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21/02/2019.

Processo Constitucional.
Prof: Carlos Alberto Gasquez Rufino.
Bibliografia: Direito Constitucional Esquematizado, Pedro Lenza

Remédios “ Writs” Constitucionais.

“Habeas Corpus”

O hc protege a liberdade, direito de locomoção, de ir e vir, bem como de ficar


e permanecer.
HC significa tome de volta o corpo ou tenha de volta o corpo, e submeta o homem e
o casa ao tribunal.
Toda e qualquer pessoa, mesmo sem formação jurídica, pode elaborar um hc, ainda
que de forma manuscrita, em seu próprio favor ou em favor de uma terceira pessoa, inexiste
formalidade jurídica, podendo ser escrito em uma folha de caderno.

– Partes:

Paciente: É aquele pessoa que tem cerceado (impedido) seu direito de ir e vir. O
paciente poderá ser o impetrante, tudo dependendo do caso concreto
Impetrante: Aquele que impetra, a pessoa que apresenta o hc perante o judiciário. O
impetrante poderá ou não ser o paciente.
Impetrado ou Autoridade Coatora: É aquela pessoa que determina a prisão, que
cerceia a liberdade de outrem. Autoridade policial, juiz de direito, Desembargador, ministro
do STF.

prox aula: Tipos / Modalidades de HC

11/03/2019

Tipos/Modalidades de HC.

1 – Preventivo: É a modalidade que deve ser utilizada antes que a prisão ocorra. Ex:
HC a ser expedido ou impetrado, por qualquer pessoa que vai depor em uma CPI;
2 – Liberatório ou Repressivo: Deve ser utilizado quando já se consumou a prisão. O
documento que corporifica (representa) o HC denomina-se salvo-conduto, o qual tem
validade de um ano.
Um HC é cabível contra ato de autoridade, todavia, a doutrina e a jurisprudência tem
permitido a impressão de HC contra ato praticado contra particular (ex: Dono de restaurante,
dono de hospital, etc).
Competência.

Competência é a medida da jurisdição. O HC deve ser apresentado perante o juiz


criminal que exerce atividades no fórum mais próximo do local onde o paciente está preso.
Tratando-se prisão do PR, VPR, ME, do STF, DEP, SEN, etc, o hc deverá ser
impetrado perante o STF.
Cuidando-se de prisão dos governadores, seus vices, secretários estaduais, etc, o hc
deverá ser impetrado perante o STJ.
Tratando-se de prisão dos prefeitos, seus vices, secretários municipais, etc, o hc
deverá ser impetrado perante o TJ.
Importante ressaltar que toda vez que o efetivo (número de membros) da polícia militar
ultrapassar 20 mil soldados membros (homens e mulheres) deverá ser criado um TJM
(Tribunal de Justiça Militar). Tendo em vista a prática de crime por militar estadual, eventual
HC deverá ser impetrado perante o TJM.
Não cabe HC nas transgressões militares (parágrafo 2°, art. 142 da CF).

→ “Ex officio” = De ofício = Sem provocação, independentemente de provocação.

Lícito é ao órgão do judiciário conceder HC ex officio (de ofício = independentemente


de provocação). Parágrafo 2°, art. 654 do CPP.

→ Mandado de Segurança: (art. 5, inciso LXIX da CF e Lei n° 12016/2009).


● Juicio de Amparo (origem na constituição mexicana).

18/03/2019.

Mandado de Segurança.

Trata-se de uma ação cuja a P.I. subscrita (assinada por advogado inscrito no quadro
da OAB).
A P.I. do M.S. deve obedecer os requisitos constantes do art. 319 do CPC e art. 7° da
lei 12016/09.
Os doutrinadores entendem que o M.S. é uma ação “sui generis”, ou de natureza
documental e que segue o rito especial.
As ações se dividem em: ações de conhecimento, ações de execução, “lato sensu”.
As ações de conhecimento, se triparte em: ações declaratórias ou meramente declaratórias,
condenatórias e as constitutiva.
O jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda criou, na Obra, tratado das ações,
criou a teoria das ações chamadas mandamentais, caracterizadas por carga mandamental,
onde só existiria comando ou ordens judicial.
A crítica que se faz a teoria mandamentais é que, na verdade, todas as ações são
mandamentais, bem como toda ação declaratória.
A maioria dos doutrinadores entendem que o M.S. é uma ação constitucional de
natureza civil.
Partes.

Impetrante: é aquele que apresenta o M.S. em juízo. Qualquer pessoa física ou


jurídica ou até mesmo uma universalidade de direito (pessoas não dotadas de personalidade
jurídica) podem propor ação de M.S. Ex: Espólio “de cujus”, massa falida (soma dos bens da
PJ falida). Exige-se do impetrante capacidade processual.
Uma pessoa jurídica ou qualquer pessoa jurídica de direito público pode propor uma
ação liminar de M.S.
Impetrado ou Autoridade Coatora é aquela autoridade em que é impetrado contra a
ação do M.S. Sempre uma pessoa física é que deve constar no polo passivo, além da
autoridade, a cujo quadro a pessoa física impetrante do ato pertence.
Uma ação de M.S. pode ser proposto contra entidade privada, desde que
concessionária ou permissionária de serviço ou serviços privatizados.

Competência.

É a medida da jurisdição (dizer o direito):


Normas de competência podem ser encontradas CF, no CPC (art. 42 ao 66), bem
como nas leis de organização judiciária (estadual).
A ação será proposta no foro do domicílio do réu (regra geral, art. 46 CPC).
O M.S. deve ser proposto perante o foro ou domicílio do impetrado ou Autoridade
Coatora, art. 2° da lei 12016/09.
O M.S. deverá ser endereçado ao STF caso seja impetrado contra o presidente, vice
e ministro de Estados.
Tratando se de ato praticado pelos governadores, vice e seus secretários estaduais o
M.S. deve ser proposta perante o STJ.
Tratando-se de atos praticados por prefeitos, seus vices, secretários municipais o M.S.
deverá ser proposta no respectivo TJ.

Liminar.

Trata-se de uma antecipação do provimento judicial, desde que presentes certos


requisitos. Toda e qualquer liminar é temporária ou provisória, podendo ser revogada,
cassada pelo mesmo juiz que a deferiu.

01/04/2019.

Liminar (cont…)

A liminar é um instituto processual presente, para ela ser concedida / deferida, é


preciso estar presente alguns requisitos.
1) “Fumus boni iuris” - Cabe ao magistrado verificar se aquilo que está sendo pedido tem
previsão no ordenamento jurídico brasileiro.
2) “Periculum im mora” (perigo da demora) - Deve ser mostrado ao magistrado que a
demora na concessão da liminar pode causar um dano, que pode ser irreparável.
3) Verossimilhança (Aparência do que é verdadeiro)
4) Prova inequívoca - Prova que não admite contrariedade.
5) Resultado útil ao processo - Cabe ao impetrante demonstrar que a concessão da
liminar pleiteada vai permitir que a relação jurídica processual se desenvolva
rapidamente.
6) Duração razoável do processo - A concessão de uma liminar deve evitar a prática de
atividades probatórias desnecessárias.
OBS: a liminar está no art. 7 do MS (lei n° 12.016 / 2009).

Litisconsórcio (CPC, art. 118 e seguintes).

É possível a propositura de uma M.S. por vários impetrantes (litisconsórcio ativo), art.
1, pg. da lei n° 12.016/09. No polo passivo; a doutrina e a jurisprudência tem admitido a
propositura / impetração de um M.S. contra dois ou mais impetrante.

Defesa.

Impetrado o M.S., a outra parte será notificada para no prazo de 10 dias, para
prestarem informações.

Intervenção do MP.

Três posições para a intervenção do M.P.:


1) “Custos Legis” - Cabe ao MP cuidar para que a lei seja efetivamente protegida.
2) Parte - Na área penal, quando ele oferece a denúncia.
3) Curador - Representante dos incapazes.

O art 12 da lei do M.S. determina a participação obrigatória do MP nas ações de


mandado de segurança, tanto em primeira instância (promotor de justiça), quanto da segunda
instância (procurador de justiça).
OBS: Promotor é intimado pessoalmente; o membro do MP deve ser intimado
pessoalmente de todos os atos processuais. Cabe ao membro do MP manifestar-se no prazo
de 10 dias, prestando informações.

Objetivo do M.S.

Proteção do direito líquido e certo (art. 10 da lei de M.S.). Direito líquido e certo é
aquele que é provado documentalmente.
A ação de M.S. é cabível desde que não esteja envolvido o direito de ir e vir
(liberdade). O direito líquido e certo é aquele que deve ser demonstrado de plano, ou seja,
juntamente com a PI. Direito líquido e certo é aquele que se verifica certeza quanto aos fatos,
e que o direito pertence ao impetrante.
O rito especial da ação de M.S. não comporta dilação probatória, as provas a serem
exibidas são apenas documentais. A instrução probatória (produção de prova pericial,
depoimento pessoal das partes, prova e a oitiva de testemunhas: art 351 do CPC), não é
possível no rito especial do M.S.
Se fizer necessário a produção de qualquer outro tipo de prova, além das documentais
não será o caso do M.S., mas sim de uma ação de conhecimento, na modalidade declaratória
ou meramente declaratória.

08/04/2019

Mandado de Segurança (cont…).

Alvos.

Atingir atos ilegais e abusivos praticado pelas autoridades; É importante relembrar


que muitas vezes o ato é ilegal mas acaba sendo praticado de maneira ilegal, ou seja, desvio
de finalidade.

Prazos.

O M.S. deve ser impetrado em 120 dias, contados do “dies a quo” (é o dia do início de
contagem do prazo) da data em que o impetrante tomou ciência do fato por parte do
impetrante, é um prazo decadencial, não se interrompe (art. 23 da lei n° 12.016/09).
O juiz não pode se aproximar mais do autor e nem do réu, sob pena de suspeita do
juiz e impedimento, vide art. 144 e 145 do CPC.
O M.S. pode ser preventivo (que é aquele que vem antes que o ato ilegal ou abusivo
ocorra) ou repressivo (que é aquele que vem depois que o ato ilegal e abusivo ocorra).

Mandado de Segurança Coletivo.

Art. 5, LXIX da CF e art. 21 da lei n° 12.016/09.


Essa modalidade (M.S. coletivo) é aquela forma que pode ser utilizado por uma
coletividade.
Assim, podem ser identificados as seguintes situações:
a) Entidades de classes (OAB, CREA, etc).
b) Associações Legalmente Constituídas (AASP, ONG).
c) Sindicatos, Federações, Confederações.
● Todos os institutos relativos ao mandado de segurança individual (M.S.I) aplicam-se
a modalidade coletiva.
Habeas Data.

Fundamento jurídico: art. 5°, LXXII da CF e lei ordinaria nE 9.507/97


(Infraconstitucional).
Serve para obter e retificar informações de arquivos das entidades governamentais.
O HD trata-se de uma ação cuja PI deve ser subscrita por advogado inscrito nos
quadros da OAB. A PI da ação de HD deve observar o regramento contidos no art. 319 do
CPC e art. 8 da lei n° 9.507/97.
No HC não exige pagamento de custas (art. 21 da lei n° 9.507/97).

Competência.

Em regramento geral, a ação deve ser proposta perante o foro do domicílio do réu,
vide art. 46 do CPC. Não quebra a regra do art. supracitado a ação de HD, que será ajuizada
perante o foro da autoridade que possui a informação que se deseja obter, vide art. 20 da lei
9.507/97.
Assim, se as informações desejadas estiverem de posse do PR, da mesa do SG, ou
da CD, bem como TCU ou na PG, a ação será proposta perante o STF.
OBS: (As mesas são pessoas jurídicas de direito público e podem configurar no polo
ativo e polo passivo).
Se as informações desejadas estiver na posse dos governadores ou dos tribunais de
contas estaduais, bem como, nas mesas da Câmara dos Deputados Estaduais a ação de HD
deverá ser proposta perante o STJ.
Se as informações estiverem na posse dos prefeitos, mesas das Câmaras dos
Vereadores, TCM, a ação de HD deverá ser proposta no TJ.

Defesa.

A autoridade coatora “possuidora dos dados desejados será notificada para, no prazo
de 10 dias, prestar informações.

Participação do MP.

Pode ser Custus Legis (fiscal da lei), parte no processo (curador). O membro do MP
será intimado pessoalmente para, no prazo de 5 dias, prestar informações.

Decisão.

A ação de HD será encerrada por meio de sentença (art. 203, parag. 1° do CPC), a
qual enseja / permite a apelação no prazo de 15 dias (art. 1009 do CPC).

Objetivos.
a) Obter informações arquivadas / registradas em banco de dados de entidades
governamentais (ex: ABIN), polícias estaduais que guardam informações sobre nós,
ou órgão privados / particulares que contém informações de natureza pública (ex:
Serviços de proteção ao SPC - privada, SERASA - privada).
b) Retificar as informações, fazendo reafirmar o quanto contido nos autos do processo
arquivado / extinto.

15/04/2019.

Reabertas as informações acima, o impetrante terá o prazo de 15 dias para se


manifestar. Nesse prazo, possível é ao requerer nos mesmos autos, desde que apoiado em
provas, a retificação das informações dos dados prestados.
Retificar as informações, fazendo reafirmar o quanto contido nos autos do processo
arquivado / extinto.
O autor / impetrante do HD tem que comprovar na ação por meio de documentos, que
se esgotou os meios.

Condição de Ação Própria do HD.

Cabe ao impetrante provar na PI do HD que a obtenção das informações pretendidas


de maneira administrativa (ex: carta simple).

Mandado de Injunção.

Art. 5 inc. LXXI da CF e lei n° 13.300/16. Injunção é fazer a “introdução”. É uma ação,
cuja PI deve ser subscrita (assinada) por advogado inscrito na OAB. Trata-se de uma ação
constitucional, de caráter civil que adota rito especial. Essa ação tem por objetivo suprir uma
omissão (dos poderes públicos) executivos, legislativo no que se refere a elaboração da
norma de uma lei viabilizadora do exercício do direito, de uma liberdade e de uma
prerrogativa, sendo esta última relativa a cidadania, soberania ou a nacionalidade (art. 2 da
lei 13.300/16).
Assim, os requisitos para que possa ser utilizado o “writ” são os seguintes:
1) Em razão da falta de uma lei, ou norma regulamentadora, acerca do exercício de um
direito, liberdade ou prerrogativa, sendo a última inerente na soberania, cidadania ou
nacionalidade.
2) Inviabilização do exercício das situações acima mencionadas.

Em razão da falta de lei regedora do MI, a jurisprudência do STF exige que se


demonstre na PI do mandado de injunção, a existência de nexo de causalidade entre a
omissão normativa do poder público respectivo (Executivo ou Legislativo) e a inviabilidade
do exercício de um direito, de uma liberdade ou de uma prerrogativa.
O MP na ação de MI.

O membro do MP participará obrigatoriamente nas ações de MI, devendo ser intimado


pessoalmente dos atos processuais, devendo manifestar-se no prazo de 10 dias, prestando
informações (art. 7° da lei n° 13.300/16).

Defesa Da autoridade coatora.

A autoridade coatora deverá manifestar-se no prazo de 10 dias, prestando


informações;
→ Este deverá ser notificada.

Legitimidade Ativa e Passiva (art. 17 CPC).

● Legitimidade Ativa.

A ação de MI pode ser impetrada por qualquer pessoa dotada de capacidade


(capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo - tem que ter 18 anos e ser titular de
seus direitos e obrigações -, pois certamente se exige capacidade postulatória do advogado),
arts. 103 e 104 CPC, art 3° da lei n° 13.300/16.

● Legitimidade Passiva.

Pode figurar no polo passivo da ação de MI o órgão competente para a elaboração da


norma cuja omissão impede o exercício de um direito, de uma liberdade ou de uma
prerrogativa, sendo esta inerente a cidadania, soberania e nacionalidade.

É importante salientar que somente entes / entidades públicas que tinham capacidade
de legislar é que podem figurar no polo passivo da demanda.

22/04/2019.

Competência.

Se o poder é omisso é a Presidência da República e o Congresso Nacional, a Câmara,


o Senado, o TCU, os tribunais superiores ou o próprio STF. A competência pertencera ao
STF (art. 105, inc I, “h”, CF).
Se o órgão omisso forem os governadores, as assembleias legislativas, a
competência pertence ao STJ.
Pontos comuns e diferentes entre o MI e ADI por omissão.
→ Ponto comum: Ambas as ações tem como fundamento uma inconstitucionalidade por
omissão.
→ Diferença: A ADI por omissão tem mais alcance, posto que pretende discutir em juízo
qualquer tipo de omissão, envolvendo portanto, qualquer tipo de lei, enquanto que na ação
de MI existe a inviabilização de exercício de um direito, uma liberdade, uma prerrogativa,
sendo esta inerente a cidadania, soberania e a nacionalidade.
A competência para apreciar e julgar a ação de MI pode pertencer ao STF ou ao STJ,
ao passo que na ADI por omissão a competência é diferente, tudo dependendo da autoridade
que se omitiu quanto a elaboração da norma.
A ação de ADI por omissão pode ser proposta pelos legitimados no art. 103 da CF,
enquanto que no MI, qualquer titular de direito, liberdade ou prerrogativa, que não possa ser
exercida tem legitimidade para propor essa ação.
OBS: PGR tem legitimidade para todas as ações constitucionais.
Na ADI por omissão, a referida omissão pode ser referida ao caso abstrato, enquanto
que a ação de MI só pode discutir um caso concreto.
Na ADI por omissão, somente pode partir do poder executivo ou legislativo, ao passo
que na ação de MI várias autoridades podem ser responsabilizadas pela falta de norma
regulamentadora.
A lei de MI 13.300/16, nos arts. 1 e 12 permite a impetração de MI coletivo, a lei do MI
não reve requerimento e concessão de medida de liminar.

Posições do STF com relação a apreciação e julgamento de ações de MI:


1) O STF recebe, aprecia e julga o MI, a corte constata a omissão legislativa. Na
sequência, o tribunal notifica o poder omisso e julga extinta a demanda.
2) O STF recebe, aprecia e julga a ação, verifica a existência da omissão, notifica o órgão
omissivo, posteriormente, o STF fixou um prazo para a elaboração da norma. Alguns
julgados, além de estipular um prazo para a elaboração da lei impõe uma multa a ser
aplicada em caso de descumprimento do prazo.
3) A corte recebe, aprecia e julga a ação. A corte constata a omissão legislativa. Na
sequência, o tribunal notifica o poder omisso e julga extinta a demanda.
Posteriormente, o tribunal fixa um prazo para a elaboração da norma, sob pena de
multa, se aplicar a multa e persistir a multa o STF elabora a norma.

Efeitos da Decisão.

Após a promulgação da carta magna formaram-se, inicialmente, duas correntes


acerca dos efeitos da decisão do poder judiciário que acolha procedente o pedido da ação de
MI, quais sejam:
1) Concretista: Nos termos deste entendimento, presentes os requisitos constitucionais
exigidos na lei do MI, o judiciário deverá reconhecer a omissão legislativa ou
administrativa e possibilitar a concretização do exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa, até que a norma seja regulamentada.

A teoria concretista subdivide-se em:


a) Geral - Conforme esta teoria, a decisão do STF terá efeitos gerais, ou seja, “erga
omnes”, possibilitando por meio de um provimento judicial, revestido de
normatividade, atingir a concretização do exercício de um direito, de uma liberdade e
de uma prerrogativa, até que seja elaborada a norma regulamentadora ausente.
b) Individual - De acordo com esta posição, a decisão do poder judiciário deveria produzir
efeitos apenas para as partes integrantes do MI, ou seja, “inter partes”. Os art. 9 e 13
da lei n° 13.300/16 explicitam que a sentença proferida na ação de MI deve fazer coisa
julgada apenas limitadamente as pessoas na ação.

Por sua vez, na ação concretista individual, subdivide-se em:


a) Teoria Concretista Individual Direta - De acordo com esta teoria, o judiciário, ao julgar
procedente a ação de MI concretiza direta e imediatamente a eficácia das normas
constitucionais para o impetrante da ação, sem a prévia concessão de um prazo para
a elaboração da norma faltante.
b) Teoria Concretista Individual Intermediária - Após julgar procedente o pedido contido
no MI, o poder judiciário da ciência ao órgão omisso, fixando um prazo (geralmente
de 180 dias) para que a lei faltante seja elaborada. Ao término deste prazo, se a
omissão de órgão for mantida, então o poder judiciário fixará as condições
necessárias para que o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa possam ser
exercidos.

2) Não Concretista - Conforme explicitam os adeptos desta teoria, cabe ao poder


judiciário, apenas reconhecer formalmente a existência de uma omissão dos poderes
públicos e dar ciência ao poder competente para que este edite a norma ausente. Esta
corrente entende que a decisão judicial não pode ir além disso, sob pena de ofensa
ao princípio da separação de poderes.

Exemplos de utilização de MI.


1) Art. 37, VII, CF - Direito de greve → O direito de greve ainda não foi regulamentada
por lei específica, desde 1998.
2) Art. 7, XI, CF - Direito ao P.L.R. já regulamentado → São direitos dos trabalhadores a
participação nos lucros e resultados desvinculados do salário.
3) Art. 40, $4° da CF → Conforme este dispositivo é vedada a adoção de requisitos e
critérios para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime diferenciado
deste dispositivo, ressalvadas as situações definidas em lei complementares, as quais
ainda não foram elaboradas.

06/05/2019.

Mandado de Injunção Coletivo (art. 1 e 12 da lei n° 13.300/2016).

É aquela modalidade que pode ser usado por uma coletividade, desde que os
membros dessas coletividades que não possam concretizar o exercício de um direito,
liberdade, prerrogativa, sendo esta relacionada a nacionalidade, cidadania e a soberania, em
razão da ausência do legislador, de uma norma regulamentadora.
Assim, as coletividades podem ser: o MP, quando a tutela requerida por
especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, ou ao exercício dos direitos sociais
ou individuais indisponíveis.
Os partidos políticos, desde que devidamente representado no Congresso Nacional.
Na PI cabe ao impetrante demonstrar que um dos interessados do grupo tem inviabilizado o
exercício de um direito, liberdade e prerrogativa por falta de lei.
Entidade Sindicais, Federações e confederações ou Entidades de classe (OAB,
CREA, etc) ou associações, desde que legalmente constituídas e em funcionamento há pelo
menos 1 ano. Os integrantes dessas categorias devem provar na PI que não podem exercer
um direito, nacionalidade ou prerrogativa em razão da falta da lei.
Defensoria Pública quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
promoção e defesa dos direitos individuais e sociais coletivos, pertencentes aos necessitados
(art. 5, inc 74, CF).

Direito de Petição (art. 5, inc 34, CF).

Pode ser definido como o direito que pertence a uma pessoa de invocar a atenção
dos poderes públicos sobre uma situação ou uma determinada questão, esse direito pode ser
exercido por qualquer pessoa física ou jurídica independentemente de formação jurídica ou
pagamento de taxa.
A petição pode ser utilizada em defesas de direitos amplamente considerados e ainda
contra ilegalidade ou abuso de poder.
A doutrina e a jurisprudência tem admitido o exercício do direito de petição por mais
de uma pessoa, assinando conjuntamente a petição, reclamação ou representação perante
qualquer órgão público.
Legitimidade (condição de ação art. 17, CPC); Ativa - qualquer PF ou PJ / Passiva -
Os poderes públicos, amplamente considerados, Executivo, Legislativo, Judiciário, MP,
sempre que estiver presente uma ilegalidade ou abuso de poder.

Objetivo / Finalidade.

Dar notícia, ciência do fato ilegal ou abusivo do poder público, para que este
providencie as medidas adequadas.

Competência.

Vai depender do órgão público que cometeu uma ilegalidade ou abuso de poder.

Resposta.

O direito de petição tem eficácia constitucional, obrigando as autoridades públicas ao


recebimento, ao exame e a resposta, dentro do prazo razoável (30 dias) a doutrina e a
jurisprudência entendem que razoável é o prazo de 30 dias corridos.
Se o protocolo for negado pelo poder público ou se a resposta não for dada no prazo
considerado razoável, possível é o interessado impetrar o mandado de segurança, em razão
da violação do desrespeito ao direito líquido e certo.

AÇÃO POPULAR (ART. 5, INC 73, CF, LEI N° 4.717/1965).


Trata-se de ação, cuja PI deve ser subscrita por advogado inscrito nos quadros da
OAB. Essa ação é uma ação por meio da qual qualquer cidadão pode requerer a anulação
de ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade da qual o Estado participe, essa ação pode
ser utilizada ainda para proteger a moralidade administrativa, o meio ambiente e o patrimônio
público, amplamente considerado: histórico, cultural, paisagístico, turístico, etc.

Natureza Jurídica.

É uma ação civil, cognitiva, de caráter dúplice, constitutiva e condenatória. A ação


pode ser proposta:
1) Preventivamente - Antes que ocorra o dano aos patrimônios públicos.
2) Repressiva: Aquela que é proposta depois que os atos lesivos aos patrimônios
públicos já foram praticados, nessa modalidade busca-se o ressarcimento junto aos
cofres públicos, dos valores equivalentes aos prejuízos causados.

13/05/2019.

Cont…

Finalidade.

Promover a defesa de interesses difusos (pela coletividade / reconhecendo-se aos


cidadãos propor ação popular para possibilitar a defesa destes interesses).
É importante registrar ainda que esta ação popular tem ainda por objetivo combater o
ato ilegal, imoral, ou abusivo ao patrimônio público.

Legitimidade.

Legitimidade Ativa: Qualquer cidadão, ou seja, qualquer pessoa que esteja no uso e
gozo de seus direitos políticos.
Cidadania liga-se a participação no processo político eleitoral, após a entrada em vigor
da atual carta, a cidadania passou a ser por modalidades:
1) Ativa - Implica em participar do processo político eleitoral, votando; ex: Analfabeto.
2) Passiva - Além de participar do processo político eleitoral, votando, o cidadão passivo
pode ser votado.

A ação popular pode ser ajuizado contra as PJ, públicas ou privadas, de onde se
originaram os atos ilegais, imorais ou abusivos.
Essa medida judicial pode ser proposta contra os funcionários ou administradores que
houverem aprovado, ratificado ou praticado o ato ou ainda se omitido, impedindo que a lesão
ao patrimônio pública ocorressem.
O parag. 2 do art. 6 da lei n° 4.717/65 determina que as pessoas jurídicas públicas,
tanto da administração direta e indireta, as empresas públicas e ainda as sociedades de
economia mista em nome dos quais foram praticados os atos serão citadas, para que possam
promover sua defesa.
Os funcionários e administradores das PJ acima mencionadas que houverem
autorizado, ratificado ou praticado os atos também devem fazer parte o polo passivo da ação.

Liminar.

Antecipação do provimento judicial.


OBS: Estudar os requisitos necessários para a liminar.
A liminar, usualmente é formulado na ação popular preventiva mas a lei não impede
que seja formulado o pedido na forma repressiva.

Defesa.

O réu poderá defender-se por meio de contestação (art. 335, CPC), 15 dias.
Duplicidade - Durante a tramitação processual, oferecida as defesas cabíveis
pertinentes, o gestor público constata que qualquer um dos réus é que praticou ato ilegal ou
abusivo, lesiva ou prejudicial ao patrimônio público e, em face do caráter dúplice da ação
popular popular, poderá colocar-se ao lado do autor, requerendo ressarcimento do cofre
público.

Participação MP.

O MP atua de 2 maneiras diferentes na ação popular, quais sejam.


1 - Durante a fase de conhecimento, o MP exerce função auxiliar “custos legis”, não lhe sendo
permitido defender o ato impugnado; na execução

20/05/2019.

Cont...

2 - Na execução, o MP é dotado de legitimidade para propor ação de execução no prazo de


60 dias, desde que o autor primitivo da ação deixe de propor a ação de execução logo após
desde a prolação da sentença.

Alcance da Sentença Condenatória Proferida na Ação Popular.

Prolatada a sentença, todos aqueles que figuram na ação da petição inicial serão
atingidos pela decisão, devendo ressarcir os prejuízos e as perdas e danos causados ao
patrimônio público.

Natureza da Ilegalidade a ser combatida no meio da ação popular.

O ato ilegal praticado pelo gestor público, além de ser ilegal também deve ser abusivo
e ainda deve causar danos ao patrimônio público. Muitas vezes o ato é legal mas acaba sendo
praticado como desvio de finalidade.

Controle de Constitucionalidade.
O controle de constitucionalidade implica na verificação da constitucionalidade (ADC)
ou da inconstitucionalidade (ADI) das leis (artigo, parágrafo, inciso) ou dos atos informativos,
em face da continuação federal, assegurando-se a supremacia desta última.
A violação da carta magna pode ocorrer por ação ou por omissão.
Será por Ação quando a lei ou o ato normativo for produzido em desconformidade
com a lei maior.
Sera por Omissão quando a CF determinar a elaboração de alguma lei de uma norma
e esta deixar de ser elaborada, uma vez que os poderes executivos e legislativo
permaneceram inertes.
OBS: art. 59 CF.

A inconstitucionalidade ainda pode ser formal e material.

A formal estará caracterizada toda vez que se descumprir qualquer dos requisitos
previstos no processo de elaboração legislativa. Toda e qualquer lei deve obedecer um
determinado procedimento legislativo (As fases / Etapas / Degraus do processo legislativo
são as seguintes: iniciativa, discussão entre os parlamentares, votação, sanção, veto,
promulgação, publicação), existem requisitos subjetivos (iniciativas) e objetivo (diz respeito a
fase constitutiva e complementar do processo legislativo; ex: "quorum" números de
parlamentares necessários para as votações)

A inconstitucionalidade formal ainda pode ser:


a) Orgânica: Caracteriza-se quando houver inobservância de competência legislativa; ex:
somente a União é que tem competência para legislar sobre horário bancário.
b) Propriamente Dita: É aquela que se caracteriza quando o procedimento legislativo é
descumprido; ex: Uma lei Complementar aprovada por quorum de maioria simples.
c) Violação de pressuposto objetivos: Medida Provisória editada elaborada sem que
estivessem presente a relevância e a urgência.

A inconstitucionalidade será material quando o conteúdo da lei ou do ato normativo


não for compatível com aquilo que está expresso na própria constituição.

Bloco de Constitucionalidade.

O Poder Judiciário notadamente o STF, ao apreciar qualquer uma das ações


constitucionais, deve tomar a carta magna como um todo, uma unidade.
No entanto, cabe ainda ao STF considerar certos valores e princípios que fazem parte
do chamado bloco de constitucionalidade.
Cabe ainda ao judiciário, levar em conta as fontes do direito: Doutrina, Jurisprudência,
costumes, analogia, equidade e os princípios gerais do direito.

27/05/2019.

Espécies de Controle.
Há duas subdivisões da maior relevância:
a) Quanto ao momento do controle.
A - Preventivo – posto antes que a lei ou ato normativo adentre/passe a fazer parte do
ordenamento jurídico.
- CCJ’s – comissões de constituição e justiça (permanentes) que atuam junto ao
legislativo, nas 3 esferas, federal, estadual e municipal;
- Veto – aposto pelos chefes dos poderes executivos não deixa que entre em vigor
(veto jurídico). 5570 municípios.

B - Repressivo – exclusivo/privativo do judiciário, devendo ser utilizado depois que a lei ou


ato normativo já faz parte do ordenamento jurídico.
- Difuso – também chamado de controle por via de exceção, ou ainda, incidental.
Trata-se de controle difuso porque pode ser efetivado por qualquer juiz de direito
brasileiro.
No decorrer de uma ação é arguida uma questão constitucional, sendo resolvido por meio
de controle difuso incidental.
A eficácia da decisão proferida no controle difuso somente produzirá/atingirá as partes em
litigio/litigantes (“inter parts”).
A questão proferida neste controle, produzirá efeitos “ex tunc” (retroage) o que implica dizer
que a decisão prolatada/proferida vai retroagir até a data da entrada em vigor da lei ou do ato
normativo questionado por meio do controle.
Este controle é sempre realizado com base em um caso concreto.

- Concentrado (STF) – é aquele que se dá/se operacionaliza por meio da ação.


O controle concentrado julga as ações constitucionais:
a. A.D.I. (N) – Ação Direta de Inconstitucionalidade (chamada de genérica);
b. A.D.C. (ADECON) – Ação Declaratória de Constitucionalidade;
c. A.D.P.F. – Ação de descumprimento de preceito fundamental;
d. A.D.I. por omissão;
e. A.D.I. interventiva.

A eficácia vai atingir todos os membros da coletividade (“erga omnes”).


No controle concentrado, a declaração não vai retroagir (“ex nunc”), ou seja, produz efeitos
apenas a partir da prolação/prolatação/proferimento da decisão para adiante/frente.
Neste controle, pode ser discutida a lei em tese.

Modulação dos efeitos da decisão.

O artigo 27 da Lei 9.868/99, permite que o STF proceda a modulação dos efeitos da
sentença/decisão, alterando os efeitos de “ex tunc” para “ex nunc” e vice e versa.
A modulação dos efeitos da decisão somente será possível desde que presentes:
a) Insegurança jurídica – ocorre com frequência;
b) Excepcional interesse social.
A modulação somente é possível por maioria dos votos de 2/3 dos ministros (8 ministros de
11).

b) Quanto ao órgão controlador – podem ser os seguintes:


a. Órgão político – é aquele efetivado/realizado por órgãos de natureza política
(executivo/legislativo).
b. Órgão jurídico ou judiciário – cabe ao poder judiciário efetuar o controle, de
forma difusa ou concentrada.
c. Misto – ocorre/verifica-se quando certas leis podem ser controladas de
maneira política, enquanto outras (leis) podem ser controladas pelo judiciário.

Cláusula de reserva de plenário (art. 97 da CF).


Por força do art. 97, somente a maioria absoluta dos membros da casa é que pode
ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
Essa cláusula também vale para os TJ, o TJ de SP é o maior do Brasil, o respectivo
órgão judicial é composto pelos 25 desembargadores mais antigos. Dentre as
Inúmeras atribuições desse órgão, uma delas implica em exercer o controle de
constitucionalidade.
Modulação (Modular) dos efeitos da decisão.
O art. 27 da lei n° 9.869/99 veio a permitir autorizar a modulação dos efeitos da
decisão, alterando os efeitos "ex tunc" para "ex nunc".
Assim, a corte constitucional pode, ao julgar a inconstitucionalidade mesmo em caso
concreto cujo os efeitos somente atingem as partes litigantes ("inter partes"), desde
que exista segurança jurídica ou excepcional interesse social e considerado os votos
de ⅔ de seus membros (11 ministros), restringir os efeitos das ações de
inconstitucionalidade é estabelecer que somente tenha eficácia a partir de um
determinado momento a ser definido, sempre considerando-se uma data.

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