Você está na página 1de 1

A prática do Dharma não traz poder sobrenatural para o praticante.

Diante da
impermanência o corpo do praticante envelhece, experimenta  a dor e morrerá.
As riquezas materiais do praticante, a atividade econômica que ele exerce, as relações
profissionais, sociais, pessoais e de parentesco do praticante estarão sujeitas a
impermanência e interdependência  e nenhuma força sobrenatural irá envolve-la em uma
cápsula de proteção contra o movimento da vida.
A ação do praticante no mundo continuará sujeita a impermanência e interdependência.
Então ele irá dizer virarei o leme para direita, mas causas e condições eventualmente irá
virar o leme para esquerda. Causas e condições não estão sujeitas a seres sobrenaturais
que proteja o praticante.
O praticante que tem formação cultural, linguística, e outras construções intersubjetiva de
uma família, ou de uma região, ou de país, ou de uma etnia, não irá repentinamente
dissolver todas essas lentes que, de forma grosseria, fazem a mediação entre ele e o
mundo, de forma sutil constrói o eu que ele sustenta e secretamente gera motivação e
energia para ele movimenta-se no mundo.
Ele também pertence  a um determinado período histórico, é contemporâneo de uma
época. Não é minha escolha se um telegrama é a forma mais rápida de enviar uma
mensagem. Não é na minha escolha que algumas profissões não sejam mais praticadas.
Posso ser em excelente operar uma máquina de datilografia, mais não de minha escolha
se isso terá uma importância socialmente compartilhada.
Os objetos concretos, os fenômenos naturais e sociais irão seguir um curso que não
depende de um só homem. Eles nascerão e morrerão. Como a nossa consciência
individual, que transmigra em múltiplas direções, também uma consciência universalista
irá transmigrar, nascer e morrer em uma roda da vida universal.
Os conteúdos das acontecimentos, das ações não virtuosas, e até das emoções são
mediados por esta consciente universalista que é absorvida por cada ser como sendo
sua.
Acho que até cães, cavalos, búfalos, ratos, gatos e toda ordem de seres que ao longo da
existência, após surgimento e desenrolar histórico da humanidade, passaram por esta
transmigracao de consciência universalista. Mesmo na ausência da humanidade essa
transmigracao grosseira, sutil e secreta sempre esteve em movimento. Todos os seres
grosseiros e sutis, materiais e imateriais são filhos desse movimento. Impermanência,
interdependência e natureza livre criam, criaram e continuam criando mundos grosseiros
e sutis. Mas acho que o aspecto secreto da vida é imutável.
Não é possível parar a roda vida.  Mas sem o aspecto secreto e imutável da vida não seria
possível o movimentar da roda.
Então quando nos movimentamos, a percepção e significação que damos aos
fenômenos (objetos, pessoas, locais, acontecimentos, pensamentos, emoções, acho que
todas essas coisas que chamamos de eu, de outro e de mundo concreto)

Você também pode gostar