois ficava Assíria, desde o século XVIII a.C.
Desafiou Egito no século XV, cobiçando o controle de Síria e Canaã. O povo indo-ariano se com-punha de
dois classes: os comuns, denominados hurrianos, e a nobreza ariana, especialistas em criação e corridas de
cavalo. Tutmés III progrediu até a fronteira de Mitani, reconquistando Síria, e os hititas ameaçavam o oeste
de Mitani de forma a este procurar paz e boas relações com o faraó, fornecendo também princesas para o
harém faraônico. A famosa e belíssima Nefertiti, esposa de Aquenaton (e Tutancamon ou Amenotepe III ?)
deve ser mitanita. Mesmo assim for avassalado pelos hititas, quando Egito, desde faraó Aquenaton cuidou,
por décadas, de seus próprios proble-mas. Alguns hurrianos, que moravam em Canaã, surgem no Antigo
Testamento como horeus. Talvez também os heveus fossem de origem mitanita.

Reino hitita: Reino poderoso, cerca de 1740 – 1200, no noroeste de Israel, onde hoje fica a Turquia. Rei
Supiluliuma (cerca de 1380 –1346 a.C.) procurou a aliança com Egito em lugar de Mitani, recebi misteriosa
oferta da mão da princesa herdeira de Egito para seu filho, mas a princesa desapareceu misteriosamente. O
rei com esse nome arrevesadíssimo travou a famosa batalha de Cades, no norte de Canaã, com faraó Ramses
II, e reduziu Mitani a um estado tampão entre o reino hitita e o crescente império assírio do vale do Tigre,
antes parte oriental de Mitani. Por volta de 1200 o pais sucumbiu à invasão de arianos, também chamados
“Povos do mar”, que vinham do norte, progrediram até Egito, onde foram expulsos pelo poderoso Ramses II.
Um resto deles formou o aguerrido povo filista. A tribo dos heteus (2Samuel 11.3-28 etc.) talvez fosse de
origem hitita.

A análise da situação dos paises alistados desde agora mostra, que depois de 1200 nenhum reino
poderoso existia que poderia tornar-se império hegemonial sobre Canaã. Os israelitas, na época de
seus juizes e dos primeiros reis, teriam que lutar, por conseguinte, somente com povos pequenos, os
filístas, moabitas, amorritas, edomitas e sírios. Seria a chance de tornar se povo forte e grande.

Assíria: O império alcançou seu primeiro auge por volta de 1100 sob rei Tiglate-Pileser I, ocu-pando o lugar
do antigo Mitani, até a costa marítima mediterrânea. Depois, porém, perdeu o controle sobre as regiões
recentes. No século IX a.C. expandiu de novo, e com Salmaneser III começava a ameaça permanente sobre a
região de Canaã, onde então ficavam reinos pequenos, entre eles Israel e Judá, que formaram uma coalizão
contra o intruso. Resultou a paz entre Israel e Síria (1Reis 22.1). A coalizão conseguiu provavelmente um
empate com Salmaneser III, e os assírios se retiraram por um século. Resurgiram com rei Tiglate-Pileser III
(na Bíblia chamado de Pul, na Babilônia Pulu), 745-727, (ver 1Cr 5.6 e 26, 2Cr28.20-21, etc.). Destruiu
Damasco, capital síria, em 732 a.C. Seu sucessor Salmaneser V e general Sargão conquistaram a capital
Samaria extinguindo o Reino do Norte, alias Israel, no ano de 722. Esse general usurpou o trono como
Sargão II, fundando uma nova dinastia: Senaqueribe, que foi derrotado sob circunstâncias prodigiosas em
Judá, fugiu e foi assassinado por dois filhos, Esaradom (Esar-Hadom), que venceu no Egito, Assurbanipal,
um erudita, que conquistou novamente o Egito, Sinshar-Ishkun, que foi atacado e derrotado pelos
Babilônicos e Medas, e Assurubalit, o último rei. Medas e Babilônicos conquistaram todo o império até 609.

Babilônia: O reino babilônico fica no oeste de Canaã. Existe desde o século XVIII, quando foi famoso sob
rei Hamurabi e suas lei (Código). O caminho direito a Canaã guia pelo deserto arábico, possível para
caravanas, mas impedindo o avanço de tropas. As estradas grandes passavam pela região de Mitani, ou
depois, de Assíria. Babilônia foi conquistado por Assíria desde Salmaneser III.
626 a.C. general Nabupolassar declarou a independência em Babilônia, tornando-se rei. Seu filho
Nabucodonosor (desde 605) conquistou Jerusalém e conduzia contingentes de judeus a Babilônia em 598,
587 e 582. Conquistou até o Egito, em 568. Mas já no ano 539, sob rei Nabonido e vice-rei Belsazar,
Babilônia foi conqistada por Ciro, o Grande, rei das persas.

Média e Pérsia: Os persas e os medos eram povos eqüestres dos estepes asiáticos, donde surgiam também
tribos conquistadores como os turcos, os mongoleses, os hunos, os úngaros, etc. Quando avançavam ao
sudoeste, se achegaram ao império assírio, cujos reis empreendiam vários expedições por violações de
fronteiras contra as duas tribos. Os medos prevaleciam, os persas eram vassalos deles. O rei Ciaxares
(Huwaksatara), o Cruel, e a sua rainha Cassandane, a Cruenta, eram famigerados; eram eles que destruíram
juntos com os babilônicos o império assírio. Logo depois os persas predominavam e o príncipe persa Ciro, o
Grande, tornou-se rei das duas tribos, fundando o império persa.

Os Reis Judeus, segundo os livros Crônicas

Temos diante de nos uma série de 23 reis. 22 deles são da dinastia davídica. Os primeiros três reis governa-
vam todo o Israel. Vinte reis reinavam somente em Judá, Reino do Sul, enquanto outros reis reinavam no
Reino do Norte, que continuava com o nome Israel. 22 reis reinavam em Jerusalém, capital desde o tempo de
rei David.Trata-se de 440 anos, história do povo de Deus, cheio de auges e vitórias como também de derrotas
e traições. Não fazem parte deste trabalho nem das Crônicas os reis de Israel ou “Reis de Jerusalém” dos
séculos II e I a.C. ouI, XI e XII d.C., como Macabeu, Herodes, Princesa Isabela, Imperador Frederico II, etc.
Pomos debaixo da lupa além das datas e fatos históricos o desenvolvimento pessoal e moral do respectivo
rei, em analogia com o sucesso pessoal e político. Os reis são do povo de Deus, por isso Deus os abençoe e
os castigue para mantê-los no caminho certo. Mesmo assim muitos perdiam o alvo. São 23 exemplos para
como Deus luta para guiar seu rebanho e levar os perdidos de volta ao caminho.

1.Rei de Israel, (das doze tribos)  Mulheres: Ainoã

Nome: Saul
Pai: Kisch

Reinado: 15 (20 ?) anos Carater:

Idade no ano da entronização: “moço belo”
Sucesso:
Destaques: Guerras contra os filistas etc. Fontes: 1Sam 8ss
“Libertou a Israel das mãos dos que o 1Cr8.33ss e 9.35 – 10.14
saqueavam”. (1Sam14.48)
Perseguiu David durante anos.
A Dinastia Davídica
2.Rei de Israel, (das doze tribos)  Mulheres: Mical, filha de rei Saul
Nome: David Ainoã,
Pai:Jessé Abigail
Bisavó: Rute, Tetravô: Raabe mais esposas e concubinas
Reinado: 40 anos Carater:
Idade no ano da entronização:
Sucesso:
Destaques: Criou um grande reino, que incluiu Fontes: 2Sam2 até 1Reis2, 1Cr2.9ss
os vizinhos Edom, Moabe, Amon e Arã (Síria). 1Cr3, 1Cr11ss
Conquista Jerusalém, fá-la capital, e traz a arca diversos Salmos de David
do acordo para la. Preparou a construção do
templo.
Cometeu adultério e homicídio, mas, pelo
menos, se arrependeu, acusado pelo profeta
Nata, o que raramente acontece com pessoas
todopoderosas. Deus o castigou, mas lhe
perdoou.

3.Rei de Israel, (das doze tribos)  Mulheres: 700 esposas e 300 concubinas, entre
Nome: Salomão elas hetéias, moabitas, amonitas, edomitas, sido-
Pai: Rei David nitas e uma filha do faraó, que adoravam outros
Mãe: Bate-Seba deuses, seduzindo Salomão para o mesmo.
Transgressão contra Ex 34.16, Dt 7.3-4 e17.17 *
Reinado: Carater:
Idade no ano da entronização: “muito jovem”
(1Reis3.7) Sucesso:

Destaques: Construiu o Templo. Ele era famoso Fontes: 1Reis 1ss, 2Cr1ss,
e sábio. Prosperidade do rei e do povo. “Escre- Provérbios, Cântico
veu 3000 proverbios e compôs mil can-ções.”
(1.Reis 4.32). Confirmou o governo sobre os
tribos vizinhos. Idolatria no fim da vida
 Leis coibitivas sobrecasamento com estrangeiras e Dt17.17, que limita o numero das esposas reais.

1.Rei de Judá:  Mulheres: Maalate, a sua prima

Nome: Roboão (Reoboão) 18 esposas e 70 concubinas
Pai: Rei Salomão
Mãe: Naama (uma Amonita)
Reinado: 17 Caráter: medíocre. “Não procurou com todo o
Idade no ano da entronização: 41 coração conhecer a vontade de Deus
Sucesso: medíocre
Destaques: “foi ficando cada vez mais forte” Fontes: 2Cr10.1 – 12.26
(2Cr12.13), mas é pelo menos por parte 1Rs 12.1 -24
responsável pela revolta e independência das
tribos do norte.
Ataque de faraó Sisaque, merceeiro da Líbia,
que usurpou o trono e fundou a 22.dinastia.
2.Rei de Judá:  Mulheres: 14 mulheres
Nome: Abias (Abião)
Pai: Rei Roboão
Mãe: Micáia (2Cr13.2) O autor contradiz
1Rs15.2, que denomina Maacá
Reinado: 3 anos Caráter: Segundo Reis: Mau. (Crônicas não
Idade no ano da entronização: - comenta, mas detalha o sucesso, que sugere
então uma boa imagem.)
Sucesso: Crônicas: “cada vez mais poderoso”
Reis: mau
Destaques: guerra permanente com Israel, Fontes: 2Cr 13.1 –22
(segundo 2Cr pelo menos com êxito.) 1Rs 15.1-8

3.Rei de Judá: () Mulheres: (?)

Nome: Asa
Pai: Rei Abias Mãe: -
Reinado: 41 anos Caráter:
Idade no ano da entronização: - Bom. Crônicas alega,porém, um fim pior
Sucesso: Reis: Mais ou menos
Cr.: Bom, com exceção do fim.
Destaques: Destruiu os postes-ídolos e expulsou Fontes: 2Cr14.1 – 16.14
os prostitutos e prostitutas. Tempo de paz, se- 1Rs 15.9 -24
gundo 2Cr14.6; - guerra permanente com Israel,
segundo Reis. Defendeu Judá contra o príncipe
Zera, etíope, certamente o governador da pro-
víncia de Egito no sul, onde hoje fica o Sudão.
Reforma religiosa.

4.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Josafá
Pai: Rei Asa
Mãe: Azuba
Reinado: 25 anos, segundo Rs e Cr. Os anexos Caráter: Muito bom. Somente foi criticado, que a
das Bíblias e outros livros denotam várias vezes fidelidade a Israel favorecia a família perversa de
um ou dois anos a menos, 870(871) – 848. rei Acabe, esposo de Jezabel, adoradora de Baal.
Idade no ano da entronização: 35 anos Sucesso: Bom.
Destaques: Consolidou o poder e acabou com os Fontes: 2Cr 17. – 20.37
postes-ídolos. É famoso porque louvou a Deus já 1Rs 22.41 –50
antes da batalha, porque confiou tanto nele. Insrições de Salmaneser III em Kurk
(2Cr20.20ss) Reconquistou Edom. Reformas re- Monumento de Salmaneser em Nimrud
ligiosa, militar e política. (Kalach), entre Assur e Nínive
Era aliado fiel de Israel (Reino do Norte), parti- “Obelisco Preto” desse rei em Nimrud
cipando nas campanhas contra Síria (para con- Mais inscrições na Assíria
quistar a cidade Ramote-Gileade) e os Moabitas. Pedra de Mesa, lembrando da guerra de
Israel, porém, apegado à idolatraria, não estava rei Mesa, de Moab, contra Judá
protegido por Deus. Por isso Josafá foi repreen-
dido pelo profeta Jeú.
No ano 853 a.C. aconteceu a famosa batalha de Carcar. A coalizão de 12 reis vizinhos de Judá e Israel lutou a fim de entravar a força inundante de
Assíria. Salmaneser III alardeou depois a sua vitória, mas os historiadores partam de um empate, visto que Salmaneser não conquistou pais algum e
voltou somente depois de quatro anos. Israel participou com o maior contingente de carros de guerra, enquanto Judá nem está alistado sequer.
Presume-se por isso, que Josafá talvez participou como aliado de rei Acabe de Israel, aumentando o exer cito dele.
5.Rei de Judá:  Mulheres: Atalia, filha de rei Acabe de Israel e
Nome: Jeorão (Jorão) Jezabel, filha do rei de Tiro, adoradora de Baal.
Pai: Rei Josafa Várias mulheres (2Cr21.17)
Mãe:
Reinado: 8 anos (848-841)* Caráter: Mau
Idade no ano da entronização: 32 Sucesso: Fracasso

Destaques: Edom tornou se independente. Fontes: 2Cr21.1 – 20

Idolatria da família real. Filistas e etíopes 2Rs8.16 – 24
(árabes ?) despojaram o país.
Assassinou os irmãos. Sexualidade precoce.**
*Na narrativa bíblica têm algumas datas, que fazem presumir, que Jeorão já foi feito co-regente no ano 853, talvez antes ou depois da batalha de
Carcar. **No quinto ano do reinado de Jorão, filho de Acabe, Jeorão tinha trinta e dois anos (2Rs8.16: 2Cr21.20). No ano doze de Jorão, devia ter 39
anos, enquanto seu filho Acazias já tinha 22 anos. Jeorão gerou seu filho com 16 ou 17 anos, por conseguinte. Sendo este seu filho caçula, que teve
vários irmãos mais velhos (2Cr21.17), evidencia-se a precocidade sexual desse rei.

6.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Acazias
Pai: Rei Jeorão
Mãe: Atalia, filha de rei Acabe de Israel e
Jezabel, filha do rei de Tiro, adoradora de Baal.

Reinado: 1 ano Caráter: muito mau

Idade no ano da entronização: Sucesso: mau

Destaques: Aliou-se a Israel, que tentou recupe- Fontes: 2Cr22.1 – 9

rar a cidade Ramote-Gileade, da Síria. Foi morto 2Rs8.25 – 29
quando do golpe militar de Jeú em Israel.
Seguiu o péssimo exemplo de Acabe (2Cr22.3)

7.Monarca de Judá:  Marido: Jeorão, 8. rei de Judá

Nome: Atalia (Rainha)
Pai: Acabe, rei de Israel, filho de Onri.
Mãe: Jezabel, filha do rei de Tiro, adoradora
encarniçada de Baal.
Reinado: 7 anos Caráter: muito mau
Idade no ano da entronização: (?) Sucesso: mau

Destaques: Matou todas as pessoas (masculinas) Fontes: 2Cr22.10 – 23.21

da família real. (Só o neném Joás sobreviveu.) 2Rs11.1 – 21
Derrubada e morta depois de sete anos.
8.Rei de Judá:  Mulheres: Duas mulheres que o sacerdote Joiada
Nome: Joás (Jeoás) arranjou (quanto se sabe).(2Cr24.3)
Pai: Rei Acazias
Mãe: Zíbias
Reinado: 40 anos (835 – 796) Caráter:
Idade no ano da entronização: 7 anos
Sucesso:
Destaques: Reforma religiosa, restauração do Fontes: 2Cr24.1 – 27
culto (Mas os lugares pagãos de adoração não 2Rs12.1 – 21
foram destruídos.) Pagou tributo pesado a Haza-
el, rei da Síria. Matou Zaquarias, o sacerdote.
Assassinado. Lhe recusaram mesmo o jazigo
real.(2Cr24.25 contradiz nisso 2Rs12.21)

9.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Amazias
Pai: Rei Joás
Mãe: Jeoadã
Reinado: 29 anos (anexos:796-781 ou 787) Caráter:
(Schulz: 796-767, mas desde 791 em co-regência
com Uzias, seu filho.)* Sucesso:
Idade no ano da entronização: 25 anos
Destaques: Derrotou os Edomitas. Levou, Fontes: 2Cr25.1 – 28
porém, os ídolos deles e adorou-os em Judá. 2Rs14.1 – 22
Começou uma guerra contra Israel que resultou
em fracasso total. Assassínio do rei durante uma
conspiração.
* Essa data de morte (767) condiz com 2Cr25.25. Em 2Rs14 reina, todavia, uma grande confusão, que até hoje ninguém podia dissolver sem mudar
algumas datas achadas em 2Reis. De 2Rs14.23 e 2Rs15.1 resulta um reinado de 42 anos, enquanto 2Rs14.2 traz também 29 anos, como 2Cr25. Mais
confusão causa ainda a comparação com as datas dos reis Jeoás e Jeroboão II de Israel, que Reis coloca em relação.
Schulz supõe a seguinte tese: “Ante o fim repentino do reinado de Joás, Amazias foi imediatamente coroado rei de Judá. Embora tenha governado
durante um total de vinte e nove anos(796-767 a.C.), foi governante único durante apenas um breve período. Depois de 791 a.C., Uzias, seu filho,
começou a reinar como co-regente sobre o trono de Davi.” (Pág. 195) Isso esclareceria também ao verso 2Cr26.5.
Se o Zaquarias citado nesse verso fosse o mesmo que aquele de 2Cr24.22, não combinaria com as datas de vida dos dois reis, senão se presumisse
uma co-regência prolongado.
Schulz continua (pág.196): “Thiele data a invasão de Jerusalém por Israel em 791-790 a. C.(Thiele, The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings,
págs. 68-72.) Isso coincide com o tempo qunado Uzias, aos dezesseis anos de idade, começou a reinar. Com a captura de Amazias, que caíra em erro
tão estúpido ao desafiar tolamente a Israel, os líderes de Judá nomearam Uzias como co-regente. O fato de que Amazias viveu quinze anos após a
morte de Jeoás (veja 2Rs14.17) sugere a possibilidade sugere a possibilidade de que o rei de Judá tivesse sido mantido prisioneiro enquanto Jeoás
viveu. Em 782-781 a.C., ele foi solto e restaurado ao trono de Judá, enquanto Uzias continuava co-regente. Nesse tempo, Jeroboão II, que já fora co-
regente com seu pai, desde 793 a.C., assumiu o governo total do crescente reino do Norte. A soltura de Amazias pode ter sido parte de sua política de
boa-vontade para com Judá, ao mesmo tempo em que ele dirigia esforços tendentes a recuperar os territórios que haviam sido perdidos para a Síria.
A íntima associação entre Israel e Judá, nos dias de Jeoás e Amazias, mui provavelmente explica a alteração havida no sistema de computação de
datas. O sistema do ano de não-ascensão fora usado em Israel desde os tempos de Jeroboão. Agora ambos os reinos haviam adotado o sistema do ano
de ascensão. Se Judá se tornara subserviente a Israel, segue-se logicamente que ambos adotaram o sistema de computação do tempo, que se tornou
comum na Ásia ocidental sob crescente influência da Assíria.”
A ordem dos acontecimentos seria:
798 Jeoás começa a reinar em Israel
797.96 Amazias sucede a Joás em Judá
793.92 Jeroboão II torna-se co-regente com Jeoás
791.90 Uzias começa a co-regência com Amazias (Judá derrotado – Amazias ativo)
782.81 Jeoás morre – Jeroboão II torna-se único governante.(Amazias, provavelmente, é solto neste tempo)
768.67 Amazias é assassinado – Uzias assume liderança única
753 Termina o reinado de Jeroboão. Rei Zaquarias governa por seis meses em Israel
752 Salum assassina Zaquarias, reina um mês e é também assassinado. Começa o reinado de Menaém.
750 Uzias ferido de lepra. Jotão torna-se co-regente
742.41 Pecaías, filho de Menaém, torna-se rei de Israel (até 739)
740.39 Morte de Uzias, Jotão assume a liderança única.
739-31 Peca, rei de Israel
10.Rei de Judá:  Mulheres: (?)
Nome: Uzias (Azarias)
Pai: Rei Amazias Influência do sacerdote
Zaquarias Mãe: Jecolias
Reinado: 52 anos (anexos 781-740, veja Caráter:
anotação debaixo de Amazias)
Idade no ano da entronização: 16 anos Sucesso:
Destaques: Defendeu e aumentou o pais com Fontes: 2Cr26.1 – 23
êxito. Soerguimento paulatino da nação à pros- 2Rs15.1 – 7
peridade.* Anais de rei Tiglate-Pileser III em
Mas Uzias tornou se orgulhoso com o sucesso, Nimrud
reptou aos sacerdotes e a |Deus. Terrível doença
de pele do rei, separando-o da sociedade.
* Supõe-se que Uzias liderou a Aliança contra o poderoso rei assírio Tiglate-Pileser III. Tiglate-Pileser começou, em 745, a formar seu império à
força. Subjugou Babilônia e rei Sarduris III de Urartu (Armênia), no norte montanhoso de Assíria. Em seus anais, Tiglate-Pileser menciona ter
combatido contra uma aliança liderada por Azarias, rei de Judá, em Arpade. Essa notícia signifique talvez, que Uzias (=Azarias) assumira o papel de
liderança na região, em lugar de Israel e Síria. Embora Tiglate-Pileser tivesse derrotado a coalizão, não fez qualquer reivindicação de tributo de Judá,
enquanto Menaém de Israel pagou uma soma enorme a fim de evitar a invasão punitiva da parte dos ferozes assírios. (veja também: Thiele: The
Mysterious Number of the Hebrew Kings, págs. 75-98; Yohana Aharoni/Michael Avi-Yonah: Der Bibelatlas, pags.92s)

11.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Jotão
Pai: Rei Uzias
Mãe: Jerusa
Reinado: 2Cr27.1 e 2Rs15.33: 16 anos; Anexos Caráter: bom
de Bíblia: 4 anos, (740-736); 2Rs15.30: 20 anos. Sucesso: bom
Schulz presume uma co-regência desde 750.*
Idade no ano da entronização: 25 anos
Destaques: Construções e fortificações. Derrotou Fontes: 2Cr27.1 – 9
os amonitas. “Cada vez mais poderoso” 2Rs15.32 – 38
(2Cr27.6). Mas os lugares pagãos de adoração
não foram destruídos.
* As datas de vida de Jotão deixam uma confusão bastante. A Confusão aumenta ainda pelas datas de rei Peca, de Israel. Peca reinava, se-gundo
2Rs15.27, 20 anos. Os anexos lhe dão 5 anos, Schulz 7 ou 8 anos. Com certeza não havia co-regência, porque nem pai nem filho de Peca subiam ao
trono. Schulz é um teólogo que respeita com todo o dever os números da Bíblia, mas nesse caso nem ele tinha recursos para explicar números tão
inconciliáveis. 2Rs 15 data a entronização de Jotão no segundo ano de Peca, o que também não é conciliável com a datação de Schulz (ver acima,
anotação em baixo de Amazias).

12.Rei de Judá:  Mulheres:

Nome: Acaz
Pai: Rei Jotão
Mãe: (?)
Reinado: 16 anos (anexo da Almeida e Schulz: Caráter: muito mau
20 anos, 736-716; anexo de “Einheitsbibel” da Sucesso: mais ou menos, pelo menos por
língua alemã:734-728, 735 em registros assírios) enquanto. 2Cr28.20, contudo, acentua a con-
Nenhum data combina com 2Rs16.1.*** seqüência negativa imediata da atuação do rei,
Idade no ano da entronização: 20 anos. ** que não considerou as ameaças de Isaías.
Destaques: Abandona a aliança contra Assíria. Fontes: 2Cr28.1 – 27
Guerra de Síria, Israel e outros contra Judá. 2Rs16.1 – 20
Atuação do profeta Isaías. Acaz pede socorro aos Is7 - 10
Assírios. Tiglate-Pileser III subjugou os inimigos
de Judá com Êxito(734-732)*
Idolatria extremo, matou um filho em sacrifício.
* Depois do fim pouco glorioso da coalizão contra Tiglate-Pileser III sob liderança de Uzias o partido pro-assírio elevou Acaz ao trono davídico,
talvez no início somente como co-regente (veja Schulz, pág.199). Por isso Acaz rejeitou a aliança com Síria (rei Rezin) e Israel (rei Peca). Esse dois
reis atacaram por isso Jerusalém a fim de entronizar lá um outro rei títere (Is.7.6)(guerra siro-efraimita). Edomitas e filistas aproveitaram a
oportunidade para rebelião, ataques e despojos. Nesse transe Acaz, contra o conselho de Isaías, chamou Tiglate-Pileser. Ele conquistou Filistia,
deixando uma tropa perto de Gaza, ao limite com o Egito, destruiu Damasco e o reino sírio, e conquistou várias cidades de Israel, aceitando
finalmente um tributo alto.
** Das datas 20 anos de idade e reinado de 16 anos, como consta da Bíblia, e a idade do filho Ezequias, segundo Crônicas 29.1. com 25 anos, então
nesta data com 9 anos, resulta que foi gerado com 9 ou dez anos. Talvez as datas sejam erradas, mas mesmo partindo de 20 anos evidencia-se uma
precocidade enorme.
*** Pela incerteza das datas de vida Schulz não publicou no seu livro anos presumidos, como fez com os outros reis.

No ano 722 a.C. Salmaneser V e SargãoII destruíram Samaria e o reino Israel, levando muitos
ao cativo. Isso aconteceu, por conseguinte, ou no reinado de Acaz ou de Ezequias.

13.Rei de Judá:  Mulheres:

Nome: Ezequias (significa “Força de Jeová”)
Pai: Rei Acaz
Mãe: Abia
Reinado: 29 anos (716-687, anexo da Almeida Caráter: muito bom.
atual e Schulz, 728-699: Einheitsbibel da língua Sucesso: “Teve sucesso em tudo”
alemã. “Judá nunca teve um rei como ele”
Idade no ano da entronização: 25 anos
Destaques: “Ficou ligado ao Eterno”, “Apegou- Fontes: 2Cr29.1 – 32.33
se ao Senhor”.(Veja também 2Cr31.20) 2Rs18.1 – 20.21; 1Cr4,42s
Fortificações (2Rs20.20, 2Cr32.30, Is22.8-11, Is36 – 39 e 10.28-32; Miq1.8-16
etc.) em Jerusalem e outras cidades. Reforma Anais de Senaqueribe
religiosa e de administração. Aumentou os limi- Anais de Sargão II a respeito de rebeliões,
tes do reino contra Edom e Filistia (2Rs18.8, cerca no ano 712, mencionando alem dofaraó
1Cr42.42s). Influência também ás regiões do Ex- Sabaco também Judá, Edom e Moabe entre os
Reino do Norte. rebeldes.(compare Is20.1ss)
Guerra de Senaqueribe contra Judá.* Baixo-relevo do assédio a Laquis, no
Atuação do profeta Isaías palácio de Senaqueribe, em Nínive
* A morte de um rei de um império é sempre oportunidade para países subjugados livrar-se da opressão. Quando Sargão II, (722-705), o conquistador
de Samaria, morreu, Ezequias estava entre os conjurados. 701 era o ano da grande campanha do novo rei Senaqueribe para o sul. Antes acabou com
resistência na Babilônia e outras regiões no leste, demitindo rei Merodaque-Baladã, que bem antes ainda manda-ra uma delegação para Judá
(2Rs20,1-19. Em Egito, Sabaco, um príncipe de Etiópia, negros como hoje vivem no Sudão, conquistou o trono, estabelecendo a Dinastia XXV, mais
ou menos no ano 710 ou 716 ou 708. Eles suportaram a rebelião, mandando também tropas.(Is30.1-5, 31.1-3, 36.6, 37.9, 2Rs18.21, 19.8, 2Cr32), sob
comando do príncipe herdeiro Tiraca, que depois se tornaria o terceiro rei da dinastia etíope. Senaqueribe acabou com todos, com o s egitos, os
filistas, conquistou até a cidade Tiro. Visto que a narrativa bíblica alude em Tiraca, que nasceu em cerca de 709 a.C. e tornou-se co-regente em 689,
parece provável, que Senaqueribe fez outra tentativa para subjugar Judá. O fracasso total e prodigioso dele acontecesse talvez somente então,
responsável talvez indiretamente para a morte compulsiva do rei, em 689 (2Cr32.21). Judá ganhou paz para quase um século.

14.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Manassés
Pai: Rei Ezequias
Mãe: Hefziba
Reinado: 55 anos. Os historiadores lhe acreditam Caráter: ruim. 2Cr33.10ss alega, porém,um ar-
geralmente só 45 anos. (687-642) Talvez os rependimento do rei, contradizendo 2Rs21.*
primeiros anos, desde 696, fossem de co-regente.
Idade no ano da entronização: 12 anos Sucesso:mau ou medíocre. Historiadores alegam
porém, que era uma época de prosperidade.
Destaques: Idolatria péssima. Matou até filhos Fontes: 2Cr33.1 – 20
em sacrifício, e muitas outras pessoas. Construiu 2Rs21.1 – 18 Também Jer48+49 faz nos
uma muralha alta em volta de Jerusalém. saber muito a respeito de cidades vizinhas.
* 2Rs 24.3s repete a opinião péssima a respeito do rei perverso. Tambem Jeremias (15.4 e outrora) usa Manasses como o pior exemplo.
Schulz (pág.206) arrazoa, no entanto, que rei Esaradom de Assíria (681-669) menciona Manasses entre 22 soberanos do “pais heteu”, que fizeram
“visita compulsória” a Nínive. Isso combine talvez com 2Cr33.10ss, embora lá a visita compulsória foi em Babilônia, mas Nínive e Babilônia se
confundem várias vezes na Bíblia. Se isso fosse assim, Manasse teria tido muito tempo para arrepender-se e retocar sua ma fama. Seria estranho que
Reis e Jeremias não mencionam esses acontecimentos. Por isso Schulz propõe a tese, que Manasses tinha-se aliado á insurreição de Moabe e Edom,
que resultou em fracasso. Talvez rei Assurbanipal de Assíria (669-626), que reconquistou a rebelde Babilônia, em 648, e subjugou depois Moabe e
Edom, levasse Manassés para Babilônia, como detalha 2Cr33.10ss.

15.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Amon
Pai: Rei Manassés
Mãe: Mesulemete
Reinado: 2 anos Caráter: muito mau
Idade no ano da entronização: 22 anos Sucesso: mau

Destaques: Continuou com a idolotraria perverso Fontes: 2Cr33,21 – 25

do seu pai, ou, segundo Crônicas., retomou-a 2Rs21.19 – 26
depois da morte do antecessor arrependido
Morto por golpe militar.

16.Rei de Judá: () Mulheres: (?)

Nome: Josias
Pai: Rei Amon
Mãe: Jedida
Reinado: 31 anos (640-609 a.C.) Caráter: Muito bom; pequena desobediência ao
Idade no ano da entronização: 8 anos fim*
Gerou seu filho Eliaquim com 13 (ou 14)anos, e Sucesso: Bom,
seu filho Jeoacaz com 15. (2Cr36.2 e 5, e 34.1) mas fracasso fatal no fim.
Destaques: Reforma religiosa forte. Achou-se Fontes: 2Cr34.1 – 35.27
um livro de lei, de Moisés.** Destruiu todos os 2Rs22.1 – 23.30
lugares de adoração a outros deuses. “Não houve Jr46
outro rei como ele”(2Rs23.25) Estendeu a Jr1 – 10 traça uma impressão forte da
influência para o norte, onde estava antes o situação em Judá no tempo de Josias. O sermão
Reino do Norte, agora despovoado em parte e visa como a política do rei o arrependimento e a
sob controle dos assírios, mas o império assírio volta do povo, que, contudo, não vingou, porque
entrou na agonia. (626 Levantamento e indepen- logo depois da morte do rei o povo recaiu na
dência da Babilônia, depois guerra de Babilônia idolatraria.
e Média contra Assíria. 614 caiu Assur, 612 Crônicas babilônicas
Nínive, 609 a última bastão Harã.)
* Era uma desobediência, porém, com conseqüências fatais. O fundo é o seguinte: Egito, o antigo rival de Assíria, gostou da decadência do império
somente por pouce tempo. Afugentou os assírios, que tinham conquistado o Egito e intronizavam a Dinastia XXVI (Faraó Psametico I. Depois o
medo das novas forças, Babilônia e Média (que incluiu os persas como vassalos), prevaleceu. Por isso já Psamético I, no ano 616, uniu-se a rei
Sinshar-Ishkun, o Orgulhoso, da Assíria, e estacou o avanço de rei Nabopolassar de Babilônia contra Assíria. Depois da caída de Assur, Nínive, e o
assédio de Harã, a última bastão dos assírios, o novo faraó Neco empreendeu uma nova expedicição militar. Era, no entanto, tarde demais, a
resistência assíria acabou, e a sós os egípcios não tinham perspectiva. Depois da batalha peerto de Carquemis contra os babilônios Neco quis se retirar
para Egito.
Parece que Josias nesse momento quis bancar o herói ou subestimou a força do faraó, que, mesmo na retirada, ficava com um exército quase intacta.
Josias ignorou as palavras do faraó, que Crônicas avalia como sendo um aviso de Deus pela boca do faraó, e saiu com seu exercito. Morreu na batalha
de Megido, deixando Judá sem amparo nas mãos do faraó aborrecido.
**Trata-se provavelmente do Pentateuco (Os cinco livros de Moisés), ou partes deles. Supõe-se, que Salomão guardou o livro na pedra de esquina do
templo, seguindo a tradição de deixar documentos no angular dum prédio importante e cumprindo a exortação do pai, que guardasse bem o livro da
lei.

17.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Jeoacaz (Joacaz) (Salum)
Pai: Rei Josias
Mãe: Hamutal
Reinado: 3 meses Caráter: mau (2Rs23.32
Idade no ano da entronização: 23 anos Sucesso: mau
(Era evidentemente mais moço do que seu irmão
e sucessor Jeoaquim)
Destaques: Ele saiu para Ribla, ao norte da Síria, Fontes: 2Cr36.1 – 4
para apresentar-se a faraó Neco, mas este o sub- 2Rs23.31 – 34
stituiu por seu irmão Eliaquim Jr22.10 – 12

18.Rei de Judá:  Mulheres: (?)

Nome: Jeoaquim (Eliaquim,Joaquim,Jeoiaquim)
Pai: Rei Josias Mãe: Zebida
(Ele é irmão de rei Jeoacaz e rei Zedequias
Reinado: 11 anos (609 – 598) Caráter: mau
Idade no ano da entronização: 25 anos Sucesso: mau

Destaques: Entronizado por graça de faraó Neco, Fontes: 2Cr36.5 – 8

que lhe mudou o nome para Jeoaquim (símbolo 2Rs23.35 – 24.7
de escravização). Nabucodonosor venceu os Jr22.13ss, Jr26,35 e 36, e 462ss
egitos em 605 e 604 e expulsou-os da região. Daniel1.1ss
Depois invadiu a terra, prendeu Jeoaquim e
mandou-o preso para a Babilônia (segundo
2Cr36.5ss. 2Rs23.35ss contra-diz).*
* Segundo Daniel 1ss Nabucodonosor invadiu Judá no terceiro ano do reinado de Jeoaquim. Em outros livros se acha o ano 605. Nabucodonosor pus
os egípcios em fuga, em Carquemis, onde ocorrera também a batalha em 609 entre os dois impérios. Em agosto Nabucodonosor já havia avançado o
bastante, para o sul da Palestina, para reivindicar tesouros e reféns em Jerusalém. Entre os reféns era Daniel. Em 601 deu-se o próximo choque entre
Nabucodonosor e Neco, nas fronteiras do Egito, que acabou em empate, - ambos exérci-tos se retiraram, após pesadas perdas. Talvez Jeoaquim tivesse
aproveitado aquela fraqueza temporária para reter o tributo. Nabucodono-sor, no entanto, incitou assaltos contra Judá da parte dos povos vizinhos. Se
não foi mandado para Babilônia, segundo Crônicas, morresse talvez nessa guerra (compare 2Rs23.35ss e Jr36.27-32 e 22.18s sobre a morte do rei).
Seu filho jovem Joaquim herdou uma precária política anti-babilônica.

19.Rei de Judá:  Mulheres: “esposas” (2Rs24,15)

Nome: Joaquim (Jeconias, Conias, Jeoaquim)
Pai: Rei Jeoaquim
Mãe: Neústa
Reinado: 3 meses Caráter: mau
Idade no ano da entronização: 18 anos Sucesso: mau

Destaques: Nabucodonosor cercou Jerusalém, Fontes: 2Cr36.9 – 10

em 598 (ou 597). Joaquim entregou-se. 2Rs24.8 - 17
Nabucodonosor despojou o templo e levou Jr22.24 – 30, Jr36
milhares para o Cativo Babibônio.

20.Rei de Judá:  Mulheres: “mulheres”Jr38.22

Nome: Zedequias (Matanias)*
Pai: Rei Josias Mãe: Hamutal
(Irmão dos reis Jeoacaz e Jeoaquim)
Reinado: 11 anos (597-586 ou 598-587) Caráter: mau-
Idade no ano da entronização: 21 anos Sucesso: mau
Destaques: Forte atuação de Jeremias. 588: Hof- Fontes: 2Cr36.11 – 21
ra (Apries) torna-se novo faraó e organiza logo 2Rs24.18 – 25.7
uma expedição para Ásia. Judá aproveita para se Jr21ss, Jr 27 + 28 +34 +37 – 39, +50
rebelar. Destruição de Jerusalém e morte do rei. Obadias1.10-14; Sl137.7; Lm4.21
* Entronizado por Nabucodonosor. Nessa ocasião o rei babilônico mudou o nome do vassalo em Zedequias.

Anexo
Os primeiros dez reis de Judá:
Desenhos simbolizando o respectivo caráter

    

 
..................................................................................................................................................................................
Roboão Abias Asa Josafá Jeorão Atalia Joás Amazias Uzias
Açazias

Os últimos dez reis e o declínio de Judá em uma alegoria:

Filhas de Sião escravizadas como em baixa-relevo no palácio de Nabucodonosor
simbolizando os altos e baixos dessas décadas

...................... .....................................................................................................................
Jotão Acaz Ezequias Manassés Amom Josias Jeoaquim Zedequias
Joacaz Joaquim

Literatura: Apêndices e prefácios de várias Bíblias.

Yohanan Aharoni/Michael Avi-Yonah: Der Bibelatlas. Hoffmann und Campe Verlag, Hamburg 1982
Samuel J. Schultz: A historia de Israel no Antigo Testamento. Sao Paulo, Vida Nova, 1995