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Alguns exercı́cios (semanaS 1 e 2 do curso)

Roberto Imbuzeiro Oliveira∗

15 de Janeiro de 2014

Eis alguns exercı́cios importantes. (Há outros nos livros.)

1 Quem é enumerável/finito?
Abaixo A, B, C, . . . são sempre conjuntos. Lembre que A é enumerável se
existe f : A → N injetiva. Se a imagem de A está contida em [n] par algum
n, dizemos que f é sobre.

Exercı́cio 1 Mostre que, se existe uma f : A → B injetiva, então existe


uma g : B → A sobrejetiva. Faça isto mostrando construindo o gráfico de g
a partir do gráfico de f .

Exercı́cio 2 Prove que se, existe uma g : B → A sobrejetiva, então existe


uma f : A → B injetiva. Você poderá usar de forma cuidadosa o seguinte
axioma da Teoria de Conjuntos.
Axioma da Escolha: seja A um conjunto cujos elementos são conjuntos.
Então existe uma função c : A → ∪S∈A S tal que para todo A ∈ A temos
h(A) ∈ A. [Dica: A maneira intuitiva de definir f é dizer: para cada a ∈ A,
defina f (a) como um b ∈ B com g(b) = a. O axioma entra para fazer esta
escolha de b.]

Exercı́cio 3 Defina naturais 2 = 1 + 1 e 3 = 2 + 1. Tome como fato que:

∀(i, j), (k, `) ∈ N2 : “2i 3j = 2k 3` ” ⇒ “(i, j) = (k, `)”.

(Isto vem da unicidade da fatoração.) Prove que N2 é enumerável mostrando


que (i, j) 7→ 2i 3j é função injetiva de N2 em N. Prove ainda que N2 é infinito
e deduza que existe uma bijeção de N2 em N.

IMPA, Rio de Janeiro, RJ, Brazil, 22430-040.

1
Exercı́cio 4 Suponha que para cada n ∈ N temos um conjunto An enu-
merável. Prove que ∪n∈N An é enumerá vel mostrando que há uma função
injetiva desta união em N2 . [Dica: dado x ∈ ∪n An , defina g(x) como o
menor k tal que xzina − k. Prove que isto está bem definido. Para cada n
tome uma função injetiva fn e defina:

F (x) ≡ (g(x), fg(x) (x)).

Mostre que esta é mesmo uma função injetiva.]

Exercı́cio 5 Prove que, se A, B são enumeráveis, então A × B é enu-


merável. Deduza que o produto cartesiano de conjuntos enumeráveis é enu-
merável.

Exercı́cio 6 ∪n∈N Nn é enumerável.

Exercı́cio 7 Seja {0, 1}N o conjunto de todas as funções de N em {0, 1}.


Prove que este conjunto não é enumerável de duas maneiras: encontrando
uma bijeção com as partes de N e dando um argumento “diagonal” cons-
truı́do diretamente em {0, 1}N .

2 Corpos ordenados e R
Exercı́cio 8 O livro do Elon define a ordem em R a partir de um conjunto
P de números positivos com certas propriedades. Mostre que a ordem dada
por
x<y ⇔y−x∈P
satisfaz as propriedades que pedimos de < em aula (ver iivro do Rudin).
Mostre ainda que, dada uma ordem como na sala, temos um P correspon-
dente.

Exercı́cio 9 Prove a fórmula para xn − y n vista em sala.


n−1
X
xn − y n = (x − y) xj y n−1−j .
j=0

Exercı́cio 10 Prove a desigualdade de Cauchy Schwartz:


v
n
X
u n n
uX X
∀n ∈ N, ∀x1 , . . . , xn , y1 , . . . , yn ∈ R : xi yi ≤ t( x2i ) ( yi2 ).
i=1 i=1 i=1

2
[Dica: prove que
n 
X xi 2
∀λ > 0 :, ≥ 0.
− λ yi
λ
i=1
qP
Expanda esta expressão e escolha λ = ( ni=1 x2i )/( ni=1 yi2 ) para terminar.
P

Algo deve ser feito quando o denominador da expressão dentro da raı́z for
0.]

Exercı́cio 11 Prove a fórmula do binômio de Newton.

Exercı́cio 12 Sejam x ∈ R e E ⊂ R não vazio tais que e < x para todo


e ∈ E. Prove que sup E ≤ x. Dê alguns exemplos em que sup E = x.

Exercı́cio 13 Sejam E, D ⊂ R conjuntos que não são vazios para os quais


temos e < d sempre que e ∈ E e d ∈ D. Mostre que E é limitado superior-
mente, D é limitado inferiormente e que sup E ≤ inf D.

Exercı́cio 14 Um número x ∈ R é dito algébrico se existem k ∈ N e


a0 , . . . , ak ∈ Z com
Xk
ai xi = 0.
i=0

Prove que o conjunto dos números algébricos é enumerável. Deduza que o


conjunto dos números transcendentes (ou seja, que não são algébricos) não
é enumerável.

Exercı́cio 15 Seja E ⊂ Z limitado superiormente. Prove que sup E ∈ Z.

Exercı́cio 16 Sejam a < b reais. Suponha que 0 < ε < b − a também é


real. Mostre que existe um inteiro k ∈ Z com

k ε ∈ (a, b) := {x ∈ R : a < x < b}.

Usando este problema, mostre que todo intervalo (a, b) contem racionais.
[Dica: para a primeira afirmação, use o fato de tome ε = 1/m para algum
m ∈ N grande.]

3 Outros exercicios importantes


Rudin: cap. 1, exercı́cios 6 e 7.

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