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#30 pessoas

1º semestre 2018
pessoas #31

artigo central

Alguns empreendedores
ainda têm medo de falhar.
Outros encaram o fracasso
como uma experiência
que pode contribuir para
o seu crescimento pessoal
e profissional. Conheça
as histórias de alguns
empresários que aprenderam
com os erros que cometeram
nos seus primeiros negócios
mas não desistiram, até
encontrarem uma ideia com
futuro.
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E
l o n M u s k é um d o s
empresários mais
cool do momento. O
seu último feito com a
SpaceX, a sua empresa
aeroespacial que em firme nos seus objetivos, por mais
fevereiro lançou no que parecessem impossíveis aos olhos
espaço o foguetão dos outros. Nunca desistiu. Aprendeu
Falcon Heavy, justifica esse “título”. com os erros e continuou com a
Tudo porque o empresário criou um confiança necessária para transformar
espetáculo com pormenores insólitos as suas ideias em realidade. Hoje, a
ao qual ninguém ficou indiferente: a SpaceX está avaliada em mais de
bordo do foguetão estava o seu Tesla 20 mil milhões de dólares (dados
Roadster pessoal (um dos modelos de de novembro de 2017) e é a terceira
automóveis elétricos da sua empresa startup de tecnologia mais valiosa do
Tesla Motors), com um manequim no mundo, segundo a Fortune.
lugar do condutor vestido de astronauta,
e a música “Space Oddity” a tocar em A resiliência e a capacidade de Elon “O erro
loop em homenagem ao músico David Musk de recuperar das adversidades número um do
Bowie. O lançamento deste Falcon
Heavy foi um sucesso, mas a história
que enfrenta nos seus negócios podiam
inspirar qualquer um. Mas o medo
empreendedor
da SpaceX conta com algumas falhas. de falhar ainda é real para alguns. está relacionado
Em setembro de 2016, por exemplo, o De acordo com o Relatório Global com a atitude.
Falcon 9 da empresa explodiu durante
uma operação de teste. Elon Musk disse
de Empreendedorismo da Amway,
divulgado em 2016, 70% dos inquiridos
Temos medo
na altura, via Twitter: “a falha mais revela que o medo de fracassar de como os
difícil e complexa que já tivemos em continua a ser a maior razão para outros nos veem
14 anos”. Mas este caso não foi o único.
O próprio admitiu. No ano passado, o
não avançarem com a criação de um
negócio. E apontam as razões para isso:
e avaliam, o
multimilionário decidiu partilhar um 46% dos participantes portugueses que nos impede
vídeo no YouTube – intitulado “How considera a crise económico-financeira muitas vezes
Not to Land an Orbital Rocket Booster”
– que revela alguns dos maiores
como o principal fator, seguido dos
encargos financeiros para lançar um
de testar e
falhanços da SpaceX ao longo dos negócio (38%) e ainda o medo de experimentar
últimos anos. Estes contratempos no ficar desempregado, caso o negócio novas ideias”
seu negócio aeroespacial representam não tenha sucesso (25%), adianta o
apenas uma ínfima parte das falhas estudo. O dinheiro parece ser o maior
épicas que Elon Musk sofreu ao longo
Pedro Colaço
entrave para algumas ideias nunca
cofundador da FailProof
da sua carreira profissional. Mas verem a luz do dia, mas, para alguns
o empresário manteve-se sempre Business Academy
especialistas, existe outro motivo – o
fracasso ainda não é bem aceite em
Portugal. “Os portugueses acham que
um empreendedor que falha não vale

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nada. O estigma de falhar é tão grande

PORQUE
que inibe muitas pessoas válidas de
iniciar o processo – arriscado, é certo
– de criar uma empresa, negócio

FALHAM AS
ou atividade. Noutras culturas, nos
EUA p or exemplo, o número de

STARTUPS?
insucessos conta para a contratação.
Mas, mais do que os insucessos, o
que os recrutadores querem ouvir é a
forma como o candidato reconheceu
o erro e o que fez para contrariar os Baseado na análise de 101 startups
eventos negativos”, adianta Pedro
que desapareceram
Brás, psicoterapeuta e diretor-geral
da Clínica da Mente. Pedro Colaço,
cofundador da FailProof Business
A c a d e m y, a c r e s c e n t a : “ O e r r o
número um do empreendedor está
relacionado com a atitude. Temos
medo de como os outros nos veem
e avaliam, o que nos impede muitas
vezes de testar e experimentar novas
ideias. É uma atitude difícil de mudar,
são comportamentos enraizados na
cultura portuguesa, mas temos de ter a
crença em nós próprios e acreditar que
estamos a criar projetos com valor”.
Para ajudar os empreendedores
por tugueses a perceber que “os
fracassos fazem parte da vida” e que
se pode aprender com eles, Pedro
Colaço e Sofia Simões decidiram lançar
a academia FailProof, em 2015. O
objetivo? Dar apoio a empresários para
aprenderem a contornar os obstáculos
e a encontrar as respostas necessárias
para dar a volta por cima. Além do
serviço de consultoria e coaching, e
a organização de eventos – como as
Fuckup Nights, um evento internacional
onde empreendedores falam sobre as
suas histórias de fracasso –, os dois
mentores disponibilizam também
diferentes cursos online, como “As
Causas do Fracasso” e “Como Criar
Fonte: CB Insights 2018
um Negócio Sustentável”, por exemplo.

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Edison virou-se para o amigo e respondeu:

COMO REAGIR AO FRACASSO


“Resultado! Eu obtive muitos resultados!
Agora eu sei de milhares de coisas que não
Mas há mais: Pedro Colaço e Sofia funcionam”. Para Pedro Brás, a história de
Simões criaram ainda um teste online Thomas Edison prova que “o processo de
para os empreendedores saberem se invenção e de descoberta só se faz com a
o seu negócio é à prova de fracasso. observação, mas a observação dos erros.
“Qualquer empreendedor ou pessoa Para descobrir o caminho certo, temos
que queira iniciar um projeto pode de ir eliminando os caminhos errados.
fazer o teste, é um autodiagnóstico. E Podemos aprender com quem já errou
no final, recebem um relatório para saber ou podemos apreender com os nossos
o nível de risco do seu negócio, com a próprios erros. O erro é parte integrante
indicação das áreas onde convém olhar do processo de aprendizagem”.
com mais atenção para fazer a prevenção
do fracasso”, revela o cofundador da M igu el S o a r e s f oi daqu el e s qu e
FailProof Business Academy. aprendeu sozinho com os seus erros
Este teste é só mesmo um teste. e falha s. O empre ende dor l ançou
Uma ferramenta de apoio da FailProof. a Par tteam há 18 anos e hoje é um
Mesmo sabendo os pontos fracos e os negócio de sucesso – a fabricante de
riscos de um negócio, a probabilidade quiosques multimédia faturou no ano
de errar não baixa. Aliás, experimentar, passado 2,5 milhões de euros –, mas de
testar e errar, faz parte do processo de início foi difícil, admite. “Quando lancei
inovação. A questão aqui, mais uma a Partteam vendia relógios de ponto, os
vez, está relacionada com a “atitude vulgares sistemas de assiduidade para
que o empreendedor adota perante as empresas. Era um produto que conhecia
circunstâncias”, segundo Pedro Colaço. bem, porque já tinha trabalhado na
“A ideia é fazer ciclos curtos de erro. empresa fabricante dos equipamentos
Passar por mini-fracassos. E decidir o e líder no mercado em Portugal. Mas
que fazer com esses erros. A pessoa apesar de todo o conhecimento que
tem de ter uma atitude positiva e não tinha sobre o produto e os clientes, as
negativa. A perspetiva face ao fracasso coisas não correram bem. No primeiro
é fundamental para que se possa tornar ano vendi apenas três unidades! E uma
um aliado e não o inimigo. Ninguém pode das unidades até foi comprada por um
apagar os erros do passado, mas pode amigo do meu pai”, relembra o empresário
aprender com eles”. português. “Temos que perceber muito
A propósito da teoria experimentar- bem como funciona o mercado, quem são
testar-e-errar, o diretor-geral da Clínica os nossos concorrentes e fornecedores,
da Mente lembra a velha história e mítica antes de nos lançarmos numa aventura
sobre Thomas Edison quando inventou a empresarial. Afinal, eu estava a competir
lâmpada incandescente. De acordo com com o líder do mercado que também era
a biografia do inventor “Edison: His Life o meu fornecedor”.
and Inventions”, dos autores Frank Dyer e Mas Miguel Soares não baixou os
Thomas Martin, um dos amigos de Edison braços. Assim que percebeu o seu erro,
encontrou-o uma noite após ter feito mais procurou logo alternativas e acabou
de nove mil experiências falhadas e
perguntou-lhe: “Não é uma pena que com
a quantidade de trabalho que tiveste não
conseguiste obter nenhum resultado?”.

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“Durante muitos anos


fui muito comedido nas
minhas partilhas sobre
os sucessos da Partteam.
1. Aceite o fracasso e o Porque tinha receio que
erro como um processo um dia me apontassem
de aprendizagem. o dedo se as coisas
Não tem que saber tudo sobre tudo, corressem mal. Hoje já
não é o Super-homem. Dê apenas o seu não tenho receio. Não
melhor. Se tentou uma estratégia e não tenho medo de falhar”
teve sucesso, perceba que agora tem
mais formação, mais conhecimentos Miguel Soares
fundador da Partteam
que os outros que ainda não erraram.
Não coloque a culpa nos outros, se o fizer
o insucesso que teve não lhe servirá de
nada. por começar a vender equipamentos
tecnológicos e softwares de gestão. Para
2. Mude a sua estratégia. divulgar a nova oferta, o empreendedor
decidiu criar uma pá gina web que
Algo está errado e já sabemos que é a divulgasse os novos produtos. “Na
forma como fez as coisas. O processo de altura, em 2002, a Internet ainda estava
mudança só acaba quando atingir o a dar os primeiros passos em Portugal
e apesar de o site (que eu próprio fiz)
resultado que quer. Tenha em atenção os ter um aspeto muito arcaico, a verdade
recursos que tem, não coloque todas as é que acabou por sobressair. Tanto que
“fichas” na mesa de uma só vez. tive clientes a pedirem-me para fazer os
sites das suas empresas. Por isso é que
eu digo que a Internet salvou a Partteam
3. Não ligue às críticas, de uma mor te prematura”, revela o
mas tenha em atenção os responsável. A partir daí, Miguel Soares
diferentes pontos de vista. começou também a incluir na sua oferta o
desenvolvimento de websites, lojas online
Só o critica quem não tem capacidade e aplicações multimédia. E, foi aqui que
de inovar ou de fazer melhor que a média. tudo mudou, que começou o caminho
Há pessoas que querem ajudar, não as do empreendedor para o sucesso. “Um
descarte, mas não aceite as opiniões só cliente da Partteam, para o qual eu tinha
desenvolvido uma aplicação, fez-me um
porque sim. Oiça o que os seus clientes lhe pedido diferente: queria disponibilizar a
dizem, o que pensam. Eles vão ajudá-lo a aplicação multimédia num equipamento
ver outras perspetivas. na entrada das suas instalações. Mas
não queria que fosse um computador.
Fonte: Pedro Brás, psicoterapeuta Fui pesquisar e descobri uma empresa
e diretor-geral da Clínica da Mente

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em Espanha que vendia quiosques


multimédia”, recorda o empresário. Hoje
os quiosques multimédia são a principal Estudante no Instituto Superior Técnico,
área de negócio da Partteam. A empresa, criou com mais dois colegas para o
sedeada em Vila Nova de Famalicão, projeto final de curso uma plataforma
fabrica e comercializa mais de 115 web de gestão colaborativa para
modelos de quiosques e exporta para universidades, à qual chamaram de
mais de 35 países. Na lista de clientes, Colabora. Investiram do seu bolso 15 mil
encontramos a Altice, a Google, a Toyota, euros e até arranjaram uns investidores,
a Ikea, a Ana Aeroportos, a Siemens, entre mas o projeto durou pouco tempo. O
muitos outros. “Temos mais de 10 mil que aconteceu? “Falhámos no timing.
produtos comercializados, espalhados O produto estava muito à frente do seu
por todo o mundo”, revela o empresário. tempo e, portanto, era algo difícil de
No ano passado, o seu produto NOMYU vender. Além disso, o mercado onde
foi considerado o quiosque multimédia nos posicionámos era péssimo – as
mais inovador no setor do turismo e universidades portuguesas não se
Miguel Soares não esconde o orgulho mostravam muito recetivas à inovação
que sente. “Durante muitos anos fui na altura. E, depois, aconteceu algo
muito comedido nas minhas partilhas bastante engraçado: o Técnico pegou na
sobre os sucessos da Partteam. Porque ideia e criaram um software semelhante
tinha receio que um dia me apontassem que hoje em dia é utilizado para gerir
o dedo se as coisas corressem mal. Hoje muitas das universidades portuguesas,
já não tenho receio. Não tenho medo que se chama Fénix. Não somos os
de falhar. Porquê? Porque acho que já criadores dessa ideia, mas pelo menos
fizemos história. São 18 anos de muito os inspiradores”, adianta.
stress, mas também 18 anos de muitos Pedro Moura seguiu a sua vida
resultados”, confessa. e trabalhou durante 10 anos numa
tecnológic a por tuguesa . Ma s o
Os erros cometem-se. Fa z par te bichinho do empreendedorismo voltou
da experiência. E contribuem para e em 2012 aventurou-se em mais um
o crescimento pessoal de qualquer negócio, desta vez com João Romão.
empreendedor. Pedro Moura que o “Lançamos a Wishareit, uma plataforma
diga. Após um ou outro projeto falhado, de social shopping que permitia às
e outros tantos erros, o empresário já não pessoas criarem listas de presentes
tem medo de falhar (nem de falar sobre que gostariam de receber, e partilharem
isso). “Não tenho medo de errar. Nem com a família e amigos. A ideia era a
medo do que vem a seguir. Posso voltar compra desses presentes ser efetuada
para a consultoria, posso lançar outra através da nossa plataforma”, relembra.
startup, posso dedicar-me a outra coisa O projeto não durou nem dois anos. Os
qualquer. O que tenho medo é de voltar a sócios ainda tentaram mudar alguns
cometer os mesmos erros que já cometi. aspetos do negócio, mas não deu certo.
De não ter a capacidade de aprender. “A Wishareit falhou por uma série de
Disso é que tenho medo, porque é fácil coisas. A visão do produto inicial não
uma pessoa deslumbrar-se com uma era a ideal e, tal como o Colabora, era
ideia”, conta. algo que estava um pouco à frente do
A primeira aventura empresarial de seu tempo. Além disso, o mercado em
Pedro Moura começa no ano de 2000. Portugal é pequeno. Para o negócio

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funcionar eram precisos milhares de
utilizadores ou tínhamos que investir
lá fora e não havia capital”.
Prestes a ficarem sem dinheiro, os
empreendedores ainda quiseram tentar trabalhar numa ideia, numa solução
de novo. Com as lições que aprenderam, para resolver este tipo de situações, e
desta vez decidiram apostar num em pouco tempo desenvolveram aquilo
tirei sobre semântica. Comecei o que hoje define a Unbabel: “um serviço
negócio B2B, que no ponto de vista de
negócio sozinho, era um solo founder, que ajuda empresas a comunicar com
Pedro Moura tem mais probabilidade
e acabava por fazer todas as tarefas, os seus clientes em qualquer língua.
de dar certo em Portugal. “Se eu tiver
o que se revelou difícil para tornar Seja na parte de apoio ao cliente, na
uma boa ideia, que realmente traga valor
o negócio viável. Depois, em 2011, parte de marketing, a Unbabel serve
a uma empresa, esta está disposta a
a empresa Fla shgroup mostrou como um interface de comunicação
pagar. Para criar negócios B2C temos
interesse em comprar a Bueda, mas os multilingue”. Atualmente, o negócio
de ter muito dinheiro para investir”,
seus fundadores também não tinham corre bem e segundo Vasco Pedro no
justifica. E em 2013 lançaram a Get
uma estratégia de negócio definida e ano passado cresceram “ligeiramente
Social, uma plataforma de análise de
não funcionou. A Bueda fechou nesse acima dos 1000%”. Entre os clientes
desempenho de conteúdo online que
mesmo ano”, conta o responsável. da Unbabel encontramos a Skyscanner,
ajuda os profissionais de marketing a
A aventura que se seguiu, em SoundCloud, Microsoft, Vimeo, Oculus,
avaliar, promover e ampliar melhor o
2012, foi a Dezine, uma empresa entre outros.
conteúdo. Hoje a plataforma é usada por
de recomendação de fashion que, Não tem medo de voltar a falhar?
mais de 100 mil sites em todo o mundo
segundo Vasco Pedro, não resultou – perguntámos a Vasco Pedro. “Claro
e conta com clientes como Adobe, Sky,
por problemas entre a equipa. “No que sim. Quando falhamos, o que
Forbes, Vodafone, entre outros.
meu ponto de vista, não ter a equipa aprendemos é que não queremos voltar
certa é a razão principal pela qual as a cometer o mesmo erro, não queremos
A história de Vasco Pedro é semelhante.
empresas falham. Lançar uma startup falhar outra vez. Mas também não
O agora CEO e cofundador da Unbabel,
é uma montanha russa de emoções. devemos pensar muito nisso, no medo
um serviço de tradução automática
Quando as coisas correm bem é de falhar, se não ficamos paralisados.
gerado por inteligência ar tificial e
espetacular, quando as coisas correm Temos de ser capazes de arriscar.
aperfeiçoado por humanos, também
mal é uma sensação terrível. E é por Quando uma pessoa tem uma ideia que
tem no seu currículo dois projetos
isso que é essencial ter uma equipa acha que tem futuro, é quase impossível
fracassados. O primeiro foi a Bueda,
forte para as coisas funcionarem. A não arriscar. E depois é viciante. Quando
uma empresa de análise semântica de
Unbabel resultou porque temos uma acreditamos que as nossas ideias
imagens e vídeos lançada em 2009.
boa equipa”, aponta o empreendedor. podem criar impacto na vida dos outros,
“A startup surgiu de um trabalho que
Lançada em 2013, a ideia da Unbabel voltamos sempre a tentar”.
estava a fazer no doutoramento que
surgiu a Vasco Pedro e aos seus
sócios durante um fim de semana
de surf entre amigos. O cofundador
“Quando falhamos, relembra que ouviram a história de
o que aprendemos é uma pessoa que alugava uma casa
através do Airbnb e que tinha algumas
que não queremos dificuldades em falar com turistas em
voltar a cometer o outras línguas, acabando por usar
mesmo erro, não o Google Translate. Começaram a

queremos falhar
outra vez”
Vasco Pedro
cofundador da Unbabel

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