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Utilização de DPS na Proteção contra Sobretensões Transitórias

Solução sugerida para


instalação de DPSs no
primeiro nível quando o
quadro de seccionadoras
distante do ponto de
entrada.

Quadro contendo BEP


acessível. DPs, DPSs e
condutores vivos sob
tampa lacrada. Quando o
DP for disjuntor, sua
manopla de manobra deve
ficar acessível.

Ponto
de
Entrada

Figura 29 - Instalação dos DPSs de 1º nível no ponto de entrada quando o


quadro de chaves seccionadoras não está no ponto de entrada.

A figura 30 estabelece quatro esquemas de ligação que


deverão ser adotados para a instalação dos DPSs.
Vale lembrar que essa é uma recomendação mínima de
proteção e visa, basicamente, a proteção contra surto de
modo comum (que ocorre entre condutores vivos e o PE ou
terra) no primeiro nível de proteção da instalação. A proteção
contra surto modo diferencial (que ocorre entre condutores
vivos) deverá ser implementada após estudo de necessidade
(proteção em função da utilização da instalação) e localização.
A verificação da necessidade de instalação nos demais
níveis de proteção deve ser feita através da comparação
direta dos valores desejados de tensão suportável para cada
categoria da instalação e os valores determinados na tabela
mostrada na Figura 22.

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Figura 30 - Esquemas de conexão dos DPSs no ponto de entrada da linha de


energia ou no quadro de distribuição principal da edificação - Figura 13 da
norma 5410.

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Notas da figura 30:


a) A ligação ao BEP ou à barra PE depende de onde, exatamente, os
DPSs serão instalados e de como o BEP é implementado, na prática.
 Assim, a ligação será no BEP quando:
– o BEP se situar a montante do quadro de distribuição
 principal (com o BEP localizado, como deve ser, nas proximidades
imediatas do ponto de entrada da linha na edificação) e os DPSs
forem instalados então junto do BEP, e não no quadro; ou

– os DPSs forem instalados no quadro de distribuição principal


da edificação e a barra PE do quadro acumular a função de BEP.
Por conseqüência, a ligação será na barra PE, propriamente dita,
quando os DPSs forem instalados no quadro de distribuição e a barra
PE do quadro não acumular a função de BEP.

b) A hipótese configura um esquema que entra TN-C e que prossegue


instalação adentro TN-C, ou que entra TN-C e em seguida passa a
TN-S. O neutro de entrada, necessariamente PEN, deve ser aterrado
no BEP, direta ou indiretamente. A passagem do esquema TN-C a
TN-S, com a separação do condutor PEN de chegada em condutor
neutro e condutor PE, seria feita no quadro de distribuição principal
(globalmente, o esquema é TN-C-S).
c) A hipótese configura três possibilidades de esquema de
aterramento: TT (com neutro), IT com neutro e linha que entra na
edificação já em esquema TN-S.

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Quando houver necessidade da instalação de DPSs em


mais níveis de proteção os esquemas da figura 30 devem ser
repetidos ao longo dos vários níveis conforme o esquema de
aterramento instalado:

Para esquemas: TN-S, TT com neutro e IT com neutro:


esquema da conexão 2: entre cada fase e PE e entre
neutro e PE;
esquema de conexão 3: entre cada fase e neutro e
entre neutro e PE
Para circuitos sem neutro, qualquer que seja o esquema
de aterramento:
entre cada fase e PE (esquema de conexão 1);
Para esquema TN-C:
Esquema da conexão 1: entre cada fase e PEN.

1º Nível 2º Nível 3º Nível


DP DP

DP DP
DPS
DPS N DPS

BEP BEL

DP - Dispositivo de proteção contra sobrecorrentes;


DR - Dispositivo diferencial residual;
TR - Transformador.

Figura 31 - Exemplo de aplicação para três níveis de proteção.

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CONDUTORES DE CONEXÃO:

O comprimento dos condutores para a conexão do DPS


deve ser o mais curto possível, sem curvas ou laços. No
primeiro nível de proteção o comprimento total do condutor
de ligação não deve exceder 0,5 m, como ilustrado na figura
28.
A justificativa válida para a coordenação pode ser
utilizada para explicar esta prescrição. Se nas condições de
instalação o DPS for posicionado no quadro de modo a existir
excesso de condutores, as famosas “folgas”, poderão ocorrer
as seguintes situações de mau funcionamento:

Excesso de cabo a montante do DPS: atraso no


tempo de atuação do dispositivo fazendo com que uma
parcela maior de surto passe para o próximo nível de
proteção ou para a instalação;

Excesso de cabo a jusante do DPS: dificuldade na


dissipação da corrente do surto elevando a energia
dissipada (calor) no DPS.

Figura 32 - Comprimento máximo total dos condutores de conexão do DPS.

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A seção nominal, do condutor das ligações DPS–PE, deve


seguir a seguinte prescrição:

Proteção contra riscos indiretos (AQ-2): No mínimo


4 mm2 em cobre ou equivalente;
Proteção contra riscos diretos (AQ-3): No mínimo
16 mm2 em cobre ou equivalente.

A OBRIGATORIEDADE DE PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES :

Ao chegar no final de sua vida útil ou por deficiência


interna há a possibilidade do DPS entrar em curto-circuito
permanentemente criando uma falta a terra naquele ponto
do circuito. Prevendo este tipo de situação a norma 5410
prescreve que o DPS deverá ter um indicador de estado,
para DPS não curto-circuitante ou um dispositivo de
proteção contra curto-circuito (DP) instalado a montante,
para DPS curto-circuitante. As alternativas de arranjos
para instalação desses dispositivos são mostradas na figura
29 e permitem, na hipótese de falha do DPS, priorizar a
continuidade do serviço ou a continuidade da proteção.
Então os dispositivos de proteção contra sobrecorrentes
podem estar posicionados:

1ª: na própria conexão do DPS, esse dispositivo de


proteção pode ser o desligador interno que eventualmente
integra o dispositivo. Essa ligação assegura continuidade
de serviço, mas significa ausência de proteção contra
qualquer novo surto que venha a ocorrer antes da troca do
DPS;

2ª: no circuito ao qual está conectado o DPS, corresponde


geralmente ao próprio dispositivo de proteção contra
sobrecorrentes do circuito. Afeta a continuidade do
serviço, uma vez que a atuação do dispositivo de
proteção, devido à falha do DPS, interrompe a alimentação
do circuito;

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3ª: uma repetição da primeira situação com redundância


da proteção. Embora de maior custo esta alternativa
minimiza a possibilidade de perda de proteção contra surto
em caso de dano em um dos DPS. Neste caso os
dispositivos devem ser tecnicamente idênticos.
DP

DP DP DP

1ª 2ª 3ª

Figura 33 - Possibilidades de posicionamento do dispositivo de proteção


contra sobrecorrentes.

O dispositivo de proteção contra sobrecorrentes a ser


instalado deve possuir corrente nominal compatível à
indicada pelo fabricante do DPS. A capacidade de
interrupção deve ser inferior ou igual a corrente de curto-
circuito presumida naquele ponto.

A seção nominal dos condutores destinados a conexão


entre o dispositivo de proteção contra sobrecorrentes
especificamente previsto para eliminar um curto-circuito
aos condutores de fase do circuito deve ser dimensionada
levando em conta a máxima corrente de curto-circuito
possível no local.

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COORDENAÇÃO DE DPSS COM DISPOSITIVOS DR:

Para cada nível de proteção devem ser respeitadas as


seguintes condições:

Preferencialmente os DPSs devem ser instalados a


montante do dispositivo DR. Para o esquema TT, os
DPSs devem ser conectados conforme o esquema de
conexão 3 da figura 30;

Falta no equipamento ou na instalação – Correta atuação do DR.


Corrente de fuga (avalanche) no DPS – Atuação intempestiva do DR.

I
I

I I

Figura 34 - Coordenação entre DR e DPS - DR a montante do DPS.

Quando o DPS for posicionado a jusante do dispositivo


DR, seja ele instantâneo ou temporizado, deve possuir
uma imunidade a correntes de surto de, no mínimo
3 kA (8/20) µs. DR tipo “S”.

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Falta no equipamento ou na instalação – Correta atuação do DR.


Corrente de fuga (avalanche) no DPS – O DR não é sensibilizado.

I
I

I I

Figura 35 - Coordenação entre DR e DPS – DR a jusante do DPS.

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PROTEÇÃO EM LINHAS DE SINAL :

Para proteção de linhas de sinal (video, dados,


telefonia) há algumas prescrições a serem acrescidas àquelas
feitas anteriormente, porém o vínculo com os barramentos de
eqüipotencialização é fundamental e deve ser mantido:
Linha originária da rede pública de telefonia: deve ser
instalado um DPS por linha. Os DPSs devem estar
localizados no distribuidor geral de sinal (DGS) da
edificação onde está o terminal de aterramento de
telecomunicações (TAT), como determina a norma 14306.
O TAT será ligado ao aterramento através do BEP. O DGS
deve estar situado o mais próximo possível do BEP;
Linha externa originária de outra rede pública que não a
de telefonia: o DPS, instalado por linha de sinal, deve ser
localizado junto ao BEP;

QDP

FONE DGS
PEN
BEP TAT

Figura 36 – Indicação do posicionamento dos DPSs de sinal.


Linha que se dirija a outra edificação, a estruturas anexas
ou no caso de linha associada à antena externa ou outras
estruturas no topo da edificação: o DPS deve ser
localizado junto ao BEP, ao BEL, ou ao terminal “terra”, o
que estiver mais próximo em cada edificação ou estrutura.

Figura 37 - Proteção de sinal para comunicação entre edificações.

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Os DPSs devem ser conectados entre a linha de sinal e


a referência de eqüipotencialização mais próxima.
Dependendo do posicionamento do DPS, a referência de
eqüipotencialização mais próxima pode ser o BEP, o TAT, o
BEL, o condutor PE ou, caso o DPS seja instalado junto a
algum equipamento, o terminal conectado à massa desse
equipamento. O eletroduto por onde passará o condutor do
sinal deve ser metálico, ter continuidade elétrica garantida e
suas extremidades interligadas aos eletrodos de aterramento
de cada edificação.

SELEÇÃO DOS DPSS DE SINAL :

Assumindo que o DPS venha a ser instalado no DGS da


edificação são especificadas a seguir as características
exigíveis dos DPSs destinados à proteção de linhas de
telefonia em par trançado:

Tipo de DPS: O DPS deve ser do tipo curto-circuitante,


simples ou combinado (com limitador de sobretensão em
paralelo);

Tensão de disparo c.c.: O valor da tensão de disparo c.c.


deve ser de no máximo 500 V e, no mínimo, 200 V,
quando a linha telefônica for balanceada ou 300 V, quando
a linha telefônica não for aterrada (flutuante);
Tensão de disparo impulsiva: O valor da tensão de disparo
impulsiva do DPS deve ser de, no máximo, 1 kV;

Corrente de descarga impulsiva:


No mínimo, 5 kA, quando a blindagem da linha
telefônica for aterrada, e
No mínimo 10 kA quando a blindagem não for
aterrada.
Para condições AQ-3, recomenda-se a comparação dos
valores de correntes de primeira descarga atmosférica
possíveis (já demonstrada para DPS de energia) e a adoção
do maior valor.

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