As taxas de transferência de calor em cada efeito são obtidas pelas eq. 10, 11 e 12:
▪ 1º Efeito: qሶ 1 = U1 A1 ∆T1 = U1 A1 (Ts − T1 ) (10a) E qሶ 1 = S hfg,S (10b)
∆T qሶ T = UA(Ts − T3 ) (17)
Admitindo (em primeira aproximação) que as quantidades de vapor produzidas sejam iguais em cada
efeito:
V = V1 + V2 + V3 (18)
Em geral, os evaporadores industriais de múltiplos efeitos são construídos com áreas iguais em todos
os efeitos. Portanto:
qሶ
= U1 ∆T1 ≅ U2 ∆T2 ≅ U3 ∆T3 (19)
A
7. Balanços e desempenho em evaporadores Evaporação Pg 5
∆T = Ts − T3
i: número do efeito considerado
7. Balanços e desempenho em evaporadores Evaporação Pg 6
OBS: Nos casos onde existe EPE, o vapor formado e que é usado no efeito seguinte, condensa nas
correspondentes temperaturas de saturação Ti , e não em na temperatura de superaquecimento Ti ′.
7. Balanços e desempenho em evaporadores Evaporação Pg 7
Uma vez que o consumo de vapor primário ocorre apenas no 1º efeito, o consumo de vapor é:
qሶ 1
S= (10b)
hfg (Ts )
7. Balanços e desempenho em evaporadores Evaporação Pg 8
Problema 6
Um evaporador de três efeitos concentra um líquido sem EPE. No 1º efeito, a temperatura do vapor
de aquecimento é 108 °C e a temperatura de ebulição da solução no último efeito é 52 °C. Sabendo
que os coeficientes globais de transferência de calor em cada efeito (em W/m2 °C) são U1 = 2500,
U2 = 2000 e U3 = 1500, calcule as temperaturas de ebulição das soluções no 1º e no 2º efeitos,
assumindo que as áreas de transferência de calor sejam iguais nos equipamentos.
Resolução:
1) A diferença global de temperatura (1º e 3º efeitos): 4) Substituindo os valores correspondentes, é possível
estimar os decréscimos de temperatura em cada efeito.
∆T = Ts − T3 = 108 − 52 = 56 °C
Então:
2) Assumimos que A1 = A2 = A3 ∆T1 = 14,3 °C
∆T2 = 17,9 °C
3) Então podemos usar a eq. 21
1 5) Logo, as temperaturas nos efeitos 1 e 2 serão:
∆Ti Ui
= T1 = Ts − ∆T1 = 108 − 14,3 = 93,7 °C
∆T 1 1 1
+ + T2 = T1 − ∆T2 = 93,7 − 17,9 = 75,8 °C
U1 U2 U3
8. Dimensionamento: evaporadores de múltiplo efeito Evaporação Pg 10
▪ Resolução computacional
Uso de algoritmos adequados
Usando temperaturas e entalpias estimadas, o conjunto de equações pode ser resolvido para obter as
vazões mássicas de líquido e vapor.
Com estes valores, as propriedades termodinâmicas são recalculadas, sendo o procedimento repetido
até haver convergência das soluções.
8. Dimensionamento: evaporadores de múltiplo efeito Evaporação Pg 11
8.1. Procedimento
Considerando um evaporador de triplo efeito e sem EPE:
a) As equações são usadas, para uma primeira aproximação, direcionadas para a obtenção de áreas
de transferência iguais, isto é, A1 = A2 = A3
c) Com um balanço global de massa determina-se a quantidade total de vapor secundário gerado.
Assume-se numa primeira aproximação, que são iguais as quantidades de vapor evaporados em cada
efeito (V1 = V2 = V3 )
8.1. Procedimento
Considerando um evaporador de triplo efeito e sem EPE:
f) Estima-se os decréscimos de temperaturas ∆T1 , ∆T2 e ∆T3 , e com estes valores, determina-se as
temperaturas em cada efeito (T1 , T2 e T3 )
∆Ti 1/Ui
= (21)
∆T 1/U1 + 1/U2 + 1/U3
h) Determinam-se as entalpias das correntes de vapor secundário em cada Ti (HV1 , HV2 , HV3 e hfg1 ,
hfg2 , hfg3 )
i) Com as temperaturas determinadas no item “f” e com as entalpias dos itens “g” e “h”, faz-se um
balanço de energia para obter a vazão mássica de vapor de aquecimento (S)
8. Dimensionamento: evaporadores de múltiplo efeito Evaporação Pg 13
8.1. Procedimento
Considerando um evaporador de triplo efeito e sem EPE:
j) Calculam-se os valores dos calores transferidos em cada efeito
qሶ 1 = S hfg,s (10b) qሶ 2 = V1 hfg,1 (11b) qሶ 3 = V2 hfg,2 (12b)
8.1. Procedimento
Considerando um evaporador de triplo efeito e sem EPE:
l) Calcula-se a área média aritmética das áreas (Am )
A1 + A2 + A3
Am = (28)
3
O cálculo termina se estas áreas forem aproximadamente iguais entre si (erro de até 10%), o que
significa que os ∆Ti estão bem distribuídos nos efeitos
Ai − Am
≤ 0,1 (29)
Am
Para os casos em que as áreas forem diferentes, seguir para o item “m”
m) Corrige-se a área média (A′m ) a qual será usada nos cálculos dos novos valores de ∆Ti′ em cada
efeito
′
∆T1 A1 + ∆T2 A2 + ∆T3 A3
Am = (30)
∆T1 + ∆T2 + ∆T3
8. Dimensionamento: evaporadores de múltiplo efeito Evaporação Pg 15
8.1. Procedimento
Considerando um evaporador de triplo efeito e sem EPE:
n) Corrige-se a variação de temperatura nos efeitos com base na área média corrigida (A′m ):
′ Ai
∆Ti = ∆Ti ′ (31)
Am
O somatório de ∆Ti′ é o ∆TT (o qual deve ser igual ao somatório das variações de temperatura inicial)
∆T1′ + ∆T2′ + ∆T3′ = ∆TT = ∆T1 + ∆T2 + ∆T3 (32)
o) Com os valores de ∆Ti ′ é possível obter as temperaturas corrigidas em cada efeito (Ti′ ), pois:
T1′ = Ts − ∆T1′ (33) T2′ = T1′ − ∆T2′ (34) T3′ = T2′ − ∆T3′ (35)
8.1. Procedimento
Considerando um evaporador de triplo efeito e sem EPE:
q) Após, faz-se um balanço de massa, um balanço de componentes e um balanço de energia em cada
efeito, para calcular as vazões mássicas de líquido (L′i ), de vapor (Vi′ ), vapor de aquecimento (S′) e as
frações de sólido em cada corrente
s) Calculam-se os valores corrigidos das áreas Ai ′ e verifica-se o critério da convergência das áreas
(conforme itens “j”, “k” e “l”)
t) Se o critério da convergência não for obedecido, obter novas distribuições de temperatura (∆Ti ′), e
novos valores de temperatura de ebulição em cada efeito (Ti ), e repetir os cálculos até a convergência
das áreas
8. Dimensionamento: evaporadores de múltiplo efeito Evaporação Pg 17
8.1. Procedimento
Ts , P3 , x3 , TA , A, xA , Ui
cp,i (Ti , xi ) Ti
hi (Ti , xi , cp,i )
Balanço energia S
qሶ i
Ti ′
Ai
Am
Ai Não Ai − Am Sim
∆Ti′ = ∆Ti ≤ 0,1 Ai , S, Vi , Li
Am Am
Economia de vapor
Evaporação Pg 18
Problema 7
Um evaporador de duplo efeito é usado para concentrar uma solução aquosa a 20°C e 10% (em
massa), que entra no 1º efeito a 10000 kg/h. A solução final concentrada sai a 20% (em massa).
Sabe-se que a solução não apresenta EPE significativo. O vapor de aquecimento entra saturado a
105°C também no 1º efeito, e o vapor gerado no 2º efeito sai a 50°C. Os coeficientes globais de
transferência de calor são (estimados em kJ/h m² °C) U1 = 7534,4 e U2 = 6278,7. Os calores
específicos das soluções em todas as concentrações de operação são próximos aos da água pura.
Calcule:
a) A temperatura e a pressão de trabalho em cada efeito;
b) As quantidades de água evaporadas em cada efeito;
c) As áreas de transferência de calor em cada efeito (admitindo que devam ser aproximadamente
iguais em cada efeito) e a área média.
Respostas:
a) T1 = 75,1°C; T2 = 50°C
b) V1 = 2362 kg/h; V2 = 2638 kg/h
c) A1 = 36,8 m²; A2 = 34,8 m²; Am = 35,8 m²
Evaporação Pg 19
Problema 8
Um evaporador de triplo efeito concentra 22500 kg/h de uma corrente aquosa a 21,8°C com 5% de
açúcar, até atingir 25% de sólidos (ambos em massa), usando vapor saturado (200 kPa). O calor
específico (em kJ/°C kg) de cada solução é dado por cp = 4,19 − 2,35x, onde x é a fração mássica do
soluto. A pressão no interior do último efeito é 15 kPa e os coeficientes globais de transferência de
calor de cada efeito (em W/m2 °C) são U1 = 2319, U2 = 2194 e U3 = 1296. Desprezando a EPE em
cada solução, calcule:
a) A vazão mássica da solução concentrada que sai do 3º efeito;
b) A área de cada efeito, admitindo que devam ser iguais em cada efeito;
c) A vazão mássica de vapor de aquecimento;
d) As temperaturas de ebulição das soluções dentro de cada efeito;
e) A economia de vapor do evaporador;
f) As concentrações no 1º e 2º efeitos.
Respostas:
a) L3 = 4500 kg/h d) T1 = 97°C; T2 = 81,2°C; T3 = 53,9°C
b) Am = 104,3 m² e) EV ≅ 2
c) S = 8936,5 kg/h f) x1 = 0,067; x2 = 0,104