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MBA em Administração e Finanças

Análise Financeira

Aula 2

Prof. Me. Pedro Salanek Filho


Olá! Nessa aula
serão iniciado os
cálculos e
análises,
utilizando um
balanço real.

Veja o vídeo a seguir, contendo as indicações para o balanço.

Apresentação e Debates sobre um Balanço Real

Então vamos ao balanço da Petrobras?

O balanço escolhido será da empresa Petrobras, uma


empresa nacional e que todos nós conhecemos.

Utilizaremos os três últimos balanços publicados (2008, 2009


e 2010) publicados pelo site da Bovespa.

Acesse o site da Bovespa. Disponível em:


<www.bmfbovespa.com.br>.

Salienta-se que serão destacadas as principias contas, visto


que o balanço é apresentado bem mais detalhado.
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Vamos ver os detalhes, conferindo o vídeo a seguir.

Você pode observar que apenas as contas circulantes estão


mais detalhadas. Nos ativos, respeitando a ordem de liquidez,
temos as contas de caixa, banco e aplicações financeiras na
primeira linha; em seguida, as contas a receber, os estoques e
outros ativos.

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No passivo temos os financiamentos de curto prazo; os
fornecedores e outros passivos com exigibilidade de curto prazo. É
possível destacar, também, nessa primeira observação, que, no
geral, ocorreu crescimento em praticamente todas as contas de
ativos e passivos.

Vamos iniciar a análise horizontal das informações do Balanço


da Petrobras, observando a evolução dos ativos.

Salienta-se que utilizaremos o percentual com apenas uma


casa após a vírgula.

O ano de 2008 será a base de referência e observaremos a


evolução em 2009 e em 2010.

Como ativo total, bem como o volume de circulantes, longo


prazo e permanente, observamos que os ativos totais cresceram
em aproximadamente 20% em 2009 e em 2010 o crescimento foi de
praticamente 80%.

Quando observamos as contas internas do ativo circulante de


2009, é possível perceber que o ativo circulante que apresentou a

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maior evolução foram as disponibilidades que se ampliaram em
quase 78%, enquanto os estoques aumentaram em apenas 5,7%.

Já as contas a receber e outras contas de ativos circulantes


tiveram decréscimo.

Observando pelas contas principais você pode notar que as


contas de longo prazo foram as que evoluíram menos, 19,7% no
segundo ano e 31,9% no terceiro ano.

Os ativos permanentes evoluíram para 2010 em 86,4%. De


forma geral é possível constatar que os maiores crescimentos de
ativos ocorreram nas contas circulantes.

É possível analisar que a empresa evoluiu mais na


disponibilidade de caixa e manteve os volumes de estoques e
valores a receber em volumes mais equilibrados.

Em se tratando de ativos permanentes, os investimentos


foram mais representativos.

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Nas contas do passivo, a análise horizontal apresentou as
seguintes oscilações:

 em se tratando de passivos circulantes, ocorreram reduções nas


contas de curto prazo, sendo -5% e -3%, respectivamente;

 as quedas mais consideráveis foram nas contas de outros


circulantes.

Vale ressaltar que, apesar da queda nos ativos circulantes


totais, os empréstimos com instituições bancárias (financiamentos)
aumentaram, em média, 9,5%.

O aumento do endividamento de longo prazo (exigível a longo


prazo) cresceu em 41% em 2009 e 68% em 2010.

Em se tratando de patrimônio líquido, o aumento foi de 17%


no segundo período, mas no último período (2010) o aumento foi
bem expressivo, visto que atingiu 117%, ou seja, o volume de
recursos próprios mais que dobrou nesses dois anos.

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Quando analisar os
Ativos e Passivos de forma
conjunta, você pode
verificar o aumento do
volume de liquidez de
ativos e o aumento das
origens de fontes de longo
prazo (tanto de terceiros
como de recuros próprios).

Na prática, isso significa que a empresa possui um volume


maior de recursos disponíveis e as origens desses recursos não
possuem vencimentos no mesmo período.

Esse aspecto, de forma geral, pode ser avaliado como um


aspecto positivo para o negócio.

Em seguida, você passará a avaliar a DRE desses períodos


para observar como se comportaram as receitas, os custos, as
despesas e também a rentabilidade.

Assista ao vídeo a seguir e veja detalhes da DRE.

Em relação às contas de resultado, as linhas em amarelo


destacam os subtotais de resultados, podemos falar como contas
de lucro em diferentes momentos.

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As receitas apresentadas tiveram uma queda de 15,0% no
segundo ano; no terceiro tiveram uma recuperação e praticamente
retornaram ao volume de receitas de 2008, visto que ficaram com
0,9% de queda.

Os custos tiveram uma queda de 23,2% no segundo período e


no terceiro caíram 3,9%.

As quedas constatadas, tanto nas receitas como nos custos


de mercadorias (que foram mais intensos), culminaram para o
aumento da margem bruta (receitas – custos). Essa margem atingiu
um aumento de 0,9% e no terceiro ano 5,1%, ou seja, apesar da
queda das receitas, a margem bruta melhorou na evolução dos
períodos.

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No grupo de despesas, você pode observar quedas em 2009
nas despesas tributárias e também em outras despesas que
apresentaram queda de 1,6% e 2,8%.

Após a verificação dos grupos de despesas, fica determinada


a margem operacional que apresentou evolução de 1,6% em 2009
e de 4,2% em 2010.

Após os efeitos financeiros (receitas e despesas), em 2009, o


resultado reduziu 5,5%, em 2010 aumentou 2,7% e, finalmente, os
resultados após os tributos sobre lucro, você pode verificar um
crescimento de 7,9% no segundo período e em 2010 atingiu 16,2%.

Dessa forma, apesar da


queda das receitas, as
reduções nos custos e
despesas foram mais
relevantes, visto que a
Petrobras apurou
crescimento percentual de
sua lucratividade.

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Em relação à análise vertical, observa-se que no Ativo não
houve grandes variações na composição, ficando mais concentardo
nos ativos permanentes.

Nos passivos observa-se uma queda mais acentuada no


passivo circulante e um aumento proporcional no PL, quando
comparado com 2010.

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Na DRE, com a análise vertical, observa-se que o segundo
ano (2009) foi o melhor do período analisado, visto que as margens
foram as melhores, comparadas com os anos de 2008 e 2010.

É oportuno mencionar que, apesar de ser o ano com a pior


receita, 2009 foi o melhor resultado, em função, principalmente, da
proporção dos custos, 59,5% da receita.

Indicadores Econômico-Financeiros: Liquidez,


Endividamento e Garantias de Capital

Após a análise horizontal e vertical (H e V), você verá, aqui, a


parte dos cálculos e análises dos primeiros indicadores de balanço.

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Inicialmente é oportuno deixar claro que não existem
patamares ideais de indicadores ou mesmo valores e coeficientes
seguros. Na análise financeira utilizamos referências para avaliar a
situação da saúde financeira da empresa, mas sem garantia de que
um bom indicador significa que a empresa não terá problemas
financeiros.

Por citar saúde financeira, é oportuno até fazer uma


comparação com área médica. Quando realizamos um exame de
sangue e medimos o nosso colesterol, por exemplo, os resultados
comparados com os limites aceitáveis são apenas uma referência.

O médico não poderá assegurar que o resultado lhe garanta


uma boa saúde, pois vai depender de outros fatores e de outros
indicadores. O mesmo ocorre dentro da análise financeira de uma
empresa. A medição por meio de um indicador positivo não poderá
significar amplamente uma tranquilidade de gestão financeira, por
outro lado, um indicador negativo também não representa uma
situação irreversível.

Vamos então aos


indicadores?

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Assista ao vídeo a seguir e veja o cálculo de indicadores com
base no Balanço.

Indicadores de Liquidez

Esses indicadores medem a capacidade de pagamento da


empresa com base nas contas de balanço. São comparadas as
relações entre contas do ativo e as contas do passivo.

Deve-se observar que essa liquidez pode ser medida de


várias formas.

Observe que existiram diferentes composições de liquidez,


que são as seguintes: Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez
Interna, Liquidez Imediata e Liquidez Geral.

Liquidez Corrente
Também chamada de liquidez circulante, visto que compara
as relações entre as contas circulante do ativo e passivo. Assim,
mediremos a capacidade de pagamento no período de 1 ano.

O cálculo é realizado pela simples divisão entre os ativos


circulantes pelos passivos circulantes, que reflete a capacidade de
pagamento da empresa no curto prazo.

O gestor financeiro deve atentar-se para aumentos das contas


de estoques (valorização dos estoques e estoques de grande

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rotação) e das contas a receber (principalmente por aquelas contas
difíceis de receber – inadimplência).

Liquidez Geral
Esse índice mostra se a empresa tem a capacidade total
(curto e longo prazo) de honrar os seus compromissos. É cálculado
pela relação da soma dos ativos circulantes e realizáveis a longo
prazo pelos passivos circulantes e exigíveis a longo prazo.

Aqui teremos uma liquidez total, ou seja, a composição de


todos os compromissos, independente do prazo, em relação a todos
os bens e direitos, também independente dos prazos.

O gestor deve observar que, se esse indicador reduzir muito


em relação à liquidez corrente, é fundamental avaliar o prazo de
exibilidade dos passivos de longo prazo.

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Liquidez Imediata
Um terceiro indicador de liquidez é esse que restringe ainda
mais o conceito de ativos líquidos, limitando a utilizar dos ativos
apenas os de disponibilidades de curto prazo de uma empresa.

É utilizada para conhecer o grau de cobertura imediata dos


passivos circulantes pela disponibilidade de recursos. Esse
indicador é pouco utilizado nas análises, pois avalia apenas a
capacidade de pagamento com a disponibilidade de dinheiro.

É oportuno mencionar que se esse indicador ficar muito alto


(entenda-se muito próximo a 1,00), isso pode siginificar, também,
que a empresa possui excesso de disponibilidade de recursos).

Liquidez Seca
Esse indicador de liquidez, também chamado de liquidez
ácida, tem a finalidade de demonstrar como fica a liquidez de curto
prazo da empresa se ela não realizar nada do volume de estoques.

Se a empresa fica o ano todo, com base no período de


fechamento, sem comercializar nada de seu estoque, esse
índicador é calculado, pois os estoques são considerados a partir
dos ativos de curto prazo que levam o maior tempo para girar.

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Liquidez Interna
Esse indicador de liquidez é um indicador mais recente.

A finalidade dele é a mesma do indicador de liquidez seca, a


única diferença é que na liquidez seca retiramos os estoques e aqui
são retirados os valores a receber.

A definição desse indicador siginifica como ficará a liquidez


corrente, caso a empresa não receba seus direitos (valores a
receber de curto prazo), ou seja, se tiver uma inadimplência de
100%.

O gestor deve estar atento a esse indicador caso tenha seus


recebíveis muito concentrados em poucas empresas e a falta de
algum recebimento provocar um impacto considerável.

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De forma geral, podemos avaliar que todos os indicadores
melhoraram. Isoladamente podemos avaliar que a liquidez imediata
evoluiu consideravelmente (0,28 – 0,53 – 0,99), visto que todo o
volume de disponibilidade (praticamente) faz frente a todo o volume
de pagamentos necessários.

Considerando a capacidade de pagamento de curto prazo,


observa-se que a empresa atingiu 1,88 – podemos dizer que para
cada R$ 1,00 que a empresa deve ela possui R$ 1,88 para fazer
frente a esses paagmentos, ou seja, é crescente e também
suficiente.

Com relação à Liquidez Geral, é o indicador que apresentou a


menor variação desse grupo de análise.

Apesar da pequena evolução, a empresa apresenta R$ 0,69


para cada R$ 1,00 que possui de compromissos para saldar.

Quanto à liquidez seca e à liquidez interna, que possuem


variações parecidas, observamos que, se a empresa não realizar
seus estoques, ela atingue a liquidez de 1,53 e, se não realizar, os
recebimentos ficam em 1,57.

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Há que se considerar que no ano de 2008 ficaram abaixo de
1,00 (limite) e no segundo ano – 2009 – ficaram dentro do equilíbrio
(muito próximo de 1,00).

Consideraldo a capacidade de pagamento de curto prazo,


observa-se que a empresa atingiu 1,88 – podemos dizer que para
cada R$1,00 que a empresa deve ela possui R$1,88 para fazer
frente a esses paagmentos, ou seja, é crescente e também
suficiente.

Como esse foi o nosso primeiro grupo de indicadores, é


importante destacarmos que analisar apenas o grupo de liquidez
não é suficiente para falar que a empresa está com boa situação
financeira.

Percebemos certa tranquilidade para o gerenciamento da


capacidade de pagamento, mas isso não garante, de forma
sistêmica, que todos os demais indicadores estão com boa
performance.

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Os Empréstimos e os Negócios

Com relação a
endividamento,
observe alguns
aspectos
relevantes.

Quanto menor a dependência de capital de terceiros, melhor a


liquidez (capacidade de pagamento) da empresa e, portanto, menor
o seu risco geral como negócio.

Seria muito bom se as empresas não dependessem de


nenhum recurso externo, ou seja, para tudo aquilo que ela
necessitasse de recursos, estaria pagando com seu capital próprio
e também com recursos oriundos de seus lucros.

Isso seria possível? A empresa conseguiria expandir suas


atividades?

Provavelmente a empresa não conseguiria expandir suas


atividades, pois os financiamentos, principalmente de origem
financeiras, são imprescindíveis tanto para o financiamento de
novos investimentos (imobilizados) como também para financiar o
capital de giro da atividade.

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O endividamento é uma fonte importante de recursos para
que a empresa possa manter suas operações ou ampliá-las. Deve-
se considerar sempre o custo de captação desse capital de
terceiros. O juro que será pago terá que, necessariamente, ser
menor do que o lucro gerado por esse investimento.

Essa questão é óbvia, mas precisa ser destacada, pois não


compensa buscar um empréstimo e aplicar em uma atividade que
irá gerar uma rentabilidade próxima ou até mesmo menor que o juro
que será pago pelo empréstimo.

Uma empresa que irá aumentar muito os seus financiamentos


sem gerar resultados suficientes para pagá-los (principal + juros),
poderá chegar aos extremos em que o total do seu patrimônio não
será suficiente para honrar seus compromissos.

Nessa situação, o Balanço Patrimonial apresentará o Ativo


“menor” que o Passivo. Isso é possível?

Pelos conceitos apresentados até aqui, não foi confirmado


que ativos e passivos devem ter o mesmo valor?

Mas, essa possibilidade de endividamento maior existe e,


nesse momento, o Balanço irá apresentar Patrimônio Líquido
“negativo” para que o total dos ativos seja exatamente igual ao total
dos passivos.

Observe o exemplo: a empresa possui um ativo de R$


75.000,00 e a sua dívida total é de R$ 80.000,00 – logo, o PL

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(calculado pela diferença de ativos menos passivos) será de R$
(-)5.000,00 (vinte mil reais negativos). Essa situação é chamada
contabilmente de ‘”passivo a descoberto”.

Veja o exemplo:

Indicadores de endividamento
Os índices de endividamento demonstraram qual é a
proporção de ativos fornecida pelos credores da empresa.

Quanto maior for este índice, maior será o montante de capital


de terceiros que está sendo utilizado para gerar lucros.

Essa análise é feita em percentual e subdividida em


Endividamento de Curto Prazo e Endividamento de Longo Prazo, a
soma desses dois endividamentos totalizaram o Endividamento
Total.

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É importante analisar, nesses indicadores, o perfil da dívida,
se está mais concentrada no curto ou no longo prazo. Outro detalhe
é que se o endividamento total atingiu 60% isso significa que 60%
do patrimônio geral da empresa (ativo total) é financiado com
recursos externos.

Dessa forma, a diferença, 40%, é financiada com capital


próprio (PL). Quanto maior o grau de capital de terceiros na
empresa, menor será o grau de capital próprio e vice-versa.

Endividamento a curto prazo


O endividamento de curto prazo é calculado para avaliar o
volume de recursos com vencimento de um ano, utilizado para
financiar a empresa.

Após esse cálculo, multiplica-se por 100 para ter o indicador


em percentual.

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Endividamento a longo prazo
O endividamento de longo prazo utiliza a mesma fórmula,
porém, o cálculo é feito pela divisão entre o Passivo de Longo
Prazo (Exigíveis de LP) em relação ao Ativo Total. Após esse
cálculo, multiplica-se por 100 para ter o indicador em percentual.

Endividamento total
O endividamento total pode ser obtido pela soma dos
indicadores calculados anteriores ou por meio dos cálculos de:
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo em relação ao Ativo
Total.

Após esse cálculo, multiplica-se por 100 para ter o indicador


em percentual.

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Garantia de Capital de Terceiros (GCT)
Mede por quantas vezes os ativos totais garantem o capital de
terceiros.

Imobilização de Capital de Terceiros (ICP)


Esse indicador mede quanto do capital próprio está
imobilizado.

Assista ao vídeo a seguir e veja os indicadores de


endividamento.

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O volume de endividamento total reduziu de 51,1% para
40,3%. Houve queda tanto no endividamento de curto prazo como
no endividamento de longo prazo.

Vale considerar que a redução do endividamento de curto


prazo caiu de forma mais acentuada em relação ao endividamento
de longo prazo.

Dessa forma, a redução do volume total de capitais de


terceiros deve-se à queda do endividamento de curto prazo.

Em relação à garantia de capital de terceiros, evoluiu de 1,96


para 2,48. Esse indicador demonstra que para cada R$ 1,00 que a
empresa busca de capital externo para financiar, ela garante com o
total de seus ativos por 2,48 vezes esse capital de terceiros.

Para saber mais sobre a garantia de capital de terceiros e


imobilização de capital próprio, assista ao vídeo a seguir. Vamos
conferir!

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É importante destacar que as variáveis que medem esse
indicador são os mesmos que são utilizados para calcular o
endividamento total.

Caso o endividamento total ficar abaixo de 50%, a garantia de


capital de terceiros fica acima de 2,00, ou seja, são indicadores
inversamente proporcionais.

O índice de mobilização de capital de terceiros evoluiu de 1,41


para 1,21. Esse indicador é dito que quanto menor, melhor. Ele
mede a relação entre o capital próprio e o volume de imobilização.

O cálculo é feito dividindo o Ativo Permanente pelo Patrimônio


Líquido. O indicador ficando acima de 1,00 representa que todo o
volume de capital próprio está imobilizado; não ficando assim, serão
volumes de capital próprio disponíveis para ativos não fixos
(permanentes).

Indicadores de Rentabilidade e de Giro de Ativos

Assista ao vídeo a
seguir para entender
como os indicadores
de Rentabilidade e
de Giro de Ativos
funcionam. Vamos
conferir!

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Nessa relação será possível avaliar quanto a empresa produz
de faturamento para cada R$ 1,00 investido em ativos.

Esse cálculo é feito para ativos totais (GAT) e ativos


permanentes (GAP).

Observe os cálculos:

GAT = Vendas / Ativos Totais GAP = Vendas / Ativos Permanentes

O que é Lucro?
Lucro e Venda é a Mesma Coisa?

Sem dúvidas, é a conta mais importante em se tratando de


gestão financeira, o seu aumento justifica as demais decisões que
foram tomadas durante o período.

Em geral, é definido como o retorno positivo de um


investimento realizado por uma empresa nos negócios. O lucro é o
retorno ao proprietário do capital social (capital investido) em
dinheiro ou bens.

Precisa existir um cuidado muito grande em não se confundir


lucro com vendas. Muitos pequenos empresários fazem essa
confusão, pois quando recebem por uma venda acham que estão
lucrando.

Nos dias atuais, aborda-se que as empresas não devem se


preocupar apenas com o resultado financeiro (lucro), mas também
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com um resultado socioambiental (que não é medido em moeda,
mas sim em comprometimento com questões ligadas ao meio
ambiente e à sociedade como um todo).

Para conhecer um pouco mais sobre lucro assista ao vídeo a


seguir. Confira!

Outro ponto que destacamos em relação ao lucro é que existe


um estigma muito forte sobre o fato de lucrar.

De forma geral, parece que existe um lado negativo, perante a


sociedade, se a empresa obtiver muito lucro.

Clique a seguir e leia um trecho do artigo “O estigma do


lucro”.

O estigma do lucro

Ninguém tem dúvida de que a maior missão de uma empresa


é ser lucrativa. Sem lucro, não há geração de riqueza, crescimento,
emprego, justiça social – não há, em suma, nada que justifique a
existência das empresas.

Mas, o lucro está tão estigmatizado, tão satanizado na


sociedade que os próprios empresários – embora, no íntimo,
reconheçam sua importância – tomam cuidado, em público, para
não defendê-lo com entusiasmo.

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Comportam-se como se tivessem vergonha, pudor ou
sentimento de culpa pelo próprio sucesso. E o fazem por instinto de
sobrevivência.

“Os brasileiros habituaram-se a ver no capitalismo um mal,


responsável pela diferença de classes sociais; e a ver, no lucro, um
mal necessário", afirma Paulo Zottolo, presidente no Brasil da alemã
Nivea.

Os índices de rentabilidade objetivam evidenciar qual foi o


rendimento dos capitais investidos, ou seja, o resultado das
atividades operacionais realizadas, portanto, o grau de resultado da
empresa.

São calculados utilizando o lucro em relação aos ativos totais


(ROA) e também em relação ao PL (ROI).

Também é calculado sobre o total das vendas, mas esse


indicador já foi destacado na análise vertical da DRE. Indica quanto
a empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo total.

Matarazzo (1998, p. 187) esclarece que “o papel do índice de


rentabilidade do patrimônio líquido é mostrar qual a taxa de
rendimento do capital próprio.”

É calculado quando se objetiva encontrar o lucro com base no


volume total de ativos.

Para Matarazzo (1998, p. 185), é “uma medida do potencial


de geração de lucro da parte da empresa, da capacidade em gerar
lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do
desempenho comparativo da empresa ano a ano.”
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Observe os cálculos:
ROA = Lucro Líquido / AT ROI = Lucro Líquido / PL

Vamos abordar
um pouco o
conceito de
rentabilidade do
ponto de vista
contábil.

O site Wikipédia menciona que rentabilidade indica o


percentual de remuneração do capital investido na empresa.

Em uma perspectiva de empresa, a rentabilidade dos capitais


investidos resulta, necessariamente, da combinação de vários
fatores, dos quais destacamos: fatores de natureza operacional
como a rentabilidade operacional das vendas, por meio da
percentagem de evolução da margem que geram e o efeito da
estrutura de custos fixos e operacionais, bem como a rotação e
eficiência desses mesmos capitais; fatores de natureza financeira,
funcionando essa estrutura de capitais como alavanca do negócio,
não podendo deixar de ter em conta os encargos financeiros que
necessariamente terão; outro fator importante é, sem dúvida, os
eventuais resultados extraordinários e o seu efeito na empresa e,
por último, o efeito fiscal sobre a rentabilidade.

Rentabilidade é o retorno esperado de um investimento,


descontando custos, tarifas e inflação.

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Nesses indicadores, observe que ocorrem quedas de
performance em todos os índices.

O giro de ativo total que no primeiro ano foi de 0,74 reduziu


para 0,41, ou seja, para cada R$ 1,00 investido em ativos totais a
empresa tem gerado apenas R$ 0,74.

E o indicador reduziu ainda mais nos próximos períodos.

O mesmo ocorre com o indicador de giro de ativos


permanentes, que mede apenas o giro sobre ativos fixos – em 2008
chegou a ultrapassar o patamar de 1,00.

Dessa forma, para cada R$ 1,00 investido em ativos


imobilizados, os mesmo geraram R$ 1,07. Nos anos seguintes
reduziu para R$ 0,57.

Para os indicadores de rentabilidade também observa-se a


queda nos índices, tanto sobre os ativos e também sobre o capital
próprio.

Sabemos calcular a liquidez, o endividamento, as garantias, o


grau de imobilização e agora também giro e rentabilidade.

Assim, já é possível avaliar a situação e começarmos a


realizar algumas análises.
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A lucratividade é o grande objetivo do gestor financeiro,
porém, em momentos de preocupações socioambientais, somente a
preocupação com a lucratividade não garante mais o sucesso dos
negócios! Leia o artigo “O Estigma do Lucro”. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/o-
estigma-do-lucro/4402/>.

1. Observe a tabela e, com base nos cálculos realizados nesta


aula, faça uma análise horizontal, preenchendo as informações
dos anos 2 e 3 nas lacunas em branco.

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2. A Liquidez Seca desconsidera o volume dos estoques, pois
considera que os estoques são os ativos circulantes que mais
demoram para girar.

Considerando que a empresa apresenta uma liquidez corrente


de 1,20:

AC = R$12.000

PC = R$10.000

O que acontece se a empresa possuir 80% dos seus ativos


circulantes em estoques: a liquidez seca aumentará ou
diminuirá? Qual será o índice?

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3. O grau de endividamento de uma empresa demonstra quanto
dos seus ativos totais são financiados por capital de terceiros. O
grau de garantia de capital de terceiros é um indicador
inversamente proporcional.

Considerando que a empresa possui um grau de endividamento


total de 45%, a garantia de capital de terceiros será:

a. ( ) maior do que 2,00 – pois a maior parte das fontes são de


capital próprio.

b. ( ) menor do que 2,00 – pois a maior parte das fontes são de


capital de terceiros.

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Referências

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços – um


enfoque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

GITMAN L. J. Princípios de administração financeira. 7. ed.


São Paulo: Harbra, 1997. p. 21.

IUDÍCIBUS S.; MARION J. C. Curso de Contabilidade Para


Não Contadores. São Paulo: Atlas, 2000. 282p.

MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços:


abordagem básica e gerencial. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2003. p.
39.

SANTI FILHO A. de; OLINQUEVITCH J. L. Análise de


balanços para controle gerencial. São Paulo: Atlas, 1987. 282 p.

WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso


em: 20/3/2011.

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