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PROTEÍNA ISOLADA DE SOJA

Ainda existem pessoas que relacionam o consumo da soja apenas aos vegetarianos. Na
verdade, esse alimento, por possuir inúmeros benefícios para saúde, poderia estar presente na
dieta de qualquer praticante de atividade física, mesmo não vegetarianos.

A soja está sendo muito comentada nos últimos anos por causa de descobertas a respeito das
suas propriedades. Excelente fonte de proteínas, fibras, minerais e ácidos graxos, é
considerada a mãe dos alimentos funcionais. Vários estudos científicos comprovam a ação da
soja na prevenção de doenças, como problemas de coração, alguns tipos de câncer,
osteoporose, mal de Alzheimer e sintomas da menopausa nas mulheres.

A soja é utilizada na produção de diversos produtos, sendo que o extrato solúvel, popularmente
conhecido como "leite de soja", está sendo consumido por um número cada vez maior de
pessoas. Essa bebida possui quase os mesmos teores de proteínas do leite de vaca, com a
vantagem de não possuir a lactose, responsável pelo desencadeamento da diarréia, gases e
mal-estar em um considerável número de pessoas sensíveis a esse carboidrato. Além disso, o
extrato solúvel de soja é rico em lecitina e em ácidos graxos poliinsaturados.

O exercício é saudável, mas cria um stress oxidante que pode contribuir para dores, inflamação
dos músculos e formação de radicais livres. Pesquisas recentes demonstram que a proteína de
soja pode acelerar a recuperação muscular após os exercícios. As isoflavonas da soja
produzem efeitos antioxidantes, que podem ajudar a diminuir a dor e a inflamação, favorecendo
o retorno dos atletas ao treinamento mais rapidamente. A pesquisa animal mais interessante
sugere que um dos tipos de isoflavonas presente na proteína isolada de soja (daidzen), pode
ter um efeito específico na produção do hormônio sexual masculino. Animais machos nos
laboratórios experimentaram uma maior excreção de testosterona e hormônio do crescimento.
E ainda, a proteína de soja parece ter um efeito lipolítico no sangue e uma interessante
habilidade em diminuir a viscosidade sanguínea. Esta propriedade funcional pode ajudar na
circulação de apoio e entrega de nutrientes durante o trabalho muscular.

Na nutrição esportiva, a soja também é importante por conter maiores quantidades de


alguns aminoácidos anabólicos, tais como arginina e glutamina, além de apresentar grandes
quantidades dos aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina). Estes cinco
aminoácidos compõem cerca de 36,2% do produto, sendo que a glutamina sozinha conta cerca
de 19,1%. Essa peculiaridade pode ser particularmente útil aos atletas durante uma fase de
dieta hipocalórica, para evitar o catabolismo protéico.

Uma grande quantidade de estudos mostrou que uma ingestão regular de proteína isolada de
soja pode aumentar a produção dos hormônios T3, T4 e TSH, além de manter a insulina
estável quando comparada com outros tipos de proteínas. A Tiroxina (T4), é o principal
regulador da taxa metabólica, ou seja, quanto mais tiroxina, mais rápido o metabolismo. Esse
suporte também pode ser bastante útil para atletas em fase de definição muscular quando se
tenta perder o máximo possível de gordura corporal. Vários estudos demonstraram que a
proteína isolada de soja causou uma maior retenção de nitrogênio e maior perda de gordura
corporal, durante uma fase com pouca ingestão calórica, quando comparada com a caseína.

Como suplemento à base de soja têm maior quantidade de fibras, a absorção da proteína é
mais lenta. Por isso, sua administração pós-treino não é recomendada, pois existem no
mercado produtos protéicos com maior eficácia para serem ingeridos nesse período, tal como
a whey protein. A proteína de soja pode ser administrada nos demais horários do dia.

No entanto, deve-se ter muito cuidado no momento da compra da proteína de soja, pois
comercialmente ela é apresentada em três formas básicas: farinha de soja, proteína
concentrada de soja e proteína isolada de soja.
A farinha de soja é produzida a partir da moagem de flocos de soja descascada e
desengordurada. A farinha de soja possui aproximadamente 50% de proteína em peso seco. A
proteína concentrada de soja é produzida a partir da soja descascada e desengordurada
através da remoção parcial dos carboidratos. A proteína de soja concentrada mantém a maior
parte das fibras originalmente presentes nos grãos de soja e devem conter pelo menos 65% de
proteína em peso seco. Já a proteína isolada de soja é produzida a partir dos flocos de soja,
por meio de um processo que utiliza extração aquosa e aquecimento mínimo. Esse produto é
praticamente livre de carboidratos e de gordura, tendo 90% de proteína em peso seco, sendo a
mais adequada para suplementação alimentar. Tanto a farinha, quanto a proteína concentrada
de soja contêm um perfil baixo do aminoácido essencial metionina, o que reduz a
bioavaliabilidade da proteína como um todo.

Um modo de estar seguro da qualidade da proteína é verificar no rótulo se o nome da proteína


de soja é Supro, porque esta é a marca registrada que oferece todos os benefícios
mencionados. Em testes comparativos de altíssima qualidade (Protein Digestibility Corrected
Amino Acid Score), desenvolvido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a proteína
isolada de soja apresentou valores de qualidade similares às proteínas dos ovos, carne
vermelha e caseína, inclusive no que diz respeito à retenção de nitrogênio.

Produtos de soja crus contêm substâncias conhecidas como "fitoestrógenos", que são
tipos de substâncias que possuem uma ação biológica parecida com Estrogênio. Para
algumas pessoas isso pode ser até benéfico, como mulheres na menopausa, mas para
praticantes de musculação, produtos de soja crus não é desejado. Na proteína isolada
de soja, os fitoestrógenos são encontrados em quantidades ínfimas, sem qualquer
conseqüência.

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