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Até pouco tempo atrás, o sucesso de uma pessoa era avaliado pelo
raciocínio lógico e habilidades matemáticas e espaciais (QI). Mas o psicólogo
Daniel Goleman, PhD, com seu livro "Inteligência Emocional", retoma uma
nova discussão sobre o assunto. Ele traz o conceito da inteligência emocional
como maior responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. A maioria da
situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas.
Dessa forma, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como
afabilidade, compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso.
Quando investigam por que a evolução da espécie humana deu à
emoção um papel tão essencial em nosso psiquismo, os sociobiólogos
verificam que, em momentos decisivos, ocorreu uma ascendência do coração
sobre a razão. São as nossas emoções que nos orientam quando diante de um
impasse e quando temos de tomar providências importantes demais para que
sejam deixadas a cargo unicamente do intelecto - em situações extremas ou
delicadas.
Mas o que é que isso tudo tem a ver com a sala de aula?
Vamos imaginar o início do ano letivo em uma classe de 1º. Ano ou pré-
escola. As crianças agitadas, ansiosas, mas, tudo sob controle. Após uma
semana a situação não muda muito. Após duas semanas o panorama geral
começa a se alterar. Após duas semanas, como diz um conhecido meu, o
pessoal começa a pegar intimidade e aí já viu, começam a ficar à vontade. A
ansiedade diminui nos alunos e aumenta no professor. Já se sabe quem é o
“pestinha” da sala, aquele que vai acabar de branquear os cabelos do
professor, sabemos quem é a “vítima” aquele que apanha e é xingado por todo
mundo, o “fiscal” que traz notícias de todas as confusões da sala. No fim do 1º
mês, a situação já é traumática, passa-se mais tempo chamando a atenção dos
alunos, do que dando aula.
À primeira vista, sem que seja necessária muita análise, percebe-se que,
se uma criança não tiver a capacidade de prestar atenção e seguir ordens
quando está sendo instruída, ela, com certeza, vai ter dificuldades, no mínimo,
em entender o que é para ser feito. Multiplicando-se essa dificuldade pelo
número de alunos que há em média em uma sala de aula, conclui-se que
prestar atenção e seguir ordens são habilidades fundamentais para o sucesso
acadêmico de um aluno. Em pesquisas efetuadas com professores de pré-
escola (Lewet & Baker, 1995) verificou-se que:
- 60% acreditam que a criança precisa ser capaz de seguir ordens, não
ser disruptiva em sala de aula e ser sensível aos sentimentos dos outros.
Também se percebeu em pesquisas que (Nelson & col., 1992):
Outro aspecto que tem que ser abordado é que não basta que a criança
saiba se comportar socialmente, é preciso que ela queira se comportar de
maneira adequada. Estamos falando especificamente de motivação de
sensibilização, que é a “energia propulsora da ação”; eu posso saber qual é a
forma correta de agir, mas, se eu não estiver motivada, eu não vou me mover
para que a ação aconteça. Faz parte da consciência de minhas ações saber
que tipo de valores eu estou deixando prevalecer nas minhas atitudes. Essa
consciência dos valores não vem de graça. Valores têm que ser discutidos,
refletidos, entendidos, mesmo porque, apesar de existirem valores que são
universais, uma boa parte deles depende do contexto.
Bibliografia