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O Associacionismo

 O principal representante do Associacionismo é Edward L. Thorndike, e


sua importância está em ter sido o formulador de uma primeira teoria de
aprendizagem na Psicologia. O termo associacionismo origina-se da
concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação das
idéias – das mais simples às mais complexas. Assim, para aprender uma
coisa complexa, a pessoa precisaria primeiro aprender as idéias mais
simples, que ela estariam associadas.
Thorndike formulou a Lei do Efeito, que seria de grande utilidade para a
Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei, todo o comportamento de
um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato, etc.) tende a se repetir, se nós
o recompensarmos (efeito) assim que ele o emitir. Por outro lado, o
comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após
sua ocorrência. E, pela Lei do Efeito, o organismo irá associar essas situações com
outras semelhantes

Edward Lee Thorndike

"Cores desbotam, templos desmoronam, impérios caem, mas palavras sábias duram."
(apud http://www.psy.pdx.edu/PsiCafe/KeyTheorists/Thorndike.htm – acesso em 03/06/2002)

Edward Lee Thorndike, nasceu em 1874 na cidade de Williamsburg, Massa, nos


Estados Unidos e era filho de um ministro metodista em Lowell, Massachusetts. Ele
cresceu numa época em que a psicologia científica estava se estabelecendo em
instituições acadêmicas. Durante sua vida universitária, quando se formou na
Universidade de Weslyan em 1895, ele se interessou pelo campo da psicologia,
matriculando-se na Universidade de Harvard em 1896.

As grandes contribuições dele para psicologia educacional no início de sua carreira


estão em grande parte nos métodos que ele inventou para testar e medir a
inteligência de crianças e a habilidade delas para aprender. Esses estudos no
entanto, foram interrompidos por falta de condições de trabalho, e ele passou a
desenvolver projetos que procuravam investigar a aprendizagem em animais,
realizados durante o curso em Harvard. Por motivos pessoais Thorndike não
completou a graduação tendo se transferido para a Universidade de Columbia, onde
se tornou PhD em 1898.

Cinco anos antes da divulgação na imprensa da expressão reflexo condicionado,


proposta pelo fisiologista Ivan Pavlov, Thorndike publicou nos Estados Unidos sua
importante monografia de doutorado intitulada "Inteligência Animal": Um Estudo
Experimental dos Processos Associativos em Animais".
Este estudo foi importante porque introduziu o método experimental na
investigação do comportamento animal. Para isso Thorndike inventou a caixa-
problema, onde eram presos gatos famintos, e ele procurou observar como eles se
comportavam para fugirem da caixa e comerem o alimento que era colocado
próximo à mesma. Com essa experiência Thorndike conseguiu mostrar que a
concepção de aprendizagem (formação de conexões estímulo-resposta) está sujeita
a três leis principais, sendo as mais importantes: lei do efeito e a lei do exercício.

Thorndike estabelece, com a lei dos efeitos as bases para o behaviorismo de


Skinner. Antes, entretanto, de ser integrado ao paradigma comportamentalista,
Thorndike foi muito criticado por defender que as sensações agradáveis e
desagradáveis que um sujeito sente ao responder um estímulo funcionam como
elemento de fixação de respostas.

Depois de responder às críticas, sua teoria acabou sendo incorporada às correntes


behavioristas. Suas formulações se inserem numa lógica positivista e forma
pragmática (sem e com pouca enunciação epistemológica) de fazer ciência.

Em 1899, Thorndike voltou a se interessar pela área de Psicologia Educacional, mas


depois de um ano de emprego infeliz na Faculdade para Mulheres em Cleveland,
Ohio, ele se tornou um professor em psicologia na Faculdade de Pedagogia da
Universidade de Columbia, onde permaneceu durante o resto de toda sua vida
profissional, pesquisando e lecionando sobre aprendizagem humana.

As investigações pioneiras de Edward L. Throndike nos campos da aprendizagem


humana estão entre as mais influentes na história de Psicologia. Em 1912, ele foi
reconhecido por suas pesquisas, sendo eleito como o presidente da Associação
Psicológica americana. Em 1934, a Associação americana para o Avanço de Ciência
elegeu-o como o único cientista social desta organização profissional. Thorndike se
aposentou em 1939, mas trabalhou ativamente até 1949, quando faleceu.

(1) Associacionismo

Origem: filho do empirismo britânico, se desenvolveu a partir do


princípio da contigüidade, isto é, se duas coisas são vizinhas no tempo é
provável que se associem entre si.
Influências Antecedentes: Aristóteles (384/322 a.C.) – Leis do
Associacionismo: Contigüidade, Semelhança, Contraste.
Fundador: David Hartley (1749).
Promotores: Thomas Brown (1778/1820), primeiro a propor a química
mental, para ele tudo se recombina; James Mill (1773/1836), defensor
da mecênica mental; John Stuart Mill (1806/1873), defensor da
química mental, para ele as idéias complexas perdem sua identidade
original; Alexander Bain (1818/1903), deu maior ênfase aos fenômenos
sensoriais; Hermann Ebbinghaus (1850/1909), estudou a memória; Ivan
Petrovich Pavlov (1849/1930), fisiologista (reflexo condicionado);
Vladimir Bechterev (1857/1927), psiquiatra (condiconamento motor);
Edward Lee Thorndike (1874/1949), aprendizado animal; Edwin Guthrie
(1886/1959).
Definição: "Estudo das associações de idéias, palavras ou conexões de
estímulo-reação".
Método: Buscavam as leis da associação e analisavam a vida psíquica.
Contribuições: Thorndike deixou valiosa contribuição em favor da
psicologia através de sua grande obra bibliográfica. Durante 50 anos,
dedicou-se à pesquisa de laboratório sobre a aprendizagem animal;
elaborou a primeira teoria da aprendizagem em termos associacionistas;
efetuou exaustiva análise da aprendizagem humana; tornou-se líder em
testes mentais e práticas educacionais e deixou estudos que ajudaram
no desenvolvimento no campo da lexicografia.
Data de Aparecimento: Surgiu em 1749 e atingiu o seu ápice nas duas
primeiras décadas deste século.
Críticas: o caráter elementar de suas posições; a ênfase dada à
aprendizagem, como um processo de ensaio e erro; a suficiência dos
atos de exercícios; a Lei do Efeito de Thorndike; o determinismo
mecanicista que, segundo os opositores do sistema, destrói os valores
humanos.

Albert Bandura
Bandura é considerado teórico da aprendizagem social, pois se interessou pela
aprendizagem decorrente do contato entre duas pessoas. Para ele, psicólogo
behaviorista contemporâneo, a pessoa aprende muito por imitação. Durante
interações sociais, o indivíduo pode modificar seu comportamento, como resultado
da observação de como as outras pessoas do grupo reagem. Embora reconheça a
importância do condicionamento de Skinner, Bandura insisti em dizer que nem
toda aprendizagem ocorre como resultado do reforçamento direto de respostas. A
oposição de Bandura é decorrente das experiências feitas por ele, as quais
provaram que para a ocorrência de uma ação não é necessário oferecer uma
recompensa. Bandura faz várias criticas as pesquisas individualizadas e com
animais. Como é característico do ser humano a socialização, são raros os casos de
isolamento social. Por isso, segundo ele, as pesquisas devem ser feitas com grupos.
E não se deve utilizar animais nas experiências, uma vez que a aplicação será nos
humanos e estes possuem sentimentos, são racionais, diferentemente dos animais.
Seus princípios de aprendizagem social também podem ser aplicados na
modificação de comportamentos agressivos. Estes são adquiridos através do
exemplo, da experiência direta e da interação com fatores estruturais. Bandura
ainda demonstra algumas maneiras de se reduzir a agressão. Também tem sido
muito utilizadas suas terapias comportamentais em várias situações.

Biografia

Albert Bandura nasceu em 04/12/1925 na cidadezinha de Mundare ao norte de


Alberta, no Canadá. Estudou em uma escola do ensino fundamental e ensino
médio de poucos recursos. Depois trabalhou durante um verão preenchendo
buracos sobre o Alaska Higway em Yukou. Formou-se em bacharel em psicologia
pela Universidade da Colúmbia Inglesa em 1949, e recebeu o título de doutor pela
Universidade do Estado de Iowa, em 1952, onde foi influenciado pela tradição do
behaviorismo e pela teoria da aprendizagem. Começou a ensinar a Universidade de
Stanford em 1953, e com a ajuda de um dos seus primeiros alunos formados,
Richard Walters, escreveu seu primeiro livro "Adolescent Aggression", em 1959.
Entretanto, Walters morreu jovem em um acidente de carro. A partir dos anos 60,
ele propôs uma versão do comportamentalismo inicialmente definida como
abordagem sócio comportamentalista, mas depois denominada teoria cognitiva
social (Bandura, 1986). O professor Bandura foi presidente da associação
Americana de Psicologia em 1974 e recebeu desta o prêmio por Ilustres
Contribuições Científicas em 1980. Ele entrou para a Universidade de Stanford em
1953, onde trabalha até os dias de hoje.

Principais Interesses

Bandura fez treinamento em psicologia clínica e ao longo dos anos, tem


demonstrado inovações na área da aprendizagem, observando problemas
motivacionais sutis, relacionados à agressão e, ultimamente, tem olhado para a
agressão definida em termos de moralidade e de códigos morais. Também
formulou uma versão do comportamentalismo denominada teoria cognitiva social.

A teoria cognitiva social

Apesar da teoria cognitiva social de Bandura ser uma forma de


comportamentalismo menos extrema do que a de Skinner, a abordagem permanece
ainda comportamentalista. Bandura procura concentrar-se na observação do
comportamento dos indivíduos em interação. E ressalta o papel do reforço na
aquisição e modificação dos comportamentos. Para Bandura, as respostas
comportamentais não são automaticamente "produzidas" por estímulos externos
como a de um robô ou uma máquina, mas sim, as reações a estímulos são auto-
ativadas. Quando um reforço exterior altera o comportamento, ele o faz porque o
indivíduo tem percepção consciente do que está sendo reforçado e antecipa o
mesmo reforço por comportar-se da mesma maneira. Mesmo concordando com
Skinner que o comportamento humano pode modificar-se ao reforço, Bandura
acredita, porém, que a imitação é um princípio de aprendizagem em si próprio e
que a aprendizagem pode-se fazer por reforçamento, seja ao próprio indivíduo,
seja a um modelo. Essa capacidade para aprender pelo exemplo supõe a aptidão de
antecipar e avaliar conseqüências apenas observadas em outras pessoas e ainda
não vivenciadas. Portanto não há uma ligação entre um estímulo e uma resposta,
ou entre comportamento e reforço, como havia no caso do sistema de Skinner.
Entretanto, há um mecanismo mediador, interposto entre os dois; esse mecanismo
são os processos cognitivos da pessoa. E, a modelagem ou a aprendizagem
observacional envolve, em grande parte esses processos cognitivos.

Aprendizagem por observação ou modelagem

Bandura usa o termo modelagem, enquanto que Miller usou o termo imitação e
Freud, identificação. Ele distingue estes termos ao esclarecer que imitação significa
a duplicação exata do que o modelo faz, e a identificação geralmente envolve-se
numa incorporação indiscriminada dos modelos de comportamento. Utiliza o
termo modelagem porque os efeitos psicológicos da exposição aos modelos são
muito mais amplos do que o simples mimetismo da resposta, contido no termo
imitação; e as características definidoras da identificação são empiricamente
questionáveis. Uma das grandes contribuições de Bandura ao ponto de vista do
behaviorismo consiste na ênfase da aprendizagem por modelos. Não é essencial
executar-se a resposta e esta ser reforçada para que ocorra aprendizagem. Muitos
padrões de comportamento são aprendidos através da observação de modelos,
mesmo se não é identificado nem mesmo uma atuação de reforçamento vicário
(reforço ao modelo, tendo um efeito sobre o comportamento do observador). Há
três efeitos que os modelos podem produzir:

1. Aquisição de novos comportamentos.

2. Aumento ou diminuição de inibições do comportamento observado

3. Facilitação social, ou seja, aparecimento de comportamentos que não são novos


no repertório do observador, mas que não podem ser atribuídos a fatores de
inibição ou desinibição por se tratar de comportamentos socialmente aceitos.

Num estudo que se tornou famoso, Bandura observou o resultado ao submeter


crianças a uma determinada situação, utilizando o adulto como modelo. Ele
separou um grupo de crianças - Os Alunos do "João Bobo". Escolheu uma mulher
para ser filmada batendo num grande boneco de plástico inflável, tipo "João
Bobo". A moça o socou, gritando "boboca", o chutou, o golpeou com um
martelinho e gritou muitas frases agressivas. Bandura mostrou este filme às
crianças do jardim da infância que, como ele esperava, adoraram. Quando foram
brincar, muitos observadores as esperavam com o lápis, prancheta na mão e, para
as crianças, um "João Bobo" novo e alguns martelinhos. Os observadores
registraram que muitas delas fizeram exatamente o que viram a moça do filme
fazer. O que surpreende é o fato de que as crianças mudaram seu comportamento
sem que tivessem sido recompensadas por suas aproximações ao novo
comportamento, e isto não se encaixa ao padrão de aprendizagem do
behaviorismo. Bandura chamou o fenômeno de Aprendizagem por Observação ou
Modelagem, e sua teoria é comumente chamada Teoria da Aprendizagem Social.
Quando o estudo foi criticado sob a alegação de que o boneco "João Bobo" foi
criado mesmo para apanhar, Bandura filmou a moça acertando uma pessoa
vestida de palhaço. Depois de assistirem ao filme, as crianças foram até a sala do
palhaço vivo e não tiveram dúvidas: bateram nele! Dessas variações, Bandura
pôde observar alguns passos envolvidos no processo de modelagem:
1. Atenção: para prender qualquer coisa é preciso prestar atenção. Do mesmo
modo, quando a atenção é tirada não se obtém uma boa aprendizagem, mesmo a
aprendizagem por observação. Estar sonolento, embriagado, drogado, nervoso,
também atrapalha a aprendizagem. As características do modelo também
determinam o grau de atenção. Quanto mais colorido, dramático, mais ele será
atrativo, e se o modelo for semelhante ao observador, mais ele lhe prestará atenção.
Estas conclusões levaram Bandura a uma análise dos efeitos da televisão sobre as
crianças.

2. Retenção: é preciso absorver o que se aprendeu prestando atenção. É aí que


entram a imagem e a linguagem: é possível armazenar mentalmente o formato ou
descrição verbal do modelo e depois relembra-lo e reproduzi-lo sobre seu próprio
comportamento.

3. Reprodução: para incorporar o modelo observado em seu comportamento é


preciso ter condições de repeti-lo. Observar uma ginasta profissional não basta
para que uma pessoa comum saia imitando-a, mas se a pessoa tem um certo
treinamento, ao observar o atleta olímpico pode levá-la a se aperfeiçoar. Nossa
habilidade para imitar aprimoramentos por meio da prática do comportamento
envolvido também é importante, assim como conseguir imaginar como será nossa
performance e buscar por ela. Muitos atletas fazem isso.

4. Motivação: deve se ter uma razão para imitar o comportamento. Bandura


enumerou algumas motivações:

a. Reforço anterior: behaviorismo tradicional.

b. Reforço prometido: (incentivos) que podemos imaginar.

c. Reforço vicarial: vendo e recordando o modelo sendo reforçado. Estes itens são
tradicionalmente considerados causas de aprendizagem. Bandura diz que eles não
só proporcionam aprendizagem, como também demonstram o que é aprendido.
Por isso, caracteriza estes itens como motivos. Há também, as motivações negativas
que levam a pessoa a não imitar um comportamento:

d. Castigo anterior

e. Castigo prometido (ameaça)

f.Castigo vicarial Como grande behaviorista tradicional, Bandura afirma que o


castigo, em qualquer forma, não funciona tão bem quanto uma recompensa, e
ainda corre-se o risco de ser alvo de uma vingança.

A auto-eficácia

A auto-eficácia é descrita como um julgamento sobre a própria capacidade de


conseguir um determinado desempenho ou resultado, uma sensação de adequação
e eficiência em tratar dos problemas da vida. Através de suas obras, Bandura
mostrou que pessoas de auto-eficácia elevada acreditam que são capazes de lidar
com todas as situações de sua vida. Como elas esperam superar obstáculos, buscam
desafios e mantêm um alto nível de confiança em sua capacidade para ter êxito.
Entretanto, as pessoas de baixa auto-eficácia sentem-se incapazes de realizar algo.
Muitas vezes desistem de tentar resolver os problemas quando seus esforços
iniciais fracassam. Quanto ao desenvolvimento da auto-eficácia, Bandura
considera que ambientes que proporcionam oportunidades para experiência,
facilitam a aquisição do senso de auto-eficácia; a família como fonte de
aprendizagem de auto-eficácia; a escola como ambiente básico para a manutenção
e validação social desta; e tanto na adolescência como na vida adulta, há nossos
desafios à percepção de auto-eficácia e na meia idade há as redefinições de metas e
projetos e de readaptação do senso desta. Para as pessoas que possuem auto-
eficácia baixa, Bandura recomenda três passos:

1. Trabalhando a auto-observação - conhecer-se e ter certeza de ter uma visão


exata de seu comportamento.

2. Trabalhando os padrões - certificar-se de que os padrões que a pessoa


estabeleceu não sejam inatingíveis. Não se destinar ao fracasso. Padrões muitos
baixos também não têm sentido.

3. Trabalhando a auto-resposta – não se castigar. Celebrar as vitórias e não se


perder sobre os fracassos. Portanto, quanto maior a auto-eficácia maior o esforço e
a persistência. E nas situações de escolha, a auto-eficácia influi na decisão de fazer
ou não alguma coisa. Quanto a produção do comportamento, afeta a motivação,
mas não cria novas habilidades.

Agressão

Primeiramente, Bandura começou estudando a agressão em crianças. Juntamente


com Dick Walters, fizeram um estudo de campo sobre antecedentes familiares na
agressão, e descobriram que os melhores precursores eram o estilo de vida que as
famílias exemplificavam e reforçavam. O comportamento que os pais mostravam e
as atitudes que eles exibiam quanto a expressão da agressão, tanto em casa como
fora dela, emergiram como determinantes de importância. Começou, então, a
desenvolver estudos de laboratório e também paradigmas de modelagem, para
examinar sistematicamente os efeitos da exposição a modelos agressivos sobre o
comportamento das crianças. Os estudos experimentais em que foram utilizadas
metodologias rigorosas, demonstraram que, a curto prazo, a exposição a modelos
agressivos na televisão conduz a comportamentos agressivos nas crianças
expectadoras, o que confirma a posição teórica de Bandura a respeito do fator
modelo na aquisição e manutenção de comportamentos. Ou seja, o comportamento
agressivo se adquiri através do exemplo, através da experiência direta e também
da interação com fatores estruturais. As pessoas são instigadas à agressão por
influências modeladoras, vendo outros agredirem. E através de experiências
adversativas – insultos pessoais, ataques físicos, oposição ao comportamento
dirigido a uma meta, reduções adversas na qualidade da vida.

A agressão é mantida por vários fatores. É mantida por conseqüências externas –


recompensas materiais, recompensas sociais e status. Ela é também reforçada
quando as pessoas aliviam o tratamento primitivo através de recursos defensivos.
O desempenho da agressão é afetado pelas recompensas ou punições observadas –
reforço substitutivo. Uma das melhores maneiras de reduzir a agressão é através
do fortalecimento de outras respostas que tenham valor funcional. Por exemplo,
verifica-se que pessoas que recorrem à agressão física para resolver seus conflitos
interpessoais geralmente têm baixa habilidade verbal (daí uma ocorrência maior
de agressão física na classe social baixa). Se aprenderem a resolver verbalmente
este tipo de conflito, o comportamento de agressão decresce. Outra maneira de
modificar o comportamento agressivo é através da apresentação de modelos que
exibam respostas socialmente aceitas (por exemplo, cooperação). No livro sobre
agressão, Bandura destaca quatro formas diferentes para tentar reduzir a
modelagem comercial da violência na televisão. Uma delas refere-se ao controle
pelo Congresso. É através da proibição daquilo que não tem valor que as
mudanças de comportamento são bem estabelecidas. A segunda abordagem é o
autocontrole da produção. Como o gênero ação-aventura é econômico, os
programas violentos tornaram-se predominantes na televisão. Outra abordagem é
o desenvolvimento de um sistema para monitorar o nível de violência e por último,
o desenvolvimento de uma programação alternativa, fora dos meios comerciais,
através da qual influenciaria a televisão comercial.

Terapia

A forma de terapia comportamental de Bandura é famosa e tem sido utilizada em


diversos estudos experimentais. Ela tem se mostrado eficaz na eliminação de fobias
com relação a cobras, espaços fechados, espaços abertos e lugares altos, e no seu
tratamento de distúrbios obsessivo-compulsivos, disfunções sexuais e algumas
formas de ansiedade. Também se mostrou útil no aumento da auto-eficácia, sendo
aplicada amplamente em situações da sala de aula e na indústria.

Terapia do Auto-Controle

Os fundamentos da Auto-eficácia são incorporados às técnicas de terapia chamada


Terapia do Auto-Controle. Ela tem apresentado sucesso na solução de problemas
de hábitos como fumar, comer muito ou problemas com estudo.

1. A Auto-Observação requer que a pessoa controle de perto seu comportamento,


tanto antes quanto depois de iniciar as mudanças. Isto pode envolver coisas tão
simples como contar quantos cigarros a pessoa fuma por dia, e até
comportamentos mais complexos. Com essas observações diárias, tem se uma idéia
da dimensão do hábito e conhecerá o que está relacionado ao hábito: fuma-se mais
após as refeições, com café, com certos amigos, em certos lugares...?

2. Começa-se a alterar o meio em que a pessoa vive: livrar-se dos cinzeiros, trocar o
café pelo chá, afastar-se do companheiro fumante. Analisa-se qual movimento e
lugar é apropriado para incentivar um bom comportamento: quando e onde a
pessoa acha que estuda melhor, por exemplo.

3. A pessoa deve recompensar-se quando seguir seu plano, e arranjar um possível


castigo caso não consiga desenvolve-lo. Estes contratos devem ser redigidos e
testemunhados (terapeuta, por exemplo), e os detalhes devem ser bem
especificados.
Terapia de modelagem

A terapia de modelagem é utilizada na modificação do comportamento, levando os


sujeitos a observarem um modelo numa situação que consideram assustadora ou
causadora de ansiedade. Por exemplo, crianças que temem cão, observam outra
criança de sua idade aproximando-se progressivamente de um cachorro; em
seguida, afagando-o através das barras de um cercado e depois entrando neste
para brincar com o cão. Como resultado desta aprendizagem observacional, o
medo da criança se reduz pronunciadamente. Também são utilizados outros
objetivos temidos como uma cobra.

Envolvimento com Questões Educacionais

Antigamente, a convivência das crianças com a família era mais intensa, sendo que
os pais e pessoas mais próximas eram tomados como exemplo. Atualmente além
dos pais, o professor da classe pode ser o modelo mais importante no ambiente da
criança. Sabe-se de muitas crianças que copiam tão exatamente o comportamento
de seu professor (ou professora) que "se tornam" esse professor quando estão
interagindo com seus irmãos mais novos no lar. Preferências ou aversões do
professor para com a matéria em estudo podem ser percebidas pelos alunos e
resultam em atitudes imitativas. O professor que ama música, mas odeia
matemática, pode transmitir esses sentimentos à classe. Desse modo criam-se
bloqueios à matemática, e os alunos podem ser permanentemente afetados. Outros
tipos de comportamento negativo do professor podem também ser imitados pelos
alunos. Uma professora de primeiro ano, para manter a disciplina que ela
considerava apropriada à classe, gastava muito tempo gritando com as crianças.
Os pais de uma dessas crianças notaram que, diariamente, depois da aula, ela
fechava-se no quarto e gritava com as bonecas (usando as palavras da professora).
A atitude do professor para com alunos de grupos minoritários (negros,
imigrantes, alunos de religião diferente da maioria) pode ter também um efeito
significativo: no modo como esses alunos aprendem a perceber a si próprios, e
também na forma como os colegas os vêem. Em resumo, os professores fornecem
condições para a aprendizagem na sala de aula, não somente pelo que dizem, mas
também pelo que fazem.

Autores que utilizou como referência

Em Iowa, Bandura foi influenciado por Kenneth Spence, que tinha trabalhado
com Clark Hull (1943, 1951,1952) em Yale, e pelos escritos de Miller e Dollard,
principalmente com o livro "Imitação e aprendizagem" escrito por eles. Este foi
um estímulo para alguns dos seus primeiros trabalhos: "Social Learning and
Imitation" Interessou-se pelo desenvolvimento da noção de experiência
substitutiva e da série de fenômenos que poderiam ser explicados através de uma
abordagem de aprendizagem social. Com base na teoria da aprendizagem de Hull,
na teoria Skinneriana e nos conceitos de modelagem e imitação, sua pesquisa
resultou em uma notável abordagem da modificação do comportamento mais
ampla e mais orientada pelo social, que ele chama de Teoria da Aprendizagem
Social.

Autores aos quais se contrapunha


Embora Bandura concorde com Skinner que o comportamento humano pode
modificar-se devido ao reforço, suas concepções diferem das dele: para Bandura,
em vez do ser humano aprender pela vivência direta do reforço, aprende por meio
da modelagem, observando outras pessoas e estabelecendo os padrões de seu
comportamento; mas para Bandura, quem controla os modelos de uma sociedade
controla o comportamento. Ele também critica Skinner ao estudar apenas sujeitos
individuais, e principalmente ratos e pombos, em vez de sujeito humano
interagindo uns com os outros. Bandura ainda apresenta séria crítica,
questionando a linha de pesquisa que se desenvolveu bastante na direção de
atribuir agressão a fatores constitucionais ligados ao sexo, principalmente aquela
que se refere ao cromossomo sexual masculino Y. Em 1965, Jacobs, Brunton e
Melville publicaram um trabalho relatando a incidência mais alta do síndrome
XYY (um cromossomo Y a mais) em deficientes mentais internados por crimes
violentos (2,9%), em comparação com a população geral (0,2%). A confirmação
desses resultados traria forte evidência para a idéia de que agressividade estaria
associada ao sexo masculino. No entanto, Bandura questiona essas evidências
propostas pelos estudos genéticos uma vez que, segundo ele, os prisioneiros da
pesquisa original de Jacobs et Alli raramente agrediam pessoas e que 88% de suas
ofensas foram contra a propriedade.

Conclusão

As pesquisas de Bandura, suas teorias e aplicações foram bem aceitas na


psicologia. Foram utilizadas no estudo do comportamento em laboratório e em sua
modificação em clínica. Para ele, as pessoas aprendem muito através da imitação, o
que o levou a interessar-se pela aprendizagem pela observação e a formular sua
teoria cognitiva social, envolvendo-se com questões referentes à agressão e a auto-
eficácia. Bandura também desenvolveu terapias comportamentais que têm sido
utilizadas em várias situações na nossa atual sociedade, ou seja, uma sociedade
tecnológica, na qual a importância do fator modelo é enorme. As crianças
aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer, mas principalmente o que
vêem ser feitos por outras pessoas. Enquanto antigamente os modelos eram quase
que exclusivamente os pais e membros mais próximos da família, hoje os modelos
são fornecidos geralmente pelos jornais, revistas, cinema e, especialmente, a
televisão. Pode-se destacar a grande importância da aplicação dos estudos de
Bandura nas questões educacionais, podendo ser bem estabelecidas pelas escolas,
onde bons professores podem servir de modelos a fim de incentivar ou estimular o
gosto pelo estudo, uma vez que imitação do professor, feita pelos alunos, é evidente
dentro das salas de aula.

Os gestaltistas explicaram o comportamento humano como sendo a resultante de


processos perceptivos. A preocupação dos gestaltistas era perceber, configurar a
dimensão humana; não podiam terapeutizar o que ainda não era globalmente percebido.
A tarefa principal consistia em erradicar a visão elementarista e organicista reinante na
conceituação psicológica. Não foi criada uma psicoterapia gestaltista.
Os gestaltistas partem das estruturas, das formas: nós percepcionamos
configurações, isto é, conjuntos organizados em totalidade. A teoria da forma
considera a percepção como um todo. Primeiro percepcionam o total depois
analisam os elementos ou dos pormenores.

O todo não é a soma das partes – na realidade estas organizam-se segundo


determinadas leis. Os elementos constitutivos de uma figura são agrupados
espontaneamente. Esta organização é, segundo o gestaltismo, essencialmente
inatos.

A organização das nossas percepção será estudada pelos gestaltistas que


enunciam um conjunto de leis.

- Lei da proximidade – perante elementos diversos, temos


tendência a agrupar aqueles que se encontram mais próximos.

- Lei da semelhança – perante elementos diversos, temos


tendência a agrupar por semelhanças.

- Lei da contiguidade – perante algo inacabado, temos tendência


a acabar.

Os gestaltistas criticam Watson porque este diz que todo depende do meio e
Köhler acha que as ideias são inatas.

Os gestaltistas defendem que o sujeito organiza a experiência do meio a partir das


estruturas inatas.

Teoria Gestaltista. O sujeito nasce já com um conjunto de estruturas inatas que submetem às
mesmas os estímulos dos mundo externo. As coisas e as situações, por exemplo, são
percepcionadas como totalidades. Estas estruturas influenciam, segundo os gestaltistas, o
modo como percepcionados e interpretamos os diferentes elementos que as constituem.

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