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O transtorno Obsessivo-Compulsivo em diferentes fases do desenvolvimento


humano

Chapter · November 2017

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4 authors, including:

Ana Lucia Ivatiuk Felipe Miranda Barbosa


FAE Centro Universitário Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO)
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Fernanda Z. Delage
Universidade Tuiuti do Paraná (UTP)
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Ana Lucia Ivatiu , Felipe Miranda Barbosa,
COMPORTAMENTO Fernanda étola Delage e Joliane Matveichu do Prado
EM FOCO VOL. 6

O Transtorno Obsessivo- Ana Lucia Ivatiuk


FAE - Centro Universitário
Compulsivo em diferentes fases Grupo Crescer Psicologia
ana@gcrescer.com.br
do Desenvolvimento Humano
Felipe Miranda Barbosa
Universidade Estadual do Centro-Oeste
The Obsessive-Compulsive Disorder (Unicentro), Grupo Crescer Psicologia
in different phases in the Human
Fernanda Zétola Delage
Development Universidade Tuiuti

Joliane Matveichuk do Prado


Faculdade Evangélica do Paraná (FEPAR)
Grupo Crescer Psicologia

Resumo Abstract
Entende-se o Transtorno Obsessivo-Compulsivo It is known that Obsessive-Compulsive Disorder
(TOC) como um conjunto de comportamentos que se (OCD) is understood as a set of behaviors that are
caracterizam por obsessões e compulsões que impe- characterized by obsessions and compulsions that
dem o indivíduo de ter uma rotina devido ao grande prevent the individual from having a routine due to
número de rituais realizados. Este artigo tem como the large number of performed rituals. This article
objetivo a apresentação de intervenções psicológicas, aims to present interventions, in three phases of
em três fases da vida de indivíduos acometidos pelo the life of individuals affected by OCD: adolescence,
TOC: adolescência, idade adulta e terceira idade. Na adulthood and old age. In adolescence, the case
adolescência, o caso descrito apresenta prejuízos na described shows damages in the individual’s capacity
capacidade do indivíduo em desempenhar as fun- in carrying out the school functions and home, being
ções escolares e em casa, sendo que o seu padrão era that their pattern was to worry about contamination
preocupar-se com contaminação e alinhamento de and aligning objects. In the adulthood, the fear of
objetos. Na idade adulta, o medo de contaminação e contamination and solemnity demand degree made
o elevado grau de exigência fez com que o indivíduo that the individual didn’t finish the university
não terminasse o curso superior e realizasse o ingresso and enter in the job market. And in old age, OCD
no mercado de trabalho. E na terceira idade, o TOC manifested itself through obsession with shopping,
manifestou-se através da obsessão por compras, ri- compulsive daily rituals, attachment to old objects,
tuais compulsivos diários, apego a objetos antigos, etc. The data discuss similarities and differences
etc. Os dados discutem semelhanças e diferenças que that the OCD can present in terms of topographies
o TOC pode apresentar em termos de topografias nas at the various stages of human development and the
diferentes fases do desenvolvimento humano, bem effectiveness of the interventions.
como a efetividade das intervenções realizadas.

PALAVRAS-CHAVE KEYWORDS

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); Obsessive-compulsive disorder (OCD);


Análise do comportamento; Behavior analysis;
Psicologia clínica; Clinical psychology;
Desenvolvimento humano. Human development.

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Introdução área da medicina (psiquiatria, neurologia e


genética) como de profissionais da psicologia
A definição do Transtorno Obsessivo- (psicólogos clínicos e neuropsicólogos) que
Compulsivo (TOC) perpassa definições advin- estão envolvidos nesta força tarefa.
das da psiquiatria com o Manual de Diagnóstico
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), No viés da Análise do Comportamento, pri-
um modelo considerado médico, nas suas meiro precisa-se compreender a que se refere
mais variadas versões, com o da Análise o termo. Embora se aceite a utilização dos re-
do Comportamento (Abreu & Prada, 2004; ferenciais propostos pelo DSM- 5 (APA, 2014)
Banaco, Zamignani & Meyer, 2010; Prado e nas suas versões anteriores; alguns autores
2013). No DSM-5 (APA, 2014) esse Transtorno preferem compreender o mesmo como um
passa a ser caracterizado como um diagnóstico comportamento obsessivo compulsivo e não
independente dos Transtornos de Ansiedade, um transtorno, procurando descrever quais as
ou seja, deixou de ser um tipo de transtorno relações funcionais que se podem estabelecer
dentro daquele quadro diagnóstico e começa entre a apresentação das compulsões ou das
a ser estudado de forma independente e sem obsessões, para a manutenção dos compor-
a necessidade de ser associado a sintomas tamentos considerados problemas, como eles
relativos a ansiedade. se mantém e que tipo de prejuízo causam as
pessoas (Vermes & Zamignani, 2002; Banaco,
Nesta nova forma de classificação, o TOC Zamignani & Meyer, 2010; Silva & de-Farias,
deixou de ser um tipo de Transtorno de 2013). Nesta perspectiva as obsessões podem
Ansiedade e passa a configurar como uma ca- ser definidas como um quadro comportamental
tegoria própria de diagnóstico e, assim, passa que se relaciona com pensamentos encobertos
a possuir outros Transtornos Relacionados, súbitos e recorrentes e as compulsões como
como o Transtorno de Acumulação e o comportamentos estereotipados que o indiví-
Transtorno de Escoriação (Skin-Picking) (APA, duo precisa emitir (Abreu & Prada, 2004). As
2014). É definido como um quadro que apre- obsessões e as compulsões podem ocorrer de
senta obsessões e/ou compulsões, sendo que forma conjunta, ou seja, uma para neutralizar
a primeira é definida como um conjunto de a outra ou de forma individualizada, onde uma
pensamentos, impulsos ou imagens recor- não precisa da outra para ocorrer.
rentes e persistentes, vivenciadas de forma
intrusiva e indesejada por aquele que a possui; Para fins deste artigo, como todos os casos
já as compulsões são comportamentos repeti- descritos foram encaminhados para psicote-
tivos que o indivíduo necessita executar para rapia por diagnósticos psiquiátricos anterio-
aliviar uma obsessão ou de acordo com regras res, optar-se-á pela utilização do termo TOC.
que mantém o seu comportamento (APA,
2014). Segundo Cordioli (2014b) a etiologia O portador do TOC apresenta padrões de ob-
do TOC ainda é um desafio para pesquisado- sessões e/ou compulsões, que causam sofri-
res de diferentes partes do mundo, tanto na mento e/ou prejuízo acentuado, interferindo

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na rotina, funcionamento ocupacional e social & Almeida, 2010). Pode começar na infância
do indivíduo. As obsessões são respostas (Vermes & Banaco, 2013), na adolescência
encobertas persistentes, vivenciadas como (Argimon, Bicca & Rinaldi, 2007), na idade
intrusivas e inadequadas pelo indivíduo, adulta (Abreu & Prada, 2004) ou terceira
causando intensa ansiedade e sofrimento idade (Gomes, Comis & Almeida, 2010).
(Cordioli, 2014a).
Muitas vezes o diagnóstico em adolescentes
O indivíduo com obsessões responde com é tardio, pois os portadores discriminam seu
fuga/esquiva, evitando diretamente o com- comportamento como estranho e diferente
portamento obsessivo ou se engajando em quando se comparam aos seus pares, dis-
outras respostas: as compulsões. Apesar de farçam ou escondem-se para executar seus
produzirem alívio imediato, o efeito destas rituais. As manifestações do TOC que surgem
respostas é desastroso. Ao ficar sob controle durante a adolescência são muito semelhan-
de tais respostas, muitas vezes o indivíduo tes às dos adultos. São comuns obsessões se-
deixa de estar sob controle de outros estímulos guidas de rituais compulsivos, demora para
ambientais, tais como as atividades diárias e a realização de certas tarefas, repetições e
as atividades laborais (Sterling & Ireno, 2007). hipervigilância. Os sintomas mais comuns
são os medos de contaminação seguidos de
As obsessões e compulsões não são o resul- compulsões de limpeza e lavagens. Também
tado de outros transtornos mentais tais como são comuns preocupações com simetria, ali-
esquizofrenia e transtornos relacionados ou nhamento ou exatidão e acumulação com-
transtornos do humor. O TOC é um transtor- pulsiva (Cordioli, 2014a).
no que se apresenta como uma comorbidade
em diversas outras psicopatologias comuns Como regra, o TOC nesta fase da vida acar-
no ambiente clínico, como: depressão; trans- reta sofrimento significativo, interfere no
tornos de ansiedade (fobias específicas); rendimento escolar, nas relações sociais e,
transtorno déficit de atenção e hiperativi- sobretudo, no funcionamento familiar. A
dade (TDAH); abuso/dependência de álcool rotina do portador de TOC é alterada, como
e drogas; anorexia; bulimia; compulsão ali- por exemplo, a hora de comer, vestir, dormir,
mentar; esquizofrenia; transtorno bipolar; ir para escola, participar de esportes e ativi-
transtorno de personalidade esquizotípica dades, fazer os deveres de casa, brincar, etc.
e transtorno de personalidade borderline (Bortoncello et al., 2014).
(Cordioli, 2014b).
O TOC acarreta uma série de prejuízos em
O TOC pode acometer diferentes fases do de- diversas fases da vida, mas em adultos apre-
senvolvimento e ter características de mani- senta uma série de prejuízos mais significati-
festação próprias em cada uma dessas fases, vos, pois muitas vezes podem não conseguir
bem como índices de prevalência, caracterís- sustentar financeiramente a família ou não
ticas e forma de tratamento (Gomes, Comis se inserir no mercado de trabalho de maneira

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satisfatória (Cordioli, 2014a). Além disso comorbidade implicam aos pacientes dificul-
podem ter problemas de ordem afetiva e de dades para organizar e levar adiante as tare-
relacionamentos de uma forma geral, aca- fas da terapia que, conforme Cordioli (2014b),
bando por viver mais isolados quando ainda precisa ser predominantemente de exposição
não constituíram famílias. (Gomes, Comis & e prevenção de resposta juntamente com a
Almeida, 2010; Cordioli, 2014a). medicação adequada.

Em pacientes de terceira idade com TOC as As dificuldades cognitivas criadas por estes
comorbidades não são apenas psicológicas, diagnósticos em conjunto vêm desde o iden-
mas também principalmente as médicas, tificar e compreender aspectos cognitivos
neurológicas e psiquiátricas afetam direta- (pensamentos catastróficos), a pouca mo-
mente o funcionamento do paciente, o que tivação para realizar a terapia em razão dos
deve ser observado e avaliado pelo psicólogo sintomas negativos da esquizofrenia (falta
ainda nas sessões iniciais. Além de realizar de inciativa, alterações motoras, déficits de
um acompanhamento multidisciplinar com linguagem expressiva e receptiva, embota-
os demais profissionais de saúde que com- mento afetivo, apatia, etc.) (Adad, Castro e
põem todas as frentes de trabalho em prol da Mattos, 2000; Cordioli, 2014b).
saúde do idoso, o psicólogo e toda a equipe
devem estar sempre atentos as medicações, Para a análise do comportamento, a pessoa
suas interações e possíveis efeitos colaterais esquizofrênica é a soma dos efeitos históricos
como risperidona, clozapina, aripiprazol, e e do presente. O seu comportamento atual in-
até mesmo haloperidol. terage tanto com as contingências ambientais
de reforçamento e punição quanto com os efei-
Os sintomas do TOC são comuns em pacientes tos de sua história (Skinner 1985, 2000; Britto,
com esquizofrenia e foram encontrados em 2005; Britto et al., 2010; Britto et al., 2011).
8% a 25% dos casos, sendo observado inclu-
sive em pacientes idosos. O transtorno está No DSM-5 (APA, 2014), a esquizofrenia possui
associado a sintomas psicóticos mais graves como sintomas característicos delírios, alu-
tanto positivos como negativos, assim como cinações, fala e comportamento desorgani-
a um pior prognóstico, um funcionamento zado ou catatônico além de embotamento
geral prejudicado e a uma resistência maior afetivo, alogia ou avolição. Considera ainda
ao tratamento (Poyurovsky, 2006; Cunill, como segundo critério a disfunção ocupacio-
2009; Owashi, 2010; Cordioli, 2014b). nal ou social no trabalho, relações interpes-
soais ou autocuidado, sendo que seu início
Nesses casos, em que o TOC está associado a prototipicamente ocorre durante a infância
Esquizofrenia, é comum no meio psiquiátrico ou adolescência, além da duração mínima
o uso de ISRS (antidepressivos) associados dos sintomas principais por um mês e por
aos antipsicóticos. Com o grau de compro- seis meses contínuos de sinais do distúrbio
metimento mental, estes transtornos em (Santos, Santos & Aureliano, 2013).

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Wielenska (2001) apresentou um conjunto de memória. Acredita-se que este mecanismo,


estratégias comportamentais para o trata- seja o resposável pelo desaparecimento dos
mento do TOC, dividindo-as em três fases: a sintomas na terapia EPR (Cordioli, 2008).
inicial em que se deve fazer a avaliação ini-
cial do caso e do funcionamento global do Uma outra intervenção eficaz com portadores
indivíduo, através de entrevistas que obje- de TOC é incluir no processo um Acompanhante
tivem coletar os dados que possam auxiliar Terapêutico (AT) que para a análise do com-
a elucidação do Transtorno em formato de portamento o AT pode ser o profissional que
Análise Funcional, bem como de levantar trabalha no ambiente em que as contingências
possíveis comobidades, treinar o paciente mantenedoras dos comportamentos a serem
para estabelecer relações entre suas queixas modificados ocorrem, e também, pode ser um
e os prejuízos que ele apresente para que auxiliar de um terapeuta comportamental, de
possa aderir ao tratamento; na segunda fase um psiquiatra ou até mesmo de uma equipe
são trabalhadas a exposição aos estímulos multidisciplinar. Como auxiliar, atua na coleta
ansiogênicos e a prevenção de respostas ri- de dados e aplica técnicas cuja necessidade de
tualísticas e a terceira referente aos cuidados mudanças é determinada pelos responsáveis
que se precisa ter para a implementação dos pelo atendimento (Guerrelhas, 2007).
procedimentos e a finalização do tratamento.
Estes procedimentos podem ser realizados de O AT é indicado na intervenção de casos de
forma individual ou grupo. déficits importantes no repertório básico de
comportamentos, o que gera a necessidade
Segundo Cordioli (2008), a terapia de expo- de uma atenção intensiva realizada nos locais
sição e prevenção de respostas ou de rituais em que o indivíduo vive (Sterling & Ireno,
(EPR) tem sido um método eficaz em reduzir 2007). Por estar em contato com o ambiente
os sintomas do TOC. A EPR fundamenta-se natural do paciente, onde ocorrem os com-
em uma modalidade de aprendizagem e de portamentos a serem modificados, o trabalho
mudanças de comportamento, denominada extra consultório propicia uma intervenção
habituação. Este método procura cortar o mais eficaz, pois com a observação in loco, o
círculo vicioso representado pelo alívio dos AT poderá coletar dados efetivos para a aná-
sintomas, responsáveis pela manutenção dos lise funcional e consequentemente auxiliará
sintomas OC. A interrupção desse circuito o terapeuta para a escolha de técnicas mais
possibilita a uma nova aprendizagem, pois efetivas (Guerrelhas, 2007).
os estímulos aversivos que provocam o medo
deixam gradualmente de provocá-lo, tor- Diante do exposto até aqui, este trabalho tem o
nando-se, estímulos neutros. A partir disso, objetivo de apresentar casos com diagnóstico
novas associações entre estímulos e emoções de TOC de diferentes fases do desenvolvimen-
são instituídas e a memória anterior (estímulo to que foram atendidos clinicamente, com o
e medo) passa a ser substituída por uma nova referencial da análise do comportamento.

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Método Nos atendimentos seguintes, foi realiza-


do o levantamento dos sintomas através
Tratam-se de relatos de casos clínicos, aten- do Roteiro de Entrevista Focada (Cordioli,
didos de forma individual, que tem como 2008), que contém perguntas a respeito de
método de apresentação a descrição das inter- quando iniciou os sintomas, quais eram eles
venções realizadas com cada caso. Cada caso e avaliado o nível de conhecimento a respeito
foi atendido por um dos autores do capítulo e do transtorno. Ainda como forma de coletar
foram organizados de acordo com os procedi- dados, utilizou-se o Formulário – Listas de
mentos éticos adequados. Os nomes utilizados Sintomas do TOC (Cordioli, 2008) para iden-
nos casos são fictícios e foram sugeridos para tificar e avaliar a gravidade dos sintomas re-
facilitar a descrição de alguns casos. latados pelo paciente.

Através dos instrumentos utilizados, verifi-


Resultados cou-se que o paciente apresentava o seguinte
padrão obssessivo-compulsivo: preocupa-
Caso 01 – Adolescência va-se com contaminação e doenças; com o
alinhamento dos objetos, guardava papeis e
Lucas, um adolescente de 15 anos de idade, objetos, medo de não emitir as compulsões
masculino, estudante do Ensino Médio. Foi e acontecer algo de ruim com ele ou com a
encaminhado para iniciar um acompanha- família. Lavar as mãos, tocava na tampa da
mento terapêutico, pois não estava apresen- lixeira da cozinha ou do banheiro e tocava na
tando resultados satisfatórios em sessões de maçaneta da porta do banheiro com guarda-
psicoterapia individual, também sob a pers- napo ou papel higiênico, limpava os talheres
pectiva comportamental. e copos antes de usar, acendia e apagava no-
vamente lâmpadas apagadas, verificava se os
A intervenção com o acompanhante tera- objetos estavam alinhados, portas e janelas
pêutico durou 3 meses. Foram realizados 16 estavam fechadas, fazia listas, não apagava
atendimentos, os quais ocorriam duas vezes e-mails, colecionava borrachas, lápis usados
na semana, com duração de três horas cada e bilhetes escolares.
um deles. Para uma intervenção mais efetiva,
o tratamento foi na casa do paciente. Nos pri- Durante o tratamento realizou-se a
meiros atendimentos foi feito o vínculo com o Psicoeducação para proporcionar ao paciente
paciente para facilitar o trabalho terapêutico. informações acerca do transtorno e do seu
Durante os mesmos foram discutidos assun- tratamento, além de retirar suas dúvidas.
tos do seu interesse e brincado com jogos es- Algumas dúvidas do paciente estavam re-
colhidos por ele (ele gostava de jogar diversos lacionadas ao biológico dos sintomas. Foi
jogos próprios, como por exemplo, “Torre de explicado ao adolescente o que era o TOC,
Copos” - empilhar copos em menos tempo). ansiedade, etc. Enquanto ouvia as explicações

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do AT o paciente olhava com espanto, pois queria conversar com o AT que não fosse a
não imaginava que seus pensamentos (ob- respeito do seu tratamento.
sessões) e comportamentos (compulsões)
eram caracterizados como doença. Mesmo com a presença do AT, sua rotina não
foi alterada, almoçava, ia ao banheiro, cum-
A escolha dos primeiros exercícios se deu pria com as tarefas escolares, jogava os jogos
através de uma hierarquia, construída con- que gostava, contribuindo para um trabalho
juntamente com o paciente e, conforme a mais eficaz, pois o AT intervia nos sintomas
técnica de EPR propõe (Cordioli, 2008) ini- que eram apresentadas durante a rotina do lar.
ciou-se o trabalho de exposição com aqueles
que apresentavam menor nível de descon- Como este trabalho, alguns comportamentos
forto, os quais ele considerava-se capaz de entraram em extinção e outros comportamen-
suportar. Os exercícios escolhidos foram: não tos diminuíram a frequência: Pegar na tampa
passar a mão para limpar os talheres e pratos, da lixeira da cozinha e do banheiro sem prote-
usar o mesmo garfo (sem limpar) para comer ger as mãos; usar os talheres e copos sem lim-
o doce e o salgado e não conferir se as portas pá-los; checar lâmpadas já apagadas; parou de
e os vidros do carro estavam bem fechados. verificar se os objetos estavam alinhados e se
as portas e janelas estavam fechadas; apagou
A intervenção escolhida pela psicóloga res- sua caixa de entrada dos e-mails; jogou fora as
ponsável para o AT trabalhar com o ado- listas que havia feito e as coleções de bilhetes
lescente foi a terapia comportamental de escolares, borrachas e lápis. A quantidade de
exposição e prevenção de respostas ou ri- vezes que lavava as mãos que passou de cinco
tuais (EPR). O AT fazia demonstrações de para três vezes e a verificação antes de sair dos
exposição junto com o paciente, para que ambientes que passou de oito para cinco vezes.
logo após ele imitasse o comportamento Esta intervenção melhorou a rotina escolar e
feito pelo mesmo (Exposição – Modelação no lar casa do paciente.
– Habituação). Durante a intervenção o AT
perguntava como o paciente estava se sen- O atendimento do AT foi finalizado após as
tindo, quais eram seus pensamentos e as 16 sessões, pois o paciente interrompeu o
reações fisiológicas enquanto imitava. No tratamento psicológico com a terapeuta que
início o paciente apresentou resistência para o acompanhava, por dificuldades em arcar
imitar o comportamento do AT, questionava com os custos da terapia e do AT.
a efetividade da intervenção e comentava o
quanto era desconfortável emitir determina-
dos comportamentos, no decorrer das ses- Caso 02 – Adulto
sões o paciente notou a melhora e passou a
elogiar o método de tratamento. Ao final das Pedro, 26 anos (quando chegou para a te-
sessões de intervenção o paciente escolhia rapia), masculino, cursando engenharia em
o jogo que queria brincar ou o assunto que instituição particular de ensino, com histórico

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de reprovação em seis semestres em diversas Obsessivo-Compulsivos Yale-Brown


disciplinas o que já o tinha feito ficar para trás (Y-BOCS) (Goodman et al. 1989) pois o pa-
em relação a sua turma de entrada no ensino ciente no primeiro contato com ela logo na
superior. Iniciou a psicoterapia há mais de terceira sessão descreveu uma crise de ansie-
dois anos quando teve um ataque de pânico dade muito forte, com presença de taquicar-
e foi levado ao psiquiatra, o qual o medicou e dia e sudorese, logo após a terceira sessão,
recomendou o acompanhamento psicológico. relatando que tudo que ele sentia estava ali e
Durante a avaliação inicial foi possível levantar estava com medo de entrar em contato. Diante
comportamentos que eram característicos de desses comportamentos combinou-se com
TOC, tais como: ritualização para sair de casa ele de trabalhar com os comportamentos que
com sapatos e objetos que ficavam em casa; fossem possíveis para que mais tarde, se ele
medo de contaminação ao utilizar transpor- conseguisse enfrentar, seria retomado a uti-
te público, evitação de ir a faculdade, porque lização do instrumento. Diante destes fatos,
enquanto estava lá tinha uma série de pen- apesar da falta de resultado de instrumen-
samentos sobre contaminação, não conseguir tos padronizados, pode-se discriminar que
realizar as atividades propostas e medo de de fato o paciente tinha TOC, pois o mesmo
contato pessoal com os colegas; faltava a en- passou a descrever com mais propriedade o
trevistas de estágio e emprego por ter pensa- que acontecia com ele.
mentos que não iria conseguir, que seria muito
difícil conseguir ser aprovado. Colecionava Nos primeiros seis meses de atividades te-
embalagens e caixas diversas, desde presen- rapêuticas foram organizadas as hierarquias
tes que ganhava da namorada ou dos pais, até de comportamentos que ele precisaria en-
quando ia a lojas de doces, restaurantes ou frentar para iniciar o processo de mudança
consumia outros produtos que viessem em comportamental e melhora dos sintomas do
algum tipo de embalagem. Dificuldade em seu quadro diagnóstico. Foram feitos alguns
se desfazer de notas e recibos de pagamento. contatos com o psiquiatra com a finalidade
Dificuldade em se desfazer de roupas, mesmo de revisão da medicação e sua readequação.
quando essas não tinham mais condições de Conforme esse aspecto foi sendo adequado,
uso. Namorava há três anos, antes de ter a foi possível trabalhar com ele a exposição e
crise de pânico e levou um tempo para contar prevenção de respostas.
para ela o que acontecia e os tipos de pensa-
mentos e comportamento que tinha. Depois Depois de algum tempo de trabalho, foi
que conseguiu contar, sentiu-se melhor, mas possível aplicar o Y-BOCS e os resultados
tinha pensamentos que ela iria abandoná-lo confirmaram o diagnóstico de TOC (Tabela
por ele “não ser normal” (sic). 01). Conforme as intervenções de exposição
e prevenção de respostas foram realizadas,
Foram necessários mais de quatro meses de assim como a modelagem de outros reper-
atendimento psicoterápico para que fosse tórios comportamentais, o mesmo instru-
possível a aplicação da Escala de Sintomas mento foi reaplicado, com intervalo de 1 ano

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entre cada aplicação e foi possível encontrar treinadas para auxiliarem ele a enfrentar as
diferenças nos resultados aplicados. Quando situações de descarte de objetos e organiza-
esta segunda aplicação foi feita, o pacien- ção de alguns itens que ele mesmo avaliava
te já discriminava muitas mudanças no seu que poderia fazê-lo, mas não conseguia fazer
dia-a-dia, porém ele mesmo descreveu que sozinho. Com as sessões terapêuticas acon-
não foi aversivo o contato com o instrumento, tecendo também foi trabalhado o seu medo
como ocorreu na primeira tentativa, quando de contaminação através da utilização de
não foi possível a sua realização. Evidencia- transporte público.
se a importância do trabalho realizado, pois o
enfrentamento do comportamento problema Em relação às crenças que possuía acerca dos
auxiliou não apenas na sua redução, como colegas de universidade, que não deveria se
permitiu o mesmo ampliar o seu repertório aproximar porque eles não eram boas compa-
comportamental. Na terceira aplicação, cerca nhias e que não sabia o que e como conversar
de um ano depois, o resultado foi de 26 pontos com eles, estas foram reduzidas através do
e já na quarta aplicação de 21, demonstran- treino de habilidades sociais, com as quais
do que o trabalho realizado com o paciente ele pode se aproximar mais dos mesmos e
foi efetivo na redução, principalmente das estabelecer alguns contatos, através de con-
obsessões, sendo que as compulsões ainda versas no ambiente universitário, bem como
não diminuíram de forma tão significativa. conseguir se inserir em grupos de trabalho
Importante lembrar que o trabalho de inter- para a realização de atividades acadêmicas.
venção prossegue com este caso. Também foram realizadas estratégias psico-
educativas com a finalidade de ensinar para
As intervenções foram realizadas não apenas ele sobre o TOC e como manejar os sinto-
com o paciente, mas também com familiares e mas tanto obsessivos quanto compulsivos
a namorada, os quais foram orientados a não quando estes estivessem presentes. Pode-se
reforçar alguns comportamentos que podiam dizer que este processo foi dividido em duas
favorecer a manutenção do TOC, como os re- fases a primeira de ensiná-lo a discriminar
ferentes ao colecionismo de objetos diver- os seus sintomas e numa segunda fase em
sos. Além disso a mãe e a namorada foram como enfrentá-lo.

Tabela 01. Y-BOCS (Goodman et al., 1989)

Y-BOCS

Tempo de Tratamento Obsessões Compulsões Total

6 meses 16 15 31

18 meses 11 15 26

30 meses 8 13 21

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Caso 03 – Terceira Idade

George, 60 anos (quando iniciou o trata- No passar dos anos, o psicodiagnóstico do


mento), masculino, primeiro grau incom- paciente sofreu alterações, mas no início do
pleto (deixou os estudos no 4o ano do ensino tratamento apresentava comorbidades como
fundamental), solteiro e reside com uma de transtorno obsessivo compulsivo, mania,
suas irmãs mais velhas. A irmã relatou que os tiques, fobia social, transtorno de ansieda-
primeiros sinais do distúrbio esquizofrênico de generalizada, colecionismo, depressão e
foram aos 15 anos de idade, quando exibiu hipocondria, além de possuir tremores nas
sinais de alucinação auditiva, sensação de mãos (atribuídos as sessões de eletrocho-
perseguição, agressividade acentuada e di- que), postura cervical alterada e problemas
versos pensamentos obsessivos e compul- de higiene pessoal. Seu comportamento de-
sivos, após ter sido agredido verbalmente e monstrava fala e comportamentos desorga-
fisicamente por vizinhos e colegas de escola, nizados, sua fobia social era acentuada por
dos quais era vítima de bullying. suas lembranças das agressões sofridas na
adolescência além de estarem associadas a
O diagnóstico de esquizofrenia levou algum sua depressão que se agravou com a perda
tempo a ser realizado pelas dificuldades e dos pais no passar dos anos, deixando de sair
pouco conhecimento sobre a doença na década de casa para qualquer atividade, inclusive ir
de 60. Após os primeiros internamentos, o pa- aos médicos e as igrejas que frequentava.
ciente foi adequadamente diagnosticado com
o transtorno. O paciente foi internado diversas A hipocondria se manifestou desde a infân-
vezes no decorrer de sua vida em manicômios, cia quando George buscava sempre medica-
hospícios e casas de repouso, passando por mentos pela casa, procurava remédios novos
todo tipo de tratamento, nos mais de 50 anos que talvez pudessem ajuda-lo e solicitava
de diagnóstico, inclusive eletrochoque. que os pais comprassem, além de revirar o
lixo dos vizinhos para buscar medicamentos
George passou a morar com a irmã há 12 anos, descartados. Já o colecionismo por sua vez,
após seu último internamento em uma casa é transitório, não é apenas por um objeto;
de repouso onde iniciou o atendimento psi- durante toda a vida George colecionou desde
coterápico regular e tratamento psiquiátrico fios do seu próprio cabelo em uma gaveta de
adequado, ambos os quais mantém em dia até seu armário, a jornais de mercado, revistas
hoje. Desde que passou a residir com a irmã, de fofoca, embalagens de sabonete, sabone-
foi acompanhado por uma psicoterapeuta tes não terminados, frascos de desodorante,
mensalmente e um acompanhante terapêu- gibis, jornais, roupas, entre outros, mas nos
tico até passar a ser atendido exclusivamente últimos anos tem se concentrado em cole-
pelo acompanhante terapêutico nos últimos cionar livros (mais de 400), revistas (mais
quatro anos; hoje seu psicólogo que o atende de 200) e CDs de música (sua coleção mais
em sua residência. recente contendo mais de 30).

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Como uma de suas comorbidades, o TOC em desconforto no paciente por seu desejo de
conjunto com a Esquizofrenia fazia com que escrever todos os dias seus pensamentos e
George mantivesse uma quantia substancial desejos como mecanismo de compensação
destas coleções sobre sua cama, o que em suas para lidar melhor com suas questões pessoais.
palavras lhe dava mais sensação de seguran-
ça. Com os acúmulos, perdia seu espaço de O tratamento psicológico de George passou
dormir para as coleções em muitos momentos, por diversas etapas no decorrer dos anos,
chegou a dormir no quarto de hóspedes por as principais queixas abordadas foram sua
ter completamente tomado sua cama por suas adaptação à casa da irmã e estabelecimento
coleções e até a cair da cama no chão durante de horários de uso de medicamentos, psi-
o sono causando uma lesão em seu joelho. coeducação a respeito dos comportamentos
obsessivos compulsivos em relação a compras
Os problemas posturais ocorreram em vir- e acumulação (que hoje encontram-se sob
tude de sua postura de ficar deitado lendo controle em períodos em que o mesmo está
suas coleções desde a infância com diversos medicado corretamente), questões de higiene
travesseiros e também por sua postura de (que foram todas extintas e hoje encontram-se
andar sempre olhando para os pés. Os pro- adequadas), fobia social (com exposição
blemas de higiene pessoal ocorreram como gradativa e acompanhamento psicológico o
parte da comorbidade entre a esquizofrenia, mesmo circula pela grande maioria dos locais,
fobia social e depressão, o qual fazia com que inclusive ônibus lotados, shoppings e mer-
George passasse semanas sem tomar banho, cados), hipocondria (em declínio mas ainda
sem escovar os dentes, sem cortar as unhas, bastante presente), depressão e ansiedade
trocar os lençóis da cama (cheia de suas co- (até o presente momento sendo trabalhadas
leções), não trocar de roupa, entre outros. mas com redução substancial de comporta-
mentos e pensamentos típicos destes trans-
Durante o tratamento de George, três psiquia- tornos). As demais queixas e comorbidades
tras diferentes o atenderam até o momento, de paciente ainda estão sendo tratadas; com
sua medicação sofreu inúmeras mudanças por as alterações de humor comuns ao espectro
conta das alterações de humor que se amplia- esquizofrênico, a qualquer mudança de sua
vam à medida que as medicações deixavam rotina e ambiente ou medicação, seus com-
de surtir o efeito necessário (acredita-se que portamentos obsessivos compulsivos voltam
em virtude do tempo de uso dos medicamen- à tona com o acúmulo de itens de coleção
tos) ou as novas dosagens causavam mais em sua cama, a higiene mostra indícios de
efeitos colaterais do que benefícios. Outro regressão e tiques na voz do paciente tendem
fator que contribuiu para as alterações de seu a voltar com a ansiedade acentuada.
tratamento medicamentoso foi a queixa do
tremor nas mãos; essa queixa foi abordada O tratamento e acompanhamento de George
de diversas formas médicas diferentes mas não possui uma data final, isto em virtude de
permanece até os dias de hoje e causa grande sua condição crônica incapacitante. De forma

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alguma o trabalho da psicologia em parceria a intervenção realizada em conjunto com


principalmente com a família tem demons- um AT auxiliou no tratamento do TOC. Esta
trado poucos sinais de avanço e sucesso; o intervenção pode ser considerada uma es-
trabalho com o paciente é muito reforçador tratégia importante para oferecer à popula-
para todos a seu redor, pois suas conquistas e ção tratamento mais eficaz e com qualidade.
sucessos são expressos por seu sorriso e gra- Sugere-se que esta estratégia seja utilizada,
tidão a família e a todos que o acompanham também, nos outros casos apresentados para
nesta árdua jornada. que se possa, em outro momento ter dados
para analisar qual a eficácia deste tipo de in-
tervenção em outros momentos.
Discussão
Conforme apresentado no início do texto,
Nos três casos relatados pode-se observar sabe-se que o trabalho com indivíduos por-
que as intervenções realizadas seguiram a tadores de TOC refere-se a uma interven-
mesma abordagem, porém com estratégias ção de longo prazo para a melhora geral dos
que precisaram ser adaptadas para cada caso, sintomas e isto ficou evidente nestes casos
devido às suas particularidades, tanto em apresentados, os quais tem intervenções
nível de sintomatologia suas comorbidades ainda em andamento. A possibilidade de
apresentadas, bem como referente aos di- ampliação dos repertórios comportamen-
ferentes momentos de desenvolvimento em tais de cada um dos pacientes demonstrou,
que se encontravam. também, a eficácia da utilização de estra-
tégias comportamentais no trabalho com
Os resultados mostram que houve melhora este tipo de diagnóstico (Skinner, 2000;
dos sintomas do paciente adolescente e que Wielenska, 2001).

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