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Médio
Rua Florianópolis nº 463 – Xambrê-PR
Apresentação: Este trabalho contempla a Lei nº 10.639/2003 que inclui
no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade
da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
E está sendo desenvolvido para esclarecer que o
escravo não foi um ser passivo que aceitou a sua
condição, ele lutou de várias formas e uma delas foi a
fuga para viver nos quilombos.
O quilombo a ser estudado foi o de Palmares por ter sido
um grande exemplo de luta e resistência dos escravos
ao sistema escravista.
O objetivo desse trabalho foi elaborar vários textos sobre
a organização política, religiosa, familiar, econômica e
social dos quilombolas com a finalidade de proporcionar
aos alunos uma discussão sobre o Quilombo de
Palmares através de pesquisas, atividades e reflexões.
XAMBRÊ-PR
2011
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UNIDADE DIDÁTICA
Xambrê – Paraná
2011
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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
INTRODUÇÃO
nós, pois contempla a Lei nº 10.639/2003 que incluiu no currículo oficial da Rede de
Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”
contribuindo para a produção de conhecimento referente aos afro-descendentes
para que sua cultura seja valorizada tanto por eles quanto pelos outros. Os fatos
ocorridos em Palmares nos mostram que os negros não eram escravos, eles foram
escravizados. No entanto, mesmo tendo vindo de tão longe para uma terra estranha
não ficaram passivos aceitando a sua condição, mas lutaram fugindo para formar os
quilombos buscando resgatar a cultura e a forma de viver que deixaram na África,
contribuindo para a formação da cultura afro-brasileira.
Documento 1
Presidência da República
Casa civil
Subchefia para assuntos jurídicos
História do Brasil.
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.
§ 3º (VETADO)”
“Art. 79-A. (VETADO)”
“Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia
Nacional da Consciência Negra’.”
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Quilombos eram comunidades formadas por escravos que fugiam dos seus
donos buscando resgatar a cultura e a forma de viver que deixaram na África. Os
quilombos eram formados em regiões onde havia grandes concentrações de
escravos longe das cidades no meio das matas.
Os habitantes dos quilombos eram chamados de quilombolas.
No período da escravidão, o Brasil se transformou em um conjunto de
quilombos, uns eram maiores e outros menores, mas todos muito importantes para a
nossa história. Durante o período que a escravidão existiu os quilombos existiram
em todo território brasileiro (MOURA,1981).
para conseguir artigos e objetos para poderem sobrevier como a pólvora e o sal.
Não eram um grupo isolado, eles tinham contato com outros grupos, os quilombos
recebiam os índios, mulatos e negros, criminosos, fugitivos do serviço militar, esses
eram os oprimidos da sociedade escravista (MOURA,1981).
Havia entre eles uma grande solidariedade, eram avisados das expedições
punitivas contra eles pelos demais grupos fazendo com que os quilombos tivessem
vida longa, pois quando as expedições chegavam ao local, eles já haviam se
retirado levando os produtos que eram produzidos nos quilombos.
TEXTO 1
Escravidão
TEXTO 2
Quilombos
In: GOMES, Flávio dos Santos. Sonhando com a terra, construindo a cidadania. In:
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (orgs.). História da cidadania. São Paulo:
Contexto, 2008, p. 449.
TEXTO 3
Pindoba
Fonte: http://arboreto.blogspot.com/2008/05/pindoba.html
TEXTO 4
República de Palmares
In: FREITAS, Décio. Palmares: a guerra dos escravos. Rio de Janeiro: Graal, 1978,
p. 104.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
O fim da colheita era celebrado com festejos durante uma semana, onde
dançavam, comiam, bebiam e é claro folgavam. Provavelmente a terra pertencia a
toda população (FREITAS, 1978).
No quilombo também havia grandes pomares com diversas árvores frutíferas.
Lá se praticava a produção extrativa principalmente com a palmeira já conhecida por
eles na África .Os frutos da palmeira cresciam no cacho e cada cacho tinha até cem
frutos, do tamanho de um ovo ou mais. A casca do fruto da palmeira após ser batida
dava uma polpa que os palmarinos comiam com farinha, também da polpa retirava
um óleo que dela servia para iluminação, extraiam azeite para preparar os alimentos
e a manteiga. Da palmeira fabricavam uma espécie de vinho, da casca faziam
cachimbos e com as folhas cobriam as casas, faziam esteiras, cestos e abanos
(FREITAS, 1978).
Os quilombolas adotavam a base econômica da família livre, organizado a
base da agricultura de subsistência e criação de animais, viviam em um regime
comunitário através do trabalho coletivo e de solidariedade, aumentando a produção
(MOURA 1981; MOURA, 1987).
Da fauna e da flora os palmarinos retiravam o que era necessário às suas
vidas, como: azeite, luz, roupas, materiais para fabricação de suas casas e da argila
modelavam potes e vasilhas.
TEXTO 5
A África antes dos europeus
In: APOLINÁRIO, Maria Raquel. História. São Paulo: Moderna, 2007, p. 52.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
1- Descreva a economia de palmares.
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ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
GANGA ZUMBA
Ganga Zumba foi o primeiro grande líder do Quilombo dos Palmares. Filho da
princesa Aqualtune, ele nasceu em Palmares, teve três mulheres, duas negras e
uma mulata e numerosos netos, era denominado de Grande Chefe. Provavelmente
tinha sido eleito pelos líderes dos mocambos que formavam o Quilombo dos
Palmares (CARNEIRO, 1966; FREITAS, 1978).
Em 1678 após vários conflitos, Ganga Zumba firmou um tratado de paz com
as autoridades coloniais. Zumbi, porém, não aceitou esse tratado. Ganga Zumba foi
envenenado e Zumbi tornou-se o chefe de Palmares.
ZUMBI
Zumbi nasceu livre, em 1655 nos Palmares, foi o último chefe do Quilombo
dos Palmares e considerado um símbolo da resistência negra à escravidão.
Com sete anos de idade, foi capturado e entregue a um padre português. Foi
batizado e recebeu o nome de Francisco. Ele teve a oportunidade de aprender a
língua portuguesa e praticar o catolicismo, mas em 1670 Zumbi voltou ao seu lugar
de origem (Palmares), com 15 anos de idade. Zumbi era considerado imortal por
aqueles negros que viviam fora do quilombo, devido às várias vitórias que tinha
conseguido contra os portugueses. Ele foi chefe do Quilombo dos Palmares no
período mais decisivo da luta, ou seja, quando foram enviadas expedições para
destruir definitivamente Palmares, era sobrinho do rei Ganga Zumba e irmão de
Andalaquituche.
Em 1675, Zumbi então “General das Armas”, foi ferido e ficou aleijado de uma
perna em um combate contra os soldados portugueses (CARNEIRO, 1966).
Provavelmente o nome Zumbi era um título ou apelido que significava “deus
da guerra”, ele era respeitado e temido pelos seus adversários. Zumbi teve mais de
19
TEXTO 6
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/home.html
TEXTO 7
Observações
por Leci Brandão
garçons negros. O lugar deles fica limitado na cozinha. As escolas de samba foram
criadas pela negritude. Atualmente, a gente negra vem sendo excluída,
paulatinamente, do desfile. Só existe chance na bateria, alas de baianas e
comunidade. Escola de samba presidida por negro não ganha carnaval. Nas
universidades é necessário a adoção de cotas para que a juventude negra possa ter
oportunidade de ter um curso superior. Por estas razões, faz-se necessária a
atuação dos governos federal, estadual e municipal para que as ações afirmativas
se concretizem. Queremos inclusão. Somos cidadãos brasileiros. O exercício da
democracia exige que haja visibilidade para a nossa existência. O que nos falta é
oportunidade para alcançar metas fundamentais que nos permita disputar o espaço
nas mesmas condições de igualdade. Não devo esquecer que além dos negros, os
índios também são merecedores da atenção e do respeito deste país. O Dia do
Índio é 19 de abril”.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
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2- Por que Zumbi era considerado imortal?
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3- Qual o motivo pelo qual Zumbi não aceitou o tratado de paz feito entre Ganga
Zumba e as autoridades coloniais?
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REFERÊNCIAS
FREITAS, Décio. Palmares: a guerra dos escravos. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
In: GOMES, Flávio dos Santos. Sonhando com a terra, construindo a cidadania. In:
PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (orgs.). História da cidadania. São Paulo:
Contexto, 2008, p. 447-467.