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“cavar mais fundo” – Quentin Skinner – trabalho de historiador das ideias é de arqueólogo –
“escavar o solo da cultura política para encontrar ideias soterradas”
DCP/UFG - Melhor ter uma formação teórica e uma boa entrada em métodos quantitativos –
combinar formações
Atores: ideia de interesses – utilitarismo liberal “tão presentes em nossa vida como os
automóveis”
Como as ideias chegam aos atores e políticos? – Quais são as mediações entre o que um autor
escreve num livro e os debates políticos?
Linguagem alta de formação de sentido – política foi pensada como lugar da dignidade –
banalização da linguagem corrompe o cidadão
Curso propõe mudança de paradigma na leitura das tradições políticas – vasta bibliografia
nacional e internacional
A modernidade é obra da tradição liberal – formação de direitos no mundo moderno pode ser
referido exclusivamente à tradição liberal – questionado pela filosofia política
Oposto da liberdade é viver na escravidão – sem liberdade a pessoa perde a sua condição
humana
Não é possível compreender a obra de Marx sem entender a sua tradição republicana
Liberal de esquerda – liberal social- Habermas – Rawls – na ciência política, mas não pode ser
socialista.
O principal fundamento do liberalismo não é o pluralismo? – ciência política não pode se fechar
em uma só tradição
Não escrever sobre autores que não gosto, e desconfiar sobre a escrita acerca de um autor
preferido.
1º Seminário – Republicanismo e Liberalismo
Nós não podemos abrir mão de falar sobre a liberdade em espaço público. Não vou me
autocensurar por culpa do bolsonarismo. Eu vou é falar mais.
A pior coisa que pode acontecer com vocês é pretenderem ser seres da absoluta razão. Daí a
necessidade da poesia.
Pretensões exageradas da razão – às vezes o mundo pode ser explicado pela razão pré-socrática
“Fafich produz o melhor humanismo de Minas Gerais. Por isso que o Bolsonaro quer destruir
esse espaço. Os mortos estão ao nosso favor”.
Avaliação
Aula 2 – 29/08
Não tem a mesma identidade da tradição liberal ou das tradições conservadoras ou socialistas
O que aconteceu com a tradição do republicanismo do século XIX e a qual é sua relação com a
formação das tradições do socialismo?
Contestações ao republicanismo
1 – modismo acadêmico
Reconhecer a dignidade das tradições – frequentar a temporalidade lona e se sentir em casa nela
Conceito forte de liberdade para enfrentar os autoritarismos e ameaças aos direitos humanos
Quentin Skinner – Phelipe Petit – John Pocock – formação de uma geração de pesquisadores
Claude Leffort – teoria do político – reivindica um lugar para pensar o político – releitura de
Maquiavel – escola de altos estudos da França – estudo sobre republicanismo
O republicanismo existiu, mas a liberdade formulada é para o antigo modo de viver. A liberdade
moderna é liberal.
O direito moderno foi formado por obras de grandes autores republicanos que expressaram a
reivindicação dos direitos fundamentais nas revoluções do século XVII/XVIII
Caráter ascendente do poder – soberania popular – direitos da mulher – Deslegitimação das
formas de escravidão – reivindicação do direito de se organizar- reivindicação dos direitos
sociais – democratização da propriedade – devido processo legal – poder não pode ser
concentrado e deve ser distribuído
Tudo isso se encontra em autores republicanistas antes dos liberais – tudo documentado
Não pensar a formação da modernidade como sendo exclusivamente liberal – polifonia de vozes
e posições que reivindicavam a liberdade- formação da modernidade pluralista
Não se pode atribuir exclusivamente a formação dos direitos modernos à tradição liberal –
anacronismo – rasurar da história toda uma tradição de autores
Reconhecer que a medida que houve a formação da modernidade capitalista do XIX coloca
dificuldades para a tradição do republicanismo
Liberdade: aquele que é senhor de sua própria vida – não está sujeito à dominação
Como lidar com esse conceito em um mundo onde as pessoas dependem do trabalho
assalariado?
Com equacionar a vida pública com os feminismos que reivindicam a liberdade no mundo
privado?
Como lidar com a aspiração republicana de constituir uma ordem internacional do direito em
um mundo assimetricamente construção pelas dinâmicas imperialistas?
São questões postas para a atualização dessa tradição – faz bem em receber o questionamento
sobre a sua própria existência – questionamento formador da tradição – a consciência dos
impasses de sua formação faz parte de sua atualização
As teorias da democracia tem uma reflexão rasa sobre as tradições do republicanismo e suas
repercussões para a teoria da democracia – inconsciência de um impasse de fundamentos é
muito grave para as teorias democráticas – girar em círculos entre normativos e empiricistas
Tradição republicanismo democrático: participação democrática e institucionalização
democrática – capacidade do regime político institucionalizar a participação democrática
Sem compartilhamento de valores comuns não é possível estabelecer procedimentos aceitos por
todos
Wanderley G. santos – intelectual isebiano que deu dignidade ao estudo do pensamento político
brasileiro
Os pensamentos políticos se inscrevem em tradições mesmo que não tenham noção disso
Democracia e Republicanismo
Tradição da esquerda democrática que se formou no combate ao regime militar – visitou pouco
as tradições republicanas
Se a esquerda convive com a corrupção ela perde sua linguagem política – ela só pode existir no
mundo publico – se o mundo público está corrompido, a esquerda perde capacidade de existir.
Há republicanos que são democratas outros não. Há liberais democratas, outros não.
Não existe corrupção sem ideia de interesse público/coisa pública – delimitação entre público e
privado – sem um ethos republicano que questionou as monarquias
Nos ciclos revolucionários os panfletos cumpriram papel muito importante levando linguagem
para o leitor
Filosofia política e crise: busca do sentido das coisas – principio de legitimidade do poder
Pensar a longa história e a continuidade para evitar a ideia de que “estamos criar a roda”.
Pocock: pensar existir as linguagens políticas que percorram o tempo – ideias viajam no tempo
e aparecer em novos contextos
Pensar o liberalismo não como ideia fora do lugar, mas como uma idéa a procura de um lugar –
uma história em construção.
Aprender a ser livre- autogerir – auto organizar – ideia de senhor: a quem se serve
Marxismo e divisão entre liberdade formal e liberdade real – mesmo quando a liberdade está
apenas na lei ela é importante para quem luta pela liberdade – devido processo legal – mesmo os
nazistas tem direito a um julgamento justo – não é formalismo jurídico, é fundamento da
liberdade.
Aula 03 – 05/09/19
Maquiavel: conselheiro do poder que oerou uma separação entre ética e politica gerando uma
ética sequencialista de luta pelo poder – anti-humanista – anti-cristão – ideia trabalhada no
senso comum
Poder deve ser entendido em sua função instrumental – vale tudo na disputa pelo poder
Reação teológica a obra e Maquiavel – expansão na cultura da contra- reforma em especial na
península ibérica
A política deve ser pensada como campo com autonomia relativa – já em Aristóteles-
Maquiavel retoma essa concepção contra a teologia imperante desde o medievo
Gramsci: Maquiavel é fundador da filosofia da práxis – não funda sistema fechado – abre uma
reflexão a partir do dialogo com a tradição republicana romana e com os impasses da
republicana italiana – reflexão democrática a partir da politica e em dialogo aberto com seus
contemporâneos –
italia: espaço politico saturado de disputas de poder – entre cidades e no interior das cidades –
oligarquias x anti-oligarcas – intervenção do papado na disputa de poder (conceito terrenal) –
alianças cruzadas de França e Espanha com as cidades italianas – espaço forma um grande
campo de reflexão para Maquiavel.
Não se pode compreender o liberalismo sem o tradição republicana – Marx sem o liberalismo –
não se pode compreender o pensamento de Maquiavel sem o pensamento teológico-politico –
pensamento de Maquiavel critica a teologia e organiza um campo próprio de pensamento a
partir da liberdade
1225 – Sâo Tomas de Aquino – Suma teológica – autonomia relativa da filosofia e da reflexão
ainda subordinada à teologia – renovação dos estudos filosóficos e acerta abertura para a ciência
Existe uma lei eterna que é inaccessível aos homens – leis naturais e leis humanas – ideia de
direito naturais e positivos – ideia de bem comum - comunidade – organicismo – hierarquia do
corpo político – cosmopolis: prenuncio da comunidade internacional e defesa da monarquia
como governo ideial
Bignotto: influencia de Leffort e debate com Skinner e Hans Barron – ruptura do humanismo
cívico com as tradições medievais – uma certa ideia de vida cívica já estavap resenten as
comunas italianas e em um conjunto de pensadores esquecidos
Elogio da vida publica - da liberdade de expressão – elogio da esfera publica como espaço de
resolução de conflitos – elogio do povo como guardião da liberdade – é melhor que a republica
tenha uma base mais larga de cidadãos do que estreita, quanto maior mais fácil de
institucionalizar conflitos
Vida ppublica – retorica – republica – expressão na vida publica – condenar as calunias na vida
pública – conjunto de temas que fundam um terreno novo de reflexão maquiaveliano sobre a
política
Questões de método
Oposição ao pensamento normativo da politica ( como ela deveria ser e não como ela e)
Critica a positivação da politica – entender a política como ciência passível de ser positividade -
puro estudo de regularidades
2º - indeterminação da política
– virtu e fortuna – virtu pode responder no plano das possibilidades humanas as contengencias
daa historia – haverá sempre a força de acontecimentos que não podem ser controlados – atuar
na política é atuar na indeterminação – tirar proveito das circunstâncias
Política feito de luta de contrários – não se pode determinar o resultado das coisas - condição
abismal
Pensar as condições de possibilidades mas não determinar – pensar a politica como uma
variável não dependente – certa indeterminação que depende da ação dos sujeitos – fugir da
indeterminações – estabelecer previsões condicionadas
Cada eleição é uma coisa – PSD mineiro – fundamento humanista- política é lugar de práxis,
nem teoria, nem só pratica
Todo poder político é marcado por doses de coerção e consenso em doses variadas – mesmo a
democracia – até hoje não teve um estado na história que não seja centauro – coerção e
consenso ao mesmo tempo.
Aquele que levanta calúnia pode destruir a vida pública e deve ser punido – fala é lugar de
construção de poder – responder publicamente sobre o que se falou – senão, é calúnia
Republica. Com – redes sociais podem tornar impossível à vida democrática por esgarçar o
local público
Dominantes x dominados – conflitos entre os que querem dominar e os que não querem ser
dominados – não é sociologia da dominação de Weber – é teoria do conflito do poder –
Apresentar em praça pública o resultado das ações – a ordem da politica e da linguagem estão
na mesma ordem de relação
Iria reagir a Habermas – reagiria à ciência politica que separada política e linguagem, retorica,
formação do espaço público.
Pocock e Skinner
Livro chama atenção para outro conceito de liberdade que surgiu antes do liberalismo -
conceito neorromano não liberal
Reconquistar o direito de pensar a liberdade fora de uma ideia que a liberdade é definida apenas
como não intervenção do Estado
Teológico deixa de ser lugar unívoco e legitimação do poder político – vira lugar de disputa da
legitimidade do poder de Estado
Várias interpretações sobre a bíblia e Jesus Cristo que legitimavam diversas posições políticas
Se eu não tenho direito de participar do poder será que o poder vai garantir meu direito? Com
base em que?
Se o poder não é democratizado porque aqueles que não querem ser dominados, então você não
tem acesso a direitos.
Inglaterra do século XIX – estrutura de poder autocrática – maioria da população não tinha
direitos políticos
Brasil - Dificuldade de formar um direito civil – dificuldade de lidar com a figura da escravidão
Existia uma tradição de resistência a um estado centralizado que remonta a idade média –
presença das universidades
O republicanismo vai se formar como expressão da luta contra o rei, da derrota do rei e do fato
do rei ter tentado por duas vezes reorganizar o exercito e reestabelecer a guerra civil.
John Milton – 1840 – defesa da liberdade de expressão – divórcio – a verdade nasce do debate
das diferenças e das divergências - Deus está interessado no livre debate – defesa da justeza do
processo que levou à execução do rei
Bem e mal estão ligados no mundo e só podem ser superados pelo livre debate e pela
contraposição de argumentos – defesa da autonomia da consciência do cidadão como
fundamento da liberdade- direito de ler inclusive as obras erradas – As pessoas precisam passar
pela provação e oposição – risco de um censor impossibilitar a leitura de uma obra virtuosa. É
melhor deixar as obras pecadoras do que impedir as leituras virtuosas
Reivindicação da tolerância e liberdade religiosa – espírito não tutelar do cidadão ligado à ideia
de autogoverno – os mandatos estão submetidos a confiança daqueles que os colocaram lá –
poder ascendente não monárquico – linguagem da liberdade: denuncia da tentativa de
despossuir o povo da temência do poder – significa escravizar o povo - denúncia da monarquia
absolutista francesa – não existe distinção entre rei tirano e rei forasteiro: tirano deve ser tratado
como dominador estrangeiro – vincula a defesa da justiça à republica
Processo do rei – libertação da escravidão – era um tirano que usava a mascara de rei – todas
feitas em nome da defesa da republica deveriam ser consideradas licitas e justas – formação da
linguagem republicana – reivindicação da tradição romana republicana – “ a paz era pior para os
escravos do que a guerra para os homens livres”: paz quando há dominação é a paz das
masmorras. Eu prefiro a guerra.
O bem estar do povo é a lei suprema – os cidadãos podem vir em auxílio da republica através de
conselhos ou armas –
Não segue Maquiavel na ideia que um conflito é formador da liberdade- trabalha com a ideia de
uma institucionalidade como harmonização do poder – trabalha pouco a criação de uma esfera
pública de debate na república.
Rousseau não concebe o povo como não originário da lei – limite democrático
A existência de uma república pressupõe uma cultura democrática que não havia na Inglaterra
no sec. XVII – conflito armado não contribui para a formação de um regime pluralista e
tolerante.
Setores democráticos dos republicanos são os autores vinculados ao Levellers que emergiram na
formação do exército popular (puritanos) – conflitos com os presbiterianos e depois com o
Cronwell – representantes do republicanismo democrático radical –
Lugar da violência na política – matar e/ou morrer por uma causa – até que ponto em nome da
liberdade não estão autorizando a violência?
Uma vez desatado, o caminho da violência não levaria à morte da política?
Direito à resistência não propõe que a violência seja a principal resposta ou a principal proposta
de resistência.
Há processos de secularização mas a religião continua sendo uma matriz muito importante de
formação de valores
Locke – Cartas sobre tolerância – é permitida toda religião que não transgredir a lei civil
Vender o corpo não seria contrário a ideia de liberdade se a propriedade inclui o corpo
A propriedade deve ter uso social ou o direito de propriedade se antepõe ao direito comum?
João Pedro Stédile – Neotomismo - A origem da propriedade é divina e foi dada a todos
O latifúndio é contra as leis de Deus – Cursos de Direito não tem cadeiras de Direito Agrário
Escolha dois autores entre os pais fundadores é porque neles encontramos de forma mais nítida
os princípios do republicanismo: liberdade – autogoverno – liberdade não separada da ideia de
igualdade – formação de uma virtude cívica/ cultura cívica vinculado ao bem comum e ao
interesse público no centro da teoria política.
Quando Thomas Paine escreveu os direitos do homem, T. Jefferson escreveu uma carta a ele
afirmando que o povo norte americano estava firme nos princípios do republicanismo e tinha
adorado o seu livro.
E.P Thompson afirmou que os Direitos do Homem foi o fundador do moderno movimento
operário inglês
Contexto:
Nova historiografia da Revolução norte-americana - contexto dos anos 60 (Vietnã, direitos civis,
hippies, feminismo).
Dupla luta: construir a soberania dos norte-americanos e a luta contra um regime visto como
inimigo à liberdade
Não se pode perder a dialética de posições – caráter contextual da polêmica com o Burke
Burke – Liberal inglês e a favor da independência dos EUA – contrário à Revolução Francesa e
reivindicação do direito de hereditariedade, 1688 e defesa da própria privada e ataque à ideia de
direitos humanos.
Havia muitas divisões entre os colonos: Ricos X pobres (se manifesta na discussão da
organização política: Qual era o alcance do direito ao voto? Quais câmaras?) Senhores X
escravos ( Paine e Jefferson eram contra a escravidão – não passou porque feria os interesses do
Sul) – número de votantes no sul era mais baixo do que os do norte
Thomas Jefferson
Questões:
1 – Os homens nascem iguais, possuidores de direitos tais como foram criados por Deus e esses
direitos são inalienáveis e são por si só evidentes.
O direito de propriedade deve ser democratizado para garantir o direito de liberdade para todos
Princípio da maioria
Sentido moral do público, do bem comum, da vida em comunidade que vem do ethos cristão.
Jefferson: Toda a pessoa maior de idade que não tenha terras seja intitulada (receba 50 acres)
para ela se tornar proprietária e cidadã.
Onde existam terras sem cultivo e pessoas desempregadas, isto é um atentado ao direito natural
– direito de propriedade deve ser submetido à liberdade concebida como relação com a
igualdade.
Jefferson era contra a escravidão e teve relações com uma filha de escrava e foi proprietário de
130 escravos em sua fazenda – contradição da vida
Senso comum
2 – ideia de independência como uma necessidade absoluta – não há outra chance que não
derrotar os ingleses
T. Paine foi Eleito para a convenção francesa – se liga aos girondinos- entrega da chave para os
EUA – unidade das revoluções norte-americana e francesa.
Importância do livro Os direitos do homem: principal obra em defesa dos direitos do homem
que forma a tradição moderna dos direitos do homem tal como foram formulados em 48.
Questão do Haiti – momento mais radical da onda revolucionaria – país que asilou o Simon
Bolívar – Jacobinos apoiam a insurreição.
T. Paine vincula os direitos sociais pela primeira vez na história – previdenciários (do berço a
campa túmulo – garantia de emprego – auxilio aos velhos e crianças na escola) – 2º Direitos do
Homem
Direitos humanos não devem ser separados: direitos civis, políticos e sociais como foi durante a
guerra civil
Bobbio e Marshall contam uma história dos direitos que é inverídica – Primeiro direitos civis,
etc...
Problema da escravidão?
Correntes que querem salvar o jacobinismo do terror e reabilitar a versão popular e radical da
revolução francesa
Separar Robespierre de Rousseau – falta ao primeiro o amor supremo pela liberdade
Rousseau está em todo lugar: como inimigo ou inspirador da Democracia – espectro em vários
autores e correntes filosóficas na teoria política
Livro defende que não é possível compreender o republicanismo democrático sem Rousseau
Retiram extratos da obra de Rousseau sem contexto e não se consulta as tradições interpretativas
Rousseau é a favor da aprovação das leis gerais pelo voto direito, mas não é a favor da
democracia direta como forma de governo.
Cultor do bom selvagem contra os vícios da vida moderna: Levi- Strauss – Rousseau fundador
da Antropologia
Selvagem não é bom – não há moralidade e nem linguagem nesse estágio - ele age com base em
seus instintos – dissolução da ideia da sociabilidade natural do homem – se juntou
gregariamente para procurar as sobrevivências – não se pode derivar a política de certo instinto
natural de sociabilidade – problematização da relação entre o homem e a comunidade política –
o contrato social é uma convenção, artifício, contrato não é algo natural.
Manuscritos de Genebra – não se pode fundar o contrato social a partir das varias interpretações
de direitos naturais
Contrato não cumpre a função de passagem entre o estado de natureza e a sociedade civil –
Contrato social é recomeço da sociedade política – “ninguém está livre, estão todos dominados”
– como fundar a liberdade no mundo, sociedade onde os homens sejam livres? – refundação da
sociedade política em novas bases (Revolução) – nunca propôs revolução, embora dê ideias que
a legitimem – Todas as instituições que não legitimidade popular não tem validade – força não
cria direitos –
Direito natural – condição humana – sem o qual a condição humana se perde e se degrada –
piedade natural: espécie de compaixão intuitiva que sentimos diante de um semelhante –
contido pelo desenvolvimento do poder e da desigualdade – é o que sobra de direito natural em
Rousseau –
Moderno com cabeça na antiguidade – defende a liberdade mas legitima a dominação sobre o
homem
Ler Rousseau como um autor liberal leva a dificuldades porque não se consegue perceber a
coerência de sua obra
4º Rousseau é um proto-socialista
Povo = Cidadania
Um caminho para ler Rousseau – ver a obra como uma totalidade – crítica à civilização de sua
época – fundação da tradição romântica – crítica ao progresso e à razão que se distância da
moralidade e da natureza e que leva a corrupção do homem – Teoria do amor como sublimação:
melhor amor é aquele sobe as esferas porque não se encontra no mundo – Teoria da educação:
Emílio – Contrato Social vai ao centro das revoluções – dialogo com Rousseau está no centro da
formação a tradição alemã,de Marx e do feminismo moderno – formação de uma gramática de
conceitos – Historicizar o autor no século XVIII – papel formador da obra de Montesquieu em
Rousseau – não dogmatizá-lo: não formar uma igreja roussoniana –
Critica ao plano internacional republicano do abade Saint Pierre – sem republica e sem cidadãos
não há republica internacional e nem paz – federação de republicas
Questão metodológica: pensar os homens tais como eles são e as leis como deveriam ser – não
quer produzir utopias – criticar a situação real e buscar possibilidade de mudanças – aproximar
o interesse do direito e a utilidade da justiça (Euvecius)
Rousseau defende que não se pode fundar a republica só pelo interesse - é necessário
moralidade e bem público - religião cívica
Conceito de Liberdade: a liberdade consiste menos em fazer a sua vontade do que não ser
submetido à liberdade de outro.
Há na zona de interesses particulares uma zona de interesses comuns – Bem comum - interesse
geral (público, comum, de todos).
Cidadão só é livre porque o outro é livre – relação simétrica de direitos e deveres – expressão
disso é através da vontade geral = manifestação dos cidadãos na votação das leis gerais
Interesse geral x Interesse particular = pensar o interesse geral a partir dos interesses
particulares e vice versa
Rousseau esta interessado em estabelecer um fundamento de autogoverno que unifica, mas não
pressupõe homogeneidade.
Labirinto de argumentos –
Indisposição contra a sociedade mercantil – ethos mercantil não deve governar – critico da
economia política liberal (fisiocracia)
Antimercantil sem ser socialista – terra não deve ser comum a todos - democratização da
propriedade e
Constituir cultura em comum com as pessoas diferentes – tornar a liberdade o principal valor
comum – permitir a diversidade
Questão de método – tratar o liberalismo como plural e não como algo homogêneo –
complexificar a visão de mundo e dar visibilidade às inteligências presentes em cada tradição
Poeta: Maria
Feminista socialista
Obras de defesa da Revolução francesa em polêmica com Edmund Burke – assinou como se
fosse homem
Antonio Candido – prefácio do livro do Sergio Micelli - Diferença entre servir no Estado e
servir ao Estado – exemplo de Carlos Drummond no Estado Novo elencado por Micelli como
aristocrata decadente – não se trata de fazer uma sociologia do pensamento atribuindo ao
pensamento o lugar do sujeito, mas a biografia nos ajudando a entender o contexto e as
motivações do autor.
Como entender o fenômeno de uma mulher libertaria e feminista no final do sec. XVIII na
Inglaterra? – as rupturas que ela opera na vida – classe média decadente –pai alcoólatra – grande
amiga – fundação de escola para meninas – encontro com o circulo republicano de Londres –
vai à Revolução Francesa se ligando aos Girondinos – tenta suicídio 2 vezes – morre no parto
com 37 anos – obra de escândalo para o século XVIII
Livro sobre educação das mulheres? – mais profundo do que isso – ponto central: questionar o
conceito patriarcal de que a mulher não pode ser cidadã. Ela não pode ser cidadã porque ela não
tem como formar uma razão autônoma e não pode ser moral – Rousseau: entrada da mulher na
política causa confusão e desorganização do corpo político
Provem que as mulheres não são capazes de usar a razão – se não conseguirem provar, a ordem
que os homens estão montando é imoral e injusta e não faz coro com a liberdade.
Desorganiza o núcleo do pensamento patriarcal que vinha desde os gregos e que excluía as
mulheres da politica e as tornava para sempre seres da minoridade, seres dependentes do
homem.
Desorganizar o sistema patriarcal no seu conjunto: política, educação, vida pessoal, moralidade
sexual, cultura de época – propõe revolução que repense toda a sociedade – questionar o direito
divino dos maridos assim como hoje se questiona o direito divino dos reis – ao privar as
meninas de educação, de cortar a educação delas, de privá-las de uma educação continuada, o
que os homens estão fazendo é formar uma identidade feminina própria para serem dominadas
- questão da educação
Coloca uma questão de longo curso na tradição feminista – “ninguém nasce mulher, torna-se
mulher” – identidade feminina deveria ser repensada a partir de sua autonomia e liberdade e não
imposta a ela – “ninguém nasce homem, torna-se homem” - “Simone de Beauvoir”.
Mary escreve contra a dominação das mulheres, contra a concentração de riqueza e contra os
poderes monárquicos e do clero – o feminismo dela não é um esforço solitário pelas mulheres –
reorganização de uma tradição de luta no republicanismo democrático e pela reorganização da
sociedade.
Ir aos infernos para defender a dignidade das mulheres – subverter as tradições do pensamento –
compreensão que se trata de uma longa revolução – processo de subversão da ordem
– politiza o privado – argumenta que as teoria do amor ensinada coloca a mulher no lugar de
dominada– contra o pensamento romântico e dos libertinos – formula uma ideia de uma
moralidade sexual vinculada a liberdade das mulheres – em geral, há a ideia que não se deve ter
moral sexual – sair das relações de dominação mesmo no plano da sexualidade e da vida
amorosa – aproximação da relação amorosa de liberdade e igualdade das relações de amizade
Boaventura dos Santos – o que se faz de bom na teoria política está no feminismo
Carol Patemann
Não se pode fazer politica sem corpo – contrato sexual embutido e silenciado, não visto pela
CP.
Democracias ocidentais até o final do séc. XX permitiam o estupro marital – o único dos
clássicos que não naturaliza a dominação das mulheres é Hobbes – Guerra dos homens e das
mulheres.
Mulheres são escravas dos homens – escravas como os negros – ideia força
Ideia de contrato – não basta o assentimento para que o contrato seja livre, se ele for desigual.
Novas avenidas da liberdade precisam ser abertas através de uma nova história
Debate
Não existe política pública que não esteja lastreada em uma tradição de estudos acadêmicos
Liberalismo-Social: Tradição fundada por John Stuart Mill – utilitarismo – desenvolveu teses
feministas e teses protosocialistas no final da vida – reconhecimento que falta ao liberalismo
uma ideia de justiça social e igualdade política para as mulheres.
Tradição forte na Inglaterra capaz de deter o avanço do marxismo – Partido Trabalhista inglês
Dificuldades conceituais:
3-
Bobbio foi capaz de influenciar a política da Itália ao atrair o PCI para suas teses – intelectual
mais influente na política do seu próprio país na segunda metade do século XX – autor
positivista-normativista no Direito e realista-weberiana na teoria política
Socialismo-Liberal - Bode Viável – não pretende cruzar os dois bichos porque não vai dar nada
Reforma, Iluminismo e Revolução francesa são pensados como parte da história do liberalismo.
Na maior parte do tempo, o liberalismo não foi democrático. Mas não existe democracia sem
liberalismo. Liberdade está no liberalismo.
2-
3-
4-
Entre o liberalismo do Locke e a democracia moderna, não haverá diferença de qualidade, mas
sim de quantidade. (Houve incorporação e ampliação a um núcleo fundamental de direitos e de
liberdade já formulado). E a negação dos direitos às mulheres e trabalhadores? E a escravidão?
– tese difícil de ser comprovada.
Marshall – cidadania, classe e status social – primeiro civis, depois políticos e depois sociais.
Como os autores de tanta dignidade moral podem considerar esse valor com esse juízo?
Contexto que explica a diferença entre o valor e o juízo desses autores – conceitualmente, esse
juízo só pode ser compatível com esse valor a partir de uma ruptura analítica (cisão) que esses
autores fazem entre o liberalismo político/ético/igualitário e o liberismo. É assim que eles fazem
a compatibilização dos juízos éticos universais e o início do liberalismo.
Culto a um liberalismo de direitos, humanista que coloca num segundo plano as dimensões
mercantis.
Questões
1 – divisão entre liberalismo político de direitos X liberalismo econômico
Não é aconselhável separar a teoria econômica de Adam Smith dos seus pressupostos
filosóficos
Escola de Chicago: todas as instituições devem ser governadas a partir da ótica de mercado
Foucault: neoliberalismo como nova filosofia dentro da tradição liberal – Hayek: grande
pensador dessa tradição – não é atualização do pensamento de Locke e Adam Smith – é coisa
nova dentro do liberalismo – radicalização do principio da liberdade como ideia mercantil no
neoliberalismo – não é compatível com a democracia.
Liberalismo X republicanismo
Marx faz a crítica da filosofia de Hegel ( nem é justificação do Estado prussiano e já contem
elementos fortes da liberdade – monarquia constitucional e mercado) como crítica da teoria
política moderna: liberalismo.
Crítica à forma de liberdade concebida pelos liberais no mundo moderno até a construção sobre
o que deve ser a liberdade no mundo moderno em crítica ao liberalismo.